La caverna de los antepasados

De Lobsang Rampa

1. C A P I T U L O
I
L a t a r d e e r a c á l i d a , d e l i c i o s a ; i n u s i t a d a m e n t e c á l i d a p a r a l a
é p o c a d e l a ñ o . L a s u a v e f r a g a n c i a d e l i n c i e n s o , e l ev á n d o s e

2. d u l c e m e n t e e n l a a t m ó s f e r a q u i e t a , l l e n a b a n u e s t r o e s p í r i t u
d e c a l m a . E n v u e l t o e n u n a g l o r i o s a a u r e o l a , e l s o l s e
o c u l t a b a e n l a l e j a n í a , t r a s l a s a l t a s c i m a s d e l H i m a l a y a ,
d e j a n d o t e ñ i d o s d e p ú r p u r a , c o m o u n p r e s a g i o d e l a s a n g r e
q u e s a l p i c a r í a e l T i b e t e n l o s d í a s f u t u r o s , l o s p i c a c h o s l l e-
n o s d e n i e v e .
L a s s o m b r a s s e a c e n t u a b a n p o c o a p o c o d e s l i z á n d o s e h a s t a
l a c i u d a d d e L h a s a d e s d e l a s c u m b r e s g e m e l a s d e P o t a l a y
d e n u e s t r o C h a k p o r i . B a j o n o s o t r o s , h a c i a l a d er e c h a , u n a
t a r d í a c a r a v a n a d e m e r c a d e r e s d e l a I n d i a , r ec o r r í a
l e n t a m e n t e s u c a m i n o h a c i a P a r g o K a l i n g , l a P u e r t a d e
O c c i d e n t e . E l ú l t i m o d e a q u e l l o s d e v o t o s p e r e g r i n o s , l l e n o
d e u n a p r e m u r a i n c r e í b l e , s e a p r e s u r a b a c o n e l d e s e o d e
r e c o r r e r s u c a m i n o h a s t a L i n g k o r R o a d , c o m o s i s i nt i e r a e l
t e m o r d e v e r s e e n v u e l t o e n l a o s c u r i d a d a t e r c i o p el a d a d e l a
n o c h e , y a m u y c e r c a n a .
E l K y i C h u , o R í o V e n t u r o s o , d i s c u r r í a f e l i z e n s u i n-
t e r m i n a b l e v i a j e h a c i a e l m a r , l a n z a n d o n í t i d o s d e s t e l l o s d e
l u z c o m o u n t r i b u t o a l d í a q u e a g o n i z a b a . L a c i u d a d d e
L h a s a b r i l l a b a c o n e l d o r a d o r e s p l a n d o r d e l a s l á m p a r a s d e
g r a s a . D e s d e e l c e r c a n o P o t a l a s e e s c u c h ó e l s o n i d o d e u n a
t r o m p a a n u n c i a n d o e l o c a s o y s u s n o t a s v o l a r o n y s e m u l-
t i p l i c a r o n c o n e l e c o p o r t o d o e l V a l l e , c h o c a n d o c o n t r a l a
s u p e r f i c i e d e l a s r o c a s y r e g r e s a n d o h a s t a n o s o t r o s c o n u n a
c a d e n c i a d i s t i n t a .

3. 1 0 LOBSANG RAMPA
Y o c o n t e m p l é l a e s c e n a f a m i l i a r , e l P o t a l a , c e n t e n ares de
ventanas iluminadas como si los monjes de todos los grados
estuvieran atendiendo sus postreras tareas del día. En la parte
superior del inmenso edificio, junto a las Tum b as Do rad as , un a
figu ra s o litaria, ais lad a y remo t a, p arecía es tar observ án dolo
to do. Cuando los débiles rayos d el sol se ocultaron detrás de la
muralla de montañas, sonó de n u e v o u n a t r o m p a y e l
p r o f u n d o r u m o r d e u n c á n t i c o b rotó desd e el templo. Los
últimos ves tigios d e luz se desv an ec iero n ráp id am en t e y,
ráp id amen t e, las es tr ellas d el c ie lo s e t r o c a r o n en u n
re s p la n d o r d e jo ya s b ri ll an d o s ob r e u n m a r c o d e p ú r p u r a . U n
m e t e o r o c r u z ó e l c i e l o r elampagueando, convirtiéndose después
en un estallido postrero de gloria, antes de caer sobre la tierra
extinguiéndose en un puñado de humo y de cenizas.
—¡Hermosa noche, Lobsang! — dijo una voz querida.
—Realmen te es una hermosa noche — respondí ponién d o m e e n
p i e r á p id a m e n t e p a r a s a l u d a r a l L a m a M i n g y a r Dondup.
Se s en tó jun to a un muro y me invitó a s en tarme a su lado.
Señalando hacia arriba, me dijo:
— ¿ T e h as d a d o c u e n t a d e q u e l a s p e r s o n a s , t ú y y o , tenemos
cierta semejanza con todo eso?
Le contemplé silencioso sin comprender qué semejanza p o d í a
e x i s t i r e n t r e n o s o t r o s y l a s e s t r e l l a s . E l L a m a e r a a l t o , b i e n
p a r e c i d o y c o n u n a n o b l e c a b e z a . ¡ A p e s a r d e todo no
encontraba ningún parecido entre él y las estrellas! Él sonrió ante
mi expresión perpleja.
— C o m o s i e m p r e , e r e s l i t e r a l , L o b s a n g , l i t e r a l . Q u i s e decirte
que las cosas no son necesariamente lo que parecen s e r . S i
e s c r i b e s : " ¡ O m ! m a - n i p ad - m e H u m "
1
e n c a r a c t eres tan
enormes que a las personas que pueblan el Valle de Lhasa les
resulte imposible leerlos, su propia grandiosidad impedirá que
éstos puedan captarlo.
S e in terr ump ió y me miró p ara as eg ura rs e d e q ue e ra capaz de
seguir sus explicaciones. Después continuó:
— L o m i s m o s u c e d e c o n l a s e s t r e l l a s . S o n " t a n g r a n-
1. Fórmula sagrada, iniciada con la sílaba mágica "OM", que
debe repetirse intermitentemente hasta conseguir el vacío mental y la unión con la

4. divinidad. (N. del T.)

5. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 11
d e s " q u e n o p o d e m o s c o m p r e n d e r l o q u e f o r m a n e n t r e todas.
L e m i r é c o m o a a l g u i e n q u e d e p r o n t o h a p e r d i d o l a r a z ó n . ¿ L a s
e s t r e l l a s " f o r m a n d o a l g o " ? ¡ L a s e s t r e l l a s e r a n — e s o — " e s t r e l l a s " !
D e s p u é s p e n s é e n l a p o s i b i l i d a d d e e s c r i b i r c o n c a r a c t e r e s t a n g r a n d e s
c o m o p a r a l le n a r t o d o el Valle, hasta el pu nto de que su pr opio tama ño
los hiciera ilegibles. Él siguió hablando con su voz suave.
— P i e n s a q u e t ú m i s m o d i s m i n u y e s y d i s m i n u y e s d e t a m a ñ o h a s t a
l l e g a r a s e r t a n p e q u e ñ o c o m o u n g r a n o d e a r e n a . ¿ C ó m o p o d r í a v e r t e
y o e n t o n c e s ? I m a g i n a q u e a ú n t e ha ce s m á s peq ue ño , t a n pe qu e ño q ue
inclu so el g ra no de a r e n a f u e r a p a r a t i t a n g r a n d e c o m o u n m u n d o .
E n e s e ca so , ¿q ué alca nz ar ía s a ver de m i pe r sona ? — Se int er r u mp i ó y
m e o b s e r v ó c o n s u m i r a d a p e n e t r a n t e — . ¿ B i e n ? — preguntó —, ¿qué es
lo que podrías llegar a ver?
M e s e n t é a s o m b r a d o , c o n e l c e r e b r o v a c í o d e t o d o p e ns a m i e n t o ,
b o q u i a b i e r t o c o m o u n p e z a l q u e a c a b a r a n d e pescar.
— L o ú n i c o q u e v e r í a s , L o b s a n g — d i j o e l L a m a — e s u n g r u p o
i n m e n s o d e m u n d o s d i s p e r s o s q u e r u e d a n e n l a o s c u r i d a d . P o r q u e
c o m o c o n s e c u e n c i a d e t u p e q u e ñ e z f ís i ca , pe r c i bi r ía s la s m olé cu la s de
m i c u e r p o c om o m u nd o s a i s l a d o s , s e p a r a d o s u n o s d e o t r o s p o r
e s p a c i o s e n o r m e s . V e r í a s m u n d o s g i r a n d o u n o s e n t o r n o a o t r o s .
V e r í a s " s ole s" qu e se r ía n en r ea lida d la s m olé cu la s de cie r t os ce nt r os
psíquicos. ¡Verías un "universo"!
M i c e r e b r o e s t a l l a b a . H u b i e r a j u r a d o q u e l a " m a q u in a r i a " q u e
e s t á s o b r e m i s c e j a s s e e s t r e m e c í a c o n v u l s i v am e n t e b a j o e l e s f u e r z o
q u e m e v e í a o b l i g a d o a h a c e r p a r a alcanzar tan extraño, tan excitante
conocimiento.
M i M a e s t r o , e l La m a M i n g y a r D o n d u p , s e i n c l i n ó h a c i a mí y,
suavemente, me hizo alzar la cabeza.
— ¡ L o b s a n g ! — m u r m u r ó r i e n d o — . T u s o j o s s e e s t á n e x t r a v i a n d o
e n u n e s f u e r z o p o r s e g u i r m e . — S e s e n t ó , i ncliná ndo se ha cia a tr á s,
r ie ndo , co nce dié ndom e u nos inst a nt e s p a r a q u e m e r e c u p e r a r a u n p o c o
d e m i t u r b a c i ó n . De spués me dijo —: Mira el tejido de tu manto. ¡Pálpalo!

6. 12 LOBSANG RAMPA
A s í l o h i c e y m e s e n t í c o m o u n e s t ú p i d o a l t e n e r c o nciencia de mis
vieja s y andra josas ve st idura s. Dijo entonce s el Lama:
E s t e l a . S u a v e a l t a c t o . N o e s p o s i b l e v e r a
t r a v é s d e e l l a . P e r o i m a g i n a q u e l a v e s a t r a v é s d e u n c r i s t a l d e a u-
m e n t o q u e l a m u e s t r a d i e z v e c e s m a y o r d e l o q u e t u s o j o s t e d i c e n .
P i e n s a e n l a s he b r a s d e l a l a n a d e y a k e im a g i n a q u e v e s c a d a h e b r a
a u m e n t a d a d i e z v e c e s . S i n d u d a a l g un a , v e r í a s l a l u z e n t r e l a s h e b r a s .
P e r o m u l t i p l i c a s u s d im e n s i o n e s p o r u n m i l l ó n y p o d r á s c a b a l g a r
s o b r e e l l a s , ¡a no ser que su inmensidad te impida abarcarlas!
A n t e e s a s e x p l i c a c i o n e s , e m p e z a b a a c o m p r e n d e r e l sent ido de su s
pa labra s. A sentí pensativo, m ient ras el La ma proseguía:
¡ C o m o s i f u e r a s u n a m u j e r v i e j a y
d e c r é p i t a !
— ¡ S e ñ o r ! — r e s p o n d í a l f i n — . E n e s e c a s o , l a v i d a e n t e r a n o e s
m á s q u e u n a g r a n e x t e n s i ó n d e e s p a c i o a c r ibillado de mundos.
L a c o s a n o e s t a n " s e n c i l l a " — r e s p o n d i ó
— , p e r o p o n t e c ó m o d o y t e c o m u n i c a r é a l g u n o s d e l o s c o n o c i m i e nt o s
q u e h e m o s p o d i d o d e s c u b r i r e n l a C a v e r n a d e l o s A ntepasados.
— ¡ L a C a v e r n a d e l o s A n t e p a s a d o s ! — e x c l a m é l l e n o d e a v i d e z y
c u r i o s i d a d — . ¡ V a s a h a b l a r m e a c e r c a d e e s a s cosas y de la Expedición!
¡ S í ! ¡ S í ! — m u r m u r ó — . P i e n s o h a c e r l o ;
p e r o , e n p r i m e r l u g a r , e s p r e c i s o q u e h a b l e m o s de l H o m b r e y d e l a
V i d a , t a l c o m o l o s c o n c e b í a n l o s A n t e p a s a d o s e n l a é p o c a de la Atlántida.
Y o s e nt í a d e n t r o d e m i e s p í r i t u e l m a y o r i nt e r é s p o r la C a v e r n a d e
l o s A n t e p a s a d o s , d e s c u b i e r t a p o r u n a e x p e d ic i ó n d e g r a n d e s l a m a s , y
q u e c o n s t i t u í a u n d e p ó s i t o f a b uloso de cie ncia y de m áq u ina s
pr oce de nte s de u na é poca e n q u e l a T i e r r a e r a t o d a v í a j o v e n . C o m o
c o n o c í a a m i m a e st r o, co m pr e nd ía q u e e r a in ú t i l a br ig a r la e sp e r a nz a de
q u e m e r e l a t a r a e s a h i s t o r i a h a s t a q u e é l l o c o n s i d e r a r a o p o rt u no , y
e se m om e nt o n o p a r e cí a ha be r l le g a d o t o da ví a . La s estrellas brillaban sobre
nosotros en todo su esplendor, le-

7. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 13
v e m e n t e m i t i g a d o p o r e l a ir e e xt r a ñ o y p u r o d e l T i b e t . L a s lu c e s i b a n
a pa g á n d o se u n a ot r a s o t r a e n l o s T e m p l o s y e n l a s L a m a s e r ía s . E l a i r e
n o c t u r n o t r a n s p o r t a b a , de s d e la l ej a n í a , e l g e m i d o l a s t i m e r o d e u n
p e r r o y l o s l a d r i d o s c o n q u e l e r e s p o n d í a n l o s p e r r o s d e la a l de a d e
" S h o " , s i t u a d a s o br e no s ot r o s . La n o ch e e st a b a se r e n a , in c lu so p lá ci da ,
y n i n g u n a n u b e o s c u r e c í a e l r o s t r o r e c i é n a p a r e c i d o d e l a lu na . La s
cint as de ora cione s pendían, la cias e inanima da s, de sus mástiles. Hasta
nosotros llegaba el débil repiqueteo de u n M o l i n o d e P l e g a r i a s a l q u e
a l g ú n m o n j e p i a d o s o , d o m in a d o p o r l a s u p e r s t i c i ó n e i n c a p a z d e t e n e r
c o n c i e n c i a d e l a R e a l i d a d , h a c í a g i r a r , c o n l a e s p e r a n z a i n ú t i l d e
c o nseguir los favores de los Dioses.
E s c u c h a n d o a q u e l r u i d o , e l L a m a , m i M a e s t r o , d i j o sonriendo:
— C a d a c u a l a c t ú a d e a c u e r d o c o n s u s c r e e n c i a s y c o n su s
ne ce si da de s. La s g a la s de la s cer e m onia s r e lig iosa s sirv e n a m u c h o s d e
c o n s u e l o y n o s o t r o s n o d e b e m o s c o n d ena r a a qu e llos qu e toda vía no
ha n sido ca pa ce s de re cor r er u n trecho su ficiente del Cam ino o que no
pue de n soste ner se e n p i e s i n m u l e t a s . L o b s a n g , q u i e r o h a b l a r t e a h o r a
d e l a naturaleza del Hombre.
Y o m e s e n t í a m u y c e r c a d e " a q u e l " h o m b r e , e l ú n i c o q ue ha bía
m ost ra do , e n mu cha s oca sione s, con side ra ció n y a m or ha ci a m í . Le
e s cu ch é a t e nt a m e nt e c on e l de s e o d e no d e f r a u d a r l a f e q u e e n m í t e n í a .
D e b o d e c i r , s i n e m b a r g o , q u e a s í f u e a l p r i n c i p i o , p e r o e n s e g u i d a m e
d i c u e n t a d e q u e e l t e m a e r a f a s c i n a n t e , y e nt o n c e s l e e s c u c h é c o n u na
avidez realmente irreprimible.
— L a t o t a l i d a d d e l m u n d o e s t á c o n s t i t u i d a p o r u n a m a s a d e
v i b r a c i o n e s . T o d a l a v i d a y t o d o l o i n a n i m a d o t ie ne su or ige n en e sa s
vibr a cione s . Ha sta los pode r oso s Him a l a y a s — d i j o e l L a m a — s o n
s o l a m e n t e u n c o n j u n t o d e p a r t íc u la s a is la da s e n e l e sp a c io q u e n o
pu e de n lle g a r a t oca r se u na s a ot r a s . El m u nd o , e l U ni ve r so , e st á
co m pu e st o p o r e s a s d i m i n u t a s p a r t í c u l a s e n t o r n o a l a s c u a l e s d a n
vu e lt a s si n c e s a r ot r a s p a r t íc u la s s e m e ja nt e s. To d o c u a n t o existe está
compuesto de torbellinos de mundos que giran

8. 14 LOBSANG RAMPA
u n o s e n t o r n o a o t r o s , d e l a m i s m a m a n e r a q u e e l s o l e s t á c i r c u n d a d o
d e m u n d o s q u e , s i e m p r e a la m i s m a d i s t a n c i a , sin llegar a tocarse nunca,
giran alrededor de él.
S e i n t e r r u m p i ó y m e m i r ó , t a l v e z p r e g u n t á n d o s e s i comprendía sus
explicaciones, que yo seguía fácilmente.
— L o s e s p í r i t u s q u e n o s o t r o s , l o s v i de n t e s , v e m o s e n e l t e m p l o —
p r o s i g u i ó — s o n p e r s o n a s , p e r s o n a s v i v a s , q u e h a n a b a n d o n a d o e s t e
m u n d o , p a s a n d o a u n e s t a d o e n e l que sus moléculas se mantienen tan
ampliamente separadas q u e e l " e s p í r i t u " p u e d e a t r a v e s a r e l m u r o m á s
c o m p a c t o s i n r o z a r u n a s o l a m o l é c u l a d e l a s q u e c o m p o n e n l a m a-
teria.
H o n o r a b l e m a e s t r o — p r e g u n t é y o e n t o n c e s
— , ¿ p o r q u é , c u a n d o u n " e s p í r i t u " p a s a j u n t o a n o s o t r o s r o z á n d onos,
nos sentimos desasosegados?
— C a d a m o l é cu l a , c a d a p a r t í c u la d e e st e s i s t e m a " s o l a r y p la ne t a r io"
e st á c a r g a da d e e le ct r i ci d a d , d e u na e le ct r ic id a d d i s t i n t a a l a q u e e l
H o m b r e e s c a p a z d e p r o d u c i r c o n s u s m á q u i n a s , d e u n a e le c t r i c i d a d
m á s s u t i l . E s la e l e c t r ic i d a d q u e , a l g u n a s n o c h e s , p o d e m o s o b s e r v a r e n
e l c i e l o . D e l a m i s m a m a n e r a q u e l a T i e r r a t i e n e l a s L u c e s S e p t e n-
t r i o n a l e s o A u r o r a s B o r e a l e s , t e m b l a n d o e n l o s P o l o s , l a m e n o r
p a r t í c u l a d e m a t e r ia t i e ne s u s " L u c e s S e p t e nt r i o n ale s " . S i u n e s pí r i t u se
a ce r c a de m a s ia do a n o so t r os , p r o duc e u n l e v e t e m b l o r e n n u e s t r a a u r a
p s í q u i c a y é s a e s l a causa de que sintamos ese desasosiego.
N o s e n v o l v í a l a n o c h e s i l e n c i o s a , c u y a c a l m a n o e r a tu r ba da por
la me nor rá fa g a de vie nt o. Sola me nte en pa íse s como el Tibet existe esta clase
de silencio.
E n t o n c e s , e l a u r a p s í q u i c a q u e p o d e m o s v e r e n
o c asiones, ¿es una carga eléctrica? — le pregunté.
S í — r e s p o n d i ó m i M a e s t r o , e l L a m a M i n g y a r
D o nd u p — . F u e r a d e l T i b e t , e n o t r o s p a í s e s d o n d e l o s c a b l e s
eléctricos de alt o volta je lle na n t odas su s regiones, los especi a l is t a s d e la
in du st r ia e lé ct r i ca ha n p od i d o o bs e r va r y r ec o n o c e r l a e x i s t e n c i a d e u n
" h a l o l u m i n o s o " . C o m o c o n s ec u e n c i a d e e s t e " h a l o l u m i n o s o " , l o s

9. c a b l e s p a r e c e n e s t a r circundados por un anillo o aura de luz azulada. En la os-

10. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 15
c u r i d a d , e n l a s n o c h e s h ú m e d a s , s e p u e d e d i s t i n g u i r c o n m a y o r
cl a r id a d , p e r o, na t u r a lm e nt e , a q u e ll o s q u e t ie ne n la facultad de verlo saben
que está allí noche y día.
Me miró con aire reflexivo.
— C u a n d o v a y a s a C h u n g k i n g p a r a e s t u d i a r m e d i c i n a , p o dr á s
u t il iz a r u n a pa r a t o de t e ct or de la s on d a s e lé c t r ic a s d e l c e r e b r o . T o d a l a
V i d a , t o d o c u a n d o e x i s t e e s t á c o mpuesto de electricidad y vibraciones.
— ¡ M e s i e n t o p e r p l e j o ! — l e r e s p o n d í — , p o r q u e ¿ c ó m o p u e d e s e r l a
V i d a v i b r a c i ó n y e l e c t r i c i d a d ? S o y c a p a z d e c o m p r e n de r u n o d e e st o s
c o n ce p t o s , p e r o m e e s i m p o s i b l e comprender los dos.
— ¡ P e r o m i q u e r i d o L o b s a n g ! — r e p l i c ó e l L a m a r i e nd o — . ¡ N o
p u e d e h a b e r e l e c t r i c i d a d s i n v i b r a c i ó n , s i n m ov i m i e n t o ! P u e s t o q u e e s
e l " m o v i m i e n t o " e l q u e g e n e r a l a e l e c t r i c i d a d , a m b o s e s t á n
í n t i m a m e n t e v i n c u l a d o s . — O bs e r v ó m i g e s t o de p e r p l e j i d a d y , g r a c i a s
a s u p o d e r t e le p át i c o , p u d o l e e r m i s p e n s a m i e n t o s — . ¡ N o — d i j o — ,
" n o podr á g e ne ra r la cua lq u ie r" vi br a ción! Va s a per m it irm e qu e t e
e x p o n g a l a s c o s a s d e l a s i g u i e n t e f o r m a : I m a g í n a t e u n t e c la d o
r e a lm e n t e g i g a n t e s c o q u e s e e x t ie n d a h a s t a e l i n f in i t o . L a v i b r a c i ó n q u e
n o s o t r o s c o n s i d e r a m o s c o m o s ó l i d a e st a rá re pr e se nt a da por u na de la s
nota s de e se te cla do. La s ig u ie nt e po d r í a r e p r e se nt a r e l s o ni d o y la
si g u ie nt e a é st a la v is i ón . La s de m á s n ot a s i nd i ca r ía n lo s s e n t im ie n t o s ,
lo s se nt i d os , l os d e s ig ni o s q u e no p od r e m o s co m p r e nd e r m ie ntr a s
per m a nez ca m os s obr e la t ie r ra . U n pe r r o t ie ne la ca pacida d de e scucha r
notas má s a ltas que los se res hu manos y u n s e r h u m a n o p u e d e
e s c u c h a r n o t a s m á s b a j a s q u e u n pe r r o . C a be la p o si b il i da d de h a b la r
a u n pe r r o e n u n t on o ta n a lt o q ue él oy e pe r fe ct am e nte , pe r o q ue los
ser e s hu man o s n o p u e d e n o í r . D e i d é n t i c a m a n e r a , l o s s e r e s d e l l l a-
m a d o M u n d o E s p i r i t u a l p u e d e n c o m u n i c a r s e c o n l o s q u e t oda vía e stá n
en e st a Tie r ra , si los te r r ícola s pose e n e l don especial de la "clariaudición.
El La m a hiz o u na br e ve pa u sa y s onr ió le nt am e nte . — T e e st o y
p r i v a n d o d e t u s u e ñ o , L o b s a n g , p e r o p o d r á s descansar por la mañana. —
Señaló las estrellas que brilla-

11. 1 6 LOBSANG RAMPA
b a n i n t e n s a m e n t e e n m e d i o d e l a ir e l i m p i o d e la n o c h e — . De s de q u e
t u ve la o po r t u ni d a d de vi s it a r la C a ve r na de lo s A nt e pa sa dos y de pr oba r
los ma r a villoso s inst ru m e nt os q ue s e ha n m a nt e ni d o a ll í, in t a c t o s , de sd e
la é po ca de l a A t lá nt i d a , m e c o m p l a z c o a v e c e s e n d e j a r v o l a r m i
i m a g i n a c i ó n co n cie r t a s ir on ía s. I m a g in o q u e e xi st e n do s cr ia t u r a s int e-
lige nte s , pe r o aú n m á s peq ue ña s q ue el m á s peq u e ño de los i n f u s o r i o s .
N o i m p o r t a l a f o r m a q u e t e n g a n . B a s t a c o n s upo ner q ue pose e n
inte lige ncia e inst ru m e nt os insu pe r a ble s . I m a g í na la s e r g u i da s s o br e u n
e s pa ci o a b ie r t o de su pr o pi o u n i v e r s o i n f i n i t e s i m a l , ¡ l o m i s m o q u e
n o s o t r o s e n e s t e m om e n t o ! " ¡ A h , q u é h e r m o s a n o c h e ! " , e x c l a m ó A y ,
c o n t e mp l a n d o e l c i e l o a n s i o s a m e n t e . " S í " , r e s p o n d i ó B e h , " n o s i nc i t a a
i n t e r r o g a r n o s s o b r e e l s e n t i d o d e l a V i d a , s o b r e l o q u e s o m o s y h a c i a
d ó n de v a m o s " . A y , r e f l e x i v o , se g u ía c o nt e m p l a n d o l a s e s t r e l l a s q u e
a t r a v e s a b a n e l c i e l o e n u n a r o n d a i n t e r m i n a b l e . " L o s m u n d o s
i n f i n i t o s . M i l l o ne s , b i l l ones de mu ndos. Siento curiosida d por sa ber
cuá nt os podr án e st a r ha bi t a d o s ." " ¡Q u é t o nt e r ía ! ¡T u s pe ns a m ie n t o s so n
sac r í l e g o s y r i d í c u l o s ! " , f a r f u l l ó B e h . " S a b e s p e r f e c t a m e n t e que
sola mente existe vida en nue str o mundo. ¿Acaso no nos h a n d i c h o l o s
s a c e r d o t e s q u e e st a m o s he c h o s a I m a g e n d e Dios? Ent once s, ¿ cóm o
pue de e xist ir ot ra vi da a no se r q ue s e a e x a c t a m e n t e i g u a l a l a n u e s t r a ?
N o , e s i m p o s i b l e . ¡ E st á s pe r di e n d o la r a z ón !" A y , m a l hu m or a do ,
m ie nt r a s se a lej a b a , m u r m u r ó c o m o h a b l a n d o c o n s i g o m i s m o :
" ¡ P u e d e n estar equivocados!, ¿sabes? ¡Pueden estar equivocados!"
El Lama Mingyar Dondup me sonrió y añadió:
— T e n g o u n a s e g u n d a p a r t e d e e s t a h i s t o r i a . E s c úchala:
— E n a l g ú n l a b o r a t o r i o r e m o t o , f r u t o d e u n a c i e n c i a q u e n o s o t r o s
n o h e m o s p o d i d o n i s o ñ a r , d o t a d o d e u n o s m icroscopios de u n poder
incr eíble, hay dos científicos. Uno d e e llo s e st á se nt a do a nt e su m e sa de
t r a b a j o; co n lo s o jo s p e g a d o s a u n s u p e r m i c r o s c o p i o , o b s e r v a
a t e n t a m e n t e . S e s o b r e s a lt a de p r o n t o y , c o n g r a n e st r é p i t o e m p u j a s u
s i l l a s o b r e e l p i s o e n c e r a d o . " ¡ M i r a , C h a n ! " , g r i t a l l a m a n d o a su
Ayudante. "¡Ven y mira esto!" Chan se levanta de un

12. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 17
sa lt o y a cu d e r á p id a m e nt e a l la d o d e su e x ci t a d o Je fe , se nt á n d o s e a n t e
e l m i c r o s c o p i o . " T e n g o l a m i l l o n é s i m a p a r t e d e u n g r a m o d e s u l f u r o
d e p l o m o e n l a p l a t i n a " , d i c e e l je f e . " O b s é r v a l o . " C h a n s e a da p t a l o s
c o n t r o l e s y la n z a u n s i l b i d o d e a d m i r a c i ó n . " ¡ A h ! " , e x c l a m a . " E s l o
m i s m o q u e c o n t e m p l a r e l u n i v e r s o a t r a v é s d e u n t e l e s c o p i o . ¡ U n s o l
r e s p l a n d e c i e n t e ! ¡ ó r b i t a s d e p l a n e t a s . . . ! " E l J e f e h a b l a p e n s a t i v o .
" M e g u s t a r í a s a b e r s i p o d r e m o s c o n s e g u i r l o s a u m e n t o s n e c e s a r i o s
p a r a a l c a n z a r a v e r u n m u n d o d e i nd i v i d u o s . ¡ M e p r e g u n t o s i « a h í »
h a b r á « v i d a » ! " " ¡ T o n t er í a s ! " , d i c e C h a n b r u s c a m e n t e . " N o c a b e
d u d a d e q u e « a h í » n o h a y v i d a c o n s c i e n t e . N o « p u e d e h a b e r l a » . L o s
s a c e r d o t e s n o s h a n d i c h o q u e n o s o t r o s e s t a m o s h e c h o s a i m a g e n de
Di os . ¿ C óm o, e n t o nc e s , p u e de e xi st ir «a h í» V id a inteligente?"
La s e str e lla s r e cor r ía n su s ór bita s infi nita s , et er na s, sob r e n o s o t r o s .
E l L a m a M i n g y a r D o n d u p , s o n r i e n d o , b u s c ó e n t r e s u s v e s t i d u r a s y s a c ó
u na c a j a de c e r i l l a s , u n a u t é nt i c o t e s o r o q u e h a b í a s i d o t r a í d o d e l a
I n d i a l e j a n a . P a r s im o n i o s a m e n t e , e x t r a j o u n a c e r i l l a y l a s o s t u v o e n t r e
s u s dedos.
— ¡ V o y a m o s t r a r t e l a C r e a c i ó n , L o b s a n g ! — d i j o j ovialmente.
D e s p u é s f r o t ó l a c e r i l l a s o b r e l a p a r t e d e l a c a j a d e st i n a d a a l
a f e c t o y m e l a m o s t r ó , c o n v e r t i d a e n u n a l l a m ara da , ent ra nd o e n la
vida lle na de fu lg or e s. Ent on ce s so pló sobre ella y la apagó.
— C r e a c i ó n y d i s o l u c i ó n — d i j o — . L a c e r i l l a e n c e n d id a e m i t e
m i l l a r e s d e p a r t í c u l a s q u e e s t a l l a n y s e a l e j a n u na s de o t r a s . C a da
u na de e l la s e s u n m u n do a i sl a d o y la t o t a l i d a d d e e s o s m u n d o s
c o n s t it u y e e l U n i v e r s o . Y e l U n iv e r s o m u e r e c u a n d o l a l l a m a s e
e x t i n g u e . ¿ P u e d e s a c a s o a s e g u r a r m e q u e e n e s o s m u n d o s l a v i d a n o
e x i s t e ? — L e m i r é v a c i l a n t e , s i n s a b e r q u é r e s p o n d e r le — . S i e s o s m u n-
d o s e x i s t i e r a n , L o b s a n g , y h u b i e s e v i d a e n e l l o s , p a r a e s a V i d a , la
d u r a c i ó n d e e s o s m u n d o s ha b r í a s i d o d e m i l l o n e s de años . ¿ Som os
" nosot r os" sola m e nte u na ce r illa qu e pr e nde de pronto? ¿Estamos aquí
viviendo con nuestras alegrías

13. 18 LOBSANG RAMPA
y nue st r a s tr iste z a s — ¡sobr e t odo , tr ist ez a s! — ima g ina ndo q u e e st e
m u n d o no t e r m i na r á nu n c a ? Re fl e x io na t o d o cu a nto te he dicho y mañana
seguiremos hablando.
Se p u s o e n p i e y a l e j ó d e m i la d o . A l a t r a v e s a r l a t e r r az a , t r o p e c é y
t u v e q u e b u s c a r a t i e n t a s l a p a r t e a l t a d e l a e sca ler a q ue co ndu cía
a ba jo. N ue st r a s e sca ler a s son dist int a s a la s q u e s e u t i liz a n e n e l m u nd o
oc c i de nt a l, y a q u e e st á n h e c h a s c o n u n t r o n c o e n e l q u e s e h a n
p r a c t i c a d o d iv e r s a s r a n u r a s . P o r f i n e n c o n t r é l a p r i m e r a r a n u r a , l a s e-
g u n da y la t e r ce r a . De sp u é s , m i pi e r e s ba ló p or q u e a lg u ie n h a b í a
d e r r a m a d o la g r a s a d e u n a lá m p a r a . C a í j u nt o a u n m o n t ó n d e c o s a s ,
v i e n d o m á s " e s t r e l l a s " d e l a s q u e h a b í a e n el cie lo, pr ovoca n do co n e llo
la s pr ote st a s de los m onje s q u e y a do r m ía n . U na m a n o , s u r g ie n do de la
os c u r id a d , m e a s e s t ó u n p u ñe t a z o q u e h iz o q u e m i s o í d o s s e l l e n a r a n d e
repique s de campanas. Me levanté con presteza, ale jándome e n b u s c a d e
r e f u g i o e n la o s c u r i d a d p r o t e c t o r a . C o n e l m ay o r c u i d a d o , b u s q u é u n
l u g a r d o n d e p o d e r d o r m i r , m e e nv o l v í e n m i m a n t o y m e a b a n d o n é a l a
i n c o n s c i e n c i a d e l s u e ñ o . N a da m e m o le s t a b a n i i nt e r r u m pí a m i r e p o so .
N i e l ru mor de los pasos a presura dos, ni el ru ido de la s tr om pa s, ni el
sonido de las campanas de plata.
L a m a ñ a n a e s t a b a y a b a s t a n t e a v a n z a d a , c u a n d o f u i de sp e r t a do
po r a lg u ie n q u e , co n g r a n e n t u s ia sm o, m e a se st a b a u n p u n t a p i é t r a s
o t r o . M e d i o d o r m i d o t o d a v í a , p u d e v e r l a c a r a d e u n t o s c o " c h e l a " .
1
" ¡ D e s p i e r t a ! ¡ D e s p i e r t a ! ¡ P o r l a D a g a S a g r a d a , e r e s u n p e r r o
p e r e z o s o ! " M e d i o o t r a p a t a d a c o n f u e r z a . Y o c o g í s u p i e c o n g r a n
r a p i d e z y se lo retor cí. Cayó a l suelo y su s hue sos cr ujieron, mie ntr as
g r i t a b a : " ¡ E l S u p e r i o r ! ¡ E l S u p e r i o r ! ¡ D e s e a v e r t e , e s t ú p id o ! "
A s e s t á n d o l e o t r o p u n t a p i é p a r a d e s q u i t a r m e d e l o s m u c h o s q u e é l
m e h a b í a p r o p i n a d o a m í , m e a j u s t é e l m a n t o y m e a pr e s u r é . " ¡ S i n
c o m e r n a d a ! ¡ S i n d e s a y u n a r ! " , m u r m u r é . " ¿ Po r q u é m e m a n da n l la m a r
pr e ci s a m e nt e e n e l m om e nt o de la com i da? " Re cor r í rá pi da me nte los
inte r m inables cor redore s, tor ciendo veloz la s esqu inas y e stuve ca si a
punto de provocar un ataque cardíaco a algunos monjes
1. Discípulo bajo la dirección de un "guru", o maestro. (N. del T.)

15. c o n l o s q u e m e c r u cé , p e r o c o n s e g u í l le g a r a l a h a b i t a c i ó n d e l S u p e r i o r
e n m u y p o c o t i e m p o . L l e n o d e p r e c i p i t a c i ó n , entré, me arrodillé ante él y le
hice los saludos de rigor.
E l S u p e r i o r e s t a b a l e y e n d o c u i d a d o s a m e n t e m i e x p ed i e n t e
c u a n d o , d e p r o n t o , e s c u c h é s u r i s a a d u r a s p e n a s contenida.
¡ B i e n ! — d i j o — . U n j o v e n s a l v a j e q u e s e c a e
d e l a s r o ca s , e ng r a sa la b a s e de lo s z a n co s y p r o d u c e m á s c o nm oc i o n e s
q u e l o s d e m á s d i s c í p u l o s . — S e i n t e r r u m p i ó y m e m ir ó se ve r a m e n t e —.
Pe r o ha s e st u d ia do bi e n , e xt r a o r d in ar i a m e n t e b i e n . T u s d o t e s
m e t a f í s i c a s s o n t a n e l e v a d a s y e st á s t a n a va nza d o e n la s e nse ña nza s ,
qu e voy a ha ce r qu e re ciba s , e spe cia l e in dividu a lme nt e , la in str u cci ón
de l Gra n La ma Ming ya r Dondu p. Ello pr e su pone la conce sió n de u na
oportu nida d sin pre ce de ntes, gra cias a la s ór denes expre sa s del Gran Santo.
Preséntate ahora a tu Maestro, el Lama.
M e d e s p i d i ó c o n u n g e s t o d e s u m a n o y v o l v i ó a e nf r a s c a r s e e n
s u s p a p e l e s . M e s e n t í a l i v i a d o a l p e n s a r q u e n i n g u n o d e m i s
i n n u m e r a b l e s " p e c a d o s " h a b í a s i d o d e s c ub i e r t o y m e a p r e s u r é d e
n u e v o . M i M a e s t r o , e l L a m a M i ng y a r D o n d u p , m e e s t a b a e s p e r a n d o .
C u a n d o e n t r é , m e o bservó atentamente.
¿ H a s d e s a y u n a d o y a ? — m e p r e g u n t ó .
N o , s e ñ o r — r e s p o n d í — . E l S u p e r i o r m e
o r d e n ó q u e c o m p a r e c i e r a a n t e é l , c u a n d o a ú n e s t a b a d u r m i e n d o .
¡Tengo hambre!
El sonrió y me dijo:
¡ A h ! , c r e o q u e t i e n e s u n a s p e c t o l a m e n t a b l e ,
c o m o si e stu vie ra s e nfe rm o y ca nsa d o. Ve te a de say u na r y vu e lve luego.
N o f u e p r e c i s o q u e i n s i s t ie r a . E s t a b a h a m b r i e n t o y e s o m e r e su lt a b a
m u y m o le s t o . P o c o p od ía s o s pe ch a r y o e nt o nc e s , a pe sa r d e q u e y a m e lo
ha bí a n a d ve r t i do , q u e e l h a mbre me perseguiría implacablemente durante
muchos años.
Me re pu se con u n a bu nda nte de sa yu no , sint ie ndo m i e spír itu má s
limpio ante la pe rspe ct iva de un tra ba jo difícil, y r e g r e sé n u e v a m e n t e co n
e l La m a M in g y a r D on d u p . C u a n d o entré, él se puso en pie.
LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 19

17. 20 LOBSANG RAMPA
— V e n — m e d i j o — . V a m o s a p a s a r u n a s e m a n a e n e l Potala.
Le se g u í h a s t a e l v e s t í b u l o y s a l im o s a u n lu g a r d o n d e u n m on je
si r v ie nt e n os e st a ba e spe r a n d o c on do s ca ba ll os . O b s e r v é , c o n a i r e
l ú g u b r e , l a b e s t i a q u e m e h a b í a t o c a d o e n s u e r t e . E l c a b a l l o p a r e c i ó
o b s e r v a r m e c o n u n a i r e a ú n m á s l ú g u b r e , s e g ú n t o d o s l o s i n d i c i o s ,
p e n s a n d o de m í c os a s p e o r e s q u e l a s q u e y o ha b í a p e n s a d o d e é l . M o n t é
c o n e l pr e se nt im ie nt o de q ue m i fin er a inm ine nte . Los ca ba llos eran unas
criaturas horribles, inseguras, temperamentales y s i n c o n t r o l . M o n t a r e r a
l a m á s d i f í c i l d e l a s h a b i l i d a d e s para mí.
Tr ota ndo sin prisa s, descendimos por el sende ro agreste q u e p a r t e de
C ha k po r i . De sp u é s de a t r a v e s a r e l ca m i no de M a n i L a k h a n g , d e j a m o s e l
P a r g o K a l i n g a nu e s t r a de r e c h a y a l c a n z a m o s , m u y p r o n t o , e l p u e b l o
d e S h ó , d o n d e m i M a e s t r o d e c i d i ó h a c e r u n a b r e v e p a r a d a . De s p u é s
a s c e n d im os con di ficu lta d por los á spe r os e sca lone s de l P ota la . Subir
esos esca lone s a ca ba llo constituye u na penosa expe rie n c i a . ¡ M i m a y o r
p r e o c u p a c i ó n e r a e v i t a r u n a c a í d a ! U n a i nce sa nte mult itud de m onjes,
lama s y visita nte s su bía y ba jaba por la Es ca le r a . A lg u nos se de te nía n
pa ra pode r a dm ir ar e l p a i s a je . Ot r o s , q u e h a b í a n c o n s e g u i d o s e r
r e c i b i d o s p o r e l Da la i La m a e n pe r so n a , m e dit a ba n t a n s ó lo s o br e e sa
e nt r e v i s t a . A l f i n a l d e l a E s c a l e r a , n o s d e t u v i m o s y y o , a g r ad e c i d o p e r o
s i n l a m e n o r g r a c i a , m e b a j é d e l c a b a l l o . ¡Y e l c a b a l l o , p o b r e c i l l o , l a n z ó
u n r e l i n c h o d e d i s g u s t o y m e v o lvió la grupa!
Seguimos ascendiendo, escalón tras escalón, hasta alcan z a r e l
e l e v a d o l u g a r d e l P o t a l a d o n d e e l L a m a M i n g y a r Dondup tenía,
per manente mente , unas habita cione s rese rva das cerca del Salón de las
Ciencias.
El Sa l ón de la s C ie nc ia s e st a b a lle no d e a pa r a t o s e xt r añ o s
p r o c e d e n t e s d e t o d o s l o s p a í s e s d e l m u n d o , p e r o l o s apa ratos más
extra ños era n precisa mente los que pr ocedía n d e l m á s r e m o t o pa sa do . P or
fi n , a l ca nz a m o s nu e st r o p u n t o d e d e s t i n o y , p o r a l g ú n t i e m p o , t o m é
p o s e s i ó n d e l a q u e entonces iba a ser mi habitación.

18. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 21
De s de m i v e n t a n a , s i t u a d a e n la s a lt u r a s d e l P o t a l a s ol a m e n t e u n
p i s o m á s a b a j o q u e e l q u e o c u p a b a e l D a l a i La m a , p o dí a co nt e m p la r la
ci u d a d de Lh a s a so b r e e l Va l le . E n l a l e j a n í a a p a r e c í a l a G r a n C a t e d r a l
( J o K a n g ) c o n s u s t e c h o s d o r a d o s y r e s p l a n d e c i e n t e s . E l C a m i n o
C i r c u l a r o L i n g k o r s e e s t r e c h a b a a l o l e j o s , c i r c u n d a n d o c o m p l e t a-
m e n t e l a c i u d a d d e L h a s a . E r a r e c o r r i d o p o r l o s p i a d o s o s per e g r inos
qu e lle g a ba n a llí pa r a po st ra r se a nte e l a lt a r de l C o n o c i m i e n t o O c u l t o
m á s g r a n d e d e l m u n d o . Y o m e s e n t ía s o r p r e n d i d o a n t e l a b u e n a s u e r t e
d e t e n e r u n m a e s t r o t a n m a r a v i l l o s o c o m o e l L a m a M i n g y a r D o n d u p .
S i n é l , y o h ubi e r a s i do u n c he la v u l g a r , u n s im pl e d is c í pu lo vi v ie nd o e n
u n os cur o dor m it or io, e n lug a r de ha lla r me ca si e n e l t e cho d e l m u n do .
De p r o nt o, t a n s ú b it a m e nt e q u e no p u de e v it a r u n g r it o de so r pr e sa , m e
se nt í c og i do po r u n o s br a z o s v ig or o s o s q u e m e l e v a n t a r o n e n e l a i r e .
E s c u c h é u n a v o z p r ofunda que me decía:
— ¡ N o e s t á m a l ! T o d o l o q u e s e t e o c u r r e p e n s a r d e t u M a e s t r o e s
q u e t e h a t r a í d o a l o a l t o d e l P o t a l a y q u e t e pe r m it e com e r e sos
re pu g na nte s du lce s a ma sa d os y t ra ído s desde la India.
A n t e m i s d i s c u l p a s , s e r e í a y y o e s t a b a d e m a s i a d o c i eg o , o t a l v e z m e
se nt í a d e m a si a d o d e s c on c e r t a do pa r a c o mprender que él conocía mi
pensamiento. Por fin, me dijo:
— E s t a m o s v i n c u l a d o s l o s d o s . N o s c o n o c i m o s m u y b i e n e n e l
c u r s o d e u na v i d a a n t e r i o r . Tú p o s e e s t o d o s l o s cono cim ie nt os
a cu m u la do s en e sa vida y sólo ne ce sit a s qu e t e a y u d e n a r e c or da r l os .
A h or a va m o s a t r a ba ja r . Ve n a m i habitación.
M e a j u s t é e l m a n t o y r e c o g í y g u a r d é n u e v a m e n t e m i pl a t o , q u e se
m e h a b ía c a í do m ie nt r a s é l m e le va nt a ba p or l o s a i r e s . D e s p u é s m e
a p r e s u r é a i r a l a h a b i t a c i ó n d e m i M a e s t r o . É l m e i n v i t ó a s e n t a r m e y ,
c u a n d o m e v i o a c o m odado, me dijo:
— ¿ H a s r e f l e x i o n a d o y a s o b r e e l t e m a d e l a V i d a , d e spués de nuestra
conversación de anoche?
— S e ñ o r — r e s p o n d í i n c l i n a n d o m i c a b e z a l l e n o d e d esaliento —.
Sentía necesidad de dormir. Después, el Supe-

19. 22 LOBSANG RAMPA
r i o r m e m a n d ó l l a m a r . L u e g o , m e m a n d a s t e l l a m a r t ú . A
c o n t i n u a c i ó n , f u i a d e s a y u n a r y , f i n a l m e n t e , v o l v í d e n u e v o c o n t i g o .
E n t o d o e l d í a , n o h e t e n i d o t i e m p o p a r a pensar en "nada".
M á s t a r d e h a b l a r e m o s d e l o s e f e c t o s d e l a
a l i m e n t ac i ó n — m e d i j o s o n r i e n d o — . P e r o , e n p r i m e r lu g a r , v a m o s a
resumir nuestras conclusiones acerca de la Vida.
Gu a r dó si le nc io u n os in st a nt e s y co g i ó u n li br o e s cr it o e n a l g ú n
i d i o m a e x t r a n j e r o . A h o r a s é q u e e r a i n g l é s . V o lv ió s u s p á g i na s y , po r
fi n , e nc o nt r ó lo q u e bu s ca ba . Me e ntregó el libro, abierto en una página
ilustrada.
—¿Sabes lo que es esto? — me preguntó.
Contem plé la s imáge nes y , conside rándolas muy corr ien te s, inte nt é
le er la s pa la br a s qu e ha bía e scr it a s de ba jo. Car e c í a n d e t o d o s i g n i f i c a d o
p a r a m í . L e d e v o l v í e l l i b r o y l e dije en tono de reproche:
¡ E l H o n o r a b l e L a m a s a b e q u e s o y i n c a p a z
d e l e e r l o ! —Pero, ¿reconoces esas imágenes? — insistió.
¡ B u e n o , e s o s í ! E s t a n s ó l o u n E s p í r i t u d e
l a N a t u r aleza que no se diferencia en nada de los que hay aquí.
A c a d a m o m e n t o m e s e n t í a m á s s o r p r e n d i d o . ¿ Q u é e s l o q u e
p r e t e n d í a c o n t o d o a q u e l l o ? E l L a m a a b r i ó e l l i b r o de nuevo y me dijo:
— M á s a l l á d e l o s m a r e s h a y u n p a í s l e j a n o d o n d e s e ha e xt in g u i do
la ca pa ci d a d g e ne r a l pa r a ve r a lo s E s pí r i t u s d e l a N a t u r a l e z a . S i
a l g u ie n c r e e v e r u n e s p í r it u e s o b j e t o d e l a s b u r l a s d e l o s d e m á s e
i n c l u s o e s a c u s a d o d e " t e n e r alu cina cio ne s" . Los oc cide nt a le s no cre e n
en la s co sa s a no se r qu e pue da n de sme nu za r la s, o t oca r la s c on su s
ma no s o e n ce r r a r la s e n u na ja u la . Lo s o c ci d e nt a le s lla m a n d u e n de s o
h a d a s a l o s E s p í r i t u s d e l a N a t u r a l e z a y , e n O c c i d e n t e , nadie cree en los
Cuentos de Hadas y de Duendes.
S u s p a l a b r a s m e c a u s a r o n a s o m b r o i n f i n i t o . Y o e r a c ap a z e n t o d o
m o m e n t o d e v e r a l o s E s p í r i t u s , c o s a q u e c o nsi d e r a b a a b so lu t a m e nt e
na t u r a l . Sa cu dí m i ca be z a c om o s i quisiera disipar las tinieblas que la
oscurecían.
C o m o t e d i j e l a p a s a d a n o c h e — e x c l a m ó

20. M i n g y a r D o n d u p — , t o d a l a V i d a n o e s m á s q u e u n c o n j u n t o d e

21. r á p i d a s v i b r a c i o n e s d e l a m a t e r i a q u e g e ne r a n c a r g a s e lé ct r i c a s , p o r q u e
l a e l e c t r i c i d a d e s l a V i d a d e l a M a t e r i a . D e la misma ma nera que la
música tiene dist intas oct avas, imag i n a q u e e l h o m b r e m e d i o d e l a c a l l e
v i b r a e n u n a e s c a l a d e t e r m i n a d a . E l l o q u i e r e d e c i r q u e l o s E s p í r i t u s d e
l a N at u r a le z a y l a s A lm a s v i b r a r á n e n u na e s c a l a m á s e le v a d a . P e r o
c o m o e l H o m b r e M e d i o v i v e , y p i e n s a , y c r e e e n u n a octa va solamente,
¡los seres que vibra n en la s otra s escalas resultan invisibles para él!
Y o p a l p a b a m i m a n t o r e f l e x i o n a n d o c u a n t o m e d e c í a . Y t o d o
a q u e l l o c a r e c í a p a r a m í d e s e n t i d o . Y o t e n í a l a f ac u lt a d d e v e r l a s
A l m a s y l o s E s p í r i t u s d e la N a t u r a l e z a y d e e st e he c h o d e d u c ía q u e
" t o da s" la s pe r s on a s p o dí a n ve rlas lo mismo que yo.
T ú p u e d e s v e r e l a u r a p s í q u i c a d e l o s s e r e s h u m a-
n o s — m e r e s p o n d i ó e l L a m a , l e y e n d o m i p e n s a m i e n t o — . P e r o l a m a y o r
p a r t e d e l o s s e r e s h u m a n o s n o p u e d e n . T ú ves los espíritus de la
natu raleza y la s alma s. Pe ro tam poco p u e d e n v e r l o s l a m a y o r p a r t e d e
l o s s e r e s h u m a n o s . L o s niños pequeños tam bién ve n e sas cosa s porque
su ju ve ntu d le s ha c e m á s r e ce p t i v os . Pe r o c u a n do lo s n iñ o s c r e ce n , l a s
pre o cu pa cione s de la vi da va n dism inu y e ndo la ag u dez a de s u s
p e r c e p c i o n e s . E n O c c i d e n t e , l o s n i ñ o s q u e c u e n t a n a s u s p a d r e s q u e
h a n e st a d o j u g a n d o c o n l o s E s p í r i t u s , q u e ha n t e nido a los Es pír itu s
com o C om pa ñe r os de Jue g o, son c a s t i g a d o s p o r m e n t i r o s o s o s e
c o n v ie r t e n e n e l b l a n c o d e l a s b u r l a s d e l o s d e m á s , q u e l e s a t r i b u y e n
u n a " i m a g i n ac i ó n d e m a s i a d o v i v a " . Y e l n i ñ o q u e d a r e s e n t i d o a n t e e l
t r a t o q u e l e d a n l o s m a y o r e s y , c o n e l t i e m p o , ¡ t e r m i n a
con ve n cié ndose a sí m ism o de q ue t odo fu e fr ut o de su im a g ina ción!
Gra cia s a la s e nse ña nza s e spe cia le s qu e ha s re cib i do , t ú p u e de s ve r a lo s
e s pí r it u s de la na t u r a le z a y a la s a l m a s . Y p o d r á s s e g u i r v i é n d o l o s
s i e m p r e , l o m i s m o q u e siempre podrás ver el aura psíquica de los humanos.
E n t o n c e s — l e p r e g u n t é — , l o s e s p í r i t u s d e l a n a t u-
raleza que cuidan de las flores, ¿son idénticos a nosotros?
S í — r e p l i c ó — , s o n i d é n t i c o s a n o s o t r o s , a u n q u e c o n la
pequeña diferencia de que vibran con mayor rapidez que
LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 23

22. 24 LOBSANG RAMPA
n o s o t r o s y d e q u e l a s p a r t í c u l a s d e m a t e r i a q u e l o s c o mp o n e n e st á n
m á s se p a r a d a s . É s a e s la r a z ó n d e q u e t e se a p o s i b l e p a s a r t u m a n o a
t r a v é s d e e l l o s d e l a m i s m a m anera que puedes pasarla a través de un rayo de
sol.
— ¿ H a s " t o c a d o " . . . q u i e r o d e c i r , h a s " c o g i d o " a l g u n a vez un espíritu?
— le pregunté.
— S í , l o h e h e c h o — m e r e s p o n d i ó — . E s p o s i b l e h ac e r l o s i
po d e m os in cr e m e n t a r e l r it m o de n u e s t r a s pr o pi a s vibraciones. Voy a
explicártelo.
M i M a e s t r o h i z o s o n a r l a c a m p a n i l l a d e p l a t a q u e l e h a b í a r e g a l a d o
e l S u p e r i o r d e u n a d e l a s m á s n o t a b l e s l am a s e r í a s d e l T i b e t . E l m o n j e
s i r v i e n t e , q u e n o s c o n o c í a b i e n , n o n o s t r a j o " t s a m p a " , s i n o t é d e l a
I n d i a y e s o s p ane cill os du lce s tr a ídos e xpr e sa me nte pa r a e l Sag r a do
Da la i La m a , a tr a ve sa ndo la s a lt a s ca de na s m ont a ñosa s , y qu e y o, u n
p o b r e " c h e l a " , s a b o r e é e n c a n t a d o . " U n a m e r e c i d a r ec o m p e n s a p o r
h a b e r t e e s f o r z a d o t a n t o e n t u s e s t u d i o s " , c o m o e l D a l a i L a m a s o l í a
d e c i r m u y a m e n u d o . E l L a m a M i n g y a r D o n d u p h a b í a r e c o r r i d o e l
m u n d o e n t e r o t a n t o e n e l p l a n o f í s i c o c o m o e n e l a st r a l . S u p r e d i l e c c i ó n
p o r e l t é de la I nd ia co n st it u ía u na de su s p o ca s de bi li d a de s . ¡Y e r a é s t a
u n a d e b i l i d a d q u e y o c o m p a r t í a d e b u e n a g a n a ! N o s s e n t a m o s l o s d o s
c ó m o d a m e n t e y , c u a n d o t e r m i n é m i s p anecillos, mi Maestro me dijo:
— H a c e y a m u c h o s a ñ o s , c u an d o yo er a j o v e n , s o l ía e s c a p a r m e
d e l P o t a la , ¡ l o m i s m o q u e t ú a c o s t u m b r a s a h ac e r a h o r a ! U n a d e e s a s
v e c e s , c u a n d o l l e g a b a r e t r a s a d o a l o s S e r v i c i o s R e l i g i o s o s , c o n
v e r d a d e r o h o r r o r v i q u e u n c o r p u l e n t o S u p e r i o r m e c e r r a b a e l p a s o .
¡ É l p a r e c í a t e n e r t a m b i é n m u c h a p r i s a ! E r a i m p o s i b l e e v i t a r e l
e n c u e n t r o . Cuando e staba pensa ndo en las excu sa s que iba a darle , me
t r o p e c é c o n é l . É l p a r e c i ó e s t a r t a n p r e o c u p a d o c o m o y o . S i n e m b a r g o ,
y o s e n t í a t a n t o m i e d o q u e s e g u í c o r r i e n d o y conseguí no llegar tarde, bueno,
no "demasiado" tarde.
Y o r e í a i m a g i n á n d o m e a l d i g n o L a m a M i n g y a r D o ndu p int e nt a nd o
" e s ca bu ll ir se " . É l so nr ió y pr os ig u i ó s u h i storia:
—Poco después, aquella noche, reflexioné mucho. Me

24. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 2 5
p r e g u n t é " p o r q u é n o p o d í a t o c a r u n e s p í r i t u " . C u a n d o m á s
p e n s a b a e n e l l o , m á s d e c i d i d o m e s e n t í a a " i n t e n t a r " t o ca r u n o.
Hi ce m is p la ne s c u i da do s a m e nt e y le í c u a n t o dec í a n l o s E s c r i t o s
a n t i g u o s a c e r c a d e e s t a c u e s t i ó n . L l e g u é incluso a consultar a un
hombre muy, muy culto que viv í a e n u n a c u e v a s i t u a d a e n l o a l t o d e l a
m o n t a ñ a . É l f u e e l q u e m e e x p l i c ó m u c h a s c o s a s y m e m o s t r ó e l
c a m i n o a de cu a do. Y v oy a co ntá r te lo tod o p orq u e e st á dir e ct am e nte
r e l a c i o n a d o c o n t u p r e g u n t a a ce r c a d e la p o s i b i l i d a d d e t ocar un
fantasma.
S e s i r v i ó o t r o s o r b o d e t é y s e l o b e b i ó a n t e s d e c o ntinuar:
— C o m o y a t e h e d i c h o , l a V i d a e s t á c o m p u e s t a p o r u na m a s a
de pa r t íc u l a s , de pe q u e ño s m u n do s q u e r e co r r e n s u s ó r b it a s
a lr e de d o r d e pe q u e ñ os s ol e s . El m ov im ie n t o or ig i na u na s u s t a n c i a
q u e , a f a l t a d e u n t é r m i n o m á s a d e cu ad o , l l a m a r e m o s
" e l e c t r i c i d a d " . S i n o s a l i m e n t a m o s r a c i on a l m e n t e , p o d r e m o s
i n c r e m e n t a r e l r i t m o d e n u e s t r a s v ib r a c i o n e s . U n a d i e t a e f i c a z ,
l i b r e d e l l a s t r e d e l a s i d e a s nocivas, sir ve para mejorar nue str o
esta do de salu d, aume nt a n d o n u e s t r o r i t m o b á s i c o d e v i b r a c i o n e s .
C o n e l l o n o s acercamos al ritmo de vibración del Espíritu.
Se i n t e r r u m p i ó y e n c e n d i ó u n a v a r i l la f r e s c a d e i n c i e ns o . A l
c o m p r o b a r q u e a r d í a n o r m a l m e n t e , p a r e c i ó s a t i s f echo y centró su
atención sobre mí nuevamente.
— E l ú n i c o o b j e t i v o d e l i n c i e n s o e s i n c r e m e n t a r e l r i tm o d e
v i b r a c i ó n d e l s e c t o r e n q u e é s t e a r d e y e l r i t m o d e v i b r a c i ó n d e l o s
q u e s e h a l l a n e n e s t e s e c t o r . M e d i a n t e l a u t i l i z a c i ó n d e l i n c i e n s o
a de c u a d o , y a q u e c a d a c l a s e d e i ncie nso tie ne u na vibr a ción
det er m ina da , p ode m os co nse gu ir l os r e s u lt a do s a pe t e ci d os . Du r a nt e
u na se m a n a , m e s om e t í a u n a r í g i d a d i e t a q u e m e a y u d ó a a u m e n t a r
e l r i t m o o l a " f r e c u e n c i a " d e m i v i b r a c i ó n . T a m b i é n e s a m i s m a
s e m a n a h i c e q u e e n m i h a b i t a c i ó n a r d i e r a c o n t i n u a m e n t e e l i n c i e nso
a p r o pi a d o . A l f in a l iz a r e se pe r ío do de t ie m p o, ca si ha bí a c o n s e g u i d o
" s a l i r " d e m í m i s m o . S e n t í a q u e , m á s q u e c am i n a r , f l o t a b a y , a l
m i s m o t i e m p o , e x p e r i m e n t a b a c i e r t a dificultad en mantener mi doble
astral dentro de mi cuerpo

26. 26 LOBSANG RAMPA
f í s i c o . — M e m i r ó y a ñ a d i ó s o n r i e n d o — : " ¡ T ú n u n c a t e h u b i e r a s
s o m e t i d o a u n a d i e t a t a n r í g i d a ! " ( " N o — p e n s ab a y o — . Y o
h u b i e r a p r e f e r i d o t o c a r u n a b u e n a c o m i d a que tocar un buen
espíritu".)
— A l f i n a l i z a r l a s e m a n a — p r o s i g u i ó e l L a m a , m i M a e s t r o
— , d e s c e n d í h a s t a e l S a n t u a r i o I n t e r i o r y q u e m é a ú n m á s i n c i e n s o
r o g a n d o p a r a q u e u n e s p í r i t u v i n i e r a a m í y m e t o c a r a . D e
p r o n t o , s e n t í s o b r e m i h o m b r o e l c a l o r d e u n a m a n o d e a m i g o . A l
v o l v e r m e p a r a v e r q u i é n e r a e l q u e t u r b a b a m i m e d i t a c i ó n , s e n t í
q u e m i c u e r p o t e m b l a b a d e a s o m b r o d e n t r o d e m i m a n t o , p o r q u e
m e d i c u e n t a d e q u e m e h a b í a t o c a d o e l e s p í r i t u d e u n h o m b r e
"muerto" hacía ya más de un año.
E l L a m a M i n g y a r D o n d u p d e j ó d e h a b l a r d e p r o n t o y l a n z ó u n a
r u i d o s a c a r c a j a d a r e c o r d a n d o a q u e l l a e x p e r i e ncia vivida en un pasado
ya remoto.
— ¡ L o b s a n g ! — d i j o p o r f i n — , e l v i e j o L a m a " m u e r t o " se bu r ló
de mí, pre g u ntá nd ome cu á l ha bía si do la cau sa de m is inq u ie tu de s de
ent once s cua nd o, e n re a lida d, par a cons e g u i r a l c a n z a r l o s m i s m o s
o b j e t i v o s m e h u b i e r a b a s t a d o c o n i n t r o d u c i r m e e n l o a s t r a l .
R e c o n o z c o q u e m e s e n t í p r of u n d a m e n t e h u m i l l a d o p e n s a n d o q u e n o
s e m e h a b í a o c ur r i d o u na s o l u c i ó n t a n se n c i l l a . E n la a c t u a l i d a d ,
c o m o t ú s a b e s p e r f e c t a m e n t e , n o s i n t r o d u c i m o s e n l o a s t r a l p a r a
p o d e r h a b l a r c o n l o s e s p í r i t u s y c o n t o d o s l o s s e r e s d e l a naturaleza.
— N a t u r a l m e n t e , h a b l a s t e c o n é l p o r t e l e p a t í a — o b s e r-
v é — , p e r o y o d e s c o n o z c o q u é e x p l i c a c i ó n s e p u e d e d a r a
l a t e l e p a t í a . S é q u e p u e d o h a c e r l o , p e r o ¿ " c ó m o " l o h a g o ?
— ¡ M e p l a n t e a s l a s c u e s t i o n e s m á s d i f í c i l e s , L o b s a n g !
— d ij o m i M a e s t r o r ié n do s e — . L a s co s a s m á s se n c il la s s o n
l a s q u e s e e x p l i c a n c o n m a y o r d i f i c u l t a d . D i m e c ó m o p o-
d r í a s e x p l i c a r e l s i m p l e p r o c e s o d e l a r e s p i r a c i ó n . T ú r e s-
pi r a s. To d o s l o ha ce m os , pe r o ¿ có m o e x pl i ca r e se pr o ce so ?
A s e n t í d e m a l a g a n a . Y o s a b í a q u e m e p a s a b a l a v i d a
ha cie n do pr e g u n t a s , p e r o é st a e r a la ú n ic a fo r m a d e po d e r

27. c o m p r e n d e r l a s c o s a s q u e d e s c o n o c í a . L a m a y o r p a r t e d e
los "chelas" estaban libres de tales preocupaciones y, mien-

28. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 2 7
t r a s n o l e s f a l t a b a s u a l i m e n t o d i a r i o y p o c o t r a b a j o q u e h a c e r , s e
s e n t í a n s a t i s f e c h o s . P e r o y o d e s e a b a a l g o m á s , aspiraba a "saber".
— E l c e r e b r o — d i j o e l L a m a — e s c o m o u n a p a r a t o d e r a di o ,
co m o e l in ve nt o q u e u t i liz a ba a q u e l h om b r e lla m a d o M a r c o n i p a r a
e n v i a r m e n s a j e s s o b r e l o s o c é a n o s . E l c o mple jo de part ícula s y
ca rga s elé ct rica s que com pone n u n se r h u m a n o e st á d o t a d o d e u n
i m p u l s o e lé c t r i c o , s e m e ja n t e a l de la ra dio, me dia nte e l cua l e l
cer e br o de te r m ina lo s a ct os e n c a d a m o m e n t o . S i u n a p e r s o n a
p i e n s a e n m o v e r u n ó rg a n o , l a s c o r r i e n t e s e lé c t r i c a s c i r c u la n a
t r a v é s d e l o s ne rvios corre spondientes con el objet o de galva nizar los
múscul os p a r a q u e lle ve n a c a b o la a cc ió n de se a da . L o m is m o s uc e d e
c u a n d o u n a p e r s o n a p i e n s a : e l c e r e b r o — h o y s a b em o s q u e s u
o r i g e n e s t á e n l a p a r t e s u p e r i o r d e l e s p e c t r o m a g n é t i c o — e m i t e
o n d a s e l é c t r i c a s y h e r t z i a n a s . E x i s t e n inst r u me nt os de te ct or e s de
e sa s r a dia ci one s qu e pue de n inc lu so c la si f i ca r la s e n lo q u e l os
ci e nt íf i co s o c ci d e nt a le s l laman rayos alpha, beta, delta y gamma.
A s e n t í p a r s i m o n i o s a m e n t e . Y o h a b í a o í d o h a b l a r d e ello a los
médicos lamas.
— P u e s b i e n — p r o s i g u i ó m i M a e s t r o — , l a s p e r s o n a s se ns i bl e s
so n ca pa ce s de ca pt a r e sa s r a dia ci o ne s y de c omp r e n d e r l a s t a m b i é n .
Y o l e o t u s p e n s a m i e nt o s y , s i t ú l o i nt e n t a s , p o d r á s le e r l o s m í o s .
C u a n t o m a y o r e s la s i m p a t ía y la armonía existe nte entre dos
per sonas, más fácil es pa ra ca da u na de e lla s le e r l os pe ns a m ie nt os
de la ot r a , po r q u e los pensamientos son tan sólo radiaciones
cerebrales. De esa f o r m a , c o n s e g u i m o s l a t e l e p a t í a . L o s h e r m a n o s
m e l l i z o s e s t á n a m e n u d o c o m p l e t a m e n t e c o m u n i c a d o s e nt r e s í t e le-
p á t i c a m e nt e . L o s he r m a n o s g e m e l o s , e n q u e e l c e r e b r o de ca da u no
de ellos c onst itu y e una ré pli ca exa cta de l ce re br o d e l ot r o , e s t á n t a n
vi n cu la do s e nt r e sí t e le pá t ic a m e nt e q u e m u y a m e n u d o e s d i f í c i l
d e t e r m i n a r c u á l d e l o s d o s e s e l que ha sido la causa de cada
pensamiento.
— R e s p e t a d o M a e s t r o — l e d i j e — , c o m o t ú s a b e s , s o y capaz de leer
la mayoría de las mentes. ¿Cuál es la razón

30. 28 LOBSANG RAMPA
de e se p o de r ? ¿ Es a ca s o u n po d e r c o n ce d i do a m u ch a s p e rsonas?
— L o b s a n g — r e s p o n d i ó m i M a e s t r o — t ú e s t á s e s p ecia lm e nt e
dot a do y ha s si do a die st r a do pa ra pode r ha ce r lo. T u s p o d e r e s h a n
s i d o f o m e n t a d o s p o r t o d o s l o s m é t o d o s a n u e s t r o a lc a n ce , p or q u e
t ie ne s a s ig na d a u na m is ió n di f í ci l q u e t e n d r á s q u e c u m p l i r e n e l
f u t u r o . — I n c l i n ó s u c a b e z a s o l e m n e m e n t e — . S e t r a t a d e u n a t a r e a
r e a l m e n t e a r d u a . E n l o s t i e m p o s a n t i g u o s , L o b s a n g , l a H u m a n i d a d
t e n í a e l p o d e r d e c o m u n i c a r s e t e l e p á t i c a m e n t e c o n e l m u n d o a n i-
m a l . E n e l fu t u r o , c u a nd o la Hu m a n id a d co m pr e n da q u e la g u e r r a e s
u na l oc u r a , e se p o de r s e r á r e cu p e r a do . E n t o n ce s e l Ho m b r e y e l
A n im a l c a m in a r á n e n pa z , ju nt os de nu e vo , sin sentir el deseo de dañarse
uno a otro.
U n g o n g r e s o n ó v a r i a s v e c e s d e b a j o d e n o s o t r o s . D e sp u é s
e s c u c h a m o s e l t o q u e d e t r o m p a s y e l L a m a M i n g y a r se puso en pie
rápidamente y me dijo:
— D e b e m o s a p r e s u r a r n o s , L o b s a n g . L o s S e r v i c i o s d e l T e m p l o
e s t á n e m p e z a n d o y e l S a g r a d o D a l a i L a m a e n p e rsona estará allí.
Y o t a m b i é n m e l e v a n t é i n m e d i a t a m e n t e , m e a j u s t é e l m a n t o y
s e g u í p r e s u r o s o a m i M a e s t r o , q u e se a l e ja b a p o r e l c o r r e d o r a t o d a
p r i s a , h a s t a t a l p u n t o q u e c a s i y a h a b í a desaparecido.

31. C A P Í T U L O I I
El Gr a n Te m pl o p a r e cí a e st a r v i vo . De s de m i lu g a r p r i vil e g i a d o , e n l a
p a r t e m á s a l t a d e l e d i f i c i o , p o d í a m i r a r ha cia a ba jo y
cont em pla r lo e n t oda su exte nsió n. A pr im er a h o r a d e l a m a ñ a n a , m i
M a e s t r o , e l L a m a M i n g y a r y y o l o h a b í a m o s v i s i t a d o e n u n a
m i s i ó n e s p e c i a l . E n a q u e l l o s m ome nt os, e l La ma est a ba e nce r r a do
con u n a lt o dig na ta r io y y o — l i b r e p a r a v a g a b u n d e a r — h a b í a
d e s c u b i e r t o a q u e l lu g a r de ob se r va ción de los sa ce r dote s , ent re la s
pode r osa s vig a s qu e sopor t a ba n el pe so de l t e cho. Dea m bu la ndo por el
cor re d or qu e co ndu cía a la t er ra za , de scu br í la pue r ta y me h a b í a
a t r e v i d o a e m p u j a r l a y a a b r i r l a . C o m o n o e s c u c h é n i n g ú n g r it o d e
p r o t e s t a d e s p u é s d e h a c e r l o , d e c i d í e c h a r u na m ir a da a l i nt e r io r . N o
ha bí a na d ie . P or e so , e nt r é . Er a u na pe qu e ña ha bit a ción de r oca , una
e spe cie de ce lda const r u i da e n la p ie dr a d e lo s m u r os de l Te m pl o .
De t r á s de m í, e sta ba la peq ue ña pu e rt a de m a de ra ; a am bo s la do s,
mu r os d e p i e d r a y , a n t e m í , u n a n a q u e l t a m b i é n d e p i e d r a , de unos
tres pies de altura.
A va n cé s il e n ci o sa m e n t e y m e a r r o di ll é de t a l f or m a q u e so la m e nt e
m i c a be z a s o br e s a l ía de l a na q u e l . A l c o nt e m pl a r la s om b r ía o s cu r i da d
de l Te m p lo a l lá a ba j o, m e s e n t í co m o u n Dios conte mpla ndo de sde los
Cielos a los viles m orta les. F ue r a de l Te m plo, e l cr e pú scu o de pú r pu ra
se t r oca ba po co a p o c o e n o s c u r i d a d . L o s r a y o s p o s t r e r o s d e l s o l
p o n i e n t e iban disipándose det rás de las monta ñas nevadas, lanzando
ir idisce nt e s rá fa g a s de lu z sobr e los pe r pe tu os copo s de nieve que caían
desde los picachos más altos.

32. 30 LOBSANG RAMPA
L a o s c u r i d a d d e l T e m p l o s e d e s v a n e c i ó e n a l g u n o s l ug a r e s,
a ce nt u á nd o se e n o t r o s , g r a c ia s a c e n t e na r e s d e va cil a n t e s l á m p a r a s
d e g r a s a . L a s l á m p a r a s b r i l l a b a n c o m o p u n t o s de lu z d o r a d a ,
e s p a r c i e n d o s u r e s p l a n d o r e n t or n o a sí misma s. Me pare cía que la s
est rellas esta ba n debajo de m í e n l u g a r d e b r i l l a r s o b r e m i c a b e z a .
U n a s s o m b r a s f a ntá stica s se deslizaban silenciosas entre la s poder osas
colu mn a s . S o m b r a s q u e e r a n a v e ce s f i n a s y a l a r g a d a s y , ot r a s ,
p e q u e ñ a s y c o m o a g a z a p a d a s , pe r o s i e m p r e g r o t e s c a s y e xtra ña s, como
conse cue ncia de esa ilu minación ir regu lar que co nfie re a pa r ie ncia
sobr e nat u ra l a lo na tu r a l y convie r te lo extraño en algo indescriptible.
A l m ir a r ha ci a a ba jo , se nt í la se ns a c ió n de ha lla r m e e n un extraño
plano astral donde se confundían los testimonios d e m i vi s t a y d e m i
im a g i na c ió n . So br e e l s u e l o de l Te m pl o flot a ba n la s nu be s a zu le s de l
incie nso , e le vá ndo se su ce si vam e nt e y o b li g á n d om e a im a g i na r , a ú n co n
m a y or fu e r z a , e l t r o n o d e u n D i o s q u e c o n t e m p l a r a , a l l á a b a j o , l a
T i e r r a r odea da de nu be s. La s nu be s de incie nso a sce ndía n e n suav e s y
c o n c r e t o s t o r b e l l i n o s d e s d e l o s i n c e n s a r i o s q u e a g it a ba n l os " c he la s" ,
jó ve ne s y pi a d o so s . E n si le n c io y c o n e l r o st r o im pa si b le , r e co r r ía n e l
Te m pl o e n t od a s d ir e c ci on e s . Siguiendo sus idas y venidas, un millón de
puntos luminosos b r o t a b a n d e l o s i n c e n s a r i o s d o r a d o s , l a n z a n d o
b r i l l a n t e s t o r r e n t e s d e l u z . D e s d e m i p r i v i l e g i a d o p u e s t o d e o b s e r v a-
c i ó n , p o d í a m i r a r h a c i a a b a j o y c o n t e m p l a r e l f u l g o r r o j iz o d e l
i n c i e n s o , m e c i d o p o r l a b r i s a q u e , e n a l g u n o s m o m e nt os , p a r e cí a
e st a lla r e n lla m a r a da s m á s in t e n sa s , a g o ni z a nd o e n l l u v i a s
c e n t e l l e a n t e s y p u r p ú r e a s d e c e n i z a . C o r n o r e v i t a l i z a d o , e l h u m o
a s c e n d í a d e s p u é s e n c o m p a c t a s c ol u m n a s a z u l e s a b r i e n d o s e n d e r o s
d e n i e b l a e n t o r n o a l o s " c h e l a s " . P r o s e g u í a s u a s c e n s i ó n y f o r m a b a
n u b e s c a mbia nte s y nue va s e n e l inte r ior de l Tem pl o. Se ar r em olina ba
y g i r a b a , m e c i d o p o r l a s s ú t i l e s c o r r i e n t e s d e a i r e q u e g ene ra ba e l
m ovim ie nt o de los m onje s. Y t e nía una a pa r ie ncia de se r vi vie nt e , de
cr iat u ra a pe na s ent re vi sta qu e re spir a ba y s e a g i t a b a e n e l s u e ñ o .
D u r a n t e u n o s i n s t a n t e s , l o c o ntemplaba todo como hipnotizado, con la
sensación de ha-

34. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 31
lla r m e de ntr o de u n se r vivo, de cuy o s ór g a nos pe r cibía la s sa cu di d a s
y la s o s ci la ci o ne s , e sc u c h a n do l os la t i do s de su cuerpo y de su propia
vida.
A tra vé s de la s tinie blas, a tra vés de la s nu be s for madas p o r e l
h u m o d e l i n c i e n s o , v e í a l a s a p r e t a d a s f i l a s d e l o s la ma s , de los
a scet a s y de los " che la s" . C on la s pier na s cruz a da s , s e n t a d o s e n e l
s u e l o , s e a g o l p a b a n e n h i le r a s i n t e rm i n a b l e s h a s t a d e s a p a r e c e r p o r
c o m p l e t o e n l a o s c u r i d a d de los últ im os rincones de l Tem plo. Con sus
mantos, cor resp o n d i e n t e s a t o d o s l o s ó r d e n e s , c o n s t i t u í a n u n a
t ú n i c a v ivie nt e y ondu la nt e bor da da con los col ore s a cost u m br a dos.
O r o , a z a f r á n , r o j o , m a r r ó n y a l g u n o s p u n t o s a i s l a d o s d e g r is pá lido.
Todo s los color e s par e cía n e sta r vivo s, me z clá nd o s e u n o s c o n o t r o s d e
a c u e r d o c o n l o s m o v i m i e n t o s q u e h a c í a n l o s q u e l o s v e s t í a n . E n l a
p a r t e m á s a v a n z a d a d e l Te m pl o , e st a b a se nt a d o e l S a g r a do , e l
Pr o fu nd o , la Dé ci m o -t e r c e r a E n c a r n a c i ó n d e l D a l a i L a m a , l a P e r s o n a
m á s v e n erada del mundo budista.
Du r a nte u nos inst a nte s , lo ob ser vé t odo, e scu cha ndo el cá nt ico de
los la m a s a cuy a s voce s se r vía de c ont ra pu nt o la v o z a g u d a y j o v e n d e
l o s " c h e l a s " . V i q u e l a s n u b e s d e i nc i e n s o v i b r a b a n a l u n í s o n o c o n
o t r a s v i b r a c i o n e s m á s p r of u n da s . La s lu ce s pa li de cí a n a r a t o s e n la
os c u r id a d , r e a nim á n d o s e l u e g o , y e l i n c i e n s o s e e x t i n g u í a y s u r g í a
n u e v ame nte t r ocá ndo se e n u na llu via de chis pa s r ojiza s. El se r vic i o
r e l i g i o s o s e g u í a s u c u r s o y y o , a l l í a r r o d i l l a d o , l o c o nt e m pl a b a t o do .
Ob s e r v a b a la da nz a de la s so m br a s q u e cr ec í a n y m o r í a n p r o y e c t a d a s
s o b r e l o s m u r o s y m i r a b a l o s t em blor o sos pu nt os de luz ha sta qu e
ca si pe r día la co ncie nc i a d e l l u g a r d o n d e m e h a l l a b a y d e l o q u e
a l l í e s t a b a haciendo.
U n l a m a a n c i a n o , e n c o r v a d o p o r e l p e s o d e l o s a ñ o s que
sobre pa sa ba n en mucho los lím ites nor male s de la eda d de los hom br es,
se agita ba par simoniosame nte ante su s her m a n o s d e O r de n . E n t o r n o
su y o , c on va r i lla s de i n cie n so y l á m p a r a s p o r t á t i l e s , s e m o v í a n ,
a t e n t o s , l o s a s c e t a s . D e sp u é s d e i n c l i n a r se a nt e e l P r o f u n d o ,
v o l v i é n d o s e c o n le n t itud para hacer su saludo ritual a los Cuatro Rincones de

35. la

36. 32 LOBSANG RAMPA
Ti e r r a , se e nf r e n t ó c on la m u lt it u d de l os m o nje s c on g r e g ado s e n e l
Te m pl o . C o n u na v oz so r pr e n de n t e m e nt e v ig or os a en un hombre tan
anciano, entonó el siguiente canto:
Escucha la Voz de nuestros Espíritus.
Éste es el mundo de la Ilusión.
L a v i d a te r r e n a e s s o l a m e n te u n s u e ñ o [ p a r p a d e o . que,
comparado con la Vida Eterna, no es más que un Escuchad la Voz
de nuestros Espíritus, vosotros, todos los
[que os sentís abandonados.
Esta vida de Tinieblas y de Sufrimientos se terminará
y la Gloria de la Vida Eterna seguirá iluminando a los [justos.
— Q u e e n c i e n d a n l a p r i m e r a m e c h a d e i n c i e n s o p a r a que su luz
pueda orientar a un Espíritu solitario.
Un asceta a va nzó unos pasos e hiz o u na re vere ncia ante e l
P r o f u n d o . D e s p u é s , l e n t a m e n t e , s a l u d ó t a m b i é n a l o s C u a t r o
R i n c o n e s d e l a T i e r r a . E n c e n d i ó u n a v a r i l l a d e i nci e n so y ,
vo l vi é n d os e de nu e vo , la m o st r ó a lo s C u a t r o R inc o n e s . L a s v o c e s
p r o f u n d a s p r o r r u m p i e r o n o t r a v e z e n u n cántico, apagándose luego,
junto con las voces agudas de los " c h e l a s " . U n g i g a n t e s c o l a m a r e c i t ó
a l g u n o s P a s a j e s , m a rc á n d o l o s s o l e m n e m e n t e m e d i a n t e e l t a ñ i d o d e
u na C a m p ana de P la t a , co n u n vi g o r i nu si t a d o q u e , si n ni ng ú n g é ne r o
d e d u d a s , e s t a b a d e t e r m i n a d o p o r l a p r e s e n c i a d e l P r of u n d o . A l
q u e d a r t o d o e n s i l e n c i o , m i r ó a t e n t a m e n t e e n t o r n o s u y o p a r a
c o m p r o b a r s i s u a c t u a c i ó n h a b í a c o n s eguido la aprobación de todos.
El la m a a n ci a n o s e a de la nt ó de nu e vo y se in c li nó a nt e e l P r o f u n d o
y a n t e l a s E s t a c i o n e s . O t r o a s c e t a , d o m i n a d o p o r u n a e n o r m e
a n s ie d a d , c a u s a d a s i n d u d a p o r l a p r e s e nc i a d e l J e f e d e l E s t a d o y d e
l a R e l i g i ó n , p i d i ó a l o s a l l í r eu nido s qu e pre st a ra n la m ay or at e nción.
El la m a a ncia no entonó otro cántico.
Escucha la Voz de nuestros Espíritus. Éste es el

37. mundo de la Ilusión.

38. L A C A V E R N A D E L O S A N T E P A S A D O S3 3
La Vida de la Tierra constituye una Prueba
destinada a purificarnos de nuestras miserias y de nuestras [desmesuradas
ambiciones.
Vosotros, todos los que dudáis, escuchad la Voz de vuestras
[almas.
Muy pronto se desvanecerá el recuerdo de la Vida sobre la
Tierra y, entonces, alcanzaremos la Paz y terminarán nuestros
[sufrimientos.
— Q u e e n c i e n d a n l a s e g u n d a v a r i l l a d e i n c i e n s o p a r a q u e s u l u z
p u e d a o r i e n t a r a l o s E s p í r i t u s s u m i d o s e n l a duda.
D e b a j o d e m í , e l c á n t i c o d e l o s m o n j e s v o l v i ó a s o n a r de nue vo,
exting uié ndose de spué s, mie ntr as el a sceta encendía la seg u nda va r illa
y pr a ct ica ba su s r e ve r e ncia s rit ua le s a nt e e l P r o f u n d o y e n d ir e c ci ó n a
lo s C u a t r o R in c o ne s. Lo s m u r o s de l Te m pl o p a r e cí a n a le nt a r y v i br a r
a l u n ís on o co n l o s c á n t i c o s . E n t o r n o a l l a m a a n c i a n o , s e a g r u p a b a n
l a s for m a s fa nta sm a g ór ica s de los qu e ha bía n a ba ndona do e st a vida,
ha cía poco tiem po, sin la de bida prepara ción, vié ndose por ello
obliga dos a cam ina r erra nte s, solos y sin nadie que guiara sus pasos.
L a s s o m b r a s t e m b l o r o s a s s e a g i t a b a n y s e r e t o r c í a n c o m o
a l m a s e n p e n a . M i p r o p i a c o n c i e n c i a , l o m i s m o q u e m is p e r ce p c io n e s
e in cl u s o m i s se n t i m ie nt o s , fl u c t u a b a e nt r e d o s m u n d o s . E n u n o d e
e l l o s , s e g u í a c o n u n a a t e n c i ó n e x t á t i c a l o s S e r v i c i o s R e l i g i o s o s q u e
e s t a b a n c e l e b r a n d o a b a j o e n e l T e m p l o . E n e l o t r o , c o n t e m p l a b a " l o s
m u n d o s t a ng e nc ia le s " d on d e la s a lm a s d e l os q u e ha bí a n m u e r t o r e-
ci e nt e m e nt e t e m bl a b a n d e t e m or a nt e e l m ila g r o de lo De sc o n o c i d o .
E s p í r i t u s a i s l a d o s , d o m i n a d o s p o r l a a n g u s t i a , p e r d i d o s e n l a s
t i n i e b l a s , l l o r a b a n de t e r r o r y de s o l e d a d . S e p a r a d a s u n a s d e o t r a s ,
s e p a r a d a s d e l a s d e m á s c o m o co nse cue n cia de su e sce pt icism o , se
ha bía n qu e da do pa ra liz a da s c om o u n y a k a t r a pa do e n u na i nm e ns a
ci é na g a . Y e l c á n t i co de l la m a a n ci a n o, su I nv it a ci ó n , l le g a b a ha st a
" lo s mundos tangenciales", cuya impenetrable oscuridad que-

39. 34 LOBSANG RAMPA
da ba atenua da leve mente por la azula da luz de los Espíritus de los
muertos.
Escucha la Voz de nuestro Espíritu.
Éste es el inundo de la Ilusión.
De igual manera que el Hombre muere en la Gran Realidad [para poder
nacer sobre la Tierra, el Hombre debe también morir sobre
la Tierra
para poder nacer nuevamente en la Gran Realidad. No existe la
Muerte sino tan sólo el Nacimiento.
Los dolores de la Muerte son los tormentos del AlumbraM iento.
Q u e s e e n c i e n d a l a t e r c e r a v a r i l l a d e
i n c i e n s o c o n e l o b j e t o d e q u e p u e d a o r i e n t a r a u n a l m a
a t o r m e n t a d a . Una orden telepática alcanzó mi conciencia.
¿ D ó n d e e s t á s , L o b s a n g ? ¡ V e n
i n m e d i a t a m e n t e !
Ha c i e n d o u n g r a n e s f u e r z o , c o n s e g u í r e g r e s a r a " e s t e " m u n d o .
M i s p i e s e s t a b a n e n t u m e c i d o s . M e l e v a n t é v a c il a n t e y a t r a v e s é l a
p u e r t a a t o d a p r i s a . E n v i é u n m e n s a j e m e n t a l a m i M a e s t r o : " Y a
v o y , R e s p e t a d o S e ñ o r " . P a s é r e s t r e g á n d o m e l o s o j o s p o r e l T e m p l o
l l e n o d e c a l o r y d e hu m o y , de sp u é s , m e s e nt í r e f r e s c a d o c o n e l a ir e
no c t u r no y se guí ca minando, su bie ndo ha st a la habita ción cont igu a a la
pu e r t a p r i n ci pa l, d o n de m i M a e s t r o m e e spe r a b a . É l s o nrió al verme.
¡ P e r o , L o b s a n g ! — e x c l a m ó — . ¡ P a r e c e
q u e h a y a s visto un fantasma!
—He visto varios, señor — le respondí.
— E s t a n o c h e n o s q u e d a r e m o s a q u í , L o b s a n g — d i j o e l L a m a — . Y
m a ñ a n a i r e m o s a c o n s u l t a r e l O r á c u l o d e l E st a d o . L a e x p e r i e n c i a t e
r e s u l t a r á i n t e r e s a n t e . P e r o a h o r a debemos comer primero y, después,
dormir.

