Fundamentos de Filosofia Gilberto Cotrim; Mirna Fernandes – 2º ano ensino m édio
Capítulo 14 – Nova ciência e racionalismo Nessa unidade : Passamos agora à Idade Moderna, período em que uma nova racionalidade – nova maneira de entender as coisas. Qual é a realidade fundamental das coisas? Qual é o lugar do ser humano no universo? Quais são as bases de um conhecimento seguro? Deus é imanente ou transcendente?
Capítulo 14 – Nova ciência e racionalismo Idade Moderna A revalorização do ser humano e da natureza MUSÉE GRANET, AIX-EN-PROVENCE, FRANÇA Mercado – Hendrik van Steenwyk (c. 1550-1603). Cena de uma cidade nos Países Baixos. Também conhecidos imprecisamente como Holanda, os Países Baixos foram a primeira nação europeia a adotar uma forma republicana de governo no período moderno. Viveram seu “século de ouro” nos anos 1600, desenvolvendo-se como potência econômica e naval, com colônias em várias partes do planeta, inclusive no nordeste brasileiro. Tornaram-se também uma região onde se dizia haver maior tolerância religiosa. Para lá acorreram diversos artistas e pensadores, entre eles descartes. E foi nessa época que por lá nasceu Espinosa. Transição do feudalismo para o capitalismo. Primeiros Estados nacionais modernos. Reforma protestante. Humanismo. Novos métodos de investigação científica. invenção da imprensa. Visão antropocêntrica. Racionalismo e filosofia laica.
Capítulo 14 – Nova ciência e racionalismo Renascimento VASARI, GIORGIO/ THE WILLIAM HOOD DUNWOODY FUND/ MINNEAPOLIS INSTITUTE OF ARTS, MN, USA Os poetas toscanos (1544) – Giorgio Vasari. o quadro reúne poetas do humanismo italiano dos séculos XIII e XIV, supostamente envolvidos em um debate literário. destaca-se à frente a figura de dante alighieri (em vestes rosadas), acompanhado de outros dos maiores nomes da literatura itálica: Petrarca, Bocaccio e Guido Cavalcanti (todos com coroa de louros). ao fundo, estariam representados os filósofos neoplatônicos Marsílio Ficino e Cristoforo Landino e seus comentadores durante o século XV. sobre a mesa encontram-se alguns ícones do período renascentista. o que são e o que representam esses ícones? O movimento cultural que contribuiu para essas transformações é conhecido como Renascimento séculos XV e XVI e envolveu artistas e intelectuais de diversas áreas. Humanismo Razão e a Liberdade Ameaças à nova mentalidade Teoria heliocêntrica Ética e política
Capítulo 14 – Nova ciência e racionalismo Razão e experiência As bases da ciência moderna PHOTO RESEARCHERS/NEW YORK PUBLIC LIBRARY/DIOMEDIA Representação do universo, com o sol ao centro, baseada no modelo copernicano (1660). Com o heliocentrismo, a Terra deixou de ser considerada o centro do mundo. o sol ocupou essa posição durante algum tempo, até que se descobriu que ele é apenas o centro de nosso sistema planetário e que existem muitas outras estrelas que cumprem a mesma função em outros sistemas. Muitos interpretam que, profundamente afetado com a crise da visão geocêntrica, o ego humano realizou uma compensação no plano sociocultural, desenvolvendo a visão de mundo antropocêntrica, que imperaria até nossos dias. A busca de um ponto fixo O mundo como representação A procura de um método
Capítulo 14 – Nova ciência e racionalismo Francis Bacon KEN WELSH/DESIGN PIES HISTORICAL/DIOMEDIA No auge de sua carreira, ocupando o cargo de grão-chanceler, Bacon foi acusado de corrupção e suborno. Foi julgado e condenado. Embora tenha compreendido que a pesquisa experimental seria responsável pelos rumos e avanços da ciência, ele próprio não desenvolveu concretamente experimentos e descobertas científicas. Teoria dos ídolos Ídolos da tribo Ídolos da caverna Ídolos do mercado ou do foro Ídolos do teatro
