guardái-vos do anátema, para que não tomeis alguma coisa do que é anátema, movidos
pela cobiça, pois isso tornaria anátema o acampamento de Israel e traria sobre ele
confusão. Toda prata, todo ouro, todos objetos de bronze e de ferro serão consagrados a
Iahweh; entrarão no seu tesouro.”
O povo gritou com força e tocaram-se as trombetas. Quando o povo gritou ao ouvir os
sons das trombetas e a muralha ruiu por terra, e o povo subiu à cidade, cada qual no lugar
à sua frente, e se apossaram da cidade. Então consagraram como anátema tudo que havia
na cidade: homens e mulheres, crianças e velhos, assim como os bois, ovelhas e jumentos,
passando-os ao fio da espada.
A casa de Raab é preservada – Josué disse aos dois homens que haviam espionado a terra:
“Entrai na casa da meretriz e fazei essa mulher sair de lá com tudo o que lhe pertence,
conforme lhe jurastes.” Foram os jovens, os espiões, e fizeram sair Raab, seu pai, sua mãe,
seus irmãos e tudo o que lhe pertencia. Fizeram sair também toda a sua parentela e os
colocaram em lugar seguro, fora do acampamento de Israel.
Queimaram a cidade e tudo o que havia, exceto a prata, o ouro e os objetos de bronze e
de ferro, que foram entregues ao tesouro ao tesouro da casa de Iahweh. Mas Raab, a
meretriz, bem como a casa de seu pai e todos os que lhe pertenciam, Josué os salvou com
vida. E ela habitou no meio de Israel até hoje, porque escondera os mensageiros que
Josué enviara para espionar Jericó.
Que metáfora bíblica maravilhosa para ser examinada em seus aspectos simbólicos. Os
símbolos são sempre materiais, porém, o seu simbolizado é sempre muito espiritual.
Que mensagem espiritual o seu simbolizado nos trás? Talvez, como podemos resolver
nossos conflitos intransponíveis.
Nessa narrativa bíblica extraordinária, o povo se levantou contra uma barreira
inexpugnável externa, uma muralha. Era uma muralha que não podia ser derrubada ou
escalada por nenhuma tecnologia ao alcance daquele povo. A sorte deles, concluo, é que
não eram evangélicos, pois acreditaram que Deus orientara a Josué a fazer um ritual bem
simples, porém, sistemático, de marchar todos os dias em volta da muralha de Jericó, com
uma numeração cabalística e, carregando uma arca material, cheia de bens de valor
material que simbolizava uma “aliança” com Iahweh, como simbolizado espiritual.
Não fizeram nenhum ataque direto, pois sabiam de antemão que não seriam bem
sucedidos.
Finalmente, depois daquelas séries de marchas ritualísticas, dos toques das trombetas e
do grande grito uníssono, alguma coisa aconteceu: as muralhas caíram por terra.
Pergunto: alguém acredita que Paulo de Tarso teria dado ouvidos a essa sandice pagã de
ficar dando voltas em torno de uma muralha daquelas para que ela viesse a ruir do nada?
Talvez por isso, Deus não tirava o “espinho da sua carne”. Sua Graça lhe bastava!...
Estamos continuamente lutando contra obstáculos dentro de nós mesmos, que mais
parecem muralhas de Jericó, - impenetráveis!
Nossa mente consciente se depara com cada coisa que nos parecem intransponíveis! Na
verdade, só percebemos a devastação que fazem em nossa vida, no nosso sistema
emocional, trazendo-nos angústia e depressão. Aparentemente são insolúveis e injustas.
Ficamos paralisados, não conseguimos encontrar um caminho para seguir em frente, uma