João da cruz e sousa poeta catarinense

Maryxanxere 6,098 views 33 slides Nov 28, 2011
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Slide Content

João da Cruz e Sousa
QUANDO TUDO
ACONTECEU...

1861
NasceJoãodaCruz,emNossaSenhora
doDesterro(hojeFlorianópolis,capital
doEstadodeSantaCatarina),a24de
Novembro.FilhodeGuilhermedaCruz,
mestrepedreiro,eCarolinaEvada
Conceição,lavadeira,ambosnegrose
escravos,alforriadosporseusenhor,o
coronelGuilhermeXavierdeSousa.Do
coronel,omeninoJoãorecebeuoúltimo
sobrenomeeaproteção,tendovivido
emseusolarcomofilhodecriação.-

Aosoitoanos,recitaversos
seusemhomenagemaseu
protetor,que voltava,
promovidoamarechal,da
GuerradoParaguai.
1869

1871
Matricula-senoAteneuProvincialCatarinense,
ondeestudouatéofimde1875,tendo
aprendidofrancês,inglês,latim,grego,
matemáticaeciênciasnaturais.Essaúltima
disciplinafora-lheensinadapelonaturalista
alemãoFritzMüller,amigoecolaboradorde
DarwineHaeckel.Alémdaspalavrasdo
amigoVirgílioVárzea:“Distinguiu-seacimade
todososseuscondiscípulos”,CruzeSousa
mereceuelogiosdeFritzMüller,paraquema
inteligênciadojovemnegroeraaprovadeque
suasopiniõesantirracistasestavamcorretas.

1881
Funda,comVirgílioVárzeaeSantos
Lostada,ojornalColombo,noqual
proclamavamadesãoàEscolaNova(que
eraoParnasianismo).Parteparauma
viagempeloBrasil,acompanhandoa
Companhia DramáticaJulietados
Santos,nafunçãodeponto.Realiza
conferênciasabolicionistasemvárias
capitais.LêBaudelaire,Lecontede
Lisle,Leopardi,GuerraJunqueiro,Antero
deQuental.

1884
Opresidentedaprovíncia,Dr.
FranciscoLuísdaGamaRosa,
nomeiaCruzeSousaPromotorde
Laguna.Opoetanãopôdetomar
possedocargo,poisanomeação
foraimpugnadapelospolíticos
locais.

1885
PublicaTroposeFantasias,em
colaboraçãocomVirgílioVárzea.Dirige
ojornalilustradoOMoleque,cujotítulo
provocativorevelaocarátercríticoe
contundentedasideiasveiculadas.Tal
jornalerafrancamentediscriminado
peloscírculossociaisdaprovíncia.

1888
AconvitedoamigoOscarRosas,
parteparaoRiodeJaneiro.
Duranteosoitomesesde
permanêncianoRio,conheceo
poeta Luís Delfino,seu
conterrâneo,eNestorVítor,que
seriaograndeamigoedivulgador
desuaobra.LêEdgarAllanPoee
Huysmans,entreoutros.

1889
RetornaaDesterro,pornãoter
conseguidocolocaçãonoRiode
Janeiro.LêFlaubert,Maupassant,os
Goncourt,Théophile Gautier,
GonçalvesCrespo,CesárioVerde,
TeófiloDias,EzequielFreire,B.
Lopes.Iniciaaconversãoao
Simbolismo.

1890
Vai definitivamente para o
Rio de Janeiro, onde obtém
emprego com a ajuda de
Emiliano Perneta. Colabora
nas revistas Ilustrada e
Novidades.

1891
Publicaartigos-manifestosdo
Simbolismo,naFolhaPopular
eemOTempo.Pertenceao
grupodos“Novos”,comoeram
chamadosos“decadentes”ou
simbolistas.

1882
Vêpelaprimeiravez
GavitaRosaGonçalves,
tambémnegra,em18de
Setembro.ColaboraemA
CidadedoRio,deJosédo
Patrocínio.

1893
PublicaMissal(poemasemprosa)
emFevereiro,eBroquéis(poemas),
emAgosto.Dia09deNovembro,
casa-secomGavita.Énomeado
praticantee,posteriormente,
arquivistadaCentraldoBrasil.-
1894:NasceRaul,seuprimeirofilho,
a22deFevereiro.