Capítulo 14 – Nova ciência e racionalismo Galileu Galilei ACADÉMIE DES SCIENCES, PARIS, FRANÇA ACADÉMIE DES SCIENCES, PARIS, FRANÇA Detalhe de Isaac Newton – Hermann Goldschmidt. o físico inglês criou no âmbito da ciência o que seriam as bases de inspiração para a investigação sobre o conhecimento no campo da filosofia desenvolvida no século XVIII (que estudaremos no próximo capítulo). Método matemático-experimental Newton: a ordem do universo Física clássica Simplicidade Uniformidade Grande máquina
Capítulo 14 – Nova ciência e racionalismo Grande Racionalismo O conhecimento parte da razão CHATEAU DE VERSAILLES, VERSAILLES, FRANÇA Detalhe da obra Descartes na corte da rainha Cristina (século XVIII) – Pierre-Louis dumesnil, óleo sobre tela. a imagem retrata uma demonstração de geometria feita por descartes à rainha da suécia e sua corte. Em fins de 1649, descartes aceitou o convite da jovem monarca para se estabelecer em Estocolmo e ministrar-lhe lições. Em pleno inverno nórdico, ao final de um mês de estadia, no entanto, desenvolveu uma pneumonia que em poucos dias levou-o à morte, aos 53 anos de idade. René Descartes Dúvida metódica Dualismo Idealismo Racionalismo Método cartesiano Herança cartesiana
Capítulo 14 – Nova ciência e racionalismo Baruch Espinosa SCIENCE PHOTO LIBRARY/LATINSTOCK Para Espinosa, a ética é a ciência prática daquilo que é. a felicidade corresponderia, desse modo, à compreensão lógica do mundo e da vida, o que se alcançaria pelo amor intelectual do verdadeiro deus, que é imanente ao real. Há, portanto, como em Giordano Bruno, um panteísmo em seu pensamento, pois identifica deus com a totalidade das coisas (Deus sive Natura). Espinosa foi muito perseguido por isso. Monismo espinosano Deus imanente União corpo e alma
Capítulo 15 – Empirismo e Iluminismo NATIONAL GALLERY, LONDRES, REINO UNIDO Experimento com um pássaro em uma bomba de ar (1768) – Joseph Wright. Uma cacatua se debate asfixiada dentro de um globo de vidro, sob a ação de um filósofo natural (ou cientista). Grande movimento de oposição ao racionalismo. A defesa do empirismo. Expansão da investigação filosófica para todos os campos da atividade humana.
Capítulo 15 – Empirismo e Iluminismo Como conhecemos? Existem ideias inatas? Como chegamos a conclusões gerais a partir do particular? O que é o bem e o mal? Por que o ser humano vive em sociedade? O que legitima o poder político? Empirismo e Iluminismo
Capítulo 15 – Empirismo e Iluminismo Empirismo Britânico O conhecimento parte da experiência NATIONAL GALLERY OF ART, WASHINGTON, EUA A menina com chapéu vermelho (1666-1667) – Jan Vermeer. Valorização da percepção dos sentidos. O pintor teria traçado a imagem projetada na câmara escura e depois copiado o padrão de luzes e sombras, de forma a alcançar uma imagem “fotográfica”, fiel à impressão fornecida pela visão do próprio objeto. Processo de conhecer A racionalista A empirista Ideias inatas Ideias inatas Inatismo Reação empirista
Capítulo 15 – Empirismo e Iluminismo Thomas Hobbes NATIONAL PORTRAIT GALLERY, LONDRES, RU Detalhe de Thomas Hobbes (1669) – John Michael Wright. o pensamento de hobbes ficou mais conhecido nos âmbitos da ética e da filosofia política, notadamente pelo debate sobre sua doutrina a respeito da maldade natural humana (“o homem é o lobo do próprio homem”) e sua defesa do absolutismo. Thomas Hobbes (1588-1679) nasceu em Westport, na Inglaterra. No período da revolução liberal inglesa, apoiou o rei Carlos I. Materialismo e empirismo Ética e política
