Brasil precisava de Trump por uma semana
Conflito
Iniciativa dos vereadores do PP de
Sombrio de promoverem reuniões co-
munitárias, visando a implantação de um
programa de regularização fundiária no
município, deverá dar pano para manga.
É que a mesma iniciativa foi uma das
bandeiras de campanha à reeleição do
prefeito Zênio Cardoso (PMDB), a quem
os progressistas fazem oposição. Para
embolar o meio de campo, dentro do
Governo do Estado quem possui recursos
para ajudar a bancar um projeto como
este é a Secretaria de Assistência Social,
Trabalho e Habitação, comandada pelo
deputado Valmir Comin (PP). Pela lógica,
a Secretaria teria que firmar convênio com
a Prefeitura de Sombrio para implantar
o projeto no município. Os vereadores
progressistas, no entanto, já disseram que
vão pleitear apoio de Comin, de quem são
correligionários, para a iniciativa deles.
Haja Social
Crise financeira nacional tem criado um
desdobramento que acaba contribuindo
para que as prefeituras se atolem ainda
mais, no que diz respeito a seus custos
fixos e também variáveis. É que por conta
do desemprego, e da pressão psicológica
motivada pela falta de recursos, as As-
sistências Sociais, e o setor de Saúde das
prefeituras têm sido muito reivindicados,
especialmente pelas famílias de baixa
renda. De um modo geral, os meses de
dezembro e janeiro sempre foram os
mais amenos para estes dois setores. Na
prática, a circulação maior de recursos no
mercado, motivada principalmente pelo
13º salário, acabava dando um refresco
para todos. O final de 2016 e o início
de 2017, no entanto, têm mostrado uma
outra realidade, com uma demanda social
equivalente aos dos demais meses do ano,
o que, por óbvio, onera, e muito, a admi-
nistração pública.
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“Participei da política por uns 30 dias. Foi o que me bastou
para saber que para estar nela é preciso ter estômago de
dragão”.
Silvio Santos (1930)
Apresentador e ex-candidato a Presidência da República
E
m cinco dias de governo,
novo presidente dos Estados
Unidos, Donald Trump, de-
sobstruiu gargalos administrativos que
há oito anos atravancavam o desenvol-
vimento de seu país. A grande maioria
deles ligados a obras de infraestrutura,
paradas há quase uma década por falta
de licença ambiental. Na mesma linha
desenvolvimentista, Trump rompeu
com um importante acordo comercial
que possibilitava com que produtos de
várias partes do mundo entrassem nos
EUA como se fossem produzidos no
próprio país, mediante o pagamento de
impostos comuns.
No Brasil medidas como estas são
vistas com antipatia pela população. Ali-
ás, todas as medidas que estejam focadas
na implantação de estrutura para o desen-
volvimento, ou na proteção de produtos
nacionais são vistas com antipatia pelos
brasileiros, que insistem em achar que o
que é de fora é melhor.
Se Trump fosse presidente do Brasil,
as ações que ele tem tomado resultariam
nos seguintes desdobramentos em nossa
região. A Serra da Rocinha, a Serra do
Faxinal e a Barragem do Rio do Salto,
por exemplo, já estariam concluídas. É
que estas três obras fundamentais para
o desenvolvimento de nossa região têm
se arrastado há anos por falta de licença
ambiental. Na mesma linha, a duplica-
ção da BR 101 teria sido feita de forma
muito mais rápida, e é provável que a
rodovia Interpraias também já estivesse
concluída. A visão de Trump é bastante
simplista: obras de grande porte geram
desenvolvimento e as suas realizações
geram emprego, fomentando a economia.
Já o protecionismo econômico de
Trump visa proteger a indústria nacional americana. A tendência é que ele rompa, um a um, com os acordos comerciais
internacionais firmados pelos EUA que
permitam a livre entrada de produtos
industrializados em solo americano.
Se Trump fosse presidente do Brasil,
muito provavelmente a indústria calça-
dista de nossa região ainda estaria plena-
mente atuante, com na década de 1980,
e na atualidade, a indústria da confecção
não estaria sob a ameaça da concorrên-
cia asiática, que, utilizando mão de obra
quase escrava, coloca produtos no Brasil
muito mais baratos do que os produzidos
no país.
Em princípio a análise pode parecer
simplória, já que a concorrência interna-
cional ajuda a manter a inflação sob con-
trole em qualquer país. O problema é que
esta abertura dos portos ‘as nações ami-
gas’ acaba com a indústria nacional e com
a possibilidade de sermos exportadores
em potencial, ao invés de compradores
em potencial. Dá trabalho produzir, é
lógico. Gera demanda e conflitos sociais,
mas nenhum país que se preze abre mão
de ter uma
indústria forte, no mínimo
para produzir coisas essenciais, como
são as roupas e os calçados. O governo
brasileiro, no entanto, prefere trazer tudo
da China. Trump não.
Além do mais, num país com uma
indústria forte, com infraestrutura sufi-
ciente para gerir seus próprios destinos,
acabaria sobrando dinheiro para investir
em educação, ciência e tecnologia. Por
conta disto, teríamos uma sociedade muito
mais evoluída tecnicamente, e é provável
que intelectualmente também. Não precisa
nem dizer que o pessoal de Brasília ficaria
muito chateado com isto.
Haja emenda
Deputados federais e estaduais do Sul do
Estado têm aproveitado o recesso par-
lamentar para visitar prefeitos de nossa
região. As visitas de cortesia, no entanto,
tem se transformado em reuniões de so-
licitação, onde tudo e mais um pouco é
postulado. Com os caixas das prefeituras
em frangalhos, e sem grandes expectativas
de convênios diretos com o Governo do
Estado ou Federal, os prefeitos acabam
recorrendo a emendas parlamentares junto
a deputados federais, ou as famosas cotas
que os estaduais possuem junto ao governo
de Raimundo Colombo (PSD). As princi-
pais reivindicações continuam sendo para
melhorias no setor viário, onde todos os
recursos, e mais um pouco, ainda parecem
ser pouco. Um dos problemas, no entanto, é
que, por conta da crise, mesmo as emendas
ou cotas têm ficado meses a fio nas gavetas
de quem libera os recursos.
PR com estadual
PR pode ter candidato a deputado estadual
aqui pelo Extremo Sul Catarinense em
2018. Informação é o do vice-prefeito de
Araranguá, Primo Júnior (PR), que é um
dos defensores da ideia. Ele, no entanto,
ressalta que seu nome está fora lista de
prováveis candidatos da sigla à Assembleia
Legislativa ano que vem. “Vou me dedicar
a meu mandato de vice-prefeito. Em re-
lação à candidatura, temos vários nomes
que estariam dispostos à disputa. Antes
de qualquer posicionamento, no entanto,
vamos analisar várias questões internas e
externas”, ressalta. De acordo com Primo
Júnior, o vereador araranguaense Adão
Vieira dos Santos, o Vidrinho (PR), que
ajudou a coordenar a campanha de Eder
Matos (ex-PR, hoje no PSB) à estadual em
2014, também não será candidato. “Ele vai
continuar o trabalho dele no legislativo e
eu o meu no executivo. Este é o projeto”,
ressalta o vice araranguaense.
Rolando Christian CoelhoRolando Christian Coelho
Jornal Correio do Sul
Quinta-Feira, 26 de Janeiro de 2017
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POLÍTICA