40. C o m í l le n o d e p r e o c u p a c i ó n , p e n s a n d o e n l o q u e h a b í a v i s t o e n e l
T e m p l o , p r e g u n t á n d o m e " p o r q u é " e r a é s t e " e l M u n d o d e l a I l u s i ó n " .
T e r m i n é r á p i d a m e n t e m i c e n a y m e retiré a la habitación que me habían
asignado. Me envolví

41. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 3 5
e n m i m a n t o , m e a c o s t é y m e d o r m í e n s e g u i d a . D u r a n t e t od a l a
no c he , m i s u e ñ o e st u vo p la g a d o de p e s a d il la s e i mpresiones extrañas.
Soñé que esta ba despiert o, se ntado y que lleg aban hasta m í , c o m o
e l p o l v o d e u n a t o r m e n t a , g r a n d e s e s f e r a s d e " a l g o " d e s c o n o c i d o .
A p a r e c i e r o n a l o l e j o s c o m o p e q u e ñ a s m a n c ha s y fu e r o n cr e c ie n d o
po c o a po c o ha st a co n ve r t i r s e e n g l o b o s d e t o d o s l o s c o l o r e s .
C u a n d o a l c a n z a r o n e l t ama ño de u na ca be za hu m a na , se a ce r ca r on,
ale já n dose de sp u é s p r e c i p i t a d a m e n t e . E n m i s u e ñ o — ¡ s i e s q u e f u e
r e a lm e n t e u n s u e ñ o ! — m e r e s u l t a b a i m p o s i b l e v o l v e r l a c ab e z a
p a r a v e r h a c i a d ó n d e h a b í a n i d o . S ó l o v e í a e s a s e sf e r a s q u e n u n c a
t e r m i n a b a n , q u e s u r g í a n d e a l g ú n l u g a r desconocido y que cruza ba n
ve loz mente ju nt o a m í, hacia ... ¿ a lgu na pa rt e ? Me sor pre ndi ó
ext ra or di nar ia me nt e qu e ning u n a d e a q u e l l a s e s f e r a s c h o c a r a c o n m i
c u e r p o . T e n í a n u na a pa r ie nc ia só li d a a u nq u e , a m i ju i ci o , ca r e c ía n
de su st a n c i a . D e p r o n t o , d e u n a f o r m a t a n h o r r i b l e m e n t e r e-
pe ntina que me despe rté sobresaltado, escu ché una voz que dijo a mis
espaldas:
—A c a b a s d e v e r l o s m u r o s f i r m e s y s ó l i d o s d e l Te m p l o como los ven
los Espíritus.
S e n t í u n e s t r e m e c i m i e n t o d e t e r r o r . ¿ A c a s o e s t a b a " m u e r t o " ?
¿ Me h a b í a m u e r t o m i e n t r a s d o r m í a ? P e r o , ¿ p o r q u é p r e o c u p a r s e
a n t e l a " m u e r t e " ? Y o s a b í a q u e l o q u e llamábamos muerte era tan
sólo un renacimiento. Me acosté otra vez y el sueño se apoderó de mí
nuevamente.
E l m u n d o e n t e r o t e m b l a b a , c r u j í a y s e d e s p l o m a b a d om ina do por
la locura . Asu sta do, me incor poré creye ndo que e l Te m pl o se e st a b a
de r r u m ba nd o . Er a u n a no c he ló br e g a , i l u m i n a d a t a n s ó l o p o r e l b r i l l o
f a n t a s m a l d e la s e s t r e l la s q u e la nz a ba n d e s d e lo a lt o d é b ile s
si m u la c r o s de lu z . M ir é f i j a m e n t e a nt e m í y e l m i e d o e r iz ó m i s
c a b e l l o s . E s t a b a p ar a l i z a d o . M e r e s u l t a b a i m p o s i b l e m o v e r u n s o l o
d e d o y l o má s t er r ible er a q ue e l m u ndo cre cía ver t ig inosa m e nt e . La s
s u a v e s p i e d r a s d e l o s m u r o s a d q u i r i e r o n u n a a p a r i e n c i a t o s c a y s e
c o n v i r t i e r o n e n r o c a s p o r o s a s c o m o l a s d e l o s volcanes extinguidos. Se
agigantaban los orificios de las pie-

43. 36 LOBSANG RAMPA
d r a s y p u d e d a r m e c u e n t a d e q u e e s t a b a n p o b l a d a s p o r cr iat u ra s de
pe sa dilla , c om o la s qu e ha bía vist o con e l g ra n microscopio alemán del
Lama Mingyar Dondup.
E l m u n d o s e g u í a c r e c i e n d o y a q u e l l a s h o r r i b l e s c r i at u r a s
a dq u i r ie r o n u n t a m a ñ o i n m e n s o , a l c a n z a n d o p o r f i n t a n v a s t a s
d i m e n s i o n e s q u e h a s t a p o d í a d i s t i n g u i r " s u s " por os . Y m ie nt ra s e l
mu nd o cr e cía y cre cía ince sa nte m e nt e , com prendía que, a l mism o
tiem po, y o disminu ía y disminu ía d e t a m a ñ o . M e d i c u e n t a d e q u e s e
h a b í a d e s e n c a d e n a d o u n a t e m p e s t a d d e a r e n a . De t r á s d e m í r u g í a e l
v i e nt o , s i n e m b a r g o n i u n s o l o g r a n o d e a r e n a l l e g ó a t o c a r m e . R á p i-
d a m e n t e , t a m b i é n la s a r e n a s e m p e z a r o n a c r e c e r . A l g u na s a l c a n z a r o n
e l t a m a ñ o d e u na c a b e z a h u m a n a , o t r a s l a s d im e n s i o n e s d e l
H i m a l a y a . P e r o n i n g u n a m e r o z ó s i q u i e r a . Y s i g u i e r o n c r e c i e n d o y
c r e c i e n d o h a s t a q u e p e r d í e l s e nt i d o d e l t a m a ñ o , h a s t a q u e p e r d í e l
s e nt i d o d e l t i e m p o . E n su e ños, m e pa re cía flota r ent re la s e st r e lla s ,
fr ío e inm ó vil, m ie ntr a s la s g a la xia s pa sa ba n a m i la do
ver t ig inosa m e nt e y s e d e s v a n e c í a n a l o l e j o s . N u n c a s a b r é c u á n t o
t i e m p o p e rm a n e c í a s í . M e p a r e c í a t o d a u n a e t e r n i d a d . A l c a b o d e u n
la r g o , m u y la r g o , pe r í od o de t ie m p o , u na g a la xia in m e n sa , u n gru po
infinit o de Univer sos se pre cipita ron directame nte c o n t r a m í . " ¡ T o d o s e
h a t e r m i n a d o ! " , p e n s é c a ó t i c a m e n t e c o n f o r m e a q u e l l a m u l t i t u d d e
m u n d o s s e m e i b a a c e r c a ndo, preñados de amenazas.
— " ¡ L o b s a n g ! ¡ L o b s a n g ! ¿ T e h a s m a r c h a d o a l a s P r ad e r a s d e l
C i e l o ? " L a V o z s o n a b a r e t u m b a n d o p o r t o d o e l U n i v e r s o , r e b o t a n d o
d e m u n d o e n m u n d o . . . y m u l t i p l i c á nd o s e e n e c o s s o b r e l o s m u r o s d e
p i e d r a d e m i c u a r t o . A b r í los ojos c on di ficu lta d e inte nté a ba r ca r lo
t odo en el ca m po d e m i v i s i ó n . S o b r e m í h a b í a u n e n j a m b r e d e
b r i l l a nt e s e st r e lla s a la s q u e cr e í r e co no c e r . Y a q u e lla s e s t r e l la s fu e r on
de sva ne cié ndose po co a poco ha sta se r su st it u ida s por comp l e t o p o r e l
r o s t r o b o n d a d o s o d e l L a m a M i n g y a r D o n d u p . S u a v e m e n t e , m e
s a c u d í a . L a c l a r a l u z d e l s o l i l u m i n ó m i h a b i t a c i ó n . E n u n o d e s u s
r a y o s , e l p o l v o f l o t a b a t e n u emente y se vestía con todos los colores del arco
iris.

44. —La mañana está muy avanzada, Lobsang. Te he per -

45. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 37
m i t i d o q u e d u r m i e r a s , p e r o a h o r a e s p r e c i s o q u e c o m a s algo. Luego
proseguiremos.
M e l e v a n t é c o n d i f i c u l t a d . A q u e l l a m a ñ a n a , m e s e n t í a " f u e r a d e
m í " . M e p a r e c í a q u e m i c a b e z a e r a d e s m e s u r ad a m e n t e g r a n d e e n
c o m p a r a c i ó n c o n e l r e s t o d e l c u e r p o y m i m e nt e se g u ía a ú n a g it a da
co n lo s " su e ñ os " de la n oc h e . E n v ol v í e n la p a r t e de la n t e r a de m i
m a n t o m is e x ig u a s pr opiedade s y a bandoné mi ha bitación, en busca de
nue str o alim e n t o b á s i c o , e l " t s a m p a " . D e s c e n d í l a e s c a l e r a , a g a r r á n-
do m e a l m á st i l c o n t od a s m is fu e r z a s p a r a n o ca e r m e . A bajo, los monjes
cocineros haraganeaban ociosos.
H e v e n i d o p a r a q u e m e d é i s a l g o d e c o m i d a
— d i j e con la mayor suavidad.
¿ C o m i d a ? ¿ A e s t a s h o r a s d e l a m a ñ a n a ?
¡ V e t e d e aquí! — vociferó el jefe de los cocineros.
M e a g a r r ó , p e r o c u a n d o i b a a g o l p e a r m e , o t r o d e l o s monjes le
susurró al oído:
¡ E s e l q u e e s t á c o n e l L a m a M i n g y a r
D o n d u p !
E l j e f e d e l o s c o c i n e r o s d i o u n s a l t o , l o m i s m o q u e s i hu bie ra
re cibi do el picot az o de u n tá ba no, dir ig ié n dose de spués a su ayudante.
¡ B i e n ! ¿ Q u é e s p e r a s ? ¡ S i r v e s u d e s a y u n o a l
s e ñ o r !
E n c i r c u n s t a n c i a s n o r m a l e s , h u b i e r a t e n i d o u n a c a n t id a d
su fi c ie nt e de ce ba da e n m i bo l sa de c u e r o. " To d o s" l os m o n j e s l a l l e v a n
s i e m p r e c o n s i g o , p e r o , c o m o é r a m o s v i s itantes, todas mis reservas se
habían agotado. Los monjes, i n d e p e n d i e n t e m e n t e d e q u e f u e r a n " c h e l a s " ,
a s c e t a s o l amas, llevaban siempre la bolsa de cuero y la escudilla donde
p o d e r c o m e r l a . L a c o m i d a p r i n c i p a l d e l . T i b e t e s t a b a c o mp u e s t a d e
" t s a m p a " , t é y m a n t e c a . S i e n l a s l a m a s e r í a s t ibeta na s e xist ieran
menú s im pre sos, figu rar ía solame nte u na palabra: "¡tsampa!".
Le v e m e n t e r e c o n f o r t a d o de s p u é s de l a c o m i d a , v o l v í de n u e v o
j u n t o a l L a m a M i n g y a r D o n d u p y n o s d i r i g i m o s a c a b a l l o h a c i a l a
l a m a s e r í a d e l O r á c u l o d e l E s t a d o . N o h abla mos dura nte todo el

46. traye ct o y m i ca ba llo trota ba de una fo r m a t a n e s pe ci a l q u e n e ce si t a ba
co n ce nt r a r t od a m i a t e nción sobre él para no caerme. A nuestro paso por
Lingkor

47. 38 LOBSANG RAMPA
R o a d , l o s p e r e g r i n o s , d á n d o s e c u e n t a d e l a lt o g r a d o d e m i M a e s t r o
p o r s u s v e s t i d u r a s , l e p e d í a n q u e l o s b e n d i j e r a . C u a n d o r e c i b í a n s u
b e n d i c i ó n , s e g u í a n s u c a m i n o p o r e l C ir c u i t o S a g r a d o , c o n v e n c i d o s
d e q u e s e h a l l a b a n y a a m ita d de l ca m ino de su sa lva ció n. N ue st r os
ca ba llos no s lle var o n p r o n t o a t r a v é s d e l B o s q u e d e l o s S a u c e s y ,
d e s p u é s , s i g u i e r o n t r o t a n d o a l o l a r g o d e l c a m i n o d e r o c a s q u e c o n-
d u c í a a l a M a n s i ó n d e l O r á c u l o . Y a e n e l p a t i o , l o s m o n je s s i r v i e n t e s
s e h i c i e r o n c a r g o d e l o s a n i m a le s y y o , l le n o d e s a t i s f a c c i ó n , p u d e
p o n e r m i s p i e s s o b r e l a t i e r r a n u e v amente.
El lugar estaba abarrotado de gente. Para asistir al acto, lo s la m a s
m á s im po r t a nt e s ha b ía n a cu di d o de s d e t o do s l os r i n c o n e s d e l p a í s . E l
O r á c u l o i b a a p o n e r s e e n c o m u n i c ac i ó n c o n l o s P o d e r e s q u e r i g e n e l
m u n d o . P o r d e c i s i ó n e sp e c i a l d e l P r o f u n d o , s i g u i e n d o s u s ó r d e n e s
e x p r e s a s , y o t a m b i é n d e b í a e s t a r p r e s e n t e . N o s m o s t r a r o n e l l u g a r
q u e n o s h a b í a n a s i g n a d o p a r a d o r m i r . Y o t e n í a q u e h a c e r l o j u n t o
a l L a m a M i n g y a r D o n d u p , y n o e n e l d o r m i t o r i o c o m ú n d e l o s
" c h e l a s " . A l p a s a r c e r c a d e u n p e q u e ñ o t e mp l o , s i t u a d o d e n t r o d e l
e d i f i c i o p r i n c i p a l , e s c u c h é l a s s iguientes palabras:
Escucha la Voz de nuestros Espíritus. Éste es el
Mundo de la Ilusión.
— S e ñ o r — p r e g u n t é a m i M a e s t r o c u a n d o q u e d a m o s solos —.
¿Qué significa eso del "Mundo de la Ilusión"?
V e r á s — r e s p o n d i ó , m i r á n d o m e
s o n r i e n t e — . ¿ Q u é " e s" l o r e a l ? S i t o c a s e s t e m u r o , t u s d e d o s
n o p u e de n a t r av e s a r l a p a r e d . De e l l o d e d u ce s q u e e l m u r o e s a l g o
s ó l i d o q u e n o p u e d e s e r p e n e t r a d o . E n e l e x t e r i o r , l a m u r a l l a d e
m o n t a ñ a s d e l H i m a l a y a e s t a n s ó l i d a c o m o s i f u e r a l a c olu m na
ve r t e b r a l de l a Ti e r r a . Pe r o u n E s p ír it u , o t ú m i sm o si te introduces en
lo astral, puedes moverte libremente, con l a m i s m a f a c i l i d a d c o n q u e t e
m u e v e s e n e l e s p a c i o , a t r avés de las rocas de las montañas.
P e r o ¿ c ó m o e s e s a " i l u s i ó n " ? — l e

48. p r e g u n t é — . L a

49. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 39
p a s a d a n o c h e t u v e u n s u e ñ o q u e " e r a " r e a l m e n t e u n a i l usión. ¡Sólo al
recordarlo, siento que me pongo lívido!
Mi Mae st r o, con infi nita pa cie n cia , me e scu chó . Y cu a ndo terminé de
relatarle mi sueño, me dijo:
— V o y a h a b l a r t e d e l M u n d o d e l a I l u s i ó n . P e r o t o d avía no, porque
ahora debemos visitar el Oráculo.
E l O r á c u l o d e l E s t a d o e r a u n h o m b r e e x t r a o r d i n a r i ame nte jove n,
de lga do, de aspe ct o enfer miz o. Fu i presentado a é l y s u m ir a da
pe ne t r a nt e pa r e c ió in t r o du ci r se de nt r o de m í m ie n t r a s m i c o l u m na
v e r t e b r a l v i b r a b a c o m o r e c o r r i d a por un temblor de miedo.
— S í , e r e s t ú — d i j o — . T e h e r e c o n o c i d o e n s e g u i d a . E s t á s
do t a do de l p o de r in t e r io r y a l ca nz a r á s t a m b ié n l a sabiduría. Más tarde,
hablaré contigo.
M i q u e r i d o a m i g o , e l L a m a M i n g y a r D o n d u p , p a r e c i ó estar
satisfecho de mí.
— S i e m p r e s a l e s a i r o s o d e t o d a s l a s p r u e b a s a q u e t e s o m e t e m o s ,
L o b s a n g — m e d i j o — . V e n c o n m i g o . N o s r et ir a r e m o s a l S a n t u a r io de
lo s D io se s . Te ne m os q u e h a b la r . — M e s o n r e í a m i e n t r a s n o s
a l e já b a m o s — . L o b s a n g — a ñ adió —, trataremos acerca del Mundo de la
Ilusión.
E l S a n t u a r i o e s t a b a d e s i e r t o , c o m o y a m e h a b í a a d v e rt id o m i
Ma e st r o . La s lá m pa r a s a r d ía n t e m b lo r o s a s a nt e la s I m á g e ne s Sa g r a d a s
co n f ir ie n d o m o vi m ie nt o a s u s s om br a s que parecían agitarse y saltar en
una danza exótica. El humo de l incie nso se alza ba e n e spir a le s so br e
nosot r os . N os se nt a m o s , u n o a l l a d o d e l o t r o , j u n t o a l a t r i l d o n d e e l
l e c t o r re cit ar ía lo s pa sa je s de los libr os sa g ra d os. A dopt a m os u na
a ct i t u d d e c o n t e m p l a c i ó n , c r u z a n d o n u e st r a s p i e r n a s y e ntrelazando
nuestros dedos.
— É s t e e s e l M u n d o d e la I l u s i ó n — d i j o m i M a e s t r o — . Y s i
i n v o c a m o s a l o s " E s p í r i t u s " p a r a q u e n o s e s c u c h e n e s por qu e sa bem os
qu e ellos se sie nt e n solit a r ios en el Mu ndo d e l a R e a l i d a d . T ú s a b e s
p e r f e c t a m e n t e q u e d e c i m o s : E scu cha la Voz de nue st r os E spír it u s, e n
lu g a r de de cir : E scuc h a l a V o z d e n u e s t r o s C u e r p o s . A h o r a b i e n ,
a t i e n d e a l o q u e v o y a d e c i r t e s i n i n t e r r u m p i r m e p o r q u e e l l o e s e l

50. f u ndamento de nuestra Creencia Intima. Como te explicaré

51. 40 LOBSANG RAMPA
d e s p u é s , la s p e r s o n a s q u e n o h a n e v o l u c i o n a d o s u f i c i e nt em e n t e d e be n
t e n e r a nt e t o d o u na fe q u e le s s o s t e n g a , q u e le s a y u de a cr e e r q u e u n
Pa dr e o u na M a d r e v e la po r e llo s . T a n s ó l o c u a n d o s e a l c a n z a u n g r a d o
a de c u a d o d e d e s a r r ollo espiritual es posible aceptar lo que voy a revelarte.
C o n t e m p l é a m i M a e s t r o p e n s a n d o q u e é l e r a p a r a m í e l m u n d o
e n t e r o y d e s e é f e r v i e n t e m e n t e q u e p u d i é r a m o s permanecer siempre
juntos.
— N o s o t r o s s o m o s — d i j o — c r i a t u r a s d e l E s p í r i t u . S om o s c a r g a s
e l é c t r i c a s c o n i n t e l i g e n c i a . E s t e m u n d o , e s t a v i d a e s e l I n f i e r n o , u n
l u g a r d e p r u e b a d o n d e n u e s t r o E sp í r i t u s e v a p u r i f i c a n d o p o c o a
p o c o a t r a v é s d e l d o l o r d e a pr e nder a cont r ola r la g r ose ra ca r ne qu e
com po ne nue st r o c u e r p o . N u e s t r o c u e r p o c a r n a l e s d i r i g i d o p o r u n o s
c a b l e s e lé ct r ic o s q u e t ie n e n su or ig e n e n la p a r t e s u p e r io r de no sotr os
mism os, en nue str o Espíritu, de la mism a ma nera que u n t í t e r e e s
c o n t r o l a d o p o r l o s c a b l e s q u e e l t i t i r i t e r o m ane ja há bilm e nte . Un
tit ir it e r o bie n a die st r a do pue de pr o porcio na r la ilu sión de q ue los
mu ñe cos q ue é l m ue ve e stá n dot a dos de vida y volu nt a d pr opia pa r a
det er m ina r su s a ct os. D e i d é n t i c a m a n e r a , h a s t a q u e n o
c o n s e g u i m o s c o n o c e r e x a c t a m e n t e l a e s e n c i a d e l a s c o s a s ,
" n o s o t r o s " t e n e m o s c i e r t a t e n d e n c i a a c r e e r q u e n u e s t r o c u e r p o
c a r n a l e s l o ú n i c o q u e t ie n e r e a lm e n t e i m p o r t a n c i a . L a a t m ó s f e r a d e
la Ti e r r a e st r a n g u la e l E s pí r i t u y , p or e l lo , ol vi d a m os nu e st r a A l m a
q u e e s l a q u e e n r e a l i d a d n o s c o n t r o l a . P e n s a m o s , e n t o n c e s , q u e
a c t u a m o s l i b r e m e n t e , e n v i r t u d d e n u e s t r a v o l u n t a d c o n s c i e n t e . Y d e
e s a f o r m a , L o b s a n g , n o s v e m o s at ra pa do s por nu e st ra pr ime r a I lu si ón
qu e e s la q ue nos in d u c e a c r e e r q u e l o m á s i m p o r t a n t e p a r a
n o s o t r o s e s e l t ít e r e de n u e s t r o cu e r p o de c a r ne . — Se i nt e r r u m pi ó a l
da rs e c u e n t a d e m i g e s t o d e p e r p l e j i d a d — . B u e n o — m e p r eguntó —,
¿qué es lo que te sucede ahora?
—Se ño r — le r e s p on d í — . ¿ D ón d e e st á n m i s ca bl e s e lé ctricos? ¡Yo no
veo nada que me vincule a mi Ser Superior!
—¿ A ca so p u e de s ve r e l a i r e , Lo b sa ng ? — r e s po n d ió s o nr i é n d o m e — .
N o p u e d e s , a n o s e r q u e s a l g a s d e t u e n v o ltura carnal.

53. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 4 1
Se i n cl in ó ha ci a m í y c og ió m i m a n t o . C o nt e m pl a b a s u s ojos
penetrantes, sentí que la vida me abandonaba.
— ¡ L o b s a n g ! — m e d i j o l l e n o d e s e v e r i d a d — , ¿ a c a s o t u ce r e br o s e
ha e va p o r a d o " p or co m pl e t o" ? ¿ C r e e s a ca so q u e e s t á s c o m p u e s t o
s o l a m e n t e d e m a t e r i a ? ¿ H a s o l v i d a d o l a e x i s t e n c i a d e l C or d ó n d e
P l a t a , d e e sa s e r i e d e l í n e a s e l e ct r om a g né t ic a s q u e — a q u í e n la T ie r r a
— t e m a nt ie ne n u nid o a t u E s p í r i t u ? ¡ E s t á s r e a l m e n t e e n e l M u n d o
d e l a I l usión, Lobsang!
M e d i c u e n t a d e q u e m e h a b í a r u b o r i z a d o . " N a t u r a lm e nt e" ,
cono cía la e xiste ncia de l C or dón de Pla t a , e sa línea d e l u z a z u la d a q u e
v i n c u l a l o f í s i c o a l o e s p i r i t u a l . E n m uc ha s o ca si o ne s , c u a n do m e
se nt í a t r a n s p or t a d o a lo a st r a l , l o h a b í a v i s t o v i b r a r y f u l g u r a r l le n o
d e lu z y d e v i d a . E r a sem e ja nt e al cor d ón u m bilica l q ue ma nt ie ne u nido
al r e cié n na ci do co n su ma dr e , pe r o con la pa r t icu la r ida d de q ue e se
" n i ñ o " q u e s e l l a m a b a c u e r p o f í s i c o n o p o d í a e x i s t i r n i u n solo instante
si el Cordón de Plata era cortado.
Obse r vé a m i Ma e st r o q ue pa r e cía dis pue st o a pr ose gu ir sus
explicaciones.
— C u a n d o n o s h a l l a m o s e n e l m u n d o f í s i c o , e s t a m o s d o m i n a d o s
p o r l a t e n d e n c i a a p e n s a r " t a n s ó l o " e n l o s a sp e c t o s d e e s e m u n d o .
E n r e a l i d a d e l l o c o n s t i t u y e u n a d e l a s m e d i d a s d e s e g u r i d a d d e l S e r ,
p o r q u e s i f u é r a m o s c ap a c e s d e r e c o r d a r e l M u n d o d e l E s p í r i t u c o n
t o d a s s u s d ic h a s , s ó l o m e d i a n t e u n p o d e r o s o e s f u e r z o d e n u e s t r a
v olu nta d po dr íam os pe r ma ne ce r a qu í. Si pu dié r a m os re cor da r nuestras
vidas pasadas en el curso de las cuales éramos, tal v e z , m á s i m p or t a n t e s
q u e e n n u e s t r a vi d a pr e se nt e , no s r es u l t a r í a d i f í c i l s e r hu m i l d e s .
Va m o s a p e d i r u n p o c o d e t é y, después, te contaré cóm o es la vida de
un chino de sde su muerte hasta su renacimiento en una nueva existencia.
E l La m a i b a a h a c e r s o n a r l a c a m p a n i l l a d e p l a t a p a r a q u e v i n i e r a
u n s i r v i e n t e , p e r o a l v e r m i e x p r e s i ó n s e d etuvo.
— B i e n — p r e g u n t ó — , ¿ q u é e s l o q u e q u i e r e s p r e g u ntarme?

54. 42 LOBSANG RAMPA
— S e ñ o r — l e r e s p o n d í — . ¿ P o r q u é l a d e u n c h i n o ? ¿Por qué no la
de un tibetano?
— P o r q u e s i t e h u b i e r a d i c h o " d e u n t i b e t a n o " a s o c i ar í a s e s a
p a la b r a c o n a l g u n a s d e la s p e r s o n a s q u e c o n o ce s y el resultado de mis
explicaciones no sería correcto.
H i z o s o n a r l a c a m p a n a y u n m o n j e s i r v i e n t e n o s t r a j o té. Mi
Maestro me miró con aire pensativo.
— ¿ H a s p e n s a d o q u e a l b e b e r e s t e t é n o s e s t a m o s t r ag a nd o
m i ll one s d e m u n do s ? — m e pr e g u nt ó — . A u nq u e l os fluidos tiene n un
contenido m ole cu lar má s dilu ido, si viera s a um e nta do s los át om os de
e st e té cr e er ía s e sta r vie ndo una mult itud de gra nos de arena que se
agita n en un la go tur bu le n t o . L o m is m o su ce de co n lo s c u e r p o s
g a s e o so s . Ha st a e l air e e st á c om pue st o de m olé cu la s, de dim inut a s
pa rt ícu la s. P e r o n o s e s t a m o s a p a r t a n d o d e l t e m a . Í b a m o s a t r a t a r d e
la vida y de la muerte de un chino.
Bebió su té y esperó a que yo terminara de beber el mío.
— H a b í a u n v i e j o m a n d a r í n l l a m a d o S e n g — d i j o m i M a e s t r o — .
S u v i d a h a b í a s i d o s ie m p r e d i c h o s a y a l l l e g a r al oca so de su
existe ncia , se sentía mu y sat isfe cho. Su fa mil i a e r a m u y n u m e r o s a y
t e n í a m u c h a s c o n c u b i n a s y e s c l av o s . Ha st a e l p r o pi o E m pe r a d or d e la
C h in a le h a b ía he ch o o b j e t o d e s u s f a v o r e s . S u s o j o s y a g a s t a d o s
p o d í a n v e r u n p o c o d e e s p a c i o a t r a v é s d e l a v e n t a n a d e s u
h a b i t a c i ó n , au nqu e a pe na s di st ingu ía su s he r m osos ja r dine s d onde
mer o d e a b a n l o s p a v o s r e a l e s . L o s t r i n o s d e l o s p á j a r o s , q u e po bla ba n
los á r bole s a l te rm ina r el día lleg a ba n dé bilm e nt e a s u s f a t i g a d o s
o í d o s . S e n g p e r m a n e c í a t e n d i d o , r e l a j a d o sobr e su s a lm oha done s.
Se nt ía de nt r o de sí lo s a ra ña z os de l a M u e r t e c o r t a n d o s u s v í n c u l o s
c o n la v i d a . E l s o l , t e ñ i d o d e sa ng r e c r e p u s c u la r , se oc u l t a b a
le n t a m e n t e de t r á s d e la a n t i g u a p a g o d a . E l a n c i a n o S e n g , t a m b i é n
l e n t a m e n t e , s e d e s p l o m ó s o b r e s u s a lm o h a d o n e s , m i e n t r a s s u
r e s p i r a c i ó n entre corta da silba ba entre su s die nte s. La luz solar se
de svan e c i ó p o r c o m p l e t o y l a s l a m p a r i l l a s d e s u h a b i t a c i ó n e m-

55. p e z a r o n a a r d e r , p e r o e l a n c i a n o S e n g y a s e h a b í a i d o , s e había ido con
los últimos rayos del sol agonizante.

56. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 4 3
M i M a e s t r o m e o b s e r v ó , c o m o p a r a c o m p r o b a r q u e l e estaba
escuchando. Después, prosiguió:
— E l a n c i a n o S e n g p e r m a n e c í a d e r r u m b a d o s o b r e s u s
almohadones y los latidos de su cuerpo se diluían levemente e n e l
si le nc io . La sa ng r e y a n o ci r c u l a b a p or su s a r t e r ia s y s u s ve na s y lo s
fl u i do s d e su cu e r p o se h a b ía n e x t i ng u id o . El cu er po de l ancia no Se ng
ha bía mu er t o, ha bía t er m ina do, y a no se r vía pa ra na da . Pe r o si a llí
hu bie r a e sta do pr e se nte a l g ú n c l a r i v i d e n t e , p o d r í a h a b e r o b s e r v a d o
u n h a l o l u m in o s o , a z u l a d o , r o d e a n d o e l c u e r p o d e l a n c i a n o S e n g ,
u n a fi g u r a q u e se se pa r a ba de l c u e r p o y f lo t a b a s o br e é l, u ni do a s u
e n v o l t u r a c a r n a l s o l a m e n t e p o r e l s u t i l C o r d ó n d e P l a t a . P o c o a
p o c o , e l C o r d ó n d e P l a t a f u e e s t r e c h á n d o s e y , a l fi n , se pa r t i ó. E l
E s pí r it u d e l a nc ia no S e n g fl ot ó e n e l espacio, como una nube de incienso
arrastrada por el viento, desvaneciéndose después suavemente a travé9 de los
muros.
E l L a m a l l e n ó s u t a z a n u e v a m e n t e y , t r a s c o m p r o b a r que la mía
tenía té todavía, prosiguió:
— E l E s p í r i t u a t r a v e s ó r e i n o s y d i m e n s i o n e s i n c o m p r e ns i b l e s p a r a
l o s e s p í r i t u s m a t e r i a l i s t a s . A l f i n , l l e g ó a u n maravilloso jardín,
lleno de inmensos edificios, deteniéndose e n u n o d e e l l o s , d o n d e l o
q u e h a b í a s i d o e l A l m a d e l a nc i a n o Se n g e n t r ó a b r i é n d o s e c a m i n o
e n t r e u na c a s c a d a d e l u c e s . E n s u m u n d o , L o b s a n g , u n A l m a e s
t a n c o n c r e t a c o m o t ú p u e d a s s e r l o e n t u m u n d o . E n e l m u n d o d e l
e spír itu , los e spír itu s pue de n q ue dar co nfina d os e ntr e cua t r o pa rede s
y camina r sobre el sue lo. El e spír itu tie ne a llí una s posibilidades y unos
dones muy diferentes a los que nosotros po see m os a qu í, sobr e la t ie r ra .
Aq ue l E spír it u dea m bu ló dur a nt e a l g ú n t ie m po y , de s p u é s , e nt r ó e n
u na pe q u e ña h a b it a c i ó n . S e s e n t ó y c o n t e m p l ó l o s m u r o s q u e l e
r o d e a b a n . Sú bitame nte los mur os se de sva ne cie ron y , en su lu gar , apa-
r e c i e r o n m u c h a s e s c e n a s d e s u v i d a p a s a d a . C o n t e m p l ó l o q u e
n o s o t r o s l l a m a m o s a l A r c h i v o K á r m i c o q u e c o n t i e n e t odo lo q ue ha
su ce dido e n e l t ie m po y q ue pu e de ser obse rv a d o c o n u n a r a p i d e z
i n c r e í b l e p o r t o d o s a q u e l l o s q u e ha n s i do e s pe c ia lm e nt e pr e pa r a d o s

57. pa r a e l lo . Ta m bi é n e s ob se rvable por "todos" los que hacen el tránsito de la
vida te-

58. 44 LOBSANG RAMPA
r r e s t r e a l a v i d a d e l m á s a l l á , p u e s t o q u e e l H o m b r e c o nt e m p l a e l
b a l a n c e d e s u s é x i t o s y d e s u s f r a c a s o s . D e e s a f o r m a , e l H o m b r e
p u e d e v e r s u p a s a d o ¡ y " j u z g a r s e a s í m is m o " ! N o h a y u n ju e z m á s
se ve r o p a r a su s pr op i os a ct o s q u e e l m i s m o H o m b r e q u e l o s h a
r e a l i z a d o . N o e s p r e c i s o co m pa r e ce r t e m b lo r o s o a nt e u n D io s .
N o so t r os m is m o s pr esenciamos lo que hicimos y lo que intentamos hacer.
Y o l e e s c u c h a b a s i le n c i o s o . Su s p a l a b r a s m e a p a s i o n aban, me
fascinaban. Me hubiera gustado oírle durante horas y h or a s , e n lu g a r
de t e ne r q u e s o m e t e r m e a la r ig u r os a m onotonía de las lecciones
cotidianas.
— E l E s p í r i t u d e l q u e e n v i d a h a b í a s i d o e l a n c i a n o S e n g , e l
M a n d a r í n C h i n o , c o n t e m p l ó n u e v a m e nt e t o d a e s a v i d a q u e n o s o t r o s ,
s o b r e l a T i e r r a , h u b i é r a m o s c a l i f i c a d o d e d i c h o s a — p r o s i g u i ó m i
M a e s t r o — . V i ó l o s m u c h o s errores que ha bía com etido y se
arre pint ió de ellos. De spué s se le va ntó y a bandonó aquella habita ción,
dirigié ndose a un g r a n s a l ó n d o n d e l e e s p e r a b a n l o s h o m b r e s y l a s
m u j e r e s d e l m u n d o d e l e s p í r i t u . S i l e n c i o s o s , s o n r i e n d o c o m p r e n s ivo s
y l le n os d e c om pa si ó n , le vi e r on có m o s e a ce r c a b a p a r a pedirles que le
orientaran. Se sentó junto a ellos, les confesó s u s e r r o r e s y le s c o n t ó
la s c o s a s q u e h a b í a h e c h o , la s q u e intentó hacer y las cosas que pensó
hacer pero que no hizo.
— P e r o — d i j o y o r á p i d a m e n t e — , c r e o h a b e r t e o í d o d ec i r q u e n o
l o j u z g a b a n a d i e , q u e e r a é l e l q u e s e j u z g a b a a sí mismo.
— Y a s í e s , L o b s a n g — r e s p o n d i m i M a e s t r o — . D e sp u é s d e
c o n t e m p l a r s u p a s a d o c o n t o d o s s u s e r r o r e s , s e a ce r c ó a a q u e ll os
C o ns e je r o s C e le s t e s pa r a q u e é st o s le sug ir ie r a n l o q u e cr e y e r a n
op o r t u no . . . Pe r o, p or f a v or , no m e i n t e r r u m p a s . L i m í t a t e a e s c u c h a r y
g u a r d a t u s p r e g u n t a s p a r a m á s t a r d e . . . C o m o t e i b a d i c i e n d o —
p r o s i g u i ó — e l A l m a s e s e n t ó e n t r e l o s C o n s e j e r o s y l e s c o n f e s ó s u s
f r acasos y les ha bló de la s vir tude s que , a su juicio, ne ce sitaba pa r a
pode r se g u ir su e volu ción e spir itu a l. En pr ime r lu g a r , t e n ía q u e
r e g r e sa r a la Ti e r r a p a r a ve r nu e va m e nt e su c u e rp o . L u e g o ,
d e s c a n s a r í a d u r a nt e v a r i o s a ñ o s o v a r i o s s i g l o s y después le ayudarían a

59. hallar las cualidades esenciales

60. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 4 5
p a r a c o n t i n u a r s u p r o g r e s o e n e l f u t u r o . S u A l m a v o l v i ó a l a
T i e r r a p a r a c o n t e m p l a r p o r ú l t i m a v e z s u p r o p i o cu e r po, mu e rt o,
dis pue st o y a pa r a ser e nte r ra do . Ent on ce s, a q u e l E s p í r i t u , q u e h a b í a
d e j a d o d e s e r e l e s p í r i t u d e l a nc i a n o S e n g p a r a e m p e z a r a s e r t a n
s ó l o u n e s p í r i t u d e s t in a d o a l r e p o s o , r e g r e s ó a l P a í s d e l M á s A l l á .
D u r a n t e u n p e r í o d o de t i e m p o i n d e t e r m i n a d o , d e s c a n s ó y s e
r e c u p e r ó , a pre ndie ndo la s le c cione s de su s vida s a nt e r iore s, pr e pa rá n-
dose par a la vi da fu tu r a . Allí, e n su exist e ncia u lt r at e r re na , lo s
e le m e n t o s y la s s u s t a n c ia s t e nía n la m i sm a s ol i de z q u e h a b í a n t e n i d o
s o b r e l a T i e r r a . De s c a n s ó h a s t a q u e l l e g ó e l t ie m po pr opici o y se
cu m plie r on la s condi cione s pr e vist a s a su llegada.
— ¡ M e g u s t a e s t e r e l a t o ! — e x c l a m é — . M e p a r e c e r e a lmente
interesante.
Mi Maestro sonrió y prosiguió su historia.
— A l l l e g a r e l m o m e n t o e s t a b l e c i d o p r e v i a m e n t e , e l E sp í r i t u e n
e st a d o d e E s p e r a f u e r e q u e r i d o y e n v i a d o d e n u ev o a l M u n d o H u m a n o
p o r u n o d e l o s e s p í r i t u s e n c a r g a d o s d e e s a m i s i ó n . I n v i s i b l e s p a r a
l o s s e r e s d e c a r n e y h u e s o , s e d e t u v i e r o n a c o n t e m p l a r a l o s q u e
e s t a b a n d e s t i n a d o s a s e r s u s p a d r e s . V i e r o n l a q u e s e r ía s u c a s a y
a na l i z a r o n l a s p o s i b i l i d a d e s q u e o f r e c í a " a q u e l la " c a s a p a r a f a c i l i t a r le
e l a pr e n d iz a je de la s le cc i on e s f u t u r a s . S e r e t i r a r on sa t i sf ec h o s .
A l g u n o s m e s e s d e s p u é s , l a m u j e r q u e t e n í a q u e s e r s u m a d r e s i n t i ó
d e p r o n t o e n s u i n t e r i o r u n e xt r a ñ o la t i d o y e l E s p í r i t u s e i n t r o d u j o
e n e l l a y e l N i ñ o a d q u i r i ó v i d a . A s u d e b i d o t i e m p o , e l n i ñ o n a c i ó
e n e l m u n d o d e l o s h o m b r e s . E l E s p í r it u q u e e n o t r a v i d a a n i m ó e l
c u e r p o de l a n c i a n o S e n g s e a g i t a b a a h o r a e n t r e l o s c o m p l i c a d o s
n e rv i o s y e l c e r e b r o d e l n i ñ o L e e W o n g , e n u n h o g a r h u m i l d e de una
aldea de pescadores chinos. Las elevadas vibracio-
k n e s d e u n E s p í r i t u h a b í a n s i d o a p r i s i o n a d a s , u n a v e z m á s , en la
mezquina octava de vibra ciones de un cue rpo de car ne y hueso.
M e d i t é l a s p a l a b r a s d e m i M a e s t r o . D e s p u é s , l a s s e g u í meditando
aún durante algunos instantes.
—Honorable Lama — le dije al fin —. Si las cosas son

62. 46 LOBSANG RAMPA
c o m o t ú d i c e s , s i l a m u e r t e e s t a n s ó l o u n a l i b e r a c i ó n d e l a s
a n g u s t i a s d e l a T i e r r a , ¿ p o r q u é l o s s e r e s h u m a n o s l a temen tanto?
—Tu pr e gu nt a e s m u y inte lig e nt e — re spo ndió mi Mae st r o —. S i
fu é r a m o s c a p a c e s de r e c or da r la s di c ha s d e l ot r o m u n d o , la m a y o r
p a r t e d e n o s o t r o s n o p o d r í a m o s s o p o r t a r las miserias de éste. Por ello,
nos ha sido inculcado el temor a l a m u e r t e . A m u c h o s d e n o s o t r o s —
m e a d v i r t i ó m i r á nd om e de r e o jo —, n o n o s g u s t a ir a la e sc u e la , no s
m o le s t a la disciplina, tan ne cesar ia pa ra que nue st ros e studios sea n
p r o v e c h o s o s . P e r o c o n f o r m e v a m o s h a c ié n d o n o s m a y o r e s y
convirt iéndonos e n hombres, com pre ndem os el bie n que nos ha he cho
e sa dis cipli na escola r . Na die de be r ía cre e r qu e e s p o s i b l e a v a n z a r p o r
e l c a m i n o d e l c o n o c i m i e n t o s i n n e c esida d de a sist ir a la s cla se s, de
la m isma ma ne ra qu e na die de ber ía q u it a r se la vida ant e s de qu e
sue ne la hor a qu e nos ha sido señalada para abandonar la existencia terrena.
Su s pa la br a s me su m ier on e n pr o fu nda s re fle xione s porque , pocos
días antes, un m onje vie jo, enfer mo e incu lto, se h a b í a s u i c i d a d o
a r r o j á n d o s e d e s d e l o a l t o d e u n a e r m i t a . S ie m p r e h a b í a s i d o u n v i e j o
h u r a ñ o , c o n u n a c l a r a p r e d i sp o si c ió n a r e ch a z a r la a y u da q u e lo s
de m á s le o fr e c ía n. S í, e r a m e j o r q u e e l v i e j o J i g m e s e h u b i e r a
s u i c i d a d o , h a b í a pensado yo. Mejor para él y para los demás.
— Se ñ o r — le p r e g u n t é — , ¿ c o m e t i ó , e nt o n c e s , u n e r r o r el viejo
Jigme al poner fin a su vida?
— S í , L o b s a n g — r e s p o n d i ó m i M a e s t r o — . C o m e t i ó u n g r a v e
e r r o r . C a d a s e r h u m a n o t i e n e a s i g n a d o u n p e r í o d o de te r m ina do de
tie m po q ue de be pa sa r e n la Tie rr a . Si pone fin a su vida ante s de que
se cum pla e se plaz o, ent onces, se v e o b l i g a d o a r e g r e s a r c a s i
i n m e d i a t a m e n t e a l m u n d o . E s a e s l a r a z ó n d e q u e h a y a n i ñ o s q u e
n a c e n y v i v e n t a n s ó l o u nos mese s. Son las alma s de los su icidas que
vue lven pa ra r e e nc a r na r se e n u n cu e r p o y vi v ir e l t ie m p o q u e le s
fa lt a b a y qu e de bie r on ha ber vivi do ant e s. El su icidio " nu n ca" est á
justificado. C onst ituye u na grave injur ia contra uno mism o, contra el
propio ser.
—Pero, Señor — respondí —. ¿Qué sucede entonces con

64. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 4 7
l o s n o b l e s ja p o n e s e s , q u e c o m e t e n s u i c i d i o s r i t u a le s p a r a
i d e n t i f i c a r s e c o n l a s d e s g r a c i a s d e s u s f a m i l i a r e s ? E l q u e pr o ce de
de e se m odo de be ser , sin du da alg u na , u n hom br e valiente.
— T e e q u i v o c a s — d i j o e n f á t i c a m e n t e m i M a e s t r o — . T e
e q u i v o c a s , L o b s a n g . L a v a l e n t í a n o c o n s i s t e e n m o r i r s i n o e n v i v i r
h a c ie n d o f r e n t e a la s d i f i c u l t a d e s de l a v i d a , e n f r e n t á n d o s e c o n e l
s u f r i m i e n t o . M o r i r e s s e n c i l l o , p e r o v i v i r . . . ¡ " é s a " e s l a v e r d a d e r a
v a l e n t í a ! N i s i q u i e r a l a s t e at ra le s ce re m onia s de l " su icidio rit ua l"
pue de n liber a r a e ste a c t o d e s u i n i c u i d a d i n t r í n s e c a . V e n i m o s a l
m u n d o p a r a a p r e n d e r y s o l a m e n t e p o d r e m o s a p r e n d e r v i v i e n d o a q u í
la t ota lida d de nu e str a vida na tu r a l. ¡El su ici dio " nu nca" e stá
justificado!
V o l v í a p e n s a r e n e l v i e j o J i g m e . C u a n d o s e q u i t ó l a vida era
ya muy anciano. Por e sa cau sa , cu ando tuviera que regresar, pensé, lo
haría tan sólo para vivir un breve período de tiempo.
— H o n o r a b l e L a m a — l e p r e g u n t é — . ¿ C u á l e s e l o bje t iv o de l
m ie do ? ¿ P or q u é n os ha ce su fr ir t a nt o ? He ob s e rva do q u e la s c o sa s
q u e m á s t e m o no s u c e de n nu n c a y , s in embargo, ¡sigo temiéndolas!
—E s o e s l o q u e no s s u c e de a t o do s — d ij o e l La m a r ie nd o — .
S e n t i m o s e l t e m o r d e l o D e s c o n o c i d o . P e r o e l t e m o r es necesario.
Nos est imu la. Sin él, nos domina ría la pereza . Gr a ci a s a l m ie d o , s e
in cr e m e nt a nu e st r a f u e r z a y p od e m os e v i t a r m a l e s m a y o r e s . E l m ie d o
n o s o b l i g a a s u p e r a r n u e str a pre di spo sició n a la holg az a ner ía . N o
e st u dia r ía s tu s le cc i o n e s n i h a r í a s t u s t a r e a s e s c o l a r e s s i n o
" t e m i e r a s " a l m a e s t r o o s i n o s i n t ie r a s e l " t e m o r " a p a r e c e r u n
e st ú p i d o ante tus condiscípulos.
L o s m o n j e s e m p e z a b a n a e n t r a r e n e l S a n t u a r i o . L o s " c h e l a s "
s e a fa n a b a n e n t o r n o a l a s l á m p a r a s y e n ce n d í a n var illas de
incienso. Nos pusim os en pie y sa lim os. La tarde estaba fresca. Una
brisa ligera mecía las hojas de los sauces. A l o l e j o s , s o n a r o n l a s
t r o m p a s d e l P o t a l a y s u s e c o s s e m u lt ipli ca r on su a ve me nte en los
mu r os de la la ma se r ía de l Oráculo del Estado.

65. C A P I T U L O I I I
La la ma se r ía de l Or á cu lo de l E sta d o e ra peq ue ña , e st a ba a i s l a d a y
c o n d e n s a d a e n u n r e d u c i d o e s p a c i o . A l g u n o s " c h e l a s " j u g a b a n
d e s p r e o c u p a d a m e n t e . N o h a b í a g r u p o s d e m o n je s o c i o s o s
d e a m b u l a n d o p o r e l p a t i o s o l e a d o o p e rdi e n do e l t ie m po e n
co n ve r s a c io n e s in ú t i le s . La m a y o r ía de los a ncia nos — ¡incluso los
lama s ancia nos! — re sidían allí. C a n o s o s , c u r v a d o s b a j o e l p e s o d e l o s
a ñ o s , r e a l iz a b a n s u l a b o r l e n t a m e n t e . E r a e l H o g a r d e l o s A d i v i n o s .
L o s v i e j o s la m a s y el pr opio Or á cu lo t enía n a su ca r g o la s ta re a s de la
A d i v i n a c i ó n y d e l a P r o f e c í a . N i n g ú n v i s i t a n t e p o d í a e nt r a r s i n
i n v i t a c i ó n . N i n g ú n v i a j e r o p e r d i d o a c u d í a a l l í e n b u s c a d e r e p o s o o
c o m i d a . S e t r a t a b a d e u n l u g a r a n t e e l q u e t o d o s s e n t ía n m ie d o y q u e
a t o d o s e st a b a p r o h i b i d o , a n o s e r q u e f u e s e n i n v i t a d o s m u y
e s p e c i a l m e n t e . M i M a e st r o , e l L a m a M i n g y a r D o n d u p , c o n s t it u ía u n a
e x c e p c i ó n d e la r e g la , y a q u e p o dí a e nt r a r y s a l ir a su a nt oj o y e r a
si e mpre un visitante bien recibido.
U n d e l i c i o s o c o n j u n t o d e á r b o l e s p r o t e g í a l a l a m a s e r ía de la s
m ir a d a s in d is c r e t a s . Lo s a lt o s m u r o s de pi e d r a o cu ltaban sus edificios
a los eventuales curiosos, suponiendo que alguno se atreviera, con su
curiosidad, a suscitar las iras del p o d e r o s o La m a d e l O r á c u l o .
S ie m p r e h a b í a u n a s h a b i t a c i on e s r e s e r v a d a s p a r a e l P r o f u n d o , e l
S a g r a d o D a l a i L a m a , q u e v i s i t a b a c o n f r e c u e n c i a e s t e T e m p l o d e l a
S a b i d u r í a . S u a t m ós fe r a e r a so se g a d a y su a sp e c t o e xt e r io r
t r a n q u i lo , co n e sa cl a r a q u ie t u d q u e e m a na n l os h om br e s ca pa ce s d e
realizar plácidamente las más importantes tareas.

66. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 4 9
E r a i m p o s i b l e q u e u n i n t r u s o p u d i e r a p r o m o v e r a l b or o t o . E l
l u g a r e s t a b a v i g i l a d o p o r l o s f u e r t e s h o m b r e s d e K h a m , m u c h o s d e
l o s c u a l e s m e d í a n m á s d e s i e t e p i e s d e estatu ra y tenía n un peso
su per ior a la s doscie nta s cincuent a l i b r a s . E r a n u t i l iz a d o s e n t o d o e l
T i b e t c o m o m o n j e s p oli cí a s y s e e n ca r g a ba n d e la t a r e a de m a nt e ne r
e l o r de n e n l a s c o m u n i d a d e s , q u e a l g u n a s v e c e s c o n g r e g a b a n a
m i l e s de m onje s. Se m a nt e nía n const a nte m e nt e en e sta do de alerta ,
per manente mente vig ilante s. Con sus pode rosa s arm adu ra s de ma dera ,
constitu ían un espectá cu lo realme nte ater rad o r p a r a t o d o s a q u e l l o s
q u e n o t e n í a n l a c o n c i e n c i a t r a nq u i l a . Y c o m o e l h á b i t o n o h a c e
ne c e s a r i a m e n t e a l m o n je , y en todas las comunidades hay seres
culpables y perezosos, los hombres de Kham tenían siempre trabajo.
L o s e d i f i c i o s q u e o c u p a b a n l o s l a m a s e s t a b a n t a m b i é n o c u l t o s
p o r l a m i s m a r a z ó n . N o e r a n a l t o s n i t e n í a n e s c al e r a s v e r t i c a l e s d e
m a d e r a , p a r a n o f a t i g a r a l o s a n c i a n o s q u e h a b í a n p e r d i d o l a
e l a s t i c i d a d d e l a j u v e n t u d y t e n í a n e l c u e r p o c a n s a d o y f r á g i l . L a
e n t r a d a a l o s c o r r e d o r e s n o era nada difícil y los má s a ncia nos vivía n
en la planta ba ja. El Or á cu lo de l E sta do te nía ta m bié n su s
ha bita cio ne s en la pl a n t a ba ja ju n t o a l Te m p lo de lo s A u g u r i os . En
t or no a é l , se a l oj a b a n l os m á s a nc ia no s , l o s m á s sa bi o s y lo s j óv e n e s
monjes policías de Kham.
— H a r e m o s u n a v i s i t a a l O r á c u l o d e l E s t a d o , L o b s a n g — d i j o m i
M a e s t r o — . S e i n t e r e s ó m u c h o p o r t i y p a r e c e dispuesto a dedicarte
mucho tiempo.
A q u e l l a i n v i t a c i ó n , q u e e n r e a l i d a d e r a u n a o r d e n , m e l le n ó d e
u na a n g u s t i a i n f i n i t a y a q u e , e n e l p a s a d o , t o d a s m is v i si t a s a l os
a st r ó lo g o s y a lo s a di vi no s , ha bí a n c o ns t it u id o u na co n f ir m a c ió n de
" m a l os " a u g u r io s , d e n u e v o s s ufrimientos, de nuevas dificultades
futuras. Normalmente, me v e í a o b l i g a d o t a m b i é n a c o l o c a r m e m i
m e j o r m a n t o , y a s e nt a r m e , t ie s o c o m o u n pa lo , pa r a e s cu c ha r a
a lg ú n vi e j o t e d io s o de ci r la r g a s e st r of a s de v u lg a r i da de s q u e no
va lía n l a p e na . Le m i r é d e s c o n f i a d o . E l L a m a i n t e nt a b a s i n é x i t o
ocu lta r u na so nr isa bu r lona . Sin du da a lgu na , pe nsa ba y o, ha leído ya

67. mi pensamiento.

68. 50 LOBSANG RAMPA
— N o e s n e c e s a r i o q u e t e c a m b i e s d e r o p a — m e d i j o a l f in ,
la n z a n d o u na r u id o sa c a r ca ja d a —. L o q u e pu e da dec i r t e e l O r á c u l o
n o e s t a r á d e t e r m i n a d o p o r e l m a n t o q u e lleves. ¡Te conoce mejor que tú
mismo!
S u s p a l a b r a s a u m e n t a r o n m i t r i s t e z a . ¿ Q u é e s l o q u e t e n d r é
q u e e s c u c h a r , e n t o n c e s ? , m e p r e g u n t a b a . D e s c e n d im o s p o r e l
c o r r e d o r y s a l im o s a l p a t i o i n t e r i o r . C o n t e m p l é la s cim a s de los
m onte s q ue a soma ba n sobr e los e difici os y m e s e n t í c o m o u n
c o n d e n a d o a m u e r t e . U n d e s a g r a d a b l e m on je po li c ía , c om o u na
m o nt a ña v i vi e n t e , se a ce r có a n o sot r os. A l r e conoce r a mi Mae st r o, se
de shiz o e n sonr isa s de bienvenida y exageradas reverencias.
— M e p o s t r o a n t e t u s P i e s d e L o t o , L a m a S a g r a d o — d i j o — .
C o n c é d e m e e l h o n o r d e c o n d u c i r t e a n t e S u R everencia, el Oráculo del
Estado.
E m p e z ó a c a m i n a r d e l a n t e d e n o s o t r o s , m o s t r á n d o n o s e l c a m i n o
y a m í m e p a r e c i ó q u e s u s p a s o s h a c í a n t e m b l a r la tierra.
J u n t o a l a p u e r t a d e l O r á c u l o , h a b í a n o d o s m o n j e s
guar diane s sino dos la mas que, al ve rnos, se a parta ron pa ra cedernos el
paso.
E l S a g r a d o o s e s p e r a — d i j o u n o d e e l l o s
a m i M a e stro con una sonrisa.
E s t á e s p e r a n d o t u v i s i t a , s e ñ o r M i n g y a r
— d i j o e l otro.
Ent ra r no s. Er a u na pe q ue ña ha bita ción te nue me nt e ilum ina da .
Du r a nte u nos inst a nte s , a pe na s me fue po sible dist in g u ir na da . Mi s
oj o s e st a ba n de sl u m br a d o s p or la b r i ll a nt e l u z d e l p a t i o , i n u n d a d o
d e s o l . P o c o a p o c o , c o n f o r m e mis pupilas fueron adaptándose a la
penumbra, me di cuenta de q u e m e ha lla ba e n u n a ha bi t a c ió n de s nu da .
Do s t a pi ce s ador na ba n las pa rede s. Y en un rincón, u n peque ño
br ase ro d e i n c i e n s o h u m e a b a . E n e l c e n t r o , s e n t a d o s o b r e u n a p e-
q u e ña a l m o h a d a , h a b í a u n h o m b r e j o v e n , d e lg a d o y d e f r ág il a spe ct o.
Mi sor pr esa fue enorme al darme cue nta de que " a q u é l " e r a e l O r á c u l o

69. d e l E s t a d o d e l T i b e t . S u s o j o s b r illantes me contemplaban fijamente y
penetraban en mi in-

70. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 51
terior. Sentí la sensación de que no estaba viendo mi cuerpo sino mi
alma.
M i M a e s t r o , e l L a m a M i n g y a r D o n d u p , y y o n o s p o stra mos ante
él y le hicimos la reve rencia prescrita por nue s t r a s t r a d i c i o n e s .
De s p u é s , n o s le v a n t a m o s d e n u e v o , e s p era nd o. Y por fin , cu a ndo e l
sile ncio em pe za ba ya a r e su lt a r realmente desagradable, el Oráculo dijo:
—¡Bienvenido, señor Mingyar! ¡Bienvenido, Lobsang!
S u v o z e r a v a r o n i l a u n q u e n o d e m a s i a d o p o d e r o s a . P ar e c í a l l e g a r
d e s d e m u y l e j o s . D u r a n t e u n o s i n s t a n t e s , e l O r á c u l o y m i M a e s t r o
t r a t a r o n d e d i v e r s a s c u e s t i o n e s d e i nt e r é s g e ne r a l . De s pu é s, e l
La m a Mi ng y a r Do n du p le hi z o u n a r e v e r e n c i a , n o s v o l v i ó l a e s p a l d a
y s a l i ó d e l a h a b i t aci ó n . El Or á cu lo m e m i r ó f ij a m e nt e du r a nt e u no s
in st a nt e s y por fin dijo:
—Trae una almohada y siéntate junto a mí, Lobsang.
A s í l o h i c e . D u r a n t e u n r a t o , m e c o n t e m p l ó e n m e d i o d e u n
e m b a r a z o s o s i l e n c i o , p e r o c u a n d o s u m i nu c i o s o e x amen empezaba a
resultarme incómodo habló.
— D e m o d o q u e t ú e r e s L o b s a n g R a m p a — d i j o — . E n ot r a vi d a
no s co n oc im o s m u y b ie n. A h or a , s ig u ie n d o la s ó rd e ne s de l Pr o fu nd o ,
de bo ha bl a r t e de l a s di f i cu lt a d e s y la s pruebas que te esperan en el futuro.
— ¡ S e ñ o r ! — e x c l a m é — . D e b o h a b e r h e c h o c o s a s t e r r ibles e n mis
vidas pasadas pa ra mere cer tant os sufrimie nt os e n é sta . Mi Ka r ma , m i
De st ino pa re ce se r má s dolor o so qu e el de las demás personas.
— N o e s a s í — r e p l i c ó — . L a s p e r s o n a s s u e l e n c o m e t e r el error de
cree r que los su fr im ient os que padecen en "e sta" v i d a s o n
c o n se c u e n c i a ne c e s a r ia d e l a s f a lt a s q u e c o m e t ieron en sus vidas
pasadas. Si colocas algún metal en el fuego ¿lo hace s pa ra castiga rle
por su s er rores o, por el cont rar io, p a r a d a r l e t e m p l e y m e j o r a r s u
c a l i d a d ? — M e m i r ó f i j am e n t e y a ñ a d i ó — : E n t o d o c a s o , t u
M a e s t r o , e l L a m a Ming y a r Dondu p , ya t e expli ca rá toda s e sta s
cosa s . Y o de bo limitarme a hablarte del futuro.
A g i t ó u n a c a m p a n i l l a d e p l a t a y u n s i r v i e n t e e n t r ó s ilencioso.
Sigilosamente, colocó una mesa muy baja entre

72. 52 LOBSANG RAMPA
n o s o t r o s d o s y , s o b r e l a m e s a , p u s o u n b r a s e r o d e p l a t a ,
a pa r e nt e m e nt e a do r n a d o c om o s i e st u vi e r a he ch o de po r cela na . En
su inte r ior , ha bía alg u na s br a sa s q ue au me nt a ba n s u f u l g o r r o j i z o
c o n f o r m e e l m o n je s i r v i e n t e l o b a l a n c e a b a e n e l e s p a c i o . D e s p u é s l o
c o l o c ó a n t e e l O r á c u l o . M u r m ur a n d o p a l a b r a s c u y o s i g n i f i c a d o n o
l l e g u é a c o m p r e n d e r , c o l o c ó j u nt o a l b r a s e r o u n a c a j a d e m a de r a ,
p r o f u s a m e nt e l a b r a d a , y s e m a r c h ó t a n s i l e n c i o s a m e n t e c o m o
h a b í a l l eg a d o . Y o s e g u í a s e n t a d o y m e e n c o n t r a b a i n c ó m o d o , p r e-
g u n t á n d o m e p o r q u é r a z ó n m e t e n í a n q u e s u c e d e r a m í s i e m p r e
a q u e l l a s c o s a s . " T o d o e l m u n d o " m e a d v e r t í a q u e m i vida e sta r ía
lle na de gr a nde s difi cu lt a de s. Pa re cía n comp la ce r se e n e l lo . La s
di f i cu lt a d e s e r a n di f i cu lt a d e s , a ú n e n e l c a s o de q u e n o f u e r a n e l
p r e c i o q u e t e n ía q u e p a g a r p o r l o s e r r o r e s d e a l g u n a d e m i s
p a s a d a s e x i s t e n c i a s . L e n t am e nt e , e l O r á c u l o s e i nc li n ó ha ci a
a de la n t e y a br ió la c a ja . C o n u n a c u c h a r i l l a d e o r o , e x t r a j o u n p o c o
d e p o l v o q u e derramó sobre las brasas.
La ha bi t a c ió n s e lle nó d e u n a z u la do br il lo . Me di cu e nt a d e q u e
m i v i s t a s e n u b l a b a y d e q u e f a l l a b a n m i s s e nt i d o s . M e p a r e c i ó
e s c u c h a r e l t a ñ i d o d e u n a g r a n c a m p a n a q u e l l e g a b a h a s t a m í d e s d e
u n a i n c o n m e n s u r a b l e l e j a n í a . E l s o n i d o s e a c e r c a b a p o c o a p o c o y
s u i n t e n s i d a d f u e a um e n t a n d o h a s t a t a l p u n t o q u e c r e í q u e m i
c a b e z a i b a a e st a ll a r . Se de se n t u r bi ó m i m ir a da y pu de co nt e m p la r
a t e nt am e n t e l a c o l u m n a d e h u m o s u r g i e n d o i n t e r m i n a b l e m e n t e d e l
b r a s e r o . E l h u m o e m p e z ó a a g i t a r s e y a a g i t a r s e , s e a c e r c ó a m í y
y o y o m e s e n t í i d e n t i f i c a d o c o n é l . D e s d e a l g ú n l u g a r m i s t e r i o s o
q u e m i r a z ó n n o p o d í a a l c a n z a r , lleg ó ha st a mis oídos la voz del
Orá cu lo de l Est ado y resonó d e n t r o d e m i e s p í r i t u . P e r o y o n o
n e c e s i t a b a e s c u c h a r l a . E s t a b a " c o n t e m p l a n d o " e l p a s a d o y e l
f u t u r o , y l o s v e í a t a n r e a l e s c o m o s i f u e r a n m i p r e s e n t e .
A r r a s t r a d o p o r e l t o r b e l l i n o d e l T i e m p o , i b a c o n t e m p l a n d o , e n
c a l i d a d d e s i m p l e e s p e c t a d o r , l o s a c o n t e c i m i e n t o s d e m i v i d a c o m o
s i s e t r a t a r a d e u n a s i m p l e p e l í c u l a . M i t e m p r a n a n i ñ e z , s uc e s o s
q u e y a s e h a b í a n d e s v a n e c i d o d e m i m e m o r i a , l a s everidad de mi padre.

73. Lo volví a ver todo con la mayor ni-

74. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 53
t i d e z . V o l v í a a e s t a r s e n t a d o f r e n t e a l a g r a n l a m a s e r ía de C ha k p o r i .
V o l v í a a s e n t i r l a d u r e z a d e l a s r o c a s de la M o nt a ña de Hie r r o
de spué s de qu e e l vie nt o se a ba t ía sobr e m í, s o b r e e l t e j a d o d e l a
l a m a s e r í a , y m e a r r o j a b a c o n t r a l a ladera, con una fuerza capaz de
romperme todos los huesos. El hum o se convir tió en un torbellino y la s
imá gene s (lo que n o s o t r o s l l a m a m o s e l A r c h i v o K á r m i c o ) s i g u i e r o n
t r a n s f o rm á n d o s e . V o l v í a v e r d e n u e v o m i i n i c i a c i ó n , l a s c e r e m o-
nia s se cr e ta s e nvue lta s e n nu be s de incie nso , pre se ncia da s a nt e s d e
se r i ni c ia do . Y m e vi ha cie n do u n la r g o y s ol it a r i o viaje hacia
Chungking, en la China.
U n a m á q u i n a e x t r a ñ a s e e s t r e m e c i ó y p a r e c i ó e s t a l l a r e n e l a i r e
p r e c i p i t á n d o s e ve l o z m e n t e s o b r e l o s e s c a r p a d o s a c a n t i l a d o s d e
C h u n g k i n g . ¡ Y y o . . . y o . . . c o n t r o l a b a a q u ella má qu ina ! De spué s , vi
vola r mu cha s má qu ina s idé nt ica s, q u e l l e v a b a n e n s u s a l a s e l S o l
N a c i e n t e d e l J a p ó n . A r r oja b a n m a nc ha s ne g r a s q u e c a ía n s o br e la
t ie r r a c o n vi r t ié nd o s e e n e s t a l l i d o s , e n f u e g o y e n h u m o . L o s
c u e r p o s s a lt a ba n he c h o s t r iz a s y , d u r a n t e a l g ú n t ie m p o , u na
e x t r a ñ a llu via de sa ng re y de r e st os hu m a nos pa re cía cae r de s de el
c i e l o . L u e g o , p r e s e n c i é c ó m o l o s j a p o n e s e s m e t o r t u r a b a n y m e
s e n t í m a r e a d o y e n f e r m o . C o n t e m p l é m i v i d a , v i l a s di f i cu lt a d e s q u e
m e e sp e r a ba n, se n t í la a m a r g u r a d e m i fut u r o . P e r o l o q u e m e
p r o d u j o m a y o r t r i s t e z a f u e la m a l d a d y l a f a l s e d a d d e a l g u n o s s e r e s
h u m a n o s p e r t e n e c i e n t e s a l Mu ndo Occi de nta l qu e , se gú n pu de
com pr o bar , a nsia ba n la de st r u c ci ó n d e m u c ha s c os a s bu e na s,
im pu ls a d o s t a n s ól o por la envi dia . La s imá g e ne s se gu ía n pa sa ndo
a nt e mis se ntidos y pude darme cuenta de cuál sería mi destino y la
vida que me esperaba en el futuro.
C o m o y a m e h a b í a n d i c h o , l a s " p o s i b i l i d a d e s " p u e d e n pre de cirse
con gran e xactitu d. Solamente los deta lle s secun da r ios va r ía n en
alg u na s oca sione s . La s pr e visione s a st r ológ i c a s d e t e r m i n a n l o s
l í m i t e s d e l o q u e p u e d e s e r y d e l o q ue pue de sop or ta r ca da
per s ona , de la m ism a m a ne r a q ue e l c o n d u c t o r c o n o c e l a s
v e l o c i d a d e s m á x i m a y m í n i m a d e l v e h í c u l o q u e d i r i g e . " ¡ M e e s p e r a
u n a v i d a d i f í c i l ! — p e nsé —. ¡De acuerdo!". Luego me levanté de un salto.

75. Sentí

76. 54 LOBSANG RAMPA
q u e u n a m a n o s e a p o y a b a e n m i h o m b r o . M e v o l v í y v i e l r os t r o de l
Or á cu lo d e l E st a d o , q u e e st a b a de t r á s de m í . Me m ir a b a lle no de
co m pa si ó n, c om o la m e nt a nd o la s d i fi c u lt ades que me esperaban.
— T i e n e s g r a n d e s d o t e s p s í q u i c a s , L o b s a n g — m e d ij o — .
G e n e r a l m e n t e , m e v e o o b l i g a d o a e x p l i c a r e s a s i m ág e n e s a l o s q u e
l a s c o n t e m p l a n . C o m o e r a d e e s p e r a r , e l Profundo no se ha equivocado
en sus predicciones.
— L o ú n i c o q u e d e s e o — l e r e s p o n d í — e s p e r m a n e c e r a q u í, e n
pa z . ¿ Qu é n e ce si d a d t e n g o de vi si t a r e l M u n d o O cci d e nt a l, d o n de
pr e di c a n la s r e li g i one s t a n a pa si on a d a m e nte... y luego, si pueden, se
apuñalan por la espalda?
— T i e n e s u n a m i s i ó n q u e c u m p l i r , a m i g o m í o — d i j o e l O r á c u l o
— . " T ú " p u e d e s r e a l i z a r l a a p e s a r d e t o d a s l a s d if i c u l t a d e s . É s a e s
la r a z ó n de q u e h a y a s s i d o o b j e t o de u n adiestramiento especial
realmente difícil.
De nu e v o , m e ha bl a b a n d e di f ic u l t a d e s y de t a r e a s q u e lle va r a
ca bo y e llo m e l le n ó de p e s im is m o . Y o de se a ba t a n s ó l o u n p o c o d e
p a z y d e c a l m a y , d e v e z e n c u a n d o , a l g unas diversiones inofensivas.
—A h or a de b e s r e g r e sa r c o n t u Ma e st r o — di jo e l Or á culo —. Te está
esperando. Tiene que revelarte muchas cosas.
M e p u s e e n p i e , m e i n c l i n é a n t e é l r e s p e t u o s a m e n t e y sa lí de la
ha bita ció n. El g ig a nte s co m onje policía me e sta ba e s p e r a n d o e n e l
e x t e r i o r p a r a a c o m p a ñ a r m e j u n t o a m i M a e s t r o, e l La m a M in g y a r
Do n du p . Mi e n t r a s ca m i ná ba m os uno junto al ot ro, pensé en la imagen
que ha bía visto en un l i b r o y q u e r e p r e s e n t a b a u n e l e f a n t e y u n a
h o r m i g a c a m inando juntos por uno de los senderos de la jungla.
— B u e n o , L o b s a n g — m e d i j o m i M a e s t r o a l v e r m e e nt r a r e n s u
ha bi t a c ió n —. E s pe r o q u e lo q u e ha s vi st o no t e h a y a d e p r i m i d o
d e m a s i a d o . — S o n r i e n d o , m e i n v i t ó a s e nt a r m e — . Pe r o , e s
ne c e s a r io a li m e nt a r e l cu e r po , L ob s a n g . Después, el Espíritu.
A g it a ba r ie n do la ca m p a na d e pl a t a pa r a lla m a r a l m o nje
si r v ie nt e . I b a a p e d ir t é . Si n du da a l g u n a , ha b ía l le g a do e l m om e nt o
opor t u no. La s Re g la s de la lam a se r ía pr ohi bía n mirar alrededor durante

77. las comidas e incluso mirar de sos-

78. l a y o . E r a p r e c i s o p r e s t a r a t e n c i ó n s o l a m e n t e a l a V o z d e l L e c t o r .
P e r o e n l a h a b i t a c i ó n d e l L a m a M i n g y a r D o n d u p n o h a b í a n i n g ú n
L e c t o r q u e n o s r e c i t a r a l o s l i b r o s S a g r ad o s e n v o z a l t a , c o n e l
o b j e t o d e m a n t e n e r n u e s t r o p e n s am i e n t o a l e j a d o d e u n a c o s a t a n
v u l g a r c o m o l a c o m i d a . T a m p o c o h a b í a n i n g ú n s e v e r o V i g i l a n t e
d i s p u e s t o a p r e c ip i t a r s e s o b r e n o s o t r o s a l a m á s l e v e i n f r a c c i ó n d e
l a s R eg l a s . A t r a v é s d e l a v e n t a n a , c o n t e m p l é a n t e m í e l H i m al a y a
i n f i n i t o , p e n s a n d o q u e m u y p r o n t o l l e g a r í a e l t i e m p o e n q u e y a n o
p o d r í a v o l v e r a c o n t e m p l a r l o . M e h a b í a a s om a d o a l f u t u r o — a
" m i " f u t u r o — y l o q u e m á s t e m í a eran las cosas que no había
podido ver claramente por estar envueltas en la niebla.
— H a s v i s t o m u c h a s c o s a s , L o b s a n g — d i j o m i M a e st r o — .
P e r o s o n m u c h a s m á s l a s c o s a s q u e n o t e ha n s i d o m o s t r a d a s . S i
c r e e s q u e n o p u e d e s e n f r e n t a r t e c o n t u F ut u r o , a ú n s i n t i é n d o l o
m u c h o , a c e p t a r e m o s t u d e c i s i ó n y podrás seguir en el Tibet.
S e ñ o r — l e r e s p o n d í — , u n a v e z m e d i j i s t e
q u e e l h o m b r e q u e s e a p a r t a d e l o s S e n d e r o s d e l a V i d a y , v a c i-
l a n d o , v u e l v e l a e s p a l d a a s u d e s t i n o , n o e s u n a u t é n t i c o h o m b r e .
A u n q u e s é q u e m e e s p e r a n m u c h a s d i f i c u l t a d e s , deseo seguir adelante.
N o e s p e r a b a m e n o s d e t i — m e d i j o
a s i n t i e n d o s o nr i e n t e — . Y s é q u e a l c a n z a r á s a l f i n l a m e t a q u e
t e h a s propuesto.
S e ñ o r — l e p r e g u n t é — , ¿ p o r q u é l a s
p e r s o n a s n o lle ga n a e st e m u ndo re cor da n do lo q ue fu er on e n su s
vida s pasadas, conscie ntes de lo que se espera que hag an en e sta
v i d a ? ¿ P o r q u é e x i s t e e s o q u e t ú l l a m a s e l " C o n o c i m i e n t o Oculto"?
¿Por qué no podemos conocer todas esas cosas?
N o c a b e d u d a d e q u e t u s e d d e s a b e r e s i n f i n i t a
— d i j o e l L a m a M i n g y a r D o n d u p s i e m p r e s o n r i e n d o — . P e r o t a m-
b i é n e s c i e r t o q u e t e f a l l a l a m e m o r i a p o r q u e , n o h a c e m u c h o , t e
d i j e q u e n o r m a l m e n t e n o r e c o r d a m o s n u e s t r a s v i d a s a n t e r i o r e s
p o r q u e e l l o s e r v i r í a t a n s ó l o p a r a a u m e nt a r n u e s t r o d o l o r e n e s t e
m u n d o . P o r e s o d e c i m o s : " L a Rueda de la Vida da vueltas incesantes,
proporcionando a

79. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 5 5

80. 56 LOBSANG RAMPA
u n o s r i q u e z a y a o t r o s p o b r e z a . E l m e n d i g o d e h o y p u e d e s e r u n
p r í n c i p e m a ñ a n a " . S i n o c o n o c e m o s c ó m o f u e r o n nu e str a s vida s
pa sa da s, po de m os e m pe z ar nue va me nt e a viv i r s i n i n t e n t a r e s p e c u la r
c o n l o q u e f u im o s e n nu e s t r a ú ltima existencia.
—Pero, ¿qué puedes decirme del Conocimiento Oculto?
l e p r e g u n t é — . S i l a s p e r s o n a s p o s e y e r a n e s e c o n o c im ie nt o,
t o da s s e r ía n m e j or e s y nu e s t r o p r o g r e so s e r ía m á s acelerado.
— ¡ La s c o s a s n o s o n t a n se n c i l l a s c o m o t ú c r e e s ! — r e sp o n d i ó m i
M a e s t r o c o n u n a s o n r i s a . G u a r d ó s i l e n c i o d ur a n t e u n o s i n s t a nt e s
y , l u e g o , p r o s i g u i ó — : De n t r o d e n o so t r o s h a y p o d e r e s c o n t r o l a d o s
p o r n u e s t r o S e r , q u e s o n m u y s u p e r i o r e s a t o d o s l o s q u e e l
H o m b r e p u e d e p o s e e r en e l mu ndo ma te r ia l, e n el mu n do físi co. Sin
du da a lgu na , e l H o m b r e O c c i d e n t a l h a r í a u n u s o i n a d e c u a d o d e e s o s
p od e r e s q u e n o s o t r o s s o m o s c a p a c e s d e c o n t r o l a r , p o r q u e l o único
que pre ocu pa a los occidentale s es el dine ro. Los occi de nt a le s vi ve n
con diciona d os sola me nt e por dos pr e gu nt a s: " ¿ P u e d e s p r o b a r m e
e s t o ? " y " ¿ Q u é e s l o q u e p u e d o c o ns e g u i r s i h a g o t a l o c u a l
c o s a ? " . E n c u e n t o m u y d i v e r t i d o s — d i j o r i e n d o c o m o u n n i ñ o —
t o d a s e s a s m á q u i n a s y a p ar a t o s q u e e l H o m b r e u t i l i z a p a r a e n v i a r
s o b r e l o s o c é a n o s s u s m e n s a je s d e " t e le g r a f í a s i n h i l o s " . E s t a
d e n o m i n a c i ó n es la última que deberían utilizar porque esos aparatos
están fa br icados con m ile s y mile s de hilos. Nue str os lama s, aquí, e n
e l Ti be t , p u e de n e n vi a r s u s m e ns a je s t e le pá t ic o s s in nec e s i d a d d e
u s a r n i n g ú n a p a r a t o . N o s i n t r o d u c i m o s e n l o a st ra l y via jam os a
tr a vé s de l e spa cio y el t ie m po, visit a ndo t od o s lo s l u g a r e s de l m u n d o
e i nc lu so ot r o s m u n d o s . Do m ina m os la le vit a ción . Le va nt a m os pe so s
inme ns os ut iliza nd o p o d e r e s q u e c a s i n a d i e c o n o c e . N o t o d o s l o s
h o m b r e s s o n pu r os , Lob sa ng , ni e l há bit o ha ce ne ce sar ia me nt e a l
m onje . U n m a l v a d o p u e d e v i v i r e n u n a l a m a s e r í a y u n s a n t o p u ede
estar recluido en una cárcel.
Le contemplé perplejo.
— P e r o s i t o d o s l o s h o m b r e s p o s e y e r a n e s e c o n o c i m i e nto — le
pregunté —, ¿acaso no serían mejores?

82. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 5 7
— S i m a n t e ne m o s o c u lt o e l C o n o c i m i e n t o Se c r e t o — m e d i j o e l
L a m a l l e n o d e t r i s t e z a — e s t a n s ó l o p a r a p r o t e g e r a la Hu m a nida d.
La ma y or ía de los hom br e s , e spe cia lme nt e l o s q u e p u e b l a n
O c c i d e n t e , e s t á n d o m i n a d o s p o r e l d e s e o d e l d i n e r o y d e l p o d e r .
C o m o y a t e a d v i r t i e r o n e l O r á c u l o y t u s ma e st r os , nue st r o pa ís se r á
inva did o y conq u ista do fís i c a m e n t e p o r u n c u l t o e x t r a ñ o , q u e n o
c o n c e d e l a m e n o r i m p o r t a n c i a a l o s h o m b r e s y c u y o o b j e t i v o n o e s
o t r o q u e a g i g a n t a r h a s t a e l m á x i m o e l p o d e r d e l o s d i c t a d o r e s q u e
c o n s e g u i r á n s o m e t e r a l a e s c l a v i t u d l a m i t a d d e l a t i e r r a . A l g u n o s
la m a s ha n s id o t o r t u r a do s ha st a la m u e r t e p or lo s r u s o s p o r h a b e r s e
ne g a d o a d i v u l g a r l a c i e n c i a p r o h i b i d a . E l ho m b r e n or m a l q u e
pu di e r a a d q u ir ir d e p r o n t o e sa cie nc i a a c t u a r í a d e l a f o r m a
s i g u i e n t e : E n p r i m e r l u g a r , s e nt i r í a m i e d o a n t e e l p o d e r r e c i é n
a d q u i r i d o . D e s p u é s , e mp e z a r í a a p e n s a r q u e t e n í a e n s u s m a n o s
u n m e d i o p a r a a l c a n z a r u n a r i q u e z a m u y s u p e r i o r a l a q u e n u n c a
h a b í a s o ñ a d o . Y , e n t o n c e s , u t i l iz a r ía e s a c ie n c i a p a r a c o n s e g u i r
d i n e r o . Y c o n f o r m e i n c r e m e n t a r a s u r i q u e z a y s u p o d e r , d e s e a r í a
m a y o r p o d e r y m a y o r r iq u e z a . U n m i l l o n a r i o n u nc a s e s i e n t e
s a t i s f e c h o c o n u n m i l l ó n . Q u i e r e m u c h o s m il l o n e s . S e h a d i c h o q u e
e l p o d e r a b s o l u t o c o r r o m p e a l o s s e r e s p o c o e v o l u c i o n a d o s . Y e l
C o n o c i m i e n t o O c u l t o p r oporciona el poder absoluto.
L a l u z s e h i z o d e n t r o d e m í . ¡ D e p r o n t o c o m p r e n d í a cómo podía
ser salvado el Tibet!
— ¡ E n t o n c e s , e l T i b e t e s t á s a l v a d o ! — d i j e s a l t a n d o d e e xc it a ci ó n
—. E l C on o ci m ie nt o O cu lt o e s e l q u e n os l ib r a r á de la invasión.
Mi Maestro me miró lleno de compasión y de tristeza.
— N o , L o b s a n g — m e d i j o — . N o q u e r e m o s u t i l i z a r l o s Pode res
pa ra eso. El Tibe t su fr ir á pe rsecucione s y se rá casi a niqu ila do, per o en
el futu ro, re sur girá de nuevo, má s gra nd e , m á s p u r o q u e a n t e s . E l
p a í s s e l i m p i a r á d e s u p o d r edum bre a través de l fuego de la guer ra y
lo mism o su cederá c o n e l m u n d o e n t e r o . L a s g u e r r a s s o n
" n e c e s a r i a s " , L o bs a n g — d i j o e l L a m a l l e n o d e c a l m a — . S i n o
h u b i e r a g u erras, la población del mundo crecería desmesuradamente.

84. 58 LOBSANG RAMPA
Y e n e se c a s o , t e n d r í a q u e h a be r e p i d e m i a s . L a s g u e r r a s y la s
e n f e r m e d a d e s s o n l a s g r a n d e s r e g u la d o r a s d e l a p o b l ació n m u ndia l y
pr opor ciona n a los ser e s hu m a nos — y a los s e r e s d e l o s o t r o s
m u n d o s — l a o p o r t u n i d a d d e h a c e r e l b i e n a s u s s e m e j a n t e s .
M i e n t r a s l a p o b l a c i ó n d e l m u n d o n o p u e d a s e r r e g u l a d a p o r o t r o s
m e d i o s , " s i e m p r e " h a b r á guerra.
S o n a r o n l o s g o n g s , l l a m á n d o n o s a l s e r v i c i o n o c t u r n o . Mi
Maestro, el Lama Mingyar Dondup, se puso en pie.
— V a m o s , L o b s a n g — d i j o — . S o m o s h u é s p e d e s y d ebemos
mostrarnos respetuosos asistiendo al servicio.
S a l i m o s a l p a t i o . L o s g o n g s s e g u í a n s o n a n d o i n s i s t e nt e m e n t e y
s u s t o q u e s s e p r o l o n g a b a n d u r a n t e m u c h o m á s t i e m p o q u e l o s d e
C h a k p o r i . F u i m o s h a c i a e l T e m p l o c am i n a n d o d e s p a c i o . N u e s t r a
l e n t i t u d m e a s o m b r a b a . M i r é a m i a l r e d e d o r y v i m u c h o s a n c i a n o s
a c h a c o s o s q u e a t r avesaban el patio cojeando.
S e r í a m u y c o r t é s p o r t u p a r t e , L o b s a n g —
m e s u s u r r ó mi Maestro — que te sentaras entre los "chelas".
I n cl i né la ca be z a e n s e ñ a l d e a se nt im ie n t o y , da nd o u n r o de o, m e
a ce r q u é a l lu g a r q u e oc u p a b a n l os " che la s " d e la l a m a s e r í a d e l
O r á c u l o d e l E s t a d o . C u a n d o m e s e n t é e n t r e e l l o s , m e c o n t e m p l a r o n
l l e n o s d e c u r i o s i d a d . Y e n l o s m om e n t o s e n q u e l o s v i g i l a n t e s n o
m i r a b a n , s e i b a n a c e r c a ndo a mí poco a poco hasta rodearme casi por
completo.
— ¿ D e d ó n d e e r e s ? — m e p r e g u n t ó u n m u c h a c h o q u e parecía ser
el jefe del grupo.
D e C h a k p o r i — m u s i t é .
—¿ Er e s e l c hi c o q u e e nv ió e l Pr of u n d o? — m e pr e g u n t ó otro.
— S í — s u s u r r é — . H e v i s i t a d o a l O r á c u l o y m e h a dicho...
¡ S i l e n c i o ! — g r i t ó u n a v o z p o d e r o s a
d e t r á s d e n o sotros —. ¡No quiero volver a oiros!
El corpulento Vigilante se alejó.
¡ B a h ! — d i j o u n o d e l o s m u c h a c h o s — . N o
l e h a g a s caso. Ladra, pero no muerde.

85. Aparecieron entonces el Oráculo del Estado y un Su-

86. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 5 9
per ior , sa lie ndo por u na de la s pe qu e ña s pu e rt a s la te r a le s, y se inició el
servicio.
P o c o d e s p u é s c o r r e t e á b a m o s l i b r e m e n t e p o r e l p a t i o . F u i c o n
l o s d e m á s a l a c o c i n a y l l e n é d e c e b a d a m i b o l s a d e c u e r o ,
c o n s i g u i e n d o t a m b i é n u n p o c o d e t é . N o t u v im o s o c a s i ó n d e
h a b l a r . L o s m o n j e s d e t o d o s l o s g r a d o s paseaban y mantenían las
últimas discusiones del día, antes d e r e t i r a r s e a d e s c a n s a r . Me d i r i g í
a l a h a b i t a c i ó n q u e m e h a b í a n a s i g n a d o , m e e n v o l v í e n m i m a n t o e
i n t e n t é d o rm i r m e . E l s u e ñ o t a r d a b a e n a p o d e r a r s e d e m í . M e
e n t r et u v e c o n t e m p l a n d o l a p e n u m b r a p u r p ú r e a c o n s t e l a d a p o r l a s
p e q u e ñ a s c h i s p a s d o r a d a s d e l a s l á m p a r a s . E n l a l e j an í a , e l e t e r n o
H i m a l a y a a l z a b a h a c i a e l f i r m a m e n t o s u s g i g a nt e s c o s d e d o s d e
p i e d r a c o n v e r t i d o s e n u n a m u d a p l eg a r ia a los Diose s de l Mu ndo. Los
ra y os bla nqu e cino s de la l u n a d e s a p a r e c í a n y v o l v í a n a s u r g i r
m i e n t r a s e l a s t r o d e la n o c h e s e e l e v a b a e n e l c i e l o . N o s o p l a b a l a
m e n o r b r i s a no ctu r na . La s cint a s de or a cione s ca ía n inm óvile s de sde
lo a l t o d e s u s m á s t i l e s . E l i n s i g n i f i c a n t e j i r ó n d e u n a n u b e f l o t a b a
i n d o l e n t e m e nt e s o b r e la c i u d a d d e L h a s a . Me v o l v í y dormí con un
sueño sin sueños.
Me de s per t é so br e sa lt a do y lle no de ang u st ia a pr ime r a h o r a d e l a
m a ñ a n a . H a b í a d o r m i d o m á s d e l a c u e n t a y l l eg a r ía re tr a sa do a los
ser vi cios ma tu t inos . Me le va nt é de u n s a lt o, a ju st é m i m a nt o
pr e ci p it a da m e n t e y s a l í c on t od a r ap i d e z a t r a v e s a n d o l o s c o r r e d o r e s
d e s i e r t o s . A l s a l i r a l p atio..., me tropecé con uno de los hombres de Kham.
¿ A d ó n d e v a s ? — m e p r e g u n t ó , s u j e t á n d o m e
c o n s u mano de hierro.
A l s e r v i c i o m a t u t i n o — l e r e s p o n d í — . M e
h e d o rmido.
¡ A h ! — d i j o r i é n d o s e , m i e n t r a s m e d e j a b a
l i b r e — . Ere s u n visit a nt e . A qu í no t ene m os se r vicio ma tu t ino.
Vu é lvete a dormir.
¿ N o h a y s e r v i c i o m a t u t i n o ? — l e p r e g u n t é
— . ¿ P o r qué? ¡En "todas partes" hay ese servicio!

