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bido. Sendo ele baseado em princípios livres, atitudes construtivas em sociedade, dotado de
capacidades autónomas e responsáveis, de valores democráticos e espírito de voluntariado,
apresentava-se nefasto para as nações cujo poder girava em torno da ditadura. O movimento
teve, então, de tomar uma postura secreta. Ainda assim, não perdeu o seu fulgor, uma vez
que os escuteiros desempenharam tarefas como mensageiros, vigilantes de fogos, maqueiros e
socorristas. E uma vez mais, como que a validar a sua força de verdade, como se o caminho do
escuta fizesse natural parte da integridade humana, qual árvore que se enraíza em solo fértil,
descobriu-se, depois da guerra terminar, que o número de jovens escuteiros nos países onde
estes eram reprimidos tinha aumentado!
Nas década posteriores, designadamente as de 60, 70 e 80, o escutismo desenvolveu-se
adaptando-se gradualmente às nações onde estavam inseridos, muitas delas conquistando a
independência, moldando o movimento às necessidades da realidade e especificidades cultu-
rais. Em países desenvolvidos houve uma maior atividade no âmbito da saúde infantil, ha-
bitação social, literacia, agricultura, educação para as questões ambientais e para a paz. As
sementes plantadas por Baden-Powell tinham crescido, dado frutos e plantavam elas mesmas
novas sementes.
O Fundador do Escutismo viajou pelo mundo, brotando associações do movimento
em vários países e inspirando jovens ao longo de gerações — o seu caminho
excedeu no espaço e foi fecundo no tempo. Acreditava que esta era uma
potencial Força para a paz, uma fra- ternidade que não conhece
fronteiras nem respeita línguas, coalescendo culturas e iden-
tidades para a construção de um organismo tão vivo que se
parece próprio com a Natu- reza.
Quando a sua saúde come- çou a diminuir retirou-se para o
Quénia. A sua vida foi profundamen- te enriquecida pelo seu serviço,
graciosamente distinguida por quem o seguia e, por certo,
humildemente partilhada. O seu espírito permanece
vivo entre os Escuteiros, mas o seu corpo faleceu
na madrugada de 8 de ja- neiro de 1941 enquanto
dormia. Na sua pe- dra tumular figuram os
símbolos dos Movi- mentos Escutistas e das
Guidistas. Está também gravado um círculo com
um ponto no meio: Fim de Pista.
Rúben Marques, Falcão PeregrinoPercurso Maria do Céu Guerra
em vários países e inspirando jovens ao longo de gerações — o seu caminho
excedeu no espaço e foi fecundo no tempo. Acreditava que esta era uma
potencial Força para a paz, uma fra- ternidade que não conhece
fronteiras nem respeita línguas, coalescendo culturas e iden-
tidades para a construção de um organismo tão vivo que se
parece próprio com a Natu- reza.
Quando a sua saúde come- çou a diminuir retirou-se para o
Quénia. A sua vida foi profundamen- te enriquecida pelo seu serviço,
graciosamente distinguida por quem o seguia e, por certo,
humildemente partilhada. O seu espírito permanece
vivo entre os Escuteiros,