::: O Neocolonialismo :::
- O colonialismo do século XVI tinha como meta a
obtenção de especiarias, gêneros tropicais e metais
preciosos no continente americano;
- O neocolonialismo do século XIX necessitava de
mercados consumidores de manufaturados e
fornecedores de matérias-primas (ferro, cobre,
petróleo, manganês, trigo, algodão, etc);
::: O Neocolonialismo :::
- As potências buscavam instalar parte de seu
excedente populacional e novas áreas de
investimentos de capitais;
- Motivadas pelo capitalismo industrial e financeiro,
sua intervenção ocorreu principalmente na África e na
Ásia, sendo as empresas dessas potências, e não
mais os Estados, seus principais agentes e
beneficiários;
::: O Neocolonialismo :::
- Os grandes monopólios criados com a união de
banqueiros e industriais caracterizavam o capitalismo
da fase financeira;
- As atividades produtivas e comerciais estavam
submetidas às instituições financeiras em razão de
empréstimos e financiamentos, ou ainda do controle
acionários;
- Surgimento de conglomerados econômicos;
::: O Neocolonialismo :::
- O neocolonialismo se apresentava sob a capa de
altruísmo, pois diziam que os europeus levaram
“melhores” condições de vida para onde se dirigiam –
“missão civilizadora”;
- De certa forma, o declarado ideal de “levar a fé ao
infiéis” do século XVI foi substituído pela farsa da
“missão civilizadora” do século XIX;
Missão civilizadora
“Os glorificadores da expansão conseguiram fazer triunfar a idéia,
hoje ainda viva em vários setores da vida econômicas, de que a
expansão ultramarina era o objetivo final da política, tendo sido os
ingleses, entre outros, os primeiros a associar os benefícios do
imperialismo ao triunfo da civilização, esse grande feito dos ‘povos
superiores’. No momento em que os avanços da ciência e o
sucesso do darwinismo asseguravam aos mais dotados a tarefa de
espalhar pelo mundo os benefícios do progresso, os ingleses se
julgavam necessariamente destinados, em essência, a realizar
essa tarefa. ‘Eu acredito nessa raça’, dizia Joseph Chamberlain em
1895. Graças ao seu avanço, ao seu savoir-faire, os ingleses se
encarregavam de civilizar o mundo, ‘este fardo do homem branco’”.
(FERRO, Marc. O livro negro do colonialismo. RJ: Ediouro, 2004,
pág. 22-3.
::: O Neocolonialismo :::
- A dominação imperialista era realizada por meio da
administração direta, com a ocupação dos principais
cargos governamentais por agentes metropolitanos;
- Ou por meio da administração indireta, por meio de
alianças com as elites locais;
- Em ambas as formas, o que se esperava e se
obteve foi a exploração de terras e de mão-de-obra e
o controle da produção e do consumo locais.
::: O Neocolonialismo :::
- Embora sob a aparente independência política, as
potências hegemônicas contaram com o apoio quase
irrestrito das classes dirigentes locais;
- Moldaram as estruturas econômicas e sociais
dessas regiões de acordo com as necessidades
externas, transformando a maior parte do planeta em
áreas dependentes;
::: O Neocolonialismo :::
- As disputas entre potências por áreas coloniais
agravaram conflitos e estimularam o armamentismo,
o que levou a formação de blocos de países rivais;
- A conjuntura ficou tensa e propícia a uma
confrontação em grande escala, a Primeira Guerra
Mundial (1914 – 1918);
::: O Imperialismo na África :::
- A partilha do continente africano, iniciada na
segunda metade do século XIX, atingiu seu ponto
máximo na Conferência de Berlim (1884-1885);
- Ingleses e franceses ocuparam a maior parte dos
territórios do continente africano. O Canal de Suez,
sob o controle dos ingleses, encurtava distâncias
entre os centros industriais europeus e as áreas
coloniais asiáticas;
::: O Imperialismo na África :::
- Unificadas somente em 1870, Alemanha e Itália
empenharam-se tardiamente na partilha colonial
africana, restando-lhe regiões de menor expressão;
- No início do século XX, apenas a Libéria, habitada
por negros emigrados dos Estados Unidos, na costa
noroeste da África, e a Abissínia (atual Etiópia), no
nordeste, constituíam Estados africanos livres;
::: O Imperialismo na Ásia e Oceania :::
- O controle sobre a Índia intensificou-se a partir de
1848, com a introdução de uma estrutura
administrativa britânica, que construiu estradas e
organizou missões políticas e religiosas;
- O resultado afetou profundamente os costumes
locais, destruindo a tradicional economia indiana,
voltada para a subsistência e sustentada em
manufaturas têxteis, incapazes de concorrer com a
produção industrial inglesa.