87. E l m o n je p o l i c í a q u e , s i n d u d a a l g u na , e s t a b a d e b u e n humor, me
respondió amablemente:

88. 60 LOBSANG RAMPA
—A q u í h a y m u ch o s a n ci a n o s y a lg u no s e st á n e n fe r m o s . Ésa es la
razón de que ha yamos pre scindido de e se ser vicio. Vuelve a tu cuarto y
duérmete tranquilo.
M e g o l p e ó e n l a c a b e z a d e u n a f o r m a q u e a é l d e b i ó p a r e c e r le
c a r i ñ o s a y q u e a m í m e p a r e c i ó u n t r u e n o , y m e oblig ó a e ntr a r e n e l
cor re d or . De spu é s pr osig u ió su r onda , p i s a n d o e l s u e l o c o n p a s o s
p o d e r o s o s q u e e n e l p a t i o s o n ab a n c o n u n r u i d o d e " ¡ b o n g ! ,
¡ b o n g ! " y " ¡ t u n g ! , ¡ t u n g ! " , segú n por donde pa sa ba . Re corr í, tambié n
con toda rapidez, l o s c o r r e d o r e s y , a l o s p o c o s m i n u t o s , v o l v í a a
d o r m i r p r ofundamente.
Má s t a r de , a q u e l m is m o d ía , f u i pr e se nt a do a l Su pe r io r y a d o s
d e s u s l a m a s m á s a l l e g a d o s . M e i n t e r r o g a r o n d ur a n t e m u c h o
t i e m p o s o b r e c i e r t o s p o r m e n o r e s d e m i v i d a f a m i l ia r , s o b r e l o s
r e c u e r d o s q u e c o n s e r v a b a d e m i s v i d a s p a s a d a s y s o b r e m i s
r e l a c i o n e s c o n m i M a e s t r o , e l L a m a Ming y a r Don du p. F ina lme nte ,
se le va nt a r on los tr e s y , ta mbaleándose, se dirigieron hacia la puerta.
—Ve n — di jo e l ú lt i m o de e l lo s , a nt e s d e s a l ir , s e ñ a lá ndome con el
dedo.
Le s se g u í de scon cer t a do, sile n cioso y hu m ilde . Sa lier on despa cio,
arra str ando los pie s dificult osame nte , casi letárg ic a m e n t e , a l o l a r g o
d e l c o r r e d o r . Y o l e s s e g u í a p a s o s c o r t o s , h a c ie n d o u n e s f u e r z o
p a r a c a m i n a r c o n la le n t i t u d ne ce sa r ia pa r a ma nt e ne r me ju nt o a
ellos . Le nt a me nt e , mu y le nt a me nte , cru z am o s a nt e la s ha bit a cione s
a bie r ta s , de sde d o n d e l o s a s c e t a s y l o s " c h e l a s " c o n t e m p l a b a n
c u r i o s o s n u e s t r o p a s o . S e n t í m i s m e j i l l a s e n c e n d i d a s d e r u b o r . M e
re su lta ba su m am e nte de sa gr a da ble ir de t rá s de a qu e l le nt o c o r t e j o , a l
f r e n t e d e l c u a l m a r c h a b a e l S u p e r i o r a p o y a d o e n s u s b a s t o n e s ,
a r r a s t r a n d o l o s p i e s . L e s e g u í a n l o s d o s la m a s , t a n d e c r é p it os y
a c ha co s o s q u e le s r e s u lt a ba di f íc il m a n t e n e r s e j u n t o a é l . Y a l f i n a l ,
c a m i n a b a y o r e a l i z a n d o grandes esfuerzos para hacerlo con la lentitud
adecuada.
D e s p u é s d e m u c h o t i e m p o — o a l m e n o s a m í m e p ar e c i ó
" m u c h o t i e m p o " — l l e g a m o s a u n a p e q u e ñ a p u e r t a a b i e r t a e n u n

89. m u r o a pa r t a d o . A l l í n o s d e t u v i m o s m ie n t r a s e l S u p e r i o r ,
m u r m u r a n d o e n v o z b a j a , m a n e j a b a t o r p e-

90. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 61
mente la llave. Con la ayu da de u no de los la mas, consig uió p o r f i n
a b r ir la p u e r t a , c u y o s g o z ne s c h i r r i a r o n de s a g r a d ab l e m e n t e . E n t r ó
e l S u p e r i o r , s e g u i d o p o r a m b o s l a m a s . C o m o n i n g u n o d e e l l o s m e
h i z o n i n g u n a a d v e r t e n c i a e n co n t r a , y o t a m bi é n e nt r é . U n o de lo s
la m a s ce r r ó la p u e r t a d e t r á s d e n o s o t r o s . A n t e m í , v i u n a g r a n m e sa
l le n a d e o bje t os a nt igu os y cu bie r t os de polv o. Ro pa je s vie jos, m olino s
d e p l e g a r i a s d e t e r i o r a d o s , t a z o n e s a n t i g u o s y u n g r a n s u rt i d o d e
r o s a r i o s . E n m e d i o d e a q u e l d e s o r d e n , p u d e v e r t a m b ié n a lg u no s
t a li sm a ne s y ot r o s o bj e t o s c u y a i de n t i fi c ación me era imposible a primera
vista.
— ¡ H u m m m m ! ¡ H u m m m m ! A c é r c a t e , m u c h a c h o , — m e ordenó el
Superior.
C o n d e s g a n a , m e a c e r q u é a é l . Y é l m e c o g i ó d e l b r a z o izquierdo
con sus manos huesudas, mientras yo tenía la sen sación de que me había
agarrado un esqueleto.
— ¡ H u m m m m ! ¡ H u m m m m ! ¡ O b s e r v a c o n a t e n c i ó n , m uc h a c h o !
¿ C r e e s q u e e n t r e e s t o s o b j e t o s h a y a l g u n o q u e t e p e r t e ne c i e r a e n t u
a nt e r i o r e x i s t e n c i a ? — M e l l e v ó a n t e la m e s a y a ñ a d i ó — : ¡ B i e n ! S i
c r e e s q u e a l g u n o d e e s t o s o bjetos te perteneció... ¡hummmm!, cógelo y
dámelo.
S e s e n t ó c o n g r a n d i f i c u l t a d y p a r e c i ó d e s i n t e r e s a r s e p o r
c o m p l e t o d e m í . L o s d o s l a m a s s e s e n t a r o n j u n t o a é l sin añadir una
sola palabra.
" B u e n o — p e n s é y o — , p a r e c e q u e l o s t r e s a n c i a n o s quieren
jugar un poco. De acuerdo, vamos a jugar."
La p s i co m e t r ía e s, na t u r a l m e n t e , u na de la s co s a s m á s s e n c i l l a s
d e l m u n d o . C o n l a p a l m a d e m i m a n o d e r e c h a exte n dida ha cia
a ba jo, fu i re cor r ie ndo los dive r so s o bje t os . A l t o c a r a l g u n o s d e e l l o s ,
s e n t í a e n m i m a n o c o m o u n p i nc h a z o , u n l a t i d o y m i b r a z o e r a
r e c o r r i d o p o r u n l e v e t e mb l o r . C o g í u n m o l i n o d e p le g a r ia s , u n t a z ó n
v i e j o y r e s q u eb r a j a d o y u n r o s a r i o . L u e g o v o l v í a h a c e r m i
r e c o r r i d o a l o l a r g o d e l a g r a n m e s a . E s t a v e z , s o l a m e n t e u n o d e l o s

91. o b j e t o s e s t r e m e c i ó m i m a n o y m i b r a z o . U n m a n t o v i e j o y a n d r a j o s o
q u e y a n o s e r v í a p a r a n a d a . H a b í a p e r t e n e c i d o a un alto dignatario. Era
de color de azafrán y estaba des-

92. 62 LOBSANG RAMPA
v a í d o p o r e l t i e m p o . S u s t e j i d o s , s e c o s y p o d r i d o s , s e d e si n t e g r a b a n
a l t o c a r l o s . T e m i e n d o q u e p u d i e r a d e s h a c e r s e p o r c o m p l e t o , l o
l e v a n t é c o n e l m a y o r c u i d a d o . Y c o n e l m a y o r c u i d a d o , l o d e p o s i t é
a l o s p i e s d e l S u p e r i o r y v o l v í e n bu s ca d e l o s ot r o s t r e s ob je t os q u e
ha bí a e le g id o . El Sup e r i o r y l o s d e m á s l a m a s l o e x a m i n a r o n t o d o
e n s i l e n c i o y com pa r a r on su s m a r ca s y su s sig nos se cr et os con los
gr ab a d o s e n u n li br o ne g r o y a nt ig u o. Du r a nt e m u ch o r a t o, se
co n s u lt a r o n, m ir á nd o se u n os a ot r o s , co n la s c a b e z a s i nc lina da s y
su s vie jos ce r e br os ca si cru jie ndo com o con se cue nc i a d e l o s e s f u e r z o s
a q u e s u s pe n s a m ie n t o s l o s t e n í a n s ometidos.
— ¡ A h ! — m u r m u r ó e l S u p e r i o r , r e s o p l a n d o c o m o u n y a k
f a t i g a d o — . ¡ H m m m m ! ¡ E s é l , s i n d u d a a l g u n a ! ¡ H m m m m ! ¡ H a
t e n i d o u n a b r i l l a n t e a c t u a c i ó n ! V e t e e n b u s c a d e t u M a e s t r o , e l
L a m a M i n g y a r D o n d u p , m u c h ac h o y , ¡ h m m m m ! d i l e q u e t e n g a a
b i e n h o n r a r n o s c o n s u presencia. ¡Hmmmm!
S a l í c o r r ie n d o d e la h a b i t a c i ó n , s a t i s f e c h o d e s e n t i r m e l i b r e d e
a q u e l l a s m o m i a s v i v i e n t e s c u y o a s p e c t o s e c o y r em oto los ha cían ta n
distint os a la tibia huma nida d del La ma M i n g y a r D o n d u p . A l d o b l a r
u n a e s q u i n a , m e t r o p e c é c o n mi Maestro.
¡ N o t e a l a r m e s , h o m b r e ! — m e d i j o
s o n r i e n d o — . Y o también recibí el mensaje.
M e g o l p e ó l a e s p a l d a c a r i ñ o s a m e n t e y a c e l e r ó e l p a s o ,
dir ig ié nd ose a la ha bit a ción don de le e sper a ba n el Su pe r ior y los dos
la m a s. Y o m e de diq ué a va g a bu ndea r por el pa t io, ocioso, dando
indolentes puntapiés a las piedras.
¿ E r e s t ú e l m u c h a c h o a q u i e n e s t á n
h a c i e n d o u n R ec o n o c i m i e n t o d e R e e n c a r n a c i ó n ? — p r e g u n t ó u n a
v o z j u nto a mí.
M e v o l v í y p u d e v e r a u n " c h e l a " q u e m e o b s e r v a b a
atentamente.
— I g n o r o l o q u e e s t á n h a c i e n d o — r e s p o n d í — . T o d o cua nt o
pue do de cirt e e s q ue me ha n he cho qu e le s sig a por l o s c o r r e d o r e s
p a r a v e r s i r e c o n o c í a a l g u n a s d e m i s a n t iguas cosas. ¡Eso lo puede

93. hacer "cualquiera"!

94. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 6 3
— V o s o t r o s , l o s h o m b r e s d e C h a k p o r i , s a b é i s l o q u e q u e r é i s —
m e di j o s o nr ie nd o a le g r e m e nt e —. De n o se r a s í, n o h a b r í a i s v e n i d o
a e s t a l a m a s e r í a . H e o í d o d e c i r q u e t ú f u i s t e a l g u ie n " g r a n d e " e n
u na de t u s p a s a d a s e x i s t e n c i a s y " d e b e s " h a b e r l o s i d o r e a l m e n t e ,
d e l o c o n t r a r i o , n o t e h u b i e r a d e d i c a d o m e d ia j o r n a d a e l O r á c u l o .
— C o n u n g e st o d e m i e d o , a ñ a d i ó e n c o g i é n d o s e d e h o m b r o s — :
D e b e s a n d a r c o n c u i d a d o . A n t e s d e q u e t e h a y a s d a d o c u e n t a d e l o
q u e t e e s t á s u c e d i e n d o , t e h a b r á n " R e c o n o c i o " y t e c o nv e r t i r á n e n
S u p e r i o r . Y e n t o n c e s , y a n o p o d r á s v o l v e r a jugar nuevamente con tus
compañeros del Chakpori.
M i M a e s t r o a p a r e c i ó e n l a p u e r t a q u e s e a b r í a a l f i n a l d e l p a t i o .
A v a n z ó h a c i a n o s o t r o s r á p i d a m e n t e . E l " c h e l a " q u e h a b í a e s t a d o
c h a r la n d o c o n m i g o , s e i n c l i n ó a nt e é l e n u n a p r o f u n d a r e v e r e n c i a .
E l L a m a l e s o n r i ó y s e d i r i g i ó a mí, con la amabilidad que le caracterizaba.
— T e n e m o s q u e m a r c h a r n o s y a , L o b s a n g — m e d i j o — . La n o ch e
se e xt e n de r á p r o nt o s o br e la t ie r r a y no d e be m o s montar nuestros
caballos en la oscuridad.
N o s d i r i g i m o s a l o s e s t a b l o s , d o n de u n m o n j e s i r v i e n t e no s
e st a ba pr e pa r a n d o la s m o nt u r a s . De m a la g a na , s u b í a m i c a b a l l o y
s e g u í a m i M a e s t r o p o r e l s e n d e r o q u e a t r ave sa ba el bosque cillo de
los sau ce s. Trotábam os en sile ncio. S i e m p r e m e h a s i d o i m p o s i b l e
c o n v e r s a r c u a n d o m o n t o a c a b a l lo , p or q u e m e v e o o bl ig a d o a
co n ce nt r a r m e co n t o da s m i s f u e r z a s p a r a n o c a e r m e . M e s o r p r e n d i ó
e n o r m e m e n t e e l h e c h o d e q u e n o r e g r e s á r a m o s a l C h a k p o r i s i n o
n u e v ame nte al Potala. Recor rimos con le ntitu d la s Esca lera s m ientr a s,
allá a ba jo , el Va lle se de sva ne cía en la s som br a s de la n o c h e . L l e n o
d e s a t i s f a c c i ó n , a b a n d o n é m i c a b a l l o e n l o s e st a bl o s y c or r í p or l o s
pa t io s de l P ot a la , c u y os lu g a r e s m e resultaban ya familiares, en busca de
comida.
C u a n d o r e g r e s é a m i ha bi t a c ió n de s pu é s d e la ce na , m i Maestro me
estaba esperando.
— V e n c o n m i g o , L o b s a n g — d i j o , y y o m e s e n t é a s u l a d o — .
B u e n o — a ñ a d i ó — , s u p o n g o q u e t e h a b r á s p r eg u n t a d o ¿ q u é e s l o
q u e s i g n i f i c a n t o d a s e s t a s i d e a s y v enidas?

96. 64 LOBSANG RAMPA
— C r e o q u e i n t e n t a n R e c o n o c e r m i R e e n c a r n a c i ó n —
r e s p o n d í a l g o i r r it a d o — . E s l o q u e e s t a b a h a b l a n d o c o n u n o d e l o s
" c h e l a s " d e l a l a m a s e r í a d e l E s t a d o , c u a n d o t ú viniste a buscarme para
regresar.
B i e n — d i j o e l L a m a M i n g y a r D o n d u p — ,
t o d o e s o e s u n a b u e n a c o s a p a r a t í . A h o r a d e b e m o s a n a l i z a r l o
t o d o c o n c u i d a d o d u r a n t e a l g ú n t ie m p o . N o e s p r e c i s o q u e a s i st a s a
l o s s e r v i c i o s n o c t u r n o s . S i é n t a t e c ó m o d a m e n t e y e scúchame con
atención y, sobre todo, no me interrumpas.
L a m a y o r í a d e l a s p e r s o n a s v i e n e n a e s t e
m u n d o p a r a a p r e n d e r a l g o — d i j o p a r a e m p e z a r m i M a e s t r o — .
O t r o s v i e n e n c o n e l o b j e t o d e p r e s t a r a y u d a a l o s q u e l a n e c esita n
o pa r a r ea liza r a lgu na m isión ext ra or di nar ia me nt e imp o r t a n t e . — M e
m i r ó f i j a m e n t e c o m o p a r a c o n v e n c e r s e d e q ue com pr e ndía su s
pa la br a s , y lu e g o pr osig u ió —: Mu cha s r e l ig i o n e s m a n t ie n e n l a
c r e e n c i a e n u n I n f i e r n o , d o n d e l o s h o m b r e s s o n c a s t i g a d o s p o r s u s
p e c a d o s . P e r o e l I n f i e r n o e s t á " a q u í " , e n e s t e m u n d o . N u e s t r a v i d a
r e a l e s t á , s i n e mb a r g o , e n e l O t r o M u n d o . V e n i m o s a q u í p a r a
a p r e n d e r , p a r a p a g a r la s e q u i vo c a c io n e s d e nu e st r a s v i da s
a nt e r io r e s o — c o m o a c a b o d e d e c i r t e — p a r a l l e v a r a c a b o a l g u n a
m i s i ó n e s p e c i a l . L a m i s i ó n q u e t e h a s i d o a s ig n a d a e s t á r ela ciona da
e st r e cha me nte con el pode r p síqu ico de l hom br e . T u s " i ns t r u m e nt os
de t r a b a j o" s e r á n u n a ca pa ci d a d d e pe rce pc i ón p s íq u ic a
e xt r a or di n a r i a , u n e no r m e p o de r p a r a p e rc i b i r la s a u r a s h u m a n a s y
e l c o n o c i m ie n t o d e l a s c i e n c i a s o c u l t a s q u e n o s o t r o s t e
p r o p o r c i o n a r e m o s . E l P r o f u n d o h a o r d e n a d o q u e s e p o n g a n a t u
d i s p o s i c i ó n t o d o s l o s m e d i o s ca pa ce s d e i nt e ns i fi ca r t u s d ot e s y t u
sa bi d u r ía . Pa r a e l lo , p a r a q u e p u e d a s a dq u i r i r t o d o e l s a b e r p o s i b l e
e n e l p l a z o m á s br e ve , u t il iz a r e m os la e ns e ñ a nz a di r e ct a , la s
e xp e r ie ncias más recientes, el hipnotismo.
D e a c u e r d o . V a i s a s u m i r m e e n e l
I n f i e r n o , — e x c l amé lúgubremente.
— P e r o " e s t e " I n f i e r n o — r e s p o n d i ó m i M a e s t r o s o nr i e n d o a n t e

97. m i s p a l a b r a s — e s s o l a m e n t e e l p u n t o d e p a rt i d a h a c i a u n a v i d a
m e j o r . A q u í n o s e s p o s i b l e l i m p i a r n o s de algunas de nuestras faltas más
importantes. En el curso

98. 1 LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 6 5
de a lg u nos a ños de vi da t er re na , nos libr a m os de fa lta s q ue p o d r í a n
a t o r m e n t a r n o s e n e l O t r o M u n d o d u r a n t e m u c h o s s i g l o s . T o d a l a
v i d a d e e s t e m u n d o n o e s m á s q u e u n p a rp a d e o c o m p a r a d a c o n l a
O t r a V i d a . L a m a y o r í a d e l o s o cc i de nt a le s cr e e n q u e c u a nd o u n o
" m u e r e " , e s t r a ns p or t a d o a l a s n u b e s , d o n d e s e d e d i c a a t o c a r e l
a r p a . O t r o s e s t á n co n ve n ci d o s de q u e cu a n do a ba nd o na m o s e st e
m u n d o, n o s s u m e r g i m o s e n u n e s t a d o m í s t i c o d e a n o n a d a m i e nt o y
e sa p e r s p e c t i v a l e s c o m p l a c e . — L a n z ó u n a c a r c a j a d a y c o nt i n u ó
— : ¡ S i f u é r a m o s c a p a c e s de c o n s e g u i r q u e s e d i e r a n c u e n t a de q u e la
v i d a u l t r a t e r r e n a e s m á s r e a l q u e l a v i d a t e r r e n a ! T o d a s l a s c o s a s d e
e s t e m u n d o s o n s o l a m e n t e v ib r a c i o n e s . Y e s t e m u n d o — y t o d o
c u a n t o e n é l e x i s t e —p u e d e s e r c o m p a r a d o a l a O t r a O r i l l a d e l a
M u e r t e , d o n d e alcanzarnos una escala más elevada.
S e i n t e r r u m p i ó , a s i ó m i m a n o y m e o b l i g ó a g o l p e a r e l piso con mis
nudillos.
— E s t o e s p i e d r a , L o b s a n g — d i j o — , u na v i b r a c i ó n q u e nosotros
llamamos piedra.
A s i ó n u e v a m e n t e m i m a n o e h i z o q u e m i s d e d o s r o z aran mi manto.
—Ést a e s la vibr a ció n qu e no sot r os lla ma m os la na . A u n q u e
r e c o r r a m o s " c o m p l e t a m e n t e " l a e s c a l a d e l a s v i b r a c i one s , se g u im os
pe r ci b ie nd o lo s g r a do s r e la t i vo s de su a vi d a d y d e d u r e z a . P o r e l l o , e n
l a V i d a q u e n o s e s p e r a d e s p u é s d e l a M u e r t e , e n l a " v e r d a d e r a "
V i d a , l a s c o s a s e s t á n a n u e s t r o a l c a n c e i g u a l q u e a q u í a b a j o .
¿ C o m p r e n d e s l o q u e quiero decirte? — me preguntó.
E vi de nt e m e nt e , le co m pr e n dí a . Ha cí a y a m u ch o t ie m po q u e
c o m p r e n d í a e s t a s c o s a s . E l L a m a p e n e t r ó d e n u e v o e n mi pensamiento.
— S í , y a s é q u e t o d o e s t o e s a l g o q u e a q u í t o d o e l m u nd o c o n o c e ,
p e r o s i " h a b l a m o s " d e e s o s " c o n o c i m i e n t o s i n e f a b l e s " , l o s
f i j a r e m o s c o n m a y o r c l a r i d a d e n t u m e n t e . M á s a d e la n t e t e n d r á s q u e
v i s i t a r l o s p a í s e s d e l M u n d o O cci de nt a l. La s r elig ione s occi de nta le s t e
pla nte ar á n ser ia s difi cu lt a de s. — So nr ió bu r lón y a ña dió —: Los

99. Cr ist ia nos no s consideran paganos. La Biblia dice que "Cristo recorría los

100. 66 LOBSANG RAMPA
d e s i e r t o s " . P e r o " n u e s t r o s " a r c h i v o s r e v e l a n q u e C r i s t o r ec o r r i ó l a
I n d i a , e st u d i a n d o n u e s t r a s r e l i g i o ne s , y q u e e st uv o e n L h a s a y e st u d i ó
e n J o K a n g , b a j o l a d i r e c c i ó n d e l o s s a c e r d o t e s m á s d e s t a c a d o s d e l a
é p o c a . C r i s t o c r e ó u n a " b u e n a " r e l i g i ó n , p e r o e l C r i s t i a n i s m o q u e s e
p r á c t i c a h o y n o e s l a r e l i g i ó n q u e É l c r e ó . — M i M a e s t r o m e m i r ó
s ev e r a m e n t e y m e d i j o — : S é q u e t e a b u r r e s c o n t o d o e s t o p o r q u e
c r e e s q u e s o n s ó l o p a l a b r a s ; p e r o y o h e v i s i t a d o e l M u n d o O c c i d e n t a l
y m i d e b e r e s a d v e r t i r t e a c e r c a d e l a s c o sa s q u e t e e sp e r a n. P a r a e ll o,
lo p r i m e r o q u e d e b o ha ce r e s ha bl a r t e de s u s r e li g i one s , p or q u e no
ig no r o q u e p os e e s u n a m e m o r i a c a p a z d e d e d u c i r l o e s e n c i a l d e l o s
s i m p l e s fenómenos.
¡Me sonr ojé ! ¡Ha bía e st a do pe nsa ndo e xce si va me nte "e n palabras"!
P o r l o s c o r r e d o r e s p a s a b a n l o s m o n j e s a r r a s t r a n d o l o s p ie s . S e
d i r i g ía n a l T e m p l o p a r a a s i s t ir a l o s s e r v i c i o s n o ct u r n o s . S o b r e l a s
t e r r a z a s , l o s t r o m p e t e r o s , c o n t e m p l a n d o e l V a l l e , l a n z a b a n l o s
ú l t i m o s t o q u e s d e l d í a . M i M a e s t r o , el Lama Mingyar Dondup, siguió
hablándome.
— D o s s o n l a s r e l i g i o n e s f u n d a m e n t a l e s d e O c c i d e n t e , p e r o s u s
s e c t a s s o n m u y n u m e r o s a s . L a R e l i g i ó n J u d í a e s a nt ig u a y t o le r a n t e .
Lo s Ju dí o s n o t e oc a s io n a r á n di f ic u l t ade s. Dura nte sig los han sido
per se guidos y ello le s ha hecho c om p r e n s iv o s c o n l os de m á s . P e r o l o s
C r i st ia n o s y a n o so n tan tolera nte s, excepto los doming os. N o te diré
na da a cerca de la s cr e e n ci a s in di v i du a le s . Y a c o no c e r á s e sa s c o sa s
po r l o s l i b r o s . L o q u e s í q u i e r o r e l a t a r t e e s e l o r i g e n d e l a s r el ig io ne s .
C u a n d o i ni c ia r o n la vi d a s o br e la T ie r r a — di jo e l Lama — los hom br es
vivía n en peque ños grupos, se reu nían e n peq ue ña s t r ibu s. N o t e nía n
le y e s ni códig o de condu ct a . N o e x is t ía ot r a le y q u e l a d e la fu e r z a .
La s t r ib u s m á s f u e rt e s y f e r o c e s h a c í a n l a g u e r r a a l o s m á s d é b i l e s .
C o n e l t i e m p o , a p a r e c i ó u n h o m b r e m á s e v o l u c i o n a d o y m á s i n t e-
ligente que com pre ndió que su tr ibu podía ser la más fuerte s i s e
o r g a n i z a b a . P o r e l l o , f u n d ó u n a r e l i g i ó n y u n c ó d i g o d e c o n d u c t a .
" S e d f e c u n d o s y m u l t i p l i c a o s " , l e s o r d e n ó , porque sabía que el poder de
su tribu dependía de los niños

102. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 6 7
q u e na cie r a n . " H on r a a t u p a d r e y a t u m a d r e " , le s or de n ó , p o r q u e s e
d i o c u e n t a d e q u e s i c o n c e d í a a l o s p a d r e s a u t or ida d s obr e los hijos , é l
te ndr ía a ut or ida d sobr e los pa dre s . T a m b i é n se d i o c u e n t a d e q u e s i
e r a c a p a z d e c o n ve n c e r a l o s h i j o s d e q u e t e n ía n d e b e r e s p a r a c o n s u s
p a d r e s , s e r ía m á s f á c i l i m p o n e r l e s u n a d i s c i p l i n a . " N o c o m e t e r á s
a du l t er i o " , o r d e n ó a m e n a z a d o r e l P r o f e t a d e a q u e l l o s t i e m p o s . P e r o
l o q u e o r d e n a b a r e a l m e n t e e r a q u e l a " t r i b u " n o s e " a d u l t e r a r a " c o n
l a s a n g r e d e l o s m i e m b r o s d e l a s o t r a s t r i b u s , y a q u e e n e s e c a s o l a
le a lt a d d e s u s h o m b r e s se d iv e r s i f i c a r í a e n d o s d i r e c c i o n e s d i s t i n t a s .
E l t i e m p o s i g u i ó p a s a n d o y l o s s a c e r d o t e s d e s c u b r i e r o n q u e h a b í a
a l g u n a s p e r s o n a s q u e n o s e s o m e t í a n e n t o d o m o m e n t o a l o s m a n-
dat os re lig iosos. Tra s pensarlo y discutirlo mu cho, los sa cer do t e s
co n s ig u ie r on cr e a r u n m e c a n is m o de ca st ig os y d e r ec o m p e n s a s .
" C i e l o " , " P a r a í s o " , " V a l h a l l a " — o d a l e e l n o m b r e q u e p r e f i e r a s —
p a r a l o s q u e o b e d e c i e r a n a " l o s sa ce r d ot e s" y e l f u e g o de l I nf ie r no y
la s t o r t u r a s in t e r m inables para los que les desobedecieran.
— ¿ Qu i e r e s d e c i r m e c o n e l l o q u e r e p u d i a s e n t e r a m e n t e las religiones
occidentales? — le pregunté.
— N o , n a d a d e e s o — r e s p o n d i ó m i M a e s t r o — . H a y m u c h a s
p e r s o n a s q u e s e s i e n t e n d e s v a l i d a s s i n o p u e d e n pensar o imaginar
un Padre omnipresente que vela por ellos, co n u n Á ng e l C on t a b le ,
di s p u e s t o a t om a r n ot a de s u s b u en a s y s u s m a l a s a c c i o n e s . N o s o t r o s
s o m o s e l d i o s d e l a s c r i a t u r a s m i c r o s c ó p i c a s q u e h a b i t a n n u e s t r o
c u e r p o y d e los se re s , toda vía má s peq u e ños, q ue ha bit a n " su s"
m olé culas. En lo que a las plegarias se refiere, Lobsang, ¿tú habrás
escu chado mucha s ve ce s la s plegar ias de esa s cr iatu ras que viven en ti?
— S i n e m b a r g o , t ú m e h a s e n s e ñ a d o q u e l a o r a c i ó n e s eficaz —
repliqué asombrado.
— S í , L o b s a n g , l a o r a c i ó n e s m u y e f i c a z " s i d i r i g i m o s nu e st r a
pl e g a r ia a n u e s t r o p r o pi o e s pí r i t u " , a la pa r t e m á s auténtica de nuestro
ser, situada en el otro mundo, a la parte q u e c o n t r o l a n u e s t r o s " c a b l e s
d e t í t e r e s " . L a o r a c i ó n e s "muy" eficaz si obedecemos las normas sencillas y
natura-

104. 68 LOBSANG RAMPA
l e s q u e l a r e g u l a n . — M e s o n r i ó y p r o s i g u i ó : — E l h o m b r e e s una
simple pa rtícu la de un mundo tur bu lento. Solame nte s e e n c u e n t r a a
g u s t o c u a n d o s i e n t e l a s e g u r i d a d d e u n " a b r a z o m a t e r n a l " . P a r a l o s
h o m b r e s d e O c c i d e n t e , p o c o die str o s e n el ar te de m or ir , el ú lt im o
pe nsa m ie nt o e s siemp r e e l m i s m o : ¡ M a d r e ! S i se s i e n t e i n s e g u r o ,
i n t e n t a r á a p ar e n t a r c o n f i a n z a e n s í m i s m o , c h u p a n d o u n c i g a r r o o
u n ci g a r r i ll o, l o m is m o q u e l os n iñ o s se a fe r r a n a su ch u p e t e . Lo s
p si c ól og o s c oi n ci d e n e n la cr e e nc ia d e q u e e l há bi t o d e fu ma r
con st it u ye t a n sól o u na sim ple re g re sión a los r a sg os de la pr im e ra
infa ncia e n qu e los niños ext ra ía n a lime nt o y " se g u r i d a d " d e s u s
m a d r e s . L a r e l i g i ó n c o n s u e l a a l o s a f l ig i d o s . P e r o e l c o n o c i m i e n t o d e
la v e r d a d d e l a v i d a — y de la m ue r te — e s un co nsu e lo mu cho ma y or
t oda vía . So bre la T i e r r a s o m o s c o m o e l a g u a . C u a n d o r e a l iz a r n o s e l
t r á n s i t o d e l a " m u e r t e " n o s c o n v e r t i m o s e n v a p o r . Y v o l v e m o s a
s e r c o m o e l a g u a c u a n d o r e n a c e m o s d e n u e v o e n e s t e mundo.
— Se ñ o r — e x c l a m é — ¿ c r e e s a c a s o q u e l o s h i j o s n o deberían honrar
a sus padres?
Mi Maestro me contempló sorprendido.
— ¡ Qu é c o s a s d i c e s , L o b s a n g ! E s e v i d e n t e q u e l o s h i j o s debe n
honr ar a su s pa dr es, sie mpre que sus padre s sea n me rece dore s de ello.
Los padres domina nte s no tie nen el me nor der e cho a a rr u ina r a su s
hijos y los " niños" a du lt os son r e sp o n s a b l e s d e s u s a c t o s a n t e s u s
c ó n y u g e s . L o s p a d r e s n o de be n tr at a r tir á nica me nte a su s hijos
ma y or e s, y a qu e e llo const ituye un gra ve ate ntado no solame nte cont ra
su s hijos, s i n o t a m b i é n c o n t r a s í m i s m o s . Y e s u n e r r o r q u e d e b e r á n
pagar en otra vida.
R e c o r d é a m i p a d r e , s e v e r o y d u r o , q u e e n r e a l i d a d n o fu e nu n c a
u n " pa d r e " pa r a m í. Mi m a d r e , q u e n o t e n ía ot r a pr e ocu pa ción qu e la
vida so cia l. De spué s pe n sé e n e l La ma M in g y a r Do n du p q u e ha bí a s i do
pa r a m í m á s q u e u n pa dr e y u n a m a d r e y , s i n d u d a a lg u n a , la ú n i c a
p e r s o n a q u e m e había mostrado en todo momento amabilidad y amor.
Un monje mensajero entró precipitadamente.
—Honorable Mingyar — dijo haciendo una profunda re-

106. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 6 9
vere ncia —. He sido encarg ado de tra nsmitirte el saludo y la
c o n s i d e r a c i ó n d e l P r o f u n d o , r o g á n d o t e q u e t e n g a s a b i e n c o m p a r e c e r
a n t e I. ¿ P u e d o c o n d u c i r t e a n t e s u p r e s e n c i a , señor?
Mi Maestro se puso en pie y salió con él.
Y o s u b í a l a t e r r a z a d e l P o t a l a . A l o l e j o s , e n m e d i o d e la
oscuridad de la noche, brillaban las luces de la Lamasería M é d i c a d e
C h a k p o r i . J u n t o a m í , u n a C i n t a d e P l e g a r i a s onde a ba le ve m e nt e a lo
la r g o de su m á st il. Ce r ca de a llí, de pie ante la ventana, un viejo monje
hacía girar afanosamente s u M o l i n o d e O r a c i o n e s , t u r b a n d o c o n s u
" c l a c - c l a c " e l s il e n c i o n o c t u r n o . L a s e s t r e l l a s r o d a b a n e n e l c i e l o e n
u n i n t e r m i n a b l e v i a j e . Y y o m e p r e g u n t é : ¿ T e n d r e m o s " n o s ot r o s "
a p a r i e n c i a d e e s t r e l l a s p a r a l o s s e r e s d e o t r a s d imensiones?

107. C A P I T U L O I V
Er a l a é p o c a d e L o b s a r , e l A ñ o N u e v o t i b e t a n o . L o s " c h e l a s " — y
t a m b i é n l o s a s c e t a s — h a b í a m o s e s t a d o , du ra nt e a lgú n tiem po , m u y
at ar ea do s ha cie n do fig ur illa s de c e r a . E l a ñ o a n t e r i o r , n o s
d e s c u i d a m o s , p r o d u c i e n d o m a l a i m p r e s i ó n . L o s d e l a s d e m á s
l a m a s e r í a s q u e d a r o n c o n v e nc i d o s — ¡ y c o n r a z ó n ! — d e q u e l o s d e
C h a k p o r i c a r e c í am o s d e t i e m p o y d e i n t e r é s p o r a q u e l l a s o b r a s
i n f a n t i l e s . P o r e l l o , a l a ñ o s i g u ie n t e , p o r o r d e n e x p r e s a d e l P r o f u n d o ,
n o s v i m o s o b l i g a d o s a h a c e r f i g u r i l l a s d e c e r a y a t o m a r p a r t e e n l a
c o m p e t i c i ó n . N u e s t r a o b r a f u e , s i n e m b a r g o , muy modesta en
comparación con la de las otras lamaserías. S o b r e u n m a r c o d e m a d e r a
d e u n o s v e i n t e p i e s d e a lt o p o r treinta de a ncho, m oldeam os var ias
escenas de las Sagra da s Escrituras en cera de colores. Hicimos nuestras
figuras tridim e n si o na le s y a br ig á b a m os la e s pe r a nz a de q u e , a l se r vi s-
ta s a la lu z va cila nt e de la s lá m pa r a s de gr a sa , pr odu cir ía n la impresión
de estar en movimiento.
El Pr ofu ndo e n pe r sona y los la ma s de m ay or cat e g or ía ,
e x a m i n a b a n t o d o s l o s a ñ o s l a e x p o s i c i ó n y e l o g i a b a n a l o s q u e s e
ha bí a n e s fo r z a do p or r e a l iz a r la . T e r m in a d a la é po ca de Lo b sa r , la c e r a
e r a de r r e t id a y s e u t i liz a ba pa r a la s l á mp a r a s d u r a n t e e l r e s t o d e l
a ñ o . M i e n t r a s r e a l i z a b a m i t r ab a j o — e r a b a s t a n t e h á b i l m o d e l a n d o
— , r e c o r d é l a s m uc h a s c o s a s q u e h a b í a a p r e n d i d o e n l o s ú l t i m o s
m e s e s . T o d a v í a m e s e n t í a d e s c o n c e r t a d o a n t e a l g u n a s c u e s t i o n e s
r e l i g i o s a s y , p o r e l l o , h a b í a d e c i d i d o i n t e r r o g a r a m i M a e stro, el Lama
Mingyar Dondup, sobre ellas, en la primera

108. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 71
oc a s i ón q u e s e m e p r e s e nt a r a p e r o, de m o m e nt o, t e nía q u e d e d i c a r m e
a " m o d e l a r " . M e i n c l i n é y t o m é u n p u ñ a d o d e c e r a d e l c o l o r d e l a
c a r n e y , c o n g r a n p r e c a u c i ó n , s u b í a l a n d a m i o p a r a p o d e r d a r la
f o r m a a d e cu a d a a u n a o r e ja d e B u d a . A m i de r e ch a , d o s jó ve ne s
" c he l a s " se a r r o ja ba n u no a o t r o p e l o t a s d e c e r a . T o m a b a n u n
p u ñ a d o , l a m o l d e a b a n gr osera mente dá ndole forma esfér ica y la nza ba n
aquel su cio proyectil al "enemigo". Se estaban divirtiendo mucho. Pero,
desgraciadamente apareció un monje vigilante detrás de una c o l u m n a
c o n e l d e s e o d e c o n o c e r l a s c a u s a s d e a q u e l a l b or ot o. Sin qu e u na
sola pa la br a sa lier a de su s la bio s, ag a r r ó a los do s niños , uno con
ca da m a no, ¡y los a rr ojó de nt r o de una gran caldera de cera caliente!
M e d i l a v u e l t a y p r o s e g u í m i t r a b a j o . M e z c l é l a c e r a co n el
hollín de la s lá m pa ra s y di bu jé u na s ce ja s r ea lme nt e a c e p t a b l e s . L a
f i g u r a d a b a y a l a i m p r e s i ó n d e t e n e r v i d a . " A l f i n y a l c a b o — p e n s é
— e s t e « e s » e l M u n d o d e l a I l us i ó n . " D e s c e n d í d e l a n d a m i o y m e
a l e j é l o s u f i c i e n t e p a r a o b t e n e r u n a i m p r e s i ó n d e c o n j u n t o d e m i
t r a b a j o . E l M a e st r o d e A r t e s o n r e í a . P o s i b l e m e nt e e r a y o s u d i s c í p u l o
f a v or i t o y a q u e s e n t í a g r a n a f i c i ó n a l a p i n t u r a y a m o d e l a r y
trabajaba con gran interés para aprovechar sus enseñanzas.
— E s t a m o s t r a b a j a n d o c o n e f i c a c i a , L o b s a n g — d i j o complacido
—. Parece que los Dioses tengan vida.
N o s a l e j a m o s l o s d o s , c o n e l o b j e t o d e q u e é l m e i n d icara qué
corre ccione s era pre ciso intr odu cir en otr as parte s d e l a e s c e n a .
" P a r e c e q u e l o s D i o s e s e s t á n v i v o s " , p e n s é . " P e r o ¿ e x i s t e n l o s
D i o s e s ? Y s i n o e x i s t e n , ¿ p o r q u é n o s hablan de ellos? Tengo que
preguntárselo a mi Maestro."
Pe nsat iv o, lim pié m is m a nos de la ce r a qu e t enía n a dher i d a . L o s
d o s " c he l a s " q u e h a b í a n s i d o a r r o ja d o s a la c e r a c a l ie n t e , e n u n
r i nc ó n , c on g e s t o de e st ú p i do s , int e nt a ba n t a m b i é n l i m p i a r s e
f r o t a n d o s u s c u e r p o s c o n a r e n a f i n a y o s c u r a . S o n r e í b u r l ó n y m e
d i s p u s e a s a l i r . U n " c h e l a " r egordete caminaba junto a mí.
—¡ Ha s t a l os p r o p io s D io se s de b e n ha be r se r e íd o! — m e dijo.

110. 72 LOBSANG RAMPA
" H a s t a l o s D i o s e s . . . H a s t a l o s D i o s e s . . . H a s t a l o s D i os e s . . . " E s a s
p a l a b r a s s o n a b a n e n m i m e n t e a l c o m p á s d e m i s p a s o s . ¡ L o s D i o s e s !
¿ E x i s t í a n l o s D i o s e s ? M e d i r i g í a l Te m pl o y e s pe r é a q u e c om e nz a r a e l
a c os t u m br a d o se r vi c io nocturno.
"Escuchad la Voz de nuestros espíritus,
todos los que camináis errantes. Este es el
Mundo de la Ilusión. La vida es un sueño
solamente. Todo lo que nació debe morir."
La v o z d e l s a c e r d o t e s e g u ía r e s o n a n d o , r e c i t a n d o a q u el l a s
p a l a b r a s t a n c o n o c i d a s q u e , d e p r o n t o , i n e x p l i c a b l emente,
despertaban mi curiosidad.
— Q u e s e e n c i e n d a l a t e r c e r a v a r i l l a d e i n c i e n s o p a r a que pueda
orientar a los espíritus errantes.
" N o s o n l o s D i o s e s l o s q u e l e a y u d a n — p e n s é — s i n o s u s
s e m e j a n t e s . P e r o ¿ p o r q u é n o l o s D i o s e s ? ¿ P o r q u é d ir i g i m o s l a s
p l e g a r i a s a n u e s t r o p r o p i o E s p í r i t u y n o a l o s Dioses?"
E l r e s t o d e l s e r v i c i o c a r e c i ó p a r a m í d e a t r a c t i v o y d e
s i g n i f i c a c i ó n . F u i v i o l e n t a m e n t e a r r a n c a d o d e m i s m e d i t aciones por un
codo que se hundió con fuerza en mi costado.
—¡Lobsa ng ! ¡Lobsa ng ! ¿ Qu é e s lo q ue t e su ce de ? ¿ E stá s "muerto"?
¡Levántate! ¡El servicio ha terminado ya!
Va c i l a n t e , m e p u s e e n p i e y s a l í d e l Te m p l o c o n l o s d em á s .
A l g u n a s h o r a s d e s p u é s , d i j e a m i M a e s t r o , e l L a m a Mingyar Dondup.
— ¡ Se ñ o r ! ¡ S e ñ o r ! ¿ E x i s t e D i o s ? ¿ E x i s t e n l o s D i o s e s ? Él me miró y
me dijo:
— V a m o s a l a t e r r a z a , L o b s a n g . A q u í h a y d e m a s i a d a gente para
que podamos hablar.
C a m i n ó , d e l a n t e d e m í , p o r e l c o r r e d o r c r u z a n d o a n t e l a s
h a b i t a c i o n e s d e l o s l a m a s . L l e g a m o s a l a t e r r a z a t r ep a n d o p o r l a
e s c a l e r a v e r t i c a l d e m a d e r a . D u r a n t e u n o s i ns t a nt e s , c on t e m pl a m os
e l a m a d o p a i sa je . La i nm e n sa m uralla de las montañas. Las aguas luminosas
de Kyi Chu y

112. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 7 3
e l c í r c u l o r o j i z o d e l K a l i n g C h u . B a j o n u e s t r o s o j o s , e l N or bu
Li ng a , o P a r q u e d e l a s J oy a s , s u r g ía co m o u na m a sa viva de verdor. Mi
Maestro me lo señaló todo.
— ¿ C r e e s q u e t o d o " e s t o " e s f r u t o d e l a c a s u a l i d a d , Lobsang?
¡"Naturalmente", Dios existe!
Nos dirigimos a la parte superior de la terraza y, allí, nos sentamos.
— T u p e n s a m i e nt o e st á c o n f u s o , L o b s a n g — m e d i j o — . Ex i st e Di os .
Ex i st e n lo s D io se s . P e r o m ie n t r a s pe r m a n e z c am o s s o br e la T ie r r a ,
nu nc a p o dr e m o s co m pr e n de r la F or m a y N a t u r a l e z a d e D i o s . V i v i m o s
e n l o q u e p o d r í a m o s l la m a r e l m u n d o t r i d i m e n s i o n a l . D i o s h a b i t a e n
u n m u n d o t a n r em o t o q u e e l c e r e b r o h u m a n o , " m i e n t r a s p e r m a n e z c a
e n l a t i e r r a " , e s i n c a p a z d e e l a b o r a r u n c o n c e p t o n e c e s a r i o d e Dios
y , por e llo, e l hom bre se ve oblig a do a for za r su r az ón. S e s u p o n e q u e
" D i o s " e s a l g o h u m a n o o , s i p r e f i e r e s e s t e o t r o t é r m i n o ,
" s o b r e h u m a n o " , p e r o e l h o m b r e , d e a c u e r d o con su s categ or ías
menta les, ¡tie ne tendencia a creer que ha s i d o h e c h o a I m a g e n d e
D i o s ! T a m b i é n c r e e q u e , e n l o s o t r o s m u n d o s, n o e xi st e la v id a . S i e l
Ho m b r e e st á he c ho a Im a ge n de Dios y lo s se re s de los ot r os mu ndo s de
a cu e r do c o n ot r o s m ol de s di f e r e n t e s , ¿ q u é p o de m os pe ns a r d e n u e st r a s
co n ce p ci o ne s, s e g ú n la s cu a le s " so la m e nt e " e l Ho m b r e es Imagen de Dios?
El La m a m e obse r vó at e nt a me nt e inte nt a ndo com pr o bar s i se g u ía
s u s r a z o n a m ie n t o s . S i n n i n g ú n g é n e r o d e d u d a s , y o l o co m pr e n dí a
pe r fe ct a m e nt e . Su s p a la br a s m e p a r e cí a n del todo evidentes.
—Todo s los mu ndo s y t odos los pa íse s de t odos los m u nd o s , t i e n e n
s u p r o p i o D i o s o Á n g e l T u t e l a r . N o s o t r o s l l am a m os M a nú a l D io s q u e
t ie ne e l m u nd o a su ca r g o . E s u n E s p ír it u a lt a m e nt e e vo lu c io n a d o , u n
se r hu m a n o q u e , t r a s num e r osa s re e ncar na cio ne s, qu e dó pu r ifi ca do de
t oda s su s e s c o r i a s . E x i s t e u n a v i n c u l a c i ó n e n t r e t o d o s l o s S e r e s S u-
periores y éstos, algunas veces, cuando es necesario, vuelven a la tie rr a
pa ra m ostr a r a los m or ta le s qu e , si qu ie r e n, pueden elevarse sobre el barro
de los deseos terrenos.
Asentí con la cabeza. Lo sabía. No ignoraba que Buda,

113. 74 LOBSANG RAMPA
M o i s é s , C r i s t o y m u c h o s o t r o s h o m b r e s p e r t e n e c í a n a e s e o r d e n d e
S e r e s S u p e r i o r e s . T a m p o c o i g n o r a b a q u e M a i t r eya, se gún afir man las
Escr itura s Budista s, vendr á al mundo 5 . 6 5 6 " m i l l o n e s " d e a ñ o s
d e s p u é s d e B u d a o G a u t a m a , c om o d e b e r í a e n r e a l i d a d s e r l l a m a d o .
T o d o e l l o , y m u c h a s cosas má s, for ma ba par te de nuestra s enseña nza s
religiosas c o r r i e n t e s , l o m i s m o q u e l a c e r t e z a d e q u e " t o d a s " l a s p e r-
sona s bu e na s t enía n la s m ism a s opor tu nida de s de e volu cio n a r ,
i n d e p e n d i e n t e m e n t e d e l n o m b r e q u e s e d i e r a a s u s c r e e n c i a s
r e l i g i o s a s . N o s o t r o s n u n c a h e m o s c r e í d o q u e s ol a m e n t e p u e d a n
" a l c a n z a r e l C i e l o " l o s q u e p e r t e n e c í a n a u na se ct a re lig iosa
det er m ina da y qu e t odo s los de m á s e ra n precipitados en el Infierno para
servir de diversión a algunos demonios sanguinarios.
— N o s o t r o s c o n o c e m o s l a e x i s t e n c i a d e M a n ú — p r o s ig u i ó m i
M a e s t r o — , e l S e r A l t a m e n t e E v o l u c i o n a d o q u e c o n t r o l a l o s
d e s t i n o s d e l m u n d o . E x i s t e n M a n ú s m e n o r e s q u e s o n lo s q u e
co n t r ola n e l de st in o d e c a d a p a í s. Du r a n t e muchos años, el Mundo de los
Manús estará en movimiento i n t e r m i n a b l e m e n t e y , p o r f i n , c u a n d o e s t é
a de c u a d a m e n t e p r e p a r a d o p a r a e l l o , r e c o r r e r á e l ú l t i m o p a s o d e s u
e v o l ución y dominará la Tierra.
— ¡ E n t o n c e s — e x c l a m é c o n c i e r t o a i r e t r i u n f a l — n o t o d o s l o s
M a n ú s s o n b u e n o s ! E l M a n ú d e R u s i a p e r m i t e a l o s r u s o s q u e
a t e n t e n c o n t r a n u e s t r a d i c h a . E l M a n ú d e China permite a los chinos
que atraviesen nuestras fronteras y asesinen a nuestro pueblo.
El Lama sonrió.
— L o b s a n g — m e r e s p o n d i ó — . T e o l v i d a s d e q u e e s t e mu ndo e s el
Infier no y de que esta mos aquí sólo para a pre n der. Si sufrimos es pa ra
que nue str o "e spír itu" pue da segu ir su e v olu ci ó n . L a s di f i cu lt a d e s y e l
do l or n o s s ir ve n de e n señ a n z a , p e r o l a v i d a f á c i l y l a c o n s i d e r a c i ó n
d e l m u n d o n o n o s e ns e ña n na d a . S i h a y g u e r r a s e s p a r a q u e l o s
ho m b r e s pue da n m ost ra r su va le nt ía e n los ca m po s de bat a lla y — lo
mism o que el hier ro en la frag ua — se templen y endu rezcan e n e l f u e g o
d e l o s c o m b a t e s . N u e s t r a e n v o l t u r a c a r n a l c arece de importancia,
Lobsang. Es solamente un muñeco

115. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 7 5
p r i s i o n e r o d e l t ie m p o . E l A lm a , e l E s p í r i t u , e l Se r ( d a l e e l n o m b r e
q u e p r e f i e r a s ) e s l o ú n i c o q u e i m p o r t a . C i e g o s s ob r e la Ti e r r a ,
cr e e m o s q u e lo m á s im po r t a nt e e s e l c u e r p o . E l m i e d o a l o s p o s i b l e s
s u f r i m i e n t o s d e n u e s t r o c u e r p o e n t u r b i a n u e s t r o r a c i o c i n i o y
p a r a l i z a n u e s t r o j u i c i o . S i n embargo, debemos actuar pensando
siempre en nuestro bien e spir it u a l pr e sta nd o, e n t odo m ome nt o, ay u da
a los dem á s. Lo s q u e ob e d e ce n c ie g a m e nt e l os di c t a d o s t i r á n ic o s d e
su s padres se daña n a sí m ismos y dañan a su s padres. Los que s i g u e n
f a n á t i c a m e n t e l o s p r i n c i p i o s d e c u a l q u i e r r e l i g i ó n dogmática también
atentan contra su evolución.
— H o n o r a b l e L a m a — l e i n t e r r u m p í — , ¿ p u e d o a ñ a d i r dos
observaciones?
—Sí, puedes hacerlo — dijo mi Maestro.
— M e h a s d i c h o q u e n u e s t r o a p r e n d i z a j e e s m á s a c e l era do cua ndo
las condiciones son a dversas. Yo creo que se ría p r e f e r i b l e u n p o c o
m á s d e s u a v i d a d . C r e o q u e m e s e r í a posible también aprender esas
condiciones.
Me contempló pensativo.
—¿C rees que te ser ía posible ? — me pre guntó —. ¿Cree s que
aprenderías las Sagradas Escrituras si no temieras a tus ma e str o s?
¿ Ha r ía s tu t ra ba jo e n la co cina si no te mie ra s recibir el castigo que se
aplica a los holgazanes? ¿Crees que lo harías?
I n cl i né la ca be z a . Te n ía r a z ó n . S ol a m e nt e t r a ba ja b a e n la c o ci n a
cu a n do m e l o o r d e n a b a n . Es t u di a b a la s S a g r a d a s Es cr it u ra s sól o
por qu e t em ía la s c onse cu e ncia s de u n e ve ntual fracaso.
— ¿ C u á l e s t u s e g u n d a p r e g u n t a ? — i n q u i r i ó e l L a m a . — V e r á s ,
S e ñ o r , ¿ c ó m o p u e d e u n a r e l i g i ó n d o g m á t i c a atentar contra nuestra
propia evolución?
— T e p o n d r é d o s e j e m p l o s — r e s p o n d i ó m i M a e s t r o — . L o s c h i n o s
e st a b a n c o n v e n c i d o s d e q u e l o q u e h i c i e r a n e n e sta vida care cía de
im porta ncia , pue st o que podían re para r s u s f a l t a s y s u s e r r o r e s
c u a n d o s e r e e n c a r n a r a n . E l l o l e s c o n d u j o a a d o p t a r u n a p o s t u r a d e
i n d o l e n c i a m e n t a l . S u r e l ig i ó n s e c o n v i r t i ó p a r a e l l o s e n u na e s p e c ie

116. d e o p i o q u e les arrastró a la pereza espiritual. Vivían solamente pensan-

117. 76 LOBSANG RAMPA
do e n su pr óx im a e x is t e n ci a y e ll o de t e r m in ó l a de ca de nc ia d e s u a r t e
y de s u c i e n c i a . E n t o n c e s C h i n a s e c o n v i r t i ó e n u n p a í s d e t e r c e r a
c a t e g o r í a e n e l q u e l o s b a n d i d o s , t r a n sf o r m a d o s e n s e ñ o r e s d e l a
g u e r r a , i m p l a n t a r o n e l r e i n a d o del terror y del saqueo.
Y o m e ha bía da do cu e nt a de qu e los chino s qu e re sidía n e n Lha sa
er a n inne ce sa r ia m e nte br u ta le s y e st a ba n dom inad o s p o r e l m á s
a b s o l u t o f a t a l i s m o . ¡ P a r a e l l o s , l a m u e r t e n o pa r e cí a t e ne r m á s
im po r t a nc ia q u e e l m u d a r s e de ca sa ! Y o n o t e m í a l a m u e r t e n i m u c h o
m e n o s , p e r o d e s e a b a f e rvie nteme nte pode r finalizar mi tarea en el
cu rso de u na sola v i da e n lu g a r de d i fe r ir la , vié n do m e ob li g a do a v ol v e r
ot r a s m u c h a s v e c e s a e st e m u n d o . M e " a t e r r a b a " t e n e r q u e v i v i r
nue va me nt e t odo el pr oce so de na ce r , se r u n niño de sam par a d o y t e n e r
q u e i r d e n u e v o a la e s c u e la . D e se a b a q u e m i v i d a a ct u a l f u e r a l a
ú l t i m a q u e v i v i e r a s o b r e la T i e r r a . L o s c h i n o s h a b í a n r e a l i z a d o
m a r a v i l l o s a s i n v e n c i o n e s , m a r a v illosas obras de arte y habían creado
una maravillosa cultura. Per o ahor a , de spu é s de ha be r se som e t ido
ser vilm e nte a u na cr ee ncia r e lig io sa , el pu e blo chi no e sta ba e n ple na
de ca de nc i a y h a b í a s i d o u n a p r e s a f á c i l p a r a e l C o m u n i s m o . E n
o t r a é p o c a , l a a n c i a n i d a d y l a s a b i d u r í a e r a n e n t o d o m om e n t o
p r o f u n d a m e n t e r e s p e t a d a s e n C h i n a , pe r o a h o r a y a no e r a n h on r a da s
co m o m e r e cí a n . Y l o ú ni co q u e im pe r a b a era la violencia, el lucro personal y
el egoísmo.
L a v o z d e l L a m a M i n g y a r D o n d u p i n t e r r u m p i ó m i s reflexiones.
¡ L o b s a n g ! H e m o s a n a l i z a d o u n a r e l i g i ó n
q u e p r e d ic a b a l a i n a c c i ó n , c u y a s e n se ñ a n z a s a se g u r a b a n q u e n a d i e
d e b í a i n t e n t a r i n f l u i r e n l o s d e m á s , c o n e l o b j e t o d e n o a ñ a d i r n a d a
a s u p r o p i o K a r m a , e n v i r t u d d e l c u a l l a s c o nsecuencias de nuestros
actos en la vida se pagan en las vidas sucesivas.
C o nt e m pl ó la c iu da d de L ha sa y nu e st r o pa cí fi c o Va l le . Después se
volvió hacia mí de nuevo.
L a s r e l i g i o n e s d e O c c i d e n t e t i e n e n u n a
a c e n t u a d a t e nde ncia a ser exage radame nte militante s. Los
occide nta les no s e c o n f o r m a n c o n c r e e r l o q u e " d e s e a n " c r e e r , s i n o

118. q u e

119. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 7 7
ne c e s it a n a se si na r a lo s de m á s i nt e n t a n d o c o n ve nc e r le s de que deben
creer lo mismo.
N o c o m p r e n d o c ó m o " m a t a r " a u n a p e r s o n a
p u e d e ser considerado como una forma de religiosidad.
— N o , L o b s a n g — m e r e s p o n d i ó — , p e r o e n t i e m p o s d e l a
I n q u i s i c i ó n e s p a ñ o l a , l o s c r i s t i a n o s d e u n g r u p o p e r s ig u ie r on a l os
q u e p e r t e ne c ía n a l os de m á s g r u p o s c on la int e nc ió n d e " c on ve r t i r l os
y s a l va r lo s" . La s p e r s o na s e r a n t ort u r a d a s e n l o s p o t r o s y
q u e m a d a s e n l a s h o g u e r a s ¡ p a r a oblig a r la s a cam bia r de cr ee ncia s!
I nclu so e n la a ctu a lida d, esa gente envía sus misioneros que intentan
por todos los medio s conse g u ir q ue ot r os pue blo s se convie r ta n . To do
pa re ce indicar que no tienen mucha seguridad en su propia creencia
·y ne ce sita n qu e los dem á s de n su a pr oba ción y se mu e st r e n de
a cu e r do con su re lig ión, ¡com o si la sa lva ción de pe n die r a de simples
cifras estadísticas!
S e ñ o r — l e p r e g u n t é — , ¿ c r e e s q u e l a s
p e r s o n a s d eben pertenecer necesariamente a alguna religión?
— ¡ C la r o ! ¡ S i e l l o s l o d e s e a n , na t u r a l m e n t e q u e s í ! — r ep l i c ó e l
L a m a M i n g y a r D o n d u p — . S i n o h a n a l c a n z a d o t o d a v í a e l g r a d o
d e p e r f e c c i ó n n e c e s a r i o p a r a i d e n t i f i c a r s e c o n s u p r o p i o s e r y c o n e l
M a n ú d e l M u n d o , s i n d u d a a l g una se r á u n g r a n co nsu e lo pa r a e llo s
a dhe r ir se a a lgú n sistem a re lig ioso for m a l. Es u na disci plina m e nt a l y
e spir it u a l y , g r a c ia s a e l la , a lg u na s pe r s on a s se s ie n t e n v in c u l a d a s a
u n g r u p o f a m i l ia r , d o n d e u n P a d r e b o n d a d o s o v e la p o r e l l o s y una
Madre com pasiva está siempre dispuesta a interceder en s u b e n e f i c i o
a n t e e l P a d r e . N o c a b e l a m e n o r d u d a d e q u e e se t i p o d e r e l i g i ó n e s
s a lu d a b l e p a r a l o s q u e n o s e ha l l a n s u f i c i e n t e m e n t e e v o l u c i o n a d o s .
P e r o s i e s a s p e r s o n a s s o n c a p a c e s de da r se cu e nt a de q u e d e be n
di r i g i r su s pl e g a r ia s a s u p r o p i o E s p í r i t u , p o d r á n p r o g r e s a r c o n
m u c h a m a y o r r a pide z . N os pr e gu nt a n a m e nu do la r az ón de q ue
te nga m os im á g e ne s sa g r a da s e n nu e st r o s Te m p lo s , e in c lu so la r a z ó n
d e q u e t e n g a m o s T e m p l o s . L a r e s p u e s t a a e s a p r e g u n t a e s bi e n
si m p le . E s a s i m á g e ne s si r v e n p a r a r e co r d a r no s q u e deb e m o s

120. e v olu ci o na r y q u e po d e m os co n ve r t ir no s e n e le v a d o s seres espirituales.
En cuanto a nuestros Templos, hay que

121. 78 LOBSANG RAMPA
tener en cuenta que son lu gare s donde se puede n cong rega r l a s
p e r s o n a s q u e p o s e e n m e nt e s i dé n t i c a s c o n e l o b j e t o d e e s t i m u l a r s e
r e c í p r o c a m e n t e e n l a t a r e a d e a l c a n z a r c a d a u n a s u p r o p i o S e r .
M e d i a nt e l a o r a c i ó n , a ú n e n e l c a s o d e que ésta no esté de bida mente
or ientada, es posible alca nzar u n g r a d o m á s e l e v a d o d e v i b r a c i ó n .
L a m e d i t a c i ó n y l a co nte m pla ción son be ne ficio sa s lo m ism o si se
ha ce n e n u n Templo, en una Sinagoga o en una Iglesia.
S u s p a l a b r a s m e h i c i e r o n r e f l e x i o n a r . A l l á a b a j o , r e spl a n de cí a
e l Ka li ng C hu , de s li z á n d o se c a d a v e z m á s r á p id o conforme su cauce
se estrechaba y se convertía en remolinos de e spu ma ba jo e l Pue nte de
Ling ka r Roa d . Ha cia el su r , e n la le ja ní a , u n g r u p o de ho m b r e s
e s pe r a ba n a l b a r q u e r o d e l Ky i C hu . Los me r ca de re s ha bía n lle ga do a l
de spu nta r e l día y h a b í a n t r a í d o a m i M a e s t r o d i a r i o s y r e v i s t a s
d e l a I nd i a y d e o t r o s r e m o t o s p a í s e s . E l L a m a M i n g y a r D o n d u p
h a b í a v i a ja d o m u c h o y m u y f r e c u e n t e m e n t e y s e m a n t e n ía e n
e st r e c ho co n t a c t o c o n l os a c on t e c im ie nt o s q u e s e pr o ducí a n m á s a l lá
de l T ib e t . D ia r io s . R e v i st a s . U n p e n sa m ie nt o d a b a v u e l t a s e n m i
c a b e z a . H a b í a s i d o d e t e r m i n a d o p o r n u e s t r a co n v e r s a c ió n .
¿ D ia r io s? ¡De pr on t o , sa lt é c om o imp u l s a d o p o r u n r e s o r t e ! E r a a l g o
q u e y o h a b í a v i s t o , n o e n l o s d i a r i o s , s i n o e n u n a r e v i s t a , p e r o ¿ d e
q u é s e t r a t a b a ? ¡ L o r e c o r d é d e r e p e n t e ! ¡ L o v e í a t o d o c l a r o !
C o n t e m p l é v a r ia s p á g i n a s s i n c o m p r e n d e r l o q u e de c í a n a q u e l l o s
i d i oma s ext ranjer os. Espera ba encontrar alguna fotogra fía. U na p á g i n a
i lu s t r a d a a pa r e c i ó a nt e m i s o j o s . U na f o t o g r a f í a d e una máquina
voladora atravesando las nubes, cubriendo con su som bra u n
ensangre nta do cam po de bata lla. Mi Maestro, a quien mostré mi
descubrimiento, me tradujo el texto.
¡ H o n o r a b l e L a m a ! — e x c l a m é e x c i t a d o — .
E s t a m aña na me habla ste de e sa visión a la que tú llama ste el Ánge l
d e M o n s y q u e a lg u n a s p e r s o n a s p r e t e n d e n h a b e r v i s t o e n el campo de
batalla. ¿Es Dios acaso?
N o , L o b s a n g — r e s p o n d i ó m i M a e s t r o
— . S o n m u c h o s l o s h o m b r e s q u e , e n u n m o m e n t o d e

122. d e s e s p e r a c i ó n , pr e t e n de n h a be r v is t o la fi g u r a de u n Á ng e l o d e u n
Sa nt o , como dicen ellos. Su estado de urgente necesidad y las

123. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 7 9
in t e n sa s e m oc io ne s v iv i da s e n e l c a m po de ba t a ll a , e st i m ula n s u s
p e n s a m ie n t o s , s u s d e s e o s , y d a n i n t e n s i d a d a s u s plegar ias. Con
ello, como ya te dije , crean una form a menta l a l a q u e p o d e r
a f e r r a r s e . C u a n d o a p a r e c e e l p r i m e r t r a z o espiritual de una visión,
los pensamientos y las plegarias del h om br e q u e , i nc o n sc ie nt e m e nt e ,
la de t e r m i na se v a n i nt e ns i f i c a n d o y , p o c o a p o c o , l a v i s i ó n a dq u ie r e
d u r a n t e a l g ú n t i e m p o m a y o r f u e r z a , m a y o r s o l i d e z . N o s o t r o s
h a c e m o s l o m i s m o , e n e l T i b e t , c u a n d o " e m i t i m o s f o r m a s
m e n t a l e s " e n e l T e m p l o I n t e r i o r . . . P e r o m a r c h é m o n o s y a , L o b s a n g ,
por qu e e s ba st a nte ta r de y t oda vía no se ha n te r m ina d o la s ceremonias
del Lobsar.
Re co r r im os lo s c or r e d or e s y n o s d ir ig im o s a lo s l u g a r e s d o n d e , e n
l a É p o c a d e l a C e l e b r a c i ó n , s e a g r u p a b a l a c om u n i d a d d e l a
L a m a s e r í a . E l M a e s t r o d e A r t e v i n o a b u sc a r m e p o r q u e q u e r í a q u e
u n m u c h a c h o , p e q u e ñ o y l i g e r o c om o y o , su bie r a a l a n da m io p a r a
in t r o d u c ir a lg u na s m od if i c a c i o n e s e n l a p a r t e s u p e r i o r d e l a c a b e z a
d e u n a d e l a s f ig u r a s. Mu y sa t is fe c ho , le s e g u í ha c ia la h a b it a ci ó n
do n de m o d e l á b a m o s . M e p u s e u n v i e j o m a n t o , c u b i e r t o p o r c o m-
plet o de m a ncha s de ce ra de t odos los color e s, e nr ollé a m i cint u ra
u na cu er da pa r a pode r su bir lue g o los m at e r ia le s y t r e p é a l a n d a m i o .
C o m o e l M a e s t r o d e A r t e m e h a b í a a dvertido, una parte de la cabeza
se había despegado del marco d e m a de r a . C o n a y u d a de la c u e r d a p e d í
u n c u b o d e c e r a , q u e n e c e s i t a b a p a r a r e a l i z a r m i t r a b a j o . Y d u r a n t e
v a r i a s hor a s m e a fa né por coloca r la ca be z a e n su lu g ar , m e dia nt e
u na s t a b l i l l a s q u e c l a vé e n e l m a r c o q u e s e r v í a d e f o n d o a la e s ce n a .
De s p u é s , e l M a e s t r o de A r t e c on t e m pl ó m i l a b or co n o jo s de
e nt e nd i do y m e d ij o q u e e st a ba sa t i sf e c h o . Le nt a m e n t e , e n t u m e c i do ,
de sc e n d í d e l a n da m io . Me ca m bi é d e ropa y, lleno de satisfacción, me
apresuré a salir.
A l dí a si g u ie nt e , e st a b a y o, co n ot r os m u c ho s " c he la s" , e n l a
l la n u r a de L h a s a , a l o s p i e s de l P o t a l a , j u nt o a l p u eble cito de Shó.
Se su ponía que está ba mos contem plando la s p r o c e s i o n e s , l o s j u e g o s ,
l a s c a r r e r a s . P e r o e n r e a l i d a d , l o que hacíam os era exhibir nos
or gullosa mente ante los hum il des peregrinos que recorrían los senderos

124. montañosos, re-

125. 80 LOBSANG RAMPA
c o r d á n d o l e s q u e d e b í a n e s t a r e n L h a s a e n l a é p o c a d e l L ob s a r .
A cu dí a n a la Me ca d e l B u di sm o de s de t o do e l m u ndo bu di s t a .
A n ci a n os d e c r é p it os , m u je r e s j óv e ne s q u e lle vab a n e n b r a z o s a s u s
h i j o s , t o d o s l l e g a b a n c o n v e n c i d o s d e q ue re cor r ie ndo e l C ír cu lo
Sag r a do de la C iu da d y su bie n do a l Po t a la se q u e da ba n lim pi o s de
su s pe ca d os pa sa do s y se a s e g u r a b a n u n a b u e n a r e e n c a r n a c i ó n
s o b r e l a t i e r r a . L o s a d i v i n o s l l e n a b a n e l c a m i n o d e L i n d k o r . L o s
v i e j o s m e n d ig os pe d ía n l im o s na g im o t e a n d o. Y lo s m e r ca de r e s , c on
su s bultos sobre la espalda, iban en busca de clientes, abriéndose p a s o
e n t r e l a m u l t i t u d . M u y p r o n t o m e s e n t í c a n s a d o d e aquel
espectá cu lo de lirante, de la muche du mbre bobalicona y de sus
interm inables y e stúpida s pregu nta s. Me separé de mis com pa ñe ros y ,
lentamente, subí hasta la lama ser ía, que era mi hogar, por el sendero
montañoso.
E n m i l u g a r p r e f e r i d o , s o b r e l a t e r r a z a , t o d o e r a q u i et u d. El so l
pr o po r ci on a b a u n a g r a d a b le ca lo r c il lo . A llá a baj o , e n l a l e j a n í a , s e
e s c u c h a b a e l r u m o r c o n f u s o d e l a m uc h e d u m b r e q u e , p o c o a p o c o ,
m e f u e r e l a j a n d o h a s t a q u e m e a d o r m e c i ó e n l a v a g a t i b i e z a d e l
m e d i o d í a . U n a f i g u r a indefinida se materializó en los últimos lím ites
de mi cam po v i s u a l . Me d i o d o r m i d o , s a c u d í m i c a b e z a , p a r p a d e a n d o
v aria s veces. Pe ro la fig ura no de sa pare cía. Se guía allí, y pare c í a
i n c r e m e n t a r s u n i t i d e z y s u d e n s i d a d . S e n t í q u e l o s cabellos de mi
nuca se erizaban de temor.
T ú n o e r e s u n e s p í r i t u ! — e x c l a m é — . P e r o ¿ q u i é n eres?
La Figura sonrió levemente y me respondió.
— N o , h i j o m í o , n o s o y u n e s p í r i t u . E n o t r o s t i e m p o s , estudié
también aquí en Chakpori y, como tú estás haciendo a hor a , pa sé en
e st a t er ra z a m is m ome nt os de ocio . De sea ba yo entonces, sobre todas
las cosas, liberarme lo antes posible d e l o s d e s e o s t e r r e n o s . P o r e l l o ,
d e c i d í e n c e r r a r m e e n t r e los muros de aquella ermita.
S e ñ a l ó h a c i a a r r i b a y y o s e g u í c o n l a m i r a d a l a d i r e cc i ó n d e s u
b r a z o e x t e n d i d o ; d e s p u é s , m e s i g u i ó h a b l a n d o telepáticamente.
— Y a h o r a , a l c u m p l i r e l d é c i m o p r i m e r L o b s a r , h e

127. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 81
c o n s e g u i d o r e a l i z a r m i d e s e o d e e n t o n c e s . P u e d o d e j a r m i c u e r p o
s e g u r o d e n t r o d e l a c e l d a d e m i e r m i t a y v a g a r e r r a n t e d o n d e m i
v o l u n t a d m e l l e v a . Y e s a q u í a d o n d e h e q u e r i d o r e a l i z a r m i p r i m e r
v i a j e , p a r a p o d e r c o n t e m p l a r a la m u lt it u d de nu e vo y vi si t a r , u na
ve z m á s, e st e lu g a r q u e t a n t o h e r e c o r d a d o a l o l a r g o de m i v i d a . He
c o n se g u i d o la libertad, muchacho. La he conseguido.
Se de sva ne ció a nt e m is ojos com o u na nu be de incie nso que hubiera
dispersado la brisa nocturna.
¡ La s e r m it a s ! N o s o t r o s , l o s " c he l a s " , h a b í a m o s o í d o h ab l a r
m u c h o d e e l l a s , p e r o , ¿ c ó m o e r a n p o r d e n t r o ? N o s l o pr e gu nt á ba m os
con fre cu e ncia . ¿ Por q ué los hom bre s se e ncarcelaban voluntariamente
en aquellas cámaras de roca que a s o m a b a n p e l i g r o s a m e n t e e n l o s
b o r d e s d e l a m o n t a ñ a ? ¡ T a m b i é n n o s h a b í a m o s h e c h o e s a
p r e g u n t a ! D e c i d í i n t er r o g a r a m i a m a d o M a e s t r o . R e c o r d é d e s p u é s
q u e , n o m u y l e j o s d e d o n d e y o m e h a l l a b a , v i v í a u n v i e j o m o n j e
c h i n o . El a ncia no Wu Hsi ha bía vivi do u na inte re sa nt e e xiste n cia .
F u e m o n j e d e l P a l a c i o d e l o s E m p e r a d o r e s e n P e k í n , d ura nte
algu nos años. Pero sint iéndose ca nsado de aquel géne r o d e v i d a ,
h a b í a v i s i t a d o e l T i b e t e n b u s c a d e l a v e r d a d . L le g ó a l C ha k p o r i p o r
c a s u a l i d a d y f u e a ce p t a d o . De s p u é s d e a l g ú n t i e m p o , s e s i n t i ó
t a m b i é n c a n s a d o d e s u n u e v a vi d a y s e r e fu g ió e n u na e r m it a
do n de , du r a n t e si e t e a ñ o s, había vivido solitario. Sin embargo,
después regresó al Chak por i y a llí vivía e spe ra nd o la mu er te . De cidí
visit a r le . C orr í por el pasillo y, acercándome a su celda, le llamé.
— ¡ A d e l a n t e ! ¡ A d e l a n t e ! — l e o í d e c i r d e s d e d e n t r o c o n voz
temblona.
E n t r é y , p o r p r i m e r a ve z , m e e n c o n t r é e n p r e s e n c i a d e W u H s i ,
e l m o n j e c h i n o . E s t a b a s e n t a d o c o n l a s p i e r n a s c r u z a da s . A pe s a r
de s u e da d , su t r on co e st a ba t ie so co m o u n j o v e n b a m b ú . T e n ía l o s
p ó m u l o s p r o m i n e n t e s y s u p i e l era muy, muy amarilla y como
apergaminada. Sus ojos eran e x t r a o r d i n a r i a m e n t e n e g r o s y r a s g a d o s . Su
b a r b a e r a m u y esca sa y de su labio supe rior colg aban los pe los, muy
lar gos p e r o t a m b i é n e s c a s o s , d e s u b i g o t e . S u s m a n o s t e n í a n u n
color amarillento oscuro y estaban llenas de las manchas de

128. 6

129. 82 LOBSANG RAMPA
l a a n c i a n i d a d . S u s v e n a s s e m a r c a b a n a t r a v é s d e s u p i e l c o m o l a s
r a í c e s d e u n á r b o l . C o n f o r m e m e a c e r c a b a h a c i a él, se g u ía a cieg a s
m is m ovim ie nt os, si nt ie ndo m i pre se ncia pero sin llegar a verme.
¡ H m m m m ! — d i j o — . P o r t u f o r m a d e
a n d a r , c r e o que eres un muchacho. ¿Qué deseas, hijo?
S e ñ o r — l e d i j e — . D u r a n t e m u c h o t i e m p o
v i v i s t e e n una ermita. ¿Puedes contármelo, Sagrado Señor?
— S ié n t a t e , h i j o — m u r m u r ó , c h u p a n d o l a s g u ía s d e s u b i g o t e — .
Ha c e y a m u c h o t i e m p o q u e n o h a b l o d e l p a s a d o , a u n q u e p i e n s o e n
é l c o n s t a n t e m e n t e . . . C u a n d o e r a n i ñ o — p r o s i g u i ó d e s p u é s de u na
p a u s a — v i a j é m u c h o y v i s i t é l a I n d i a . A l l í v i a l o s e r e m i t a s
e n c e r r a d o s e n s u s c u e v a s y m e p a r e c i ó q u e a l g u n o s d e e l l o s h a b í a n
a l c a n z a d o l a v e rd a d . — A g i t ó l a c a b e z a . — L a s p e r s o n a s
c o r r i e n t e s e r a n m u y h o l g a z a n a s y s e p a s a b a n e l d í a s i n h a c e r
n a d a , b a j o los árboles. ¡Era triste! ¡ ¡Muy triste!!
S a g r a d o S e ñ o r — l e i n t e r r u m p í — .
P r e f e r i r í a q u e m e hablases de las ermitas del Tibet.
¿ C ó m o ? ¿ Q u é d i c e s ? — e x c l a m ó
d é b i l m e n t e — . ¡ A h , sí! La s er m it a s de l Tibe t . Cu a ndo re g re sé de
la I ndia , me di cu e nt a de qu e la vida de m i ciu da d nat a l, de Pe kín, m e
a bur r í a y n o m e p r o p o r c i o n a b a l a m e n o r e n s e ñ a n z a . P o r e l l o , t om é
nu e va m e nt e m i c a y a do y , d u r a nt e va r i os m e se s , c a m in é e n d i r e c c i ó n
a l a s f r o n t e r a s d e l T i b e t . — Y o s u s p i r é i m p a c i e n t e . — D e s p u é s d e
m u c h o t i e m p o , t r a s h a b e r r e c or r i d o m u c h a s l a m a s e r í a s , s i e m p r e e n
b u s c a d e l a v e r d a d , lle g u é a l C ha kp o r i . C om o e n C hi na e r a m é d ic o ,
e l Su p e r io r m e p e r m it i ó q u e m e q u e da r a a q u í . Y o e st a b a
e s pe c ia li z a d o e n a cu p u n t u r a . D u r a n t e a l g u n os a ño s , vi ví s a t i s fe ch o .
De spués, sentí el deseo de vivir en una ermita.
Y o t e m b la ba d e i m p a c ie n c ia . S i e l a n ci a n o se d e m or a ba t a n t o ,
l l e g a r í a t a r d e a l o s c u l t o s ¡ y y o n o p o d í a f a l t a r a l ser vi cio
noct u r no! Mie ntr a s m e pe r día e n e st a s r e fle xione s, escuché la primera
llamada de los gongs.
R e s p e t a d o S e ñ o r — l e d i j e

130. l e v a n t á n d o m e d e m a l a gana —, es preciso que me vaya.
N o , h i j o — m e r e s p o n d i ó e l a n c i a n o
r i é n d o s e — . P u e-

131. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 83
de s q u e d a r t e . ¿ A c a s o n o e st á s a q u í r e ci b ie n d o la s e n se ña nz a s d e u n
He r m a n o M a y o r ? N o t e v a y a s . E s t á s d i s p e n s a d o del servicio nocturno.
Me se nté de nue vo . Sa bía qu e er a a sí. A pe sar de q ue é l n o e r a
u n l a m a s i n o u n a s c e t a , c o m o c o n s e c u e n c i a d e s u e da d , su s via je s
y su e xpe r ie ncia , e ra c onsi der a do com o u n Hermano Mayor.
— V a m o s a t o m a r t é , h i j o — e x c l a m ó — . V a m o s a t om a r t é
p o r q u e m i c u e r p o e s t á d é b i l y s i e n t o s o b r e m í e l peso de los años. Té
para el joven y para el viejo.
Respondiendo a su llamada, un monje sirviente nos trajo t é y
c e b a d a . L o s m e z c l a m o s c o n n u e s t r o " t s a m p a " y n o s dispusimos, él a
hablar y yo a escucharle.
— E l S u p e r i o r m e c o n c e d i ó a u t o r i z a c i ó n p a r a a b a n d on a r
C h a k p o r i y t r a s l a d a r m e a u n a e r m i t a . C o n u n m o n j e ayudante salí
de aquí y subí a las montañas. Después de una ma r cha de cin co día s,
lle g am o s a u n lu ga r qu e pu e de ve r se desde la terraza, mirando hacia
arriba.
A se nt í c on la ca be z a . C on o cí a e l lu g a r . Er a u n pe q u e ño e d if i ci o
so li t a r io c on s t r u id o e n u n e le va d o pa r a je de l Hi m alaya. El anciano
prosiguió su relato.
— E l l u g a r e s t a b a v a c í o . S u o c u p a n t e h a b í a m u e r t o r e-
c i e n t e m e n t e . E n t r e e l a y u d a n t e y y o l o l i m p i a m o s t o d o . D e s p u é s ,
p o r ú l t i m a v e z , c o n t e m p l é L h a s a , C h a k p o r i y e l P o t a la , y e nt r é e n
la c á m a r a i n t e r i o r . E l a y u d a n t e t a p i ó la puerta sólidamente y yo quedé
allí solo.
—¡Pero, Señor! ¿"Cómo" es el interior?
— E s u n e d i f i c i o d e p i e d r a — r e s p o n d i ó e l a n c i a n o W u H s i
p a u s a d a m e n t e , m i e n t r a s s e r a s c a b a l a c a b e z a — . S u s m u r o s s o n
m u y g r u e s o s . L a p u e r t a q u e d a c e r r a d a p o r u n t a biq u e . En u n
r i nc ó n , ha y u n o r i fi c io p or e l q u e n o pu e de e n t r a r l a l u z y p o r e l
q u e e l e r e m i t a r e c i b e l o s a l i m e n t o s . S e t r a t a d e u n t ú n e l o s c u r o
q u e c o m u n i c a l a c á m a r a i n t er i o r c o n l a h a b i t a c i ó n q u e o c u p a e l
a y u d a n t e . S e v i v e c o mp l e t a m e n t e a i s l a d o . L a o s c u r i d a d e r a t a n
e s p e s a q u e c a s i podía pa lpa r se . N o ent ra ba ni e l m e nor de ste llo de

132. lu z ni e l m e no r r u i do . Se n t a d o e n e l s u e lo , i ni c ié m i s m e dit a ci o ne s .
Al principio, tuve alucinaciones y creí ver rayos y franjas

133. 84 LOBSANG RAMPA
l u m i n o s a s . L u e g o m e p a r e c i ó q u e l a o s c u r i d a d m e e s t r a ng u la b a
c o m o s i e s t u v ie r a r o d e a d o d e b a r r o . E l t ie m p o d e j ó de e x is t ir . P r o nt o
so n a r on e n m i im a g in a c ió n cá nt i co s y son i d o s d e c a m p a n a s y g o n g s .
Y d e s p u é s , s i n t i e n d o q u e m e a h o g a b a , m e p r e c i p i t é c o n t r a l o s
m u r o s d e m i c e l d a e n l oq u e ci do , in t e nt a n do sa lir . La d i fe r e nc ia e nt r e
e l d ía y la n oche ha bía de jado de exist ir . La oscur idad y el sile ncio de
las tum ba s lo domina ba todo. Poco a poco, se nt í que mi espíritu se
apaciguaba y mi terror se desvanecía.
Y o i n t e n t a b a v i s u a l i z a r l a e s c e n a : E l a n c i a n o W u H s i —
¡e n t o n c e s j o v e n ! — e n v u e lt o e n l a o s c u r i d a d v i v i e nt e d e su celda,
abismado en el silencio absoluto.
— C a d a d o s d í a s — p r o s i g u i ó e l a n c i a n o — , l l e g a b a e l a y u d a n t e
y c o l o c a b a a n t e e l o r i f i c i o u n p o c o d e " t s a m p a " . Se ace rcaba tan
sile ncioso que nu nca le oía. La primera vez. cu a ndo bu sca ba m i
com ida a tie nt a s, en la oscu r ida d , le di u n g o l p e y l a c o l o q u é f u e r a
d e l a l c a n c e d e m i m a n o . A l d a r m e c u e n t a d e q u e m e e r a i m p o s i b l e
l l e g a r h a s t a e l l a , l la m é a l a y u da nt e y g r it é , pe r o m i v o z no s a l ió d e
m i ce l da . Por esta razón, me vi obligado a esperar otros dos días.
— S e ñ o r — l e p r e g u n t é — , ¿ q u é s u c e d e s i u n e r e m i t a cae
enfermo o muere?
— H i j o m í o — d i j o W u H s i — , s i u n e r e m i t a c a e e nfer m o,
mu er e . El ay u da nt e le sig ue lle va ndo la com i da ca da d o s d í a s d u r a n t e
u n p e r í o d o d e c a t o r c e d í a s . T r a n s c u r r i d o e se t ie m po, si e l er em it a no
ha toca do los a lime nt os, su be n u nos hom br e s, e cha n a ba jo e l ta biqu e
qu e obst r u ye la pu e rta y sacan su cuerpo.
C o m o y a h e d i c h o , W u H s i h a b í a s i d o e r e m i t a d u r a n t e siete años.
— ¿ Y q u é o c u r r e e n l o s c a s o s e n q u e , c o m o s u c e d i ó c o n t i g o ,
e l e r e m i t a r e s i s t e t o d o e l t i e m p o f i j a d o p r e v i amente?
— Y o v i v í a l l í d u r a n t e l o s d o s a ñ o s q u e m e h a b í a p r opu e st o. Y
de spué s a m plié e se plaz o a siet e a ños. C ua nd o se f u e a c e r c a n d o e l
m o m e n t o d e m i s a l i d a , h i c i e r o n u n d i m in u t o o r i f i c i o e n e l t e c h o
c o n o b j e t o d e p e r m i t i r q u e p asara un insignificante rayo de luz.
Periódicamente fueron

135. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 8 5
a m p l i a n d o e l o r i f i c i o p a r a q u e e nt r a r a u n p o c o m á s de c l ar i d a d .
H a s t a q u e p o r f i n , a l c a b o d e a l g ú n t i e m p o , y a m e f u e p o s i b l e
r e s i s t i r e l s o l s o b r e m i s o j o s . S i u n e r e m it a e s t r a s l a d a d o a l e x t e r i o r
s ú b i t a m e nt e e n p l e n o d í a , s e v u e l v e cie g o e n el a ct o por qu e la
oscu r ida d ha dila ta d o de m a sia do s u s p u p i l a s y é s t a s h a n p e r d i d o e l
h á b i t o d e c o n t r a e r s e . C u a n d o s a l í , m i p i e l e r a p á l i d a y b l a n c a y m i s
c a b e l l o s s e h a b ía n p u e s t o t a n bl a n co s c om o la n ie v e d e la s
m o nt a ña s. M e d i e r o n m a s a j e s e h i c e e j e r c i c i o p o r q u e l a i n m o v i l i d a d
ha bí a a nq u i lo sa do m is m ú s c u l os . Re c ob r é m is f u e r z a s po c o a po c o y
po r f in , co n e l a u xi li o de m i a y u da nt e , pu de ba ja r de la montaña y volver
al Chakpori.
Y o m e d i t a b a s u s p a l a b r a s e i n t e n t a b a i m a g i n a r m e l o s
i n t e r m i n a b l e s a ñ o s d e o s c u r i d a d , d e s i l e n c i o a b s o l u t o , v iv i d o s e n l a
s o l e d a d . Y m e s e n t í a m a r a v i l l a d o a n t e a q u e l l a proeza.
— ¿ Y c u á l e s f u e r o n l a s e n s e ñ a n z a s q u e o b t u v i s t e c o n e s e
s a c r i f i c i o ? — l e p r e g u n t é p o r f i n — . ¿ " V a l i ó l a p e n a " hacerlo?
— ¡ S í , h i j o , s í , v a l i ó l a p e n a ! — d i j o e l v i e j o m o n j e — .
C o m p r e n d í e l s e n t i d o d e l a v i d a y l a f i n a l i d a d d e l c e r e b r o . M e l ibe r é
de m i c u e r po y c o n se g u í, l o m is m o q u e t ú a h or a , introducir mi espíritu
en lo astral.
— P e r o , ¿ c ó m o s a b e s q u e n o f u e u n a s i m p l e i l u s i ó n d e tu s
se nt id os? ¿ C óm o sa be s q ue no e st a ba s loco? ¿" Por q ué " no podías, lo
mismo que yo ahora, introducirte en lo astral?
W u H s i e m p e z ó a r e í r y s i g u i ó r i e n d o h a s t a q u e l a s l ágrimas
resbalaron por sus arrugadas mejillas.
— ¡ P r e g u n t a s ! ¡ P r e g u n t a s ! ¡ P r e g u n t a s ! — d i j o a l f i n — . ¡ L a s
m i s m a s p r e g u n t a s q u e y o m e h a c í a . . . ! P r i m e r o m e d o m i n ó e l
p á n i c o y m a l d i j e e l d í a e n q u e s e m e o c u r r i ó hacerme monje y el
día en que entré en mi celda de eremita. Pero poco a poco fui capaz de
seguir las normas que regulan l a r e s p i r a c i ó n y p u d e e m p e z a r a
m e d i t a r . C o m o y a t e h e d i c h o , a l p r i n c i p i o t u ve a lu c i n a c i o n e s y c r e í
v e r c o s a s q u e n o e x i s t í a n . P e r o e l d í a q u e m e l i b e r é d e m i c u e r p o , l a
o scu r ida d de jó de se r oscu r ida d pa ra m í. Vi m i pr opi o cue r po sentado

136. en el suelo en actitud meditativa. Vi mis ojos cie-

137. 86 LOBSANG RAMPA
gos, fijos, desorbitados. Vi la palidez de mi piel y la delgadez de mi
ca r ne . Me e le vé sobr e m í m ism o, a tr a ve sé el te cho de m i c e l d a y v i a
m i s p i e s e l V a l l e d e L h a s a . O b s e r v é l o s c a m b i o s q u e s e h a b í a n
p r o d u c i d o , c o n t e m p l é a l o s v i e j o s a m i g o s y , a l e nt r a r e n e l Te m pl o ,
co n ve r s é t e le pá t i ca m e nt e c o n u n la m a , q u e m e c o n f i r m ó q u e
r e a lm e n t e ha b í a c o n seg u i d o m i l i b e r a c i ó n . R e c o r r í e l p a í s e n t e r o y
v i s i t é p a í s e s e xt r a nj e r o s . Y c a d a d os d ía s , r e g r e sa b a d e nu e vo a m i
cu e rp o , r e a n i m á n d o l o p a r a q u e p u d i e s e r e c o g e r la c o m i d a y a l i-
mentarse.
P e r o ¿ p o r q u é n o p o d í a s , s i n n e c e s i d a d d e
s o m e t e r t e a la v i d a e r e m í t i c a , r e a l iz a r e s o s v i a j e s a st r a le s ? — l e
p r egunté.
L a m a y o r p a r t e d e l o s h u m a n o s s o m o s
s e r e s c o r r i e nt e s . S o n m u y p o c o s l o s q u e p o s e e n l o s p o d e r e s
e s p e c i a l e s q ue t e ha n si do ent re g a dos a t i con e l obje t o de q ue
pue da s r e a l i z a r t u m i s i ó n . Y a s é q u e h a s l l e g a d o m u y l e j o s e n l a
d i m e n s i ó n a s t r a l . P e r o t e n e n c u e n t a q u e ha y m u c h a s p e rso n a s
q u e , co m o y o, de be n t e m pl a r se e n la s ol e d a d y e n e l sacrificio para
poder liberar su espíritu del yugo de la carne. T ú e r e s u n o d e l o s
a f o r t u n a d o s , h i j o " M u y " a f o r t u n a d o ! — S u s p i r ó y d i j o e n u n
s u s u r r o . — Ve t e y a . T e n g o q u e d e sc a n s a r . H e h a b l a d o d u r a n t e
m u c h o t i e m p o . V u e l v e a v i s itarme otra vez. Siem pre se rás bien
recibido... a pe sa r de tus preguntas.
M e v o l v i ó l a e s p a l d a y y o , m u s i t a n d o p a l a b r a s d e g r atitu d, me
pu se en pie, me incliné a nte él re spetuosamente y sa lí de s u
ha bi t a c ió n . Mi s pe n sa m ie nt o s m e t e n ía n t a n a b st r a í d o q u e a n d u v e
d i r e c t a m e n t e h a s t a e l m u r o d e e n f r e nt e y t r o p e c é c o n é l d e t a l
f o r m a q u e f a l t ó m u y p o c o p a r a q u e m i e s pí r i t u a ba nd o na r a m i
cu e r p o . C a m i né le nt a m e nt e p o r e l c o r r e d o r , f r o t á n d o m e l a c a b e z a
d o l o r i d a , y m e f u i al Templo.
El se r v i ci o de m e di a n o ch e e s t a b a t e r m in a n do . L os m onjes se
apresuraban ansiosos, para tener unas horas de reposo y de s u e ñ o
h a s t a e l d í a s i g u ie n t e . E l a n c i a n o le c t o r c o l o c ó la señal

138. cuidadosamente entre las páginas del libro y descen dió, presuroso
también, de su tribuna. Los ojos perspicaces

139. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 8 7
de lo s vi g i la n t e s , si e m pr e a t e nt os p a r a e vit a r l os a l bo r o t o s o pa r a
da r alg u na lla ma da de at e nción a los mu cha ch os di s traídos,
parecieron relajarse. El servicio tocaba a su fin. Los peq ue ño s " che la s"
er a n objet o de la últ ima ins pe cción de la jornada y se escuchaba el
su su rro ape nas reprim ido de una g r a n re u nión dis pue st a a
disg r e ga r se . De pr o nt o, u n e spa nt o s o a l a r i d o p a r e c i ó p e r f o r a r
n u e s t r o s o í d o s . U n a f i g u r a sa lv a je sa lt ó so b r e l a s ca be z a s de l o s
m o nje s q u e pe r m a n ecía n e n su s a sie nt os e int e nt ó a ta ca r a u n jove n
a scet a q ue s o s t e n í a d o s v a r i l l a s d e i n c i e n s o . T o d o s n o s
l e v a n t a m o s sor pre n dido s. A nte nos ot r os, e l sa lva je se re t or cía
con vu lsivame nte, arroja ndo e spumar ajos entre su s la bios cont raídos
y l a n z a n d o g r i t o s h o r r i b l e s d e s d e s u g a r g a n t a t o r t u r a d a . D u r a n t e
u n o s i n s t a n t e s , t o d o s e q u e d ó p a r a l i z a d o . L o s m o n j e s p o l i c í a s
p e r m a n e c í a n i n m ó v i l e s , h e l a d o s d e a s o mb r o . L o s s a c e r d o t e s q u e
o f i c i a b a n s e h a b í a n q u e d a d o c o n l o s b r a z o s a lz a d o s . D e s p u é s , l o s
v i g i l a nt e s e nt r a r o n e n a cc i ó n c o n v i o l e n c i a . R o d e a r o n a l l o c o y ,
c o n g r a n r a p i d e z , l o d o m i n a r o n , a t a n d o s u m a nt o e n t o r n o a s u
c a b e z a p a r a q u e n o s e o y e r a n l o s j u r a m e n t o s q u e s u r g í a n c o m o u n
t orr e nte de su bo ca . C on g ra n e ficie ncia y ra pide z , lo sa ca r on del
Templo.
E l s e r v i c i o t e r m i n ó . N o s l e v a n t a m o s y s a l i m o s r á p i d am e n t e
p a r a p o d e r h a b l a r d e l e s p e c t á c u l o q u e a c a b á b a m o s de presenciar, una
vez estuviéramos afuera.
E s K e n j i T e k e u c h i — d i j o c e r c a d e m í u n
j o v e n a sc e t a — , u n m o n j e j a p o n é s q u e h a v i a j a d o p o r t o d o s l o s
países.
S í , e s o d i c e n — d i j o o t r o — . S e h a r e c o r r i d o
e l m u ndo entero.
— B u s c a n d o l a V e r d a d — d i j o u n t e r c e r o — , p e r o c o n l a
e s p e r a n z a d e p o d e r a l c a n z a r l a s i n n e c e s i d a d d e t e n e r que esforzarse
demasiado.
M e m a r c h é l l e n o d e p r e o c u p a c i o n e s . ¿ " P o r q u é " l a
" b ú s q u e d a d e l a V e r d a d " p o d í a e n l o q u e c e r a u n h o m b r e ? L a

140. h a b i t a c i ó n e st a b a f r í a y y o t e m b l a b a . M e e n v o l v í e n m i m a n t o y m e
d i s p u s e a d o r m i r . C u a n d o l o s g o n g s n o s l l amaron nuevamente al
servicio, me pareció que acababa de

141. 88 LOBSANG RAMPA
a c o s t a r m e . M i r é p o r l a v e n t a n a y v i b r i l l a r l o s p r i m e r o s r a y o s d e l
s o l d e s c e n d ie n d o d e s d e l o a lt o de l a s m o n t a ña s , con su s colu m na s
de luz par e cida s a de dos g ig a nt e sco s qu e se alza ba n a l cielo com o
pa ra alca nzar las e strella s. Suspiré y a t r a v e s é v e l o z m e n t e e l
c o r r e d o r c o n l a e s p e r a n z a d e n o s e r e l ú l t i m o e n l l e g a r a l T e m p l o
y l i b r a r m e d e l a s i r a s de los vigilantes.
— P a r e c e s e s t a r p e n s a t i v o , L o b s a n g — d i j o m i M a e s t r o e l L a m a
M i n g y a r D o n d u p , c u a n d o f u i a v e r l e d e s p u é s d e l servicio de mediodía.
Me invitó a sentarme con un gesto.
— V i s t e a l m o n j e j a p o n é s K e n j i T e k e u c h i e n e l T e m p l o , ¿ v e r d a d ?
— m e d i j o — . Q u i e r o h a b l a r t e d e é l y a q u e v a s a volver a verle.
M e s e n t é c o n l a m a y o r c o m o d i d a d p o s i b l e . T o d o p ar e c í a
i n d i c a r q u e n u e s t r a s e s i ó n n o i b a a s e r b r e v e . ¡ M e h a b í a " c a z a d o "
p a r a e l r e s t o d e l d í a ! A l v e r m i e x p r e s i ó n , el Lama se sonrió.
— ¿ Q u i e r e s q u e t o m e m o s u n p o c o d e t é i n d i o . . . y u n o s
p a s t e l e s . . . p a r a e n d u l z a r l a p í l d o r a , L o b s a n g ? — A n t e e s a
p e r s p e c t i v a m e a n i m é d e p r o n t o . É l s e g u í a s o n r i e n d o . —E l
s i r v i e n t e l o v a a t r a e r t o d o e n se g u i d a — a ñ a d i ó — . ¡ T e estaba
esperando!
" E s c i e r t o — p e n s é , a l v e r q u e e n t r a b a e l m o n j e s i rv i e n t e — .
¿ D ó n d e p o d r í a y o e n c o n t r a r u n M a e s t r o c o m o é s t e ? " L o s d u l c e s
d e l a I n d i a m e c o m p l a c í a n e x t r a o r d i n ar i a m e n t e . ¡ Y l o s o j o s d e l
L a m a s e d e s o r b i t a b a n , a l g u n a s v e c e s , s o r p r e n d i d o s a l c o m p r o b a r
c u á n t o s e r a c a p a z d e " l iquidar"!
— K e n j i T e k e u c h i — d i j o m i M a e s t r o — e s . . . e r a . . . u n h o m b r e
m u y v e r s á t i l . F u e u n g r a n v i a j e r o . D u r a n t e t o d a s u v i d a ( y a h o r a
p a s a y a d e l o s s e t e n t a a ñ o s ) , s e h a r e c or r i d o e l m u n d o e n t e r o
b u s c a n d o l o q u e é l l l a m a " l a V e rd a d " . S i n e m b a r g o , a u n q u e é l n o
l o s a b e , l a v e r d a d e s t á e n s u i n t e r i o r . P e r o e n lu g a r d e b u s c a r l a
d e nt r o d e s í m i sm o, r ea liz ó inte r m ina ble s via je s. E stu dió m u cha s
re lig ione s y l e y ó , o b s e s i o n a d o , m u c h o s l i b r o s d e t o d o s l o s p a í s e s
d e la tierra, buscando, siempre buscando. Después de mucho

143. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 8 9
t i e m p o , l l e g ó h a s t a n o s o t r o s . H a e s t u d i a d o t a n t a s t e o r í a s
c o n t r a r i a s q u e s u a u r a p s í q u i c a s e h a l la c o n t a m i n a d a . H a l e í d o
t a n t o y c o m p r e n d i d o t a n p o c o q u e c a s i s i e m p r e e s t á e n a j e n a d o . E s
c o m o u n a e s p o n j a h u m a n a q u e a b s o r b e t odos los conocimientos, pero
es incapaz de asimilarlos.
— E n t o n c e s , s e ñ o r — l e p r e g u n t é — , ¿ c r e e s q u e e l e studio de los
libros es inútil?
— N a d a d e e s o , L o b s a n g — r e p l i c ó e l L a m a — . P e r o , c o m o
t o d o s l o s h o m b r e s d e c r i t e r i o , m e o p o n g o a l a l e ct u r a de f ol le t os ,
pa nf le t o s y li br o s de o cu lt i sm o y de c u lt os ext ra ño s. Los q ue le e n
e sa s obr a s "e nve ne na n" su e spír itu , s e c i e r r a n a s í m i s m o s l a
s e n d a d e t o d o p r o g r e s o f u t u r o h a s t a q u e se de s pr e nd e n de e s os
fa ls o s co n o ci m ie nt os y s e convierten en niños ignorantes.
— H o n o r a b l e L a m a — l e p r e g u n t é — . ¿ " C ó m o " p u e d e l a
le c t u r a i n a d e c u a d a c o n d u c i r , a l g u n a s v e c e s , a la c o n f usión y a la
locura?
— E s u n a l a r g a h i s t o r i a — m e r e s p o n d i ó e l L a m a M i ng y a r
D o n d u p — . E n p r i m e r l u g a r , e s n e c e s a r i o q u e a n a l ic e m o s a l g u n a s
c o s a s e se n c i a l e s . ¡ T e n p a c i e n c i a y e s c ú c h am e ! L o s h u m a n o s s o m o s
l o m i s m o q u e t í t e r e s s o b r e la T i er r a . E s t a m o s h e c h o s d e m o l é c u l a s
v i b r á t i l e s r o d e a d a s d e c a r g a s d e e l e c t r i c i d a d . N u e s t r o e s p í r i t u
t i e n e u n a e s c a l a d e v i b r a c i ó n m u c h o m á s e l e v a d a q u e l a d e
n u e s t r o c u e rpo, u na ca r ga elé ctr ica mu ch o m a y or . Ent re nu e st ra
e sca la d e v i b r a c i ó n y la e s c a la de v i b r a c i ó n d e nu e s t r o S e r e x i s t e
u n a r e l a c i ó n p e r f e c t a m e n t e d e f i n i d a . E l p r o c e s o d e c o m un i c a c i ó n
e n t r e n o s o t r o s , e n l a T ie r r a , y n u e s t r o S e r , e n l a dim e nsió n don de
é st e se ha lle , pue de se r com pa ra d o con el p r o c e s o a t r a vé s d e l c u a l
la s o n d a s h e r t z i a n a s p u e d e n s e r t r a ns m i t i da s , a t r a vé s de lo s m a r e s
y de lo s c o nt ine nt e s, a u n a p e r s o n a d e a l g ú n p a í s r e m o t o . N u e s t r o s
c e r e b r o s s o n lo m i sm o q u e r e ce pt or e s d e r a di o q u e r e c ib e n lo s
m e n sa je s d e " a l t a f r e c u e n c i a " , l a s ó r d e n e s y l a s i n s t r u c c i o n e s d e
n u e s t r o p r o p i o S e r , p a r a t r a n s f o r m a r l a s e n i m p u l s o s d e ba ja
fr e cu e n ci a ca pa ce s de c on t r ola r nu e st r a s a cc io ne s . E l cerebro es el
inst rume nt o elect ro-qu ímico-me cánico que nos mueve sobre la Tierra.

144. Pero las reacciones químicas deter-

145. 90 LOBSANG RAMPA
m i n a n u n f u n c i o n a m i e n t o d e f e c t u o s o d e n u e s t r o c e r e b r o ,
in t e r f ir ie nd o pa r t e de l m e ns a je y a q u e e s m u y d i fí c il , m ie nt r a s
p e r m a n e z c a m o s e n l a T i e r r a , r e c i b i r e l m e n s a je " e xa ct o" q u e nu e st r o
Se r no s " t r a ns m i t e " . Y e l lo e s d e b i do a q u e l a M e n t e e s c a p a z
s o l a m e n t e d e l l e v a r a c a b o a c c i o n e s l im i t a d a s , a n o s e r q u e s e
v i n c u l e a l S e r . L a M e n t e p u e d e a c e p t a r c ie r t a s r e s p o n s a b i l i d a d e s ,
f o r m a r s e c i e r t a s o p i n i on e s e i n t e n t a r c o l m a r e l a b i s m o e x i s t e n t e
e n t r e l a s c o n d ic io n e s " id e a le s" de l Se r y la s di fi c u lt a de s vi g e n t e s
so b r e l a Tierra.
P e r o , ¿ a c e p t a n l o s o c c i d e n t a l e s l a t e o r í a d e
l a e l e c t r icidad cerebral? — le pregunté.
S í — r e s p o n d i ó m i M a e s t r o — . E n a l g u n o s
h o s p i t a l e s , se registr an la s ondas ce rebrale s de los pa ciente s y ha n
de scu bier t o qu e alg u nos de sór de ne s m e nta le s t ie ne n u n dia g ram a
c e r e b r a l c a r a c t e r í s t i c o . D e e s t a f o r m a , a t r a v é s d e l e st u dio de la s
onda s de l ce re br o e s p osible det er m ina r si u na p e r s o na su fr e a lg u na
e nf e r m e da d o d e s or de n m e nt a l . Su ced e co n f r e c u e n c ia q u e u na
do le nc ia f í si c a de t e r m i na da pr odu ce e n el ce re br o cie r ta s su sta ncia s
qu ím ica s qu e cont am inan sus ondas y producen algunos síntomas de locura.
¿ E s m u y g r a v e l a l o c u r a d e l j a p o n é s ? — l e
p r e g u n t é . — V a m o s a v e r l e a h o r a m i s m o . E s t á e n u n o d e s u s
p eríodos de lucidez.
E l L a m a M i n g y a r D o n d u p s e l e v a n t ó y s a l i ó p r e s u r o s o d e l a
h a b i t a c i ó n . Y o l e s e g u í r á p i d a m e n t e . A t r a ve s a m o s v ar i o s c o r r e d o r e s
y l l e g a m o s a l l u g a r a p a r t a d o d o n d e e r a n a l o j a d o s l o s q u e e s t a b a n
s o m e t i d o s a t r a t a m ie n t o m é d i c o . E n u n pe q u e ño do r m it or io , de sd e
cu y a ve n t a n a se di v i sa ba e l K h a t i L i n g a , e l m o n j e j a p o n é s m i r a b a a
l o l e j o s s u m i d o e n p r o f u n d a s r e f l e x i o n e s . A l a c e r c a r s e e l L a m a
M i n g y a r Dondu p , se le va nt ó, le e st r e chó la s m a nos y se incli nó a nt e
él con el mayor respeto.
S i é n t a t e — d i j o m i M a e s t r o — . H e t r a í d o a
e s t e j o v e n p a r a q u e e s c u c h e t u s p a l a b r a s . S i g u i e n d o ó r d e n e s d e l
P r ofundo, está recibiendo una enseñanza intensiva.

146. E l L a m a l e s a l u d ó , n o s v o l v i ó l a e s p a l d a y s a l i ó d e l a habitación.
El japonés me miró fijamente durante unos ins-

147. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 91
1
ta nte s . De s pué s , me invit ó a se nta r me . Y y o me se nté , a u nqu e a u na
dist a ncia pr u de ncia l ya q ue no sa bía si e xist ía e l riesgo de que sufriera
otro ataque de violencia.
— N o l l e n e s t u c a b e z a d e t e o r í a s s o b r e l o o c u l t o , m uc h a c h o —
m e d i j o — , p o r q u e e l l o t e p r o d u c i r á u na i n d i g e st ión ca paz de
obst a cu liza r t odo pr og r e so e spir itu a l. He est ud i a d o t o d a s l a s
r e l i g i o n e s , t o d o s l o s c u l t o s m e t a f í s i c o s d e q u e t u ve no t i ci a y e l lo
m e e n ve n e n ó, e nt u r bi ó m i v i si ó n d e l a s c o s a s y m e c o n v e n c i ó d e
q u e y o e r a u n E l e g i d o . P e r o a h o r a , m i c e r e b r o e s t á e n f e r m o y , e n
o c a s i o n e s , p i e r d o e l control de mí mismo y escapo en busca de mi Espíritu.
—P e r o , s e ñ or — e x cl a m é — , ¿ e s a ca so po s i ble a pr e nd e r algo sin
leer ningú n libro? ; ¿qué da ño puede n cau sa rnos la s palabras impresas?
— S i n d u d a a l g u n a , p u e d e s l e e r , h i j o — m e r e s p o nd i ó — ,
p e r o de b e s e l e g i r c u i d a d o s a m e n t e t u s l e c t u r a s , p r oc u r a nd o
co m pr e n de r c o n se g u r id a d s u co n t e n id o . La s p a lab r a s im pr e sa s n o
e nt r a ña n n in g ú n pe l ig r o int r í ns e c o , pe r o " e x i s t e " e l p e l i g r o d e l o s
p e n s a m i e n t o s q u e é s t a s p u e d a n d e t e r m i n a r . N o e s a c o n s e j a b l e
c o m e r t o d o l o q u e c a e e n n u e s t r a s m a n o s , m e z c l a n d o a l im e n t o s
i n c o m p a t i b l e s . T a mp o c o s e de b e n le e r l i b r o s q u e s e c o n t r a d i g a n
u n o s a ot r o s o q u e p r o m e t a n p o d e r e s o c u l t o s , p o r q u e e l l o p u e d e
e n g e nd r a r F o r m a s M e n t a l e s i m p o s i b l e s d e c o n t r o l a r , c o m o m e
sucedió a mí, que nos causan un gran daño.
— ¿ H a s v i s i t a d o t o d o s l o s p a í s e s d e l m u n d o ? — l e p r egunté.
E l j a p o n é s m e m i r ó y s u s o j o s s e l l e n a r o n d e u n a l u z extraña.
— N a c í e n u n a p e q u e ñ a a l d e a d e l J a p ó n — d i j o — , y c u a n d o
a l c a n c é l a e d a d r e q u e r i d a p a r a e l l o , i n g r e s é e n e l Se r vi c io S a g r a do .
Du r a nt e m u c ho s a ñ os , e st u d ié r e li g i one s y p r a c t i q u é e l O c u l t i s m o .
F u e e n t o n c e s c u a n d o m i S u p er i o r m e o r d e n ó q u e v i a j a r a , q u e
v i s i t a r a o t r o s p a í s e s . D ura nt e ci ncue nt a a ños, visité u n pa ís t ra s

148. otr o, r e cor r í t odo s lo s co n t i ne n t e s , si e m pr e e st u di a n do . P e r o m i
pe ns a m ie nt o ha bí a cr e a d o p o de r e s q u e y o no e r a ca pa z de c o nt r o la r ,
poderes que residen en la dimensión astral y que, algunas ve-

149. LOBSANG RAMPA
c e s , a f e c t a n n o c i v a m e n t e m i C o r d ó n d e P l a t a . T a l v e z m á s t a r d e m e
p e r m i t a n v o l v e r a h a b l a r c o n t i g o . P e r o a h o r a , m e s i e n t o a ú n m u y
d é b i l d e s p u é s d e m i ú l t i m o a t a q u e y , p o r e ll o, t e n g o ne ce s i da d de
de sc a n s a r . S i t u Ma e st r o t e l o pe rmite, puedes visitarme otro día.
L e h i c e l a r e v e r e n c i a d e r i g o r y l e d e j é s o l o e n s u d o rm i t o r i o .
A l v e r m e p a r t i r , u n m o n j e m é d i c o s e a c e r c ó a é l so lí c it o. L le n o de
cu r i os i da d , m i r é a m i a l r e de do r , a lo s a nc i a n o s q u e l a n g u i d e c í a n
e n f e r m o s e n a q u e l l a p a r t e d e l Chakpori. Después, recibí una
urgente llamada telepática de m i M a e s t r o , e l L a m a M i n g y a r D o n d u p ,
y m e a p r e s u r é a i r a su encuentro.

150. C A P I T U L O V
Atr a ve sé r á pida m e nt e los cor r e dor e s, do bla ndo la s esq u in a s a t o d a
v e l o c i d a d , p o n i e n d o e n p e l i g r o l a s e g u r i d a d d e a q u e l l o s q u e s e
c r u z a b a n c o n m i g o . U n v i e j o monje m e sujetó al pasar, sacudiéndome
con fuerza.
—No está bien que te dejes dominar por esa prisa, hijo
— me advirtió —. Es indecorosa e impropia de un auténtico
budista.
Lu e g o m e m ir ó a l os oj os y r e c on o ci ó e n m í a l di s cí p u l o d e l L a m a
M i n g y a r D o n d u p . E m i t i e n d o u n s o n i d o i n a r t i c ul a d o q u e s o n ó
c o m o u n " j u l p ! " , m e s o l t ó c o m o s i m i c o nt a c t o l e h u b i e r a
q u e m a d o y s e m a r c h ó " r á p i d a m e n t e " . Y o se g u í m i ca m ino, ya m á s
re po sa do. Me de tu ve e n el um br a l de la ha bit a ción de m i Ma e st r o t a n
sú bita m e nt e q ue e stu ve a pu nt o d e ca e r a l su e lo . Mi co n c ie nc ia m e
e st a ba ju g a n d o u na m a la p a s a d a . " ¿ Qu é " e r a l o q u e ha b í a h e c h o ? O
m e j o r d i c h o , ¿ c u á l d e m i s n u m e r o s a s " f a l t a s " h a b í a s i d o d e s c u-
b i e r t a ? L o s S u p e r i o r e s n o s o l í a n e s pe r a r a l o s m u c h a c h o s a no se r
q u e f u e r a ne ce sa r io c o m u n i ca r le s a lg u na m a l a n ot i c i a . M i s p i e r n a s
t e m b l a b a n . B u s q u é e n m i m e m o r i a i nt e n t a n d o r e c o r d a r a l g o q u e
p u d i e r a d e t e r m i n a r m i e x p u ls i ó n d e l C h a k p o r i . U n o d e l o s
S u p e r i o r e s m e c o n t e m p l ó , s o n r i e n d o c o n u n a c o r d i a l i d a d d e
i c e be r g . E l o t r o m e m i r ó c o n u n r o s t r o q u e p a r e c í a h a b e r s i d o
la b r a d o e n u n a r o c a del Himalaya. Mi Maestro sonreía.
— S i n d u d a a l g u n a , L o b s a n g , n o t i e n e s l a c o n c i e n c i a tranquila —
dijo, y añadió riendo entre dientes —: ¡Escu-

151. 94 LOBSANG RAMPA
c h a ! E s t o s R e v e r e n d o s H e r m a n o s S u p e r i o r e s s o n t a m b i é n lamas
telepáticos.
La s m i r a d a s d e l o s d o s s u p e r i o r e s e st a b a n f i j a s e n m í . Con una
voz de terremoto, uno de ellos me dijo:
— L o b s a n g R a m p a , c o m o c o n s e c u e n c i a d e l a s i n v e s t ig a c i o ne s
o r d e na d a s p o r e l P r o f u n d o , s e h a p r o b a d o i n e q u ívocamente que eres la
actual Reencarnación de...
M i c a b e z a s e e s t a b a c o n v i r t i e n d o e n u n t o r b e l l i n o d e i d e a s . M e
r e s u l t a b a d i f í c i l s e g u i r s u s p a l a b r a s y c a s i n o comprendí sus
conclusiones.
—.. . y se t e co nfie re e l tr at o, ra ng o y t ít u lo de Su pe r ior , q u e t e
se r á o fi ci a l m e n t e c on c e d id o e n e l cu r s o de u na c e r em o ni a c u y a f e c ha
y lu g a r d e ce le b r a ci ón s e r á n f ij a d o s a su debido tiempo.
L o s l a m a s h i c i e r o n u n a s o l e m n e r e v e r e n c i a a n t e e l La m a
Mi ng y a r Do n du p , in cl i ná nd o se de sp u é s a nt e m í , t a mbién
solemnemente. Salieron y el ruido de sus pisadas se fue a pa g a n d o
co n f or m e s e a le j a b a n . Y o m ir a ba fa s ci na do h a c ia e l c o r r e d o r p o r
d o n de e l l o s s e h a b í a n i d o . U na r i s a c o r d i a l y u n g o l p e c a r i ñ o s o e n
m i e s p a l d a m e h i c i e r o n r e g r e s a r a l presente.
— B i e n . A h o r a y a s a b e s l o q u e h a y . L a s p r u e b a s a q u e te
somet im os confir mar on lo que t odos sabía mos de sde hace y a m u c h o
t i e m p o . P o r e l l o e s p r e c i s o q u e n o s o t r o s d o s l o c e l e b r e m o s m u y
e s p e c i a l m e n t e . P o r m i p a r t e , d e b o c o m unicarte algo realmente
interesante para ti.
P a s a m o s a o t r a h a b i t a c i ó n d o n d e n o s h a b í a n s e r v i d o una
auténtica comida india. ¡No necesitó insistir! ¡Me senté inmediatamente!
Poco de spu é s, cu a ndo me re su lta ba y a im po sible se gu ir com ie ndo,
cua ndo hasta el espectá cu lo de los alimentos que h a b í a n q u e d a d o m e
p r o d u c í a c i e r t o m a l e s t a r , m i M a e s t r o y yo regresamos a su habitación.
— E l P r o f u n d o m e h a d a d o s u a u t o r i z a c i ó n p a r a q u e t e h a b l e d e
l a C a v e r n a d e l o s A n t e p a s a d o s . . . O m e j o r d i c h o , me ha su g erido
qu e l o h a g a . — M e m i r ó c o n l o s o j o s e nt or na do s y a ña d ió
su su r r a nd o —: De nt r o d e u n os d ía s , sa ldrá una expedición para allí.

153. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 9 5
L a e x c i t a c i ó n m e d o m i n a b a . S e n t í a l a i m p r e s i ó n i n c o mp r e n s i b l e
d e q u e t a l v e z i b a a v o l v e r a " m i h o g a r " , a u n l u g a r q u e h a b í a
c o n o c i d o a n t e s . M i M a e s t r o m e o b s e r v a b a f ij a m e nt e . La int e n si da d de
su m ir a da m e o bl ig ó a le va nt a r la cabeza.
— L o m i s m o q u e t ú , L o b s a n g — m e d i j o — , y o f u i s om e t i d o a
u na p r e p a r a c i ó n e s p e c i a l . T a m b i é n m e o f r e c i e r o n l a s m i s m a s
o p o r t u n i d a d e s e x c e p c i o n a l e s . M i p r o p i o M a e st r o f u e u n h o m b r e q u e
a b a n d o n ó e s t a v i d a h a c e y a m u c h o t ie m p o y c u y a s ce n i z a s s e
c o n se r v a n t o d a v í a e n la C á m a r a d e l a s I m á g e n e s d e O r o . C o n é l
r e c o r r í e l m u n d o e n t e r o . T ú t e n d r á s q u e v i a j a r s o l o , L o b s a n g .
A h o r a e s c ú c h a m e . V o y a h a b l a r t e d e l d e s c u b r i m i e n t o d e l a
C a v e r n a d e l o s
G A n t e p a s a d o s .
M e h u m e d e c í l o s l a b i o s . D u r a n t e m u c h o t i e m p o , h a b í a d e s e a d o
q u e m e h a b l a r a d e e l l o . E n u n a l a m a s e r í a , l o m i sm o q u e e n t o da s la s
co m u ni da de s , lo s r u m o r e s se di f u n de n m u y a m e n u d o c o n c i e r t o
c a r á c t e r c o n f i d e n c i a l . A l g u n o s r u m o r e s e r a n , s i n d u d a a l g u n a ,
s o l a m e n t e " r u m o r e s " q u e c a r e c í a n d e f u n d a m e n t o . P e r o d e s d e e l
p r i m e r m o m e n t o , m e p a r e c i ó q u e l o s r u m o r e s r e l a t i v o s a l a C a v e r n a
d e l o s Antepasados constituían algo muy distinto y los creí ciertos.
— Y o e r a u n l a m a m u y j o v e n , L o b s a n g — d i j o m i M a e st r o
i n i c i a n d o s u r e l a t o — . J u n t o c o n m i M a e s t r o y o t r o s t r e s l a m a s
j ó v e n e s , e s t á b a m o s r e a l i z a n d o u n a e x p l o r a c i ó n e n u na s m ont a ña s
le ja na s. P o ca s se m a na s a nt e s, h a b ía m o s e s c u c h a d o u n t e r r i b l e
e s t r u e n d o , a l q u e s i g u i ó u n e n o r m e a l u d d e r o c a s . S a l i m o s
d i s p u e s t o s a i n v e s t i g a r l a r a z ó n d e a q u e l a c o n t e c i m i e n t o . D u r a n t e
v a r i o s d í a s , e x p l o r a m o s l a b a s e d e u n e n o r m e c ú m u l o r o c o s o . A l
a m a n e c e r d e l q u i n t o d í a , m i M a e s t r o d e s p e r t ó a u n q u e , s e g ú n t o d o s
l o s i n d i c i o s , n o h a b í a d e s p e r t a d o d e l t o d o . P a r e c í a e s t a r a bs or t o . Le
ha bl á b a m o s , p e r o no n o s r e sp o n dí a . Y o m e se n t ía l l e n o d e
p r e o c u p a c i ó n a n t e l a s o s p e c h a d e q u e p u d i e r a e st a r e n fe r m o . Pe ns a b a
e n la fo r m a a de cu a da p a r a de s ce n d e r c o n é l v a r i a s m i l l a s d e m o n t a ñ a
c o n e l o b j e t o d e i n t e n t a r s a l v a r l e . L e n t a m e n t e , c o m o s i s e h a l l a r a

154. b a j o e l i n f l u j o d e algún poder extraño, se tambaleó, cayó al suelo y, final-

155. 96 LOBSANG RAMPA
m e n t e , s e p u s o e n p i e d e n u e v o . D e s p u é s , v a c i l a n t e , e mp e z ó a s a l t a r
s o b r e l a s r o c a s y a c a m i n a r c o m o e n t r a n c e . L e s e g u i m o s t e m b l a n d o
d e m i e d o . E s c a l a m o s u n a g r a n r oc a , s in t ie nd o s o br e no s ot r o s u na
llu vi a de p ol v o y de p ied r a s p e q u e ñ a s . L l e g a m o s a l f i n a l a c i m a y
o b s e r v a m o s e l t er re no . Expe r ime nté u n se nt im ie nt o de pr ofu ndo
de se n ca nt o . A n t e n o s o t r o s , h a b í a u n p e q u e ñ o v a l l e l l e n o d e r o c a s .
S i n d u d a a l g u n a e r a a l l í d o n d e s e p r o d u j o e l d e r r u m b am ie n t o c u y o
e st r u e n d o h a b í a m o s o í d o . A l p a r e c e r , f u e p r ov o c a d o p o r a l g ú n
t e m b l o r d e t i e r r a o p o r a l g ú n f a l l o d e l t e r r e n o q u e s e h a b í a
a c e n t u a d o p o c o a p o c o . L a s g r a n d e s g r ie t a s y la s pie dr a s par t ida s
ha cía poco tiem p o, r e fle ja ba n l a l u z d e l s o l . E l m u s g o y l o s l í q u e n e s ,
p r i v a d o s d e t o d o a p o y o , c o l g a b a n l l e n o s d e t r i s t e z a . M e d i l a v u e l t a
d i s g u st a d o . A l l í n o h a b í a n a d a q u e l l a m a r a m i a t e n c i ó n , a n o se r u n
e n o r m e m o n t ó n d e r o c a s . M e d i s p o n í a a d e s c e n d e r c u a n d o
e s c u c h é q u e a l g u i e n s u s u r r a b a m i n o m b r e . " ¡ M i ng y a r ! " . M e d e t u v e .
U n o d e m i s c o m p a ñ e r o s m e s e ñ a l a b a a l g o . M i M a e st r o , s o m e t i d o
t o d a v í a a e xt r a ña s i n f l u e n c i a s , descendía por la ladera de la montaña.
E s c u c h a n d o e l r e l a t o d e m i M a e s t r o , e l L a m a M i n g y a r D o n d u p ,
e st a b a c o m p l e t a m e n t e a b s o r t o . É l s e i n t e r r u m p i ó durante unos instante y
bebió unos sorbos de agua.
— L e o b s e r v á b a m o s d e s e s p e r a d o s — p r o s i g u i ó d e s p u é s m i M a e s t r o
— . L e nt a m e n t e s e g u ía d e s c e n d i e n d o y a ce r c á nd o s e a l v a l l e . N o s i n
c i e r t a d e s c o n f i a n z a , l e s e g u i m o s , t em i e n d o d e s p e ñ a r n o s . U n a v e z
a b a j o , m i M a e s t r o , s i n v a c ila c io n e s pe r o co n e l m a y o r cu id a d o , ca m i nó
e nt r e la s r oc a s i n m e n s a s y a l c a n z ó e l o t r o e x t r e m o d e l v a l l e . C o n
g r a n d e s e s p e r a c i ó n p o r n u e s t r a p a r t e , e m p e z ó a t r e p a r p o r l a o t r a
l a d e r a a p o y a n d o s u s p i e s y s u s m a n o s e n l o s h u e c o s y l os s a l ie nt e s
q u e no s ot r o s , a cie r t a d i st a n ci a de é l, n o p od í a m o s v e r . L e
s e g u í a m o s c o n t r a n u e s t r o d e s e o . N o t en í a m o s o t r a a l t e r n a t i v a . N o
p o d í a m o s r e g r e s a r y d e c i r a t o do s q u e e l je fe d e n u e st r a e x pe di c ió n
ha bí a t r e pa do a u n l u g a r m u y p e l i g r o s o y q u e n o n o s h a b í a m o s
a t r e v i d o a s eg u i r l e . Y o f u i e l p r i m e r o e n i m i t a r l e , p r o c u r a n d o e l e g i r
e l camino más sencillo. El terreno era absolutamente rocoso.

157. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 9 7
E l a i r e e s t a b a e n r a r e c i d o . M u y p r o n t o , m i a l i e n t o e m p e z ó a
a t r a v e s a r m i g a r g a n t a c o n d i f i c u l t a d y m i s p u l m o n e s s e l l e n a r o n
c o m o d e u n d o l o r s e c o y a g u d o . E n u n a p e q u e ñ a g r ie t a , s i t u a d a a
u n o s q u i n i e n t o s p i e s d e a lt u r a , m e t e n d í para tomar aliento. Cuando,
dispuesto a seguir ascendiendo, m ir é h a c i a a r r i b a , p u d e v e r e l m a n t o
a m a r i l l o d e m i M a e st r o, q u e d e s a p a r e c ía e n l o a lt o. De m a la g a n a , m e
e nf r e nt é de nu e vo co n la m o nt a ñ a y s e g u í su bie n do so b r e a q u e l pr e-
cipi cio. Mis com pa ñe r os , ta n di sg u sta do s com o y o, ta m bié n t r e p a b a n
d e t r á s d e n o s o t r o s . Ha b í a m o s y a d e ja d o a b a j o l a pr ot e cción de la s
otr a s m ont a ña s qu e cir cu nda ba n e l va lle . Y e l v i e n t o , q u e s o p l a b a
c o n g r a n f u e r z a , a r r e m o l i n a b a nuestros mantos en torno a nuestros
cuerpos. El ascenso era c a d a v e z m á s d i f í c i l y u n a l lu v i a d e p i e d r a s
p e q u e ñ a s c a ía sobre nosotros.
M i M a e s t r o i n t e r r u m p i ó d e n u e v o s u r e l a t o p a r a be b e r o t r o s o r b o
d e a g u a y p a r a c o m p r o b a r s i y o e s t a b a i n t e r es a d o e n s u s p a la br a s .
¡Y e n ve r d a d , y o se nt ía u n a u t é nt ic o interés por todo aquello!
— P o r f i n — p r o s i g u i ó m i M a e s t r o , e l L a m a M i n g y a r Dondup —
mis manos de scu br ier on un gra n esca lón de r oca s o b r e m í . M e a s í a
é l c o n f u e r z a y a d v e r t í a m i s c o m p añ e r o s q u e a l l í h a b í a u n l u g a r
d o n d e p o d í a m o s d e s c a n s a r . E r a u n a p l a t a f o r m a o b l i c u a q u e s e
h u n d í a e n l a m o n t a ñ a p o r l o q u e e r a i m p o s i b l e v e r l a d e s d e l a l a d e r a
d e l o t r o e xt r e m o d e l v a l le . P a r e c í a t e ne r u n o s d i e z p i e s d e a n c h o . N o
m e q u i s e e n t r e t e n e r o b s e r v a n d o e l l u g a r m á s c u i d a d o s am e nt e . Me
ar r odillé y ay u dé a los de m á s a su bir ha sta a llí. P r o n t o n o s r e u n i m o s
t o d o s . E l v i e n t o n o s a z o t a b a y n o so t r o s ja d e á b a m os c om o
co n se cu e n ci a de l e sf u e r z o . E r a e vide nt e qu e la ca ída de la s r oca s
ha bía de ja d o a l de s cu bier t o aq ue l sa lie nt e . Lo ob ser vé tod o
at e nt a me nte y me di cu e nta de qu e ha bía u na g r ie ta en la m onta ña .
¿ Lo er a r ea lm e nt e ? P o d í a s e r t a m b i é n u n a m a n c h a , u n a s o m b r a o u n
p o c o d e liq u e n o s cu r o . De s d e do n de e s t á b a m o s n o p o dí a m os di s t i n-
g u i r l o c o n e x a c t i t u d . C o m o m o v i d o s p o r e l m i s m o r e s o r t e , nos
adelantamos todos a una. "Era" una grieta de unos dos

158. 7

159. 98 LOBSANG RAMPA
pi e s y s e i s p u l g a d a s de a n ch o y c a s i ci n co p ie s d e a lt o. De mi Maestro no
quedaba el menor rastro.
P o d í a h a be r v i s u a l iz a d o p e r fe c t a m e n t e la e s c e na . P e r o no e r a e l
m o m e nt o o po r t u no pa r a i nt r o s pe c c io n e s . ¡ N o q u er í a p e r d e r m e u n a
s o l a p a l a b r a ! E l L a m a M i n g y a r D o n d u p prosiguió su relato.
— M i r é h a c i a a r r i b a p a r a v e r s i m i M a e s t r o h a b í a s eg u i d o
s u b i e n d o , p e r o t o d o i n d i c a b a q u e n o h a b í a s i d o a s í . L l e n o d e m ie d o ,
m ir é h a c i a e l i n t e r i o r d e l a g r ie t a . E s t a b a t a n o s c u r o c o m o u n a
t u m b a . A v a n c é p u l g a d a a p u l g a d a , c o n g r a n d e s d i f i c u l t a d e s y f u i
e n t r a n d o p o c o a p o c o . R ec o r r í u n o s q u i n c e m e t r o s y a d e n t r o d e l a
c u e v a y d o b l é v a r i a s e sq u i n a s , a va n z a n d o e n l a o s c u r i d a d . Pe r o d e
p r o nt o . . . s i e l m i e d o n o m e h u b i e r a m a n t e n i d o p a r a l i z a d o , h ab r í a
l a n z a d o u n g r i t o d e s o r p r e s a . A l l í h a b í a l u z , u n a l u z sua ve y platea da ,
más brilla nte que la de la lu na . Yo nunca h a b í a v i s t o u n a l u z c o m o
a q u é l l a . H a b í a l l e g a d o a u n a c av e r n a m á s g r a n d e q u e l a s a n t e r i o r e s .
E r a i m p o s i b l e c o mp r o b a r l a a l t u r a d e l t e c h o q u e s e p e r d í a e n l a
o s c u r i d a d . U n o d e m i s c o m p a ñ e r o s m e a p a r t ó p a r a p o d e r v e r l o t o d o
m e j o r y , d e s p u é s , f u e a pa r t a d o p o r u n t e r ce r o . L o s c u a t r o
p e r m a n e c i m o s s i l e n c i o s o s y a t e m o r i z a d o s c o n t e m p l a n d o a q u e l
f a n t á s t i c o e s pe c t á c u l o q u e se n o s o f r e c í a . U n e s p e ct á c u l o q u e a
c u a l q u i e r a d e n o s o t r o s , q u e h u b i e r a l l e g a d o a llí sol o, le hu bie r a
oblig a do a pe nsa r qu e ha bía pe r dido la r a z ó n . La c a v e r n a p a r e c í a u n
s a l ó n i n m e n s o q u e s e i b a e st r e c h a n d o a l o l e j o s , d a n d o l a s e n s a c i ó n
d e q u e t o d a l a m o n t a ñ a e s t a b a h u e c a . L a l u z q u e l o i l u m i n a b a t o d o
p r ocedía de numer osas e sfe ras que parecía n estar su spe ndida s e n la
oscu r ida d de l t e cho invisi ble . El lu ga r e sta ba lle no de apa ratos extra ños
y de máquina s que nunca pu dimos habe r imaginado. Muchos de estos
aparatos y mecanismos estaban t a m b i é n s u s p e n d i d o s d e l t e c h o . C o n
g r a n a s o m b r o , m e d i cu e nt a de q u e a l g u n o s de e l lo s e st a ba n
r e c u b ie r t os c o n u n cristal extraordinariamente transparente.
Mis ojos de bía n e st a r de sor bit a dos de s or pr e sa , por q ue e l L a m a
M i n g y a r D o n d u p s o n r i ó d i v e r t i d o , a n t e s d e p r o s eguir su apasionante
historia.

161. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 9 9
— A n t e a q u e l l a i n s ó l i t a v i s i ó n , n o s h a b í a m o s o l v i d a d o p o r
c o m p l e t o d e n u e s t r o M a e s t r o , q u e a p a r e c i ó d e p r o n t o h a c i é n d o n o s
d a r u n s a l t o d e m i e d o . S o n r i ó b u r l ó n a l v e r nu e str os ojo s de sor pr e sa
y nue st r os r ost r os at em or iz a dos. N o s d i m o s c u e n t a e n t o n c e s d e q u e y a
n o e s t a b a d o m i n a d o p o r n i n g u n a f u e r z a p o d e r o s a y e xt r a ñ a . J u n t o s ,
l o r e c o r r im o s t o d o y o b s e r v a m o s a q u e l l o s e x t r a ñ o s a p a r a t o s . C a r e-
c í a n d e s i g n i f i c a d o p a r a n o s o t r o s . C o n s t i t u í a n t a n s ó l o u n c o n j u n t o
d e m e t a l a l q u e s e l e h a b í a d a d o l a s f o r m a s m á s e x ó t i c a s . M i M a e s t r o
s e d i r i g i ó a u n a p u e r t a n e g r a c o n st r u i d a , a l p a r e c e r , e n l o s m u r o s
d e r o c a d e l a c a v e r n a . Cu a ndo iba a t oca r la , ine spe r a da me nte , se
a br ió. Todo s emp e z a m o s a c r e e r q u e a q u e l l u g a r e s t a b a h e c h i z a d o y
q u e é r a m o s l a v í c t i m a p r o p i c i a t o r i a d e a l g u n a f u e r z a a l u c i n óg e n a .
A s u s t a d o , m i M a e s t r o r e t r o c e d i ó d e u n s a l t o y l a p u e r t a s e c e r r ó d e
u n g o l p e . U n o d e m i s c o m p a ñ e r o s , d a nd o m u e s t r a s d e u n a in c r e í bl e
va le n t ía , a la r g ó s u m a no y la p u e r t a s e a b r i ó d e n u e v o . U n a f u e r z a
i r r e s i s t i b l e p a r e c í a i m p u l s a r n o s a c o n t i nu a r a d e la n t e . I n t e nt a n d o
i n ú t i l m e nt e d e t e ne r nu e st r o s pr op i o s p a s o s , a t r a v e s a m os e l u m br a l . E l
inte r ior e st a ba ta n os cur o com o la ce lda de u n er em ita . Dom ina d os por
u n im pu lso incr e íble , a va nz a m os a lgu no s pie s y nos se nt a m os e n el
sue lo. Du ra nt e u nos inst a nt e s, pe r man e c i m o s a l l í t e m b l a n d o d e m i e d o .
P o c o a p o c o , a l c o m p r oba r q u e n o s u c e d ía na d a a no r m a l, no s f u i m o s
t r a n q u i liz a nd o . D e s p u é s e s c u c h a m o s u n a s e r i e d e e x t r a ñ o s " c l i c s " ,
como si golpearan o se rasparan dos objetos de metal.
E s c u c h a n d o e l r e l a t o d e l L a m a M i n g y a r D o n d u p , y o t e m b l a b a
s i n p o d e r e v i t a r l o . ¡ E s t a b a s e g u r o d e q u e s i h ub i e r a e s t a d o a l l í , m e
h a b r í a m u e r t o d e m i e d o ! M i M a e s t r o prosiguió:
—C on u na le nt it u d ca si im pe r ce pt ib le , vi m o s có m o u na n ie b l a
lu m i n o s a s e i b a e x t e n d i e n d o a n t e n o s o t r o s d e s v a n ec i e n d o l a
o s c u r i d a d . A l p r i n c i p i o p a r e c í a s ó l o u n p e q u e ñ o g e r m e n d e l u z
a z u l a d a , l o m i s m o q u e s i u n e s p í r i t u s e e stu vie ra materia lizando de
pr onto. La nie bla lu minosa se fue e x t e n d i e n d o e i n c r e m e n t ó s u b r i l l o .
Y e n t o n c e s p u d i m o s ver máquinas inverosímiles llenando por completo aquel

162. 1 0 0 LOBSANG RAMPA
s a l ó n i n m e n s o , a e x c e p c i ó n d e l c e n t r o d e l m i s m o , d o n d e nosot r os
nos ha bía m os se nt a do. La lu z da ba vu e lt a s, se a g it a b a , a u m e n t a b a y
d i s m i n u í a d e i nt e n s i d a d , h a s t a q u e p o r f i n a s u m i ó u n a f o r m a
e s f é r i c a . Y o t e n í a l a e x t r a ñ a , l a i ne x p l i c a b l e s e n s a c i ó n d e h a l l a r m e
e n p r e s e n c i a d e a l g u n a m á q u i n a a n t i g u a q u e c h i r r i a b a a l p o n e r s e e n
m a r c h a d e sp u é s d e m u c h o s m i l e n i o s d e i n m o v i l i d a d . N o s o t r o s c i n c o
e s t á b a m o s p a s m a d o s . A m i c e r e b r o p a r e c i ó l l e g a r u n a l l am a d a , c o m o
s i f u e s e l a n z a d a p o r a l g ú n m o n j e t e l e p á t i c o q u e d e r e pe n t e s e
h u b ie r a v u e l t o l o c o . P e r o d e s p u é s , a q u el l a p r i m e r a i m p r e s i ó n s e
d e s v a n e c i ó y l a l l a m a d a a d q u i r i ó la nitidez del lenguaje.
M i M a e s t r o c a r r a s p e ó p a r a a c l a r a r s e l a g a r g a n t a . I b a a beber agua
de nuevo, pero cambió de parecer.
V a m o s a t o m a r n o s u n t é , L o b s a n g —
d i j o .
A g i t ó l a c a m p a n i l l a d e p l a t a . E l m o n j e s i r v i e n t e , a d i v inando nuestro
deseo, llegó con el té... ¡y con dulces!
— E n e l i n t e r i o r d e l a e s f e r a l u m i n o s a v i m o s u n a s f o rm a s q u e s e
a g i t a b a n — d i j o e l L a m a M i n g y a r D o n d u p — . A l p r i n c i p i o e r a n
c o n f u s a s , p e r o p o c o a p o c o f u e r o n a dq u i r i e n d o n i t i d e z y d e j a r o n d e
s e r s i m p l e s f o r m a s . Y e nt o n c e s e m p e z a m o s a " c o n t e m p l a r "
a n t i g u o s a c o n t e c imientos.
P e r o , H o n o r a b l e L a m a — l e p r e g u n t é
l l e n o d e i m p ac i e n c i a s i n p o d e r c o n t e n e r m e p o r m á s t ie m p o — ,
¿ " q u é " e s lo que viste?
E l L a m a s e s i r v i ó u n p o c o m á s d e t é . P e n s é q u e nu n c a l e h a b í a
v i s t o c o m e r n i n g ú n d u l c e i n d i o . T o m a b a m u c h o t é , e s o s í , p e r o s u
a l i m e n t a c i ó n e r a r e a l m e n t e s o b r i a , m od e r a d a . L o s g o n g s l l a m a r o n a l
s e r v i c i o d e l T e m p l o p e r o e l L a m a n o s e m o v i ó . C u a n d o e l e c o d e l o s
ú l t i m o s p a s o s d e los monjes se apagó a lo lejos, suspiró profundamente.
A h o r a y a p o d e m o s p r o s e g u i r — d i j o
v o l v i e n d o a s u r e l a t o — . E s o e s l o q u e v i m o s y o í m o s . L o m i s m o
q u e t ú po dr á s ve r y oír de nt r o de poco . Ha ce va r ios m ile nios , hu bo
so b r e l a t ie r r a u n a ci v il iz a ci ó n fl or e c ie n t e . Lo s ho m br e s t en í a n

163. m á q u i n a s v o l a d o r a s c a p a c e s d e v e n c e r l a l e y d e l a gravedad. Habían
inventado aparatos que podían proyectar

164. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 101
p e n s a m i e n t o s e n e l c e r e b r o d e s u s s e m e j a n t e s c o m o s i s e t r a t a r a d e
u na p e l í c u l a . C o n o c í a n l a f í s i c a nu c l e a r y c o n s ig u i e r o n p r o v o c a r u n a
g ig a n t e s c a e x p l o s i ó n q u e e st r e m e c i ó todo el pla neta hu ndiendo
continentes enter os e n el océa no, m ie nt r a s su r g ía n nu e v o s co n t i ne n t e s
de la s a g u a s. E l m u nd o q u e d ó d e s t r u i d o . É s e e s e l o r i g e n d e l a
h i s t o r i a d e l D il u v i o , q u e h a l l e g a d o a n o s o t r o s a t r a v é s d e t o d a s l a s
r e l igiones que existen hoy sobre la Tierra.
— S e ñ o r — e x c l a m é i m p r e s i o n a d o p o r s u s p a l a b r a s — . E n n u e s t r o
A r c h i v o K á r m i c o , p o d e m o s c o n t e m p l a r a c o n t eci m ie nt os de e st a
na t u r a le z a . ¿ P or q u é t e ne m os , e nt on c e s , q u e lu c h a r c o n t a n p e l i g r o s a s
m o n t a ñ a s t a n s ó l o p a r a p r ese ncia r alg o q ue pode m os a lca nza r m á s
fá cilme nt e sin ne cesidad de movernos de aquí?
— L o b s a n g — m e r e s p o n d i ó m i M a e s t r o g r a v e m e n t e — . E s c ie r t o
q u e e n e l A r ch i vo Ká r m i c o y e n lo a st r a l po d e m os v e r t o d o s l o s
a c o n t e c i m i e n t o s d e l a h i s t o r i a h u m a n a . P e r o l o c i e r t o e s q u e l o
" v e m o s " , p e r o n o p o d e m o s " t o c a r l o " . A t r a v é s d e l o a s t r a l , n o s e s
p o s i b l e v i s i t a r l o s m á s i n c r e íb l e s l u g a r e s , p e r o n o p o d e m o s t o c a r
n a d a . — S o n r i ó l e v em e n t e — . N o s e s i m p o s i b l e t r a e r u n s o l o
m a n t o o u n a sim ple flor a nu e st r o r eg r e so. En e l Ar c hivo Ká r m ico
vem o s e sas cosa s, per o nos re su lta imposible a nalizar las de tallada -
m e n t e . P o r e l l o , d e b e m o s e s c a l a r d e n u e v o l a s m o n t a ñ a s . N u e s t r o
o b j e t i v o e s e x a m i n a r c u i d a d o s a m e n t e t o d o s a q u ellos aparatos.
— ¡ E s e x t r a ñ o — e x c l a m é — q u e s o l a m e n t e e n n u e s t r o país hayan
quedado aparatos de este tipo!
— ¡ N o , L o b s a n g ! — r e s p o n d i ó m i M a e s t r o — . ¡ T e e q u iv o c a s ! E n
c i e r t o l u g a r d e E g i p t o e x i s t e o t r o d e p ó s i t o s im i l a r . Y l o m i s m o
s u c e d e e n u n a r e g i ó n d e S u d a m é r i c a . Y o l o s h e v i s t o . S é d ó n d e
e s t á n . E s t a s c á m a r a s s e c r e t a s f u e r o n c o n s t r u i d a s p o r n u e s t r o s
a nt e p a s a d o s c o n e l p r o p ósito de que las de scu br iera n las gene raciones
futu ras, cua nd o l l e g a r a e l m o m e n t o o p o r t u n o . A q u e l t e m b l o r d e
t i e r r a d e s cu br ió ca su a lm e nt e la e nt r a d a d e l d e p ó si t o d e l Ti b e t y ,
g r a c i a s a q u e p u d i m o s p e n e t r a r e n é l , n o s f u e p o s i b l e c onocer la
existencia de los otros depósitos. Pero la jornada

166. 10 2 LOBSANG RAMPA
está term inando. Dentro de algu nos días, u na expedición de siete
hombre s, ent re los cua les esta rás tú , visita rá de nue vo la Caverna de los
Antepasados.
Los día s qu e sigu ie r on, me se nt í dom ina do por la fie bre d e l a
e x c i t a c i ó n . P e r o m e v e í a o b l i g a d o a m a n t e n e r e l s ec r e t o. Lo s de m á s
de bí a n c r e e r q u e nu e s t r o vi a je a la s m o ntañas tenía por objeto la
recolección de hierbas medicinales. Ha s t a e n u n lu g a r t a n r e c lu id o
co m o L ha sa , h a b ía si e m p r e i n di v id u o s d is p u e s t o s a a p r o ve ch a r
cu a lq u ie r oc a s ió n pa r a e nr iq ue ce r se . Los re pr e se nt a nte s de pa íse s
com o C hina , Rusia e I ng lat er r a , los me r ca der e s q ue lle ga ba n de s de la
I ndia e inclu so alg u nos misi one r os se ma nt e nía n c onst a nte me nt e
vig ila nt e s co n el pr o pósit o de de scu br ir dó nde ocu ltá ba m os n u e s t r o
o r o y n u e s t r a s j o y a s o p a r a a p r o v e c h a r c u a l q u i e r i n f o r m a c i ó n q u e
le s p u d i e r a r e s u l t a r l u c r a t i v a . P o r e sa r az ón, nos ve ía m os oblig a do s a
ma nt e ne r e n e l m a y or se cre t o el verdadero objetivo de nuestra expedición.
U n p a r d e se m a n a s d e s p u é s d e m i c o n v e r s a c i ó n c o n e l L a m a
M i n g y a r D o n d u p , n o s d i s p u s i m o s a p a r t i r . N o s e s p er a b a u n l a r g o
v i a j e e n t r e l a s m o n t a ñ a s , a t r a v é s d e s e n d er o s r o c o s o s y d e o s c u r o s
a b i s m o s . C o m o e n l a a c t u a l i d a d lo s co m u ni st a s ha n i n va di d o e l
Ti be t , la s it u a c ió n de la C av e r n a d e l o s A n t e p a s a d o s s e h a
m a n t e n i d o e n s e c r e t o y a q ue la po se sión de su s m iste r ios y de su s
má qu ina s le s pe rm i t i r í a c o n q u i s t a r e l m u n d o e n t e r o . P o r e l l o , t o d o
c u a n t o r e l a t o e s a u t é n t i c o y l o ú n i c o q u e m e v e o o b l i g a d o a s i-
le ncia r e s el lu ga r por do nde pa sa re a lme nte e l ca m ino qu e con du ce a
la Ca ve r na . Lo s m a pa s y la s in dica cione s opor t una s para deter minar su
situación exa cta fue ron depositados e n u n l u g a r s e c r e t o c o n e l o b j e t o
d e q u e , c u a n d o l l e g u e e l m o m e n t o f i j a d o , l a s f u e r z a s d e l a
" l i b e r t a d " p u e d a n d a r con ella.
L e n t a m e n t e , d e s c e n d i m o s p o r e l s e n d e r o d e l a l a m a s er í a d e
C h a k p o r i y r e c o r r i m o s e l K a s h y a L i n g a , t r a s d e l o cu a l lle ga m os
ha sta el r ío, do nde no s espe r a ba e l ba rq ue r o, c o n s u l a n c h a r o d e a d a
d e ve j i g a s d e y a k , h i n c h a d a s c o m o g l o b o s , d e s t i n a d a s a a s e g u r a r l a
t r a v e s í a . É r a m o s s i e t e e n total. Por ello, al atravesar el río — el Kyi Chu —

167. nos de-

168. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 103
m o r a m o s u n p o c o , p e r o a l f i n n o s r e u n i m o s l o s s i e t e e n l a o t r a o r i l l a .
N o s d i r i g i m o s h a c i a e l s u d o e s t e , c a r g a d o s c o n n u e s t r o s p a q u e t e s de
r o pa s y a li m e n t o s , l a s cu e r d a s , a lg un a s h e r r a m i e n t a s y u n m a n t o d e
r e p u e s t o p a r a c a d a u n o . Pr o seg u im os nue st ra ma r cha ha sta qu e el s ol
se pu so y la s sombras se agigantaron, impidiéndonos continuar.
Después, envu e lt o s e n la os cur ida d , hicim o s u na m ode st a com ida de
"t sa m pa" y nos te ndim os a dor m ir e ntr e la s r oca s. El sue ño m e v e n c i ó
e n s e g u i d a . M u c h o s l a m a s t i b e t a n o s , s i g u i e n d o l a s p r e s c r i p c i o n e s d e
s u e s t a d o , d u e r m e n s e n t a d o s . Y o , y o t r o s m u c h o s , d o r m í a m o s
a c o s t a d o s , p e r o , t a m b i é n d e a cu e r d o c o n la s r e g l a s , s o l a m e nt e
p o d í a m o s d o r m i r a s í , s i no s te ndía m os exclu si vam e nte sobr e e l
cost a do de r e cho. Lo ú l t i m o q u e v i , a n t e s d e q u e d a r m e d o r m i d o , f u e
l a s i l u e t a d e l L a m a M i n g y a r D o n d u p , r e c o r t á n d o s e c o n t r a e l o s c u r o
cielo nocturno, lo mismo que si se tratara de una estatua.
N o s d e s p e r t a m o s c o n l a s p r i m e r a s l u c e s d e l a m a n e c e r y t o m a m o s
u n l i g e r o d e s a y u n o . L u e g o , c a r g a m o s d e n u e v o nuestros bá rtulos y
pr osegu im os la mar cha. Cam inamos así d u r a n t e d o s d í a s . D e s p u é s d e
a t r a v e s a r l a s c o l i n a s , l l e g am os a la s ve r da der a s m ont a ña s. Mu y
pr ont o nos vim os oblig a d o s a a t a r n o s u n o s a o t r o s , e n f i l a , e n v i a n d o
d e l a n t e a l h o m b r e m á s l i g e r o — ¡ y o ! — c o n e l o b j e t o d e q u e s u j e t a r a
las sog as en las piedra s más seg uras, facilita ndo con ello el a c c e s o d e
l o s d e m á s . D e e s a f o r m a , f u i m o s e s c a l a n d o l a m o n t a ñ a l e n t a p e r o
p r o g r e s i v a m e n t e . P o r f i n , c u a n d o n o s ha llá ba m o s a nt e u na in m e n sa
r o ca , ca si de s pr o vi st a de sal i e n t e s d o n d e p o d e r a p o y a r l o s p i e s y l a s
m a n o s , m i M a e stro dijo:
— D e b e m o s t r e p a r a e s t a r o c a y , p o r e l o t r o l a d o , d e sc e n d e r
h a s t a e l v a l l e . E n e l o t r o e x t r e m o d e l v a l l e , e n c o nt r a r e m o s l a la d e r a
d o n de e st á s i t u a d a la e nt r a d a d e l a C averna.
I n s p e c c i o n a m o s l a b a s e d e l a r o c a b u s c a n d o u n l u g a r a de cu a do
pa r a in ic ia r e l a sc e n s o . To d o p a r e cí a in di c a r q u e la erosión ha bía
limado, dura nte muchos años, los saliente s y l a s h e n d i d u r a s .
D e s p u é s d e h a b e r p e r d i d o c a s i t o d o e l día en la búsqueda, encontramos
un estrecho "cañón", por

170. 10 4 LOBSANG RAMPA
e l q u e p u d i m o s t r e p a r , a p o y a n d o l a s m a n o s y l o s p i e s e n l a s r o c a s
d e u n m u r o y l a e s p a l d a e n e l o t r o m u r o . J ad e a n d o y r e s pi r a nd o
a q u e l a ir e e n r a r e ci do , t r e p a m o s h a s t a l a c i m a y m i r a m o s h a c i a a b a j o .
A n t e n o s o t r o s , t e n í a m o s p o r f i n e l v a l l e . A u n q u e o b s e r v a m o s c o n
g r a n a t e n c i ó n l a ladera de l otr o extre mo, no nos fue posible pe rcibir
ning una c u e v a n i s i q u ie r a n i n g u n a g r ie t a e n l a s u a ve s u p e r f i c i e r o-
c o s a . E l v a l l e e s t a b a s e m b r a d o d e p i e d r a s y — l o q u e e s peor — estaba
atravesado por un veloz torrente.
A d op t a nd o t od a s la s p r e c a u ci on e s ne c e s a r i a s , d e s ce n dim o s h a s t a
e l v a l le y n o s a ce r c a m o s a l a s a g u a s e m b r a v e c id a s h a s t a l l e g a r a u n
l u g a r d o n d e l a s r o c a s p a r e c í a n f a c il it a r e l p a s o , s i é r a m o s c a p a c e s de
d a r u n l a r g o s a lt o . Y o , como era todavía demasiado pequeño, no tenía las
piernas s u f i c i e n t e m e n t e l a r g a s p a r a e l l o . P o r e s a r a z ó n , m e v i s o-
m e t i d o a l a t e r r i b l e h u m i l l a c i ó n d e t e n e r q u e c r u z a r e l t o r r e n t e
h e l a d o a r r a s t r a d o m a t e r i a l m e n t e p o r u n a c u e r d a q u e h a b í a n a t a d o a
m i c i n t u r a y d e l a q u e t i r a b a n l o s dem á s. Ta m bié n ay u dar on a
cr uz a r de la m ism a for m a a un l a m a p e q u e ñ o y r e g o r d e t e , o t r o
d e s d i c h a d o c o m o y o , q u e n o s e s i n t i ó c a p a z d e s a l t a r s o b r e l a s
a g u a s . E n u n l u g a r a pa r t a do , e s cu r r i m o s nu e st r o s m a nt o s y n o s lo s
co l oc a m os d e nu e vo . La e s pu m a q u e e l v ie nt o le va n t a b a n o s ha b ía e m-
papado a los siete.
C r u z a m o s e l v a l le , s o r t e a n d o l a s p i e d r a s , y l le g a m o s a l a o t r a
l a d e r a . M i M a e s t r o , e l L a m a M i n g y a r D o n d u p , n o s m o s t r ó u n a
h e n d i d u r a r e c i e n t e e n l a b a s e d e u n a g r a n roca.
— M i r a d — n o s d i j o — . A l g u n a r o c a , c a í d a d e s d e a r r iba , ha
de r r i ba do e l sa lie nt e q u e n o s s ir v ió a n o so t r os p a r a iniciar el ascenso.
N o s r e t i r a m o s u n o s p a s o s , p a r a e s t u d i a r l a f o r m a e n qu e
podr ía m os lle va r a ca bo la e sca la da . El pr im e r sa lie nte e s t a b a a u n o s
d o c e p ie s d e l s u e l o , p e r o c o n s t i t u í a n u e st r a ú n i c a a l t e r n a t i v a . E l l a m a
m á s a l t o y m á s f u e r t e s e i r g u i ó c o n l o s b r a z o s e x t e n d i d o s h a c i a
a r r i b a , a g a r r á n d o s e a l a r o c a , t r a s d e l o c u a l , e l l a m a m á s l i g e r o
s u b i ó s o b r e s u s hombros y se agarró también a la roca. Finalmente, entre

172. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 105
t o d o s , m e a y u d a r o n a s u b i r s o b r e é st e , y y o , c o n u na c u e rd a a t a d a
a m i c i n t u r a , p u d e a l c a n z a r e l s a l i e n t e c o n f acilidad.
De b a j o d e m í , l o s m o n je s m e d a b a n i n s t r u c c i o n e s a g r it os y y o,
co n le nt it u d , ca si m u e r t o d e m ie d o , i ba a sc e n di e nd o . P o r f i n ,
c o n s e g u í a t a r e l e x t r e m o d e l a c u e r d a e n u n o d e l o s s a l i e n t e s . M e
h i c e a u n l a d o y , u n o t r a s o t r o , l o s lamas treparon, pasaron junto a mí y
siguieron ascendien-
Ld o . P o r f i n , e l ú l t i m o d e e l l o s r o d e ó s u c i n t u r a c o n l a s o g a y s i g u i ó
a l o s d e m á s . E n s e g u i d a v i e l e x t r e m o d e l a c u e rd a b a l a n c e á n d o s e
a n t e m i s o j o s y e s c u c h é c ó m o m e o r d ena ba n g r ita ndo q ue m e a ta ra
por la cintu r a . Mi est at u ra e ra insu ficie nte pa ra poder trepar sin
ayuda. Me se nt í le va nta do en e l va cío y , e ntr e t odos, me su bie r on
ha sta e l lu ga r do nde e l l o s e s t a b a n . L l e n o s d e a m a b i l i d a d y
c o n s i d e r a c i ó n h a c i a m i i n s i g n i f i c a n t e p e r s o n a , m e h a b í a n
e s p e r a d o c o n e l o bj e t o d e q u e p u d ié r a m o s e nt r a r ju n t o s e n l a
C a v e r n a d e l o s A n t e p a s a d o s . C o n f i e s o q u e m e se n t í c o n m o v i d o a nt e
s u d eferencia.
— Y a h e m o s s u b i d o a l a M a s c o t a — m u r m u r ó u n o d e ellos —.
Podemos seguir adelante.
E s c i e r t o — l e r e s p o n d í — , p e r o e l m á s
p e q u e ñ o t u v o q u e i n i c i a r e l a s c e n s o o , d e l o c o n t r a r i o ,
" v o s o t r o s " n o habríais podido llegar hasta aquí.
A c o g i e r o n m i r e s p u e s t a c o n u n a c a r c a j a d a . D e s p u é s , t o d o s s e
v o l v i e r o n a c o n t e m p l a r l a o c u l t a e n t r a d a . Y o m ir a b a a s o m b r a d o .
A l p r i n c i p i o , m e r e s u l t a b a i m p o s i b l e d i st i n g u ir n a d a . V e ía
s o l a m e n t e u na s o m b r a o s c u r a q u e , m á s q u e u na g r ie t a , p a r e cía u n
ca u ce se c o o u na m a nc h a pr o duc i da p or p e q u e ñ o s l íq u e ne s . De sp u é s ,
m e di c u e n t a de q u e , r ea lme nt e , la s r oca s e st a ba n pa r t ida s. U no de
los la m a s me empujó hacia dentro.
P a s a t ú p r i m e r o — d i j o d e b u e n h u m o r — .
¡ A s í p odrás ahuyentar a los malos espíritus y protegernos a todos!
A s í f u e c o m o y o , e l m á s j o v e n y e l m e n o s i m p o r t a n t e d e l
g r u p o , e n t r é a n t e s q u e l o s o t r o s e n l a C a v e r n a d e l o s

173. A n t e p a s a d o s . M e a r r a s t r é a l o l a r g o d e l e s t r e c h o t ú n e l d e p i e d r a .
D e t r á s d e m í , p o d í a e s c u c h a r l a r e s p i r a c i ó n j a-

174. 10 6 LOBSANG RAMPA
dea nte de los demá s que me segu ían. Súbita mente , a pareció la lu z
a nt e m is o jo s y y o se nt í q u e e l t e r r o r m e p a r a liz a ba . I n m ó v i l j u n t o a l
m u r o r o c o s o , c o n t e m p l é a q u e l f a n t á s t i c o e s p e c t á c u l o . L a C a v e r n a
m e p a r e c i ó d e g r a n d e s d i m e n s i on e s . E l d o b l e q u e l a G r a n C a t e d r a l
d e L h a s a . P e r o a d i f er e ncia de la Ca te dr a l, e nvu e lt a pe r pe tu a me nte
en u na oscuridad que las lámparas de grasa trataban en vano de
disipar, a ll í la cl a r id a d e r a m u y s u p e r io r a la de u na no c he de lu na
l le n a y s i n n u be s . M u y s u p e r i o r . D e e s o n o c a b í a l a m e n o r d u d a .
C o n t e m p l é l a s e s f e r a s q u e p r o d u c í a n a q u e l l a l u z . Y l os la m a s,
de t r á s de m í , t a m bi é n la s c o nt e m pl a b a n a so mbrados.
— L o s a r c h i v o s a n t i g u o s — d i j o m i M a e s t r o — i n d i c a n q u e l a
i lu m i n a c i ó n f u e m u c h o m á s i n t e n s a c u a n d o f u e i n st a l a d a . La s
lá m p a r a s s e v a n a g o t a n d o a m e d i d a q u e p a s a n los milenios.
Du r a n t e m u c h o r a t o , n o s m a n t u v i m o s i n m ó v i l e s , s i l e nciosos,
como si temiéra mos desperta r a los que dor mía n a llí d e s d e h a c í a t a n t o
t i e m p o . D e s p u é s , c o m o i m p u l s a d o s p o r u na m i s m a f u e r z a ,
a va n z a m o s s o b r e e l s ó l i d o p i s o de r o c a e n d i r e c c i ó n a l a p r i m e r a
m á q u i n a q u e se e r g u ía a n t e n o so t r o s . N o s a g r u p a m o s e n t o r n o a
e l l a , t e m i e n d o t o c a r l a au nqu e lle nos de cur io sida d por de scu br ir
pa ra qu é se r vía . P a r e cí a e st a r e m pa ñ a d a c om o co n se cu e nc ia de u n
la r g o per íodo de ina cció n, pe r o da ba la im pr e sión de qu e e sta ba dis-
p u e s t a p a r a e nt r a r i n m e d i a t a m e n t e e n f u n c i o n a m ie n t o , s uponie ndo
qu e a lgu ie n hu bier a sa bido com o se ponía e n ma rcha . Ta m bié n nos
lla m a r on la a te nció n ot r os a pa ra t os, pe r o c o n e l m i s m o r e s u lt a d o .
A q u e l l a s m á q u i n a s r e s u lt a b a n d em a s i a d o a v a n z a d a s p a r a n o s o t r o s .
M e d i r i g í h a c i a u n a p equ e ña pla ta for m a cu a dra da de u nos t re s pie s
de la do, pe gad a a u n m u r o y r o d e a d a p o r u na b a r a n d i l l a . U n l a r g o
t u b o d e m e t a l s e e x t e n d í a d e s d e a l l í h a s t a e l a p a r a t o m á s c e rc a n o .
M e a c e r q u é p r e g u n t á n d o m e q u é o b j e t o t e n d r í a a q u el l a p l a t a f o r m a y
p o r p o c o m e m u e r o d e l s u s t o p o r q u e é s t a v i b r ó y s e e l e v ó d e
p r o n t o e n e l a i r e . Y e n m i d e s e s p e r ación, me agarré a ella con fuerza,
elevándome también.
Debajo de mí, los seis lamas me contemplaban conster-

176. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 107
na do s . E l t u bo s e ha bí a e r g u i do y p a r e cí a e m pu ja r la p la t af or m a ha ci a
u na de la s e sfe r a s lu m in os a s . A su st a d o m i r é a m i a l r e d e d o r . E s t a b a
y a a u n o s t r e i n t a p i e s d e l s u e l o y s eg u í a a s c e n d i e n d o . T e m í a q u e
a q u e l m a n a n t i a l d e l u z m e in ce n di a r a de p r o nt o , lo m is m o q u e a u na
m a r ip o sa q u e se a c e r c a a u n a l l a m a . S e e s c u c h ó u n " c l i c " y l a
p l a t a f o r m a q u e d ó i n m ó v i l e n e l a i r e . A l a r g u é m i m a n o l l e n o d e t e m o r
y m e d i c u e nt a d e q u e l a e s f e r a lu m i n o s a e s t a b a f r í a c o m o e l h ie l o.
Y a m e s e nt ía m á s t r a n q u i lo . O bs e r va ba c u a n t o m e r o d e a b a . D e
p r o n t o , m e a s a l t ó u n p e n s a m i e n t o t e r r i b l e . " ¿ C ó m o i b a a b a j a r m e
d e a l l í " ? M e a g i t é e n t o d a s d i r e c-
i
.
ci o ne s in t e nt a n do e nc o nt r a r u na s a l id a , pe r o t o do fu e in ú t i l. I nt e nt é
a lc a n z a r e l t u b o co n e l p r o p ó si t o de d e s c e n de r po r é l, pe r o e st a ba
de m a s ia do le j o s. C u a nd o y a e m pe z a ba a des e s p e r a r , l a p l a t a f o r m a
v i b r ó n u e v a m e n t e y e m p e z ó a d e sc e n d e r . ¡ A p e n a s t o c ó e l s u e l o
s a l t é y e s c a p é ! ¡ N o p o d í a correr el riesgo de que empezara a subir
nuevamente!
U n a g r a n e s t a t u a a g a z a p a d a e s t a b a a p o y a d a c o n t r a e l m u r o .
M i r á n d o l a s e n t í q u e u n e s c a l o f r í o m e r e c o r r í a l a m é d u l a . T e n í a e l
c u e r p o d e g a t o y l a c a b e z a y l o s h o m b r o s de m uje r . Su s ojos pa r e cía n
e st a r viv os. La e xpr e sión de su r o s t r o , t o r c i d o e n u n a m u e c a e n t r e
b u r l o n a e i n q u i s i t i v a , me aterró.
U n o de lo s l a m a s se ha bí a a r r od il la do e n e l su e lo y e xaminaba
atentamente unos signos extraños.
— M i r a d — d i j o — e s t e i d e o g r a m a m u e s t r a a l o s h o mbre s y a los
ga t os co nve r sa ndo . Sin du da a lgu na r e pre se nta a u n e s pí r i t u q u e
a ba n do na e l c u e r po y v a g a e r r a n t e p or e l inframundo.
Ar día en su pr opi o ce lo cie nt ífico incliná n dose sobr e la s f i g u r a s d e l
s u e l o — a l a s q u e l la m a b a " je r o g l í f i c o s " — , c o n la espera nza de que
los dem ás com pa rtier an su entusia sm o. E r a u n h o m b r e m u y c u l t o q u e
h a b í a a p r e n d i d o , s i n l a m en or d i fi c u lt a d , l os id io m a s a nt ig u os . Pe r o

177. lo s o t r o s s e g u ía n a fa n á n d o se e n t o r n o a a q u e ll os e xt r a ño s a pa r a t o s
in t e nt a ndo de scu br ir par a qu é se r vía n. De pr ont o, u n g r it o nos hiz o
volve r e l r ost r o at er r a dos. El la ma alt o y de lg a do se ha lla ba en un
extremo del muro y había acercado su cara a una

178. 10 8 LOBSANG RAMPA
o s c u r a c a j a d e m e t a l , q u e la o c u lt ó c a s i p o r c o m p l e t o . D o s h o m b r e s
s e p r e c i p i t a r o n h a c i a é l c o n e l d e s e o d e l i b r a r l o de aq ue lla t ra m pa .
Per o cu a ndo con sig u ie r on ar ra n ca r lo de a l l í , s o l t ó u n ju r a m e n t o y
v o l v i ó o t r a v e z a c o l o c a r s e e n e l mismo sitio.
" ¡ Q u é l u g a r t a n e x t r a ñ o ! — p e n s é — . ¡ H a s t a e l m á s tranquilo y
culto de los lamas pierde aquí la razón!"
C u a n d o e l la m a a lt o y d e lg a d o s e a pa r t ó, le im it ó u n s eg u n d o
l a m a . M e p a r e c i ó e n t e n d e r q u e e n a q u e l l a p a n t a l l a v e í a n m á q u i n a s
e n m o v i m i e n t o . A l f i n a l m i M a e s t r o , c o mp a d e c i é n d o s e d e m í , m e
a l z ó y m e a y u d ó a a p r o x i m a r m e a a q u e l l a c a j a , s i n d u d a a l g u n a ,
d e s t i na d a " a s e r c o n t e m p l ad a " . S i g u i e n d o s u s i n s t r u c c i o n e s , m o v í l o s
c o n t r o l e s y , e n s u i n t e r i o r , p u d e v e r h o m b r e s y m á q u i n a s i d é n t i c a s a
l a s q u e h a b í a a l l í de p o s i t a d a s . E s t a b a n f u n c i o n a n d o . O b s e r v é q u e l a
p l a t a f o r m a q u e m e h a b í a s u b i d o h a s t a l a e s f e r a l um i n o s a p o d í a s e r
c o n t r o l a d a y m o v i d a a v o l u n t a d . P o s t er i o r m e n t e , h e c o m p r e n d i d o
q u e la m a y o r p a r t e d e a q u e l l o s a p a r a t o s e r a n s i m i l a r e s a l o s q u e h o y
s e e x h i b e n e n t o d o s los Museos Científicos del mundo.
N o s a c e r c a m o s a l a p u e r t a n e g r a d e l a q u e e l L a m a M i n g y a r
D o n d u p m e h a b í a h a b l a d o y a e n u n a o c a s i ó n . A n t e n u e s t r a
p r o x i m i d a d , s e a b r i ó c h i r r i a n d o c o n t a n t a fu e r z a , e n m e d io d e
a q u e l si le nc i o r e i na nt e e n a q u e l lu g a r , q u e t o d o s n o s s o b r e s a l t a m o s .
E n e l i n t e r i o r d o m i n a b a l a oscu rida d má s absolu ta. Era com o si
estu viéram os r odeados por un enjam br e de nu bes ne gra s. Nue str os pie s
seg uía n u n p e q u e ñ o c a n a l e x c a v a d o e n e l s u e l o , a l f i n a l d e l c u a l n o s
se nt a m os. De spu é s oím os u na se r ie de soni dos m et á licos y , a n t e s d e
q u e p u d i é r a m o s t e n e r c o n c i e n c i a d e l o q u e n o s s u c e d í a , l a l u z
d e s v a n e c i ó l a o s c u r i d a d . E s t á b a m o s r o d e ad o s d e m á q u i n a s e x t r a ñ a s .
T a m b i é n h a b í a e s t a t u a s y f i g ur i l l a s m e t á l i c a s . S i n d a r n o s t i e m p o a
c o n t e m p l a r n a d a , l a l u z g i r ó s o b r e s í m i s m a y s e c o n v i r t i ó e n u n a
e s f e r a , c o l oc á n d o s e e n e l c e n t r o d e l a c á m a r a , s o b r e n o s o t r o s . U n a
o le a d a d e c o l o r e s o s c i l ó c a ó t i c a m e n t e y u na s b a n d a s l u m in o s a s ,
a p a r e n t e m e n t e d e s p r o v i s t a s d e t o d a s i g n i f i c a c i ó n , constelaron la esfera.
Poco a poco, fueron surgiendo for-

180. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 109
ma s , c onfu sa s a l pr in cipio , q ue se conce nt r ar on r á pida me nt e , c o b r a n d o
v i d a y e x t e n d i é n d o s e s o b r e l a s t r e s d i m e n s i ones físicas. Y nosotros lo
observábamos todo, absortos...
Er a e l M u n d o de la A nt ig ü e da d m á s Re m ot a , u n m u nd o m u y j o v e n .
D o n d e a h o r a h a y m a r e s h a b í a e nt o n c e s m o n t añ a s y la s m o n t a ña s
a ct u a le s e r a n p l a y a s e n a q u e l t i e m p o . Su clima era cálido y estaba
poblado por extrañas criaturas. E r a u n m u n d o d o m i n a d o p o r e l
p r o g r e s o d e la c ie n c i a . M áq u i n a s i n s ó l i t a s v o l a b a n a p o c a s p u l g a d a s
d e la s u p e r f i c i e d e la T i e r r a o a u n a a lt u r a d e m u c h a s m i l la s . L o s
g r a n d e s t e m p l o s a l z a b a n s u s c ú p u l a s h a c i a e l f i r m a m e n t o c o m o
de sa fia ndo a la s nu be s. Los hom br e s y los a nima le s podía n mantener se
unidos telepá ticame nte . Per o no t odo era dicha. L os p ol ít ic o s se
e nf r e nt a ba n u n os co n o t r o s . E l m u nd o e r a u n cam po divi dido en e l qu e
ca da ba ndo c odicia ba los te r r it o r i o s d e l o t r o . L o s h o m b r e s v i v í a n a
l a s o m b r a d e l o s de nso s nu bar r one s de l m ie do y la sos pe cha . Los
sa cer d ote s d e " a m b o s " b a n d o s p r o c l a m a b a n o r g u l l o s a m e nt e q u e e l l o s
er a n los ú nico s pre dile ct os de los dio se s. Vim os sa cer d ote s de lir a nt e s —
co m o a ho r a — , p r e di ca n do f r e n é t i co s la sa lv ac ió n de su s se m e ja n t e s .
¡Y a q u é p r e c io ! L os sa ce r do t e s de ca da se cta a seg u ra ba n q ue ma t ar a l
ene m ig o e ra u n " de be r s a g r a d o " . S i n e m b a r g o , c o n e l m i s m o
a pa s i o n a m ie n t o , a f i rm a ba n ta m bié n qu e t odo s los hom bre s er a n
he r m a nos. Y la a u se n c i a a b s o l u t a d e l ó g i c a d e s u s t e or í a s n i s i q u i e r a
c r uzaba por sus mentes.
P r e s e n c i a m o s l a s g r a n d e s b a t a l l a s d e a q u e l m u n d o . Y nos dim o s
cue nt a de q ue ca si la tot a lida d de la s víct ima s p e r t e n e c í a n a l a
p o b l a c i ó n c i v i l . L a s f u e r z a s a r m a d a s , p r ot e g i d a s g r a c i a s a s u s
d i s p o s i t i v o s d e d e f e n s a , s o l í a n e s t a r fue r a de t odo pe lig r o. Los
a ncia nos, la s mu jer e s, los niño s, t o do s l o s q u e n o p o dí a n " lu c ha r " ,
e r a n q u ie n e s e n r e a li da d s u f r í a n l o s e f e c t o s d e l a l u c h a . V i m o s a l o s
c i e n t í f i c o s e n s u s l a b o r a t o r i o s , b u s c a n d o a f a n o s a m e n t e a r m a s m á s
d e str u ct ora s t oda vía , ba cte r ia s m á s te rr ible s q ue pu die ra n se r l a n z a d a s
c o n t r a e l e ne m i g o . D e s p u é s v i m o s a u n g r u p o d e h o m b r e s p e n s a t i v o s
y p r e o c u p a d o s , q u e p r o y e c t a b a n l a creación de lo que ellos llamaban una

181. "Cápsula de Tiempo"

