John Locke, liberdade, John Stuart Mill e Jeremy Bentham, utilitarismo, prazer, dor.
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Added: Apr 16, 2014
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E.E. BATISTA RENZI INTRODUÇÃO À TEORIA DO INDIVÍDUO 2º BIMESTRE situação 5 PROF. MANOELITO FILOSOFIA
Conteúdos e temas: John Locke, liberdade, John Stuart Mill e Jeremy Bentham, utilitarismo, prazer, dor.
Competências e habilidades: A lmeja-se desenvolver a capacidade de refletir criticamente,a fim de capacitá-los a vivenciar a ação ética, moralmente aceita na sociedade. Para isso, é necessária a competência do reconhecimento do estatuto ético do indivíduo.
E stratégias: aulas expositivas e atividades de leitura e reflexão. R ecursos: textos para leitura conforme o que está sugerido nos Cadernos do Professor e do Aluno, dicionário de Filosofia e livros ou sites que fornecem biografia e bibliografia de filósofos.
AVALIAÇÃO Será avaliado: o comprometimento dos alunos em participar das discussões, em resolver os exercícios propostos, em entregar no prazo as atividades exigidas, as pesquisas como lição de casa, além do desempenho nas provas 1 e 2.
Após pesquisarem sobre a vida e a obra de John Locke, John Stuart Mill, Jeremy Bentham e o significado de alguns termos pertinentes ao tema proposto, como “Utilitarismo”, “Indivíduo”,“Contratualismo” e “Teoria Liberal”, Reflita sobre as seguintes questões:
1. O que diferencia você de seus colegas de classe? Você identifica algumas características que o distinguem de seu grupo de colegas e amigos? Quais são? 2. O que aproxima você de seus colegas? Você identifica algumas características que são comuns a você e seus colegas e amigos? Quais são?
Com base em um entendimento comum da nossa condição de indivíduos, vamos refletir sobre a nossa convivência em sociedade. Sabendo que cada indivíduo é único e tem suas particularidades.
Historicamente temos ampliado a necessidade de buscar liberdade, autonomia para realizar sonhos, desejos e fazer valer nossos interesses.
Mas como realizar as necessidades e os nossos desejos individuais na convivência com os outros que trazem consigo os próprios desejos e necessidades?
Com a valorização da subjetividade e com a elevação dos valores individuais, tornou-se importante justificar e argumentar acerca do indivíduo e da convivência. Afinal, o que leva o indivíduo a se organizar em sociedade?
Para responder a essa questão, vamos refletir sobre como viviam os “homens das cavernas”: Que ideia geralmente se tem sobre eles?
Na maioria dos casos, são apenas imagens estereotipadas, que os caracterizam como “violentos e brutos, preocupados apenas em satisfazer, imediatamente, seus desejos”. Existem outras ideias sobre os homens das cavernas, o que vocês pens am sobre isso?
Para John Locke, assim como para outros pensadores como Thomas Hobbes e Jean-Jacques Rousseau, os homens, antes de se organizarem em sociedade, viviam em uma situação chamada “estado de natureza”.
A hipótese de um período originário como esse tem o sentido de auxiliar a refletir sobre os motivos que levaram os homens a se organizar e viver em sociedade.
Locke entendia que, para compreender o poder político, deveríamos refletir sobre as motivações que teriam levado os homens a sair do estado de natureza e passar a viver em sociedade com a organização de governos e leis para regular suas relações.
Segundo Locke, no estado de natureza os homens eram livres e, dessa forma, não dependiam de outros homens para conduzir a pr ó pria vida.
Todos eram iguais, pois nenhum possuía nada a mais que o outro, recebendo todos as mesmas vantagens da natureza e as mesmas faculdades.
No estado de natureza, para Locke, os homens vivem em situa ç ão de paz. Por é m, quando um homem procura submeter o outro à sua vontade, instala-se o estado de guerra que s ó pode ser amenizado e/ou evitado com a adesão de todos os homens a um contrato.
Dessa forma, os governos são criados pelos homens para que a vida e a liberdade sejam garantidas. Contudo, se os governos falham nessa missão, os homens, segundo Locke, podem se revoltar.
Na qualidade de livres por natureza, podem contestar um governo injusto e não são obrigados a acatar as suas decisões.
D ireito natural e direito positivo: Esses dois conceitos são fundamentais para a sua formação cidadã.
O direito natural seria uma derivação da razão correta, assim como a natureza tem suas leis, o homem também teria, por natureza, as suas. Já o direito positivo seria o conjunto de leis que os homens criam para conviver em sociedade .