::: O Imperialismo na Ásia e Oceania :::
- Constituindo-se, em 1900, no maior império colonial
do mundo, e temendo a emergência de outras
potências imperialistas, colônias britânicas e
Inglaterra estabeleceram um pacto, a British
Commonwealth of Nations (Comunidade Britânica de
Nações);
- A Comunidade existe até hoje e compõe-se por
países que, após suas autonomia política,
continuaram unidos por interesses comerciais e
diplomáticos comuns.
::: O Imperialismo na Ásia e Oceania :::
- No século XIX, o Japão era dominado por uma
aristocracia – os damios – que se apoiava numa
classe de guerreiros profissionais, os samurais, numa
estrutura similar ao feudalismo;
- Apesar das disputas entre os senhores feudais, o
comando político efetivo do reino cabia ao xogunato,
titulo criado no século VIII para os comandantes
militares.
::: O Imperialismo na Ásia e Oceania :::
- Era Meiji – inaugurou uma nova fase da história
japonesa, iniciando a partir de 1868 a era do
industrialismo e da modernização;
- Processou-se a partir daí a rápida industrialização
do Japão, articulada a uma política imperialista sobre
a China;
- No início do século XX, o Japão havia se tornado
um dos países mais avançados e poderosos do
mundo, graças a sua dinâmica desenvolvimentista.
::: O Imperialismo na Ásia e Oceania :::
- O grande crescimento demográfico da China, em
meados do século XIX, representava um expressivo
mercado consumidor;
- A China era um país com uma cultura milenar e uma
economia essenciamente agrícola, subordinada a um
governo imperial, mergulhado em constantes crises e
envolvido em sucessivas revoltas camponesas e
disputas políticas.
::: O Imperialismo na Ásia e Oceania :::
- A penetração dominadora da Europa, dos Estados
Unidos e do Japão realizou-se por meio de várias
guerras, dentre as quais a Guerra do Ópio (1841);
- Produzindo em grandes quantidades em seus
domínios na Índia, os ingleses forçaram mercado
para a exportação desse produto, disseminando o
vício entre os chineses;
- Derrotada na guerra, a China teve que abrir cinco
portos para Inglaterra e entregar Hong Kong (Tratado
de Nanquim).
::: O Imperialismo na Ásia e Oceania :::
- Tratado de Pequim (1860) – estabelecia a abertura
de mais sete portos ao comércio internacional, além
da instalação de embaixadas europeias e o direito de
atuação de missões cristãs em território chinês;
- No século XIX, o Japão invade a região da
Manchúria, estabelecendo a sua influência sobre a
China;
- Guerra dos Boxers (1900) – novamente derrotados,
os chineses tiveram que tolerar as concessões feitas
aos estrangeiros.
::: O Imperialismo na Ásia e Oceania :::
- 1911 – O Partido Nacional Chinês – Kuomintang –
sob a liderança de Sun Yat-sen, promoveu o fim da
monarquia milenar, proclamando a república;
- Contudo, não conseguiu superar os entraves ao
desenvolvimento autônomo chinês, principalmente
pela presença imperialista internacional no país.
::: O Imperialismo na Ásia e Oceania :::
- A penetração francesa no Sudeste Asiático, até então
restrita à Conchinchina, região sul da Indochina,
intensificou-se quando começou a ser realizada por
iniciativa dos missionários franceses;
- Seguiram-se os soldados de Napoleão III, que
completaram a dominação;
- Com a supremacia francesa na região, foi criada, em
1887, a União Indochinesa, que explorava carvão, chá e
arroz. A dominação francesa na Indochina estendeu-se
até o início da segunda metade do século XX;
::: Consequências do Imperialismo :::
- Para os países imperialistas – enormes lucros e a
solução parcial para suas crises de mercado e de
superpopulação, intensificando seu desenvolvimento;
- Para os países colonizados – gerou submissão,
acompanhada de desestruturação socioeconômica,
política e cultural, levando à miséria, à fome e às lutas
nacionalistas;
- Seguiam as raízes da segregação racial e social,
que seriam as bases de muitas dificuldades, lutas e
conflitos no século XX.