182. 1 1 0 LOBSANG RAMPA
— la q u e n o s o t r o s h a b í a m o s l la m a d o " C a v e r n a d e l o s A nt ep a s a d o s " —
c o n e l o b j e t o d e t r a n s m i t i r a l a s g e n e r a c i o n e s f u t u r a s u n o s m o d e l o s
d e s u s a p a r a t o s y u n a r c h i v o c o mpl e t o d e pe l íc u la s r e la t i va s a su
cu lt u r a , c o n t o da s s u s v irtudes y todos sus errores. Las excavadoras
gigantescas abrier o n l a r o c a v i v a . U n v e r d a d e r o e jé r c i t o de h o m b r e s
i n s t a lar on a llí má q u ina s de t odo s los tipo s. Vim os cóm o colo ca ba n e n
su lu g a r la s e sfe ra s de lu z fr ía , em a na da por su sta ncia s ra dia ct iva s
ine r te s qu e t ar da r ía n en e xt ing u ir se m illone s de a ños . Er a n ine rt e s
por qu e no da ña ba n a los se r e s hu m a nos y a ctiva s porque su luz
seg uir ía brillando hasta que el Tie mpo terminara.
N o s d i m o s c u e n t a d e q u e c o m p r e n d í a m o s s u i d i o m a y , p or f in ,
t u v im os la ce r t e z a d e q u e la e x pl i ca ci ó n a e se r a r o f e n ó m e n o e r a m u y
s e n c i l l a : ¡ C a p t á b a m o s s u s " c o n v e r s a c i on e s " t e l e p á t i c a m e n t e ! H a b í a
o t r a s " C á p s u l a s d e T i e m p o " o c u l t a s b a j o l o s de s i e r t o s de E g i p t o ,
b a j o u na p i r á m i d e de S u d a m é r i c a y e n l u g a r e s c o n d i d o d e S i b e r i a .
C a d a u n o d e e s o s lu g a r e s e st a b a m a r c a d o c o n e l s í m b o l o d e a q u e l
t i e mp o : l a E s f i n g e . E l o r i g e n d e l a E s f i n g e n o e r a e g i p c i o . R eci bim os
la expli ca ción de e ste anim a l q uim ér ic o. En aq ue lla é p o c a r e m o t a , l o s
h o m b r e s y l o s a n i m a l e s t r a b a j a b a n j u nt os. Por su fue rz a e
inte lige ncia , el g at o e sta ba co nside r a do co m o e l a ni m a l m á s pe r f e c t o .
El pr op i o h om br e e s t a m b ié n u n a n i m a l . P o r e l l o , l o s s e r e s h u m a n o s
d e l a a n t i g ü e d a d i d e a r o n a q u e l l a f i g u r a c o m p u e s t a p o r u n c u e r p o
d e g a t o , s í m b o l o d e l a f u e r z a y de la r e s i s t e n c i a , y u n b u s t o d e m u-
je r . La c a b e z a s i m b o l i z a b a la i n t e l i g e n c i a y l a r a z ó n h u m an a s ,
m i e n t r a s q u e l o s s e n o s s i g n i f i c a b a n q u e l o s h o m b r e s y l o s a n i m a l e s
p o d í a n p r o p o r c i o n a r s e r e c í p r o c a m e n t e a l im e n t o m e n t a l y e s p i r i t u a l .
E n a q u e l la é p o c a , e s t e s í m b o l o e r a t a n c o r r i e n t e c o m o e l B u d a , l a
E s t r e l l a d e D a v i d o l a Cruz en nuestra época.
Contem plam os los océa nos, lle nos de ciudades flotantes, q u e i b a n
d e u n p a í s a o t r o . E l c i e l o e r a t a m b i é n c r u z a d o por gr a nde s na ve s
qu e vola ba n sile n ciosa s , ca pa ce s de de tenerse en el aire y de partir de nuevo
a gran velocidad, casi instantáneamente. Sobre la tierra, los vehículos corrían ve-

183. l o z m e n t e , a l g u n a s p u l g a d a s p o r e n c i m a d e l s u e l o , s u s p e nd i d o s e n
e l e s p a c i o p o r u n p r o c e d i m i e n t o q u e n o p u d i m o s co m pr e n de r . La s
ci u d a d e s e st a ba n a t r a v e s a d a s e n t od a s d ir e cc i on e s p or pu e nt e s y
lí ne a s i nt e r m i na ble s de ca ble s . U n g r a n r e s p l a n d o r l l e n ó e l
f i r m a m e n t o y u n o d e l o s p u e n t e s m á s g i g a n t e s c o s s e d e r r u m b ó y
q u e d ó c o n v e r t i d o e n u n m o n t ó n d e r u i n a s . D e s p u é s s e p r o d u j o ot r o
v i v í s i m o r e l á mp a g o y l a m a y o r p a r t e d e l a c i u d a d d e s a p a r e c i ó e n
u n a l l ama r a da de g a s inca nde sce nte . So bre la s r u ina s , flota ba u na
n u b e d i a b ó l i c a , r o j i z a , q u e t e n í a l a f o r m a d e u n h o n g o g igantesco.
C u a n d o s e d e s v a n e c i ó a q u e l l a i m a g e n , v o l v i m o s a v e r a l o s
h o m b r e s q u e ha b í a n p l a n e a d o l a s " C á p s u l a s d e T ie mp o " . E s t a b a n
c o n v e n c i d o s d e q u e " y a " h a b í a l l e g a d o e l m om e n t o d e s e l l a r l a s .
C o n t e m p l a m o s l a s c e r e m o n i a s y c ó m o c o l o c a b a n l o s " i n f o r m e s
f i l m a d o s " e n l a m á q u i n a d e s d e l a cu a l a h or a l o e st á ba m o s
pr e se nc ia n do t od o . E s c u c ha m o s e l d i sc u r so d e de s pe di d a q u e n os
r e ve la b a a n o so t r os l os H omb r e s d e l F u t u r o — ¡ s i a l g u n a v e z v o l v í a
a h a b e r h o m b r e s s o b r e l a T i e r r a ! — q u e l a H u m a n i d a d e s t a b a a
p u n t o d e d e s t r u ir s e a s í m i sm a o q u e e r a m u y p o si bl e q u e a sí f u e r a ,
a d vi r t ié n do n o s q u e e n " a q u e l la s c a v e r na s q u e da b a c o ns t a nci a d e su s
in ve n ci on e s y l o cu r a s pa r a q u e p u d ie r a se r v ir de e x p e r i e n c i a y d e
e n s e ñ a n z a a l o s s e r e s d e u n a r a z a f u t u r a q u e t u v i e r a n l a
i n t e l i g e n c i a d e d e s c u b r i r l a s y c o m p r e n-
'derl as".
D e s p u é s , l a v o z t e l e p á t i c a e n m u d e c i ó y l a p a n t a l l a s e q u e d ó s i n
lu z . E n s i l e n c i o , e st u p e f a c t o s a n t e l o q u e a ca b áb a m o s d e
p r e s e n c i a r , n o s s e n t a m o s e n e l s u e l o d e n u e v o . Y a l m o m e n t o l a
c á m a r a v o l v i ó a i l u m i n a r s e y n o s d i m o s cuenta de que, esta vez, la luz
procedía de los muros.
N os le va nt a m os y nos dispu sim o s a inspe c ciona r lo t odo. Ha b í a
t a m b i é n n u m e r o s o s a pa r a t o s y m á q u i n a s , m a q u e t a s d e c i u d a d e s y
d e p u e n t e s , c o n s t r u i d o s t o d o s e l l o s c o n u n ma te r ia l cu ya nat u ra lez a
de scon ocía m os. Alg u nos de los obje t os e sta ba n r e cu bier t os p or u na
ca pa de m at e r ia a bsolu t am e n t e t r a n s p a r e n t e q u e n o s i nt r i g ó . N o e r a
c r i s t a l . I g n o r ábamos lo que "era". Nos dimos cuenta de que estaba des-

184. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 111

185. 1 1 2 LOBSANG RAMPA
tinado a evitar que pudié ram os toca r los m ode los pr ote gidos en su
interior.
D e r e p e n t e , d i m o s u n s a l t o d e t e r r o r . U n o j o r o j o y m a l v a d o
n o s m i r a b a p a r p a d e a n d o . M e d i s p o n í a a h u i r , cu a ndo e l Lam a
Ming y a r Don du p se a ce r có a a qu ella nue va m á q u i n a . S e i n c l i n ó s o b r e
e l l a , t o c ó l o s c o n t r o l e s y e l o j o r o j o s e d e s v a n e c i ó y f u e s u s t i t u i d o
p o r o t r a p e q u e ñ a p a nt a l l a q u e n o s m o s t r a b a o t r a h a b i t a c i ó n
c o n t i g u a a l G r a n Salón. Nuestros cerebros captaron un nuevo mensaje.
—A n t e s d e m a r c h a r s e , p a s e n a e s t a ha b i t a c i ó n . A l l í e nc o nt r a r á n
m a t e r ia l p a r a se lla r de nu e vo e l lu g a r p or d o n de ha y a n e nt r a do . Si n o
ha n a l ca nz a do e l e st a do de e v olu ci ó n ne ce sa r io pa ra ha ce r se ca r g o de
nue st ra s inve n cione s, vu e lv a n a s e l la r la e n t r a d a y d é je n l o t o d o
i n t a c t o p a r a l o s q u e puedan venir más adelante.
En sile ncio, pa sa m os a la t er ce ra ha bita ción , cu ya pue rt a s e a b r i ó
a u t o m á t i c a m e n t e a l a c e r c a r n o s . A l l í , e n c o n t r am os var ia s va sija s
he r m ét ica me nt e ce r ra da s y u na m áq u ina d e c i n e t e l e p á t i c o q u e
e x p l i c a b a l a f o r m a d e a b r i r l a s y d e sellar nuevamente la entrada.
¡ M a r a v i l l o s o ! ¡ M a r a v i l l o s o ! — d i j o u n
l a m a .
— N o h a y e n t o d o e s t o n a d a m a r a v i l l o s o — d i j e y o i n-
s o l e n t e m e n t e — . Hu b i é r a m o s p o d i d o v e r t o d a s e s t a s c o s a s e n e l
A r c h i v o K á r m i c o . ¿ P o r q u é n o l o h a c e m o s ? D e e s a f o r m a ,
p o d r e m o s v e r l o q u e s u c e d i ó d e s p u é s d e q u e s ellaron este lugar.
L o s d e m á s m i r a r o n , i n q u i s i t i v o s , a l j e f e d e l a e x p e d ición, el Lama
Mingyar Dondup. Él asintió levemente.
N u e s t r o L o b s a n g d a a l g u n a s v e c e s
m u e s t r a s d e i n t el i g e n c i a — d i j o — . C o n c e n t r é m o n o s y v e a m o s l o
q u e s u c edió, porque yo siento tanta curiosidad como vosotros.
N o s se n t a m os e n e st r e c ho c ír cu lo , u n ie n do n u e s t r o s ded o s d e l a
f o r m a p r e s c r i t a . M i M a e s t r o i n i c i ó e l r i t m o d e r e sp ir a c ió n ne c e s a r i o
y t o do s le im it a m o s . Po c o a po c o no s d e s p oj a m o s de nu e st r a s
id e nt id a d e s t e r r e n a s y n os de sl iz am o s a l u n í s o n o e n e l O c é a n o d e l

186. T i e m p o . L o s q u e t i e n e n e l pode r de int r odu cir se e n lo a str a l pue de n
ver t odo lo q ue ha sucedido en el pasado, regresando después a su estado

187. normal enriquecidos con nuevos conocimientos. Todos los
acontecimientos históricos, por remotos que sean, pueden ser
contemplados como si estuvieran produciéndose entonces.
Recordé la primera vez que había utilizado el Archivo Kármico.
Mi Maestro me había hablado de ello y yo le había dicho:
—"De acuerdo, pero ¿qué «es»? ¿Cómo funciona? ¿Cómo es
«posible» ponerse en contacto con las cosas que han pasado ya, que
ya han terminado, que ya se han ido para siempre?" "Lobsang — me
respondió él —. Admitirás que tienes una memoria. Puedes recordar
perfectamente lo que sucedió ayer y las cosas que sucedieron hace
mucho tiempo. Si te esfuerzas y desarrollas esa cualidad, puedes re-
cordar todo cuanto te ha sucedido en la vida. Y con un
entrenamiento adecuado, te será posible incluso recordar tu propio
nacimiento. También puedes conseguir lo que se llama una
«evocación total» y ello haría que tu memoria se remontara a
momentos «muy anteriores» a tu nacimiento. El Archivo Kármico no
es otra cosa que la «memoria» del mundo. Todo lo que ha sucedido
sobre la Tierra puede ser «recordado» de la misma manera que a ti
te es posible recordar los acontecimientos de tu pasado. No hay
ninguna magia en todo esto. De la magia y del hipnotismo, tan es-
trechamente relacionado con ella, ya hablaremos otro día."
Por ello, gracias a nuestro especial entrenamiento, nos resultaba
realmente fácil situarnos en el momento del tiempo en que la
máquina había interrumpido sus mensajes. Vimos nuevamente la
gran muchedumbre de hombres y mu jeres, sin duda alguna muy
conocidos en aquella época. Estaban saliendo de la Caverna. Las
grandes máquinas, con sus brazos gigantescos, colocaron ante la
entrada un enorme bloque de roca. Las grietas y los orificios
exteriores fueron cuidadosamente sellados y todos aquellos seres se
marcharon. Las máquinas se alejaron también y durante algún
tiempo, tal vez algunos meses, todo se mantuvo tranquilo. Después
vimos a un sumo sacerdote, erguido sobre los escalones de una
inmensa Pirámide, exhortando a los fieles
LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 113

189. 1 14 LOBSANG RAMPA
a l a g u e r r a . L a s i m á g e n e s r e g i s t r a d a s e n l a P e l í c u l a d e l Tie m po
sig u ie r on de sfila ndo a nte no sot r os y , por fi n, vim os e l ca m po de
bat a lla . Los je fe s v ocife r a ba n fu r ioso s. El t ie mp o s e g u í a s u c a r r e r a .
E l f i r m a m e n t o a z u l q u e d ó c r u z a d o p o r n u m e r o s a s e st e la s b l a n c a s y
r e c t i l í n e a s . De s p u é s , l o s c i e l o s s e e n r o j e c i e r o n . T o d o e l p l a n e t a
t e m b l ó y s e e s t r em e ci ó . C on t e m p la n do t o d o a q u e ll o, se nt im os q u e e l
vé r t ig o s e a p o d e r a b a d e n o s o t r o s . L a o s c u r i d a d d e l a n o c h e c a y ó
sobr e e l m u ndo. La s ne g r a s nu be s se ince n diar on y gir a r on e nv u e lt a s
e n l la m a s e n t or n o a la T ie r r a . Sú bi t a m e nt e , la s ciudades ardían y
desaparecían por completo.
L o s m a r e s e n c r e s p a d o s i n v a d i e r o n l o s c o n t i n e n t e s , b arr ié ndolo
t odo, y u na ola g iga nt e sca , m á s a lt a qu e e l ma y or e di fi ci o de a q u e ll a
ci v il iz a ci ó n , a v a nz ó r u g ie n do e st r u e n dosa m e nt e y a r ra st r ó co nsig o los
últ im os ve st ig io s de u na cu lt u r a m u e r t a . T e m b l ó l a T i e r r a e n s u
a g o n í a y s e l l e n ó d e a bism os enor mes que lo e nguller on todo y se
cer rar on luego com o la s fa u ce s de u n g ig a nte . La s m ont a ña s se
qu e bra r on com o ju n cos en u na tor me nt a y se hu ndie r on de spu é s e n la
si m a de l os o cé a no s . E m e r g ie r on la s n u e v a s t ie r r a s de l f o nd o d e l o s
m a r e s y s e c o n v i r t i e r o n e n m o n t a ñ a s . L a s u p e rf i c i e d e l p l a n e t a s e
e s t a b a t r a n s f o r m a n d o a t r a v é s d e l a s cont inu a s conm o cione s.
Alg u nos su pe r vivie nte s a isla dos sub i e r o n g r i t a n d o , e n t r e m i l l o n e s d e
c a d á v e r e s , a l a s m o nt aña s re cién apa recidas. Ot ros se salva ron
milagr osame nte en s u s b a r c o s y s e e s c o n d i e r o n e n l o s n u e v o s
c o n t i n e n t e s . Y h a s t a e l P l a n e t a q u e d ó i n m ó v i l , i n t e r r u m p i ó s u
m o v im ie nt o de r ota ció n y , de spu é s, em pez ó a r oda r en dir e cció n
c o n t r a r i a . E n u n i n s t a n t e , l a s s e l v a s q u e d a r o n r e d u c i d a s a ce niz a s.
La su per fi cie de la Tie r ra qu e dó de sola da , a niqu il a d a , c o n v e r t i d a e n
u n a n e g r a r u i n a . E n l o m á s h o n d o d e la s cu e va s y en los tú ne le s de
la va de los vol ca ne s e xt ing u idos, un escaso puñado de seres humanos,
enloquecidos ante e l e s pe ct á cu lo de a q u e lla ca t á s t r o fe , t e m b la ba y
ll or a ba de terror. De sde el neg ro firma ment o, cay ó u na sustancia bla n-
ca, dulce, sustentadora de la vida.
E n e l c u r s o d e l o s s i g l o s , l a T i e r r a s i g u i ó c a m b i a n d o . Donde antes

190. hubo mar ahora había tierra, y las tierras an-

191. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 115
t i g u a s d o r m í a n e n e l f o n d o d e l o s m a r e s . U n v a l le i n t e r i o r se a br ió a l
e m p u je d e l oc é a n o y fu e in va di d o po r la s a g u a s f o r m a n d o e l M a r
M e d i t e r r á n e o . O t r o m a r c e r c a n o s e h u nd i ó t a m b i é n e n a q u e l v a l l e
y s u s a r e n a s q u e d a r o n s e c a s convirt iéndose e n el De siert o de
Sa hara . La s tr ibus salva jes r e cor r ía n er ra nt e s el m u ndo y , a la lu z de
su s hog ue r a s, se t r a n s m i t i e r o n d e p a d r e s a h i j o s l a s a n t i g u a s
l e y e n d a s d e l D ilu vi o , de Le m u r ia , de la A t lá nt id a y de a q u e l dí a
t e r r i bl e en que el Sol quedó inmóvil en el cielo.
La C a v e r n a d e l o s A n t e p a s a d o s q u e d ó e nt e r r a d a e n u n m u ndo
me dio su me r g ido. Libr e de los intr u sos , se con se r vó i n t a c t a , o c u lt a
b a j o l a s u p e r f i c i e d e l a t ie r r a . C o n e l p a s o del tiempo, los torrentes
poderosos arrastraron el lodo hasta e l m ar y de ja r on lim pia s la s r oca s ,
qu e br illa r on a l sol nu ev a m e n t e . P o r f i n , h e l a d a s d e r e p e n t e p o r
u n a l l u v i a f r í a , e n e l m o m e n t o e n q u e e l s o l l a s h a b í a s o m e t i d o a
u n a e l eva da t em pe ra tu r a , la s r oca s se a gr iet a r on y de ja r on libre la
entrada de la Caverna, permitiéndonos el paso.
S a c u d i m o s n u e s t r o s m ú s c u l o s e n t u m e c i d o s y n o s p u s im o s e n p i e
c o n g r a n d i f i c u l t a d . L a e x p e r i e n c i a h a b í a s i d o d e m o l e d o r a . E r a
p r e c i s o c o m e r y d e s c a n s a r . L u e g o , v o l v er í a m o s a i n s p e c c i o n a r l o
t o d o p a r a v e r s i n o s e r a p o s i b l e a pre nde r alg o nu e vo. De spu é s,
cua n do con side r ár a m os q ue nuestra misión había sido cumplida,
sellaríamos nuevamente l a e n t r a d a . L a C a v e r n a d e s c a n s a r í a e n p a z
o t r a v e z h a s t a q u e p u d i e r n t e n e r a c c e s o a e l l a l o s h o m b r e s d e
b u e n a v ol u n t a d y d e i n t e l i g e n c i a s u p e r i o r . M e a c e r q u é h a s t a l a e n-
t r a d a d e l a C a v e r n a y c o n t e m p l é , a l l á a b a j o , e l p a i s a j e d e s o l a d o
y r o c o s o . Y m e p r e g u n t é , q u é p e n s a r í a u n o d e aquellos hom bre s de
la A ntigüedad si pudier a levantar se de su tumba y estar allí a mi lado.
A l r e g r e sa r a l i nt e r io r , m e s e n t í s or pr e n di d o p or u n cur io so
co n t r a st e . U n la m a i nt e n t a b a , c on u n pe de r na l y u na m e c h a , h a c e r
a r d e r u n p o c o d e e s t i é r c o l s e c o d e y a k q u e lle vá ba m os con nosot r os
pa ra e se fin . N os r ode a ba n la s m áqu ina s y los a pa ra t os de u na época
re m ota , de u na cu ltu r a d e s a p a r e c i d a . N o s o t r o s — h o m b r e s m o d e r n o s
— c a l e nt á b amos nuestra agua sobre una hoguera de estiércol, rodeados

193. 116 LOBSANO RAMPA
de maravillosos instrumentos que escapaban a nuestra comprensión.
Suspirando, abandoné mis pensamientos y me concentré
exclusivamente en la tarea de mezclar té con "tsampa".

194. C A P I T U L O V I
F1 se rvicio de me dia ma ñana ha bía ter minado. Los niños
c o r r í a m o s a n u e s t r a s c l a s e s f o r c e j e a n d o y e m p u j á n d o-
n o s u n o s a o t r o s p a r a n o s e r l o s ú l t i m o s e n l l e g a r . Y n o l o
h a c í a m o s p o r i n t e r é s e n a p r e n d e r s i n o p o r q u e e l M a e st r o de a q u e lla
cl a s e t e nía la h or r i bl e co s t u m br e d e g ol pe a r co n s u ba st ón a l m á s
r e z a g a do . Y o , m á s vi v o q u e lo s ot r o s , c o n s e g u í l l e g a r e l " p r i m e r o "
m e r e c i e n d o p o r e l l o e l h o n o r d e q u e e l M a e s t r o m e s o n r i e r a
s a t i s f e c h o . C o n g e s t o s d e im pa cie n ci a , i nd i có a l os d e m á s q u e d e b ía n
a p r e s u r a r se y , d e p ie a n t e l a p u e r t a , d i o a l g u n a s b o f e t a d a s a l o s
ú l t i m o s q u e e n t r a r o n . P o r f i n n o s s e n t a m o s t o d o s s o b r e l a s a l f o m-
b r a s d i s e m i n a d a s p o r t o d a l a h a b i t a c i ó n y c r u z a m o s n u e st r a s
pi e r n a s . S ig u ie n do la co s t u m br e , no s c ol o ca m o s de e sp a l d a s a l
M a e s t r o q u e , " d e t r á s " d e n o s o t r o s , n o s v i g i l a b a y , c o m o n o p o d í a m o s
v e r d ó n d e s e e n c o n t r a b a e n c a d a m omento, nos veíamos "obligados" a
trabajar sin distraernos.
—Hoy trata remos de la similitud de las religiones — dijo c o n l a v o z
c a m p a n u d a — . Y a h e m o s v i s t o q u e l a l e y e n d a de l Dilu vio es com ú n
a t oda s e lla s . Hoy nos ce nt ra r em o s e n e l t e m a d e l a M a d r e V i r g e n .
H a s t a e l m e n o s i n t e l i g e n t e — d i j o m i r á n d o m e f i j a m e n t e — , s a b e
q u e n u e s t r a M a d r e V i r g e n , l a D o l m a B e n d i t a , l a M a d r e V i r g e n d e l a
G r a c i a , equivale a la Madre Virgen de algunas sectas cristianas.
Escuchamos unos pasos apresurados que se detenían en la e n t r a d a
de nu e s t r a a u la . E nt r ó u n m o nje m e n sa je r o q u e hizo una profunda
reverencia ante el Maestro.
—Te saludo, Sabio — murmuró —. El Lama Superior

195. 11 8 LOBSANG RAMPA
M i n g y a r D o n d u p t e o f r e c e s u s r e s p e t o s y t e p i d e q u e p e rm i t a s
s a l i r " i n m e d i a t a m e n t e " a l n i ñ o M a r t e s
1
L o b s a n g Rampa. Le necesita
con urgencia.
— ¡ M u c h a c h o ! — r u g i ó e l M a e s t r o c o n e l c e ñ o f r u n c id o — . E r e s
u n a m o l e s t i a y u n e s t o r b o e n l a c l a s e . ¡ " M á rchate"!
M e l e v a n t é c o n r a p i d e z , s a l u d é a l M a e s t r o y s e g u í a l veloz
mensajero.
¿ Q u é s u c e d e ? — l e p r e g u n t é j a d e a n t e .
L o i g n o r o — d i j o — . T a m b i é n a m í m e
g u s t a r í a s ab e r l o . E l S a g r a d o La m a M i n g y a r D o n d u p t i e ne
p r e p a r a d o s los instrumentos quirúrgicos y los caballos.
Nos apresuramos.
¡ V a m o s , L o b s a n g ! ¡ Y a p u e d e s d a r t e p r i s a !
— d i j o m i M a e s t r o r ie n d o a l ve r m e l l e g a r — . N o s v a m o s a l p u e b l o
d e Shó, donde precisan nuestros servicios médicos.
M o n t ó e n s u c a b a l l o y m e i n v i t ó a h a c e r l o m i s m o c o n e l m í o . E s a
o p e r a c i ó n m e r e su l t a b a s i e m p r e d i f í c i l . L o s c ab a l l o s y y o n u n c a
e s t á b a m o s d e a c u e r d o c u a n d o m e v e í a o b l i g a d o a m o n t a r l o s . M e
a c e r q u é a l a n i m a l p e r o r e c u l ó , c a m i n a n d o d e c o s t a d o . M e d e s l i c é
a l o t r o l a d o y , d a n d o u na pe q u e ña c a r r e r a , lo m on t é d e u n sa lt o
a nt e s d e q u e s e die r a cue nt a de lo q ue su ce día . De spu é s tr at é de
a fe r ra r m e a é l c o m o e l l i q u e n s e a f e r r a a l a s m o n t a ñ a s . R e s o p l a n d o
c o n e x a s p e r a d a r e s i g n a c i ó n , d i o l a v u e l t a y , s i n n e c e s i d a d d e q u e y o
le g u i a r a , d e s c e n d i ó p o r e l s e n d e r o d e t r á s d e m i M a e s t r o . M i
c a b a l l o t e n í a l a h o r r i b l e c o s t u m b r e d e d e t ene r s e e n lo s lu g a r e s
m á s e s ca r p a d o s y , a g it a n do la ca be z a , a som a r se a los pr e cipici os.
Est oy con ve ncid o de qu e e sta ba dot ado de u n ina de cua do se ntido de l
hum or y que , sin duda a l g u n a , t e n ía c o n c i e n c i a d e l m a l r a t o q u e m e
h a c í a p a s a r . Se g u i m o s d e s c e n d i e n d o p o r e l s e n d e r o y , t r a s a t r a ve s a r
e l P a r g o K a l i n g , o P u e r t a O c c i d e n t a l , l l e g a m o s a l p u e b l o d e S h ó .
R e c o r r i m o s l a s c a l l e s d e la c i u d a d h a s t a l le g a r a l e d if i c i o d e l a
p r i s i ó n . R á p i d a m e n t e , l o s g u a r d a s s e h i c i e r o n c a r g o d e n u e s t r o s
c a b a l l o s . R e c o g í l a s d o s c a j a s d e m i

196. 1. El primer nombre que llevan los tibetanos corresponde, según la tradición,
al día de la semana en que nacieron. (N. del T.)

197. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 119
M a e s t r o , e l L a m a M i n g y a r D o n d u p , y l a s t r a s l a d é a a q u e l s o m b r í o
lu g a r . S i n d u d a a l g u n a , a q u e l l o e r a m o l e s t o , r e a lm e n t e h o r r i b l e . Y o
p o d í a " o l e r " e l m i e d o , " v e r " l a s f o r m a s menta les de los malva dos
pe nsam ient os de los re clu idos. La atmósfera de aquel sitio me ponía los
pelos de punta.
Se g u í a m i Ma e st r o ha st a u na ha b it a ci ó n r e l a t i va m e nt e g r a n d e .
L a l u z d e l s o l s e f i l t r a b a p o r l a s v e n t a n a s . V a r i o s g u a r da s
e s pe r a ba n e n p ie y e l Ma g i st r a d o de S h ó e sp e r a ba t a m b i é n p a r a
s a l u d a r a l L a m a M i n g y a r D o n d u p . M i e n t r a s h a b l a b a n , m i r é a m i
a l r e d e d o r . D e d u j e q u e e r a a l l í d o n d e s e j u z g a b a y s e n t e n c i a b a a l o s
c r i m i n a l e s . E n l o s m u r o s ha bía a r chivo s y libr os . E n el su e lo, u na
som br a ge m ía ce rc a d e n o s o t r o s . M i e nt r a s l a o b s e r v a b a , e s c u c h é q u e
e l M agistrado decía a mi Maestro:
— E s u n c h i n o . C r e o q u e d e b e d e s e r u n e s p í a , H o n orable
Lama . Esta ba inte nta ndo su bir a la Monta ña Sagra da . A l p a r e c e r s e
d i r i g í a a l P o t a l a . R e s b a l ó y c a y ó . T a l v e z d e una altura de unos cien
pies. Está grave.
M i M a e s t r o a v a n z ó h a c i a é l y y o l e s e g u í . U n h o m b r e le quit ó el
manto con que le había n cubiert o. A nte nosotr os, t e n í a m o s a u n c h i n o
d e m e d i a n a e d a d . E r a d e p e q u e ña e sta tu r a . Pa re cía á gil. "C a si u n
a cr óbat a " , pe nsé . Gem ía lle no d e d o l o r , e l s u d o r r e s b a l a b a p o r s u
r o s t r o y s u p i e l t e n í a un matiz verdoso y oscuro.
E st a ba m a l he r id o . Su s d ie nt e s r e ch in a b a n . E st a ba a g on i z a n d o .
E l L a m a M i n g y a r D o n d u p l e m i r ó l l e n o d e l á stima.
— U n e s p í a . U n p r o b a b l e a s e s i n o . . . N o i m p o r t a l o q u e sea — dijo
—. Debemos hacer algo por él.
Se a r r o d i l l ó a s u la d o . C o l o c ó s u s m a n o s s o b r e s u s s i en e s
d o l o r i d a s y l e m i r ó a l o s o j o s . A l m o m e n t o , e l h e r i d o p a r e c i ó
r e l a j a r s e , e n t r e a b r i ó l o s o j o s y u n a v a g a s o n r i s a a pare ció en sus
labios. Mi Mae str o a part ó el manto un poco m á s y l e e xa m i n ó l a s
p i e r n a s . A nt e a q u e l e s p e c t á c u l o c r e í p o n e r m e e n f e r m o . L o s h u e s o s
d e s u s p i e r n a s , c o m p l e t amente destrozadas, asomaban entre los
jirones de sus panta lo ne s. M i Ma e st r o , c o n a y u d a de u n a f ila do

198. cu ch il l o , c o r t ó sus ropas. Todos los allí presentes lanzaron un murmullo de

199. 12 0 LOBSANG RAMPA
a som br o. Los hue so s e st a ba n com plet a me nte a st illa dos de sde los pies
hasta los muslos. El Lama los palpó suavemente. E l h e r i d o n o s e
m o v i ó , n i s i q u i e r a s e e s t r e m e c i ó . E s t a b a c o m p l e t a m e n t e
h i p n o t i z a d o . M i e n t r a s e l L a m a l e c u r a b a , sus piernas crujían.
— E s t á n d e m a s i a d o d e s t r o z a d a s . N o e s p o s i b l e c o l o c a rl a s d e
n u e v o e n s u s i t i o — d i j o m i M a e s t r o — . P u e d e d ec i r s e q u e l a s t i e n e
c o m p l e t a m e n t e d e s h e c h a s . T e n d r e m o s que amputárselas.
— H o n o r a b l e L a m a — p r e g u n t ó e l M a g i s t r a d o — . ¿ P u ed e s
co n se g u i r q u e n os co n f ie se lo q u e e st a ba h a c ie n d o? Tememos que sea un
asesino.
— H a b r á q u e a m p u t á r s e l a s p r i m e r o — r e s p o n d i ó e l L ama —.
"Luego" podremos interrogarle.
S e i n c l i n ó s o b r e é l y l e m i r ó f i j a m e n t e a l o s o j o s . E l chino siguió
relajándose sumido en un profundo sueño.
Y o l o h a b í a y a p r e p a r a d o t o d o y e l j u e g o d e h i e r b a s
esterilizantes estaba ya dispuesto en su tazón. En él, hundió s u s m a n o s
m i M a e st r o y l a s hu m e de c i ó . L o s i n s t r u m e n t o s le espe raban en otr o
tazón. Siguie ndo su s indica ciones, lavé l a s p i e r n a s y e l c u e r p o d e l
h o m b r e . A l t o c a r s u s h u e s o s s e n t í l a s e n s a c i ó n d e q u e " t o d o "
e s t a b a d e s t r o z a d o . L a s pier na s había n adqu ir ido un color azu lado.
Su s ve na s sobres a l í a n c o m o c u e r d a s o s c u r a s . D e a c u e r d o c o n l a s
i n s t r u ccio ne s de mi Mae st r o, q ue se gu ía lim pia nd o su s m a nos, a té l a
p a r t e s u p e r i o r d e l m u s l o , c e r c a d e l a i n g l e , c o n u n a c o r r e a
e s t e r i l i z a d a . C o l o q u é u n p a l o d e b a j o d e l n u d o y l e s e g u í d a n d o
v u e l t a s , c o m p r i m i e n d o s u c a r n e h a s t a q u e l a p r e s i ó n d e t u v o l a
c i r c u l a c i ó n . E l L a m a M i n g y a r D o n d u p , c o n g r a n d e s t r e z a , c o r t ó l a
c a r n e e n f o r m a d e " u v e " c o n u n a f i l a d o c u c h i l l o . L u e g o a s e r r ó e l
h u e s o — l o q u e q u e d ab a d e é l — y o p r i m i ó l o s d o s s e c t o r e s d e l a
" u v e " h a s t a d e ja r o cu lt o e l e xt r e m o de l h u e s o, q u e q u e dó pr ot e g i do
po r u na doble ca pa de car ne . Le ent re g ué e l hilo de pie l de ya k
ester iliza do y él, die st rame nte, cosió el mu ñón. Lenta mente , co n e l
m a y or c u i da d o, f u i r e la ja n d o l a pr e s ió n de la c or r e a que aprisionaba el
muslo, dispuesto a apretarla de nuevo en caso de hemorragia. Pero no salió

200. sangre y los puntos re-

201. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 121
sistier on perfectame nte. Cer ca de nosotr os, u no de los gua rdas palideció
y se desmayó.
M i M a e s t r o l e v e n d ó m e t i c u l o s a m e nt e . De s p u é s , v o l v i ó a
desinfectarse las manos.
H i c i m o s l o m i s m o c o n l a o t r a p i e r n a y , m u y p r o n t o , a m b a s
e s t a b a n a m p u t a d a s . M i M a e s t r o d i j o a u n o d e l o s guardas que las
envolviera en un paño.
D e b e m o s e n t r e g a r s u s p i e r n a s a l a
L e g a c i ó n C h i n a — le a d v i r t i ó — . De l o c o n t r a r i o d i r á n q u e e st e
h o m b r e ha si d o t o r t u r a do . Pe di r é pe r m i so a l Pr o fu nd o p a r a d e v ol ve r le
a s u p u e b l o . La m i s i ó n q u e t r a j e r a n o i m p o r t a . F r a c a s ó d e l a m i s m a
f o r m a q u e f r a c a s a r á n t o d a s la s m i s i o n e s d e e s t e tipo.
P e r o H o n o r a b l e L a m a — d i j o e l M a g i s t r a d o
— . D ebe r ía m os ob li g a r le a q u e n os di je r a l o q u e e st a ba ha ci e n do y
con qué objeto.
M i M a e s t r o g u a r d ó s i l e n c i o . S e d i o l a v u e l t a y m i r ó f ija m e nt e l os
oj o s d e l ho m b r e , a ho r a a bie r t o s , sa lie nd o de l a hipnosis.
¿ Q u é h a c í a s ? — l e p r e g u n t ó .
E l h o m b r e s u s p i r ó y c e r r ó l o s o j o s . M i M a e s t r o l e i n t errogó de
nuevo.
— ¿ Q u é i b a s a h a c e r ? ¿ P e n s a b a s a s e s i n a r a a l g ú n A l t o Dignatario
del Potala?
La b o c a d e l c h i n o se l le n ó d e e s p u m a . D e s p u é s , n o s i n cierta
resistencia, asintió con la cabeza.
— ¡ " H a b l a " ! — l e o r d e n ó e l L a m a — . N o b a s t a c o n u n gesto de
asentimiento.
Le n t a m e n t e , d o l o r o s a m e n t e , l a h i s t o r i a s a l i ó d e s u s l ab i o s . U n
a s e s i n o l e e n t r e g ó u n a c a n t i d a d p a r a q u e c o m et ie r a c r í m e ne s y
a lt e r a r a e l o r d e n e n u n p a í s t r a nq u i lo . U n a s e s i n o q u e h a b í a
f r a c a s a d o e n s u e m p e ñ o , c o m o f r a c a s ar ía n t o d o s p o r q u e n o c o n o c í a n
n u e s t r o s d i s p o s i t i v o s d e s eguridad.
— I r é a v e r a l P r o f u n d o , L o b s a n g — d i j o e l L a m a M i n gy a r D o n d u p

202. p o n i é n d o s e e n p i e — . Q u é d a t e t ú a q u í y v i g i l a a este hombre.

203. 1 2 2 LOBSANG RAMPA
¿ M e m a t a r é i s ? — p r e g u n t ó e l h o m b r e
g i m i e n d o d é b i lmente.
¡ N o ! — l e r e s p o n d í — . ¡ N o s o t r o s n o
m a t a m o s a nadie!
H u m e d e c í s u s l a b i o s y e n j u g u é s u f r e n t e . P r o n t o s e tranquiliz ó.
Se dur mió exte nua do, de spué s de la difícil prue ba q u e se h a b ía vi s t o
ob li g a do a r e si st ir . El Ma g i st r a d o m e m ir ó c o n e l c e ñ o f r u n c i d o
p e n s a n d o s i n d u d a q u e l o s m o nje s e st á b a m o s l oc o s p r e t e nd ie nd o
sa lv a r a u n p r e s u n t o a sesino.
El día t ra ns cu rr ió le nt a me nte . Los r ele vos de la g ua r dia s e
su ce dí a n . Se n t í q u e m i e st ó m a g o g r u ñ ía d e ha m b r e . P or fin , e scu ché
los cono cido s pa sos de l La ma Ming y ar Dondu p y é ste ent r ó e n la
ha bita ció n. Mir ó pr ime r o al pa cie nt e pa r a com pr o ba r si e st a ba t odo lo
cóm odo qu e la s cir cu n sta n cia s p e r m it ía n y e xa m in ó s u s m u ñ on e s . N o
sa ng r a b a n y a . Se levantó dirigiéndose al oficial de guardia.
— E n v i r t u d d e l a a u t o r i d a d q u e e l P r o f u n d o h a d e l eg a d o e n
m í , t e o r d e n o q u e p o n g a s a d i s p o s i c i ó n d e e s t e h o m b r e d o s
c a m i l l a s c o n e l o b j e t o d e c o n d u c i r l e , a é l y a s u s p i e r n a s , a la
Le g a c i ó n C h i n a . Tú a c o m p a ñ a r á s a e st o s ho m b r e s — a ña di ó
di r i g ié nd o se a m í — y m e i n fo r m a r á s e n c a s o d e q u e c o m e t a n a l g u n a
b r u s q u e d a d i n n e c e s a r i a a l transportar al herido.
M e s e n t í r e a l m e n t e d e s d i c h a d o . A l l í e s t a b a e l a s e s i n o c o n s u s
p i e r n a s a m p u t a d a s . . . y m i e s t ó m a g o , v a c í o d e c om i d a , r e s o n a n d o
c o n t i n u a m e n t e c o m o e l t a m b o r d e u n t e m p l o . M ie n t r a s l o s
h o m b r e s i b a n a r e c o g e r la s c a m i l l a s , me a pre su r é a cor r er ha st a el
lu g a r donde ha bía vist o a los o f i c i a l e s b e b i e n d o t é . E n u n t o n o
s e g u r o , p e d í — y c o n s eg u í — q u e m e a y u d a r a n a s a c i a r m i
h a m b r e . T r a g u é e l "tsampa" velozmente y regresé con la misma prisa.
Si le n c io s o s , lú g u b r e s , lo s h om br e s e n t r a r on e n la ha bit a c ió n ,
lle va nd o d os c a m il la s im pr o vi s a d a s c on u no s pa lo s y u n p o c o d e r o p a
u s a d a . M u r m u r a n d o d e s c o n t e n t o s c o l oca ron e n una de ella s las
piernas am puta da s. Sobr e la otra , c o l o c a r o n a l c h i n o c o n e l m a y o r
c u i d a d o , b a j o l a m i r a d a vigilante de mi Maestro. Cubrieron su cuerpo con

204. una man-

205. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 123
t a y l a a t a r o n p o r d e b a j o c o n e l o b j e t o d e e v i t a r l o s m o v imientos
bruscos.
A c o m p a ñ a a e s t o s h o m b r e s — d i j o e l L a m a
M i n g y a r D o n d u p a l o f i c i a l d e g u a r d i a — , p r e s e n t a m i s r e s p e t o s a l
E m b a j a d o r d e C h i n a y d i l e q u e l e d e v o l v e m o s a e s t e s ú bdito chino.
Se volvió hacia mí.
T ú , L o b s a n g , l o s a c o m p a ñ a r á s y m e
i n f o r m a r á n a t u regreso.
S a l i ó . D e s p u é s , a r r a s t r a n d o l o s p ie s , s a l i e r o n t a m b i é n l o s
h o m b r e s c o n la s c a m i l l a s , p r i m e r o l o s q u e l le v a b a n la s p i e r n a s , l u e g o
l o s q u e l l e v a b a a l c h i n o . Y o c a m i n a b a a u n l a d o y e l o f i c i a l d e
g u a r d i a a o t r o . E l a i r e e r a f r í o . Y o t e mb l a b a b a j o m i l i g e r o m a n t o .
D e s c e n d i m o s h a s t a e l M a n i L h a k h a r . D o b l a m o s a l a de r e c h a ,
a t r a v e s a m o s l o s d o s p a rques y nos acercamos a la Legación China.
E l R í o V e n t u r o s o e s t a b a l l e n o d e r e f l e j o s y m o s t r a b a , e n t r e l o s
á r b o l e s , s u b r i l l a n t e s u p e r f i c i e . L l e g a m o s a la Leg a c i ó n . L o s h o m b r e s
d e j a r o n l a s d o s c a m i l l a s e n e l s u e l o . M u r m u r a b a n m o l e s t o s y ,
m i e n t r a s c o n c e d í a n u n b r e v e r eposo a sus múscu los doloridos,
contempla ba n curiosos aque l l o s m u r o s . L o s c h i n o s e r a n p e r s o n a s
" m u y " a g r e s i v a s c o n l o s q u e t r a t a b a n d e e n t r a r e n s u s p r o p i e d a d e s .
E n v a r i a s o c a s i o n e s , " p o r a c c i d e n t e " , d i s p a r a r o n c o n t r a u n o s n i ñ o s
porque éstos, jugando, habían entrado allí, matándolos. Tras e scupir en
su s manos, los hom br es levantar on de nue vo la s ca m illa s y r ea nu da r on
la ma r cha . Dobla m os a la izq u ie r da , s i g u i e n d o e l c a m i n o d e L i n g k o r
y , p o r f i n , e n t r a m o s e n e l t e r r i t o r i o d e l a L e g a c i ó n . L l e n o s d e
h o s t i l i d a d , u n o s h o mbres acudieron a la puerta.
— T e n g o e l h o n o r d e d e v o l v e r l e a u n o d e s u s h o m b r e s q u e s e
a v e n t u r ó a r e c o r r e r l a T i e r r a S a g r a d a — d i j o n u e st r o o f i c i a l d e
g u a r d i a — . S e d e s p e ñ ó y h a s i d o n e c e s a r i o a m p u t a r l e a m b a s
p i e r n a s . L a s t r a e m o s t a m b i é n c o n n o s otros para que puedan comprobarlo.
U nos sol da dos , con el r ost r o t enso , int r odu je r on am ba s camillas

206. dentro del edificio. Entretanto, los demás nos apun taron con el fusil,
obligándonos a retroceder. Nos retiramos

207. 12 4 LOBSANG RAMPA
h a c i a e l c a m i n o y y o m e e s c o n d í t r a s u n á r b o l , m i e n t r a s los demá s
regre sa ba n. Unos terribles alaridos acribillaron el a i r e . M i r é a m i
a l r e d e d o r y v i q u e n o h a b í a n i n g ú n s o l d ad o . T o d o s h a b í a n e n t r a d o
e n l a m i s i ó n . V e n c i d o p o r u n l o c o i m p u l s o , a b a n d o n é e l d u d o s o
r e f u g i o q u e e l á r b o l m e o f r e c í a y , p r o c u r a n d o n o h a c e r r u i d o , c o r r í
h a c i a l a v e n t an a . H a b í a n t e n d i d o a l h e r i d o e n e l s u e l o . U n s o l d a d o
e sta ba se nta do sobr e su pe cho. Ot r os dos en su s br a z os. Ot r o le
quemaba los mu ñone s con la br asa de un ciga rr illo. Éste , d e p r o n t o , s e
i r g u i ó , d e s e n f u n d ó s u r e v ó l v e r y l e h i z o u n disparo entre los ojos.
Escu ché un cr ujido detrá s de mí. Rápida mente , me pu se de
r o d i l l a s y m e a p a r t é . U n s o l d a d o c h i n o h a b í a s u r g i d o d e l a
o s c u r i d a d y a p u n t a b a c o n s u r i f l e a l l u g a r d o n d e e st a b a a n t e s m i
c a b e z a . C o m o u n r a y o , m e l a n c é e n t r e s u s p i e r n a s y l e h i c e p e r d e r
e l e q u i l i b r i o , m i e n t r a s e l f u s i l s e l e e s c a p a b a d e l a s m a n o s . C o r r í d e
á r b o l e n á r b o l t o d o l o a p r i s a q u e p u de . La s b a la s p a s a b a n r oz a n d o
la s r a m a s b aja s y , d e t r á s de m í , o í a u n r u i d o d e p a s o s a p r e s u r a d o s .
La s i t u a c i ó n m e e r a f a v o r a b l e . Y o e r a m u y r á p i d o c o r r i e n d o y l o s
c h i n o s s e v e ía n o b l i g a d o s a d e t e ne r s e p a r a p o d e r d i sp a r a r m e . M e
p r e c i p i t é h a c i a l a p a r t e t r a s e r a d e l j a r d í n , y a q u e la p u e r t a
pr in c i pa l e s t a b a v ig ila da . Su bí a u n á r b ol y m e d e s l i c é p o r u n a d e
s u s r a m a s h a s t a q u e m e f u e p o s ib l e s a l t a r a l o t r o l a d o d e l m u r o .
P o c o s s e g u n d o s d e s p u é s m e h a l la b a de nu e vo e n pr e se n ci a de m i s
co m pa t r i ot a s q u e h a b ía n t r a n s p or t a d o a l he r i do . C u a n do oy e r on m i
hi st or ia , a c e l e r a r o n e l p a s o . N o s e n t í a n e l m e n o r d e s e o d e e x p e r i-
m e n t a r e m o c i o n e s . L o ú n i c o q u e q u e r í a n e r a e v i t a r l o . U n s o l d a d o
c h i n o s a l t ó a l c a m i n o d e s d e e l m u r o y m e m i r ó d e s c o n f i a d o . Y o l e
m i r é t a m b i é n a é l c o n l a m a y o r s e r e n id a d . C o n g e s t o a g r i o , l a n z ó
u n j u r a m e n t o e n e l q u e m i s p a d r e s e r a n m e n c i o n a d o s y s e d i o
m e d i a v u e l t a . N o s o t r o s seguimos nuestro camino con la mayor rapidez
posible.
De r e g r e s o a Sh ó , l os ho m b r e s m e de ja r o n s ol o . M ir a nd o h a c i a
a t r á s c o n c i e r t o m i e d o , c o r r í p o r e l c a m i n o q u e c o n d u c í a a l
C h a k p o r i . U n v i e j o m o n j e , s e n t a d o a l b o r d e del camino, me llamó.

209. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 125
¿ Q u é t e s u c e d e , L o b s a n g ? P a r e c e q u e t e
p e r s i g a n todos los espíritus maléficos.
S e g u í c o r r i e n d o s i n p a r a r y e n t r é j a d e a n t e e n l a h a b it a c i ó n d e
m i M a e s t r o , e l L a m a M i n g y a r D o n d u p . D u r a n t e unos instantes intenté
recobrar el aliento.
— ¡ A y ! — d i j e a l f i n — , l o s c h i n o s a s e s i n a r o n a a q u e l hombre. Lo
mataron de un tiro.
A t r o p e l l a d a m e n t e , l e c o n t é l o s u c e d i d o . M i M a e s t r o guardó
silencio durante unos instantes.
— V e r á s m u c h a v i o l e n c i a e n t u v i d a , L o b s a n g — m e d i j o
d e s p u é s — . P o r e l l o , d e b e s p r o c u r a r n o d e j a r t e i m p r esiona r
dem asia do por este acontecim iento. Se trata tan sólo d e u n s i s t e m a
h a b i t u a l m e n t e u t i l i z a d o e n d i p l o m a c i a . A s es i n a r a l o s q u e f r a c a s a n y
a ba n d o n a r a l o s e s p í a s q u e s o n c a p t u r a d o s . A s í s e h a c e e n t o d o e l
m u n d o , e n t o d o s l o s países de la Tierra.
Se n t a d o a nt e m i M a e s t r o , m i e n t r a s s e n t ía q u e m e r e c ob r a b a p o c o
a p o c o e n l a q u i e t a t r a n q u i l i d a d d e s u p r e s e ncia, pensé en otra cosa que
me preocupaba.
—Señor — le pregunté —, ¿cómo actúa el hipnotismo?
¿ C u á n d o c o m i s t e l a ú l t i m a v e z ? — m e
p r e g u n t ó c o n una sonrisa en los labios.
¡ O h , h a c e u n a s d o c e h o r a s ! — l e r e s p o n d í
l l e n o d e t r i s t e z a , d á n d o m e c u e n t a d e m i a p e t i t o c o n m a y o r i n t e n s i-
dad que hasta entonces.
E n t o n c e s , v a m o s a c o m e r a h o r a . C u a n d o
n o s s i n t amos repuestos, trataremos del hipnotismo.
Me h iz o s e ñ a s p a r a q u e g u a r da r a s il e n ci o y s e se n t ó e n a c t i t u d
m e d i t a t i v a . Y o c a p t é e l m e n s a j e t e l e p á t i c o q u e e nv i a b a a l o s
s i r v i e n t e s : " C o m i d a " y t é . C a p t é t a m b i é n u n m e n s a j e t e l e p á t i c o
d i r i g i d o a a l g u i e n d e l P o t a l a p a r a q u e f u e r a a v e r i n m e d i a t a m e n t e
a l P r o f u n d o c o n e l o b j e t o d e i n f o r m a r l e d e t o d o . ¡ P e r o m i
" s i n t o n i z a c i ó n " d e l m e n s a j e t e l e p á t i c o f u e i n t e r r u m p i d a p o r l a
e n t r a d a d e u n s i r v ie n t e que nos traía comida y té!

210. D e s p u é s d e c o m e r m e s e n t í s a t i s f e c h o , c a s i i n c ó m o d am e n t e
s a c i a d o . " H a b í a " p a s a d o u n a j o r n a d a d i f í c i l . D urante muchas horas
"había" sentido hambre, pero en mi

211. 12 6 LOBSANG RAMPA
i n t e r i o r s e f o r m a b a u n p e n s a m i e n t o t o r t u r a n t e : t a l v e z c o m í
d e m a s i a d o , t a l v e z m e h a b í a e x c e d i d o . D e s c o n f i a d o m i r é a m i
M a e s t r o y m e d i c u e n t a d e q u e m e m i r a b a d ivertido.
— S í , L o b s a n g — d i j o — , " h a s " c o m i d o d e m a s i a d o . E sp e r o q u e
s e r á s c a p a z d e s e g u i r m i s e x p l i c a c i o n e s s o b r e e l h i p n o t i s m o . —
O b s e r v ó m i s m e j i l l a s c u b i e r t a s d e r u b o r y s u r o s t r o p a r e c i ó
s u a v i z a r s e — . ¡ P o b r e L o b s a n g ! H a s t e n id o u n d í a d i f í c i l . V e t e a
d e s c a n s a r . Y a h a b l a r e m o s m añana.
A b a n d o n ó l a h a b i t a c i ó n . Y o s u b í a l a m í a c a y é n d o m e d e s u e ñ o .
¡ D o r m i r ! E r a l o ú n i c o q u e d e s e a b a . ¿ C o m e r ? ¡ B a h ! H a b í a c o m i d o
d e m a s i a d o . M e a c o s t é e n u n r i n c ó n y m e e n v o l v í e n m i m a n t o .
M i s u e ñ o f u e m u y a g i t a d o , l l e n o d e p e s a d i l l a s e n l a s q u e u n o s
c h i n o s s i n p i e r n a s m e p e r s e g u í a n p o r e l b o s q u e y o t r o s c h i n o s
a r m a d o s s a l t a b a n a mis espaldas tratando de matarme.
" ¡ P u m ! " M e s a l t a b a n l a c a b e z a . U n s o l d a d o c h i n o m e d a b a
f u r i o s o s p u n t a p i é s . " ¡ P u m ! " M i c a b e z a s a l t a b a d e n u e v o . A b r í l o s
o j o s c o n d i f i c u l t a d . U n " c h e l a " m e e s t a b a s a c u d i e n d o c o n f u e r z a y
m e d a b a p a t a d a t r a s p a t a d a , i ntentando despertarme.
— ¡ L o b s a n g ! — e x c l a m ó a l v e r q u e m i s o j o s s e h a b í a n a b i e r t o
— . ¡ L o b s a n g ! C r e í q u e e s t a b a s m u e r t o . H a s d o rm i d o t o d a l a
n o c h e s i n a c u d i r a l o s S e r v i c i o s N o c t u r n o s . G r a c i a s a l a
i n t e r v e n c i ó n d e t u M a e s t r o , e l L a m a M i n g y a r D o n d u p , t e s a l v a s t e d e
l a s i r a s d e l o s v i g i l a n t e s . ¡ D e s p i e rt a ! — m e g r i t ó a l d a r s e c u e n t a d e
q u e e s t a b a a p u n t o d e dormirme de nuevo.
L a l u c i d e z v o l v i ó a m í . A t r a v é s d e l a v e n t a n a , v i l o s p r i m e r o s
r a y o s de l s o l d e a q u e l la j o r n a d a a s o m a n d o s o b r e l a s c u m b r e s d e l
H i m a l a y a y a l u m b r a n d o l o s e d i f i c i o s m á s alt os del Valle, los techos
dora dos de l le jano Se ra y la parte s u p e r i o r d e l P a r g o K a l i n g . E l d í a
a nt e r i o r h a b í a e s t a d o e n e l p u e b l o d e S h ó . ¡ A h , e s o s í q u e n o
h a b í a s i d o u n s u eñ o ! Y h o y , h o y " e s pe r a b a " l i b r a r m e d e a l g u n a s
c l a s e s p a r a r e c i b i r d i r e c t a m e nt e la s e n s e ñ a n z a s d e m i a m a d o
M a e s t r o Mingyar Dondup. Iba a hablarme acerca del hipnotismo.

212. T e r m i n é e n s e g u i d a m i d e s a y u n o y m e d i r i g í a c l a s e , p e r o n o p a r a
q u e da r m e a l l í y r e c it a r p a s a j e s d e l o s c i e nt o o c h o L i b r o s S a g r a d o s ,
¡ s i n o p a r a e x p l i c a r p o r q u é n o p o d í a i r a clase!
¡ S e ñ o r ! — d i j e e n c u a n t o e n t r ó e l M a e s t r o — .
S e ñ o r , h o y t e n g o q u e r e c i b i r l a s e n s e ñ a n z a s d e l L a m a M i n g y a r
Dondup. Te ruego que me permitas marcharme.
S í , h i j o m í o — d i j o e l M a e s t r o e n u n
a s o m b r o s o t o n o f e s t i v o — . Y a h e h a b l a d o c o n e l S a g r a d o L a m a ,
t u M a e st r o . T u v o l a a m a b i l i d a d d e d a r m e l a s g r a c i a s p o r l o s p r o-
gr e sos q ue ba jo m i dir e cció n ha bía s r ea liza do . Con fie so qu e estoy muy
satisfecho, muy satisfecho.
C o n g r a n a s o m b r o p o r m i p a r t e , a l a r g ó l a m a n o y m e di o u na s
pa lm a da s ca r iñ o sa s e n e l ho m b r o a n t e s de e nt r a r e n c l a s e . D i v e r t i d o ,
m e d i r i g í h a c i a e l s e c t o r d e l o s la m a s , preguntándome qué podía haberle
sucedido.
C a m i n a b a l i b r e d e p r e o c u p a c i o n e s . D e p r o n t o , m e d etuve al pasar
por una puerta entreabierta.
¡ O h ! — e x c l a m é a s o m b r a d o — . " ¡ N u e c e s e n
d u l c e ! "
O l í a n m u y b i e n . E n s i l e n c i o , r e t r o c e d í y m i r é a l i n t er i o r . U n
v i e j o m o n j e b u s c a b a a l g o p o r e l s u e l o . M u r m ur a b a p a l a b r a s q u e
n o e r a n p r e c i s a m e n t e o r a c i o n e s . S e l ame nta ba por qu e ha bía pe r di do
u na ca ja de nue ce s en du lce que alguien le había traído de la India.
— ¿ P u e d o a y u d a r l e e n a l g o , R e v e r e n d o L a m a ? — l e p r egunté
cortésmente.
S e v o l v i ó f u r i o s o h a c i a m í y m e h a b l ó e n u n t o n o t a n g r o s e r o
q u e m e v i o b l i g a d o a h u i r d e a l l í c o n t o d a l a r ap i d e z q u e p u d e .
" ¡ C u á n t o r u i d o p o r u n a s n u e c e s ! " , p e n s é disgustado.
¡ E n t r a ! — d i j o m i M a e s t r o c u a n d o m e
a c e r q u é a l a p u e r t a d e s u h a b i t a c i ó n — . C r e í q u e h a b í a s v u e l t o a
d o rmirte.
— S e ñ o r — l e d i j e — , h e v e n i d o p a r a r e c i b i r t u s e n s eñ a n z a s .
D e s e o a r d i e n t e m e n t e q u e m e e x p l i q u e s l a n a t u r aleza del hipnotismo.
L o b s a n g — m e r e s p o n d i ó — , e s p r e c i s o q u e

213. a p r e ndas muchas cosas más. Primero debes poseer una base su-
LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 127

214. 128 LOBSANG RAMPA
f i c i e n t e p a r a c o m p r e n d e r e l h i p n o t i s m o . D e n o s e r a s í , n o s a b r á s
c o n e x a c t i t u d l o q u e h a c e s . S i é n t a t e .
M e s e n t é e n e l s u e l o c o n l a s p i e r n a s c r u z a d a s y é l s e s e n t ó
f r e n t e a m í . P a r e c í a e s t a r p e r d i d o e n s u s p r o p i a s r ef l e x i o n e s .
— D e m o m e n t o , y a s a b e s q u e t o d o c u a n t o e x i s t e e s v ib r a c i ó n ,
e l e c t r i c i d a d . E n l a c o m p o s i c i ó n d e l c u e r p o i n t e rv i e n e n d i v e r s a s
s u s t a n c i a s q u í m i c a s q u e l l e g a n a l c e r e b r o a t r a v é s d e l s i s t e m a
c i r c u l a t o r i o . C o m o y a t e h e d i c h o , e l c er e b r o e s t á m u y b i e n
a b a s t e c i d o d e s a n g r e y d e l a s s u s t a nc i a s q u í m i c a s q u e é s t a
a r r a s t r a c o n s i g o . E s t a s s u s t a n c i a s ( p o t a s i o , m a n g a n e s o , c a r b o n o y
o t r a s m u c h a s ) f o r m a n l o s t e j i d o s c e r e b r a l e s , i n t e r r e l a c i o n a d o s
e n t r e e l l o s , y q u e d a n l u g a r a u n a o s c i l a c i ó n p e c u l i a r d e l a s
m o l é c u l a s q u e n o s ot r o s d e n o m i n a m o s " c o r r i e n t e e l é c t r i c a " .
C u a n d o p e n s a m o s , p o n e m o s e n m a r c h a u n a c a d e n a d e r e a c c i o n e s
q u e c o n s t it u y e n e s a c o r r i e n t e e l é c t r i c a y , c o n e l l o , l a s " o n d a s
c e r eb r a l e s " .
R e f l e x i o n é e n t o d a s a q u e l l a s c o s a s q u e n o p o d í a v e r . S i m i
c e r e b r o e s t a b a l l e n o d e " c o r r i e n t e s e l é c t r i c a s " , ¿ p o r q u é y o n o
s e n t í a e l c a l a m b r a z o ? R e c o r d é q u e u n n i ñ o q u e h a c í a v o l a r s u
c o m e t a , e n m e d i o d e u n a t o r m e n t a , l o s i n t i ó . U n i n t e n s o
r e s p l a n d o r a z u l d e s c e n d i ó s ú b i t a m e n t e p o r l a c u e rd a m o j a d a y é l
— l o r e c u e r d o c o n u n e s c a l o f r í o — c a y ó a l s u e l o c o m o u n m o n t ó n
d e c a r n e s e c a y q u e m a d a . Y y o t a m b i é n s e n t í u n a v e z u n o d e
a q u e l l o s c a l a m b r e s c u a n d o e l e v a b a m i c o m e t a . U n a d é b i l
d e s c a r g a , c o m p a r a d a c o n l a q u e r e c i b i ó m i a m i g o , p e r o l o
s u f i c i e n t e m e n t e " f u e r t e " c o m o p a r a h a c e r m e d a r u n s a l t o d e u n o s
d o c e p i e s .
— H o n o r a b l e L a m a — l e r e s p o n d í — . ¿ C ó m o p u e d e h a b e r
e l e c t r i c i d a d e n e l c e r e b r o ? S i f u e r a a s í , l o s h o m b r e s s e m o r i r í a n
d e d o l o r .
— L o b s a n g — d i j o m i M a e s t r o s o n r i e n d o — . E s e c al a m b r e q u e
s e n t i s t e u n a v e z t e h a d a d o u n a i d e a e r r ó n e a d e l a e l e c t r i c i d a d . L a
c a n t i d a d d e e l e c t r i c i d a d c o n q u e e s t á c a r g a d o e l c e r e b r o e s
p e q u e ñ a . S ó l o p u e d e s e r m e d i d a c o n i n s t r u m e n t o s m u y d e l i c a d o s
q u e r e g i s t r a n e n s u s d i a g r a-

215. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 129
m a s la s v a r ia c io n e s pr o du ci d a s c u a n d o s e p ie ns a o r e a l iz a alguna
acción física.
L a i d e a d e q u e u n h o m b r e p o d í a m e d i r e l v o l t a j e d e l c e r e b r o d e
o t r o m e r e s u l t a b a i n c r e í b l e . P o r e l l o s o l t é u n a carcajada. Mi Maestro se
limitó a sonreír.
— E s t a t a r d e — m e d i j o — i r e m o s c a m i n a n d o a l P o t al a . E l
P r o f u n d o t i e n e u n o s a p a r a t o s q u e n o s p e r m i t i r á n t r a t a r c o n m a y o r
c l a r i d a d e l p r o b l e m a d e l a e l e c t r i c i d a d . A h o r a v e a d i s t r a e r t e u n
p o c o . D e s p u é s d e c o m e r , c o l ócate tu mejor manto y ven a verme.
L e h i c e u n a r e v e r e n c i a y m e m a r c h é . D u r a n t e d o s h or a s d i
v u e l t a s a l a c a s o . S u b í a l a t e r r a z a y m e e n t r e t u v e a r r o ja n d o
p i e d r e c i l l a s a l a c a b e z a de l o s c o n f i a d o s m o n j e s q u e p a s a b a n d e b a j o
d e m í . C u a n d o m e c a n s é d e e s t a d i st r a c c i ó n , m e a g a c h é e i n t r o d u j e
m i c a b e z a p o r u n a e s t r echa ve nta na que daba a u n cor redor oscu ro.
Esta ba a pu nt o de e nt r a r p or a ll í, c u a n d o e sc u c hé u n os p a s o s q u e se
a ce rc a b a n . N o pu de v e r q u ié n e r a p or q u e la v e n t a n a e st a ba e n u n
r i n c ó n . S a q u é l a le n g u a , p u s e u n a c a r a f e r o z y e s p e r é . S e a c e r c ó u n
a n c i a n o y , c o m o n o p o d í a v e r m e , t r o p e z ó c o n m i g o . M i l e n g u a
h ú m e d a t o c ó s u m e j i l l a . L a n z ó u n a g u d o g r i t o y , t r a s d e j a r c a e r a l
s u e l o , c o n g r a n e st r é p i t o , l a b a n d e ja q u e l le v a b a , h u y ó c o n u na
r a p i de z i n c r e í b l e e n u n h o m b r e d e s u s a ñ o s . Y o t a m b i é n m e l l e v é
u n a s o r p r es a . A l t r o p e z a r c o n m i g o , e l a n c i a n o m e h i z o p e r d e r e l
e q u il i b r i o . C a í d e e s p a l d a s e n e l c o r r e d o r . La v e n t a n a s e c e r r ó d e
g o l p e c o n u n s o n o r o " c r a s h " y u n a a bu n d a n t e c a nt i d a d d e p o l v o c a y ó
s o b r e m í . M e p u s e e n p i e , n o s i n c i e r t a d if i c u lt a d , y m e f u i
c o r r ie n d o e n d i r e c c i ó n c o n t r a r ia t o d o l o rápido que pude.
D o l o r i d o a ú n c o m o c o n s e c u e n c i a de l g o l p e , m e c a m b i é d e m a n t o y
c o m í u n p o c o . ¡ N o e s t a b a t a n m a l c o m o p a r a o lv i da r m e de e s o!
C u a n d o lo s o b je t os se q u e da r o n s in so mb r a y l l e g ó e l m e d i o d í a , m e
p r e s e n t é p u n t u a l m e n t e a n t e m i M a e s t r o . A l v e r m e , h i z o u n
e s f u e r z o p a r a m o s t r a r s e severo conmigo.
— L o b s a n g , u n v i e j o m o n j e j u r a q u e f u e a t a c a d o p o r un espíritu
maligno en un corredor del norte. Un grupo de

216. 9

217. 13 0 LOBSANG RAMPA
t r e s l a m a s h a i d o a l l í p a r a p r o n u n c i a r l o s e x o r c i s m o s d e st ina dos a
ale ja r le . Sin du da a lgu na , r e pre se nt ar é u n im port a n t e p a p e l e n e s t a
e m p r e s a s i m e l l e v o a e s e e s p í r it u m aligno — tú — al Potala, como
convinimos. ¡Vamos!
S a l i ó d e l a h a b i t a c i ó n y y o l e s e g u í . M e p a r e c i ó e s t a r r o d e a d o
d e m i r a d a s i n q u i s i t i v a s . A l f i n y a l c a b o , n u n c a s e s a b í a l o q u e
p o d r í a s u ce d e r m e m ie n t r a s l o s l a m a s p r a ct i c a b a n s u s e x o r c i s m o s .
Se n t í e l t e m or d e e n c o n t r a r m e de p r o n t o v o l a n d o p o r l o s a i r e s c o n
r u m b o a u n d e s t i n o d e sconocido y, probablemente, bastante incómodo.
S a l i m o s a l a i r e l i b r e . L o s s i r v i e n t e s n o s h a b í a n p r e p ar a d o l o s
c a b a l l o s . E l L a m a M i n g y a r D o n d u p m o n t ó y e mpe z ó a d e s ce n de r e l
se nd e r o de la m on t a ñ a le nt a m e nt e . M e a yu da r on a m onta r y u no de
los sir vie nt e s, br om e a ndo, dio u n a p a l m a d a e n l a g r u p a d e m i
c a b a l l o . É s t e , s i n t i é n d o s e t a m b i é n j u g u e t ó n , i n c l i n ó s u c a b e z a y
l e v a n t ó s u s p a t a s t r a s e r a s , a r r o j á n d o m e a l s u e l o . M i e nt r a s m e
le v a n t a b a s acu dié ndom e el p olvo , e l sir vie nt e su jet a ba a l a nima l por
la s b r i da s . Lu e g o m on t é de nu e v o , vi g i la nd o ca u t e lo s a m e n t e a los
sirvientes para que no me jugaran otra mala pasada.
E l c a b a l l o " s a b í a " q u e l e h a b í a m o n t a d o u n j i n e t e i ne x p e r t o .
A r i s c o , t r ot a b a p o r l o s s i t i o s m á s p e l i g r o s o s y se d e t e n í a e n l o s
b o r d e s d e l a m o nt a ñ a . I n c l i n a n d o l a c a b e z a s o b r e e l v a c í o ,
c o n t e m p l a b a l a s r o c a s de b a j o de n o s o t r o s . Me v i o b l i g a d o a
d e s m o n t a r y d e s c e n d í c a m i n a n d o , l l e v á nd o l e p o r l a s r i e n d a s d e t r á s
d e m í . E r a m á s r á p i d o y m á s s e g u r o . A l p i e d e l a M o n t a ñ a d e
H i e r r o , m o n t é n u e v am e n t e y s e g u í a m i M a e s t r o h a s t a e l p u e b l o
d e S h l i , d o nde nos det u vim os u nos inst a nte s por qu e é l t enía q ue
ha ce r unas cosas. Aquella pausa nos sirvió para recobrar el aliento y
r e c u pe r a r m i a pl om o. Lu e g o , ot r a ve z so b r e l os c a b a l lo s , su bim os los
am plio s esca lone s de l Pot a la . Lle no de a le g r ía , e nt r eg u é m i a nima l a
los sir vie nte s qu e nos e spe ra ba n a llí. A ú n m á s a l e g r e , s e g u í h a s t a
s u a l o j a m i e n t o a l L a m a M i ng y a r D o n d u p y , c u a n d o m e d i j o q u e
p a s a r í a m o s a l l í u n o o dos días, mi dicha fue inmensa.
L l e g ó l a h o r a d e a s i s t i r a l s e r v i c i o d e l T e m p l o . P e n s é que allí, en

218. el Potala, los servicios eran excesivamente for-

219. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 131
m a l e s y l a d i s c i p l i n a d e m a s i a d o e s t r i c t a . A p e s a r d e l a e xc i t a c i ó n
q u e m e h a b í a p r o d u c i d o a q u e l d í a y d e c i e r t a s cont u sione s, m e
por té lo m ejor qu e pu de y e l se r vicio t ra nscu r r i ó si n in ci d e n ci a s
di g n a s d e m e n ci ó n . Se h a b ía e st a b lec i d o q u e c u a n d o m i M a e s t r o
v i s i t a r a e l P o t a l a , y o o c u p ar í a u n a h a b i t a c i ó n c o n t i g u a a l a
s u y a . M e r e t i r é a m i c u a r t o d i s p u e s t o a e s p e r a r e l c u r s o n o r m a l d e
l o s a c o n t ec i m i e n t o s , y a q u e n o i g n o r a b a q u e e l L a m a M i n g y a r D o n-
du p e st a ba t r a t a n d o d e a su n t o s de E s t a d o co n u n a lt o f u nc i o n a r i o
q u e h a b í a l l e g a d o r e c i e n t e m e n t e d e l a I n d i a . M e f a s c i n a b a m i r a r
p o r l a v e n t a n a y v e r l a c i u d a d d e L h a s a a l o l e j o s . L a p e r s p e c t i v a
e r a d e u n a e x t r a o r d i n a r i a b e l l ez a . L os sa u ce s r ode a ba n l os la g os , e l
Jo K a n g e st a ba l le n o de d or a d o s d e s t e ll o s y se e s cu ch a b a la a lg a r a b ía
de l os per e g r i n o s q u e , a l p i e d e la M o n t a ñ a S a g r a d a , c l a m a b a n c o n l a
e s p e r a n z a d e v e r a l P r o f u n d o ( q u e h a l l á b a s e e n s u r es i d e n c i a ) o ,
p o r l o m e n o s , a a l g u n o d e l o s a l t o s d i g n a t ar i o s . U n a i n t e r m i n a b l e
h i l e r a d e c o m e r c i a n t e s c a m i n a b a n c o n s u s b e s t i a s b o r d e a n d o s i n
p r i s a s e l P a r g o K a l i n g . C o nt e m p l é s u s e x ó t i c a s c a r g a s p o r u n
m o m e n t o , h a s t a q u e e scuché a mis espaldas unos pasos suaves.
— V a m o s a t o m a r u n p o c o d e t é , L o b s a n g . D e s p u é s , seguiremos
hablando — dijo mi Maestro al entrar.
Le s e g u í a s u h a b i t a c i ó n , d o n d e h a b í a n s e r v i d o u n a c om i d a m u y
d i f e r e n t e a l a q u e s e s u e l e o f r e c e r a u n p o b r e m o n j e . T é , c o m o e s
l ó g i c o , p e r o t a m b i é n d u l c e s d e l a I nd i a . E r a d e m a s i a d o .
N o r m a l m e n t e , l o s m o n j e s n o h a b l a n c u a n d o c o m e n p o r q u e e ll o s e
c o n s i d e r a c o m o u na f a lt a d e r e s pe t o h a c ia lo s a li m e nt os . S in
e m b a r g o, e n e st a o ca si ó n , m i M a e s t r o m e c o n t ó q u e l o s r u s o s
e s t a b a n i n t e n t a n d o a lt e r a r e l o r d e n e n e l T i b e t y t r a t a b a n d e
i n f i l t r a r a s u s e s p í a s . C u a n d o t e r m i n a m o s d e c o m e r , n o s
e n c a m i n a m o s h a c i a l a h a b i t a c i ó n d o n d e e l D a l a i L a m a g u a r d a b a
e x t r añ o s i n s t r u m e n t o s p r o c e d e n t e s d e l e j a n o s p a í s e s . D u r a n t e u nos
inst a nt e s, nos lim ita m os a m ira r a nue st r o alr e de dor . E l L a m a
M i n g y a r D o n d u p m e i b a s e ñ a l a n d o c a d a u n o d e a q u e l l o s o b je t o s y
m e e x p l i c a b a p a r a q u é s e r v í a n . P o r f i n , se detuvo en un rincón de la
habitación.

221. 13 2 LOBSANG RAMPA
¡ M i r a e s t o , L o b s a n g ! — m e d i j o .
M e a c e r q u é . L o q u e m e m o s t r a b a n o m e i m p r e s i o n ó en
absoluto. Frente a mí, sobre una mesilla, había una jarra d e c r i s t a l e n
c u y o i n t e r i o r s e v e í a n d o s d e l i c a d o s h i l o s , c a d a u n o de l o s c u a l e s
p a r e c í a s o s t e n e r u n a p e q u e ña b o l a de madera.
¡ E s t o e s i m p o r t a n t e ! — d i j o s e c a m e n t e
m i M a e s t r o a l d a r s e c u e n t a d e q u e n o d a b a i m p o r t a n c i a a a q u e l
o b j et o — . L o b s a n g , t ú p i e n s a s e n l a e l e c t r i c i d a d s o l a m e n t e c o m o
a l g o q u e t e p r o d u c e c a l a m b r e s . H a y o t r o t i p o , o t r a m a n i f e s t a c i ó n
d e l a e l e c t r i c i d a d , q u e l l a m a m o s e s t á t i c a . ¡Observa!
T o m ó d e l a m e s a u n a v a r i l la o s c u r a d e u na s d o c e a c at or ce
pu lga da s de long it u d. La fr ot ó rá pida m e nt e co nt ra su m a n t o y l a
a c e r c ó l u e g o a l a j a r r a d e c r i s t a l . C o n g r a n sor presa, vi cómo las
dos var illas se se para ba n sú bitame nte y "seguían" separadas cuando él retiró
la varilla.
N o p i e r d a s d e t a l l e — m e r e c o m e n d ó m i
M a e s t r o .
Y o l o o b s e r v a b a t o d o a t e n t a m e n t e . A l o s p o c o s m i n ut o s ,
s i g u ie n d o e l i n f l u j o n a t u r a l d e l a g r a v e d a d , a m b a s b ol a s v o l v i e r o n a
d e s c e n d e r le n t a m e n t e y l o s h i l o s q u e d a r o n de nuevo verticales, como
antes del experimento.
I n t é n t a l o t ú — m e o r d e n ó e l L a m a
t e n d i é n d o m e l a varilla.
¡ P o r l a D o l m a B e n d i t a ! — e x c l a m é — .
¡ N o q u i e r o tocar esa cosa!
A l v e r m i e x p r e s i ó n a t e r r a d a , m i M a e s t r o r e í a d e b u ena gana.
I n t é n t a l o , L o b s a n g — d i j o — . S a b e s
p e r f e c t a m e n t e que nunca te he jugado una mala pasada.
E s c i e r t o — r e f u n f u ñ é — , p e r o p u e d e s e r
é s t a l a p r imera.
M e e n t r e g ó l a v a r i l l a . Y o c o g í , d e s c o n f i a d o , a q u e l o bj e t o
t e r r i b l e . A r e g a ñ a d i e n t e s , l l e n o d e a n s i e d a d , e s p e r a nd o q u e d a r

222. e l e c t r o c u t a d o d e r e p e n t e , f r o t é l a v a r i l l a e n m i m a n t o . N o s e n t í
n i n g u n a s e n s a c i ó n d e c a l a m b r e , n i s i q u i er a h o r m i g u e o . D e s p u é s , l a
a p r o x i m é a l a j a r r a y , ¡ m a r a v illa de las maravillas!..., "las bolas se separaron
de nuevo".

223. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 133
— C o m o p u e d e s v e r , L o b s a n g — o b s e r v ó m i M a e s t r o — , l a
e l e c t r i c i d a d e s t á a c t u a n d o a u n q u e t ú n o l a s i e n t a s . A s í es la
electricidad del cerebro. Ven conmigo.
N o s a c e r c a m o s a o t r a m e s a s o b r e l a q u e h a b í a u n a p ara t o má s
ext ra ño . Par e cía se r u na r ue da e n cuy a su pe r ficie h a b í a n u m e r o s a s
p l a c a s d e m e t a l . T e n í a d o s v a r i l l a s d i sp u e s t a s de fo r m a q u e u n o s
a la m br e s c ol o ca d o s e n la e xt r em i d a d d e c a d a u n a d e e l la s r oz a b a
le v e m e n t e d o s d e a q u el l a s p l a c a s . L o s a l a m b r e s e s t a b a n u n i d o s a
d o s b o l a s m et á l i c a s s i t u a d a s a p r o x i m a d a m e n t e a u n p i e d e
d i s t a n c i a . A q u e l c o nj u n t o d e c o sa s c a r e cí a de t o da si g n i fi c a c ió n pa r a
m í . " U n a p a r a t o d i a b ó l i c o " , p e n s é . Y m i M a e s t r o p a r e c i ó q u e r e r
c o n f i r m a r m i i m p r e s i ó n c o n s u s a c t o s . D i o u n a v u e l t a b r u s c a a
u n a m a n i v e l a q u e s a l í a d e l a r u e d a . R ug i e n d o y r e l a m p a g u e a n d o ,
l a r u e d a s e p u s o e n m o v i m i e nt o . De la s e s f e r a s d e m e t a l s a l i ó u na
lu z a z u l a d a s i s e a n d o y c r u j i e n d o . C o m o s i a l g o s e e s t u v i e r a
q u e m a n d o , e l a i r e se lle nó de u n e xt r a ñ o ol or . N o pu de c o nt e ne r m e .
Si n d u d a a l g u n a , a q u é l " n o " e r a l u g a r p a r a m í . M e e s c o n d í d e b a j o
de la me sa má s g rande y traté de hu ir , arrastrá ndome hacia la puerta.
C e s a r o n l o s s i s e o s y l o s c r u j i d o s p a r a s e r s u s t i t u i d o s p o r o t r o
r u i d o d i s t i n t o . C o n t u v e m i r e s p i r a c i ó n y e s c u c h é l l e n o d e a s o m b r o .
¿ E r a a q u é l a c a s o e l e c o d e u n a " r i s a " ? ¡ N o p o d í a s e r ! D e s d e m i
e s c o n d i t e , m u y n e r v i o s o , m i r é a t e n t a m e n t e . E r a e l L a m a M i n g y a r
D o n d u p . E s t a b a r i é nd o se a ca r ca ja da s. Su s oj o s e s t a b a n l le n o s de
lá g r im a s . Su c a r a , co n g e s t i on a d a p or la r is a . Ja de a ba co m o s i le
fa lt a r a la respiración.
— ¡ O h , L o b s a n g ! — d i j o p o r f i n — . ¡ E s l a p r i m e r a v e z q u e v e o a
a l g u i e n a t e r r o r i z a d o p o r l a m á q u i n a d e W i ms hu r s t ! E s t o s a pa r a t os
so n de u s o co r r ie nt e e n m u c h os pa ís e s e xt r a n je r o s . S i r v e n p a r a
d e m o s t r a r l a s p r o p i e d a d e s de la electricidad.
Sa lí de m i e scon dite ar ra st r á ndom e . Me se nt ía ridí cu lo.
Me a cer qu é a la e xt r a ña m áq u ina pa ra obse r va r la de ce r ca .
— Vo y a s u je t a r e st o s d o s a la m br e s , Lo b sa ng — m e d ij o
e l L a m a — . Y t ú d a v u e l t a s a l a m a n i v e l a c o n t o d a t u

225. 13 4 LOBSANG RAMPA
f u e r z a . Me v e r á s r o d e a d o d e c h i s p a s y d e r a y o s q u e n o m e ca u sa rá n
el me nor da ño. Va m os a int e nt a r lo. ¿ Qu ié n sa be ? ¡A lo mejor tienes la
oportunidad de reírte de mí!
T o m ó l o s d o s a l a m b r e s , u n o e n c a d a m a n o , y m e i n d ic ó c o n u n
g e s t o q u e p o d í a e m p e z a r c u a n d o q u i s i e r a . C eñ u d o , e m pu ñé la
m a n iv e la y la hi ce g ir a r c on f u e r z a . Gr it é l l e n o d e t e r r o r . G r a n d e s
f r a n j a s d e l u z p u r p ú r e a y v i o l e t a b r i l l a b a n e n l a s m a n o s y e l r o s t r o
d e m i M a e s t r o . P e r o é l se mantenía impertérrito. Entretanto, volvía a
sentirse aquel olor extraño.
— E s o z o n o — d i j o m i M a e s t r o — . C o m p l e t a m e n t e i n ofensivo.
M e c o n v e n c i ó d e s p u é s p a r a q u e y o s u j e t a r a l o s a l a mb r e s
m i e n t r a s é l d a b a v u e l t a s a l a m a n i v e l a . L o s s i s e o s y l os c r u ji do s
e r a n r e a lm e nt e pa vo r o s o s ; p e r o e n cu a nt o a la s e n s a c i ó n , ¡ e r a t a n
s ó l o c o m o u n a f r e s c a b r i s a ! E l L a m a c o g i ó d e u n a c a j a v a r i o s
r e c i p i e n t e s d e c r i s t a l y l o s c o n e ct ó , u n o a u n o , a l a m á q u i n a
m e d i a n t e u n o s a l a m b r e s . Mie nt ra s é l da ba vu e lt a s a la ma nive la ,
pu de ve r u na llam a b r i l l a n t e a r d i e n d o d e n t r o d e u n a d e l a s
b o t e l l a s . E n l a s o t r a s bo t e l la s ha bí a cr u ce s y ot r a s f ig u r a s de m e t a l,
in ca nd e s c e n t e s . P e r o n o s e n t í u n s o l o c a l a m b r e . C o n l a M á q u in a d e
W i m s h u r s t , m i M a e s t r o m e d e m o s t r ó q u e u na p e r s on a , a u n n o
p o s e y e n d o d o t e s d e c l a r i v i de n c i a , p u e d e v e r e l a u r a p s í q u i c a
h u m a n a . P e r o m á s a d e l a n t e i n s i s t i r é s o b r e este tema.
L a t a r d e d e c l i n a b a y l a l u z d e l d í a s e d e s v a n e c í a p o c o a p o c o .
P o r e l l o , i n t e r r u m p i m o s n u e s t r o s e x p e r i m e n t o s y r e g r e s a m o s a la
ha bi t a c ió n d e l La m a . A s is t im os a l se r v ic i o d e l a t a r d e c e r . N u e s t r a v i d a
e n e l T i b e t p a r e c í a e s t a r t o t a lmente circunscrita a las observancias
religiosas. Después del se r vi c io , vo l vi m o s a la ha bi t a ci ón de l La m a ,
do n de n o s se nt a m os co n la s p ie r na s c r u z a da s , c om o e s h a b it u a l e nt r e
nos o t r o s , a a m b o s l a d o s de u n a pe q u e ñ a m e s a d e m a d e r a d e unas
catorce pulgadas de alto.
— L o b s a n g — d i j o m i M a e s t r o — . A h o r a p o d e m o s o c up a r no s de l
t e m a de l h i pn ot is m o . P e r o p r i m e r a m e nt e e s p r eciso que analicemos cómo
funciona el cerebro humano.

227. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 135
E s p e r o h a b e r t e d e m o s t r a d o q u e p u e d e p r o d u c i r s e e l p a s o d e l a
c o r r ie n t e e l é ct r i c a p o r e l c u e r p o s i n e x p e r i m e n t a r e l m e n o r d o l o r o
m a l e s t a r . A h o r a q u i e r o q u e p i e n s e s q u e e s p o s i b l e q u e c u a n d o
a l g u i e n p i e n s a g e n e r a u n a c o r r i e n t e e l é c t r i c a . N o e s p r e c i s o q u e
a n a l i c e m o s l a f o r m a e n q u e e sa cor r ie nte e st im u la la s fi bra s
mu s cu la r e s y pr odu ce u na reacción. De momento, lo único que nos
interesa estudiar es la cor rie nte eléct rica en sí, las ondas cerebra les
que la cie nc i a m é d i c a d e O c c i d e n t e h a p o d i d o m e d i r y r e g i s t r a r t a n
inequívocamente.
R e c o n o z c o q u e t o d o a q u e l l o m e i n t e r e s a b a e n s u m o gr ado
porque , a pesar de m i insignificancia , yo ya sabía con c e r t e z a q u e e l
p e n s a m i e n t o t e n í a p o d e r . R e c o r d a b a a q u e l cilin dr o hue co q ue u tilicé
va r ia s ve ce s en la La m a se r ía y al q u e y o p o d í a i m p r i m ir u n
m o v i m ie n t o d e r o t a c i ó n s ó l o c o n la fuerza de mi voluntad.
—¡Estás distraído, Lobsang! — me dijo mi Maestro.
— L o s i e n t o , H o n o r a b l e S e ñ o r — l e r e s p o n d í — . E n r e al i d a d
e s t a b a p e n s a n d o e n l a n a t u r a l e z a d e l a s o n d a s m e nt a l e s y
r e c o r d a b a c ó m o m e d i v e r t í c o n a q u e l c i l i n d r o q u e , h a c e a l g u n o s
m e s e s , m e e n s e ñ a s t e a m o v e r c o n e l p e n s amiento.
Mi Maestro me miró y dijo:
— T ú e r e s u n a e nt i d a d , u n i n d i v i d u o q u e t ie n e s u s p r op i o s
p e n s a m i e n t o s . P u e d e s p e n s a r e n r e a l i z a r u n a a c c i ó n d e t e r m in a d a
co m o , p or e je m pl o , le v a nt a r a q u e l r o sa r i o. S ol a m e n t e c o n p e n s a r e n
e s a a c c i ó n , t u c e r e b r o h a c e q u e br ot e la e le ct r icida d de los
elem e nt os qu ím icos q ue lo cons t it u y e n y e sa on da e lé c t r ic a
pr e di s p o ne t u s m ú s cu lo s pa r a r e a l i z a r l a a c c i ó n p r o y e c t a d a . S i t u
c e r e b r o p u d i e r a g e n er a r u n a f u e r z a e lé c t r i c a m a y o r c o n t r a r ia , t e
v e r í a s i m p o s ib i l i t a d o p a r a r e a l i z a r t u d e s e o d e l e v a n t a r e l r o s a r i o .
E s f á c i l c o m p e n d e r q u e s i y o p u e d o c o n v e n c e r t e d e q u e n o p u e d e s
r e a l i z a r e s a a c c i ó n , t u c e r e b r o e s c a p a r á a t u c o nt r o l i n m e d i a t o y
g e n e r a r á u n a o n d a c o n t r a r i a a t u d e s e o . Y e l l o t e i m p e d i r á l e v a n t a r
e l r o s a r i o o r e a l i z a r l a a c c i ó n que habías pensado.