Capítulo 15 – Empirismo e Iluminismo John Locke (1632-1704) ALBUM/AKG/NORTH WIND PICTURE ARCHIVES/LATINSTOCK Um dos maiores representantes do empirismo britânico, Locke manifestou interesse por diversos campos de estudo, como química, teologia, filosofia, mas formou-se em medicina. Seu pensamento empirista e liberal inspirou diversos filósofos do Iluminismo, como Montesquieu e Voltaire. Wrington, Inglaterra. Decepcionou-se com o aristotelismo e com a escolástica medieval. Tabula rasa Ideias da sensação Ideias da reflexão Crítica ao absolutismo
Capítulo 15 – Empirismo e Iluminismo David Hume LEBRECHT/OTHER IMAGES Apesar de viver em um ambiente caracterizado pela religiosidade, Hume era ateu. e, curiosamente, talvez por seu acentuado ceticismo e espírito investigador, escreveu História natural da religião (1757), considerada por estudiosos a primeira obra científica sobre a sociologia da religião. Crítico do racionalismo dogmático do século XVIII e do inatismo cartesiano. Defende que todo conhecimento deriva da experiência sensível. O que há em nossa vida psíquica são percepções. Impressões Ideias Crítica à indução Legado epistemológico
Capítulo 15 – Empirismo e Iluminismo Iluminismo A razão em busca de liberdade CARMONTELLE/MUSEE CONDE, CHANTILLY, FRANCE Aquarela de Carmontelle. Durante o século XVIII, as ciências experimentais eram uma das paixões de nobres e burgueses franceses. Nos séculos XVII e XVIII houve uma grande expansão do sistema capitalista em diversos países europeus, que foi acompanhada pela crescente ascensão. Características do Iluminismo Ilustração e a ideologia burguesa
Capítulo 15 – Empirismo e Iluminismo Ilustração e a Ideologia Burguesa MUSÉE DE LA MARINE, PARIS, FRANÇA Carga e descarga de mercadorias no Porto de Marselha, frança (século XVIII) – Claude Joseph Vemet. em um país cuja economia ainda estava muito centrada nas atividades agrícola e artesanal, o comércio exterior francês intensificou-se durante o século XVIII. observe na imagem como aristocratas e burgueses, com suas famílias, dividem o espaço com trabalhadores portuários. Igualdade jurídica Tolerância religiosa ou filosófica Liberdade pessoal e social Propriedade privada
Capítulo 15 – Empirismo e Iluminismo Jean Jacques Rousseau QUENTIN DE LA TOUR/DIOMEDIA Jean-Jacques Rousseau – Quentin de La tour (Coleção particular). Por suas concepções político--filosóficas, rousseau foi objeto de verdadeira veneração por parte dos participantes da revolução francesa (1789). “Do ponto de vista estritamente prático, é certo que a revolução de 1789 deve o essencial de seus princípios de organização política a rousseau [...]. Mas a influência dessa obra [Do contrato social] não cessa aí. Não resta dúvida alguma de que o princípio mesmo de nossas instituições democráticas republicanas é de inspiração rousseauniana.” (HUISMAN, Dicionário de obras filosóficas, p. 88.) O filósofo e escritor Jean Jacques Rousseau (1712-1778). O estado natural A primeira desigualdade O contrato social
Capítulo 15 – Empirismo e Iluminismo Algumas Contribuições Iluministas THE GRANGER COLLECTION, NYC/GLOW IMAGES Reunião de intelectuais na casa de Voltaire (sentado ao centro, de mão levantada). apaixonado pela literatura, o filósofo francês foi um assíduo frequentador dos lugares onde se encontravam os mais destacados pensadores e artistas da época. Montesquieu e a separação dos três poderes Voltaire e a defesa da tolerância
Capítulo 15 – Empirismo e Iluminismo Immanuel Kant SCHILLER-NATIONALMUSEUM, MARBACH AM NECKAR, ALEMANHA Immanuel Kant (c. 1768) – Becker (Coleção particular). Parece que o filósofo alemão foi em sua vida prática um homem tão metódico como em sua vida intelectual. Conta-se que se deitava e se levantava rigorosamente no mesmo horário, além de seguir sempre o mesmo itinerário entre sua casa e a universidade. Immanuel Kant 1724-1804, nascido em Konigsberg, pequena cidade da Alemanha. Maioridade humana Tipos de conhecimento Tipos de juízo Valor dos juízos