1895
Recebeavisitadopoeta
AlphonsusdeGuimaraens,que
vieradeMinas Gerais
especialmenteparaconhecê-lo.
A22deFevereiro,nasceseu
filhoGuilherme.

1896
Emmarço,suaesposa
Gavitaapresentasinais
deloucura.Odistúrbio
mentaldurouseismeses.

1987
Evocações(poemasemprosa,que
seriampublicadospostumamente)
encontra-seprontoparaoprelo.
NasceRinaldo,seuterceirofilho,a
24deJulho.Anodesérias
dificuldadesfinanceirasede
comprometimentodasaúde.

1898
Morrea19deMarço,emSítio(EstadodeMinasGerais),
paraondepartiratrêsdiasantes,natentativaderecuperar-
sedeumacrisedetuberculose.Tinha37anos.Seucorpo
chegaaoRiodeJaneironumvagãodestinadoaotransporte
decavalos.JosédoPatrocínioencarrega-sedosfunerais.O
enterrorealiza-senoCemitériodeS.FranciscoXavier,
tendooamigofiel,NestorVítor,discursadoaotúmulo.
PublicaçãodeEvocações.Nasce-lheofilhopóstumo,João
daCruzeSousaJúnior,dia30deAgosto,quemorreriaem
1915,aos17anos.(Seusoutrostrêsfilhosmorreriamantes
de1901,anoemquemorreusuaesposaGavita).Em1900,
dá-seapublicaçãodeFaróis,coletâneaorganizadapor
NestorVítor.

LIVROS PUBLICADOS
Poesia
“Broqueis” (1893)
“Faróis” (1900)
“Últimos Sonetos” (1905)
“O livro Derradeiro” (1961)
Poemas em Prosa
“Tropos e Fanfarras” (1885) -em conjunto com
Virgílio Várzea
“Missal” (1893)
“Evocações” (1898)
“Outras Evocações” (1961)
“Dispersos” (1961)

Apesardetodaessa
proteção,CruzeSouzasofreu
muitocomopreconceito
racial.Depoisdedirigirum
jornalabolicionista,foi
impedidodedeixarsuaterra
natalpormotivosde
preconceitoracial.

CruzeSouzaCruzeSouzaé,sem
sombradedúvidas,omaisimportante
poetaSimbolistabrasileiro,chegando
aserconsideradotambémumdos
maioresrepresentantesdessaescola
nomundo.Muitoscríticoschegama
afirmarquesenãofosseasua
presença,aestéticaSimbolistanão
teriaexistidonoBrasil.Suaobra
apresentadiversidadeeriqueza.

Deumlado,encontram-se
aspectosnoturnos,herdadosdo
Romantismocomoporexemploo
cultodanoite,certosatanismo,
pessimismo,angústiamorteetc.Já
deoutro,percebe-seumacerta
preocupaçãoformal,comoogosto
pelosoneto,ousodevocábulos
refinados,aforçadasimagens.Em
relaçãoasuaobra,pode-sedizer
aindaqueelatemumcaráter
evolutivo,poistratadetemasaté
certopontopessoaiscomopor
exemploosofrimentodonegroe
evoluiparaaangústiadoser
humano.

“Missal”e“Broquéis”,1893;“Evocações”,
1898;“Faróis”,1900;“ÚltimosSonetos”,
1905,asduasúltimas,póstumas.A
ediçãocomemorativadoCentenáriode
nascimentoacrescentamaisde100
páginasdopoetaempoesiaeprosa,ao
acervocontidonaediçãode1945,
promovidapeloInstitutoNacionaldo
Livro,queporsuavezjáeditara70
poesiasatéentãonãorecolhidasem
volume.

Ultrapassandoaosparnasianos,foiCruze
Sousa ainda ser um
simbolista,explorando,portantotambémo
poderdossímbolos,aforçadas
analogias,assugestõespoderosas,que
pudessemconduzirmaisalém,como
queriatambémafilosofiademuitosdos
luminaresdeseutempo.
ÉnotávelqueCruzeSousaaspirasse
tambémouniversalnacultura.
Primeiramenteahumanidade.Depoisa
nacionalidade.Sempredepoisda
globalidade,esomentedepois
importavaaeleaetnia,ouoquequer
quefosse.Nestesentido,CruzeSousa
seráopoetadoterceiromilênio,cujo
universalismojáseencontraem
andamento.