229. 13 6 LOBSANG RAMPA
L e m i r é p e n s a t i v o y m e d i c u e n t a d e q u e s u s p a l a b r a s c a r e c í a n
d e s e n t i d o p a r a m í p o r q u e ¿ c ó m o p o d í a é l i n f l u i r e n l a e l e c t r i c i d a d
q u e p r o d u j e r a m i c e r e b r o ? S e g u í m i r á nd o l e p e n s a t i v o ,
p r e g u n t á n d o m e s i d e b í a e x p o n e r l e m i s d ud a s . P e r o , e n t o d o c a s o ,
n o f u e n e c e s a r i o , p o r q u e a d i v i n ó mis pensamientos y decidió
tranquilizarme.
— L o b s a n g — m e d i j o — . P u e d o d e m o s t r a r t e q u e m i s
a f i r m a c i o n e s c o n s t i t u y e n u n h e c h o c o m p r o b a b l e . E n c u a lq u i e r p a í s
o c c i d e nt a l p o d r í a m o s p r o b a r l o c o n u na s e r ie d e aparatos que
registrarían las tres ondas básicas del cerebro. S i n e m b a r g o , a q u í n o
t e n e m o s e s a p o s i b i l i d a d y d e b e m o s l i m i t a r n o s a a n a l i z a r e s t e
p r o b l e m a v e r b a l m e n t e . E l c e r eb r o pr od u c e e le c t r i ci d a d , g e ne r a
on d a s . C u a n d o de c i de s leva nta r e l br a z o, tu ce re br o e mit e la s on da s
ne ce sa r ia s par a q u e p u e d a s h a c e r l o . S i y o s o y c a p a z — y u t i l i z a r é
u n a t e rm i n o l o g í a t é c n i c a p a r a e x p l i c á r t e l o — d e i n t r o d u c i r e n t u
c e r e b r o u na c a r g a n e g a t i v a , e n e se c a s o , t ú n o p o d r á s r e alizar tu
proyecto. En otras palabras, ¡estarás hipnotizado!
A q u e l l o e m p e z a b a a t e n e r s e n t i d o p a r a m í . C o n o c í a l a M á q u i n a
d e W i m s h u r s t . H a b í a a s i s t i d o a v a r i o s e x p e r i m e nt o s . Y h a b í a v i s t o
c ó m o e r a p o s i b l e i n v e r t i r l a p o l a r i d a d d e u n a c o r r i e n t e , h a c i e n d o
q u e f l u y e r a e n d i r e c c i ó n c o ntraria.
— H o n o r a b l e L a m a — l e p r e g u n t é — , ¿ c ó m o p u e d e s t ú i n t r o d u c i r
u n a c o r r i e n t e e n m i c e r e b r o ? N o p u e d e s l e v a nt a r l a s p a r e d e s d e m i
c r á n e o p a r a m e t e r a l l í e l e c t r i c i d a d . ¿Cómo puedes hacerlo, entonces?
— M i q u e r i d o L o b s a n g — d i j o m i M a e s t r o — . N o n e c es i t o e n t r a r
e n t u c a b e z a . N o s o y y o q u i e n d e b e p r o d u c i r l a e l e c t r i c i d a d p a r a
m e t e r l a d e n t r o d e t i . P e r o p u e d o i nfluirte con la s suge stiones
ade cua da s par a que te convenza s d e l a e xa c t i t u d d e m i s a f i r m a c i o n e s
y s e a s t ú m i s m o — i nv ol u n t a r ia m e nt e — q u ie n g e ne r e t u p r o pi a
co r r ie n t e e lé ct r ica negativa.
Me miró atentamente y añadió:
— N o s o y p a r t i d a r i o d e h i p n o t i z a r a n a d i e c o n t r a s u voluntad, a

230. no ser en caso necesario, por razones médicas

231. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 137
o q u i r ú r g i c a s . P e r o c r e o q u e s e r í a u n a b u e n a i d e a d e m o strar — con tu
cooperación — la realidad del hipnotismo.
— ¡ O h , s í ! — e x c l a m é r á p i d a m e n t e — . ¡ M e g u s t a r í a h acer algún
experimento de hipnotismo!
Sonrió un poco ante mi impetuosidad y me dijo:
— B i e n , L o b s a n g , ¿ q u é e s l o q u e t e d i s g u s t a h a c e r n o rm a l m e nt e ?
T e l o p r e g u nt o p o r q u e q u ie r o h i p n o t i z a r t e p a r a q u e h a g a s a l g o e n
c o n t r a d e t u p r o p i a v o l u n t a d . D e e s a f o r m a , p o d r á s e s t a r
p e r s o n a l m e n t e s e g u r o d e q u e , a l h ace r lo , e st á s a ct u a n do b a j o la
in fl u e n c ia de u na f u e r z a in dependiente de tu voluntad.
Re fle xio né u nos inst a nt e s y no su pe qu é r e spon de r . ¡Hab í a t a n t a s
c o s a s q u e m e m o l e s t a b a h a c e r ! M i M a e s t r o m e resolvió el problema de
aquella difícil opción.
— ¡ Y a l o s é ! — d i j o — . N o s i e n t e s e l m e n o r d e s e o d e lee r a qu e l
pa sa je , m á s bie n com pli ca do, de l q uint o libr o de l K a n g y u r . T e m ía s , a
m i ju i c i o , q u e a l g u na s d e l a s p a l a b r a s a l l í u t i l i z a d a s t e t r a i c i o n a r a n
y p u s i e r a n d e m a n i f i e s t o e l h e c h o d e q u e n o h a b í a s e s t u d i a d o l a
m a t e r i a s u f i c i e n t emente.
S u s p a l a b r a s m e a v e r g o n z a r o n y c o n f i e s o q u e m i s m ej i l l a s s e
l l e n a r o n d e r u b o r . E r a c i e r t o . U n o d e l o s p a s a j e s de l Libro me
resulta ba part icular mente difícil. Sin embarg o, m i i n t e r é s p o r l a
c i e n c i a m e p r e d i s p o n í a a s e r p e r s u a d i d o pa r a le e r l o, a u nq u e , e n
r e a l id a d , a q u e l p a s a je m e pr o du cí a verdadera fobia. Mi Maestro sonrió y
dijo:
— E l L i b r o e s t á j u n t o a l a v e n t a n a . V e a t r a e r l o , b u s c a e sa pá g in a
y lé e m e la e n v oz a lt a . Y s i in t e n t a s n o le e r la , si t r a t a s de e q u i vo c a r t e ,
e nt on ce s se r á a ú n m a y o r e l va lo r de la prueba.
Tomé el Libr o de bastante mala ga na y busqué la pá gina indica da .
La s pá g ina s de lo s libr os tibe ta no s son ma y or e s y m á s pe s a d a s q u e la s
de lo s li br os o c ci d e nt a le s. P r o c u r é h ac e r l o l o p e o r p o s i b l e y m e
d e m o r é t o d o l o q u e p u d e . S i n e m b a r g o , a l f i n a l , e n c o n t r é a q u e l
p a s a j e q u e , c o m o c o n s ec u e n c i a d e u n i n c i d e n t e q u e h a b í a t e n i d o
a n t e r i o r m e n t e con un tutor, me hacía sentir físicamente enfermo.

233. 13 8 LOBSANG RAMPA
T e n í a e l L i b r o a n t e m í y , a u n q u e l o i n t e n t a b a , n o c o nseg uía
articu lar su s palabras. Por muy extra ño que parezca, e l h e c h o d e
h a b e r s i d o t r a t a d o c o n v i o l e n c i a p o r u n t u t o r i nc o m p r e ns i vo , ha bí a
de sa r r o ll a d o e n m í u n a u t é nt ic o od io h a c ia t od a s a q u e l la s f r a se s
sa g r a da s. M i Ma e st r o s e l im it ó a m i r a r m e — n a d a m á s — y de p r o n t o
m e p a r e c i ó q u e a l g o h a b í a e s t a l l a d o d e n t r o d e m i c a b e z a .
S o r p r e n d i é n d o m e a m í m is m o , m e d i c u e nt a d e q u e l o e st a ba le y e nd o
y q u e n o sola mente lo leía , sino que lo hacía sin la menor vacilación,
f á c i l m e n t e , c o n f l u i d e z . A l t e r m i n a r e l p á r r a f o , t u v e u n a se ns a c ió n
ine x pl ic a b le . A ba n d on é e l Li br o, m e d ir ig í a l ce nt r o de la ha bi t a c i ón y ,
le v a n t a n do m is p ie r na s, m e s o st u ve s o b r e l a c a b e z a . " ¡ E s t o y
v o l v i é n d o m e l o c o ! " , m e d i j e . " ¿ Q u é p e n s a r á d e m í m i M a e s t r o s i
m e c o m p o r t o d e u n a f o r m a t a n e s t ú p i d a ? " P e r o d e s p u é s p e n s é q u e é l
e r a q u ie n d e t e r m i n a b a m i s a c t o s , i n f l u y e n d o e n m í p a r a q u e h i c i e r a
a q u e l l a s c o s a s . R á p i d a m e n t e , m e p u s e e n p i e d e n u e v o y me di cuenta
de que me sonreía benévolo.
E s l a c o s a m á s f á c i l d e l m u n d o ,
L o b s a n g . E s r e a lm e n t e s e n c i l l o i n f l u i r e n u n a p e r s o n a . N o
e x i s t e n i n g u n a d i f i c u lt a d p a r a p o d e r ha c e r l o c u a n d o se d o m i n a n l o s
c o n oc i m i e n t o s n e c e s a r i o s p a r a e l l o . M e l i m i t é a p e n s a r y t ú
ca pt a st e m i s p e n sa m ie nt os t e le pá t ic a m e n t e . Po r e ll o, t u c er e br o
r e a c ci o n ó de a cu e r do co n l o q u e t e ha bí a a nt i ci p a d o . Y e l l o h i z o q u e
s e p r o d u j e r a n e n é l c i e r t a s f l u c t u a c i o n e s que dieron lugar a tan
interesante resultado.
H o n o r a b l e L a m a — d i j e — . ¿ Q u i e r e s d e c i r
c o n e l l o q u e si so m o s ca pa ce s de in t r od u c ir u na co r r ie n t e e lé ct r i ca
e n e l ce r e br o de u na p e r s o na , po d e m o s co n s e g u i r q u e h a g a cuanto
nosotros deseamos?
N o , e n a b s o l u t o — d i j o m i M a e s t r o — . L o
q u e r e a lm e n t e s i g n i f i c a e s q u e s i e r e s c a p a z d e p e r s u a d i r a u n a
persona para que lleve a cabo una acción determinada y esta a c c i ó n n o
e s i n c o m p a t i b l e c o n s u s c o n v i c c i o n e s , s i n d u d a a l g u n a l a l le v a r á a
c a b o , p o r q u e s u s o n d a s c e r e b r a le s f u er on a lt er a da s e ,

234. inde pe ndie nte me nt e de su s int e ncione s or ig ina le s , a ctu a rá de a cue r do
con la s su g e st ione s hi pnót ica s. La mayor parte de las veces, las sugestiones
se reciben del

235. 1
LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 139
hi p no t i z a d or p e r o la ú n ic a i n fl u e n ci a q u e é st e e je r c e s o br e e l s u j e t o
a g e n t e e s l a d e l a s u g e s t i ó n . C o n h a b i l i d a d y l a u t i li z a c ió n d e
ci e r t os r e cu r s o s , e l hi p no t i z a d or p u e d e de t e rm i n a r a s u v í c t i m a a
r e a l i z a r a c c i o n e s d i s t i n t a s a l a s q u e proyectaba hacer en un principio.
Me conte mpló con g ran se rie dad dura nte u nos inst ante s y añadió:
— N a t u r a l m e n t e , t ú y y o p o s e e m o s u n p o d e r d i s t i n t o . T ú s e r á s
c a p a z d e h i p n o t i z a r a u n a p e r s o n a i n s t a n t á n e am e n t e , a u n e n
c o n t r a d e s u s p r o p i o s d e s e o s , y a q u e e s e p o d e r t e h a s i d o
c o n ce d i d o t e n ie n d o e n c u e n t a l a e s p e c i a l n a t u r a le z a d e t u v i d a y l a s
e n o r m e s d i f i c u lt a d e s a q u e t e ndr á s q u e s om e t e r t e pa r a r e a liz a r la
e xc e p c io na l m is ió n q u e te ha sido asignada.
Me miró fijamente como para darse cuenta de si le había comprendido. Al
convencerse de que era así, continuó:
— M á s a d e l a n t e — t o d a v í a n o e s e l m o m e n t o — , t e e ns e ñ a r á n
t o d o c u a n t o d e b a s s a b e r s o b r e e l h i p n o t i s m o y l a f o r m a m á s r á p i d a
d e h i p n o t i z a r . Y h a s d e s a b e r q u e c o n e llo incr e me nta r á s t am bié n
tu s pode r e s t ele pát ico s, por q ue cuando esté s via jando por re mot os
pa íses, te ndrás que ma nt e ne rt e en t odo m om e nt o en e st re cho cont a ct o
con nosot r os y l a f o r m a m á s r á p i d a y s e g u r a d e c o n s e g u i r l o e s l a
t e l epatía.
T o d o a q u e l l o m e e n t r i s t e c i ó . T o d o p a r e c í a i n d i c a r q u e ne ce sit a r ía
pa sa rm e a pre ndie ndo cosa s nue va s la vida e nt er a . P e r o c u a n t a s m á s
c o s a s a p r e n d í a , m e n o s t i e m p o l i b r e m e q u e d a b a . P r o c u r a b a n p o r
t o d o s l o s m e d i o s a u m e n t a r mis tareas, ¡sin librarme de ninguna!
— P e r o , H o n o r a b l e L a m a — l e p r e g u n t é — , ¿ c ó m o a ct ú a l a
t e l e p a t í a ? T o d o p a r e c e i n d i c a r q u e n o h a s u c e d i d o nada especial
entre tú y yo y, sin embargo, tú sabes siempre l o q u e p i e n s o ,
¡ e s p e c i a l m e n t e c u a n d o t e n g o g r a n i n t e r é s en ocultarlo!
Mi Maestro me miraba sonriente.

236. — E n r e a l i d a d , l a t e l e p a t í a e s a l g o m u y s e n c i l l o . T o d o c o n s i s t e
e n s a b e r c o n t r o l a r l a s o n d a s d e l c e r e b r o . T e e xplicaré. Tú sabes que tu
cerebro genera corrientes eléctricas

237. 14 0 LOBSANG RAMPA
q u e o s c i l a n d e a c u e r d o c o n l a s f l u c t u a c i o n e s d e t u p e n s am i e nt o .
N o r m a l m e n t e , é st o s a ct i v a n t u s m ú s c u l o s y h a c e n q ue tu s m iem br o s
pue da n m ove r se . Ta m bié n pu e de s pe n sar e n a l g ú n o bj e t o le ja no . E n
a m b o s c a s o s , t u e ne r g ía m e nt a l e s tr a nsm it ida , e s de cir , t u ce re br o
em ite fu e rz a -e ne r g ía en t o d a s d i r e c c i o n e s . S i c o n o c ie r a s u n m é t o d o
a de c u a d o p a r a conce nt rar tu s pensa mie nt os en una dirección
deter mina da , éstos serían de una intensidad mucho mayor.
R e c o r d é u n p e q u e ñ o e x p e r i m e n t o q u e é l m e h a b í a e ns e ñ a d o
h a c í a p o c o t i e m p o . E s t á b a m o s , c o m o e n a q u e l m om e n t o , e n l o a l t o
d e l a C u m b r e , c o m o l o s t i b e t a n o s l l a m am o s a l P o t a l a . E l L a m a , m i
M a e s t r o , h a b í a e n c e n d i d o u n a vela peque ña que difu ndía dé bilme nte
la luz a su alre dedor. C ol oc ó u n cr is t a l de a u m e nt o a nt e la ve la y ,
a ju s t a nd o a decu a da me nte la dist a ncia e nt r e a m bos objet os , pr oy e ct ó
cont r a l a p a r e d u n a i m a g e n d e l a l l a m a m u c h o m á s i n t e n s a q u e la
a u t é nt ic a . P a r a s a c a r m a y o r p r o v e c ho d e la le c ci ó n , c o l o c ó u n a
s u p e r f i c i e b r i l l a n t e d e t r á s d e l a v e l a d e m o d o que su luz se
conce nt ró má s toda vía y la image n pr oye cta da sobre la pared aumentó de
tamaño.
Le recordé aquellas experiencias y él me dijo:
— ¡ E s o m i s m o ! T i e n e s r a z ó n . E s p o s i b l e , m e d i a n t e d i stint os
pr oce dim ie nt os, c once nt ra r e l pe nsa m ie nt o y e nvia r lo e n u n a d i r e c c i ó n
d e t e r m i n a d a . T o d a s l a s p e r s o n a s p o s e e n l o q u e p o d r í a m o s l l a m a r
u n a l o n g i t u d d e o n d a , e s d e c i r , qu e el conju nt o de la ene rg ía e m it ida
por la s onda s bá sica s d e c a d a c e r e b r o s i g u e n u n o r d e n p r e c i s o d e
o s c i l a c i ó n . S i n o s f u e r a p o s i b l e p r e c i s a r e l r it m o d e o s c i l a c i ó n d e la s
o ndas básicas cerebrales de las demás personas y sintonizarlas, n o
h a l l a r í a m o s d i f i c u l t a d a l g u n a p a r a e n v i a r l e s n u e s t r o s m e n s a j e s
t e l e p á t i c o s , i n d e p e n d i e n t e m e n t e d e l a d i s t a n c i a que nos separa de ellas.
Me miró con firmeza y agregó:
— G r á b a t e t o d o e s o m u y b i e n e n t u c a b e z a , L o b s a n g . Pa ra la
telepatía , las dista ncia s ca rece n de sig nifica do... porque la telepatía puede
abarcar océanos... ¡y mundos!
C o n f i e s o q u e s e nt í a g r a n d e s de s e o s d e r e a l i z a r a l g u n a nueva

238. experiencia telepática. Me imaginaba conversando

239. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 141
con mis amigos de otras lamaserías, como Sera, o incluso de otr os
distr itos leja nos. No obstante, tenía el conve ncim ie nto íntimo de que
de ber ía orie ntar todos mis esfuerz os e n apren de r ot r a s co sa s qu e me
pu dier a n ser út ile s e n e l fu tu r o, u n f u t u r o q u e , s e g ú n t o d a s l a s
p r o f e c í a s , s e r í a r e a l m e n t e d e sdichado.
Mi Maestro interrumpió de nuevo mis pensamientos.
— M á s a d e l a n t e , v o l v e r e m o s a t r a t a r d e l t e m a d e l a t el e p a t í a .
T r a t a r e m o s t a m b i é n e x t e n s a m e n t e e l t e m a d e l a c l a r i v i d e n c i a , y a
q u e t e s e r á n c o n c e d i d o s e x t r a o r d i n a r i o s pode res de clarividente y la s
cosas te re sult arán más fáciles si cono ce s su me ca nism o y su pr o ce s o.
Todo e llo e stá e st rec h a m e n t e r e l a c i o n a d o c o n l a s o n d a s c e r e b r a l e s
y c o n e l A r c h i v o K á r m i c o . P e r o y a s e h a h e c h o d e n o c h e y , d e m o-
ment o, debemos interru mpir nue str a conversación para des c a n s a r
d u r a n t e e l s u e ñ o y p r e p a r a r n o s p a r a e l p r i m e r s e rvicio de mañana.
N os pu sim os en pie . Le hice u na r e spet u osa re ve re ncia , d e s e a n d o
p o d e r e x p r e s a r l e l a p r o f u n d a c o n s i d e r a c i ó n q u e me inspiraba.
Una fugaz sonrisa cru zó por sus labios y, a dela ntá ndose hacia mí,
oprimió su mano con ternura sobre mi hombro.
—Bu e na s noche s , Lobsa ng — m e dijo lle no de a fe ct o —. N o
d e b e m o s d e m o r a r n o s m á s o , d e l o c o n t r a r i o , m a ñ a n a te ndr e m os la
ca bez a mu y pe sa da y no ha brá na die ca paz de despertarnos cuando
llegue el momento de asistir a nuestras devociones.
Y a e n m i h a b it a ci ó n , e st u ve u no s in st a nt e s de p ie a nt e la ve nt a na
si nt ie n d o so b r e m í e l a ir e f r í o de la no c he . C o nt e m p l é l a s l e j a n a s
l u c e s d e L h a s a y p e n s é e n t o d o c u a n t o m i M a e s t r o m e h a b í a
e n s e ñ a d o y s o b r e t o d o e n l o q u e t oda vía t e nía qu e a pre nde r . Pa ra
m í re su lt a ba e vide nt e qu e co nfor m e au me nta ba n mis cono cim ie nt os ,
au me nt a ba n t amb i é n l a s c o s a s q u e i g n o r a b a . Y y o m e p r e g u n t a b a
c u á n d o t e r m i n a r í a a q u e l e x t r a ñ o p r o c e s o . S u s p i r a n d o , t a l v e z c o n u n
p o c o d e d e s e s p e r a c i ó n , m e e n v o l v í e n m i m a n t o y m e eché a dormir en
el suelo.

240. C A P I T U L O VII
n viento helado soplaba desde lo alto de las montañas. El
a ir e e st a ba s a t u r a d o de p ol v o y de pi e d r e c il la s di m i nuta s que
ca ían pr ofusame nte sobre nue st ros cuerpos e streme ci d o s . L os a ni m a le s
vi e j os , lle no s d e e xpe r ie nc ia , s e m a nt en í a n e n p i e e i n c l i n a b a n l a
c a b e z a a n t e e l v i e n t o p a r a e sq u i v a r l o e i m p e d i r q u e s u p i e l
p e r d i e r a e l c a l o r d e s u s c u e r p o s . D o b l a m o s e l K u n d u L i n g y n o s
d i r i g i m o s h a c i a e l M a n i L h a k h a n g . U n a f u e r t e r á f a g a d e v i e n t o , m á s
f u r i o s a q u e l a s a nt e r i o r e s , l e va n t ó e l m a n t o de u n o d e m i s c o m p a-
ñ e r o s q u e , d a n d o u n a g u d o g r i t o d e t e r r o r , a t r a v e s ó l o s a ire s com o
u na cor ne ta . Le vim os ele var se , boqu ia bie rt os y a s u s t a d o s . P a r e c í a
v o l a r h a c i a l a c i u d a d , c o n l o s b r a z o s exte n dido s. Su s ve st idu r a s,
infla da s por el vie nt o, le da ba n u n a s p e c t o d e g i g a n t e . D e s p u é s ,
v o l v i ó l a c a l m a d u r a n t e u n o s i n s t a n t e s y m i c o m p a ñ e r o c a y ó a l
K a l i n g C h u c o m o u na pie dr a. Enloque cidos, corr im os ha cia allá
temie ndo que s e a ho g a r a . A l l le g a r a la or il la , Y u lg y e — a s í s e lla m a b a
—t e n í a e l a g u a p o r l a s r o d i l l a s . E l h u r a c á n r u g i ó d e n u e v o lleno de
ímpetu, giró en torno suyo y lo trajo de nuevo hasta nosot r os . Y lo má s
sor pr e nde nte de t odo fue q ue s olam e nte se ha bía m oja do de r odilla s
pa ra a ba jo. N os a pre su r am o s a s e g u i r e l c a m i n o , s u j e t a n d o n u e s t r o s
m a n t o s c o n f u e r z a para impedir que el viento también nos arrastrara.
B o r d e a m o s e l M a n i L h a k h a n g . ¡ Y n u e s t r a m a r c h a f u e r e a l m e n t e
d i f í c i l ! E l h u r a c á n a u l l a b a a n u e s t r o a lr e d e d o r . Todos nuestros
esfuerzos estaban destinados a mantenernos en posición vertical. En el
pueblo de Shó, un grupo de da-

241. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 143
m a s d e e l e v a d a c o n d i c i ó n s o c i a l i b a n e n b u s c a d e u n r e f ug i o .
S i e m p r e m e c o m p l a c í a i n t e n t a r a d i v i n a r l a i d e n t i d a d d e l a s
p e r s o n a s d e t r á s d e l a s m á s c a r a s d e c u e r o . C u a n d o m á s c a r a d e
" j o v e n " t i e n e l a m á s c a r a , m á s a n c i a n a e s l a m u j e r q u e l a l l e v a . E l
T i b e t e s u n p a í s c r u e l y d u r o . S u s v ie nt o s l le n a n e l e sp a c io de
r u g id o s y ha ce n ca e r d e l o a lt o de la s m o nt a ña s t o r r e n t e s d e a r e na y
pi e d r a s . L os h om br e s y l a s m u j e r e s s e v e n o b l i g a d o s a l l e v a r , c o m o
p r o t e c c i ó n contra esas tormentas, unas máscaras de cuero que tienen
l o s o r i f i c i o s n e c e s a r i o s p a r a l o s o j o s y p a r a r e s p i r a r y c u y o s r a s g o s
e q u iv a le n in v a r ia b le m e nt e a la o pi n ió n q u e c a d a p e rsona tiene de sí
misma.
¡ V a m o s a p a s a r p o r l a C a l l e d e l o s C o m e r c i o s !
— g r i t ó T i m ó n c o n l a e s p e r a n z a d e h a c e r s e o í r a t r a v é s d e l a t o r-
menta.
P e r d e r e m o s e l t i e m p o — d i j o Y u l g y e — .
C u a n d o s op l a e l h u r a c á n , e c h a n l o s c i e r r e s . D e n o h a c e r l o a s í ,
v o l arían todos los géneros.
N o s a pr e s u r a m o s , c a s i d u p l i c a n d o l a v e l o c i d a d d e n u e st r a
m a r c h a . A l c r u z a r e l P u e nt e d e la Tu r q u e s a , n o s v i m o s o b l i g a d o s a
s u j e t a r n o s u n o s a o t r o s p a r a p o d e r r e s i s t i r l a v i o l e n c i a d e l v i e n t o .
M i r é h a c i a a t r á s y v i q u e e l P o t a l a y l a M o n t a ñ a d e H i e r r o s e
h a l l a b a n c u b i e r t o s p o r u n a n u b e n e g r a d e p a r t í c u l a s d e p o l v o y d e
p e q u e ñ a s p i e d r e c i l l a s , ar ranca da s de l eterno Hima laya por la
tor ment a. Ace leram os nue st r os pa sos pa r a e vita r q ue no s cu br ie r a
ta m bié n a no sot r o s y d e j a m o s a t r á s l a M o r a d a de D o r i n g , s i t u a d a e n
e l e xt e r i o r d e l C í r c u l o I n t e r n o , c e r c a d e l i n m e n s o J o K a n g . L a
t or m e nt a c a y ó r u g ie n do , a z ot a nd o n u e s t r a s ca be z a s y nu e st r o s
r o s t r o s s i n p r o t e c c i ó n . I n s t i n t i v a m e n t e , T i m ó n l e v a n t ó su s m a nos
con e l pr opó sit o de pr ote ge r se lo s ojo s. El vie nt o h i n c h ó s u m a n t o y
l o l e v a n t ó s o b r e s u c a b e z a , d e j á n d o l o t a n de s nu do c om o u n p lá t a n o
pe la d o , pr e ci s a m e nt e de la nt e de la Catedral de Lhasa.
P o r l a c a l l e , b a j a b a n r o d a n d o p i e d r a s y g u i j a r r o s q u e
g o l p e a b a n y h a c í a n s a n g r a r n u e s t r a s p i e r n a s . E l c i e l o s e o s c u r e c i ó
a ú n m á s , p o n i é n d o s e t a n n e g r o c o m o l a n o c h e . D e l a n t e d e

242. n o s o t r o s , T i m ó n a v a n z a b a d a n d o t u m b o s , l u-

243. 14 4 LOBSANG RAMPA
c h a n d o c o n s u m a n t o , q u e s e a r r e m o l i n a b a e n t o r n o a s u c a b e z a .
P o r f i n , e n t r a m o s t o d o s a t r o p e l l a d a m e n t e e n e l S a n t u a r i o d e l
L u g a r S a g r a d o . A l l í h a b í a " p a z " , u n a p a z p r o f u n da y
t r a n q u i liz a do r a . Du r a nt e t r e ce s ig lo s , l os f ie le s ha bí a n a cu di d o a
a q u e l lu g a r pa r a h a c e r su s o r a c io n e s . E l e d i f i c i o e x h a l a b a s a n t i d a d .
E l s u e l o d e p i e d r a e s t a b a d e sga st a do com o con se cu e ncia de l pa so de
va r ia s g e ne ra cio ne s de per e gr ino s. Su a tm ós fe ra est a ba viva . A lo
la r g o de l tie mpo, se había quemado allí tanto incienso que el lugar
parecía tener conciencia.
La s co lu m n a s , e n ne g r e c i da s p or e l p a s o de l os a ñ os , se alzaban
en medio de una perpetua oscuridad. El deslustrado br illo de l or o
re fle ja ba la lu z de la s ve la s y de la s lá m pa ra s d e g r a sa si n co n se g u i r
di s i pa r la s t i ni e b la s. La s lla m a s , p eq u e ñ a s y t e m b l o r o s a s ,
p r o y e c t a b a n s o b r e l a s p a r e d e s d e l Templo las som br as de las
Sag radas Imáge nes en una danz a g r o t e s c a . Y m ie n t r a s e l
i n t e r m i n a b le c o r t e j o d e l o s p e r e g r in o s c r u z a b a f r e n t e a l a s
I m á g e n e s , e l D i o s y l a D i o s a s e enlazaban en un infinito juego de luces y
de sombras.
D e l o s g r a n d e s m o n t o n e s d e j o y a s s u r g í a n b r i l l o s c a mbi a n t e s d e
t o do s l o s c ol or e s . D ia m a nt e s, t op a c i os , a g u a m ar ina s, ru bíe s y ja des,
refleja ba n la luz sobre sus su per ficie s for mando un calidoscopio
cr om ático. Las grande s rejilla s de hierr o, con su s peq ueños espa cios
libre s, destinados a im pedir el paso de posibles manos codiciosas,
mantenían las joyas y e l o r o i n a c c e s i b l e s a t o d o s a q u e l l o s q u e
p u d i e r a n s e nt i r q u e s u h o n r a d e z c e d í a a n t e s u a va r i c i a . P o r t o d a s
p a r t e s , a l o t r o la do de la s r e j il la s d e h ie r r o , l o s o jo s r oj iz o s de l o s
g a t o s d e l T e m p l o b r i l l a b a n e n l a o s c u r i d a d , p r o b a n d o a s í q u e
e st a ba n s ie m p r e v ig il a nt e s . I n co r r u pt ib le s , in dó m i t o s , sin temor al
hombre ni a las bestia s, cam inaban sile nciosos c o n s u s p a t a s
a t e r c i o p e la d a s . P e r o s i se p r o v o c a b a s u ir a , de sus sua ve s dedos
su rgían al insta nte uña s afiladas com o n a v a j a s . S u i n t e l i g e n c i a e r a
e x t r a o r d i n a r i a . S o l a m e n t e n ec e s i t a b a n m i r a r a l a s p e r s o n a s p a r a
p e ne t r a r e n s u p e n s am i e nt o . U n s i m p l e m o v i m i e n t o s o s p e c h o s o

244. h a c i a l a s j o y a s qu e gu a r da ba n y se con ve r t ía n e n a ut é nt ico s dia blos .
Sie mpre de dos en dos, uno se precipitaría contra la garganta

245. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 145
de l su pue st o la dr ón y el ot r o pa ra liz ar ía su br az o. A no se r q u e l o s
m o n j e s a c u d i e r a n r á p i d a m e n t e e n s u a y u d a , s o l am e n t e l a m u e r t e
p o d r í a l i b e r a r l e d e s u s g a r r a s . C o n m i g o y c o n
.
l o s q u e , c o m o y o ,
q u e r í a n a l o s g a t o s , é s t o s s e mostrarían cariñosos permitiéndonos
jugar con aquellos ines tima bles tesor os. Ju gar con ellos, pe ro no
lle vá rnoslos. C ompletamente negros, con sus ardientes ojos azules que
emanab a n u n f u l g o r r o j i z o a l r e f le j a r la L u z , e n l o s de m á s p a í s e s
e r a n c o n o c i d o s b a j o e l n o m b r e d e g a t o s " s i a m e s e s " . E n e l f r í o T i b e t ,
" t o d o s " l o s g a t o s e r a n n e g r o s m i e n t r a s e n l o s trópicos, según me
habían dicho, todos eran blancos.
R e c o r r i m o s e l T e m p l o r i n d i e n d o a d o r a c i ó n a l a s I m ág e n e s d e
O r o . E n e l e x t e r i o r , l a t o r m e n t a s e g u í a r u g i e n d o l l e n a d e i r a ,
a r r a s t r a b a t o d o s l o s o b j e t o s q u e n o e s t a b a n seg u r os e
im posi bilita ba e l pa s o a lo s via je r os sor pr e ndid os a q u i e n e s s u s
n e g o c i o s u r g e n t e s o b l i g a b a n a r e c o r r e r l o s c a m i n o s a z o t a d o s p o r e l
v i e nt o . E n e l i n t e r i o r d e l T e m p l o , s i n e m b a r g o , t o d o e s t a b a
t r a n q u i l o . S ó l o s e e s c u c h a b a e l " s h u s - s h u s " d e l o s p i e s d e l o s
p e r e g r i n o s q u e h a c í a n s u s r e c o r r i d o s y e l c o n t i n u o " c l a c - c l a c " d e
l o s M o l i n o s d e P l ega r ia s q ue g ir a ba n in ce sa nt e me nte . Pe r o no sot r os
ya no lo s o í a m o s . D e d í a y d e n o c h e , l l e n a b a n e l e s p a c i o c o n s u
" c la c - c l a c " , " c l a c - c l a c " , q u e s e h a b í a c o n v e r t i d o y a e n p a rt e d e
n u e s t r a s e x i s t e n c i a s . N o . N o l o s o í a m o s y a , c o m o n o oíamos los latidos
de nuestro corazón o nuestra respiración.
P e r o " h a b í a " a d e m á s o t r o r u i d o , u n r o n c o y á s p e r o "pu rr -
pu rr" y unos golpe s suaves cont ra las rejilla s. La s g olp e a b a u n v i e j o
g a t o p a r a r e c o r d a r m e q u e é r a m o s v i e j o s a m i g o s . P a s é m i s d e d o s
p o r l o s pe q u e ñ o s o r i f i c i o s c o n c u id a d o y l e r a s q u é l a c a b e z a . É l
" m o r d i s q u e ó " s u a v e m e n t e m is de do s com o sa lu dá nd ome y , lu eg o, m e
los la m ió con su á s p e r a l e n g u a ¡ c a s i a r r a n c á n d o m e l a p i e l ! D e
p r o n t o , s e pr o du jo u n m ovim ie nt o sos pe c hoso e n e l Te m plo y é l, com o
un rayo, escapó de mi lado para defender "su" propiedad.
— ¡ M e h u b i e r a g u s t a d o v e r l a s t i e n d a s ! — m u r m u r ó Timón.
— ¡ E s t ú p i d o ! — l e s u s u r r ó Y u l g y e — . " S a b e s " p e r f e ctamente que
están cerradas durante las tormentas.

247. 14 6 LOBSANG RAMPA
¡ " S i l e n c i o , m u c h a c h o s ! " — d i j o u n a d u s t o
v i g i l a n t e , su rgie ndo de las som br as m ient ras ase sta ba al pobre
Timón u n p u ñ e t a z o q u e l e h i z o p e r d e r e l e q u i l i b r i o y r o d a r p o r e l
suelo.
U n m o n j e c e r c a n o c o n t e m p l a b a la e s ce n a c o n g e s t o d e
de sa pr oba ción y ha cía g ir ar su Moli no de Ple ga r ia s. El enor m e
vi g i la nt e , q u e m e día c a s i s ie t e pi e s de a lt u r a , s e a lz a b a como una mole
humana ante nosotros.
S i v o l v é i s a a l b o r o t a r — d i j o — o s
d e s c u a r t i z o c o n mis ma nos y ar rojo vue st ros pedaz os a los
per ros ca lle jeros. ¡Ahora, guardad "silencio"!
N o s la nz ó u na ú lt im a m i r a d a fu r ib u n d a y , d á n d on o s la espa lda,
se hundió nue va mente en la s som br as. Timón se le vantó con cu idado
temie ndo turbar el sile ncio con el crujido de su s r opa s . N os q u it a m os
la s sa nda lia s y nos dir ig im os a la sa lida de pu nt illa s . La tor m e nt a
seg u ía ru g ie nd o a fue ra . U na c a s ca da d e nie ve r e sp la nd e c ie nt e ca ía
de sd e l os p i co s d e l a s m o n t a ñ a s . De s d e l a s p a r t e s m á s b a j a s , d e l
P o t a la y d e l C h a k p o r i , l l e g a b a n " n e g r a s " n u b e s d e p o l v o y d e p i e-
dre cilla s q ue e l vie nt o a r ra st r a ba ha cia la C iu da d a lo lar g o d e l o s
C a m i n o s S a g r a d o s . E l h u r a c á n b r a m a b a y u l u l a b a c o m o s i h a s t a
l o s d i a b l o s s e h u b i e r a n v u e l t o l o c o s y e n t onaran una cacofonía sin
sentido.
A p oy á n do n o s u n os e n ot r o s, no s di r i g i m o s ha ci a e l su r bor deando
el Jo Kang, en bu sca de u n refu gio en la fa chada po ste r ior de l e dificio
de l C onse jo. El vie nt o e nfu re cid o pa r ecí a q u e r e r a r r a nc a r no s de l
su e lo y ha ce r n os sa lt a r e l m u r o d e l M o n a s t e r i o d e m u j e r e s d e T s a n g
K u n g . A nt e a q u e l pe l igr o, nos estre mecíam os de m iedo y nos
apresurábam os. U na ve z a lc a n z a d o nu e s t r o r e fu g io , no s t e n di m o s e n
e l s u e l o jad e a n t e s , r e n di d o s po r e l e s fu e r z o q u e h a b ía m o s t e ni do q u e
hacer...
" . . . " — d i j o T i m ó n — . ¡ M e g u s t a r í a p o d e r
e m b r u j a r a e s e " . . . " d e v i g i l a n t e ! T u H o n o r a b l e M a e s t r o

248. p o d r í a h a c e r l o f á c i l m e n t e , L o b s a n g . T a l v e z p u e d a s c o n v e n c e r l o
p a r a q u e c o n v i e r t a a e s e " . . . " e n u n c e r d o — , a ñ a d i ó l l e n o de
esperanza.

249. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 147
— E s t o y s e g u r o d e q u e n o q u e r r á — l e r e s p o n d í a g it a n d o
n e g a t i v a m e n t e l a c a b e z a — . E l L a m a M i n g y a r D o nd u p nu n ca q u ie r e
ha ce r d a ñ o a ni ng ú n h om br e n i a ni ng ú n a nim a l. Sin e m bar g o, no
"e sta r ía" ma l conve r t ir a l vig ila nte en algo así. ¡Era un fanfarrón!
La t or m e nt a s e e st a b a c a lm a n do . La fu r ia de l vi e nt o y a n o
r e s o n a b a c o n t a n t a f u e r z a e n l o s a l e r o s . T a m p o c o e l p o l v o s e
i n t r o d u c í a y a e n n u e s t r o s m a nt o s . E l T i b e t e s u n país alto sin
pr ote cción cont ra los eleme nt os. Los hu racane s se van condensando
detrás de las montañas y, llenos de furia, r e c o r r e n l o s d e s f i l a d e r o s ,
e m p u j a n d o m u y a m e n u d o a l o s via je r os a l fondo de los ba r ra n cos y
cau sá n dole s la m ue r te . E l v i e n t o h u r a c a n a d o b a r r í a l o s p a t i o s d e l a s
l a m a s e r í a s , limpiándolos de paja y de tierra, y salía después
irrefrenable a los amplios espacios del Valle.
S e a p a g ó e l c l a m o r d e l h u r a c á n y r e i n ó n u e v a m e n t e e l sile ncio .
La s últ ima s nu be s tor m e nt osa s se fue r on e le va ndo en el firmamento,
dejando la infinita bóveda del cielo limpia, te ñida de pú r pur a . El
inte nso br illo de l sol ca y ó sobr e no sotros, deslumbrándonos con su luz
después de desvanecer las t inie bla s. Ca ut e losa me nte , lle na n do el aire
de chir r idos , la s pu er t a s fue r on a br ié ndose , m ie nt ra s a soma ba n la s
ca bez a s d e l o s v e c i n o s p a r a c o m p r o b a r l o s d e s p e r f e c t o s . L a p o b r e
señora Raks, ya anciana, cerca de cuya casa nos hallábamos, c om p r o b ó
a f li g i da q u e e l vi e n t o le ha bí a a r r a n ca do la s ve ntanas traseras,
llevándoselas lejos, mientras que sus ventanas de la nt er a s, ta m bié n
ar r a nca da s, ha bía n sido viole nta m e nte introducidas en la casa.
En el Tibet , la s ve nt a na s est á n he cha s de u n fino pa pe l u n t a d o e n
g r a s a d e t a l m a n e r a q u e , c o n u n p o c o d e e s f u e rzo, se puede incluso
ver la calle. El vidrio es verdaderamente r a r o e n Lh a s a pe r o e l p a pe l,
fa br ic a d o c on l os ju n co s y l os sauces tan abundantes allí, resulta muy
barato.
N o s d i r i g i m o s h a c i a n u e s t r o h o g a r — e l C h a k p o r i — ,
d e t e n i é n d o n o s e n l o s l u g a r e s d o n d e a l g o l l a m a b a n u e s t r a atención.
—Lobsan — dijo Timón —. ¡ "Ahora sí estarán las tien-

251. 14 8 LOBSANG RAMPA
d a s a b i e r t a s " ! ¡ V a m o s a l l á ! ¡ N o n o s e n t r e t e n d r e m o s d e m asiado
tiempo!
M i e nt r a s d e c í a e st o , t or c i ó a l a d e r e c h a y e m p e z ó a c am ina r
rá pi dam e nte . Y u lg ye y y o le se gu im os si n m ost ra r no s e n a b s o l u t o
r e a c i o s . A l l l e g a r a l a C a l l e d e l o s C o m e r c i o s , l o c o n t e m p l a m o s t o d o
l l e n o s d e c u r i o s i d a d . ¡ H a b í a t a n t a s cosas pre ciosa s! El aroma del té
lle na ba la atmósfe ra. Ha bía d i v e r s a s c l a s e s d e i n c i e n s o p r o c e d e n t e s
d e l a I n d i a y d e l a C h in a . Jo y a s. O bj e t o s fa br ic a d o s e n A le m a n ia , u n
pa ís t a n r e m o t o p a r a n o s o t r o s q u e c a r e c í a d e s i g n i f i c a d o . M á s a l l á ,
vendían pasteles, dulces pegajosos adosados a unos palillos, t o r t a s
c u b i e r t a s d e a z ú c a r y d e a l m í b a r d e c o l o r e s . L o m irábam os todo
lle nos de de seo. C om o éramos pobr es " chela s" n o t e n í a m o s d i n e r o
p a r a c o m p r a r a q u e l l a s c o s a s . Pe r o n o s conformábamos con mirarlas.
Yulgye, asiéndome del brazo, susurró:
— L o b s a n g , ¿ n o e s e s e g r a n d u l l ó n a q u e l T z u q u e t e t enía a su
cargo?
M i r é e n l a d i r e c c i ó n q u e m e s e ñ a la b a . ¡ S í , t e n í a r a z ó n ! Er a Tz u .
Tz u , q u e t a nt a s co s a s m e ha bí a e nse ña do , q u e había si do ta n
r ig u r oso conm ig o . I nst int iva m e nte , me a ce rq ué a él.
— ¡ T z u ! — l e d i j e s o n r i e n t e — . ¡ Y o s o y . . . !
Él me miró con el ceño fruncido.
— M a r c h a o s , m u c h a c h o s — d i j o c o n u n g r u ñ i d o — . N o m o l e s t é i s
a u n h o n r a d o c i u d a d a n o q u e e st á o c u p a d o r e s o lvi e n do l os a su n t o s
de su s e ñ or . N o de bé i s pe di r m e l im os n a a "mí".
B r u s c a m e nt e , s e d i o l a v u e l t a y s e a l e j ó a g r a n d e s z a ncadas.
S e n t í q u e m i s o j o s s e h u m e d e c í a n y t e m í q u e i b a a d e-
sa cre ditar me ante mis com pa ñer os. No, no podía perm itirme e l l u j o d e
l l o r a r . P e r o T z u m e h a b í a i g n o r a d o , f i n g i e n d o q u e n o m e c o n o c í a .
T z u , q u e h a b í a s i d o m i a c o m p a ñ a n t e desde que nací. Él había
intentado enseñarme a ser un buen j i ne t e s o b r e e l p o n y N a k k i n . M e
h a b í a e n s e ñ a d o a lu c h a r . Y a h o r a , m e n e g a b a y m e d e s p r e c i a b a .
D e s c o n s o l a d o , i ncliné la cabeza y mi pie jugueteó con la tierra. Mis dos

252. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 149
c o m p a ñ e r o s , j u n t o a m í , g u a r d a b a n s i l e n c i o , i d e n t i f i c a d o s c o n m i s
p e n s a m ie n t o s , s i n t ie n d o q u e t a m b i é n e l l o s h a b í a n sido despreciados.
A l g o m e l l a m ó l a a t e n c i ó n . U n h i n d ú b a r b u d o , d e e d a d
a va n z a d a , t o c a d o c o n u n t u r b a n t e , s e a c e r c a b a le n t a m e n t e a nosotros.
— ¡ J o v e n s e ñ o r ! — m e d i j o e n t i b e t a n o , c o n u n e x t r a ñ o a c e n t o
e x t r a n j e r o — . L o h e v i s t o t o d o , p e r o c r e o q u e n o d e b é i s j u z g a r
m a l a e s e h o m b r e . M u c h a s p e r s o n a s o l v i d a n su niñez. Yo no he olvidado
la mía. Venid conmigo.
Nos condujo a la tienda que habíamos visto poco antes.
—De ja q u e e st o s m u c ha ch o s e li ja n l o q u e g u st e n — di jo al
propietario.
T í m i d a m e n t e , c a d a u n o d e n o s o t r o s t o m ó u n o d e a q u ellos
apetitosos dulces.
— ¡ N o ! ¡ N o ! — e x c l a m ó — . N o b a s t a c o n u n o . T o m a d otro.
z
.
H i c i m o s l o q u e n o s i n d i c a b a . E l a b o n ó s u i m p o r t e a l
sonriente comerciante.
— ¡ S e ñ o r ! — l e d i j e e m o c i o n a d o — . ¡ Q u e B u d a t e b e ndiga y te
proteja! ¡Que tus dichas sean infinitas!
N o s s o n r i ó b o n d a d o s a m e nt e , n o s h i z o u n a l e ve r e v e r e ncia y se
marchó para continuar con sus negocios.
Re g r e s a m os a nu e st r o h og a r si n p r i s a s . T a m bié n s in pr is a s , p a r a
q u e n o s d u r a r a n m u c h o t i e m p o , n o s c o m i m o s n u e s t r o s d u l c e s .
C a s i h a b í a m o s o l v i d a d o e l s a b o r d e a q u ella s cosa s. Nos supier on
mejor que las que ha bíam os com ido e n o t r a s o c a s i o n e s p o r l a
b o n d a d c o n q u e n o s l a s h a b í a n r e g a l a d o . M i e n t r a s c a m i n a b a ,
r e c o r d é q u e , p r i m e r o , m i p ad r e m e h a b í a i g n o r a d o e n u n a o c a s i ó n
e n l a s e s c a l e r a s d e l Potala. Ahora era Tzu el que había fingido no
reconocerme.
Yulgye rompió el silencio.
— E s t e m u n d o e s c u r i o s o , L o b s a n g — d i j o — . A h o r a so m o s
ni ño s y , p o r e ll o, no s i g n or a n y n os de sp r e ci a n . P e r o c u a n d o s e a m o s
l a m a s , l o s " C a b e z a s N e g r a s " a c u d i r á n a nosotros para impetrar
nuestros favores.

253. En el Tibet, llamamos "Cabezas Negras" a los seglares

254. 15 0 LOBSANG RAMPA
po r q u e , e n lu g a r d e l le v a r la ca be z a a fe it a d a c om o lo s m o njes, la llevan
cubierta de pelo.
Aq ue lla no che , e stu ve m uy a te nt o en e l se r vi cio. Est a ba de ci dido a
tr a ba ja r en ser io pa ra con ve r t ir me e n u n la m a lo a n t e s p o s i b l e , c o n
e l o b j e t o d e p o d e r d e s p r e c i a r a l o s " C abezas Negras" cuando pidieran mis
servicios. Estaba tan ext raordinar iame nte atent o que atr aje la atención de
uno de l o s v i g i l a n t e s , q u e m e m i r a b a r e c e l o s o p e n s a n d o p o s i b l e-
mente que mi devoción era completamente sospechosa.
Cuando ter minó el servicio, corr í a m i habita ción por que s a b í a q u e
a l d í a s i g u i e n t e , e l L a m a M i n g y a r D o n d u p m e t e n d r í a m u y
o c u p a d o . M e r e s u lt a b a d i f í c i l c o n c i l i a r e l s u eñ o . M e a g i t a b a
c o n s t a n t e m e n t e y c a m b i a b a d e p o s t u r a , r ecordando el pasado y las
dificultades que había superado.
M e l e v a n t é t e m p r a n o , t o m é m i d e s a y u n o y c u a n d o y a i b a a
a ba n d o n a r m i ha b i t a c i ó n p a r a d i r i g i r m e a l Se c t o r d e los Lamas, un
monje andrajoso me detuvo.
— ¡ E h , t ú ! — d i j o — . E s t a m a ñ a n a v a s a t r a b a j a r e n l a cocina... ¡y
limpiarás las piedras de moler!
¡ P e r o , S e ñ o r ! M i M a e s t r o , e l L a m a
M i n g y a r D o n d u p , quiere verme — le respondí intentando seguir mi
camino.
N o . T ú t e v a s a v e n i r c o n m i g o . N o m e
i m p o r t a " q u i é n " q u i e r a v e r t e . T e d i g o q u e v a s a t r a b a j a r e n l a
c ocina.
O p r i m i ó m i b r a z o c o n f u e r z a y m e l o r e t o r c i ó p a r a q u e n o pu die r a
e s ca pa r m e . Le s e g u í a r e g a ña die nt e s p o r q u e n o tenía ot ra alte rnat iva.
En el Tibet , todos pa rticipam os en los t r a b a j o s m a n u a l e s y
" d o m é s t i c o s " . " ¡ N o s e n s e ñ a n a s e r h u m i l d e s ! " , d e c í a n a l g u n o s .
" ¡ I m p i d e n q u e l o s m u c h a c h o s s e v u e l v a n o r g u l l o s o s ! " , d e c í a n o t r o s .
Y o t r o s a f i r m a b a n : " ¡ T e r m i n a n c o n l a s d i f e r e n c i a s d e c l a s e s ! " . S ó l o
p o r e s p ír i t u d e d i s c i p l i n a , l o s n i ñ o s y l o s m o n je s r e a l i z a b a n la s t a-
re a s qu e le s e ra n a sig na da s. Na tu r a lm e nte , e xist ía e l gr a do d e m o n je s
m e n o r e s , e n c a r g a d o s d e la s t a r e a s d o m é s t i c a s . P e r o l o s n i ñ o s y l o s

255. m o n je s d e " t o d o s " l o s g r a d o s s e v e ía n ob li g a do s pe r ió di c a m e nt e a
r e a l iz a r la s fa e na s m á s ba ja s y m á s d e s a g r a d a b l e s , c o m o u n a f o r m a
d e a l c a n z a r e l c o n ocimiento. Sin embargo, a todos nos resultaba odiosa esa

256. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 151
m i s i ó n p o r q u e l o s " r e g u l a r e s " — t o d o s e l l o s h o m b r e s i n f er iore s —
nos t ra ta ba n com o a e scla vos , conve nci dos de qu e n o n o s
q u e j a r í a m o s y a q u e q u e j a m o s h u b i e r a e q u i v a l i d o a admitir que aquéllo
era difícil.
De s ce n d i m o s p o r e l c o r r e d o r d e p i e d r a y , de s p u é s , p o r las
escaleras verticales de madera, hasta llegar a las grandes c o c i n a s
d o n d e , e n o t r a o c a s i ó n c o m o a q u é l l a , m e h a b í a producido en una
pierna una gran quemadura.
— A q u í — d i j o e l m o n j e s i n s o l t a r m e — . L i m p i a d e p a j a las piedras
de moler.
T o m é u n g r a n p u n z ó n d e m e t a l , m e s u b í a u n a d e l a s g r a n d e s
r u e d a s y e m p e c é a l i m p i a r l a s r a n u r a s y l o s o r i f icios de lo s r e st os de
ce ba da . Se ha bía n de scu ida do du r a nte m u c h o t i e m p o y e n l u g a r d e
m o l e r e l g r a n o , l o ú n i c o q u e h a c í a n e r a e st r o p e a r l o . Y o t e n í a q u e
" a l i s a r " s u s u p e r f i c i e p a r a q u e q u e d a r a d e n u e v o a f i l a d a y l i m p i a .
E l m o n j e , j u n t o a m í , v i g i l a b a m i t r a b a j o e s c a r b a n d o e n s u s d i e n t e s
indolentemente con una paja.
¡ E h ! — g r i t ó a l g u i e n d e s d e l a p u e r t a — .
¡ M a r t e s L o bs a n g R a m p a ! ¿ E s t á a q u í M a r t e s L o b s a n g R a m p a ? E l
H o n orable Lama Mingyar Dondup quiere verlo en el acto.
Instintivamente, interrumpí mi trabajo y salté al suelo.
¡ A q u í e s t o y ! — r e s p o n d í .
El m onje me a se st ó u n fue rt e pu ñe ta z o e n la ca be za , derribándome
al suelo casi desvanecido.
T e h e d i c h o q u e v a s a q u e d a r t e a q u í p a r a
h a c e r t u t r a b a j o — v o c i f e r ó — . S i a l g u i e n q u i e r e v e r t e , q u e
v e n g a personalmente a buscarte.
M e l e v a n t ó a g a r r á n d o m e p o r e l p e s c u e z o y m e a r r o j ó s o b r e l a
p i e d r a , e n u n o d e c u y o s b o r d e s s e g o l p e ó m i c ab e z a . A n t e s d e
d e s v a n e c e r m e p o r c o m p l e t o y d e q u e e l mu nd o de sa pa r e cie r a de
m is se nt ido s, cr e í ve r t oda s la s e strellas del firmamento.
D e s p u é s , t u v e l a s e n s a c i ó n e x t r a ñ a d e q u e m e l e v a nt a b a n —
h o r i z o n t a l m e n t e — y m e o b l i g a b a n a p o n e r m e e n p i e . E l s o n i d o

257. p r o f u n d o d e u n e n o r m e g o n g , c u y o e c o l l eg a b a a m i s oí d os d e s de
a lg ú n lu g a r r e m o t o , p a r e c ía c o nt a r los segundos de la vida. "Bong-bong-
bong." Con su último

258. 15 2 LOBSANG RAMPA
g o l p e , m i s o j o s s e l le n a r o n d e u na l u z a z u la d a y e l m u n d o d e u n
f u l g o r e x t r a ñ o q u e m e p e r m i t í a v e r c o n m a y o r c l a r id a d q u e de
c o s t u m b r e . " ¡ O h ! — p e n s é — . D e b o e s t a r f u e r a d e m i c u e r p o . ¡ Q u é
e x t r a ñ o e s t o d o e s t o ! "
Y o t e ní a u na g r a n e x pe r ie n c ia e n v ia je s a st r a le s . Ha b ía l l e g a d o
m u c h o m á s a l l á d e l o s c o n f i n e s d e n u e s t r a v i e j a Tierra y visitado
muchas de las grandes ciudades del planeta. S i n e m b a r g o , e s t a b a
v i v i e n d o p o r p r i m e r a v e z l a a v e n t u r a d e " s e r p r o y e c t a d o f u e r a d e
m i c u e r p o " . M e h a l l a b a a l p i e d e l a g r a n r u e d a d e m o l e r ,
c o n t e m p l á n d o m e a m í m i sm o, de s nu ca do s o br e e l s u e l o, e n vu e lt o e n
m i vie jo y s u c io m a n t o . O b s e r v é c ó m o m i d o b l e a s t r a l e s t a b a u n i d o
a m i e x á n i m e c u e r p o f í s i c o p o r u n c o r d ó n a z u l a d o q u e v i b r a b a y
p a r e c í a o n d e a r e n e l e s p a c i o , e n c e n d i é n d o s e y a p a g á nd o se
se g u n do t r a s se g u n do . De sp u é s m e a ce r q u é a m i c u e rp o i n m ó v i l
p a r a p o d e r o b s e r v a r l o m e j o r y m e q u e d é p e rp l e j o a l d e s c u b r i r
u n a p r o f u n d a h e r i d a s o b r e m i s i e n i zq u ie r d a , de la q u e m a na ba
sa ng r e os c u r a . Sa lp i ca ba la p ied r a y s e m e z c l a b a c o n l o s r e s t o s d e
c e b a d a q u e n o h a b í a tenido tiempo de limpiar.
U na conm o ción sú bita a tr a jo m i at enci ón y , a l volve r me p a r a
a v e r i g u a r l o q u e s u c e d í a , v i a m i M a e s t r o , e l L a m a M i n g y a r
D o n d u p , q u e e n t r a b a e n l a c o c i n a l í v i d o d e i r a . A v a n z ó s e g u r o y
s e p a r ó f r e n t e a l m o n j e j e f e d e c o c i n a , q u e m e h a b í a m a l t r a t a d o .
D e s u s l a b i o s n o s a l i ó u n a s o l a p a la b r a . E l s i l e n c i o p a r e c i ó
c o n de n s a r se . L o s p e n e t r a n t e s o j o s d e m i M a e s t r o s e c l a v a r o n , c o n
u n t e r r i b l e f u l g o r d e r e lá m pa g o, e n los de l m onje . Ést e su spir ó y ,
com o u n ba lón pi n c ha do , se de s pl om ó e n e l su e l o co n ve r t i do e n u na
m a s a ine r t e . De jó d e m ir a r l o y se vo l vi ó h a c ia m i c u e r po t e r r e n o que
se retorcía en los estertores de la agonía.
Mi r é a m i a lr e de d or . Me se nt í a f a s c i na do a nt e e l pe ns am ie n t o d e
q u e p o d í a a ba n d o n a r m i c u e r p o y s e p a r a r m e d e é l u n o s c e n t í m e t r o s .
R e a l i z a r " l a r g o s v i a j e s " e n l o a s t r a l e r a s e n c i l l o . S i e m p r e f u i c a p a z
d e c o n s e g u i r l o . S i n e m b a rg o , a q u e l l a s e n s a c i ó n d e e s t a r l i b r e d e m í
m i s m o , c o n t e mp l a n d o m i e n v o l t u r a t e r r e n a c o n s t i t u í a p a r a m í u n a

259. e x p eriencia nueva e incitante.

260. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 153
De s e nt e nd ié n do m e d e l o q u e s u c e d ía a m i a l r e de do r e n l a c o c i n a ,
m e e l e v é y a t r a v e s é e l t e c h o f á c i l m e n t e . " ¡ O h ! " , d i j e
i n v o l u n t a r i a m e n t e a l h a c e r l o . E n l a h a b i t a c i ó n s u p er i o r , h a b í a u n
g r u p o de l a m a s c o n t e m p l a n d o u na e s f e r a t err áquea en la que
apa recía n los cont ine nte s y los pa íses, los o c é a n o s y l o s m a r e s , f i j a
e n u n á n g u l o q u e c o r r e s p o n d í a a l a i n c l i n a c i ó n d e l a t i e r r a e n e l
e s p a c i o . N o q u i s e d e t ene r m e a l l í , p o r q u e a q u e l l o se p a r e c í a
d e m a s i a d o a u na l e cc i ó n , y s e g u í r e m o n t á n d o m e . T e c h o t r a s t e c h o ,
r e c o r r í v ar ia s ha b it a ci o ne s ha st a l le g a r ¡ a l a C á m a r a de la s T u m b a s !
M e r o d e a b a n l o s m u r o s d o r a d o s q u e g u a r d a b a n l o s s e p u lc r o s d e
d i v e r s a s r e e n c a r n a c i o n e s d e l D a l a i L a m a a t r a v é s de los sig los.
C onte m plá ndolo t odo re s pe t u osa me nte , m e de tu ve allí unos
moment os. Después segu í ascendiendo, a seen d i e n d o h a s t a v e r d e b a j o
d e m í e l g l o r i o s o P o t a l a c o n s u s lu ce s dor a da s, pu r pú re a s y su s
ma r a villoso s m ur os bla nco s que parecían prolongarse en la roca viva de la
montaña.
A l a d e r e c h a , v e í a l a a l d e a d e S h ó y , a l o l e j o s , l a c i ud a d d e
L h a s a s o b r e u n f o n d o d e m o n t a ñ a s a z u l e s . S e g u í a s u b i e n d o y
c o n t e m p l a b a l o s a n c h o s e s p a c i o s d e n u e s t r o b e l l o y a m a d o p a í s ,
u n p a í s q u e p o d í a s e r a v e c e s c r u e l y du r o, en vir tu d de los r ar o s
ca pr icho s de su clim a ina u dit o, ¡pero que era mi "hogar"!
Me se nt í de te nido por u na fu e rt e sa cu dida y me di cu e nta de qu e
me a tr a ía n de sde a ba jo a tr a vé s de u na cue r da invisi ble , com o y o
ha bía he ch o ta n a me nu do co n la s com et a s q u e h a c í a v o l a r p o r e l
c i e l o . P o c o a p o c o f u i d e s c e n d i e n d o de n u e v o h a s t a e l P o t a la ,
a t r a v e s a n d o o t r a v e z l o s t e c h o s , ha st a lle g a r a m i lu g a r d e de st in o ,
e n la co c i na , a l la do de mi cuerpo.
E l L a m a M i n g y a r D o n d u p e s t a b a l a v a n d o c u i d a d o s amente m i
sien izq uier da de la que sa ca ba algunas esqu irla s. " ¡ D i o s m í o ! " —
p e n s é p r o f u n d a m e n t e a s o m b r a d o — . ¡ T a n d u r a e s m i c a b e z a q u e h e
r o t o y d e s m e n u z a d o l a p i e d r a ! " P e r o e nt o n c e s m e d i c u e n t a d e q u e
t e n í a u na p e q u e ñ a b r echa y que lo que sacaba de mi herida eran
pequeñas briznas d e p a j a y d e t i e r r a y r e s i d u o s d e c e b a d a
m o l i d a . Y o l o observaba todo asombrado y — lo confieso — bastante di-

262. 15 4 LOBSANG RAMPA
ver t ido pue st o q ue , por ha lla rm e en m i cu er po a st r a l, fu er a de mi
env oltu r a físi ca , no se nt ía dolor e s , ni m ole st ia s, si no solamente una paz
inefable.
E l L a m a M i n g y a r D o n d u p d i o p o r t e r m i n a d a s u c u r a , c o l o c ó
u n a c o m p r e s a s o b r e l a h e r i d a y e n v o l v i ó m i c a b e z a e n u n a v e n d a d e
s e d a . D e s p u é s , h i z o s e ñ a s a l o s m o n j e s q u e e spe r a b a n ju nt o a
no s ot r o s c o n u na c a m il la y le s r og ó q u e m e l e v a n t a r a n c o n e l m a y o r
c u i d a d o . E l l o s , q u e e r a n m o n j e s d e m i p r o p i a O r d e n , m e a l z a r o n
s u a v e m e n t e y m e c o l o c a r o n e n e l l a , s a c á n d o m e d e l a c o c i n a ,
m i e n t r a s e l Lama Mingyar Dondup caminaba a nuestro lado.
Mi r é e n t o da s di r e c c io ne s a s om br a d o . L a lu z e st a ba d eb i l i t á n d o s e
p o c o a p o c o . ¿ H a b í a p a s a d o y a t a n t o t i e m p o ? ¿ S e e s t a b a a c a b a n d o
e l d í a ? A n t e s d e t e n e r t i e m p o a r e sp o n de r m e a e sa s pr e g u n t a s ,
co m pr e n dí q u e y o t a m b ié n m e de bilita ba . El az u l y e l a ma r illo de la
lu z e spir itu a l pe r día n i n t e n s i d a d r á p i d a m e n t e . S e n t í a u n a
i m p e r i o s a , a b s o l u t a , i r r e s i s t i b l e n e c e s i d a d d e d o r m i r y d e n o
p r e o c u p a r m e d e nada ni de nadie.
Durante algún tiempo, permanecí inconsciente. Después, el dolor
ent r ó a r á fa ga s e n m i ca be za y m e hiz o ve r g r a nde s s u p e r f i c i e s r o j a s y
a z u le s , v e r d e s y a m a r i l la s . T u v e e l c o nve nc im ie nt o ín t i m o de q u e
a q u e ll a in t e n sa a g o ní a a ca b a r ía v o l v i é n d o m e l o c o . S e n t í u n a m a n o
f r í a s o b r e m i p i e l y e scuché una voz cálida que me decía:
— T o d o v a b i e n , L o b s a n g . T o d o v a b i e n . D e s c a n s a . Duerme.
E l m u n d o e n t e r o p a r e c i ó c o n v e r t i r se e n u na a l m o h a d a d e
o s c u r i d a d y d e q u i e t u d , s u a v e c o m o l a s p l u m a s d e u n c i sn e , e n la
q u e y o m e su m e r g ía l le n o de t r a nq u il id a d y d e c a l m a ,
e n v o l v i é n d o m e e n u n a d u l c e i n c o n s c i e n c i a . Y m i a lma a sce ndió de
nue vo por el e spa cio, m ie nt ra s m i cue r po herido reposaba sobre la tierra.
D e b í a n h a b e r p a s a d o m u c h a s h o r a s , c u a n d o v o l v í a t e ne r
co n c ie n c ia de m í m is m o . A l de sp e r t a r , e nc on t r é a m i M a e s t r o s e n t a d o
a m i l a d o , o p r i m ie n d o m i m a n o e n t r e la s s u y a s . M i s o j o s s e
a b r i e r o n y s e l l e n a r o n d e l a l u z d e l a tarde. Sonreí débilmente y él me
devolvió la sonrisa. Soltó

264. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 155
m i s m a n o s y a c e r c ó a m i s l a b i o s u n t a z ó n l l e n o d e u n a infusión
dulzona.
—Bébete esto — me dijo —. Te sentará bien.
A s í l o h i c e y se n t í q u e la v i d a v o l v í a a m í n u e v a m e n t e . T r a t é d e
i n c o r p o r a r m e p e r o e l e s f u e r z o e r a e x c e s i v o y m e p a r e c i ó q u e m e
g o l p e a b a n l a c a b e z a o t r a v e z . M i c a b e z a s e consteló de luces y tuve que
desistir.
Las som bras del cre pú scu lo se ag iga nta ron y escuché un repique de
tambores anunciando el Servicio Nocturno.
— T e n g o q u e i r m e , L o b s a n g — m e d i j o m i M a e s t r o — . E s t a r é
a u s e n t e u na m e d i a h o r a , p o r q u e e l P r o f u n d o d e s e a v e r m e . P e r o t u s
a m i g o s T i m ó n y Y u l g y e c u i d a r á n d e t i e n mi ausencia y me avisarán si es
necesario.
M e e s t r e c h ó l a m a n o , s e l e v a n t ó y a b a n d o n ó l a h a b i t ación.
Apa recier on dos rostr os fam iliare s, algo asu sta dos, llenos de excitación.
Mis dos amigos se sentaron junto a mí.
— ¡ O h , L o b s a n g ! — d i j o T i m ó n — . ¡ H a s i d o e l C o c inero Jefe el
que te ha herido!
— S í — d i j o e l o t r o — . Y l o e x p u l s a r á n d e l a l a m a s e r í a p or s u
br u t a l id a d e x ce si va e in ne ce s a r ia . ¡ En e st o s m o m e ntos lo estarán
llevando afuera!
Ambos tartamudeaban de excitación.
— C r e í q u e e s t a b a s m u e r t o , L o b s a n g — d i j o T i m ó n — . ¡Sangrabas
como un yak degollado!
Yo sonreía escu chándolos. Sus voce s reve laban su extra ordinar ia
se nsibilidad ante cua lqu ier e stím ulo capaz de rom p e r l a m o n o t o n í a
d e l a v i d a d e l a l a m a s e r í a . N o l e s r epr oché su a lt e ra do est a do de
á nim o por q ue m e da ba cue nta d e q u e y o h a b r í a r e a c c i o n a d o i g u a l
e n e l c a s o d e q u e l e h u b i e r a s u c e d i d o a l g o p a r e c i d o a u n o d e e l l o s .
L e s s o n r e í y m e s e n t í d o m i n a d o p o r u n t e r r i b l e c a n s a n c i o . C e r r é l o s
o j o s c o n e l de s e o d e d e s c a n s a r u n o s i n s t a n t e s y m e d e s v anecí
nuevamente.
Du r a n t e a l g ú n t ie m p o , t a l v e z s e i s o s i e t e d í a s , pe r m an e c í
a c o s t a d o y m i M a e s t r o , e l L a m a M i n g y a r D o n d u p c u i d ó d e m í .

265. S i n s u a y u d a , n o h u b ie r a s o b r e v i v i d o , y a q u e la vi d a e n u na
la m a se r ía no e s p r e c i sa m e nt e f á c il y a g r a dable y en realidad sólo
sobrevive el más apto. El Lama era

266. 15 6 LOBSANG RAMPA
u n h o m b r e a m a b l e y l l e n o d e t e r n u r a . P e r o a u n q u e n o l o hu bie r a
sido , exist ía n r az one s m uy pode r osa s pa ra inte nt ar p or t o do s l os
m e d io s c o n se r va r m i vi d a . C om o y a he di c h o , y o e st a ba de st ina do a
lle va r a ca b o u na m isión exce p ciona l y c o m p r e n d í a q u e t o d a s l a s
d i f i c u l t a d e s q u e h a b í a t e n i d o q u e s o p o r t a r a l o l a r g o d e t o d a m i
i n f a n c i a t e n í a n p o r o bje t o e n du r e ce r m e y p r e pa r a r m e p a r a r e s is t i r e l
su fr im ie n t o y la s a dver sida de s ya que toda s las profe cías que ha bía
escuc h a d o ( ¡ y h a b í a e s c u c h a d o y a m u c h a s ! ) c o i n c i d í a n e n a f i rmar
que mi vida estaría llena de dolor y dificultades.
P e r o de m o m e nt o n o t o d o e r a n s u f r i m i e nt o s . C o n f o r m e m i sa lu d
me jor a ba , te nía má s o ca sione s pa r a conve r sa r con m i M a e s t r o .
H a b l á b a m o s d e m u c h a s c o s a s , d e t e m a s c orr ientes y de ot ros más
insólit os. Tratam os extensa mente de los conocimientos ocultos.
H o n o r a b l e L a m a — l e d i j e e n u n a
o c a s i ó n — , d e b e d e se r a l g o m a r a v i l l o s o s e r b i b l i o t e c a r i o y
t e n e r a n u e s t r o a l c a n c e t o d a l a c i e n c i a d e l m u n d o . M e g u s t a r í a s e r
b i b l i ot e c a r i o . . . e n c a s o d e n o c o n o c e r t o d a s e s a s t e r r i b l e s p r ofecías
sobre mi futuro.
Mi Maestro sonrió.
H a y u n p r o v e r b i o c h i n o q u e d i c e : " V a l e
m á s u n a i m a g e n q u e m i l p a l a b r a s " . Y y o t e d i g o , L o b s a n g , q u e
e l a te sor a r mile s de libr os y de im ág e ne s nu nca podr á se r ta n útil
como la experiencia práctica y el conocimiento.
Le o b se r vé pa r a c om pr o ba r s i h a b la ba se r ia m e nt e y lu eg o r e c o r d é
a l m o n j e j a p o n é s K e n j i T e k e u c h i q u e , d u r a n t e s e t e n t a a ñ o s ,
e s t u d i ó t o d o g é n e r o d e l i b r o s s i n c o n s e g u i r practicar ni asimilar
ninguna teoría.
Mi Maestro leyó mis pensamientos.
— S í — d i j o — , e l p o b r e v i e j o n o h a s i d o i n t e l i g e n t e . Él mism o
se pr odu jo u na indig e st ión me nta l por em pe ña r se en lee r cu ant o caía
en su s ma nos sin com pr ender lo. Se cree u n g r a n h o m b r e , c o n u n a
e s p i r i t u a l i d a d e x t r a o r d i n a r i a . P e r o e s t a n s ó l o u n p o b r e n e c i o q u e
a n a d i e d e c e p c i o n a t a n t o c o m o a s í m i s m o . — E l L a m a s u s p i r ó

267. l l e n o d e t r i st e z a y a g r e g ó — : H a f r a c a s a d o e s p i r i t u a l m e n t e . C r e e
s aberlo todo, pero en realidad no sabe nada. La lectura in-

268. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 157
se nsat a , de sor de na da y a r bit ra r ia e s sie m pr e pe lig r osa . Ese hom br e
ha e st u dia do t oda s la s r elig ione s sin con seg u ir comp r e n d e r n i n g u n a
d e e l l a s . Y s i n e m b a r g o , l l e g ó a c o n s i d erarse a sí mismo como el más
excepcional de los hombres.
— H o n o r a b l e L a m a — d i j e — , s i e s t a n p e l i g r o s o t e n e r libros, ¿por
qué existen entonces?
Dura nte u nos inst ante s, mi Maestr o me conte mpló com o n o
s a b i e n d o q u é r e s p o n d e r . " ¡ V a y a ! — p e n s é — . ¡ E s t a p r egunta sí le ha
desconcertado!" Pero mi Maestro sonreía.
— ¡ O h , m i q u e r i d o L o b s a n g ! — r e pu s o — . ¡ L a r e s p u e s t a e s
e v i de n t e ! Le e , le e c u a n t o q u i e r a s , p e r o n o p e r m i t a s q u e " n i n g ú n "
l i b r o e m b o t e t u s e n s i b i l i d a d n i t u r a z ó n . L o s l ibros tienen por
objeto enseñar, instruir e incluso entretener. P e r o " n o " s o n u n
m a e s t r o a l q u e s e p u e d a s e g u i r c i e g am e nt e y s i n n i n g u n a r e s e r v a .
N i n g u n a p e r s o n a i n t e l i g e nt e se dejará esclavizar por un libro o por unas
palabras.
A s e n t í c o n l a c a b e z a . S í , t e n í a r a z ó n . N o o b s t a n t e , e n ese caso,
¿"por qué preocuparse en leer ningún libro"?
— ¿ L o s l i b r o s , L o b s a n g ? — d i j o m i M a e s t r o r e s p o n d i e nd o a m i
p e n s a m ie n t o — . ¡ N a t u r a l m e nt e t i e ne n q u e e x i s t ir ! L a s b i b l i o t e c a s
d e l m u n d o c o n s t i t u y e n u n r e s e r v o r i o d e t o d o s l o s c o n o c i m i e n t o s
d e la H u m a n i d a d , p e r o s o l a m e n t e a u n e s t ú p i d o se l e o c u r r i r í a
p e n s a r q u e l a Hu m a n i d a d e s l a e s c l a v a d e l o s l i b r o s . É s t o s s i r v e n
ú n i c a m e n t e d e o r i e nt a c i ó n p a r a l o s h o m b r e s y p u e d e n s e r
u t i l i z a d o s c o m o m at e r i a d e e s t u d i o . E s e v i d e n t e q u e s i n o s e u s a n
a d e c u a d ame nte , pue de n con ve rt ir se en u na ma ldici ón por q ue pu e de n
in du ci r a lo s h om br e s a cr e e r s e m á s i m p or t a n t e s d e lo q u e son
realme nte , de sviándolos de los autént icos cam inos de la vi da , si é st os
ca re ce n de la pre pa r a ción y de la int e lige ncia necesarias para recorrerlos
hasta el final.
— P e r o e n t o n c e s , H o n o r a b l e L a m a — l e p r e g u n t é i n s i stente —,
¿cuál es la utilidad de los libros?
Mi Maestro me miró gravemente.
—T ú no p u e d e s e st u di a r e n t o do s lo s p a í se s de l m u n do b a j o l a

269. d i r e c c i ó n d e l o s m a e s t r o s m á s i n s i g n e s , L o b s a n g — m e r e s p o n d i ó
— . P e r o l a s p a l a b r a s e s c r i t a s — l o s l ibros — pueden proporcionarte
sus enseñanzas. No debes

270. 15 8 LOBSANG RAMPA
cree r todo cuanto lea s y ha sta los gra ndes mae st ros de l pe ns a m i e n t o
t e d i r á n q u e e s n e c e s a r i o q u e u t i l i c e s t u p r o p i o c r i t e r i o y q u e
c o n s i d e r e s s u s o b r a s c o m o u n p u n t o d e p a rt ida ca pa z de or ie nta r te
por el ca m ino de t u pr opia ver da d . Pue do a seg u ra r te qu e la s pe r sona s
qu e ca r e ce n de la pre par a c i ó n s u f i c i e n t e p a r a e s t u d i a r u n a m a t e r i a
d e t e r m i n a d a , pue de n per judica rse considerable mente con la lectura
indisc r i m i n a d a d e l a s o b r a s q u e t r a t a n d e d i c h a m a t e r i a , a u nq ue lo
hag a n con el pr opó sit o de a ce ler a r su de sa r r ollo ká rm ico m e dia nt e e l
e st u dio de la s t e or ía s aje na s. Pue de dar se e l c a s o d e q u e e l l e c t o r s e a
u n h o m b r e p o c o e v o l u c i o n a d o y , e nt on ce s , a l inte nta r com pr e nde r
e sa s co sa s si n la pre par a ci ó n s u f i ci e n t e pa r a e l lo , e n lu g a r d e
a ce le r a r su de sa r r oll o, l o q u e h a c e e s im po s ib il it a r s u e vo lu c ió n
e s pi r it u a l . Y o he cono cido m u chos ca so s com o é st e . El de l ja poné s e s
u no de ellos.
M i M a e s t r o p i d i ó t é , ¡ u n a a y u d a n e c e s a r i a e n t o d a s n u e s t r a s
d i s c u s i o n e s ! C u a n d o e l m o n j e s i r v i e n t e l o t r a j o , continuamos.
— L o b s a n g — d i j o m i M a e s t r o — v a s a v i v i r u n a e x i st e n c i a
r e a l m e n t e e x t r a o r d i n a r i a . T o d a t u e d u c a c i ó n e s t á o r ie nt a da ha ci a
e sa m e t a . Po r e ll o, t u s p o de r e s t e le p á t i co s e s t á n s i e n d o
i n c r e m e n t a d o s p o r t o d o s l o s m e d i o s d e q u e d i s p o n e m o s . D e b o
d e c i r t e q u e p r e c i s a m e n t e a h o r a , c o n a y u d a d e l a t e l e p a t í a y d e l a
c l a r i v i d e n c i a , e n u n o s p o c o s me se s, e stu dia r á s a lgu no s de los libr os
má s g ra nde s q ue se h a n e s c r i t o , l a s o b r a s m a e s t r a s d e l pe n s a m i e n t o
h u m a n o . Y la s podr á s e stu dia r a ú n sin co noce r e l idiom a en qu e ha n
sido creadas.
C r e o q u e l e m i r é c o m p l e t a m e n t e p e r p l e j o . ¿ C ó m o p od r í a y o
e st u di a r l os li br os e s cr it o s e n id io m a s pa r a m í de sco noci dos? E sa
posi bilida d m e de scon cer t a ba por com ple t o. Mis dudas fueron
desvanecidas en seguida.
— C u a n d o s e a g u d i c e n t u s p o d e r e s d e t e l e p a t í a y c l a r iv i d e n c i a ,
c o s a q u e s u c e d e r á m u y p r o n t o , t e s e r á p o s i b l e c a p t a r t o d o s l o s
p e n s a m i e n t o s c o n t e n i d o s e n u n l i b r o a s imilándolos directamente del

271. cerebro de una persona que
acabe de leerlo o que lo esté leyendo en aquellos momen-
1

272. to s. É s a e s u n a d e l a s a p l i c a c i o n e s m e n o s c o n o c i d a s de la t e le p a t ía
q u e , e n e s o s c a s o s , s e c o m b i n a c o n la c l a r i v i d e nc i a . L a s p e r s o n a s d e
o t r a s p a r t e s d e l m u n d o n o s o n s i e mp r e a d m i t i d a s e n l a s b i b l i o t e c a s
p ú b l i c a s o e n l o s c e n t r o s de e nse ña nz a de su pa ís y , a u nq ue
con siga n ent ra r e n eso s lu g a r e s, si no d e m u e st r a n q u e e st á n
m a t r ic u la do s c om o e st u d i a n t e s a n s i o s o s d e a p r e n d e r , n o s o n
a d m i t i d o s . T ú n o tr ope za r á s con ta le s difi cu lt a de s. Po dr á s via ja r e n
lo a st r a l y e s t u d i a r d u r a n t e t o d o s l o s d í a s d e t u v i d a , g r a c i a s a e se
sistema que solamente dejarás de utilizar cuando abandones este
mundo.
M e i n f o r m ó a c e r c a d e l a p r á c t i c a d e l O c u l t i s m o . E l a b u s o d e
l o s p o d e r e s o c u l t o s , o e l h e c h o d e i n f l u i r s o b r e los de m á s me dia nte
e sos po der e s, er a n cosa s t er r ible me nt e c a s t i g a d a s . L a c i e n c i a
e s ot é r i c a , l a s f u e r z a s m e t a f í s i c a s y l a s p e r ce p c i o n e s
e x t r a s e n s o r ia l e s , s o l a m e n t e d e b e r ía n s e r utiliza da s pa ra ha cer el
bien, pa ra ayu dar a los dem ás, pa ra in cr e m e nt a r e l c on ju nt o t ot a l de
lo s co n o ci m ie nt os e x is t e ntes en el mundo.
—¡ P e r o H o n o r a b l e L a m a ! — l e d i j e i m p e r i o s a m e n t e — . ¿ Qu é
su ce de e nt on ce s c o n la s pe r s on a s q u e , a t r a v é s d e la e x c i t a c i ó n o d e
la c u r i o s i d a d , c o n s i g u e n s a l i r d e s u s c u e rp o s ? ¿ Y c o n l o s q u e s e
h a l la n d e p r o n t o f u e r a d e s u s c u e rpo s y , a l da r s e cu e nt a de e l lo ,
e st á n a p u n t o d e m or ir se de m i e d o ? ¿ N o e s p o s i b l e h a c e r n a d a p a r a
a d v e r t i r l e s d e l o s peligros que les esperan?
A l o í r m i s p a l a b r a s , m i M a e s t r o s o n r i ó l l e n o d e t r i steza.
L o b s a n g — m e d i j o — . E s c i e r t o q u e
m u c h a s p e r s onas se de dica n a leer esos libr os y a ha ce r
exper imentos por s u c u e n t a s i n c o n t a r c o n l a a d e c u a d a o r i e n t a c i ó n
d e u n M a e s t r o . S o n m u c h o s l o s q u e c o n s i g u e n t r a s c e n d e r se a s í
m i s m o s , a t r a v é s d e l a e m b r i a g u e z a l c o h ó l i c a o d e a l g ú n o t r o t i p o
d e s o b r e e x c i t a c i ó n o , t a l v e z , p o r u n e x c e s o d e t o l e r a n c i a h a c i a
c o s a s q u e p e r j u d i c a n s u s e s p í r i t u s . P e r o d e s pu é s d e co n se g u ir lo , e l
pá ni c o se a po de r a de e ll os . A l o l a r g o d e t o d a t u v i d a , p o d r á s
a y u d a r a e s a s p e r s o n a s a dvirtiéndoles que, en cuestiones ocultas, lo único
que hay

273. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 159

274. 16 0 LOBSANG RAMPA
q u e t e m e r e s e l s e n t i r t e m o r . E l m i e d o g e n e r a p e n s a m i e nt o s
i n d e s e a b l e s y n o s i m p i d e p o d e r d o m i n a r n o s y c o n t r ol a r n o s a
n o s o t r o s m i s m o s . Y t ú , L o b s a n g , d e b e r á s r e p e t i rt e h a s t a l a
s a c i e d a d q u e n o h a y n a d a t a n t e r r i b l e c o m o e l p r o p io t e m or . S i e l
t e m o r p u e de se r ve nc i do , la hu m a ni d a d i n c r e m e n t a s u f i r m e z a y s u
p u r e z a . E l m i e d o e s e l v e r d ad e r o c a u s a nt e de la s g u e r r a s y de la s
di s e n si o ne s de l m u nd o , l a n z a n d o a l o s h o m b r e s u n o s c o n t r a o t r o s .
E l e s n u e str o gr a n ene m ig o , ha st a t al pu nt o q ue si los se re s hu ma no s
f u e r a n c a p a c e s d e l i b r a r s e d e l t e m o r , e n r e a l i d a d , y a n o tendrían
nada que temer.
¡ E l m i e d o ! ¿ Q u é s i g n i f i c a b a t o d a a q u e l l a d i s e r t a c i ó n s o b r e e l
m i e d o ? M i r é a m i M a e s t r o y c r e o q u e é l l e y ó e n m i s o j o s la
p r e g u n t a q u e t o d a v í a n o le h a b í a f o r m u la d o , o quizá captó mi
pensamiento por telepatía.
— ¿ Te p r e g u n t a s q u e p o r q u é t e h a b l o d e l m i e d o ? — m e d i j o d e
p r o n t o — . B u e n o , L o b s a n g , t ú e r e s j o v e n e i n ocente.
Y o p e n s é : " ¡ O h , n o t a n i n o c e n t e c o m o t ú c r e e s ! " E l L a m a
s o n r i ó c o m o s i h u b i e r a o í d o m i s e c r e t a i r o n í a a ú n sin necesidad de
que yo la exteriorizara. Después dijo:
— E l m i e d o e s a l g o a u t é n t i c a m e n t e r e a l y t a n g i b l e . T ú ha brá s
oído ha bla r m u cha s ve ce s de per s ona s q ue inte nta n e n t r a r e n
c o n t a c t o c o n l o s e s p í r i t u s , p e r o q u e a c a b a n v o lviéndose locas. Todos
ellos pretende n haber vist o sere s mu y c u r i o s o s . C u a n d o e s t á n e b r i o s ,
c r e e n v e r e l e f a n t e s v e r d e s c o n f r a n j a s r o s a d a s y ha s t a c r i a t u r a s
m u c h o m á s f a n t á s t ic a s . Y l o m á s cu r io s o de l ca so , L ob s a n g , e s q u e
t o da s e sa s criaturas, que se consideran simple fruto de su
imaginación, existen realmente.
L a s c o s a s e s t a b a n p o c o c l a r a s p a r a m í . N a t u r a l m e n t e ,
sa bía lo que el temor significaba en su aspe ct o físico. Pensé
e n a q u e l l o s d í a s e n q u e m e v i o b l i g a d o a p e r m a n e c e r p e r-
p e t u a m e n t e i n m ó v i l , s e n t a d o a n t e l a l a m a s e r í a d e C h a k p o-
r i, c on el objet o de su pe ra r la pr u e ba de r e siste n cia ne ce sa-
r ia par a se r a ce pt a do com o el m á s hu m ilde de los " che la s" .

