Cem Aulas Sem Tédio
Partindo da idéia acima, o educador pode fazer com que o aluno não só faça uma compreensão
(compressão?) de conceitos, mas, ao propor que ele se coloque no lugar de uma classe gramatical,
entenda a língua como um fato humano, recheado de coisas humanas, possibilitando, por isso e até,
que nos identifiquemos e que tenhamos afinidades com tais e tais classes. Experimente você: a que
classe você pertence como professor? À das conjunções, que não se cansam de estabelecer relações
aproximativas ou contemporizadoras? Podemos, por exemplo, pensar (como uma conjunçãO):
",..tenho uma importante tarefa a realizar. Além de dar sentido às diversas situações de vida, aproximo
idéias, sentimentos, atitudes e, até, por que não, os opostos." E um aluno que seja puro verbo, não é
aquele que diria: "Professor, o que vamos fazer agora? _mos jogar.?! Quero aula na rua. Deixa eu ler
o meu texto?" Muito diferente do interjeitivo aluno que não se cansa de admirar o mundo, como se a
cada olhar fosse tudo novo, e parece pensar: "Oh!" "Puxa!" "Ih...".
Solicite, assim, que cada aluno escolha uma classe gramatical e, a partir de uma pesquisa (que
dará consistência à reflexão), produza um texto, personificando a classe escolhida.
Variações:
* Numa proposta semelhante, tome por objeto as funções sintáticas.
* Faça um teatro tendo os fúnemas como personagens.
4. Um rio e seus afluentes
Irrigando o universo das palavras, o processo de derivação nos trouxe a imagem poética de um rio
e seus afluentes.
Capítulo importante no estudo da nossa língua, a formação das palavras nos dá uma idéia de
como e de onde elas se originam, ensinando o aluno a buscar o significado, ou seja, as idéias que
estão subjacentes nos significantes. Nada como uma aventura no planeta onde habitam os morfemas,
fazendo nossos alunos refletirem sobre a construção das palavras, através da exploração criativa dos
afixos (prefixos e sufixos). .
1. Selecione palavras cujo radical possibilite formações por derivação de outras palavras (terra:
enterrar! terráqueo/ terremoto/ enterrado/ terreiro/ desterro/ aterro/ etc.). É importante que sejam
radicais que permitam várias possibilidades de afixação.
2. Produza cartelas que contenham uma média de cinco dessas palavras. 3. Divida a turma em duplas
ou pequenos grupos, dando a cada grupo
uma canela. A partir das palavras nela contidas, cada grupo deverá produzir o maior número de
palavras derivadas. Combine que, para o desenvolvimento da atividade, os grupos terão um tempo
máximo de, por exemplo, 15 min.
4. Cada grupo deverá escrever em duas folhas ("duas vias"), no mínimo, as novas palavras.
Terminado o tempo, recolha as duas vias, entregando uma para um dos grupos rivais e ficando o
professor com outra. É hora de ser feita a "contabilidade" dos resultados.
5. De posse do dicionário, os grupos verificarão a correção das palavras que apresentarem
dúvidas e estiverem "sob suspeità' de não existirem. Faça:, então, como resultado, um inventário (no
quadro) das palavras que não estiverem dicionarizadas.
O jogo poderá terminar aqui, sendo computado o número de erros e acertos. Sugerimos, no
entanto, sensibilizar o aluno para que busque o significado daquelas palavras indicionarizadas,
tentando contextualizá-Ias.