A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
A idéia de um ensino despertado pelo interesse do aluno acabou transformando o sentido do
que se entende por material pedagógico e cada estudante, independentemente de sua idade, passou a
ser um desafio à competência do professor. Seu interesse passou a ser a força que comanda o
processo de aprendizagem, suas experiências e descobertas, o motor de seu progresso e o professor
um gerador de situações estimuladoras e eficazes. É nesse contexto que o jogo ganha um espaço
como a ferramenta ideal de aprendizagem, na medida que propõe estímulo ao interesse do aluno,
que como todo pequeno animal adora jogar e joga sempre principalmente sozinho e desenvolve
níveis diferentes de sua experiência pessoal e social. O jogo ajuda-o a construir suas novas
descobertas, desenvolve e enriquece sua personalidade e simboliza um instrumento pedagógico que
leva o professor à condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem.
O jogo está presente no cotidiano da criança que desenha, canta, rima, representa, chuta a
bola ou pula corda. Na verdade, para a criança quase toda atividade é jogo, e é por meio do jogo que
ela constrói grande parte de seu conhecimento. Quando isso acontece, a situação ensino-
aprendizagem fica caracterizada pelo aspecto lúdico e prazeroso em que o erro passa a ser aceito
naturalmente e a interação com o outro é espontânea. Por meio do jogo, do fazer, do brincar, do
representar, a criança experimenta "ir além", ultrapassa seus próprios limites, adquirindo autonomia
na aprendizagem.
Jogo lembra brinquedo e divertimento, todos gostam.
Jogar é executar as diferentes combinações existentes, manejar com certa agilidade e perícia
as suas peças. Os competidores sentem-se desafiados e têm como objetivo vencer. Para isso
necessitam decifrar regras e seguir caminhos, descobrir as artimanhas e os segredos embutidos nas
regras do jogo.
A dinâmica de um jogo pode ser modificada a qualquer instante por um planejamento
consciente dependendo do momento. O professor sabiamente aproveita situações. Assim o assunto
deixa de ser imposto e os interesses dos alunos respeitados. Cabe a ele dirigir e facilitar o diálogo
com firmeza, não permitindo devaneios, com o intuito de atingir as metas pré-determinadas. A
preocupação é chegar ao que se pretende ensinar.
Todo jogo é rico, quando bem explorado pedagogicamente, e adequado para os diferentes
ciclos de ensino, atingindo os objetivos vários, entre eles como trabalhar em equipe buscando o
desenvolvimento como pessoa crítica e criativa no exercício da cidadania.
Jogar simplesmente, sem ter como objetivo a aprendizagem de um conteúdo, á passar
tempo; o que não é proposta da escola e ainda desgasta o material.
Pensar que se possa mudar uma proposta educacional, apenas mudando as atividades, é no
mínimo um grande equívoco. O que marca a diferença, a virada de mesa, é a mudança de postura do
professor, é a sua concepção de aprendizagem.
Antes de decidir, planejar ou optar sobre o que fazer com sua turma de alunos, a professora
terá de saber para que fazer, se o que propõe desafia, se consiste num problema.
Propor jogos para os alunos e alunas é necessário e interessante; porém, se estes jogos são
planejados para "fixar ortografia", "repetir para decorar", não terá diferenças entre o "copiar do
quadro e seguir o modelo", que nos acostumamos ver em propostas de ensino baseadas em
concepções empiristas de aprendizagem.
Perguntas que deverão preceder ao planejamento das atividades da aula, serão:
-Qual o objetivo desta ação?
-Que desafio constitui para os alunos e alunas este tipo de atividade?
Dito isto, é importante ressaltar também que os sujeitos aprendem a escrever e a ler porque
escrevem e lêem. Aprendem por mergulhar no conjunto amplo de situações, conceitos,
procedimentos e representações simbólicas que compõem a escrita e a leitura. A escrita como se
vivencia no dia-a-dia, como aparece no mundo, com sua função social.
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