275. — H o n o r a b l e L a m a — d i j e v o l v i é n d o m e h a c i a m i M a e s-
tro —. ¿Cuál "es" el significado del temor? He oído hablar

276. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 161
a lg u na s ve ce s de la s c r ia t u r a s de l in fr a m u nd o a st r a l, pe r o l a
r e a l i d a d e s q u e y o n u n c a h e e n c o n t r a d o a n i n g u n a d e ellas a lo largo
de mis viajes astrales. ¿Qué es el miedo?
M i M a e s t r o g u a r d ó s i l e n c i o u n o s i n s t a n t e s . D e s p u é s , c om o si
hu bie r a a do pt a d o u na d e c i si ón r e pe n t i na , s e p u s o en pie.
¡ V e n ! — m e d i j o .
M e le v a n t é t a m b i é n y le s e g u í . R e c o r r i m o s u n c o r r e d o r de p ie d r a
t or ci e n d o u na s v e ce s a la d e r e c ha y ot r a s a la izquier da . Por fin,
entra mos en u na habita ción sin luz y a van z a m os a t r a vé s d e la
os c u r id a d . Mi M a e s t r o, de la n t e de m í , ence ndi ó una lá m pa ra de
gr a sa , dis pue st a ce r ca de la pu e rt a . De s p u é s m e i n d i c ó c o n u n g e s t o
q u e m e t e n d i e r a e n e l suelo.
Y a t i e n e s e d a d s u f i c i e n t e p a r a e n t r a r e n
c o n t a c t o c o n l a s e n t i d a d e s d e l i n f r a m u n d o a s t r a l . V o y a a y u d a r t e
p a r a q u e p u e d a s v e r a e s o s s e r e s y p a r a i m p e d i r q u e t e h a g a n
da ño, ya qu e no ser ía con ve nie nt e q ue se m ostr a ra n ant e t i s i n o t e
h a l l a r a s p r o t e g i d o y p r e p a r a d o a d e c u a d a m e n t e . A pa g a r é la l u z . Tú
li m ít a t e a r e la ja r t e y a e le va r t e f u e r a de t u c u e r p o f í s i c o . L o ú n i c o
q u e t ie n e s q u e h a ce r e s s a l i r d e t i m i s m o s i n p r e o c u p a r t e d e t u
d e s t i n o , s i n n i n g u n a i n t e nc i ó n d e t e r m i n a d a . A b a n d o n a t u c u e r p o y
v a g a c o m o u n a brisa.
A p a g ó l a l á m p a r a y c e r r ó l a p u e r t a p a r a q u e l a l u z n o pe netra ra.
No se e scucha ba ni siqu iera su re spir ación, per o yo podía sentir su
pre se ncia tibia y tra nqu ilizador a muy ce rca de mí.
V ia j a r e n l o a s t r a l n o e r a p a r a m í u n a e x p e r i e n c i a nu ev a y a q u e
h a b í a n a c i d o c o n l a c a p a c i d a d d e h a c e r l o y d e r e c o r d a r c u a n t o
h a b í a v i s t o , a m i r e g r e s o . T e n d i d o e n e l sue lo, co n m i ca bez a
a poya da e n m i ma nt o e nr olla do , cr u cé m i s m a n o s , j u n t é m i s p i e s e
i n i c i é e l p r o c e s o q u e h a r í a a ba n do na r m i c u e r p o . A lg o r e a lm e n t e
se nc il lo pa r a lo s q u e conocem os el sistema pa ra conse guirlo. Sentí
muy pr ont o la su a ve s a c u d id a q u e a nu n c ia ba la se pa r a c ió n de lo
a st r a l y lo físi co. De spu é s, se pr o du jo e n m í la ha bitu a l inva sión de la
luz. Me sentí flotando en el extremo de mi Cordón de

278. 16 2 LOBSANG RAMPA
Pl a t a . De ba jo de m í, la ha bi t a c ió n q u e a ca ba ba de a ba nd onar se gu ía
su m ida en la má s a bsolu t a oscu r ida d, sin e l men o r r e s q u i c i o d e l u z .
M i r é a m i a l r e d e d o r y m e d i c u e n t a d e q u e a q u e l v i a j e a s t r a l n o
e r a d i s t i n t o a l o s o t r o s q u e h a b í a r e a l i z a d o . P e n s é e l e v a r m e s o b r e
l a s c u m b r e s d e l a M o n t a ñ a d e H i e r r o y , s ó l o c o n p e n s a r l o , a b a n d o n é
la h a b it a c i ó n y m e h a l l é v o l a n d o a u n o s t r e s c i e n t o s p i e s d e l a s
c u m b r e s . D e p r o n t o , e l P o t a l a , l a M o n t a ñ a d e H i e r r o , e l Va lle de
Lh a s a y e l Ti be t de sa pa r e ci e r on de m i c o n ci e n ci a . M e i n v a d i ó u n a
a n g u s t i a i n f i n i t a y v i c ó m o m i C o r d ó n d e P l a t a s e e s t r e m e c í a
v i o l e n t a m e n t e y q u e , l l e n á n d o m e d e a s o m b r o , a l g u n o s d e s u s h a l o s
" a z u l p l a t e a d o s " s e t e ñ í a n de un desagradable color amarillo verdoso.
Me sor pr e ndió u na fue r te sa cu dida , un t er r ible tir ón , la espantosa
sensación de que algún espíritu enloquecido inten t a ba a t r a e r m e ha ci a
sí . M ir é ha c ia a ba jo i ns t i nt iv a m e n t e y el espectáculo que se ofrecía a mis
ojos era indescriptible.
Mu y ce r c a de m í , ca si r o de á nd o m e , s e a g it a b a u na m u ltitud de
criaturas extrañas y detestables, como las que veían los bor r a cho s.
Ondu la ndo e n el a ire , se a cer c ó a m í la cosa más espantosa que he
visto en mi vida, algo que parecía una g ig a n t e s c a b a b o s a , c o n u n
h o r r e n d o r o s t r o h u m a n o d e u n color que los rost ros huma nos nu nca
ha bían te nido. Las mej i l l a s r o j a s , la n a r iz y l a s o r e j a s v e r d e s . L o s
o j o s p a r e c í a n g i r a r a l o c a d a m e n t e d e n t r o d e s u s ó r b i t a s . H a b í a
t a m b i é n otros se res a cua l má s espantoso y nau seabundo. Criatu ras
q u e n o p u e d e d e s c r i b i r l a p a l a b r a . T o d a s t e n í a n s i n e mba rg o el
ra sg o hu m a no com ú n de la cru e lda d. Se a cer ca r on a m í c o m o
q u e r i e n d o a t a c a r m e y t r a t a r o n d e c o r t a r m i C o r d ó n . O t r a s
d e s c e n d i e r o n e i n t e n t a r o n a r r a n c a r l o d e m i c u e r p o , t i r a n d o d e é l
c o n f u e r z a . " ¡ E l m i e d o ! ¡ E s t o e s e l m i e d o ! — p e n s a b a y o
e s t r e m e c i d o — . B i e n , e n t o d o c a s o , no pue de n ha ce r me ning ú n
da ño. ¡Est oy inm u niz a do cont r a s u s m a n i f e s t a c i o ne s y p r o t e g i d o
c o n t r a s u s a t a q u e s ! " Y a l pensar esto, aquellas inenarrables criaturas
desaparecieron. El C or d ó n e t é r e o q u e m e u nía a m i cu e r po b r i ll a b a de
nu ev o c o n s u s c o l o r e s n o r m a l e s . M e s e n t í a l i v i a d o , l i b r e , p o rque me

279. daba cuenta de que después de superar esta prue-

280. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 163
b a , y a n u n c a t e m e r í a q u e p u d i e r a s u c e de r m e a l g o m a l o e n l o a st r a l.
Gr a ci a s a a q u e l la e xp e r ie n ci a , c o m p r e nd í q u e la s cosa s que tememos
sola mente pue de n dañarnos si no som os capaces de dejar de temerlas.
U n a s ú b i t a s a c u d i d a d e m i C o r d ó n d e P l a t a y y o m i r é ha cia
a ba jo sin va cila r , sin el me nor se nt im ie nt o de m ie do . U n p e q u e ñ o
d e s t e l l o d e l u z i l u m i n ó l a o s c u r i d a d y v i a m i M a e s t r o , e l L a m a
M i n g y a r D o n d u p , q u e e n c e n d í a l a p eq u e ña lá m pa r a de g r a s a ,
m ie nt r a s m i c u e r po a st r a l de s ce ndía . Su a ve me nte , a tr a ve sé los te cho s
de l C ha kpor i ha sta col o c a r m e e n f o r m a h o r i z o n t a l s o b r e m i c u e r p o
f í s i c o . D e sp u é s , a ú n c o n m a y o r s u a v i d a d , m i s c u e r p o s f í s i c o y
a st r a l s e u n i e r o n y f o r m a r o n u n s o l o c u e r p o . M i " y o " s e a g i t ó
levemente y me incorporé.
M i M a e s t r o m e c o n t e m p l a b a l l e n o d e s a t i s f a c c i ó n y d e afecto.
M u y b i e n , L o b s a n g — d i j o — . H a s e s t a d o
e n p o s es i ó n d e u n se c r e t o m u y g r a n d e . Y l o h a s he c h o m u c h o m e-
j o r d e l o q u e y o l o h i c e c u a n d o m e f u e r e v e l a d o . ¡ E s t o y orgulloso
de ti!
P e r o y o n o a c a b a b a d e c o m p r e n d e r d e l t o d o l a n a t u r aleza del
miedo. Por ello decidí interrogarle de nuevo.
H o n o r a b l e L a m a — l e d i j e — . E n t o n c e s
¿ q u é e s l o que en realidad debemos temer?
M i M a e s t r o m e r e s p o n d i ó g r a v e , c a s i c o n u n a i r e s o mbrío:
— H a s s i d o b u e n o a l o l a r g o d e t u v i d a , L o b s a n g , y p o r lo t a nt o
no t ie ne s na da qu e t em er . Per o ha y ot ra s pe r so na s q u e h a n c o m e t i d o
c r í m e n e s , q u e h a n h e c h o d a ñ o a s u s s emeja ntes y que , cua ndo está n
solos, siente n que su concie ncia les tortura. Los seres del inframundo
astral se nutren de e se t e m o r q u e s i e nt e n l o s q u e n o t ie n e n l im p i a la
c o n c ie nc i a . E s a s p e r s o n a s c r e a n la s f o r m a s m e n t a l e s d e l m a l . T a l
v e z e n e l f u t u r o , p u e d a s a l g u n a v e z v i s i t a r a l g u n a d e e s a s a n t i g u a s
c a t e d r a le s o t e m p l o s c o n s t r u i d o s h a c e s i g l o s . E n sus mur os (como e n
nue str o Jo Ka ng ) podrás per cibir todas las cosas buenas que se
hicier on en su inte rior . Per o si después visitas alguna antigua cárcel,
escenario de incontables

282. 16 4 LOBSANG RAMPA
s u f r i m ie n t o s y p e r s e c u c i o n e s , s e n t ir á s u n a se n s a c i ó n c o mpletame nte
opuesta. Esto pr ueba que la s per sona s que ha bi t a n u n l u g a r
d e t e r m i n a d o e m i t e n f o r m a s m e n t a l e s q u e q u e da n pa r a s ie m p r e
e nt r e lo s m u r o s de l e di fi ci o q u e ha bit a r on . U n e d if ic i o bu e no e st á
sa t u r a d o d e fo r m a s m e nt a le s p o s i t i v a s q u e p r o d u c e n e m a n a c i o n e s
p o s i t i v a s . Y l o s l u g ar e s d o n d e s e h a h e c h o e l m a l e s t á n p o b l a d o s
d e f o r m a s mentales negativas de las que surgen emanaciones
negativas. Y e s o s p e n s a m i e n t o s y f o r m a s m e n t a l e s p u e d e n s e r
p e r c ibidos por los cla rividente s cua ndo se ha lla n en la dim ensión
astral.
Mi Maestro reflexionó un momento. Luego añadió:
— Y a t e d a r á s c u e n t a m á s a de l a n t e d e q u e h a y a l g u n a s v e c e s e n
q u e l o s m o n je s y ot r a s pe r s o n a s s e c r e e n m á s i mpor tantes de lo que
son en realida d. Con ello, pr odu cen una f o r m a m e n t a l y é s t a , c o n e l
t i e m p o , d e t e r m i n a e l a s p e c t o d e s u s p r o p i o s a u t o r e s . R e c u e r d o u n
c a s o c o n c r e t o : e l d e u n v i e j o m o n j e b i r m a n o . E r a u n h o m b r e
r e a l m e n t e i g n or a n t e y — d e b o d e c i r l o — m u y r a s t r e r o y n a d a
c o m p r e ns i vo . S in e m ba r g o , c o m o e r a he r m a no nu e st r o y pe r t e ne cí a a
nue st ra Or de n, nos ve ía m os oblig a do s a sopor t a r le . C om o m u ch o s de
no s ot r o s , v iv ía u na vi d a so li t a r ia . Pe r o e n lu g a r de de di ca r se a la
me dit a ción, a la co nte m pla ción y a f ome nt ar su s virt u de s, ima g ina ba
ser el hom br e m á s po de r oso de B i r m a n i a . N o q u e r í a a d m i t i r q u e e r a
u n p o b r e m o n j e q u e a pe n a s h a b í a e m pe z a d o a r e c o r r e r e l C a m i n o d e
la Ve r d a d sino que , en la soledad de su celda , soñaba que era u n gra n
P r í n c i p e , c o n p o d e r o s o s e st a d o s y r i q u e z a s i na g o t a b le s . A l pr in c i pi o ,
a q u e ll o e r a so la m e n t e u n e nt r e t e ni m ie nt o inú t il , per o inofe nsivo.
Evide nte mente , na die podía condenarlo por s u s s u e ñ o s y de s e o s
o c i o s o s p o r q u e , c o m o y a t e h e d i c h o , ca r e cía de la volu nt a d y de la
sa bidu r ía ne ce sar ia s pa ra dedicarse provechosamente a las tareas
espirituales cotidianas. A l o l a r g o d e m u c h o s a ñ o s , s i e m p r e q u e
e s t a b a s o l o , s e t r a n s f o r m a b a e n e l g r a n p r í n c i p e . E s t o d e t e r m i n ó
u n c a mbi o de co lo r e n s u a spe ct o y e n s u s m od a le s y , co n e l t ie mp o ,
e l h u m i l d e m o n j e p a r e c i ó d e s v a n e c e r s e p o c o a p o c o convirtiéndose

283. en un hombre arrogante. El pobre desgra-

284. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 165
cia do cr e y ó, a l fin, qu e e ra r ea lme nte u n se ñor de B ir m a nia y u n día
ha bló con u n Su pe r ior com o si lo e st u vie ra ha cie nd o c o n s u v a s a l l o .
P e r o e l S u p e r i o r n o e r a t a n p a c i e n t e c o m o l a m a y o r í a d e
n o s o t r o s y — l a m e n t o t e n e r q u e d ec i r l o — a q u e l c o n t a c t o c o n u n
p o b r e m o n j e q u e c r e í a s e r u n p r í n c i p e , l e h i z o p e r d e r l a c a l m a
p r o d u c i é n d o l e c i e r t o d e se q u i l i b r i o m e n t a l . . . P e r o , L o b s a n g , t ú n o
d e be s p r e o c upa rt e por e sa s cosa s . Er e s pa cie nte , e qu ilibr a do y no
tie ne s m i e d o . A t í t u l o d e a d v e r t e n c i a , r e c u e r d a s i e m p r e q u e e l
mie do cor roe el espíritu. La s imag inacione s va na s e inút ile s n o s
e m p u j a n a l o la r g o d e c a m i n o s t o r c i d o s y , c o n e l t ie mp o , l o s s u e ñ o s
s e c o n v i e r t e n e n r e a l i d a d y l a s r e a l i d a d e s d e s a p a r e c e n y y a n o
v u e l v e n a s u r g i r e n v a r ia s r e e n c a r n ac i o n e s . S i g u e e l B u e n C a m i n o
y n o p e r m i t a s q u e n i n g ú n d e s e o i n c o n f e s a b l e n i n i n g ú n s u e ñ o
d e f o r m e t u p e r s o n a l id a d . É s t e e s e l M u n d o d e l a I l u s i ó n , p e r o p a r a
l o s q u e a lc a n z a n e l c o no c im ie n t o í nt im o de la s co s a s , la ilu si ón pu e-
d e c o n v e r t i r s e e n r e a l i d a d c u a n d o t e r m i n a l a v i d a e n e s t e mundo.
Re fle xi o né su s p a la br a s . Y a h a b ía oí d o ha bl a r d e a q u e l m o n je q u e
c r e y ó s e r u n p r í n c i p e . L o h a b í a le í d o e n a l g u n o de los libros de la
biblioteca de los lamas.
— H o n o r a b l e M a e st r o — l e d i j e — , ¿ c u á l e s e n t o n c e s la utilidad de
los poderes ocultos?
Él se cruzó de brazos y me miró fijamente a los ojos.
— ¿ L a u t i l i d a d d e l c o n o c i m i e n t o o c u l t o ? — m e r e s p o nd i ó — .
Ve r á s , e s b a s t a n t e f á c i l , L o b s a n g . D e be m o s a y u d a r a l o s q u e s o n
d i g n o s d e n u e s t r a a y u d a . P e r o n o p o d e m o s a y u da r a l os q u e n o la
m e r e c e n o n o e st á n d i s pu e st os a r ec i b i r l a . N o u t i l i z a m o s n u e s t r o
p o d e r o c u l t o o n u e s t r a s e xtr a or dina r ia s dot e s en nue st r o pr o pio
be ne fi cio m at er ia l, e spe r a ndo r e com pe nsa s t er r e na s . El a ut é nt ico
objet ivo de los p o d e r e s o c u l t o s e s a c e l e r a r n u e s t r o p r o p i o d e s a r r o l l o
p e rso n a l , nu e st r a pr op ia e vo lu ci ón , y a y u da r a l m u n do e nt e r o a
con se g u ir la , no sólo a l m u ndo de los se re s hu ma no s si no t a m b i é n a l
m u n d o d e l o s a n im a le s , a t o d a la n a t u r a l e z a , a todas las cosas.

286. 16 6 LOBSANG RAMPA
I nt e r r u m pi m o s n u e st r a c o n ve r sa ci ó n cu a nd o e m pe z a b a e l s e r vi ci o
no c t u r no e n e l Te m pl o . Y c om o si se g u i r ha bl a nd o , m i e n t r a s l o s
D i o s e s e r a n o b j e t o d e c u l t o t a n c e r c a d e no sot r os, fue ra u na fa lt a de
re spe t o ha cia ellos , g ua r da m os s i l e n c i o y n o s s e n t a m o s j u nt o a l a
lá m p a r a d e g r a s a , c u y a llama brillaba ya muy débilmente.

287. C A P Í T U L O V I I I
Fra realmente agradable tenderse sobre el césped, fresco y j u g o s o , a l
p i e d e l P a r g o K a l i n g . D e t r á s d e m í , l a s v i e j a s r o c a s se e r g u í a n h a c i a
e l c i e l o y , d e s d e m i p u n t o d e o b s e rva ció n so bre la tie rr a , co nte m pla ba
la má s a lt a de a qu e lla s c u m b r e s p e n e t r a n d o e n l a s n u b e s . L a " F l o r d e
L o t o"
1
q u e f o r m a b a l a c i m a p a r e c í a s i m b o l i z a r e l E s p í r i t u y s u s
" pé t al o s " c o n s t i t u í a n u n a r e p r e s e n t a c i ó n c o n c r e t a d e l A i r e . Y o
de sc a n s a b a a pa ci b le m e nt e a l pi e de a q u e l la im a g e n pé t r e a d e l a " V i d a
s o b r e l a T i e r r a " . F u e r a de l a l c a n ce d e m i v i s t a — m ie nt r a s
pe r m a n e c ía t e nd i do — e st a ba l a " E s ca li na t a de l a s C o n s e c u e n c i a s " .
¡ B i e n , e n t o d o c a s o , e n a q u e l l o s m omentos, yo estaba intentado
"conseguir" algo!
Er a a g r a d a b le e s t a r a ll í t e n di d o , c on t e m pl a n do e l pa so c a n s i n o
d e l o s m e r c a d e r e s d e l a I n d i a , C h i n a y B i r m a n i a . A lg u no s
ca m i na b a n ju nt o a la s la r g a s hi le r a s de l os a ni m ale s ca r ga do s de
gé ne r os e xót ico s pr o ce de nt e s de los lu ga r e s m á s r e m ot o s d e la t ie r r a .
Ot r os , lo s m á s a n ci a n o s o t a l ve z l o s m á s ca ns a d o s , a r r a s t r a ba n lo s
pi e s c on d i fi cu lt a d y m ir a ba n a su alr e de d or . Sa bore a ndo m is
inst a nt e s de ocio , int e n t a b a a d i v i n a r e l c o n t e n i d o d e s u s
p a q u e t e s . P e r o d e p r o n t o , e m p e c é a b u r l a r m e d e m i s p r o p i o s
p e n s a m i e n t o s . "¡Estaba allí precisamente para eso!" Mi objetivo era ob-
1. El Loto o Padma constituye el símbolo del espíritu y sus pétalos varían en
cada uno de los siete Chakras (o plexos) fundamentales, a través de los cuales el
Kundalini asciende hasta que el yogui alcanza el estado supremo de Samadhi
(la superconciencia). Una de las posturas fundamentales del yoga es el Padmasana
(o postura del Loto) que es la postura más propia para meditar y alcanzar el
máximo desarrollo espiritual. (N. del T.)

288. 16 8 LOBSANG RAMPA
se r va r e l a u r a ps íq u i ca de la s pe r s o na s q u e pa sa ba n, pa r a
" a d i v i n a r " , m e d i a n t e e s a o b s e r v a c i ó n y t a m b i é n p o r t e l epat ía, lo
que aquellos hom bres hacía n y pensa ba n, penetra n do en sus intenciones.
F r e n t e a m í , a l o t r o l a d o d e l c a m i n o , h a b í a u n p o b r e m e nd ig o
ci e g o , cu bi e r t o d e s u c ie d a d . Ha r a p ie n t o y v u lg a r , e st a b a se nt a do e n
e l s u e l o y d ir ig ía s u s la m e nt o s a l o s v iaj e r o s . M e s o r p r e n d i ó
c o m p r o b a r c ó m o g r a n p a r t e d e é s t o s le a r r oj a b a n m one da s y se
co m pl a c ía n e n m i r a r le m ie nt r a s él las buscaba a tientas, orientándose
por el sonido que éstas p r o d u c ía n a l ca e r e n la t ie r r a o a l c h o ca r c o n
a lg u na r oc a . A l g u n a s v e c e s , a u nq u e m u y r a r a m e nt e , e r a i n c a p a z de
h al l a r l a s y , e n t o n c e s e r a e l p r o p i o v i a j e r o e l q u e l a s r e c o g í a p a r a
a r r o j á r s e l a s d e n u e v o . L e m i r é a t e n t a m e n t e y m e i nv a d i ó u n a
p e r p l e j i d a d s i n l í m i t e s . ¡ S u a u r a ! Ha s t a e se m om e n t o , n o m e h a b í a
p r e o c u p a d o e n o b s e r v a r l a . P e r o a l ha ce r lo, a l con ce nt r a r e n e lla m i
at e nción, me di cu e nta de q u e n o e r a c i e g o . E r a m u y r i c o . T e n í a
m u c h o d i n e r o y m uch os bie ne s, gu a r da dos ce losa m e nte e n u n lu ga r
ocu lt o. Se fing ía cie g o por q ue é sa er a la for m a m á s fá cil de g a na r se la
v i d a . ¡N o ! E r a i m p o s i b l e . T e n í a q u e h a b e r u n e r r o r e n m i s
a p r e c i a c i o n e s . Ta l v e z m e h a b í a e q u i v o c a d o p o r u n e x c e s o d e
co n f ia nz a e n m í m i sm o. P o si b le m e nt e , m is p o de r e s e st ab a n f a l l a n d o .
P r e o c u p a d o a n t e s e m e j a nt e s o s p e c h a , m e lev a n t é d e m a l a g a n a y ,
c o n e l p r o p ó s i t o d e q u e é l d e s v a n ec i e r a m i s d u d a s , f u i e n b u s c a d e
m i M a e st r o , e l L a m a M i ngyar Dondup, que se hallaba al otro lado del Kundu
Ling.
Po c a s se m a na s a n t e s , h a b ía si d o s om e t i do a u na op e r ac i ó n
d e s t i n a d a a a b r i r h a s t a e l m á x i m o m i " T e r c e r O j o " . M i
e x t r a o r d i n a r i o p o d e r p a r a v e r e l " a u r a " d e l o s c u e r p o s h u m a n o s , d e
l o s a n i m a le s y d e la s p l a n t a s , e r a i n n a t o . La d o l o r o s a i n t e r v e n c i ó n
q u i r ú r g i c a q u e m e f u e p r a c t i c a d a ha bía incre m e nta do mis pode r e s
en u n g ra do m u y su pe r ior a l q u e e l L a m a M i n g y a r D o n d u p
e s p e r a b a . Y e n a q u e l l o s dí a s , m i de sa r r o ll o se a ce le r a b a a u n r it m o
in cr e í bl e . T o do m i t i e m p o l i b r e e s t a b a d e s t i n a d o a r e c i b i r la s
e n s e ñ a n z a s o c u l t a s . M e s e n t ía d o m i n a d o p o r f u e r z a s p o d e r o s a s y

289. e r a n varios los lamas que, por telepatía o por otros sistemas se-

290. cretos cuyo mecanismo estudiaba entonces con gran interés,
" l a n z a b a n " c o n o c i m i e n t o s a m i c e r e b r o . ¿ P o r q u é a s i s t i r a cla se
cua ndo es posible apre nder lo t odo por procedim ientos t e le p á t i c o s ?
¿ P o r q u é t r a t a r d e c o n o c e r p o r o t r o s m é t o d o s l a s i n t e n c i o n e s d e u n
s e r h u m a n o s i e s p o s i b l e c o n o c e r l a s c o n s ó l o o b s e r v a r s u a u r a ?
¡ S i n e m b a r g o , a q u e l c i e g o m e había llenado de preocupaciones!
¿ D ó n d e e s t á s , H o n o r a b l e L a m a ? — g r i t é ,
a t r a v e s a n d o el camino presuroso en busca de mi Maestro.
A l e nt r a r a l pe q u e ño p a r q u e l le n o de p r e c i pi t a c i ón , r e sb a l é y
e s t u v e a p u n t o d e c a e r m e . A l l í e s t a b a m i M a e s t r o , so nr ie nt e , lle no
de ca lma , se nt a do en el t r onco de un ár bol caído.
B i e n , b i e n , b i e n . . . ¡ T e s i e n t e s e x c i t a d o
p o r q u e h a s descubierto que aquel "ciego" ve tan bien como tú!
Me detuve ante él jadeante, indignado, sin aliento.
— ¡ S í ! — e x c l a m é — . E s e h o m b r e e s u n t r a m p o s o , u n l a d r ó n
p o r q u e r o b a a l o s q u e t i e n e n b u e n c o r a z ó n . ¡ D e b ería estar en la cárcel!
E l L a m a p r o r r u m p i ó e n r u i d o s a s c a r c a j a d a s c o n t e mplando mi
rostro rojo de indignación.
P e r o L o b s a n g — m e d i j o s u a v e m e n t e — ,
¿ p o r q u é t a nt o r u i do ? Es t e h om b r e e st á p r e s t a n d o u n s e r vi ci o , de
la m i s m a m a n e r a q u e p r e s t a u n s e r v i c i o e l v e n d e d o r d e M olinos de
Ora ciones. Las per sonas le dan unas monedas insig nifica nte s para
conve ncer se a sí mism as de su gener osida d. Gra cia s a e so, se cr ee n
bue no s. Y du r a nt e u n br e ve pe r íodo d e t i e m p o , e s e s e n t i m ie n t o
a u m e n t a s u r i t m o d e v i b r a c i ó n m ole cu la r y su e spir itu a lida d. ..
a ce r cá ndol os m á s a los dios e s . E l l o le s be n e f i c i a . ¿ Y e n c u a nt o a l a s
m o ne d a s q u e r egalan? ¡Eso no es nada para ellos! ¡Una insignificancia!
¡ P e r o n o e s c i e g o ! — d i j e l l e n o d e
e x a s p e r a c i ó n — . ¡Es un "ladrón"!
L o b s a n g — r e s p o n d i ó m i M a e s t r o — . E s
c o m p l e t am e nt e inofe nsi vo. Se lim ita a ve n de r su s se r vi cios . Má s
a dela nte , cu ando esté s en el mundo occide nta l, te darás cue nta de q ue
los a ge nte s de pu bli cida d ha ce n e l elog io de m u cha s cosas que realmente
son nocivas a la salud, deforman a los

291. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 169

292. 17 0 LOBSANG RAMPA
n i ñ o s i n c l u s o a n t e s d e s u n a c i m i e n t o y t r a n s f o r m a n a l a s personas
normales en verdaderos locos.
G o l p e ó c o n e l p i e e n e l t r o n c o s o b r e e l q u e s e h a l l a b a s e n t a d o y
m e i n v i t ó a s e n t a r m e j u n t o a é l . L e o b e d e c í y , con mis talones,
tamborileé sobre la corteza del árbol.
—De be s pr a ct ica r sim u lt á nea m e nt e la t ele pat ía y e l a nál i s i s d e l a s
a u r a s — d i j o m i M a e s t r o — . S i e n l u g a r d e u t iliz a r am bo s sist e ma s ,
te lim ita s t an sólo a u no de ellos , tu s conclusione s pue den, com o te
ha suce dido en e ste ca so, ser i n e x a c t a s . E s p r e c i s o u t i l iz a r a l m i s m o
t i e m p o t o d a s n u e stra s faculta de s, poner en mar cha todos nuestr os
podere s, si q u e r e m o s a n a l i z a r e f i c a z m e n t e t o d o s l o s p r o b l e m a s o u n
pr o bl e m a d e t e r m in a d o . . . E n f in , e st a t a r d e t e n dr é q u e m a rc h a r m e .
E n m i a u s e n c i a , e l g r a n L a m a M é d i c o C h i n r o bn o b o , d e l H o s p i t a l
d e M e n z e k a n g , t e h a b l a r á . Y t ú p o d r á s hablar con él.
— ¡ O h ! — d i j e d e s o l a d o — . ¡ P e r o é l n u n c a m e d i r i g e l a palabra!
¡Me ignora por completo!
—E s t a t a r de c a m bi a r á n la s co s a s — di jo m i Ma e st r o —. Ya lo verás.
Cambiarán de una u otra forma.
" ¡De u na u ot r a fo r m a !" , p e n sé . La s pe r s pe ct iv a s n o parecían ser
demasiado propicias.
R e g r e s a m o s j u n t o s a l a M o n t a ñ a d e H i e r r o , d e t e n i é nd o n o s d e
v e z e n c u a n d o p a r a c o n t e m p l a r d e n u e v o l a s a nt i g u a s r o c a s ,
s i e m p r e l l e n a s d e f r e s c u r a y c o l o r . A s c e n d imos después por el sendero
montañoso.
— E s t e s e n d e r o e s c o m o l a v i d a , L o b s a n g — m e d i j o e l L a m a — .
L a v i d a e s l o m i s m o q u e u n s e n d e r o á s p e r o y p ed r e g o s o , r o d e a d o d e
p e l i g r o s e i n s o n d a b l e s a b i s m o s . P e r o el que persevera puede alcanzar la
cumbre.
A l l le g a r a la p a r t e a lt a d e l se n de r o , e s c u c h a m o s l a l l am a d a p a r a
e l s e r v i c i o r e l i g i o s o y c a d a u n o d e n o s o t r o s s ig u i ó s u p r o p i o
c a m i n o . É l s e d i r i g i ó a l s e c t o r d e l o s l a m a s de su rango y yo al de mis
condiscípulos.
C u a n d o t e r m i n ó e l s e r v i c i o , h i c e u n a c o m i d a l i g e r a . D e s p u é s

293. v i q u e u n " c h e l a " m e n o r q u e y o s e a c e r c a b a a m í dando muestras de
excitación.
—Martes Lobsang — me dijo con gran deferencia —.

294. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 171
E l S a g r a d o L a m a M é d i c o C h i n r o b n o b o d e s e a v e r t e i n m ediatamente
en la Escuela de Medicina.
Me aju sté e l m a nt o, a spir é pr ofu nda m e nt e el a ire va r ia s ve ce s
pa r a q u e m i s ne r v io s a lt e r a do s se ca lm a r a n y , c on la tr ist e se g u r ida d
de q ue no lo c onse g u ir ía por m u cho qu e lo intentara, me dirigí a la
Escuela de Medicina.
— ¡ A h ! — r u g i ó c e r c a d e m í u n a v o z p o d e r o s a q u e m e recordaba
el profundo sonido de las trompas del Templo.
M e de t u ve y m e i n c l i n é a n t e é l c o n e l r e s p e t o d e b i d o a s u a lt o
r a n g o . E r a u n h o m b r e a lt o , c o r p u le n t o , d e a n c h a s e spa lda s, co n un
a spe ct o q ue a te m or iz a ba . Se nt í el co nve nc i m i e n t o d e q u e c o n s ó l o
a s e s t a r m e u n p u ñ e t a z o , p o d r í a a r r a n c a r m e l a c a b e z a d e l o s
h o m b r o s y l a n z a r l a r o d a n d o m o n t a ñ a a b a j o . Pe r o e n lu g a r de e s o ,
m e r o g ó q u e m e se nt a r a a n t e é l ¡ y l o h i z o t a n c o r d i a l m e n t e q u e
c a s i m e d e smayo!
—B ie n , m u ch a c h o — di jo co n vo z po d e r o s a y p r o f u n da , c o m o s i
u n t r u e n o h u b i e r a r e s o n a d o e n la s m o n t a ñ a s q u e c e r r a b a n e l
h o r i z o n t e — . H e o í d o h a b l a r m u c h o d e t i . T u I l u s t r e M a e s t r o , e l
L a m a M i n g y a r D o n d u p , a s e g u r a q u e e r e s u n p r o d i g i o , q u e t u s
d o t e s p a r a n o r m a l e s s o n i n m e ns a s . ¡ V a m o s a c o m p r o b a r l o ! — M e
e s t r e m e c í a l o í r l o — . ¿Me ves? ¿Qué es lo que ves? — me preguntó.
Y o s e g u í a t e m b l a n d o c a d a v e z m á s . Y n o se m e o c u r r i ó otra cosa
que decirle lo primero que pasó por mi cabeza.
S a g r a d o L a m a M é d i c o — e x c l a m é — . V e o
u n h o mb r e t a n g i g a n t e s c o q u e c u a n d o e n t r é a q u í m e p a r e c i ó q u e
era una montaña.
L a n z ó u n a c a r c a j a d a v i g o r o s a a c o m p a ñ a d a d e u n a ut é nt i co
hu r a c á n q u e sa lía de s u b o ca y , se g ú n m e p a r e c ió , estuvo a punto de
hacer volar mi manto.
¡ M í r a m e , m u c h a c h o ! — m e o r d e n ó — .
¡ " O b s e r v a m i a u r a " y d i m e q u é v e s ! ¡ D i m e c ó m o l a v e s y q u é
s i g n i f i c ación tiene para ti!
Le o b s e r v é , pe r o n o f i j a m e n t e , n o e n f o r m a d i r e c t a , y a que ello
pue de oscu recer el aura de la s per sona s a cau sa de l o s v e s t i d o s q u e

295. l l e v a n . M i r é " h a c i a " é l , p e r o n o e x a c t amente "a" él.

296. 172 LOBSANG RAMPA
S e ñ o r — d i j e — . E n p r i m e r l u g a r , v e o e l
c o n t o r n o f ís i c o d e t u c u e r p o y l o v e o o s c u r o c o m o s i n o e s t u v i e r a
c ubi e r t o po r e l m a n t o . De sp u é s , m u y ce r ca d e t i, v e o u na lu z d é b i l ,
a z u l a d a , p a r e c i d a a l h u m o d e u n a m a d e r a f r e s c a . A m i ju ic io , e st o
si g n i fi c a q u e ha s e st a d o t r a ba ja n d o de m as i a d o , q u e h a s p a s a d o
n o c h e s s i n c o n c i l i a r e l s u e ñ o y q u e tu energía etérea está debilitada.
M e m i r ó c o n l o s o j o s d e s m e s u r a d o s d e a s o m b r o y a s i ntió
satisfecho.
¡ C o n t i n ú a ! — d i j o .
— ¡ S e ñ o r ! — a ñ a d í — . T u a u r a t i e n e u n a e x t e n s i ó n d e u no s
nu e ve pi e s e n t or no a t u cu e r po . Lo s c ol or e s e st á n r epa rt ido s e n
fr a nja s hor iz onta le s y ver t ica le s . Tie ne s el a mar illo de la e le va da
e spir it u a lida d. En e st os m om e nt o s, e st á s a so m b r a do de q u e u n
m u c ha c ho de m i e da d t e pu e da d e c ir ta nta s cosa s y ha s pe n sa do q ue ,
en r ea lida d , el La ma Mingya r Dondu p , sa be lo qu e di ce . Pie nsa s
ta m bié n qu e t e ndrá s q u e p e d ir le di s cu lp a s po r h a be r du da do de lo q u e
t e co n t ó acerca de mis dotes personales.
Me interrumpió con una carcajada.
— ¡ T i e n e s r a z ó n , m u c h a c h o ! ¡ T i e n e s r a z ó n ! — d i j o d ivertido —.
¡ "Continúa"!
¡ S e ñ o r ! — l e d i j e . ( ¡ A q u e l l o e r a u n j u e g o
d e n i ñ o s pa r a m í !) — Ha ce po c o t u v is t e u n a c ci d e nt e q u e t e
pr o du jo u na a fe cci ón he pá t ica . Cu a ndo r íe s de ma sia do fu e rt e , t e re-
siente s y piensa s que tal vez debe ría s toma r una infusión de "hierbas
anestésicas" y, aprovechando sus efectos, someterte a va r ia s se sio ne s de
ma sa je int e r no. Y pie nsa s ta m bié n qu e h a s i d o e l D e s t i n o e l q u e h a
he c h o q u e , e nt r e m á s d e s e i s m il hier ba s cu rativa s, se a la "a nestésica"
la má s escasa y la más difícil de encontrar.
H a b í a d e j a d o d e r e í r y m e c o n t e m p l a b a s i n i n t e n t a r ocultar el
respeto que le inspiraba.
— A d e m á s — a ñ a d í — , e n t u a u r a e s t á c l a r a m e n t e i n d ic a d o q u e ,
e n u n p l a z o m u y b r e v e , t e c o n v e r t i r á s e n e l S uperior Médico más

297. importante del Tibet.
Me miró preocupado.

298. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 173
— T i e n e s g r a n d e s p o d e r e s , h i j o — a f i r m ó — . L l e g a r á s m u y l e j o s .
P e r o n u n c a , " n u n c a " , a b u s e s d e e s o s p o d e r e s . P u e d e s e r m u y
p e l i g r o s o . A h o r a a n a l i z a r e m o s , c o m o c o l eg a s , la c u e s t i ón d e l a u r a .
Pe r o pr im e r o, v a m os a t o m a r u n poco de té.
Tom ó la peq ue ña ca m pa nilla de plat a a g it á ndola con ta l v io le nc ia
q u e t e m í q u e se le e s ca pa r a de la s m a n o s . A l i nst a nt e , u n j ov e n
m o nje no s t r a jo t é y — ¡ oh , d ic h a e nt r e la s d i c h a s ! — a l g u n o s d e l o s
l u j o s q u e n o s p r o p o r c i o n a b a l a M a d r e I nd ia . Mi e nt r a s
pe r m a n e c ía m os a l lí se nt a do s , pe ns é q u e l o s a lt o s l a m a s v i v í a n t o d o s
c o n la m a y o r c o m o d i d a d . De b a j o d e n o s o t r o s , ve í a l o s g r a n d e s
p a r q u e s de L h a s a , e l D o d p a l y e l K h a t i , q u e p a r e c í a n e s t a r a l
a l c a n c e d e m i ma no . Ha cia la izq u ie r da , e l Ke sa r Lha kha ng , la
at a la y a de nu e st r a z ona , se e r gu ía com o u n ce nt ine la . Má s a l nor te , al
otr o la do de l ca m ino, a pa r e cía m i lu ga r pre dile ct o, e l Pa r g o Kaling, la
Puerta Occidental.
— ¿ Q u é e s l o q u e o r i g i n a e l a u r a , S e ñ o r ? — l e p r egunté.
C o m o y a t e h a d i c h o t u r e s p e t a d o M a e s t r o ,
e l L a m a M i n g y a r D o n d u p — m e r e s p o n d i ó — , e l c e r e b r o r e c i b e
m e n s a j e s d e l E s p í r it u S u p e r i o r y g e ne r a c o r r i e n t e s e l é ct r ic a s . L a
V i d a e s e l e c t r i c i d a d . E l a u r a e s u n a d e s u s m a n ifestaciones. Como
tú sabes, nuestra cabeza está circundada p o r u n a a u r e o l a . L a s
p i n t u r a s a n t i g u a s m u e s t r a n s ie m p r e a D i o s y a l o s S a n t o s c o n u n
n i m b o d o r a d o q u e r o d e a l a parte posterior de sus cabezas.
¿ P o r q u é s o n t a n p o c a s l a s p e r s o n a s q u e
p u e d e n v e r el aura, Señor? — le pregunté.
— H a y m u c h a s p e r s o n a s q u e , c o m o n o s o n c a p a c e s d e ver la , no
cre e n e n su exist e ncia . Pe r o olvida n qu e t am po co v e n e l a i r e y , s i n
e m b a r g o , ¡ s i e l a i r e n o e x i s t i e r a i b a n a pa sa r l o b a s t a n t e m a l !
A lg u na s — m u y p o ca s — pu e de n ve r e l a u r a . O t r a s n o p u e d e n . H a y
p e r s o n a s q u e p u e d e n o í r fr e cue n cia s má s alta s o má s ba ja s qu e la s
qu e oy e n su s sem e ja nt e s . E s o n o g u a r da n in g u na r e la ci ón co n e l
g r a do de e s p i r it u a l i d a d d e l o b s e r v a d o r , d e l a m i s m a m a n e r a q u e l a
habilidad para caminar sobre zancos no indica necesaria-

300. 17 4 LOBSANG RAMPA
m e n t e q u e u n a p e r s o n a s e a e s p i r i t u a l . T a m b i é n y o — a ñ ad i ó
s o n r i e n d o — , c u a n d o e r a j o v e n c o m o t ú , s o l í a u t i l i z a r los zancos. Pero
ahora ya no puedo.
Y o t a m b i é n s o n r e ía p e n s a n d o q u e , e n lu g a r d e z a n c o s , hubiera
necesitado un par de troncos de árbol.
— C u a n d o t e s o m e t i m o s a la o p e r a c i ó n d e A pe r t u r a d e l T e r c e r O j o
— m e d i j o e l L a m a M é d i c o — , o b s e r v a m o s t u s circunvoluciones
cere br ale s fr onta les y vim os que eran muy di f e r e n t e s a la s q u e e x is t e n
no r m a lm e nt e , lo c u a l n o s l le v ó a la co n cl u s ió n de q u e t u s po d e r e s de
cl a r iv id e n c ia y de t elepatía era n innat os. Ésa e s u na de la s razone s
que nos ha n i n d u c i d o a s o m e t e r t e a u n e n t r e n a m i e n t o t a n i n t e n s i v o
y a ce le r a d o . T e n dr á s q u e pe r m a ne c e r a q u í, e n la E s cu e la d e
M e d i c i n a , d u r a n t e v a r i o s d í a s — m e d i j o m i r á n d o m e c o n i n m e n s a
s a t i s f a c c i ó n — . V a m o s a o b s e r v a r t e c o n c i e n z u d am e nt e pa r a
de sc u b r i r la f or m a de i nc r e m e nt a r h a s t a e l m áximo tus extraordinarias
dotes.
E s c u c h a m o s u na t o s d i s c r e t a a l o t r o l a d o d e l a p u e r t a y m i
M a e s t r o , e l L a m a M i n g y a r D o n d u p , e n t r ó e n l a h a b it a c i ó n . M e
l e v a n t é d e u n s a l t o y l e s a l u d é c o n u n a r e v er e n c i a , l o m i s m o q u e
e l G r a n C h i n r o b n o b o . M i M a e s t r o sonreía.
— R e c i b í t u m e n s a j e t e l e p á t i c o — d i j o a l G r a n L a m a M é d i c o — .
Y h e v e n i d o r á p i d a m e n t e p a r a v e r s i p u e d o t en e r l a s a t i s f a c c i ó n d e
q u e c o n f i r m e s m i s d e s c u b r i m i e n t o s acerca de mi joven amigo.
M e s o n r i ó y t o m ó a s i e n t o . S o n r i ó t a m b i é n e l G r a n Lama
Chinrobnobo y le dijo:
— ¡ R e s p e t a d o C o l e g a ! M e i n c l i n o d e b u e n g r a d o a nt e t u a lt a
sa bi d u r ía y a ce p t o a e st e j ov e n p a r a e st u d ia r s u ca so . T u
i n t e l i g e n c i a , q u e r i d o C o le g a , e s i n m e n s a . E r e s u n h o mbre r ea lm e nt e
polifa cé t ico. Pe r o nu nca ha bía s enco nt ra do a un muchacho como éste.
A m b o s r e í a n y e l L a m a C h i n r o b n o b o s e a g a c h ó y s a c ó de un
mueble que había junto a él, ¡tres jarras de nueces en a lm íba r ! Sin
du da alg u na , se me pu so ca r a de t ont o por q ue e l l o s , a l m i r a r m e ,
l a n z a r o n a l u n í s o n o u n a s o n o r a c a r c ajada.

302. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 175
— L o b s a n g , ¿ p o r q u é n o u t i l i z a s t u s d o t e s t e l e p á t i c a s ? S i l o
h u b i e r a s h e c h o , t e h a b r í a s d a d o c u e n t a d e q u e e l L a m a M é d i c o y
y o h e m o s c e d i d o a n u e s t r a d e b i l i d a d h u m ana pa ra cr uz a r u na
a pu e sta . Lleg a m os al a cu e r do de qu e si t ú e r a s c o m o y o a f i r m a b a , é l
t e d a r í a e s t a s t r e s j a r r a s d e n u e c e s e n a l m í b a r . E n c a s o d e n o
h a b e r t e n i d o r a z ó n , m e h u b i e r a v i s t o o b l i g a d o a r e a l i z a r u n l a r g o
v i a j e y a l l e v a r a c a b o c i e r t a i n t e r v e n c i ó n q u i r ú r g i c a e n n o m b r e
d e m i amigo.
Mi Maestro me sonrió y añadió:
— N a t u r a l m e n t e , h a r é e s e v i a j e y e s e t r a b a j o d e t o d a s f o r m a s y
t ú v e n d r á s c o n m i g o . P e r o n o s c o m p l a c i ó a p o s t a r y ha y q ue ha ce r
bie n la s cosa s . Ahor a nu e str o honor e stá a s a l v o . — S e ñ a l ó l a s t r e s
j a r r a s y a ñ a d i ó — : Q u é d a t e l a s , Lobsa ng . Y cuando te vaya s, pue de s
lle vá rtela s porque e s el premio del vencedor y, en este caso, el vencedor eres
tú.
Y o m e se nt ía r e a l m e nt e co n f u n di d o . E vi de nt e m e nt e , y o n o p o d í a
u t i l i z a r m i s p o de r e s t e l e pá t i c o s c o n a q u e l l o s d o s Alt os La ma s . Sólo
con pe n sar lo , u n gr a n e sca lofr ío r e cor r ía m i c o l u m n a v e r t e b r a l .
S e n t í a g r a n a f e c t o p o r m i M a e s t r o , e l L a m a M i n g y a r D o n d u p , y u n
p r o f u n d o r e s p e t o p o r l a s a b i d u r í a y l a c i e n c i a d e l G r a n L a m a
C h i n r o b n o b o . I n t e nt a r e s p i a r l e s — i n c l u s o p o r p r o c e d i m i e n t o s
t e l e p á t i c o s —h u b ie r a s i do u n in s u lt o, u na im pe r d on a b le d e s c or t e s ía .
El Lama Chinrobnobo interrumpió mis pensamientos.
— M u y b i e n , h i j o . T u s s e n t i m i e n t o s t e h o n r a n . E s t o y rea lmente
sat isfecho de ha be rte conocido y de poder tenerte entre nosotros. Te
ayudaremos para acelerar tu desarrollo.
— A h o r a , L o b s a n g — d i j o m i M a e s t r o — . T e n d r á s q u e
pe r m a n e ce r a q u í t a l v e z d u r a nt e u na se m a n a c on e l ob je t o d e q u e
pu e da s a pr e n de r m u c ha s c o sa s r e la ci o na da s c on e l a u r a . . . S í , s í —
a ña d i ó i n t e r p r e t a n d o m i m i r a d a — , s é p e rfe ct a m e nt e q u e cr e e s q u e
y a no p u e d e s a pr e nd e r na da n u evo sobr e el a ur a . Pu e de s ver la . Sa be s
inte r pr et a r la . Pe r o e s necesar io que conoz ca s su géne sis y su
mecanismo inte rno. De b e s a p r e n d e r t o d o l o q u e c a s i na d i e s a b e d e
e l l a . Y a h ora, tengo que dejarte. Pero mañana te veré de nuevo.

303. Se levantó y, naturalmente, yo le imité. Se despidió y

304. 1 7 6 LOBSANG RAMPA
a b a n d o n ó l a h a b i t a c i ó n . E l L a m a C h i n r o b n o b o s e v o l v i ó a mirarme
y exclamó:
— N o e s t é s n e r v i o s o s , L o b s a n g . N o t e v a a s u c e d e r n a d a .
V a m o s a i n t e n t a r s o l a m e n t e a c e l e r a r t u d e s a r r o l l o . En pr im e r lu g a r ,
co n ve r s a r e m os u n p o co s o br e e l a u r a . N at u r a l m e n t e , t ú l a v e s c o n l a
m a y o r c l a r i d a d y l a c o m p r e nd e s a l a p e r f e c c i ó n . P e r o i m a g í n a t e
p o r u n m o m e n t o q u e c a r e c i e r a s d e e s a f a c u l t a d , c o m o e l 9 9 , 9 0 %
— o t a l v e z más — de la población mundial...
D e n u e v o a g i t ó l a c a m p a n i l l a v i o l e n t a m e n t e y e l s i rv i e nt e
a cu d i ó p r e s u r o s o c o n e l t é y , c o m o e s l ó g i c o y ne c es a r i o , l a s " o t r a s
c o s a s " q u e t a n t o m e g u s t a b a n p a r a a c o mpañar al té. Creo que puede
ser interesante recordar que, en el Tibet, algu nos día s, tomam os más
de se se nta taza s. Com o t o d o e l m u n d o s a b e , e l T i b e t e s u n p a í s
m u y f r í o y e l t é c a l i e n t e n o s " e n t o n a " . H a y q u e t e n e r e n c u e n t a
q u e n o s otr os no po de m os , com o los occi de nt a le s , sa lir a t om a r u nos
t r a g o s y n o s v e m o s o b l i g a d o s a l i m i t a r n o s a l t é y a l t s a mp a , a n o
s e r q u e a l g u n a p e r s o n a d e b u e n a v o l u n t a d n o s t r a ig a de o t r o s
pa ís e s , co m o p or e je m pl o de la I nd ia , t od a s aquellas cosas de que
carecemos en nuestro país.
— Y a h e m o s h a b l a d o d e l o r i g e n d e l a u r a — d i j o e l L a m a
C h i n r o b n o b o — . E s l a f u e r z a v i t a l d e l c u e r p o h u m an o . S u p o n g a m o s
p o r u n m o m e n t o q u e t ú n o p u e d e s v e r l a y q u e n o s a b e s n a d a d e
e l l a . E s p r e c i s o q u e p a r t a m o s d e e sa hipóte si s pa r a qu e com pr e nda s
lo q ue nor m a lme nt e ve n las personas y lo que no ven.
A s e n t í c o n l a c a b e z a p a r a i n d i c a r q u e h a b í a c o m p r e nd i d o .
N a t u r a l m e n t e m i s f a c u l t a d e s p a r a p e r c i b i r e l a u r a y o t r a s c o s a s
s e m e ja n t e s e r a n i n n a t a s . Y e sa s f a c u l t a d e s s e ha bía n incr e me nta do
de spué s de qu e m e pr a ct ica r on la oper a c i ó n d e l T e r c e r O j o . A n t e s d e
c o n o c e r t o d a s e s a s c o s a s , en muchas ocasiones me había descubierto a mí
mismo, inco n s ci e n t e m e n t e , a l d e c ir l o q u e ve ía , p or q u e ig no r a b a q u e la
mayoría de las personas eran incapaces de ver esas cosas. R e c u e r d o
q u e e n u na o c a s i ó n d i j e q u e u n a p e r s o n a e st a b a v i v a t o d a v í a . E r a
u n h o m b r e q u e e l v i e j o T z u y y o h a b í amos encontrado tendido al borde

305. de un camino. El viejo

306. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 177
Tz u m e a se g u r ó q u e e s t a b a e q u iv o ca do y q u e a q u e l h om br e e s t a b a
m u e r t o . Y o h a b í a d i c h o : " ¡ P e r o T z u , s u s l u c e s s ig u e n e n c e n d i d a s ! "
A f o r t u n a d a m e n t e , e l v i e n t o i m p i d i ó q u e m i s p a l a b r a s s e o y e r a n
c l a r a m e n t e y e l v i e j o T z u n o l l e g ó a da r se cue nt a de lo qu e
sig nifi ca ba n. Sin em ba r g o, sig u ie nd o u n r a r o i m p u l s o , e x a m i n ó a l
p o b r e h o m b r e m á s d e t e n id a m e n t e ¡ y d e s c u b r i ó q u e a ú n v i v í a ! P e r o
e st o y a pa r t á n d ome de mi relato.
— L o b s a n g — m e d i j o e l L a m a M é d i c o — , l a m a y o r p a r t e d e
l o s h o m b r e s y m u j e r e s s o n i n c a p a c e s d e v e r e l au ra hu m a na .
Alg u nos est á n re a lm e nte con ve ncido s de qu e é sta no exist e . Sig u ie ndo
e se m ism o r az ona m ie nt o lóg ico pod r í a n a s e g u r a r t a m b i é n q u e n o
e x i s t e e l a i r e , p u e s t o q u e no pueden verlo.
E l L a m a M é d i c o m e m i r ó c o m o p a r a c o m p r o b a r s i l e
e s c u c h a b a e n l u g a r d e p e n s a r e n l a s n u e c e s . M i a s p e c t o , q u e s i n
d u d a r e f l e ja b a c l a r a m e n t e m i a t e n c i ó n , le t r a n q u ilizó. Sacudió la cabeza
satisfecho y prosiguió:
—M ie nt r a s e l c u e r p o t ie ne vi d a , e l a u r a pu e de se r vi s t a p o r
a q u e l l o s q u e t ie n e n e s e p o d e r , e se d o n , e s a f a c u l t a d o l lá m a le c o m o
q u ie r a s . E s p r e c i s o q u e s e p a s , L o b s a n g , q u e p a r a v e r e l a u r a c o n
m a y o r c l a r i d a d , la p e r s o n a o b se r v a d a d e b e h a l la r s e d e s n u d a . M á s
a de l a n t e t e e x p l i c a r é la r a z ó n d e e s t e h e c h o . P a r a r e a l iz a r u n a
le c t u r a n o r m a l b a s t a c o n m i r a r a l a p e r s o n a a u n q u e v a y a v e s t i d a .
P e r o c u a n d o s e t r a t a d e f o r m u l a r a l g ú n d i a g n ó s t i c o e s p r e c i s o q u e
e l p ac i e n t e e s t é d e s n u d o t o t a l m e n t e . B i e n . L a e n v o l t u r a e t é r e a
r o d e a e l c u e r p o p o r c o m p l e t o y s e e x t i e n d e s o b r e u n a s up e r f i c i e
q u e m i d e d e u n o c t a v o d e p u l g a d a a t r e s o c u a t r o pu lg a da s a pa r t ir
de l c u e r p o . E s u na e spe ci e d e ni e b la g r i s a z u l a d a , a u n q u e n o e s
e x a c t a m e n t e u n a n i e b l a p o r q u e e s p o s i b l e v e r c l a r a m e n t e a t r a v é s
d e e l l a . E s t a e n v o l t u r a e t é r e a c o n s t i t u y e u n a e m a n a c i ó n
p u r a m e n t e a n i m a l , q u e p r o c e d e d e l a v i t a l i d a d f í s i c a . P o r e l l o , u n a
p e r s o n a q u e g o c e d e b u e n a s a l u d t e n d r á u n a e n v o l t u r a e t é r e a d e
t r e s o cu a t r o p u l g a d a s . So la m e nt e la s pe r s on a s co n g r a n de s d ote s,
Lobsa ng , se r á n ca pa ce s de ve r la t er ce ra envolt u r a porque debes saber
que, entre el aura propiamente dicha y la

308. 17 8 LOBSANG RAMPA
e n v o l t u r a e t é r e a , e x i s t e o t r a e n v o l t u r a d e u n a s t r e s p u lg ad a s de
a n ch o . P a r a p o de r p e r c i bi r s u s c ol o r e s se r e q u ie r e n dot e s r ea lme nt e
ext ra or di nar ia s. Re conoz co qu e y o lo ú nico que puedo ver allí es un
espacio vacío.
L l e n o d e t r i s t e z a , m e a p r e s u r é a c o n f e s a r l e q u e y o s í era capaz
de ver los colores de ese espacio.
— S í , s í , L o b s a n g . L o s é — m e d i j o — . S é q u e p u e d e s ver lo s
por qu e er e s u na de la s per so na s m á s dot a da s qu e he c o n o c i d o . P e r o
y o p a r t í a d e l a h i p ó t e s i s d e q u e n o p o d í a s ver na da de e so, por q ue
a sí lo con vinim os a l pr in cipio pa ra que yo pudiera explicarte la razón de
este fenómeno.
E l L a m a M é d i c o m e m i r ó s e v e r a m e n t e , c o m o r e p r ochándom e
que hu bie ra inter rum pido el cu rso de sus explicac io n e s . C u a n d o c r e y ó
q u e m i hu m il la c ió n e r a y a s u f ic ie nt e p a r a i m p e d i r m e c u a lq u ie r
n u e v a i n t e r r u p c i ó n , c o n t i n u ó la exposición de la teoría.
— T e n e m o s , e n t o n c e s , e n p r i m e r l u g a r l a e n v o l t u r a e t é r e a .
D e s p u é s , e s a s e g u n d a z o n a q u e l a m a y o r p a r t e d e n o s o t r o s s o m o s
i n c a p a c e s d e d i s t i n g u i r a n o s e r c o m o u n s i m p l e e s p a c i o v a c í o . Y a
c o n t i n u a c i ó n , e l a u r a , q u e d ep e n de m á s de la v it a li da d e s pi r i t u a l
q u e d e la a ni m a l . E st á co m p u e s t a de f r a n ja s y de e s t r ía s o s ci la nt e s
q u e c o nt ie ne n t o do s lo s c ol or e s d e l e spe ct r o v i si b le . E s de ci r , u n
nú m e r o d e co lo r e s m u y s u pe r i or a l q u e pu e de n pe r ci b ir l os oj o s y a
q u e e l a u r a n o s e v e c o n l o s o j o s s i n o c o n o t r o s s e n t i d o s . C a d a
ó r g a n o de l c u e r p o h u m a n o e n v í a s u s p r o p i a s i r r a d i aciones que
va ría n y fluctúan de acue rdo con el pensam ient o d e la p e r s o n a .
A l g u n a s d e e st a s ir r a d i a c i o n e s s e p o n e n d e r e l i e v e m u y
a c u s a d a m e n t e e n l a z o n a e t é r e a y e n e l s ig u i e nt e e s p a c i o .
C u a n d o s e o b s e r v a e l c u e r p o d e s n u d o , e l au ra r e fle ja la s se ña le s de
sa lu d y de enfe r me da d . Por e llo, los qu e pose e n u na cla r ivide ncia
su ficie nte pue de n diag no sticar con seguridad en todo momento.
Y o y a s a b í a t o d o a q u e l l o . P a r a m í e r a c o m o u n j u e g o d e n i ñ o s .
L o v e n í a p r a c t i c a n d o d e s d e q u e m e a b r i e r o n e l T e r c e r O j o . S a b í a
q u e l o s g r u p o s d e L a m a s M é d i c o s s e c ol o c a b a n e n t o r n o a l o s

309. e n f e r m o s y e x a m i n a b a n s u c u e r p o desnudo para determinar la forma en
que éstos debían ser

310. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 179
cu ra do s. Su pu se q ue t al vez pe n sa ba n pr e pa ra r m e pa ra re alizar un
trabajo de este tipo.
— A h o r a — d i j o e l L a m a M é d i c o — r e c i b i r á s u n a e n s eña nz a
e spe cia l, u na e nse ña nz a r ea lme nt e e xce p ciona l. Y e speram os que ,
cua ndo visite s ese g ran mundo occidental que existe más allá de
nuestras fronteras, inventarás un aparato d e s t i n a d o a q u e l o s q u e
c a r e c e n e n a b s o l u t o d e p o d e r e s o c u l t o s p u e da n ve r e l a u r a y , d e
e sa f o r m a , c u r a r m u c h a s e n f e r m e d a d e s . M á s a d e l a n t e , v o l v e r e m o s a
t r a t a r d e e s t a cu e st ió n . Y a sé q u e t od o e st o t e r e su l t a f a t ig o so . Sé
q u e y a conocías muchas de las cosas que te he dicho. Te resulta tal v e z
m o n ó t o n o p o r q u e t ú e r e s c l a r i v i d e n t e p o r n a t u r a l e z a . P e r o e s m u y
p r o b a b l e q u e n u n c a h a y a s p e n s a d o e n e l m ec a n i s m o d e e s o s
f e n ó m e n o s q u e p a r a t i s o n t a n n o r m a l e s . Y e s o e s a l g o q u e de be s
co n o ce r i r r e m e di a b le m e nt e p or q u e q u ie n c on o ce la s c o sa s a m e d ia s
e st á t a m b ié n p r e p a r a do a m e d i a s s o l a m e n t e y , p o r c o n s i g u i e n t e , s u
u t i l i d a d n o e s c om p le t a . ¡Y t ú t ie ne s q u e s e r r e a lm e nt e ú t i l! Pe r o po r
ho y v a m o s a t e r m i n a r , L o b s a n g . R e t i r é m o n o s a d e s c a n s a r a
n u e s t r a s h a b i t a c i o n e s . L a t u y a e s t á y a d i s p u e s t a p a r a t i . C u a n d o
d e s c a n s e m o s , v o l v e r e m o s a t r a t a r d e t o d a s e s t a s c u e s t i on e s q u e
ho y h e m o s a na liz a d o t a n s u c i nt a m e nt e . Dur a nte e sta sem a na , no
ne ce sit a rá s a sist ir a ning ú n se r vicio r e l i g i o s o y a q u e e l P r o f u n d o h a
o r d e n a d o q u e t o d a s t u s e ne r g ía s y t o da s t u s de vo c io ne s e st é n
or ie n t a d a s e xc lu si vamente a alcanzar el dominio más a bsolut o de las
cue st ione s que yo y mis colegas te expondremos en días sucesivos.
N o s l e va n t a m o s . A g i t ó d e n u e v o l a c a m p a n i l la d e p l a t a ent re su s
ma no s p ode r osa s y lo hiz o con t a nt a e ne r g ía , q ue m e p a r e c i ó q u e i b a
a s a l t a r h e c h a p e d a z o s . E l m o n j e s i rviente acudió presuroso a su
llamada.
— T e e n c a r g a r á s d e a t e n d e r a M a r t e s L o b s a n g R a m p a — d i j o e l
L a m a M é d i c o C h i n r o b n o b o — . Y a s a b e s q u e e s u n hu é s pe d d e
ho n or . Da le e l m i sm o t r a t o q u e da r ía s a u n monje de alto rango.
Se vo l vi ó h a c ia m í. N os sa lu d a m os in cl in a n d o n u e s t r a s c a b e z a s .
D e s p u é s , e l s i r v i e n t e m e i n v i t ó , c o n u n g e s t o , a seguirle.

312. 18 0 LOBSANG RAMPA
¡ D e t e n t e ! — g r i t ó e l L a m a C h i n r o b n o b o
— . ¡ T e h a s olvidado de tus nueces!
To m é a q u e lla s t r e s pr e ci o sa s ja r r a s , so n r ie n do u n p oc o
de sc o n ce r t a d o , y sa lí r á p i da m e nt e a l c or r e d or , d on d e e l s irviente me
esperaba.
M i a c o m p a ñ a n t e m e c o n d u j o a u n a h e r m o s a h a b i t ac i ó n . A l
o t r o l a d o de la v e nt a n a s e ve í a e l d e s e m b a r c a de r o del Río Venturoso.
M i d e b e r e s a t e n d e r t e , S e ñ o r — d i j o e l
s i r v i e n t e — . A hí tie ne s la ca m pa nilla por si me ne ce sit a s. Ut ilíza la
siempre que quieras.
S a l i ó . Y o m e a c e r q u é a l a v e n t a n a . M e s e n t í h e c h i z ad o a n t e l a
p e r s p e c t i v a d e l V a l l e S a g r a d o . L a b a r c a , r o d e ad a d e v e j i g a s
h i n c h a d a s d e y a k , s e a l e ja b a de la o r i l la y e l b a r q u e r o h u n d í a l o s
r e m o s e n l a s a g i t a d a s a g u a s d e l r í o . E n la o t r a or il la e s pe r a b a n t r e s
o c u a t r o h om b r e s . P or su s ma nt os, de du je que de bían se r persona jes
im porta nte s. Esta i m p r e s i ó n m e f u e c o n f i r m a d a p o r l a f o r m a
o b s e q u i o s a c o n q u e e l b a r q u e r o l o s a c o g í a . D u r a n t e u n o s m i n u t o s ,
l o c o nt e m p l é t o d o d e s d e l a v e n t a n a . D e s p u é s , d e r e p e n t e , m e
s e n t í l l e n o d e i n e s p e r a d o c a n s a n c i o . M e s e n t é e n e l s u e l o sin
pre ocu par me en bu scar los alm ohadone s que te nía n que s e r v i r m e d e
l e c h o y , c a s i s i n d a r m e c u e n t a d e n a d a , c a í hacia atrás y me quedé
dormido al instante.
P a s a r o n l a s h o r a s m e c i d a s p o r e l m o n ó t o n o r u i d o d e l o s
M o l i n o s d e P l e g a r i a s . D e p r o n t o , m e i n c o r p o r é t e mb l a n d o d e
m i e d o . " ¡ E l S e r v i c i o ! " S e m e h a b í a p a s a d o e l t ie m p o y lle g a r ía
t a r d e . E s cu ch é a t e nt a m e nt e . A l g u ie n c a nt a b a u n a s a l m o d i a a l o
l e j o s . E r a s u f i c i e n t e . M e p u s e e n p i e y c o r r í h a c i a l a p u e r t a d e m i
h a b i t a c i ó n . ¡ P e r o l a p u e rt a n o e s t a b a a l l í ! C h oq u é c o n t r a l a p a r e d y
e s c u c h é e l c r uj i d o d e m i s h u e s o s . D e s p u é s , c a í a l s u e l o d e
e s p a l d a s . M i ca be z a pa r e c ía e st a r lle na d e lu ce s a z u le s y b la nc a s q u e
g ir a b a n v e r t i g i n o s a m e n t e . C u a n d o m e r e p u s e d e l g o l p e , m e l e v a n t é
d e n u e v o . L l e n o d e t e r r o r a n t e l a i n e v i t a b l e p e r sp e c t i va de m i
r e t r a so , c o r r í de s e s p e r a d o d a n d o v u e lt a s p or l a h a b i t a c i ó n , s i n

313. c o n s e g u i r h a l l a r n i n g u n a p u e r t a . ¡ Y l o que es peor, tampoco hallaba
ninguna ventana!

314. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 181
L o b s a n g — d i j o u n a v o z d e s d e l a o s c u r i d a d
— . ¿ T e sientes mal?
R e c o n o c í l a v o z d e l s i r v i e n t e y v o l v í a la r e a l i d a d c o m o s i
h u b i e r a n e c h a d o u n c u b o d e a g u a h e l a d a s o b r e m i c abeza.
— i O h ! — d i j e a t u r d i d o — . C r e í q u e l l e g a b a t a r d e a l servicio. Me
había olvidado de que tengo dispensa.
U n a r i s a a p e n a s c o n t e n i d a a c o g i ó m i s p a l a b r a s . D e spués, la voz
dijo:
— V o y a e n c e n d e r l a l á m p a r a p o r q u e é st a e s u n a n o c h e muy
oscura.
U n p e q u e ñ o r e s p l a n d o r l l e g ó h a s t a m í d e s d e l a p u e r t a — q u e
e st a b a s i t u a d a e n e l lu g a r " m á s " i n s o s pe c h a d o — y vi cómo el sirviente
se acercaba.
H a s i d o r e a l m e n t e d i v e r t i d o — m e d i j o — . A l
p r i n c ip i o c r e í q u e s e t r a t a b a d e u n a m a n a d a d e y a k s q u e s e h abían
escapado y estaban aquí dentro.
La s o n r i s a q u i t a b a a s u s p a l a b r a s c u a l q u i e r i n t e n c i ó n o f e n s i v a .
M e a c o s t é d e n u e v o y e l s i r v i e n t e s e r e t i r ó c o n l a l á m p a r a . E n e l
m a r c o l e v e m e n t e i l u m i n a d o d e l a v e n t an a v i c o r r e r u n a e s t r e l l a
f u g a z q u e p o n í a f i n d e p r o n t o a u n l a r g o v i a j e d e i n c o n t a b l e s m i l l a s
a t r a v é s d e l e s p a c i o . Me envolví en mi manto y me dormí de nuevo.
El de sa yu no consi st ió, c om o sie m pre , en " t sa m pa " y t é .
A li m e nt ic i o, r e c on f o r t a nt e , pe r o na da s a b r o s o . C u a n d o t e rminé de
tomarlo, entró el sirviente.
— Se ñ o r — m e d i j o — . S i y a e s t á s p r e p a r a d o , d e b o c o nducirte a otro
lugar.
Me le va nté y sa lí con él de la ha bit a ción. Se g u im os u na dir e cci ón
dist int a a la de l día a nte r ior . N os dir ig im os a u na z o n a d e l C h a k p o r i
c u y a e x i s t e n c i a y o d e s c o n o c í a p o r c o mp l e t o . D e s c e n d i m o s p o r u n
l a r g o c o r r e d o r q u e p a r e c í a i nt r o d u c i r s e e n l a s e n t r a ñ a s d e l a
M o n t a ñ a d e H i e r r o . N o ha bía a llí má s luz q ue la de nue st r a s
lá m pa r a s. Al fina l, el sirviente se detuvo y señaló un lugar frente a nosotros.

315. S i g u e a d e l a n t e , t o d o r e c t o y , d e s p u é s , e n t r a
e n l a h abitación que hallarás a la izquierda.

316. 1 8 2 LOBSANG RAMPA
M e h i z o u n a i n c l i n a c i ó n d e c a b e z a y s e m a r c h ó p o r
d o n d e h a b í a m o s v e n i d o . Y o a v a n c é m i e n t r a s m e p r e g u n t a-
b a : " ¿ Y a h o r a q u é h a g o ? " L a h a b i t a c i ó n d e l a i z q u i e r d a
e s t a b a f r e n t e a m í . E n t r é y m e d e t u v e l l e n o d e a s o m b r o .
E n m e d i o d e l a h a b i t a c i ó n h a b í a u n M o l i n o d e O r a c i o n e s .
Só lo m e d i o t ie m p o a m ir a r l o m u y f u g a z m e nt e , p e r o m e p a-
r e c i ó q u e e r a m u y e xt r a ñ o . A l g u ie n p r o n u n c i ó m i n o m b r e .
— ¡ B ie n , L o b s a n g ! N o s a l e g r a m o s d e q u e h a y a s v e n i d o .
A l l í e s t a b a m i M a e s t r o , e l L a m a M i n g y a r D o n d u p ,
a c o m p a ñ a d o d e l G r a n L a m a M é d i c o C h i n r o b n o b o y d e u n
Gr a n La m a h in d ú d e a s pe ct o d i st in g u i d o l la m a d o M a r fa t a .
É s t e h a b í a e s t u d i a d o m e d i c i n a o c c i de n t a l e n u n a u n i v e r s i-
d a d a l e m a n a , q u e s e g ú n i n t u í e r a l a d e H e i d e l b e r g . D e s-
p u é s s e h a b í a h e c h o m o n j e b u d i s t a , u n l a m a , y a q u e h a y
que tener en cuenta que "monje" es un término genérico.
E l h i n d ú m e m i r ó t a n a g u d a m e n t e , c o n u n o s o j o s t a n
p e ne t r a n t e s , q u e m e p a r e c i ó q u e a t r a v e s a b a m i c u e r p o d e pa r t e a
pa r t e . S in e m b a r g o, e n e st a o ca si ó n , y o no t e nía la m e no r se n s a c ió n
de cu lp a b il id a d e n m i co n ci e n ci a y r e s is t í f á c i l m e n t e s u m i r a d a . A l
f i n y a l c a b o , ¿ p o r q u é n o i b a a ha ce r lo ? Y o e r a t a n b u e n o c om o é l,
y a q u e e s t a b a r e c ib ie nd o l a s e n s e ñ a n z a s d e l o s l a m a s M i n g y a r
D o n d u p y C h i nrobnobo.
U na s on r i s a pa r e c ió a br ir c on di f i cu lt a d su s la bi o s r í g ido s co m o
si s ól o le f u e r a p o si b le r e ír g r a c ia s a u n d o lo r o s o esfuerzo.
S í — d i j o a s i n t i e n d o c o n l a c a b e z a a m i
M a e s t r o — . E s t o y s a t i s f e c h o d e q u e e l m u c h a c h o s e a c o m o m e
d i j i steis.
M i M a e s t r o t a m b i é n s o n r i ó . Pe r o s u s o n r i s a n o e r a f o rzada, sino
natural, espontánea y cálida.
L o b s a n g — d i j o e l G r a n L a m a M é d i c o — .
T e h e m o s t ra ído a e sta ha bita ción se cr et a pa r a m ost r a rt e y
expli ca rt e a l g u n a s c o s a s . T u M a e s t r o y y o e s t a m o s r e a l m e nt e s a t i s f e-

317. c h o s d e l o s e x á m e n e s a q u e t e h e m o s s o m e t i d o . T u s p o d er e s so n
e xt r a or di n a r i o s y va m o s a de s a r r o lla r l os a ú n m á s . N u e s t r o c o l e g a
h i n d ú M a r f a t a n o p o d í a c r e e r q u e e n e l

318. T i b e t e x i s t i e r a u n p r o d i g i o s e m e j a n t e . E s p e r a m o s q u e t ú confirmes
cuanto le hemos dicho sobre ti.
" E s u n h o m b r e q u e t ie n e u na e le v a d a o p i n i ó n s o b r e s í m i s m o " ,
p e n s é y o o b s e r v a n d o a M a r f a t a . M e v o l v í ha c i a e l Lama Chinrobnobo.
R e s p e t a d o S e ñ o r — l e d i j e — . E l P r o f u n d o ,
q u e m e h a h o n r a d o r e c i b i é n d o m e e n v a r i a s o c a s i o n e s , m e a d v i r t i ó
m u y e s p e c i a l m e n t e p a r a q u e p r o c u r a r a n o p r o b a r m i s p oderes, ya
que esas pruebas carecen de utilidad casi siempre. L o s q u e d e s e a n q u e
s e l e s p r u e b e a l g o , s u e l e n s e r i n c a p ace s d e a ce p t a r l a ve r d a d de u na
pr u e b a p or m u y a u t é nt i ca que ésta sea.
L a c a r c a j a d a q u e l a n z ó e l L a m a C h i n r o b n o b o e s t u v o a p u n t o d e
h a ce r m e v o l a r p o r l o s a i r e s . M i M a e s t r o t a m b i é n r e í a . A m b o s
c o n t e m p l a b a n a l h i n d ú M a r f a t a , q u e m e m iraba con cierta hostilidad.
¡ H a b l a s m u y b i e n , m u c h a c h o ! — d i j o e l
h i n d ú — . P e r o , c o m o t ú m i s m o h a s d i c h o , l a s p a l a b r a s n o
p r u e b a n nada. Ahora, mírame y dime qué es lo que ves en mí.
Se n t í c i e r t a i n q u i e t u d a nt e l a p e r s p e c t i v a d e t e ne r q u e h a c e r l o ,
p o r q u e m u c h a s d e l a s c o s a s q u e v e í a n o m e g u staban.
¡ I l u s t r e S e ñ o r ! — l e d i j e — . M e t e m o q u e s i
t e d i g o t o d o l o q u e v e o , v a s a e n f a d a r t e c o n m i g o . T a l v e z p i e n s e s
q u e , e n l u g a r d e r e s p o n d e r a t u p r e g u nt a , i n t e nt o i n s o l e ntarme tan
sólo.
M i M a e s t r o , e l L a m a M i n g y a r D o n d u p , a s i n t i ó c o n l a c a b e z a y
s o b r e e l r o s t r o d e l L a m a C h i n r o b n o b o a p a r e c i ó una sonrisa amplia,
resplandeciente como una luna llena.
D i l o q u e q u i e r a s , m u c h a c h o — d i j o e l
h i n d ú — . N o e s t a m o s a q u í p a r a p e r d e r e l t i e m p o e n c h a r l a s
i n t r a s c e ndentes.
C o nt e m pl é a l hi nd ú d u r a nt e u no s in s t a n t e s , ha st a q u e m e di
cu e nt a de q u e s e e st r e m e cía le v e m e n t e a nt e la i nt e nsidad de mi mirada.
¡ I l u s t r e S e ñ o r ! — l e d i j e a l f i n — . M e h a s
o r d e n a d o q u e t e d i g a t o d o c u a n t o v e o y c o m p r e n d o q u e m i
M a e s t r o , e l L a m a M i n g y a r D o n d u p , y e l G r a n L a m a M é d i c o C h i n-
LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 183

320. 18 4 LOBSANG RAMPA
r o b n o b o e s p e r a n q u e h a b l e c o n s i n c e r i d a d . P u e s b i e n , t e d i r é l o
q u e v e o : N u n c a t e h a b í a v i s t o a n t e s , p e r o t u a u r a y t u s
pe ns a m ie nt o s m e r e ve la n q u e e r e s u n ho m b r e q u e ha v i a j a d o m u c h o
y h a n a v e g a d o p o r t o d o s l o s o c é a n o s d e l p l a ne t a . E s t u v i s t e e n e sa
p e q u e ñ a i s l a c u y o n o m b r e n o c on o z c o , d o n d e t o d a s l a s p e r s o n a s
s o n d e l a r a z a b l a n c a y q u e t i e n e a s u l a d o u n a i s l a a ú n m á s
p e q u e ñ a , c o m o s i f u e r a n u n a y e g u a y s u p o t r i l l o . E r a s e n e m i g o d e
e s a s p e rsona s , y allí tod os e st a ba n de se a ndo po de r em pr e nde r a lg un a
a c ci ó n co nt r a t i , co m o c o ns e c u e n ci a d e a l g o q u e e st a ba relacionado
con...
Al lle g ar a e st e pu nt o va cilé . La s cosa s se m e a par e cía n
e spe cia lm e nte em br olla da s, ya q ue se r e fer ía n a cue st ione s y
conocimientos de los que yo no tenía ni la menor idea.
— S e t r a t a d e a l g o r e l a c i o n a d o c o n u n a c i u d a d i n d i a q u e ,
se g ú n d e d u z c o de t u s pe ns a m ie n t o s , de be t r a t a r se d e C a l c u t a — l e
d i j e — . Y t a m b i é n v e o q u e t o d o e l l o e s t á vi n cu la do a u n ne g r o
a b is m o do n de l os ha bi t a nt e s d e a q u el l a i s l a s e e n c o n t r a b a n
s u m a m e nt e m o l e s t o s e i n q u ie t o s . . . E n c i e r t o m o d o , p e n s a b a n q u e t ú
d e b í a s h a b e r l e s l i b r a d o de todas esas dificultades en lugar de causarlas.
E l Gr a n La m a C h i n r o b n o b o r e í a d e n u e v o y s u r i s a m e
t r a n q u i l i z ó y m e h i z o s u p o n e r q u e h a b í a a c e r t a d o . M i M a e s t r o
n o d e c í a n i h a c í a n a d a , p e r o e l h i n d ú s e a g i t a b a desconcertado.
— F u i s t e d e s p u é s a ot r o p a í s — p r o s e g u í — . E n t u m e nt e p u e d o le e r
c o n t o d a c l a r i d a d u n a p a la b r a : H e i d e l b e r g . A l l í e st u d i a s t e m e d i c i n a
d e a cu e r d o c o n l o s b á r b a r o s s i s t e m a s d e r a ja r , c or t a r y co s e r , t a n
di f e r e n t e s a lo s q u e u t i liz a m o s e n e l T i b e t . De s p u é s , t e h i c i e r o n
e n t r e g a d e u n p a pe l m u y g r a n d e l l e n o d e f i r m a s y d e s e l l o s . . .
T a m b i é n v e o e n t u aura que estás enfermo...
Re spir é pr ofu nda m e nt e , con cie rt o t em or . I g nor a ba qu é r e a c c i ó n
p o d í a n c a u s a r l e l a s p a la b r a s q u e i b a a d e c i r d e spués.
— T u e n f e r m e d a d e s i n c u r a b l e — d i j e — . E s u n a d e esas
enfermedades en que las células del cuerpo proliferan desordenadamente y, como
las hierbas venenosas, se niegan

322. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 185
a l le v a r a c a b o u n cr e ci m i e nt o a r m ón i co , e xt e n di é n d os e e n t o d a s
d i r e c c i o n e s d e u n a f o r m a a n á r q u i c a , o b s t r u y e n d o y c e g a n d o l o s
ó r g a n o s v i t a l e s d e l c u e r p o . . . S e ñ o r : T e e s t á s de st r u y e n d o a t i
m i sm o. T e m a t a n p o co a p o c o t u s p r o p io s p e n s a m i e n t o s p o r q u e e r e s
i n c a p a z d e a d m i t i r q u e p u e d a haber bondad alguna en el espíritu de tus
semejantes.
Du r a n t e u n o s i n s t a n t e s — ¡a m í m e p a r e c i e r o n a ñ o s ! —t o d o
p e r m a n e c i ó e n s i l e n c i o . D e s p u é s e l L a m a C h i n r o b n obo dijo:
— ¡ T i e n e s r a z ó n , L o b s a n g ! ¡ H a s a c e r t a d o p o r c o m p l e t o ! El hindú le
interrumpió.
— T a l v e z a d v e r t i s t e i s a l m u c h a c h o l o q u e t e n í a q u e decir
cuando estuviera en mi presencia — dijo desconfiado.
— E s p o s i b l e — d i j o m i M a e s t r o , e l L a m a M i n g y a r D o n d u p
— . H u b i é r a m o s p o d i d o h a c e r l o . P e r o d e b e s t e n e r e n c u e n t a q u e
m u c h a s d e l a s c o s a s q u e h a d i c h o s o n c o mp l e t a m e n t e n u e v a s h a s t a
p a r a n o s o t r o s , y a q u e n o h e m o s a na liz a do t u a u r a ni t u m e nt e
po r q u e t ú no no s i n vi t a s t e a h a c e r l o . S i n e m b a r g o , c r e o q u e a q u í l o
q u e r e a lm e n t e i nt er e s a e s e l h e c h o d e q u e M a r t e s L o b s a n g R a m p a
t i e n e r e a lm e nt e u n o s e xt r a o r d i n a r i o s p o d e r e s y q u e n o s o t r o s v a m o s
a d e s a r r o l l á r s e l o s h a s t a e l m á x i m o . N o h a y t i e m p o p a r a di scu t ir .
Es ne ce sar io qu e re a licem o s nu e st ra ta re a con cie nzudamente. ¡Ven
conmigo! — dijo dirigiéndose a mí.
S e l e v a n t ó y m e l l e v ó h a c i a e l g r a n " M o l i n o d e P l e g arias" que
había en el centro de la habitación.
Y o o b s e r v é a q u e l o b j e t o e x t r a ñ o y m e d i c u e n t a d e q u e n o s e
t r a t a b a d e u n M o l i n o d e P l e g a r i a s , s i n o d e u n a p ar a t o d e u n o s
c u a t r o p i e s d e a l t o p o r c i n c o p i e s d e a n c h o . E n u no d e su s la d o s
t e n ía d o s p e q u e ñ a s ve nt a ni t a s c u b ie rt a s d e c r i s t a l . A l o t r o l a d o
t e n í a d o s v e n t a n a s a l g o m a y or e s y , e n e l ce nt r o , u na g r a n m a n iv e la .
Pa r a m í, co n s t it u ía u n o b j e t o m i s t e r i o s o . Y o n o t e n í a n i l a m e n o r
i d e a d e l o que podía ser.
— L o b s a n g — d i j o e l L a m a M é d i c o — . E s t e e s u n a p ar a t o
d e s t i na d o a q u e l a s p e r s o n a s n o c l a r i v i d e n t e s p u e d a n v e r e l a u r a

323. h u m a n a . E l G r a n L a m a h i n d ú M a r f a t a v i n o a consultarnos, pero no
nos explicó la naturaleza de su en-

324. 18 6 LOBSANG RAMPA
f e r m e d a d a l e g a n d o q u e s i e n r e a l i d a d c o n o c í a m o s l a m e d ici na
e s ot é r ic a , se r ía m o s ca pa ce s d e de s cu br ir la s in n e ce sid a d d e q u e é l
n o s d i j e r a n a d a . L o h i c i m o s c o n d u c i r a q u í c o n e l o b j e t o d e
e x a m i n a r l o c o n l a m á q u i n a . A h o r a , s i l o p e r m i t e s , v a a q u i t a r s e e l
m a n t o . T ú l e v a s a e xa m i n a r p r im e r o p a r a d e c i r n o s c u á l e s , a t u
ju i c i o , s u p r o b le m a . D e sp u é s l o h a r e m o s n o s o t r o s , c o n a y u d a d e
e s t a m á q u i n a , y v e r e m o s s i n u e s t r o d i a g n ó s t i c o c o i n c i d e c o n e l q u e
t ú o btengas.
M i M a e s t r o s e ñ a l ó a l h i n d ú u n r i n c ó n o s c u r o y é l s e desnudó
allí. Su oscura silueta se recortaba contra la pared.
— L o b s a n g — d i j o m i M a e s t r o — . O b s é r v a l o c o n c u i d ado y dinos lo
que ves.
N o m i r é a l h i n d ú d i r e c t a m e n t e . M i r é s u c o n t o r n o c o n u n a
m i r a d a o b l i c u a , y a q u e é s a e s l a m e j o r f o r m a d e v e r e l a u r a . N o
u t i l i c é l a v i s i ó n b i n o c u l a r , q u e e s l a n o r m a l , s i n o q u e m i r é a i s l a n d o
e i n d e p e n d i z a n d o la v i s i ó n d e c a d a o j o . E s a l g o r e a l m e n t e d i f í c i l d e
e x p l i c a r , p e r o c o n s i s t e s i m p l e m e n t e e n m i r a r c o n l o s o j o s t o r c i d o s
y é s t e e s u n juego que, sin duda alguna, puede aprender cualquiera.
Miré al hindú . Su aur a brillaba y oscila ba . Me di cuenta d e q u e
e r a r e a l m e n t e u n g r a n h o m b r e , u n h o m b r e a l t am e nt e d o t a d o
i n t e l e ct u a lm e n t e , p e r o , p o r d e s g r a c i a , s u a sp e c t o h a b í a s i d o
d e f o r m a d o p o r a q u e l l a m i s t e r i o s a e n f e rm e d a d q u e l e d o m i n a b a . Y o
l e o b s e r v a b a c o n g r a n a t e nc i ó n y e x p r e s a b a m i s p e n s a m i e n t o s e n
v o z a l t a . Y n o m e d a b a c u e n t a d e l a e n o r m e a n s i e d a d c o n q u e m i
M a e s t r o y Lama Médico seguían mis palabras.
— E s e v i d e n t e q u e l a e n f e r m e d a d h a s i d o p r o v o c a d a p o r l a s
n u m e r o s a s t e n s i o n e s f í s i c a s . E l G r a n L a m a h i n d ú s e ha s e nt i d o
i n s a t i s f e c h o y f r u s t r a d o , l o c u a l h a a fe c t a d o su sa lu d, ha cie nd o qu e
la s cé lu la s de su cue r po inte nt ar a n s a l v a je m e nt e e v a d i r s e e n l a
d i r e c c i ó n d e l E s p í r i t u . É s a e s l a r a z ó n d e q u e s u h í g a d o h a y a
e n f e r m a d o . Y c o m o e s u n h o m b r e a c u s a d a m e n t e t e m p e r a m e n t a l , s u
e n f e r m e d a d s e a g r a v a c a d a v e z q u e t i e n e a l g ú n e s t a l l i d o d e
c ó l e r a . S u a u r a i n d i c a c l a r a m e n t e q u e s i f u e r a c a p a z d e m a nt e ne r l a

325. calma, si se mostrara más plácido en sus reacciones, como

326. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 187
m i M a e s t r o , e l L a m a M i n g y a r D o n d u p , p o d r í a p e r m a n e c e r m á s
t i e m p o s o b r e l a t i e r r a y r e a l i z a r l a m a y o r p a r t e d e l a tarea que tiene
asignada sin necesidad de reencarnarse.
Gu a r d a m o s s i l e n c i o n u e v a m e n t e y m e c o m p l a c i ó o b s e rv a r q u e e l
La m a h i n d ú a g it a b a l a c a b e z a a s i nt i e n d o , c o m o s i e s t u v i e r a
t o t a l m e n t e d e a c u e r d o c o n m i d i a g n ó s t i c o . E l L a m a M é d i c o
C h i n r o b n o b o s e a c e r c ó a a q u e l la e xt r a ña m áq u i n a y m i r ó p o r u n a
d e s u s v e n t a n i l l a s . M i M a e s t r o d i o v u e l t a s a l a m a n i v e la ,
i n c r e m e n t a n d o e l r i t m o p o c o a p o c o h a s t a q u e e l L a m a M é d i c o l e
i n d i c ó q u e m a n t u v i e r a e l r i t m o c o n s t a n t e . D u r a n t e u n o s
i n s t a n t e s , e l L a m a M é d i c o o b s e r v ó a t r a vé s d e l a p a r a t o . De s p u é s , se
s e p a r ó y , s i n d ec i r u n a s o l a p a l a b r a , e l L a m a M i n g y a r D o n d u p
o c u p ó s u l u g a r , m i e n t r a s é l s e e n c a r g a b a d e l a m a n i v e l a . C u a n d o
t e r m i na r o n su e x a m e n , p e r m a ne cie r o n e n p ie u n os m o m e nt o s s i n
h a b l a r , s i n d u d a a l g u n a c o n v e r s a n d o t e l e p á t i c am e n t e . N o h i c e e l
m e n o r i n t e n t o p o r c a p t a r s u s p e n s am ie n t o s p o r q u e e l l o h u b ie r a
s i d o u n a t e r r i b l e f a l t a de e duc a c i ó n y d e r e s p e t o . P o r f i n ,
v o l v i é n d o s e h a c i a e l L a m a hindú, le hablaron.
— T o d o c u a n t o h a d i c h o M a r t e s L o b s a n g R a m p a e s e xa c t o .
He m o s o b s e r v a d o a t e n t a m e nt e t u a u r a y h e m o s l l eg a d o a l a
c o n c l u s i ó n d e q u e t i e n e s u n c á n c e r d e h í g a d o . E s t a m o s
c o n ve n c i d o s d e q u e é s t e h a s i d o m ot i v a d o p o r t u ine st a b il id a d
t e m pe r a m e nt a l. Si n e m b a r g o, c r e e m os q u e s i l le v a s u na v id a
t r a n q u i la , vi vi r á s t o da ví a lo s a ño s s u f i cie nt e s p a r a r e a l iz a r t u t a r e a .
E s t a m o s d i s p u e s t o s a h a c e r la s g e s t i o n e s n e c e s a r i a s p a r a q u e
p u e d a s q u e d a r t e a q u í e n Chakpori si así lo deseas.
El La m a d is c u t i ó a lg u na s c o sa s y de s pu é s a ba n d o nó la h a b i t a c i ó n
c o n e l La m a C h i n r o b n o b o . M i M a e s t r o , e l La m a Mingyar Dondup, me
golpeó en la espalda cariñosamente.
— ¡ L o h a s h e c h o m u y b i e n , L o b s a n g ! — d i j o — . ¡ M u y bien! Ahora
quiero mostrarte ese aparato.
N o s a c e r c a m o s , l e v a n t a m o s s u t a p a s u p e r i o r , y l o e x am ina m o s
a t e nt a m e nt e . El a p a r t o v ib r a ba . En s u i nt e r io r v i u n a s e r i e d e r a d i o s
q u e p a r t í a n d e u n e j e c e n t r a l . E n e l extremo de cada uno de ellos había

327. un prisma de cristal.