Em Locke, a liberdade, a propriedade e a vida são constitutivos do direito natural de cada indivíduo. No entanto, para mantê-lo, o homem precisa conviver com outros que têm o mesmo direito natural;
então, para que o convívio seja possível, os homens necessitam produzir leis positivas, no sentido de inventá-las, para manutenção desses mesmos direitos naturais.
Assim, com base no direito natural de cada um, cria-se o direito positivo a que todos têm de obedecer. Na filosofia de John Locke, há a valorização do indivíduo como agente histórico e jurídico.
Por isso, toda ação depende necessariamente do indivíduo, o tipo de governo que ele deixa existir, o tipo de relações sociais sob as quais viverá, o conhecimento que deverá produzir enfim, sua felicidade ou tristeza não competem mais ao rei ou ao senhor feudal, mas somente ao indivíduo.
O indivíduo utilitarista John Stuart Mill, Jeremy Bentham, Prazer, Dor.
O indivíduo concebido pelo utilitarismo se diferencia do indivíduo pensado por Locke.
Segundo Bentham [...] Prazeres e dores são instrumentos com os quais o legislador tem de trabalhar: é necessário, assim , que ele compreenda sua força, o que significa , novamente, conhecer seu valor.
Para um indivíduo considerando a si mesmo, o valor do prazer ou da dor considerados em si mesmos será maior ou menor, de acordo com as seguintes quatro circunstâncias: Sua intensidade; 2 . Sua duração; 3 . Sua certeza ou incerteza; 4. Sua proximidade ou distanciamento.
Essas são as circunstâncias que devem ser levadas em conta quando se estima prazer ou dor considerados em si mesmos separadamente.
Mas quando o valor de um prazer ou uma dor é considerado com o propósito de estimar a tendência de qualquer ato pelo qual é produzido, existem duas outras circunstâncias que devem ser observadas . São elas:
Sua fecundidade, ou a possibilidade de ser seguida por sensações do mesmo tipo, ou seja, prazeres , no caso de um prazer, dores, no caso de uma dor. Sua pureza, ou a possibilidade de não ser seguida por sensações do tipo oposto, ou seja, dores no caso de um prazer, prazeres, no caso de uma dor.
Para o utilitarismo , o homem é um ser que só é livre quando se desenvolve intelectualmente e é capaz de fazer escolhas morais, diferentemente dos preceitos de Locke, que afirmava a liberdade do homem com base na natureza.
Bentham não via coerência entre a teoria empirista de Locke e a doutrina do direito natural, pois, por não se tratar de um dado histórico, mostra-se insatisfatória.
A existência de tal contrato, fundado por meio de uma reconstituição hipotética e não tendo validade histórica, não poderia dar fundamento ao direito natural.
Bentham considerava ainda que, mesmo que o direito natural, reconhecido pelo contrato, tivesse fundamento histórico, não há qualquer garantia de que os homens agiriam segundo o direito natural e segundo o contrato que o reconhece.
Segundo Bentham, a única garantia de compromisso entre os homens ou que um contrato social poderia ter é de apresentar as vantagens da vida em sociedade.
Essa perspectiva leva ao entendimento de que a obediência às leis passa pela satisfação que pode ser proporcionada por ela.
Assim, Bentham acreditava que, em vez de apelarem ao direito natural e à ficção que promove a sua existência, os homens deveriam apelar para a utilidade de uma ação ou de uma norma.
Para o utilitarismo, o homem é um ser que necessita vivenciar seus desejos e, com isso, vivenciar o prazer, o fim último de todos os seres vivos. Ele é um ser passional, não apenas racional ou natural.
Para ajudar o homem, os utilitaristas pensaram em criar uma ciência moral tão exata quanto a Matemática, até mesmo para dar conta de um de seus problemas fundamentais, qual seja: Como alcançar o prazer, sem produzir dor?
De fato, quando se considera o prazer como finalidade ética, temos aquilo que se chama hedonismo. No entanto, o hedonismo utilitarista está fundamentalmente preocupado com a vida em sociedade. Portanto, a noção de prazer e dor deve ser compartilhada, surgindo dessa partilha a verdadeira moral.
Para o utilitarismo, prazer e utilidade são compatíveis,sendo que a utilidade depende da relação social.
John Stuart Mill, defensor da causa da liberdade, teve como mestre Jeremy Bentham. Ou seja, sua defesa da liberdade passava pelos princípios utilitaristas.
Contudo, a sua adesão ao utilitarismo não agregava todos os princípios pronunciados por seu mestre.
Para Mill, mais importante do que calcular quanto de felicidade é necessária para afastar-se da dor é saber como a felicidade é construída.