c) Otomiíases - Localização na região dos ouvidos:
d) Oculomiíases - Localizadas na região orbital;
e) Cistomiíases - De localização na bexiga;
f) Miíases intestinais - Quando sua localização é nos intestinos.
As miíases causadas por larvas de moscas necrobiontófagas (que se desenvolvem
unicamente em carne pútrida ou em tecidos orgânicos fermentáveis) tornam-se
pseudoparasitas de lesões ou tecidos doentes; Determinam o que se denomina miíases
secundárias, por ser necessária a presença de material necrosado da ferida ou cavidade,
para seu desenvolvimento.
Nas ulcerações, os danos em geral carecem de importância, pois as larvas se limitam a
devovar os tecidos necrosados (mortos), não invadindo as partes sadias, e, por
conseguinte não ocasionando hemorragias. Estas foram já em passado recente utilizadas
na "limpeza" de feridas, porque se alimentando do tecido necrosado que existe em toda
ferida, aceleravam e facilitavam o processo de cicatrização.
Cabe ser observado que nas regiões onde ocorre a Leishmaniose cutânea, como na
região amazônica, principalmente no Território Indígena dos Ianomâmis, são
observados com muita freqüência as naso-miíases, que nada mais são que miíases
secundárias de larvas de moscas necrobiontófagas, que se instalam na região do nariz,
nas lesões causadas primariamente pela Leishmania tegumentar.
As Miíases intestinais são sem sombra de dúvida, causadas pela ingestão de ovos ou
larvas, por meio de bebidas ou alimentos por esses ovos ou vermes contaminados, e
suas conseqüências carecem em geral de gravidade, produzindo algumas vezes apenas
náuseas, vômitos e diarréia. Não obstante, a intensidade desses sintomas dependem da
sensibilidade do próprio enfermo, e do número de larvas ingeridas. Segundo alguns
autores, as larvas de moscas são resistentes à ação de certas substâncias, inclusive à
ação dos sucos digestivos, podendo viver durante algum tempo no tubo digestivo.
Para o tratamento das bicheiras, quando as mesmas são superficiais (cutâneas), basta
aplicação local de qualquer substância que seja ativa contra os insetos em geral, e
concomitantemente não seja tóxica ao hospedeiro, para que as larvas ou morram ou
simplesmente sejam expulsas do local onde se encontram, e a cicatrização subseqüente
do ferimento leve a bom termo a cura da enfermidade.
Quando se dá o caso de serem as bicheiras cavitárias, como é o caso das gasterofiloses
eqüinas, seu diagnóstico pelas técnicas coprológicas usuais não é possível, a não ser
quando encontradas larvas íntegras no bolo fecal desses hospedeiros, o que pode ocorrer
porém de forma fortuita, e portanto o simples exame de fezes com resultado negativo
não descarta sua ocorrência. A presença de ovos íntegros ou as larvas desses ovos já
eclodidas, aderentes aos pêlos dos membros anteriores e nos espaços intermandibulares,
é indicativo do parasitismo pelos gasterophilus.
Durante muito tempo, os únicos tratamentos conhecidos para o combate à gasterofilose
eqüina, foi com a utilização de bissulfeto de carbono administrado oralmente e contido
em cápsulas de gelatina. Devido sua toxidez, caso administrado sem a devida técnica,
muitas vezes causava a morte do animal hospedeiro quando do seu tratamento com essa
substância farmacêutica.