Quando a palavraé
pronunciadaemcircunstâncias,
asquaissãocapazesdeexcitar
imagens,cintilandoevocações,
associandoestadosdealma,
elaultrapassaaobjetividadeda
expressãoemprosaealcança
oclimapoético.
Ultrapassandoaosparnasianos,
foiCruzeSousaaindaserum
simbolista,explorando,portanto
tambémopoderdossímbolos,
aforçadasanalogias,as
sugestõespoderosas,que
pudessemconduzirmaisalém,
comoqueriatambémafilosofia
demuitosdosluminaresdeseu
tempo.

Eisatransfiguraçãoquea
linguagem assume nopoeta
simbolistaJoãodaCruzeSousa,
nopoemaViolõesquechoram...

Ah! Plangentes violões dormentes, mornos,
soluços ao luar, choros ao vento...
Tristes perfis, os mais vagos contornos,
bocas murmurejantes de lamento,
Noites de além, remotas, que eu recordo.
Noites de solidão, noites remotas
que nos azuis da Fantasia bordo,
vou constelando de visões ignotas.
Sutis palpitações à luz da lua,
anseio dos momentos mais saudosos,
quando lá choram na deserta rua
as cordas dos violões chorosos.

Paraapoesiaaspalavrastêm
conotaçõesassociativas.Estas
conotaçõesocorrem,sobretudo
quandoseindicamobjetos
comoaFlor,Mulher,Coração,
Amor, Pátria, Vitória,
Sofrimento,Dor,Angústia,
Violões.
Agrandepoesia,comoade
JoãodaCruzeSousa,éa
quesabeestabeleceras
evocaçõesmaisintensase
instituios recursos
surpreendentesdeinspiração.

Análise da obra
Seuspoemas sãomarcadospela
musicalidade(usoconstantedealiterações),
peloindividualismo,pelosensualismo,às
vezespelodesespero,àsvezespelo
apaziguamento,alémdeumaobsessãopela
corbranca.Écertoqueencontram-se
inúmerasreferênciasàcorbranca,assim
comoàtransparência,àtranslucidez,à
nebulosidadeeaosbrilhos,eamuitas
outrascores,todassemprepresentesem
seusversos.

Noaspectodeinfluênciasdo
simbolismo,nota-seumaamálgama
queconfluiáguasdosatanismode
Baudelaireaoespiritualismo(edentro
desse,ideiasbudistaseespíritas)
ligadostantoatendênciasestéticas
vigentescomoafasesnavidadoautor.

Emboraquasemetadedapopulaçãobrasileirasejanegra,poucos
foramnossosescritoresnegrosemulatos.E,entreeles,poucosforam
osqueescreveramemfavordacausanegra.CruzeSouza,por
exemplo,éacusadodeter-seomitidoquantoaquestõesreferentesà
condiçãonegra.Mesmotendosidofilhodeescravoserecebidoa
alcunhade“CisneNegro”,opoetaJoãodaCruzeSouzanão
conseguiuescapardasacusaçõesdeindiferençapelacausa
abolicionista.Aacusação,porém,nãoprecede,pois,apesardea
poesiasocialnãofazerpartedoprojetopoéticodoSimbolismonemde
seuprojetoparticular,oautor,emalgunspoemas,retratou
metaforicamenteacondiçãodoescravo.CruzeSouza
militou,sim,contraaescravidão.Tantodaformamais
corriqueira,fundandojornaiseproferindopalestraspor
exemplo,participando,curiosamente,dacampanhaantiescravista
promovidapelasociedadecarnavalescaDiaboaquatro,quantonos
seustextosabolicionistas,demonstrandodesgostocomaconduçãodo
movimentopelafamíliaimperial.

QuandoCruzeSouzadiz
“brancura”,éprecisorecorreraos
maisaltossignificadosdesta
palavra,muitoalémdacoremsi.

“Que importa que morra o poeta?
Importa que não morra o poema!”
(Cruz e Sousa)
Marilenedos Santos
Novembro / 2011

Fontes:
www.bibvirt.futuro.usp.br
www.cfh.ufsc.br
www.virtualbooks.terra.com.br
www.vidaslusofonas.pt
www.releituras.com
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