expansão da força desorganizada e não compensada seria, antes, mais uma energia
incontrolável: - o grande estímulo do Universo. Mas é impossível compreendê-la sem
associá-la com Binah, a terceira sefira da árvore e a primeira sefira organizadora e
estabilizadora, Binah: - a compreensão. Se os títulos atribuídos a Chokhmah são Ab, o
pai supremo, tetragrammaton, IHVH, Yod do tetragrammaton (muitas vezes representado
pela letra J, nas línguas latinas) e se os símbolos que estão ligados a ele são o falo, a pedra
em pé, - ereta - a torre, a vara do poder que sobe, não nos surpreenderemos em ver e ouvir
em Binah (a compreensão), ima, a mãe sombria, Elhoim, a brilhante mãe fértil, o Grande
Mar, Mara, a raiz de Maria e reconhecê-la no cálice, a taça, o Yoni (termo hindu e
gnóstico que designa os órgãos sexuais da mulher), o vestido exterior de dissimulação.
Assim, Kether é o ser puro, todo poderoso, mas não ativo. Quando uma atividade
emana dela, que chamamos de Chokhmah, é um fluxo descendente de atividade pura, que
é a força dinâmica do Universo e que se estabiliza e toma forma em Binah. A Unidade
Kether é uma mônada que se dá para ser vista em duas Sefirot. Elas formam assim a
Suprema Tríade. A unidade do princípio sob seus dois aspectos diferenciados pode ser
representada por um triângulo: Kether, Chokhmah, Binah. Os Cabalistas nomeiam a
primeira tríade KaHaB, בחכ, sigla composta pelos nomes iniciais dessas Sefirot.
O Delta dos nossos templos é um triângulo desse tipo? Sim, diríamos, ainda, que
criamos aqui a tríade suprema, mas também a Mônada Pitagórica. Nosso Delta é a
consubstancialidade do Espírito manifestado (a energia), matéria (a forma) e o universo
seu filho. Ele é colocado no lado dos mundos superiores, isto para nós quer dizer, no
Oriente. Na outra extremidade, no mundo da formação, considerado inferior, porque mais
longe da origem, existe o mesmo simbolismo. Sob uma outra forma, Yakin e Boaz
representam, na fase do mundo da dualidade, os dois aspectos diferenciados, mas
separados da unidade ideal do Delta, que os contém em ideação, onde ainda estão unidos
na perfeição andrógina. Pode-se dizer que, desde o topo do Delta, passando através de
seus pontos baixos, conectados às colunas do Templo, são desenhados os pilares da árvore
da vida, ao mesmo tempo as esferas de luz e os caminhos pelos quais se atualiza a
transcendência.
Por existir "e" na androginia inaugural, a gênese nos oferece, a partir deste "e",
uma categoria de pensamento. O que se propõe, não é que Deus existe ou não existe; é
que é necessário que ali exista "e" para que haja uma relação de natureza, caso contrário
é o caos, o magma. Este "e" nos diz para tornar o masculino e o feminino, o Eu e o você,
o indivíduo e o coletivo harmonizados em uma unidade. É preciso, pois, rigor e
misericórdia. Para que haja um filho ou uma filha, deve haver realmente pai e mãe, ab e
ima, caso contrário, é o magma psíquico e social; sem o “e”, é a desintegração da
sociedade. É a barbaridade do politeísmo que oferece seus monstros que têm por nome
estupro, crime, incesto, eliminação do outro. Quando não há mais a conjunção, mesmo
quando há indiferença, não há realidade, há apenas humanidades não relacionadas com a
natureza Humana. Não há mais a presença da transcendência humana que é a humanidade
na justiça ou na benevolência.