Ato V Cena III
(Entram Albânia, Goneril, Regana, soldados.)
ALBÂNIA: Senhor, mostraste hoje tua linhagem valorosa e foste também guiado pela
sorte: fizeste prisioneiros os nossos inimigos na batalha que travamos. Eu os requisito
para que sejam tratados de acordo com seus atos e a nossa segurança.
EDMUNDO : Senhor, achei por bem enviar para a prisão, sob escolta segura, o velho e
desditoso Rei, cuja idade, e, ainda mais, seu título, têm um fascínio enorme, capaz de
atrair para seu lado o sentimento popular, podendo fazer com que as lanças de nossos
soldados se voltem contra nós, que os comandamos.
ALBÂNIA: Senhor, se me permite, nesta guerra eu o considero apenas um subordinado,
não um irmão.
REGANA: (Para Edmundo.) Faz soar os tambores e proclama que o meu título agora é teu.
ALBÂNIA: Espera um pouco; ainda não terminei: Edmundo, eu te prendo por alta traição:
e na acusação incluo essa serpente dourada... (Aponta Goneril.) Quanto à tua pretensão,
amável irmã, me oponho a ela no interesse de minha mulher: ela tem um contrato secreto
com este senhor e eu, marido dela, impugno os teus proclamas: Se queres te casar, faz a
mim a corte: minha mulher já está comprometida…
REGANA: Meu mal-estar aumenta.
ALBÂNIA: Ela não está passando bem; levem-na para minha tenda. (Sai Regana,
amparada. Entra um arauto.) Aproxima-te, arauto. Soa tua trompa e lê isto em voz alta.