328. 18 8 LOBSANG RAMPA
S u s c o l o r e s v a r i a b a n . R o j o , a z u l , a m a r i l l o y b l a n c o . C u a nd o s e ha c í a
g ir a r la m a n i v e la , l o s r a d i o s g i r a b a n m e d i a n t e u n s i s t e m a d e p o l e a s
q u e p o n í a e l e je e n m o v i m ie n t o . Y a l g ir a r , los pr ism a s pa sa ba n
alte r na t ivam e nte a nt e la s le nte s e xt e r i o r e s . M i M a e s t r o m e e x p l i c ó s u
f u n c i o n a m i e n t o . De spués me dijo:
—Na tu r a lme nte , este a pa ra t o e st á sin pe r fe ccio na r y su m a ne j o e s
di f í ci l. Lo u t il iz a m os pa r a l le v a r a ca bo nu e s t r os e x p e r im e n t o s y
e s pe r a m o s q u e , a l g ú n d í a , p o d r e m o s f a b r ic a r u n m o d e l o m á s
p e q u e ñ o . T ú , L o b s a n g , n u n c a t e n d r á s ne ce si d a d de u t il iz a r lo . S o n
m u y p oc o s l o s q u e p u e d e n v e r e l a u r a c o n t a n t a n i t i d e z c o m o t ú .
C u a n d o l l e g u e e l m om e n t o o p o r t u n o , t e e x p l i c a r é s u m e c a n i s m o
d e t a l l a d a m e nte . Pe r o de u na ma ne ra su cint a , pue do a nt ici pa rt e q ue
e st á b a s a d o e n u n a l e y ó p t i c a e n v i r t u d d e l a c u a l l o s p r i s m a s d e
c o l o r e s , a l g i r a r r á p i d a m e n t e , i n t e r r u m p e n l a l í n e a d e v i s i ó n ,
d e s v a n e c i e n d o l a i m a g e n n o r m a l d e l c u e r p o h u m an o e i n t e n s i f i c a n d o
l a l u z , m u c h o m á s d é b i l , d e l a u r a — . C e r r ó l a t a p a d e n u e v o y s e
d i r i g i ó a o t r o a p a r a t o q u e s e hallaba en un r incón sobr e una mesa.
En aque l momento, el L a m a C h i n r o b n o b o e n t r ó e n l a h a b i t a c i ó n d e
n u e v o p a r a reunirse con nosotros.
— ¡ B i e n ! — d i j o a c e r c á n d o s e — . ¿ D e m o d o q u e v a s a p r o b a r s u
f u e r z a m e n t a l ? ¡ B i e n ! ¡ M e a l e g r o d e h a b e r l l egado a tiempo para
presenciarlo!
M i M a e s t r o m e s e ñ a l ó u n c u r i o s o c i l i n d r o q u e p a r e c í a fabricado
con un papel áspero.
— E s t o , L o b s a n g , e s u n p a p e l d u r o , g r o s e r o . C o m o p u ed e s v e r , s e
h a n h e c h o e n é l n u m e r o s o s a g u j e r o s , c o n a y ud a de u n p u n z ó n
g r u e so , pa r a q u e q u e de l le n o d e s a l ie nt e s p o r u n a d e s u s c a r a s .
De s p u é s , s e le d a la f o r m a d e u n c il i n d r o p r o c u r a n d o q u e t o d o s l o s
s a l ie n t e s q u e de n e n e l e xt e r i or . Lo a t r a ve sa m o s c o n u na p a ja ,
a p r o ve ch a n d o u n o de l o s o r i f i c i o s , q u e s i r v e d e e j e . Y f i n a l m e n t e , c o n
u na a g u j a a f i l a d a , l o f i j a m o s e n u n a p l a t a f o r m a . D e e s e m o d o , e l c i-
l i n d r o p u e d e d a r v u e l t a s c a s i s i n f r i c c i ó n . ¡ B u e n o ! ¡ A h o r a fíjate bien!

330. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 189
C o l o c ó s u s m a n o s e n t o r n o a l c i l i n d r o , s i n t o c a r l o , a u n a
d i s t a n c i a d e u n a p u l g a d a o p u l g a d a y m e d i a . M u y p r o n t o , e l
c i l i n d r o e m p e z ó a g i r a r d e s p a c i o , a d q u i r i e n d o p o co a p o c o u na
ve lo ci d a d co n si d e r a ble . E nt on c e s m i Ma e st r o l o t o c ó y l o d e t u v o .
C o l o c ó l a s m a n o s e n d i r e c c i ó n co n t r a r ia . Su s de do s , q u e a nt e s s e
e xt e n d ía n ha ci a a fu e r a , s e e x t e n d í a n a h o r a h a c i a s u c u e r p o . Y e l
c i l i n d r o e m p e z ó a girar en sentido contrario.
—¡Estás soplando sobre él! — le dije.
— ¡ E s o e s l o q u e c r e e t o d o e l m u n d o ! — d i j o e l L a m a
Chinrobnobo —. Pero se equivocan por completo.
E l G r a n L a m a s e d i r i g i ó a u n o d e l o s h u e c o s d e l m u r o y t r a j o
u n a g r u e s a l á m i n a d e c r i s t a l . E l L a m a M i n g y a r D o n d u p d e t u v o
n u e v a m e n t e e l c i l i n d r o . E l L a m a C h i n r o bn o b o c o l o c ó a q u e l l a
l á m i n a e n e l e s p a c i o c o m p r e n d i d o e ntre el cilindro y mi Maestro.
—¡Piensa que va a empezar a girar! — le ordenó.
M i M a e s t r o l e o b e d e c i ó y e l c i l i n d r o e m p e z ó s u r o t ac i ó n d e
n u e v o . E l c r i s t a l i m p e d í a p o r c o m p l e t o q u e n i n g uno de nosotros
pudiera impulsarlo con su aliento.
— ¡ H a z l o t ú a h o r a , L o b s a n g ! — d i j o m i M a e s t r o l e v a ntándose.
M e s e n t é y c o l o q u é m i s m a n o s d e l a m i s m a f o r m a . E l La ma
Chinrobnobo se guía su jetando el cr ista l ante nosot ros p a r a im p e d i r
q u e n u e s t r a r e s p i r a c i ó n p u d i e r a i n f l u i r e n la r o t a c i ó n d e l c i l i n d r o .
Y o e s t a b a c o n v e n c i d o d e q u e n o c o ns e g u i r í a n a d a . Y a l p a r e c e r , e l
c i l i n d r o s e d i o c u e n t a d e ello porque no se movió.
— ¡ P i e n s a q u e v a s a h a c e r l o g i r a r , L o b s a n g ! — d i j o m i Maestro.
H i c e l o q u e m e d e c í a y e l c i l i n d r o s e p u s o e n m o v im i e n t o .
P o r u n m o m e n t o , e s t u v e a p u n t o d e t i r a r l o t o d o y s a l i r c o r r i e n d o .
¡ A q u e l l o e r a c o s a d e b r u j e r í a ! P e r o p r e v al e c i ó l a r a z ó n ( ¡ a u n q u e
i g n o r o q u é c l a s e d e r a z ó n ! ) y p e rmanecí sentado.
— E s t e a p a r a t o , L o b s a n g — d i j o m i M a e s t r o — , s e m u ev e p o r l a
f u e r z a d e l a u r a h u m a n a . T ú p i e n s a s q u e v a a girar y el aura genera
la fuerza necesaria para que tu pen-

331. 19 0 LOBSANG RAMPA
sa m ie nt o s e r e a l ice . E s i nt e r e sa nt e q u e se p a s q u e e n t od o s l o s p a í s e s
d e l m u n d o s e h a n h e c h o e x p e r i m e n t o s c o n a p ar a t o s d e e st e t i p o .
T o d o s l o s g r a n d e s c i e n t í f i c o s h a n t r a t ad o d e d a r u n a e x p l i c a c i ó n a
e s t e f e n ó m e n o . P e r o , n a t u r a lm e n t e , l o s o c c i d e n t a l e s n o c r e e n e n l a
f u e r z a e t é r e a y s e v e n o b l i g a d o s a i n v e n t a r e x p l i c a c i o n e s q u e
r e s u l t a n a ú n más incomprensibles que la fuerza real de lo etéreo.
— E s t o y h a m b r i e n t o , M i n g y a r D o n d u p — d i j o e l G r a n L a m a
M é d i c o — . C r e o q u e y a e s h o r a d e q u e n o s r e t i r em o s a nu e s t r a s
ha bi t a c io ne s pa r a c om e r a l g o y de s ca ns a r . N o d e b e m o s p o n e r a
p r u e b a l a c a p a c i d a d y l a r e s i s t e n c i a d e l m u c h a c h o p o r q u e y a
t e n d r á e n e l f u t u r o m u c h a s o c asiones para hacerlo.
R e g r e s a m o s a l e d i f i c i o c e n t r a l d e l C h a k p o r i . P r o n t o e st u v e e n m i
h a b i t a c i ó n c o n m i M a e s t r o , e l L a m a M i n g y a r D o n d u p . Y e n
s e g u i d a ( ¡ q u é f e l i c i d a d ! ) p u d e c o m e r a l g o y me sentí realmente
satisfecho.
— C o m e , L o b s a n g , c o m e — d i j o m i M a e s t r o — . M á s tarde,
volveremos a reunirnos y trataremos de otros temas.
De s c a n sé e n m i ha bi t a c ió n d u r a nt e u na h or a , a s om a do a l a
v e n t a n a . S i e m p r e m e g u s t a r o n l o s l u g a r e s a l t o s . M e e n c a n t a b a v e r
a l a g e n t e a g i t á n d o s e d e b a j o d e m í y a l o s com e r cia nte s at ra ve sa ndo
le nt am e nte la Pue rt a Occi de nt a l, r e fle ja ndo en su s r ostr o s la
sat is fa cció n de ha be r lle ga d o a l f i n a l d e s u l a r g o y p e n o s o v i a j e a
t r a v é s d e l o s e s t r e c h o s se nder os montañosos. Algu nos de aquellos
comer ciantes me ha bí a n h a b la do de la m a r a vi ll o sa p e r s p e c t i va q u e se
di v i sab a d e s d e u na de la s c i m a s p o r d o n d e p a s a b a e l c a m i n o d e l a
I n d i a . E n t r e l a s m o n t a ñ a s , m i r a n d o h a c i a a b a j o , p o d í a v e r s e l a
C iu d a d S a g r a d a c o n s u s t e c h o s d o r a d o s la n z a n d o d e s t e l l o s y , a l
o t r o l a d o , l a b l a n c a m o l e d e l " M o n t ó n d e A r r o z " , q u e p a r e c í a d e
v e r a s u n m o n t ó n d e a r r o z d e r r am á n d o s e g e n e r o s a m e n t e p o r l a s
l a d e r a s . M e p a r e c í a h e rm o s o c o n t e m p l a r a l b a r q u e r o q u e c r u z a b a
e l R í o V e n t u r os o y n u n c a p e r d í a l a e s p e r a n z a d e q u e l a s v e j i g a s d e
y a k d e s u b a r c a s e d e s i n f l a r a n d e p r o n t o . Me h u b ie r a g u s t a d o
m u c h o p r e s e n c i a r c ó m o s e h u n d í a p o c o a p o c o h a s t a e l cuello,

332. asomando sólo la cabeza sobre la superficie del

333. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 191
a g u a . P e r o n u n c a t u v e l a s u e r t e d e p o d e r s e r t e s t i g o d e s em e ja nt e
e s pe c t á cu lo . El ba r q u e r o l le g a ba s ie m p r e a la ot r a orilla, recogía su carga
y regresaba al embarcadero.
P o c o d e s p u é s , v o l v í a a q u e l l a h a b i t a c i ó n s u b t e r r á n e a con los dos
lamas.
¡ L o b s a n g ! — d i j o e l L a m a M é d i c o — .
C u a n d o v a y a s a e xa m i n a r a u n p a c ie n t e , h o m b r e o m u je r , d e b e s
t e n e r l a m á s c o m p l e t a s e g u r i d a d d e q u e p o d r á s a y u d a r l e a d e s n u-
darse.
¡ H o n o r a b l e L a m a M é d i c o ! — d i j e
d e s c o n c e r t a d o — . N o c r e o q u e s e a p r e c i s o o b l i g a r a n a d i e a
d e s n u d a r s e c o n e st e f r í o t a n h or r i bl e . P u e d o p e r ci bi r c on la m a y or
cl a r id a d s u a u r a s i n n e c e s i d a d d e q u e s e q u i t e u n a s o l a p r e n d a . . . Y ,
¡ o h , r e s p e t a b l e L a m a M é d i c o ! , ¿ c ó m o v o y a p e d i r a u n a mujer que se
desnude?
Só lo d e pe n sa r lo , m i s oj os s e e xt r a v ia r on d e h or r o r . Mi r o s t r o
d e b i ó p a r e c e r l e s r e a l m e n t e c ó m i c o p o r q u e l o s d o s la m a s e m pe z a r on
a r e ír se de m í. Su s ca r c a ja da s e r a n e st r ep i t o s a s . Y o m e s e n t í
r i d í c u l o y a t u r d i d o . P o d í a v e r c u a lq u i e r a u r a p e r f e c t a m e n t e , s i n l a
m e n o r d i f i c u l t a d y n o h alla ba ningu na razón para a dopta r un sistema
distint o al que había seguido hasta entonces.
¡ L o b s a n g ! — d i j o e l L a m a M é d i c o — . T ú
e r e s e x t r aor di na r i o, c la r i vi de nt e , pe r o h a y m u ch a s c o sa s q u e
t o da ví a n o h a s v i s t o . C o n e l L a m a h i n d ú , n o s h i c i s t e u n a m a g n í f ic a
de m o st r a c ió n de t u s fa cu lt a d e s pa r a i nt e r pr e t a r e l a u r a h u m a n a , p e r o
n u n c a h a b r í a s p o d i d o d i a g n o s t i c a r s u a f e cción hepática, si él no se
hubiera quitado sus ropas.
M e d i t é s u s p a l a b r a s y m e v i o b l i g a d o a a d m i t i r q u e t e n í a
r a z ó n . Y a h a b í a o b s e r v a d o a t e n t a m e n t e a l L a m a h i nd ú a n t e s d e q u e
s e d e s n u d a r a y , a u n q u e m e d i c u e n t a e n se g u ida de los ra sg os
fu nda me nt a le s de su car á ct er y de su p e r s o na li da d , no ha bí a
so s p e c ha do s iq u ie r a q u e su hí g a d o estuviera enfermo.
T i e n e s r a z ó n , H o n o r a b l e L a m a M é d i c o — l e

334. d i j e — . Creo que necesito que sigas instruyéndome.
— C u a n d o m i r a s e l a u r a d e u n a p e r s o n a — d i j o m i Ma e st r o,
el La m a Ming y a r Don du p lo único que de-

335. 19 2 LOBSANG RAMPA
s e a s e s v e r s u a u r a . N o t e i n t e r e s a n l o s p e n s a m i e n t o s d e l a o v e j a
q u e p r o d u j o l a l a n a d e q u e e s t á h e c h o t u m a n t o . To da s la s a ur a s
e st á n influ ida s por los obje t os q ue inte r fier e n s u s i r r a d i a c i o n e s .
A q u í t i e n e s u n a l á m i n a d e c r i s t a l . A fe ct a r á ne ce sa r ia m e nt e c u a nt o
ve a s a t r a vé s d e e l la . A u nq u e s e a t r a n s p a r e nt e , a lt e r a r á l a l u z , o
m e j o r d i c h o , e l c ol o r d e l a l u z q u e l o a t r a v i e s e . P o r e l l o , s i m i r a s a
t r a v é s d e u n c r i s t a l d e u n c o l o r d e t e r m i n a d o , e s t e c o l o r a l t e r a r á
t oda s la s vibr a cione s de los obje t os qu e vea s , no s olam e nte e n s u s
m a t i c e s c r o m á t i c o s , s i n o t a m b i é n e n l a i n t e n s i d a d de sus r itm os.
Por ello, si u na persona está vestida , su aura s u f r i r á c ie r t a s
a lt e r a ci o ne s a pa r e nc ia le s d e t e r m in a d a s po r las ropas o por los adornos
que lleve esta persona.
M e d i t é s u s p a l a b r a s y c o m p r e n d í q u e c u a nt o m e de c í a tenía que
ser cierto.
— O t r a c o s a m u y i m p o r t a n t e — a ñ a d i ó — . C a d a ó r g an o d e l
c u e r p o p r o y e c t a s u p r o p i a i m a g e n — s u p r o p i o e st a d o d e s a l u d o
d e e n f e r m e d a d — a l o e t é r e o . Y c u a n d o e l a u r a e s t á l i b r e d e l a
i n f l u e n c i a d e l a s r o p a s , m a g n i f i c a e inte n sifica su br illo a ut é nt ico .
C on e llo, te ha br á s conve nc i d o d e q u e s i t i e n e s q u e e x a m i n a r a u n a
p e r s o n a , l o m i sm o s i e s t á s a n a c o m o s i e s t á e n f e r m a , d e b e r á s
i n d i c a r l e q u e d e b e d e s n u d a r s e . Y s i h a c e f r í o , L o b s a n g — a ñ a d i ó
sonriendo —, deberás llevarla a un lugar más abrigado.
— H o n o r a b l e L a m a — l e d i j e — . S e g ú n m e c o n t a s t e h a c e
t i e m p o , e s t á s t r a b a j a n d o p a r a c r e a r u n a p a r a t o q u e nos permitirá
curar las enfermedades a través del aura.
— A s í e s , L o b s a n g — r e s p o n d i ó m i M a e s t r o — . L a e nf e r m e d a d
e s s ó l o u n a d i s c o r d a n c i a d e l a s v i b r a c i o n e s f í s ic a s . S i u n ó r g a n o
t i e n e s u r i t m o d e v i b r a c i ó n m o l e c u l a r alte r a do, se c onsi der a q ue
e st á enfe r m o. Si pu dié r a m os m edi r c on e xa c t it u d la d i fe r e n ci a de
vi b r a ci ón e xi st e nt e e nt r e u n ó r g a n o e n f e r m o y u n o s a n o , n o s s e r í a
f á c i l p r o c e d e r a l a c u r a c i ó n d e l ó r g a n o a f e c t a d o r e s t a b l e c i e n d o s u
r i t m o n o r m a l d e v i b r a c i ó n . E n l o s c a s o s de t r a s t o r n o s m e nt a le s , e l
cer e br o re cibe los ha bit u a le s me nsa je s de l Es pír itu , pe r o n o l o s

336. i n t e r p r e t a c o r r e c t a m e n t e . P o r e s a r a z ó n , l a s a c c i ones resultantes
difieren de las que suelen considedarse como

337. L A C A V E R N A D E L O S A N T E P A S A D O S 193
n o r m a l e s e n u n s e r h u m a n o . S i u n a p e r s o n a n o p u e d e r az o n a r o
a c t u a r n o r m a l m e n t e , s e d i c e q u e p a d e c e d e s e q u il i b r i o m e n t a l . S i
p o d e m o s m e d i r l a m a g n i t u d d e l i n f r a e st í m u l o , t a m b i é n p o d r e m o s
a y u d a r a l a p e r s o n a q u e l o s uf r e a r e c u p e r a r s u e q u i l i b r i o . C o m o
c o n s e c u e n c i a d e u n in fr a e s t í m u l o, la s vi br a c io n e s pu e de n s e r m á s
ba ja s o m á s a lt a s de l o n or m a l y s e m a ni fi e s t a n a t r a v é s de ci e r t o s
de sv a r í o s . C u a l q u i e r e n f e r m e d a d q u e h a y a s i d o m e d i d a p o r este
sistema, puede ser curada por él.
El Gran Lama Médico intervino en ese momento.
—A p r o p ó s i t o — d i j o — . E l L a m a M a r f a t a d i s c u t i ó c o n m i g o
e s t e p r o b l e m a y m e a s e g u r ó q u e e n a l g u n o s l u g are s de la I ndia , e n
cier t os m ona st e r ios a isla dos , e st a ba n lleva nd o a c a b o e x pe r im e nt o s
co n u n a pa r a t o d e a lt a t e n si ón l l a m a d o . . . — v a c i l ó u n m o m e n t o y
a ñ a d i ó — : . . . g e n e r ador de Graaf.
N o te nía m u cha se gu r ida d e n cu a nt o a los t ér m inos qu e u t i l i z a b a ,
p e r o , s i n d u d a a l g u n a , e s t a b a r e a l i z a n d o u n p oderoso esfuerzo para
informarse con exactitud.
— E s t e g e ne r a d o r d e s a r r o l la a l p a r e c e r u n v o l t a j e e xt r a-
o r d i n a r ia m e n t e e le v a d o c o n u n a c o r r i e n t e m u y p e q u e ñ a . . . Y
a p l i c á n d o l o a l c u e r p o d e u n a f o r m a d e t e r m i n a d a i n c r em e nt a
co n s id e r a bl e m e n t e la int e ns i da d d e l a u r a , ha st a t a l p u n t o , q u e
i n c l u s o l o s m e n o s c l a r i v i d e n t e s p u e d e n v e r l a . T a m b i é n m e d i j o q u e ,
a p r o v e c h a n d o e s t e s i s t e m a , l o s f o t ógrafos habían conseguido tomar
fotografías del aura.
— S í — d i j o m i M a e s t r o a s i n t i e n d o s o l e m n e m e n t e — . T a m bié n e s
po s i bl e ve r e l a u r a m e d ia nt e u n t i nt e e s pe ci a l , u n l í q u i d o q u e s e
c o l o c a e n t r e d o s l á m i n a s d e c r i s t a l . P ar e ce se r qu e m u cha s pe r sona s
pue de n ve r la , ut iliza ndo u na i l u m i n a c i ó n y u n f o n d o a d e c u a d o y
m i r a n d o e l c u e r p o h umano desnudo a través de esa pantalla.
Yo les interrumpí en sus especulaciones.
— y e r o H o n o r a b l e s S e ñ o r e s ! ¿ A c a s o e s n e c e s a r i o u t il i z a r t o d o s
e s o s t r u c o s ? Y o p u e d o v e r e l a u r a . ¿ P o r q u é ellos no?
M i s d o s m a e s t r o s r i e r o n n u e v a m e nt e y e s t a v e z n o c r eyeron que
fuera preciso explicarme la diferencia que existía

339. 19 4 LOBSANG RAMPA
e n t r e l a s e n s e ñ a n z a s q u e y o h a b í a r e c i b i d o y l a s q u e r e c ibían la
mayor parte de los hombres y mujeres del mundo.
— C a m i n a m o s a c i e g a s t o d a v í a — d i j o e l L a m a M é d ico —.
Cu r am os a nu e str o s pa cie nt e s co n hie r ba s, píl dor a s, po cione s e
inte r ve ncione s q uir úr g ica s . Som os lo m ism o q ue c i e g o s q u e t r a t a n d e
e n c o n t r a r u n a l f i l e r e n u n m o n t ó n d e arena. Quisiera poseer un
aparato que permitiera a cualquier p e r s o n a v e r e l a u r a h u m a n a c o n
t o d o s s u s f a l l o s , c o n e l objeto de poder eliminar esos fallos que
constituyen la causa real de las enfermedades.
E l r e s t o d e l a s e m a n a l o d e d i c a r o n a i n c r e m e n t a r m i s
c o n o c i m ie n t o s p o r m e d i o d e l h i p n o t i s m o y d e la t e le p a t ía .
A u m e n t a r o n y p e r f e c c i o n a r o n m i s p o d e r e s y c o n v e r s a m o s
interm inableme nte sobre los me jores siste mas para per cibir el aura y
sobre las posibilidades de construir un aparato que p e r m i t i e r a v e r l a . Y
l a ú l t i m a n o c h e q u e p a s é e n e l C h a kpo n i , a s om a d o a la ve n t a n a de
m i ha b it a ci ó n , pe n s é q u e a l día sig uie nte reg resa ría a nue stra
lama ser ía y me ver ía oblig a do a p a s a r de n u e v o la no c he e n e l
do r m it or io co le ct iv o , en compañía de todos los demás monjes.
L a s l u c e s d e l V a l l e v i b r a b a n a l o l e j o s . L o s ú l t i m o s r ayos del sol
poniente se filtraban entre las grietas de las mon taña s y de scendía n
sobre los te chos dora dos com o dedos de l u z q u e r e f l e j a b a n t o d o s l o s
c o l o r e s d e l e s p e c t r o . A z u l e s , a m a r il lo s , r o jo s , v e r de s . S u s m a t i ce s se
ib a n o s cu r e c ie nd o po co a poc o con for me a va nza ba n la s s om br a s. To do
el Va lle s e v is t i ó de u n t e r ci op e l o a z u la d o , vi ol á c e o , pu r pú r e o , q u e
ca si se pa lpaba. De sde m i ve nta na , a bie rta a la noche , llegab a h a s t a
m í e l a r o m a d e l o s s a u c e s y e l p e r f u m e d e l a s p l a n t a s de l ja r d í n
d e la l a m a s e r ía . Y l a b r i s a e r r a n t e l le n ó m i s s e nt i d o s d e u n d e l i c i o s o
o l o r a p o l e n y a f l o r e s q u e s e abrían.
El sol se ocu lt ó por com ple t o y los de dos de luz de sa pa recieron
detrás de las cumbres de las montañas, reflejándose l e v e m e n t e e n e l
c i e l o c a d a v e z m á s o s c u r o y e n l a s n u b e s ba ja s , qu e qu e da r on
te ñida s de u na le ve púr pu r a . La noche incr eme ntó su neg rura
mie ntra s el astro re y se aleja ba má s y más de nosotros. Las tinieblas rojizas

340. del firmamento se

341. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 195
fue r on lle na ndo de re m ot o s pu nt os de lu z . Sa t ur no . Ve nu s. Ma r te . Y
de spué s a pa re ció la lu na me ng ua nt e , con su s cicat r i c e s d e p i e d r a . Y
u n a n u b e p e r e z o s a c r u z ó f r e n t e a e l l a . Y m e p a r e c i ó q u e e r a u n a
m u j e r q u e s e e s t a b a v i s t i e n d o , de sp u é s de ha be r se q u e da d o
co m pl e t a m e nt e de s n u d a pa r a m ostra r su aura. Volví la e spalda a la
ve nta na y me prometí a mí mism o no regatea r ning ún e sfuerzo para
seg uir aume nta ndo m is conocim ie ntos a toda costa y pa ra ayudar a
todos los millones de sere s hu manos que su fr ían en el mundo. Me
acosté sobre el suelo de piedra, apoyé mi cabeza en mi manto enrollado y
me quedé dormido en el acto.

342. C A P I T U L O I X
F-A , 1 silencio era profundo. La atmósfera, concentrada, in- t e n s a . D e
v e z e n c u a n d o s e e s c u c h a b a u n s u s u r r o c a s i inaudible que turbaba
sólo un instante la quietud absoluta de la Biblioteca. Contemplé, a mi
alrededor, la larga hilera de fi g u r a s i n m ó v i l e s , e n v u e l t a s e n s u s
m a n t o s , s e n t a d a s e n e l s u e l o e n a ct i t u d r í g i d a . E r a n h o m b r e s
s u m i d o s e n h o n d a s medita ciones, concentra dos en los acontecim ient os
de l mu nd o e xt e r i o r , ¡m á s i n t e r e s a d o s e n e se m u n d o " e x t e r i o r " q u e en
nuestro mundo! Mis ojos lo observaban todo atentamente, re corr iendo,
una tra s ot ra, aque lla s figu ras augustas. Aquí, un Su per ior pr oce dente
de un dist rit o rem ot o. Allá, un lama v e s t i d o p o b r e m e n t e ,
h u m i l d e m e nt e , q u e ha b í a d e s c e n d i d o de las montañas.
Inconscientemente, aparté una de las mesas baja s con el objet o de tene r
más espacio. El silencio pe sa ba c om o s i e s t u v ie r a v i vo . Pa r e cí a
im po s i ble q u e u n g r u po t a n numeroso de hombres pudiera mantenerse tan
silencioso.
" ¡ C r a s h ! " . E l s i l e n c i o f u e t u r b a d o d e p r o n t o . I n t e n t é
le v a n t a r m e y , e n a q u e l m o m e n t o , a l g u ie n c a y ó j u nt o a m í . Er a uno de
los sirvie nte s de la Biblioteca. Había roda do por e l s u e l o . L o s g r u e s o s
l i b r o s , c o n s u s c u b i e r t a s d e m a d e r a , ca y e r o n c o n é l pr o du ci e n do u n
r u i do e st r e p it os o . E nt r ó e n l a h a b i t a c i ó n c o n s u p r e c i o s o c a r g a m e n t o
y t r o p e z ó e n l a m e sa qu e y o ha bía cam bia d o de lu g a r y cu y a a lt u ra er a
ta n sólo de unas diez y ocho pulgadas.
Los monjes, solícitos, se apresuraron a recoger los libros,
s a c u d i e n d o e l p o l v o q u e h a b í a q u e d a d o a d h e r i d o a s u s c ubiertas. En el
Tibet, los libros son un objeto de veneración

343. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 197
p o r q u e c o n s t i t u y e n u n d e p ó s i t o d e c o n o c i m i e n t o s . N u n c a s o n
m a l t r a t a d o s n i m a n e j a d o s i r r e v e r e n t e m e n t e . P o r e l l o , l o s m o n j e s s e
o c u p a b a n c u i d a d o s a m e n t e d e e l l o s y n o d e l h o m b r e q u e s e h a b í a
c a í d o . A p a r t é l a m e s a . ¡ F u e u n m i l ag r o ! ¡N a d i e pe n s ó q u e y o e r a e l
c u l p a b l e d e t o d o ! E l b i b l i otecario, aturdido, se rascaba la cabeza
tratando de descubrir l a r a z ó n d e s u c a í d a . C o m o y o n o e s t a b a
c e r c a d e é l , e r a i m p o s i b l e q u e h u b i e r a t r o p e z a d o e n m í . S a l i ó
n u e v a m e n t e de la ha bit a ción sa cu die ndo la ca be za a som br a do. La
ca lma quedó restablecida y los lamas prosiguieron su lectura.
Durante los días que trabajé en la cocina, me desacredité a bs ol u t a m e nt e
pa r a e se t ip o d e a ct iv i da de s . Po r e ll o m e hab í a n e x c l u i d o p o r
c o m p l e t o d e e l l a s . Y é s a e r a l a r a z ó n d e q u e c u a n d o t e n í a q u e
d e d i c a r m e a t a r e a s " s e r v i l e s " , m e e nv ia r a n a la B i bl io t e c a co n e l
e nc a r g o de q u it a r e l po l v o a l a s c u b i e r t a s d e m a d e r a y m a n t e n e r l o
t o d o l i m p i o . L o s l ib r o s t i b e t a n o s s o n g r a n d e s y p e s a d o s . S u s
e st u c h e s e st á n lle no s de com plica da s t a lla s con e l t ít u lo y alg u na s
fig ur a s. El t r a b a j o e r a d u r o. Er a pr e ci s o le va nt a r lo s y l le va r l os , si n
h a c e r r u i d o , a m i m e s a p a r a d e v o l v e r l o s d e n u e v o a s u s
e st a nt e r ía s , u na ve z l im pi o s . E l bi b li ot e ca r i o e r a m u y m e t ic u l o s o . L o
e x a m i n a b a t o d o e s c r u p u l o s a m e n t e p a r a c o m p r ob a r s i l o s h a b í a
l i m p i a d o b ie n . A l g u n o s d e l o s e st u c h e s d e ma dera contenía n re vista s
y diarios de ot ros paíse s. A pesar d e q u e n o c o m p r e n d í a u n a s o l a
p a la b r a , m e r e s u l t a b a r e a lm e nt e a g r a d a b le co n t e m p la r l os . A lg u no s
de a q u e l lo s v ie jo s pe r i ód i co s e xt r a nje r o s t e nía n fo t o g r a fí a s y , s ie m p r e
q u e pod ía , le s e c ha ba u na m ir a da . M i cu r i os i da d p o r e l la s a u m e nta ba
ca da ve z q ue e l bibliot e ca r io m e pr ohi bía m ira r los y y o aprovechaba su
ausencia para hacerlo.
L a s f o t o g r a f í a s d e v e h í c u l o s d e r u e d a s m e f a s c i n a b a n .
N a t u r a l m e n t e , e n e l T i b e t n o e x i s t í a a q u e l t i p o d e v e h í c ul o s .
N u e s t r a s P r o f e c í a s a s e g u r a b a n q u e " e l p r i n c i p i o d e l fi n" lle g a r ía
cu a n do la s r u e da s s e a po de r a r a n de l Ti be t p orq u e e n t o n c e s n u e s t r o
p a í s s e r í a i n v a d i d o y d o m i n a d o p o r u n a f u e r z a m a l é f i c a q u e s e
e x t e n d e r í a p o r t o d o e l p l a n e t a com o u n cá ncer . A pe sa r de la s
Pr ofe cía s, t e nía m os la e speranza de que las grandes naciones — ¡tan

344. poderosas! — no

345. 19 8 LOBSANG RAMPA
se sint ie ra n inte re sa da s por nue st r o pe q ue ño pa ís, libr e de ambiciones
territoriales y de intenciones bélicas.
L o c o n t e m p l a b a t o d o f a s c i n a d o . E n u n a d e a q u e l la s r ev i s t a s
( n a t u r a l m e nt e , n o r e c u e r d o s u n o m b r e ) v i u n a s e r ie d e f o t o g r a f í a s
q u e m o s t r a b a n c ó m o s e i m p r i m í a n l o s p e r i ódicos. Grandes máquinas
rotativas. Engranajes. Los hombres t r a b a j a b a n c o m o s i s e h u b i e r a n
v u e l t o l o c o s . E n e l T i b e t er a com ple ta m e nte di st int o. Tra ba já ba m os
por am or a nu e st r o o fi c io , p or e l s im p le p la ce r de r e a l iz a r bie n
nu e st r o t r ab a j o . N i n g ú n p e n s a m i e n t o c o m e r c i a l m o v í a l a s m a n o s d e
n u e s t r o s a r t e s a n o s . N o s o t r o s h a c í a m o s l a s c o s a s d e o t r a forma.
I m p r i m í a m o s l o s l i b r o s e n l a a l d e a d e S K I . L o s m o n je s
g r a b a d o r e s , c o n g r a n h a b i l i d a d , c o n l a l e n t i t u d n e c e s a r i a p a r a
c o n se g u i r la m á x i m a e xa c t i t u d y p e r f e c c i ó n , t a l la b a n l os ca r a c t e r e s
t ib e t a n o s e n m a de r a fi na . U na ve z r e a liz a d o e s e d e l i c a d o t r a b a j o , l a s
t a l l a s e r a n p u l i d a s h a s t a q u e d a r c o m p l e t a m e n t e l i m p i a s d e
a s p e r e z a s . D e s p u é s , s e c o m p r ob a b a l a f i de l i d a d d e l t e xt o p a r a e v it a r
p o s i b l e s e r r o r e s . E l t i e m p o n o i m p o r t a b a . S ó l o i m p o r t a b a l a
s e g u r i d a d y l a precisión.
Lu e g o, la s pla ncha s de ma de ra , t alla da s, lim pia s y comp r o b a d a s ,
e r a n e nt r e g a d a s a l os m on je s im pr e s or e s q u e impre gnaban de tint a
los hue cos de las letr as y de las fig ura s. N a t u r a lm e nt e , e l t e xt o ha bí a
si d o g r a ba d o a l r e v é s , c o n la s pala br as inver tida s pa ra que al ser
im pre sa s re sult aran inteli g i ble s . T r a s co m pr o ba r q u e t o do s lo s
r e l ie ve s ha b ía n q u ed a d o r e c u b i e r t o s d e t i n t a , s e c o l o c a b a s o b r e l a s
p l a n c h a s una hoja de papel grueso parecido a los papiros de Egipto.
S e p a s a b a u n r o d i l l o s o b r e l a p a r t e p o s t e r i o r d e l a h o j a ,
pr e si o na n do su a ve m e nt e , y de s p u é s , r á p id a m e nt e , se se par a b a e l
p a p e l d e l a p l a n c h a d e m a d e r a . L o s m o n j e s i n s p e ctore s exam ina ba n y
com pr oba ba n la pá gina cuida dosame nte c o n e l o b j e t o d e d e s c u b r i r l o s
p o s i b l e s e r r o r e s o d e f e c t o s . E n c a s o de s e r a s í , e l p a pe l e r a
e m p a q u e t a d o y g u a r d a d o , p e r o nu n ca r a s pa do p a r a e nm e nd a r su s
po s i bl e s fa lt a s, n i tampoco quemado.

347. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 199
La s p a l a b r a s i m p r e s a s t i e ne n u n c a r á c t e r c a s i s a g r a d o e n e l
T i b e t y s e c o n s i d e r a u n i n s u l t o a l a c i e n c i a d e s t r u i r por cua lquie r
medio los pape les donde se han e scrito text os científicos o relig iosos.
Por esta razón, a lo lar go de mu chos a ñ o s , s e h a n a c u m u l a d o e n e l
T i b e t g r a n d e s p a q u e t e s d e h o j a s de p a p e l q u e c o n t i e n e n a v e c e s
i m pe r f e c c i o n e s i n s i gnificantes.
C u a n d o s e c o ns i de r a q u e la im p r e si ón e s s a t i s fa ct or ia , l o s
i m p r e s o r e s r e c i b e n l a o r d e n d e " s e g u i r a d e l a n t e " . E nt o n c e s s e
s i g u e n i m p r i m ie n d o n u e v a s h o j a s y c a d a u na d e ella s es som et ida al
m ism o pr oce so m inu cio so de com pr obación . Y o le s obse r va ba tr a ba ja r
a me nu do. Y en el cu r so de mis e studios, tu ve que hace r alguna s
ve ces aquella s tarea s. Y ha bía a prendido a tallar , pulir , hume de cer los
hue cos con tinta, imprimir y revisar todas esas operaciones.
Los libros tibe tanos, a difere ncia de los occidenta les, no s e
e n c u a d e r n a b a n . S o n m u y l a r g o s . O t a l v e z s e r í a m e j o r d e c i r q u e
s o n m u y a n c h o s y m u y b a j o s y a q u e c a d a l í n e a tibetana puede tener
varios pies de longitud, mientras que la altura de cada página tiene un
pie escasamente. Después de s e r im pr e sa s y c om pr o ba da s , la s pá g i na s
se e xt ie nd e n co n c u i d a d o y s e d e j a n s e c a r d u r a n t e m u c h o t i e m p o
p o r q u e n u n c a t e n e m o s p r i s a . U n a v e z s e c a s , s e u n e n p a r a f o r m a r
l o s l i b r o s . S o b r e u n a m a d e r a f i n a se v a n c o l o c a n d o l a s p ág i n a s
o r d e na d a m e n t e . D e s p u é s , s e c o l o c a e n c i m a o t r a m ad e r a q u e s i r v e d e
c u b i e r t a . E s t a s e g u n d a c u b i e r t a e s m á s g r ue sa y sue le te ner
com pli ca dos r elie ve s, con e l tít u lo y la r e p r e s e n t a c i ó n g r á f i c a d e
a l g u n o s de l o s p a s a je s . E n c a d a cubier ta se colocan dos cinta s que se
atan sólidame nte para que el libr o quede cer rado y las hojas sujeta s
con se gur idad en su inte rior . Los libros que se considera n más
va liosos se e n v u e l v e n t a m b i é n e n s e d a y s e le s c o l o c a e l s e l l o
a de c u ado de st ina d o a m a nt e ne r ce r r a da o br a t a n cu id a d o sa m e nt e
im pr e sa , q u e so la m e nt e p o dr á se r a bie r t a y c o ns u l t a d a po r los que
tengan la suficiente autoridad para ello.
O b s e r v é q u e m u c h a s d e l a s f o t o g r a f í a s d e l a s r e v i s t a s
o c c i d e nt a l e s p e r t e ne c í a n a m u j e r e s c a s i de s n u d a s y p e n s é que debía
tratarse de países muy cálidos ya que de no ser

349. 20 0 LOBSANG RAMPA
así no hubiera tenido objeto mantenerse en semejante estado de
desnudez. Otras fotografías mostraban a algunas personas t e n d i d a s e n
e l s u e l o , t a l v e z m u e r t a s . J u n t o a e l l a s , s o l í a e rg u ir se
or gu llosa m e nt e , con el r ost r o lle no de ma lda d y de o d i o , a l g ú n
h o m b r e q u e s o s t e n í a e n s u s m a n o s u n e x t r a ñ o t u bo d e m e t a l q u e
hu m e a ba . Sie m p r e m e r e su lt ó im po s i bl e com pr e nde r a qu ella s cosa s
qu e pa r e cía n e st a r de st ina da s a d e m o s t r a r — s e g ú n t o d a s la s
a pa r i e n c i a s — q u e l a d i s t r a cc ió n f a v or it a de l os o c ci d e nt a le s
co n s is t í a pr e ci s a m e n t e e n matar se unos a otros. De spué s, lle gaban
unos hombre s real m e n t e c o r p u l e n t o s , v e s t i d o s d e u n a f o r m a m u y
e x t r a ñ a , y col oca ba n u nos objet os de m et a l e n la s mu ñe ca s de los qu e
sujetaban aquel tubo que vomitaba fuego.
La s m u je re s de snu da s no me tu r bar on e n m odo a lgu no , ni
de spe rt a r on e n mí ning ú n int e ré s e spe cia l. Los bu dist a s, l o s h i n d ú e s
y e n g e ne r a l t o d o s l o s o r ie n t a l e s , e s t a m o s c o nve nci dos de q ue el se xo
e s alg o a bsolu ta m e nt e ne ce sa r io e n la vida humana. Sabemos que las
experiencias sexuales cons t i t u y e n p o s i b l e m e n t e l a f o r m a m á s e l e v a d a
d e é x t a s i s q u e l os s e r e s h u m a n o s pu e de n a l ca nz a r e n e st e m u nd o .
E sa e s l a r a z ó n d e q u e m u c h a s d e n u e s t r a s p i n t u r a s r e l i g i o s a s r e-
pr e se nt e n a u n ho m br e y a u na m u je r — q u e g e ne r a lm e nt e
s i m b o l i z a n a u n d i o s y a u n a d i o s a — u n i d o s e n e l m á s e st r e c h o d e
l o s a b r a z o s . L a s r e a l i d a d e s d e l a v i d a y d e l n a c im ie n t o s o n t a n
c o n o c i d a s p o r t o d o s n o s o t r o s q u e n o e x i s t e n i n g u n a n e c e s i d a d d e
o c u l t a r l a s o d i s i m u l a r l a s , s i n o q u e p r o c u r a m o s m o st r a r la s co n e l
m a y or r e a l is m o . To d o e ll o n o p u e d e c o n s i d e r a r s e p o r n o g r á f i c o n i
i n d e c e n t e . S i n d u d a a lg u n a , e s la f o r m a m á s a de c u a d a p a r a i n d i c a r
q u e la u n i ó n d e l a m u j e r y e l h o m b r e p r o d u c e c i e r t a s s e n s a c i o n e s
e s p ec í f i c a s , s i m b o l i z a n d o a l m i s m o t i e m p o e l h e c h o d e q u e , a
t r a v é s d e l a u n i ó n d e s u s a l m a s , p u e d e n e x p e r i m e n t a r u n p la ce r
a ú n m a y o r , a u nq u e , na t u r a l m e n t e , e s o n o pu e de s e r conseguido por
completo en este mundo.
C om o conse cu e ncia de alg u na s con ve r sa cio ne s qu e t u ve o c a s i ó n
d e s o s t e n e r c o n v a r i o s c o m e r c i a n t e s e n l a c i u d a d d e L h a s a y e n l a

350. a l d e a d e S h ó , a s í c o m o c o n l o s q u e s e sentaban a descansar cerca de la
Puerta Occidental, me en-

351. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 201
t e r é , c o n g r a n a s o m b r o p o r m i p a r t e , d e q u e e n e l m u n d o occidental
se consideraba indecente mostrarse desnudos ante l o s d e m á s . M e
r e s u l t a b a i m p o s i b l e c o m p r e n d e r e s e h e c h o ya que la má s eleme ntal
realidad de la vida es precisa mente la exist e ncia de am bo s se xo s.
Re cue r do lo q ue ha blé con u n vie jo c ome r cia nte qu e ha cía
fre cu e nte me nt e el re cor r ido e nt r e L h a s a y l a l o c a l i d a d i n d i a d e
K a l i m p o n g . F u i a v e r l e varias veces a la Puerta Occidental para
saludarle y desearle u na f e l i z e s t a n c i a e n n u e st r o p a í s .
C o n v e r s á b a m o s y y o l e e x pl i ca ba co s a s de Lh a s a y é l m e in f or m a b a
so b r e lo s a co ntecimientos del extranjero. Y en varias ocasiones, trajo
libros y p e r i ó d i c o s p a r a m i M a e s t r o , e l L a m a M i n g y a r D o n d u p , que
me entregaba a mí para que yo se los llevara.
Uno de los días en que fui a verle, me dijo:
— T e h e h a b l a d o y a m u c h a s v e c e s d e l o s o c c i d e n t a l e s , p e r o l a
r e a l i d a d e s q u e y o t o d a v í a n o h e c o n s e g u i d o c o mp r e n d e r l o s . U n o
d e s u s p r o v e r b i o s , s o b r e t o d o , m e r e s u lt a d e s c on c e r t a nt e . D ic e n q u e
" e l h om br e e st á he ch o a im a g e n y se m e ja nz a d e D io s" y , si n e m ba r g o ,
si e nt e n ve r g ü e nz a de m o s t r a r s e d e s n u d o s . ¿ S i g n i f i c a e s t o q u e s e
a v e r g ü e n z a n de Dios?
M e c o n t e m p l ó c o m o i n t e r r o g á n d o m e p e r o y o , c o m p l et a m e n t e
d e s c o n c e r t a d o , n o p u d e r e s p o n d e r a s u p r e g u n t a . D i o s e s l a m á x i m a
p e r f e c c i ó n y , s i e l h o m b r e e s t á h e c h o a su im ag e n y sem e ja nz a ,
re su lta re alm e nte a bsu r do se nt ir se a ve r g o nz a d o a nt e u na im a g e n de
Di os . N os ot r o s , a q u ie ne s e l l o s l l a m a n p a g a n o s , n o s e n t i m o s
v e r g ü e n z a d e n u e s t r o s cu e r pos p orq u e sa be m os qu e sin el se xo la
ra za hum a na no p o dr ía pe r pe t u a r s e . Po r ot r a pa r t e , e st a m o s
a b so lu t a m e n t e co nve nci dos de q ue e l se xo, e n cie rt a s cir cu nst a ncia s ,
con stit uye una for ma muy eficaz pa ra aumenta r la espiritu alidad de los
seres humanos.
Mi perplejidad llegó a su punto culminante, cuando supe q ue
mu ch os ma t r im onios, q ue a ve ce s lle va ba n ca sa dos m uchos años, no
se habían visto nunca desnudos. Cuando supe q u e " h a c í a n e l a m o r "
c o n l a s v e n t a n a s c e r r a d a s y a o s c ur a s , cr e í q u e se e st a b a b u r la n do

352. de m í, q u e m e t om a ba p o r un tonto, ignorante de las cosas de la vida. Por
ello, decidí

353. 20 2 LOBSANG RAMPA
i n t e r r o g a r a m i M a e s t r o , e l L a m a M i n g y a r D o n d u p , e n l a p r i m e r a
oc a s i ón q u e s e p r e se n t a r a , s o br e la s c o nc e p c io n e s sexuales de
Occidente.
A b a n d o n é l a P u e r t a O c c i d e n t a l y c o r r í h a c i a e l C h a kp o r i , p o r
u n a t a j o e s t r e c h o y p e l i g r o s o q u e n o s o t r o s , l o s niños de la
lama ser ía , utilizá ba mos en lu gar de l sendero hab i t u a l . A q u e l a t a j o
h u b i e r a c a u s a d o t e r r o r i n c l u s o a u n monta ñer o y, a lgunas veces,
tambié n nos lo cau sa ba a nosot r o s . S i n e m b a r g o , i r p o r a q u e l a t a j o
s i e m p r e q u e n o n o s a c o m p a ñ a r a n n u e st r o s s u p e r i o r e s , se h a b í a
c o n ve r t i d o e n u na c u e s t i ó n d e h o n o r p a r a t o d o s n o s o t r o s . E r a
ne c e s a r i o trepar por las rocas escarpadas, atravesar estrechos caminos
q u e b o r d e a b a n p e l i g r o s a m e n t e b a r r a n c o s y d e s f i l a d e r o s y lle va r a
ca bo a u t é nt i ca s pr oe z a s d e a l pi ni s m o q u e n in g u na persona en su
sa no juicio se hubier a decidido a realizar por mucho dinero que le
ofrecieran a cambio de ello.
Po r f in , lle g u é a la ci m a y m e i nt r o du je e n e l C ha kp o r i , t a m b i é n
p o r u n a e n t r a d a q u e s ó l o n o s o t r o s c o n o c í a m o s y q u e n o s po d ía
co s t a r u na bu e na p a l iz a d e l os v ig ila nt e s e n caso de ser descubie rtos.
Lle gué al pat io inte rior de la lama -s e r í a m u c h o m á s f a t i g a d o q u e s i
h u b i e s e u t i l i z a d o e l s e nd e r o " o r t o d o x o " , p e r o — ¡ e s o s í ! — m i
h o n o r e s t a b a a s a l v o . Ha b í a c o n s e g u i d o s u b i r e n m e n o s t i e m p o d e l
q u e a lgunos de mis compañeros utilizaban para descender.
L i m p i é m i m a n t o d e l p o l v o y d e l a s p i e d r e c i l l a s , v a c i é mi plato
en el que habían caído numerosas briznas de hierba y cu a ndo m e
pa re ció qu e m i a spe ct o er a m á s nor m a l, fu i e n b u s c a d e m i M a e s t r o ,
e l L a m a M i n g y a r D o n d u p . A l v o l v e r u n a d e l a s e s q u i n a s , l o v i q u e
s e a l e j a b a y m e a p r e s u r é a llamarle.
— ¡ E h ! ¡ H o n o r a b l e L a m a !
Se d e t u v o , v o l v i ó l a c a b e z a y se a c e r c ó a m í , c o s a q u e , si n d u d a
a lg u na , na di e hu b ie r a he c h o e n e l C ha k po r i . Pe r o é l t r a t a b a a t o d o
e l m u n d o d e i g u a l m o d o , l o m i s m o a l o s hom br e s q ue a los niño s, y
a cost um br a ba a de cir q ue no e s l a f o r m a e x t e r n a , n i e l c u e r p o , l o
q u e t i e n e i m p o r t a n c i a , s i n o l o q u e h a y d e n t r o d e é s t e , l o q u e

354. c o n t r o l a r e a l m e n t e el cuerpo. Debo añadir que mi Maestro había sido en una

355. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 203
v i d a a n t e r i o r u n G r a n H o m b r e , c u y a r e e n c a r n a c i ó n f u e f áci lm e nt e
r e c on o ci d a c u a n d o vo l vi ó a la t ie r r a d e n u e v o. S u hu m i ld a d y e l
he c h o d e q u e r e s pe t a r a e n t o do m o m e nt o lo s s e n t i m ie n t o s de l o s q u e
" n o e r a n t a n g r a n d e s " c o m o é l , e s decir, de sus inferiores, constituyó
siempre para mí un ejem plo inolvidable.
— ¿ Q u é s u c e d e , L o b s a n g ? — m e p r e g u n t ó — . Y a t e h e visto
su bir por el sendero pr ohibido. Si y o fuera u n vig ila nte te habría dado
unos bue nos palos en ciert o sitio pa ra que te vi e r a s ob li g a do a e st a r
si n po d e r se n t a r t e du r a nt e m u c ha s hor as — dijo sonrie nte —. Sin
embarg o, debo reconocer que, c u a n d o t e n ía t u e d a d , y o h i c e l o m i s m o
q u e t ú m u c h a s v ec e s . E i n c l u s o a h o r a , q u e y a n o p u e d o h a c e r l o ,
s i e nt o u n a e s p e c i e d e n o s t a l g i a p r o h i b i d a a l v e r c ó m o v o s o t r o s
r e c orréis el atajo. En fin, veamos a qué viene tanta prisa.
— H o n o r a b l e L a m a — l e d i j e — . M e h a n c o n t a d o c o s a s h o r r i b l e s
s o b r e l a s p e r s o n a s d e l m u n d o o c c i d e n t a l , y m i mente e stá un poco
embrollada porq ue sospecho que han in t e n t a d o b u r l a r s e d e m í . E n
r e a l i d a d , i g n o r o s i m e h a n t oma d o por u n t ont o o, por el cont r a r io,
e s cie rt o t odo cua nto me han dicho.
— V e n c o n m i g o , L o b s a n g — d i j o m i M a e s t r o — . V o y a m i
h a b i t a c i ó n . M i i n t e n c i ó n e r a d e d i c a r u n o s m i n u t o s a la medita ción.
Per o, si quiere s, pode mos ana liza r toda s esas cosas. Ya meditaré más
tarde.
N o s d i r i g i m o s a s u h a b i t a c i ó n , c u y a v e n t a n a s e a b r í a s o b r e e l
P a r q u e d e la s J o y a s . E n t r a m o s , pe r o , e n l u g a r d e s e n t a r s e , l o
p r i m e r o q u e h i z o f u e p e d i r t é . D e s p u é s , n o s ace rcamos a la ve nta na
y conte mpla mos la mara villosa per s p e c t i v a de a q u e l l a r e g i ó n . S i n
d u d a a l g u n a , e r a a q u e l u n o de los lugares más hermosos del mundo.
Debajo de nosotros, a la iz q u ie r d a , e s t a b a e l f r o n d o s o b o s q u e
c o n o c i d o b a j o e l n o m b r e d e N o r b u L i n g a o P a r q u e d e l a s J o y a s . E l
a g u a l í m p i d a l a n z a b a d e s t e l l o s e n t r e l o s á r b o l e s y , e n u n a i s l a
d e l i c i o s a , e l p e q u e ñ o T e m p l o d e l P r o f u n d o r e f l e j a b a e l s o l s o b r e s u
t e c h o . A l g u i e n e s t a b a a t r a v e s a n d o e l c a p r i c h o s o se nder o trazado en
el agua por u na serie de pie dr as pla nas, separadas unas de otras

356. cuidadosamente, con el objeto de

357. 20 4 LOBSANG RAMPA
q u e l a c o r r i e n t e y l o s p e c e s q u e é s t a a r r a s t r a b a p u d i e r a n pasar
libre mente entre ella s. Miré atentamente y me pare ció que se trataba de
uno de los altos dignatarios del gobierno.
Du r a nt e u n b u e n r a t o , e st u vi m o s l os d o s j u nt os a nt e la v e n t a n a ,
c o n t e m p l a n d o e l p a n o r a m a q u e s e e x t e n d í a b a j o nu e str os ojo s. El
Río Ve ntu r oso se a g it a ba e n u na da nza de e s pu m a s c om o s i s in t ie r a
la a le g r í a de vi v ir u n dí a t a n he rm oso. Ve ía m os t am bié n el
em ba r ca de r o, uno de m is lu g a re s pr e di le ct os . C ont e m p la r a l b a r q u e r o
a t r a v e s a n d o la s a g u a s sobre su bar ca r ode ada de ve jiga s hincha da s
ha sta alca nzar l a o t r a o r i l l a , s i e m p r e c o n s t i t u í a p a r a m í u n
e s p e c t á c u l o maravilloso que me llenaba de una satisfacción inenarrable.
Debajo de nosotros, entre la la masería y e] Nor bu Linga , l o s
p e r e g r i n o s c a m i na b a n p e r e z o s a m e n t e p o r e l c a m i n o d e L in g k or . N o
m ir a b a n ha ci a nu e st r o C ha k po r i . Si n e m b a r g o, o b s e r v a b a n c o n l a
m a y o r a t e n c i ó n E l P a r q u e d e l a s J o y a s c o n la e s p e r a nz a d e p o d e r
v e r a l g o i n t e r e s a n t e p o r q u e p r ob a b l e m e n t e s a b í a n q u e e l P r o f u n d o
e s t a b a a l l í . T a m b i é n v e ía m o s e l Ka s hy a L in g a , u n p a r q u e pe q u e ño
pe r o lle no de u n f r o n d os o a r bo la do , ce r c a n o a l c a m i no d e l
Em ba r c a d e r o. U n p e q u e ñ o s e n d e r o c o n d u c í a d e s d e e l c a m i n o d e
L i n g k o r h a s t a e l K y i C h u . L o r e c o r r ía n l o s v i a je r o s q u e t e n í a n q u e
utilizar los se rvicios de l bar quero y tam bién aquellos que se d ir ig ía n a l
Ja r dí n de lo s La m a s q u e e st a b a e n e l ot r o e xt r emo del Embarcadero.
El sirviente nos trajo té y comida abundante.
— V e n , L o b s a n g — d i j o m i M a e s t r o , e l L a m a M i n g y a r D o n d u p
— . V a m o s a c o m e r p o r q u e l o s h o m b r e s q u e t ie n e n q u e d i s c u t i r
a l g ú n p r o b l e m a n o d e b e n t e n e r e l e s t ó m a g o v a c í o , p u e s e l l o
e q u i v a l d r í a a c o r r e r e l r i e s g o d e q u e s u s cerebros parecieran también
estar vacíos.
S e s e n t ó e n u n o d e l o s t o s c o s a l m o h a d o n e s q u e e n e l T i b e t
u t i l i z a m o s e n l u g a r d e s i l l a s , p u e s t o q u e n o s o t r o s t enemos la
costumbre de sentarnos en el suelo con las piernas c r u z a d a s . U n a v e z
s e nt a d o , m e i n d i c ó c o n u n g e s t o q u e y o h i c i e r a l o m i s m o , o r de n q u e
e j e c u t é c o n l a m a y o r p r e m u r a y a q u e e l e s p e c t á c u l o d e la c o m i d a

358. s i e m p r e m e e s t im u l a b a muy favorablemente. Comimos silenciosos. En el
Tibet se

359. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 205
considera incorrecto, especialmente entre los monjes, hablar o h a c e r
r u i d o c u a n d o n o s h a l l a m o s a n t e l a c o m i d a . L o s m on je s co m e n e n
si le nc io c u a n d o e st á n s ol o s , pe r o cu a nd o s e t r a t a d e u n a
c o n g r e g a c i ó n d e v a r i o s m o n j e s , u n L e c t o r r e c i t a e n v o z a lt a a l g u n o s
p a s a je s de l o s L i b r o s Sa g r a d o s . El Le c t o r s u e le c ol o ca r s e e n u n lu g a r
e le v a d o de s de d on d e , a d e m á s d e l e e r , p u e d e o b s e r v a r a l o s m o n j e s
y d e s c u b r i r a a q u e l l o s q u e , d e m a s i a d o a b s t r a í d o s e n l a c o m i d a ,
n o a t i e n d e n a d e c u a d a m e n t e s u l e c t u r a . G e n e r a l m e n t e , s u e l e h a b e r
u n m o n j e v i g i l a n t e c o n e l o b j e t o d e i m p e d i r q u e n ad i e h a b l e a
e x c e p c i ó n d e l L e c t o r . P e r o n o s o t r o s e st á b a m o s s o l o s .
I n t e r c a m b i a m o s a l g u n a s p a l a b r a s p o r q u e s a b í a m o s q u e l a s
a n t i g u a s c o s t u m b r e s , y e n t r e e l l a s l a d e g u a r d a r silencio durante
las comidas, constituían una disciplina muy necesaria cuando se reunía
un grupo de numerosas personas pe r o r e su lt a b a n u n po c o su pe r f lu a s
cu a n do , co m o e n nu e st r o c a s o , s e t r a t a b a s o l a m e nt e de u n p a r d e
p e r s o n a s . P o r e st a r a z ón m e s e nt í m u y sa t i sf e c h o de p o de r
co n s id e r a r m e c o m o e l c o m p a ñ e r o de u n o d e l o s h o m b r e s
a u t é n t i c a m e n t e grandes de mi país.
— ¡ B i e n , L o b s a n g ! — d i j o m i M a e s t r o c u a n d o t e r m i n amos de comer
—. Dime. ¿Qué es lo que tanto te preocupa?
— ¡ H o n o r a b l e L a m a ! — l e d i j e e x c i t a d o — . H e e s t a d o h a b l a n d o
u n o s m o m e n t o s c o n u n m e r c a d e r e n l a P u e r t a O c c i d e n t a l y m e h a
c o n t a d o a l g u n a s c o s a s r e a l m e n t e s o rp r e n d e n t e s a c e r c a d e l o s
h o m b r e s d e O c c i d e n t e . A s e g u r a que ellos considera n obsce na s
algu na s de nuest ras pintura s religiosas. Y me ha dicho cosa s
incr eíbles sobre su s cost umbres sexuales. No sé si se estuvo mofando de mí.
Du r a nt e u no s in st a nt e s , m i M a e s t r o m e c o nt e m p ló pe nsativo.
— L o b s a n g — m e d i j o — . T r a t a r e s t a c u e s t i ó n n o s l l ev a r á m á s
d e u na s e s i ó n . Y e s c a s i la h o r a d e l s e r v i c i o r e l ig i o s o . S i t e p a r e c e ,
d e m o m e n t o , d i s c u t i r e m o s s ó l o u n a specto del problema. ¿Estás de
acuerdo?
A se nt í lle no de a nsie da d y a qu e m e se nt ía ba sta nt e de sc o n c e r t a d o
c o m o c o n s e c u e n c i a d e a q u e l l a s r e c i e n t e s r e v elaciones.

361. 20 6 LOBSANG RAMPA
— L a r a z ó n d e t o d o — d i j o m i M a e s t r o — e s d e t i p o religioso.
La religión de Occidente es distinta a la de Oriente. Vamos a analizar de
qué forma influye en todas esas cosas.
Se a ju st ó e l m a nt o pa r a se n t i r se m á s c óm o do y a g it ó la
ca mpanilla pa ra que el sir viente lim piara la mesa. Despué s,
volvié nd ose ha cia mí, inici ó u na di ser t a ción qu e me pa r e ció de un
interés fascinante.
—L ob s a n g — di jo —. Va m os a e st a b le c e r e l pa r a le li sm o e xiste nt e
ent re u na de la s r elig ione s occi de nta le s y nue st ra r e l ig i ó n b u d i s t a . T ú
y a s a b e s , p o r q u e l o h a s a p r e n d i d o e n el cu r so de t u s e st u dios , q ue
la s En se ña nz a s de nue st r o Señ o r G a u t a n a ha n s i d o a l t e r a d a s
a l g u n a s v e c e s c o n e l p a s o d e l t i e m p o . A l o l a r g o d e l o s s i g l o s q u e
h a n t r a n s c u r r i d o d e s d e q u e Ga u t a n a p a s ó p o r e s t a t i e r r a y a l c a n z ó
la I l u m ina ci ón Ú lt im a , la s do c t r ina s q u e Él pr e di c ó p e r s o na lm e nt e
h a n s u f r i d o c i e r t o s c a m b i o s . A l g u n o s o p i n a m o s q u e e s o s ca m bios
ha n sido ne g at ivo s. Ot r os , sin em ba r g o, cr ee n q ue , con ello, su s
enseñanz as se han a daptado a las ne ce sidade s reales de nuestro tiempo.
M e m i r ó p a r a c o m p r o b a r s i l e c o m p r e n d í a y e s c u c h a b a s u s
pa la b r a s co n a t e n ci ón . A l da r se cu e nt a de q u e a sí e r a , continuó:
— N o s o t r o s t u v i m o s n u e s t r o G r a n S e r , a l q u e l l a m a m o s G a u t a n a
y a l q u e a l g u n o s l l a m a n E l B u d a . L o s c r i s t i a n o s tuvieron también su
Gran Ser que les expuso sus Doctrinas. L a l e y e n d a y , e n r e a l i d a d ,
t o d a s l a s i n v e s t i g a c i o n e s h i s t ór i c a s r e a l i z a d a s h a s t a l a f e c h a
p r u e b a n q u e e s e G r a n S e r que, según su s Libr os Sagra dos, se retiró
al desiert o, lo que h i z o e n r e a l i d a d f u e v i s i t a r l a I n d i a y e l T i b e t , e n
b u s c a d e l a V e r d a d , e n b u s c a d e u na s e n se ñ a n z a s r e l i g i o s a s a de-
c u a d a s a l a m e nt a l i d a d y a l a e s p i r i t u a l i d a d o c c i de n t a le s . L l e g ó a
L h a s a y v i s i t ó n u e s t r o G r a n T e m p l o , e l J o K a n g . D e s p u é s , r e g r e s ó
a O c c i d e n t e y p r e d i c ó u n a a d m i r a b l e r el ig ió n q u e c u a dr a ba
pe r fe ct a m e nt e a lo s o c ci d e nt a le s. Pe r o c u a n d o e s e G r a n S e r —
c o m o n u e s t r o G a u t a n a — a b a ndonó la Tierra, se produjeron ciertas
disensiones en la Iglesia Crist iana. Unos sesent a años despué s de su
muerte , se ce lebró un Concilio en Constantinopla que introdujo ciertas

363. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 207
m o d i f i c a c i o n e s e n e l d o g m a y e n l a s c r e e n c i a s c r i s t i a n a s . Y , a l
p a r e c e r , a lg u n o s d e l o s m o n j e s d e a q u e l l a é p o c a c o ns i d e r a r o n q u e
e r a ne c e s a r i o r e c u r r i r a l a t o r t u r a c o n e l o bjeto de mantener el orden en
las comunidades más rebeldes.
M e m i r ó d e n u e v o p a r a v e r s i l e e s c u c h a b a . Y o l e a s eg u r é q u e
n o s ó l o l e e s c u c h a b a , s i n o q u e l o h a c í a c o n e l mayor interés.
L o s h o m b r e s q u e c e l e b r a r o n e s e C o n c i l i o
d e C o n st a nt ino pla no se nt ía n la me nor sim pa t ía por la s mu je re s, lo
mism o que sucede con algunos de nuestros m onje s, quienes t a n s ó l o
c o n p e n s a r e n u n a m u j e r s e p o n e n e n f e r m o s . L a mayor parte de
aquellos hom bres consideraban al sexo como a lg o im pur o , com o a lg o
ne ce sa r io sola me nte pa ra pe r pe tu a r la e spe cie . Sin du da alg u na , no
te nía n gr a nde s ne ce sida de s s e xu a le s , s i n o o t r o t i p o de n e c e s i d a d e s
e st r i c t a m e n t e e s p ir i t u a le s . N o l o s é c o n e x a c t it u d , pe r o l a r e a l i d a d e s
q u e e l sexo era para ellos algo sucio, algo que había sido producido por
el espír itu del mal. Y a segura ba n que los niños lle gaban su cio s a l
mu nd o y no po día n a spir ar a la sa lva ció n a no se r que antes quedaran
limpios.
Guardó silencio unos instantes, pensativo.
-Ignoro cuáles eran sus ideas en lo que se refiere a los m il lo ne s
de ni ño s q u e na ci e r on a nt e s de l C o nc il i o d e C on sta nt inopla ! — a ña di ó
sonr ie ndo —. Qu ie r o q ue com pre n da s, Lo b sa ng , q u e t e e st oy da nd o
u na i nt e r pr e t a c ió n p u r a m e nt e p e r s o n a l d e l C r i s t i a n i s m o . E s m u y
p o s i b l e q u e c u a n d o t ú tengas que vivir entre los cristianos, obtengas
una impresión muy distinta que te obligue a rectificar mis enseñanzas.
S o n a r o n l a s t r o m p a s y l o s c u e r n o s d e l T e m p l o . E n t o rn o a
n o s o t r o s , s e e s c u c h a b a n l o s p a s o s y l a s v o c e s d e l o s monjes que,
obedientes, acudían al servicio. Nos pusimos en pie, sacudimos nuestros
mantos y también salimos de nuestra habitación.
V e n a v e r m e d e s p u é s d e l S e r v i c i o , L o b s a n g —
m e d i j o m i M a e s t r o a l a e n t r a d a d e l T e m p l o — . S e g u i r e m o s h a-
blando.
Me se nt é e nt r e m is co m p a ñ e r os . R e c it é m i s p le g a r ia s y di las
gracias a mi Dios propio y particular por haberme

365. 20 8 LOBSANG RAMPA
h e c h o t i b e t a n o , l o m i s m o q u e a m i M a e s t r o , e l L a m a Mingyar
Dondup.
Er a he r m o s o ve r e l vi e j o T e m p l o t r a s ce nd ie nd o de a q u ella
atmósfera de devoción, con las leves columnas de incienso que se
elevaban y nos ponían en conta ct o con los sere s exis t e n t e s e n o t r a s
d i m e n s i o n e s . E l o l o r de l i n c i e n s o n o e s s ola mente agra da ble y
"de sinfe cta nte" . Es u na fuerza viviente , u na fu er z a q ue , se g ú n el t ipo
de incie nso u t iliz a do, nos pe rm i t e c o n t r o l a r e l r i t m o d e l a s
v i b r a c i o n e s d e t o d o c u a n t o existe. Y aquella noche, en el Templo, el
incienso se difundía e n e l a i r e y l o l l e n a b a d e u n a r o m a s u a v e y
a nt i g u o . Y o m ir a b a a l o s m u c h a c h o s d e m i g r u p o e n l a s t i n i e b l a s
q u e i n u n d a b a n e l r e c i n t o s a g r a d o . S e e s c u c h a b a n l o s c á n t i c o s
pr ofu nd os de los la m a s a com pa ña dos , a lgu na s ve ce s, por e l s o n i d o de
la s c a m p a n a s d e p l a t a . U n m o n j e j a p o n é s s e h alla ba e nt r e no s ot r o s .
Ha b ía l le g a do a nu e st r o p a í s de s pu é s d e h a b e r p a s a d o a l g ú n t i e m p o
e n l a I n d i a . E n s u p a í s e r a u na pe rsona muy impor tante y ha bía
traído consig o algu nos d e e s o s t a m b o r e s d e m a d e r a q u e e n l a
r e l i g i ó n j a p o n e s a r e p r e s e n t a n u n p a p e l t a n e s e n c i a l . Q u e d é
m a r a v i l l a d o a l c om p r o b a r s u h a b il id a d p a r a a r r a nc a r a su s t a m bo r e s
u na r ica gama de sonidos. Me pa recía a sombroso que , g olpea ndo su s
inst rume nt os de madera, le fuera posible produ cir aque lla s a rm onía s
incr e íble s. Se a com pa ña ba t am bié n con u na s c a m p a n a s d e p l a t a
c u y o s e c o s s e m e z c l a b a n a l o s d e l a s c a m p a n a s d e l o s l a m a s y a
la s n o t a s p r o f u n d a s de l a g r a n c a r a c o l a d e l T e m p l o q u e s o n a b a d e
v e z e n c u a n d o . T o d o el Te mplo vibra ba . Los mur os se est remecía n y
las tiniebla s de los lug ares más a parta dos pa recía n transfigu rar se en
rostr os y silu et a s de la ma s qu e ha bía n m ue r t o ha cía ya m u cho tiempo.
C u a n d o e l s e r v i c i o t e r m i n ó , c o m o h a b í a m o s a c o r d a d o al
separarnos, acudí nuevamente a la habitación de mi Maes tro, el Lama
Mingyar Dondup.
—¡ N o t e ha s r e t r a s a d o , L ob s a n g ! — m e d ij o m i M a e s t r o so nr ie nd o
—. ¡C r e í q u e t a l ve z ib a s a e n t r e t e ne r t e u n p oc o para hacer una de tus

366. innumerables comidas!

367. L A C A V E R N A D E L O S A N T E P A S A D O S 209
— N o , H o n o r a b l e L a m a — l e d i j e — . S i e n t o g r a n d e s d e se o s d e
r e c ib ir t u s e n se ña n z a s . C on fi e s o q u e la s c on c e pciones sexuales de
Occidente me han asombrado e interesado desde el primer momento.
—¡El se xo e s a lg o q ue su s cita el ma y or int er é s en t oda s p a r t e s! —
m e r e s p on d i ó r ie n d o — . N o ha y q u e ol vi d a r q u e , e n r e sum ida s
cue nt a s, e s é l el qu e ma nt ie ne pobla da la tierra. Iremos ampliando el tema
paulatinamente.
— H o n o r a b l e L a m a — l e d i j e — . U n a v e z m e d i j i s t e q u e e l s e x o
e r a l a s e g u n d a f u e r z a d e l m u n d o . ¿ Q u é s i g n i f i c a n e sa s pa la bra s? Si
el se xo e s ta n ne ce sa r io pa ra m a nt e ne r e l m u nd o p o bl a d o , ¿ có m o no
co n s id e r a s q u e e s la fu e r z a m á s importante?
N o , L o b s a n g — d i j o m i M a e s t r o — . L a
f u e r z a m á s po de r osa de l m u ndo no e s e l se xo, sino la im ag ina ció n,
porque sin ella no existiría el impulso sexual. Si no fuera por la
i m a g i n a c i ó n , e l h o m b r e n o s e n t i r í a e l m e n o r i n t e r é s p o r la mujer,
ni habría escritores, ni artistas, ¡ni nada que fuera positivo y bueno!
— P e r o H o n o r a b l e L a m a — r e s p o n d í — . T ú h a s d i c h o q u e l a
i m a g i n a c i ó n e s n e c e s a r ia p a r a e l s e x o . S i e s c i e r t o , ¿qué sucede
entonces con los animales?
L o s a n i m a l e s p o s e e n t a m b i é n i m a g i n a c i ó n ,
L o b s a n g — r e pu s o m i Mae st r o sin va cilar —. Lo m ism o qu e lo s se re s
hum a nos . Ha y mu cha ge nte qu e est á con ve ncida de qu e los a nima le s
son se r e s ir ra cio na le s q ue ca re ce n de inte lige n cia p o r c o m p l e t o . P e r o
y o , q u e p o r m i e d a d t e n g o g r a n e x p er i e n c i a , t e a s e g u r o q u e n o e s
a s í . — M e m i r ó e h i z o c h a squear su s dedos. — Tú sientes gra n a fecto
por los gatos de l T e m p l o . ¿ S e r í a s c a p a z d e a f i r m a r q u e c a r e c e n d e
i m a g i n ac i ó n ? H a b l a s c o n e l l o s y l o s a c a r i c i a s . Y c u a n d o t e h a s
m o s t r a d o c a r i ñ o s o c o n e l l o s , t e e s p e r a n y t e r e c o n o ce n . S i se tratara
de simple s re flejos condiciona les, si se tratar a sol a m e n t e d e h á b i t o s
m e n t a l e s , n o b a s t a r í a c o n h a b l a r l e s y aca riciar les una sola vez para
que te reconociera n, sino que s e r í a n e ce s a r i o h a c e r l o m u c h a s v e c e s
c o n o b j e t o d e q u e e l re fle jo condicionado se crear a e n su s ce rebros.
Sí, Lobsa ng , sí. Los animales tienen imaginación. Imaginan el placer
14

369. 21 0 LOBSANG RAMPA
que recibirán de su pareja ¡y entonces ocurre lo inevitable!
R e f le x i o né s o b r e a q u e l la c u e s t i ó n , m e d i t é l a s p a la b r a s d e m i
Ma e st r o y m e di c u e n t a de q u e t e nía r a z ón . Y o ha bí a visto que las
aves agitaban sus alas de una forma parecida a com o la s mu jer e s
mu e ve n su s ojos . Se m ostr a ba n lle na s de ansiedad mientras esperaban
que sus compañeros regresaran a l n i d o t r a y é n d o l e s a l g u n o s
a l i m e n t o s . Y r e c o r d a b a l a a l eg r í a c o n q u e r e c i b í a n a é s t o s c u a n d o
r e g r e s a b a n . E r a e v id e n t e q u e l o s a n i m a l e s t e n í a n i m a g i n a c i ó n .
C o m p r e n d í a q u e l a s a f i r m a c i o n e s d e m i M a e s t r o e r a n a c e r t a d a s .
R e a lm e nt e , la im a g in a c ió n e r a la f u e r z a m á s po d e r os a q u e e x istía
sobre la tierra.
— U n o d e l o s m e r c a d e r e s m e a s e g u r ó q u e l a s p e r s o n a s
interesadas en los conocim ientos ocu ltos son la s que se opo ne n a l
se xo m á s v io le nt a m e nt e — le d ij e —. ¿ Es e so ci e r t o, H o n o r a b l e L a m a ,
o s e b u r l a r o n d e m í ? M e d i j e r o n t a n t a s c o s a s e x t r a ñ a s q u e , e n
r e a l i d a d , n o s é q u é p e n s a r d e t o d o esto.
El Lama Mingyar Dondup agitó la cabeza.
— E s c i e r t o , L o b s a n g — m e r e s p o n d i ó l l e n o d e t r i s t eza —. Hay
mucha s per sonas que se ocu pa n con gran interé s d e l c o n o c i m i e n t o
o c u l t o y q u e s e m u e s t r a n v i o l e n t a m e n t e o p u e s t a s a l s e x o . P e r o
e x i s t e u n a r a z ó n e s p e c i a l q u e l o e xp l i c a t o d o . Y a t e d i j e e n u n a
o c a s i ó n q u e l o s g r a n d e s o c u lt i st a s no s on p e r so na s no r m a le s . Ha y
a lg o q u e f a l la d e nt r o de e llo s. U na per so na pu e de pa de cer u na gr a n
enfe r me da d , com o la t u be r cu losis o el cá nce r o a lg o pa re cido . Pu e de
ser v í c t i m a d e u n de s e q u i l i b r i o ne r v i o s o . . . C u a l q u ie r a d e e s a s
e n f e r m e d a d e s i n c r e m e n t a s u c a p a c i d a d d e p e r c e p c i ó n m et a f í s i c a . —
A r r u g ó e l e n t r e c e j o y a ñ a d i ó : — H a y p e r s o n a s que conside ran que el
im pu lso sexual const itu ye un extra ordi na r i o m a na nt ia l de e ne r g ía . Y
u t il iz a n t od o s l o s m e di o s a su alcance pa ra sublimar esa energ ía
se xual, pa ra increme ntar su fuerza espiritual. Cuando los seres
humanos renuncian a a l g u n a c o s a , s e c o n v i e r t e n e n l o s e n e m i g o s
i r r e c o n c i l i ab l e s d e a q u e l l o a l o q u e h a n r e n u n c i a d o . L o s
a l c o h ó l i c o s regenerados suelen ser los mayores detractores de la

370. bebida. Por ese mismo mecanismo psicológico, los seres humanos

371. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 211
que han renunciado al sexo (¡posiblemente porque se sentían
insatisfechos o imposibilitados para satisfacer a los demás!), bu sca n e l
re fu g io de la s cie ncia s ocu lta s y de di ca n a la s experiencias ocultas
todas las energías que antes habían consa g r a d o ( co n é x it o o si n é l ) a la s
e xp e r ie n ci a s se xu a le s . Pe r o de sg ra cia da m e nt e , ta r de o t em pr a no,
su fre n se r ios de se q u il i b r i o s y l le g a n a l e xt r e m o de a f i r m a r q u e e l
p r o g r e s o e s p ir i t u a l s o l a m e n t e e s a l c a n z a b l e a t r a v é s d e l a r e n u n c i a
a l s e x o . S i n e m b a r g o , e s a s a f i r m a c i o n e s s o n a b s u r d a s y d e s-
ca be lla da s. Las pe rsonas rea lmente gra ndes en lo espiritual p u e d e n a l
m i sm o t ie m p o vi v ir u na vi d a n or m a l y co n s e g u i r increíbles progresos
metafísicos.
E l G r a n La m a Mé d i c o C h i n r o b n o b o e nt r ó p r e c i s a m e nt e en aquel
momento. Después de los saludos de rigor, se sentó con nosotros.
—Est a ba e xplica nd o a Lo bsa ng la s re la cione s exist e nte s entre el
sexo y el ocultismo — dijo mi Maestro.
— ¡ A h , m u y b i e n ! — d i j o e l L a m a C h i n r o b n o b o — . C r e o q u e y a
t i e n e e d a d p a r a c o n o c e r e s a s c o s a s . H a c e a l g ú n tiempo que lo vengo
pensando.
Mi Maestro continuó.
—Es evidente que los que usan moderadamente del sexo, c o m o d e b e
h a c e r s e , i n c r e m e n t a n s u f u e r z a e s p i r i t u a l . E l s e x o n o p u e d e s e r
o b j e t o d e a b u s o s , p e r o t a m p o c o p u e d e ser re pu diado. Al aume ntar las
vibra ciones de una per sona, pue de a ce le r a r su pr o ce so evolu t ivo. Sin
em ba r g o — dijo m ir á n d o m e s e v e r a m e n t e — , c r e o n e c e s a r i o a d v e r t i r t e
q u e e l acto sexual es solamente positivo para aquellos que se aman
realme nte y se sienten vinculados por u na afinidad de ca rác ter
espiritual. Pero la simple prostitución del cuerpo es siem pre ilícita y
pe cam inosa y puede da ñar muy ser iame nte a la s per sonas. Por ello,
ca da hombre y ca da mujer de berá n tener sola m e nte u n com pa ñe r o y
e vit a r t oda s la s t enta ci one s qu e puedan apartarles del camino de la verdad y
de la honradez.
— P e r o h a y o t r o a s p e c t o q u e d e be s e r a na l i z a d o , R e s p et a d o
C o l e g a — d i j o e l L a m a M é d i c o C h i n r o b n o b o — . E l p r o b l e m a d e l

372. c o n t r o l d e l a n a t a l i d a d . O s d e j a r é p a r a q u e podáis discutirlo libremente.

373. 21 2 LOB SANG RAMPA
Se le v a n t ó , n o s h i z o u na s o l e m n e r e v e r e n c i a y s a l i ó d e la
habitación. Mi Maestro quedó silencioso unos instantes.
—¿Estás fatigado, Lobsang? — me preguntó al fin.
¡ N o , S e ñ o r ! — l e r e s p o n d í — . D e s e o
a p r e n d e r c u a n t o me sea posible, porque esta materia es
completamente nueva para mí.
B i e n , e n e s e c a s o , e s p r e c i s o q u e s e p a s
q u e c u a n d o e m p e z ó l a v i d a s o b r e l a t i e r r a , l a p o b l a c i ó n s e
d i v i d i ó e n p e q u e ñ a s f a m i l i a s d e s e r e s h u m a n o s q u e d e s p u é s f u e r o n
c r e c i e n d o p o c o a p o c o . P e r o , c o m o e r a i n e v i t a b l e , s e p r od u j e r o n
lu c h a s y d i s e n s i o ne s e n t r e e l l o s . Y l o s v e n c e d o r e s m a t a b a n a l os
ho m b r e s de la s f a m il ia s v e n ci d a s y se a p od er a b a n d e su s m u je r e s . La s
fa m i lia s c r e c ie r on y s e t r a n s fo rm a r o n e n t r i b u s . Y l o s h o m b r e s s e
d i e r o n c u e n t a d e q u e c u a n t o m a y o r f u e r a l a t r i b u m á s p o d e r o s a
s e r í a e s t a n d o a su vez en mejores condiciones para enfrentarse a los
posibles a c t o s a g r e s i v o s d e l a s d e m á s t r i b u s . — M e m i r ó l l e n o d e
tr ist ez a y pr o sig u ió: — A t ra vé s de los a ños y los sig los , la s t r i b u s
f u e r o n h a c i é n d o s e c a d a v e z m á s p o d e r o s a s . Y a p ar e c i e r o n l o s
s a c e r d o t e s , q u e e r a n h o m b r e s i n v e s t i d o s d e pode r polít ico , ca pa ce s
de pr oy e cta r se ha cia el fu t ur o . De cid i e r o n a t r i b u i r se a s í m i s m o s u n
c a r á c t e r s a g r a d o — y l lamarse enviados de Dios — con el objeto de
ayudar a la tribu. Y or de n a r on a su s f ie le s q u e se m u l t i pl ic a r a n c on la
m a y or frecuencia posible . Entonce s era realme nte necesario ya que la s
t r i b u s q u e n o s e " m u l t i p l i c a b a n " s e de b i l i t a b a n i r r e m edi a b le m e nt e y
se e xt in g u ía n . P or e l lo , l os sa ce r d ot e s, a l orde na r q u e t od o s l os
m ie m br o s de la c om u n i da d se m u lt i pl ic a r a n , l o q u e e n r e a l i d a d
e st a b a n h a c i e n d o e r a p r o t e g e r a s u t r i bu , g a r a nt iz a n d o s u
co n t i nu id a d e n e l f u t u r o. Si n e mbarg o, en la a ctualidad, el mu ndo está
ya su per pobla do y la po b la ci ó n de la t ie r r a s ig u e c r e c ie nd o a u n r it m o
t a n a ce ler a do q u e l os r e cu r s o s a l im e nt i ci o s r e su lt a n r e a lm e nt e in su-
ficientes. Habrá que hacer algo para resolver este problema.
L o c o m p r e n d í a t o d o p e r f e c t a m e n t e . L a s c o s a s e m p e z ab a n a t e n e r

374. s e n t i d o p a r a m í . P o r o t r a p a r t e , m e s e n t í a s atisfecho al pensar que mis
amigos del Pargo Kaling — aque-

375. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 213
l b s m e r c a d e r e s q u e t a n t o h a b í a n v i a j a d o — m e h a b í a n dicho la
verdad.
— P e r o t a m b i é n e n l a a c t u a l i d a d — p r o s i g u i ó m i M a e st r o — hay
cier t a s r e lig ione s q ue no a ce pt a n el cont r ol de la na t a li da d . Si n
e m b a r g o, si a na l iz a m o s la hi s t o r ia h u m a n a , l le g a m o s a l a c o n c l u s i ó n
d e q u e l a m a y o r p a r t e d e l a s g u er r a s ha n si d o d e t e r m in a d a s p o r la
fa lt a d e e s pa ci o vi t a l de l o s a g r e s o r e s . S i u n p a í s e s t á s o m e t i d o a u n
r á p i d o i n c r em e n t o d e s u p o b l a c i ó n y s a b e q u e e n c a s o d e s e g u i r
e s e r i t m o d e c r e c i m i e n t o d e m o g r á f i c o n o t e n d r á r e c u r s o s n i
op o r t u ni da de s s u f i ci e n t e s pa r a m a nt e ne r a s u s p r o pi o s habita nt e s,
se ve rá ar r a str a do ir re me dia ble me nt e a la lu cha y ha r á la g u e r r a c o n
e l p r e t e x t o de q u e n e ce si t a m á s e sp a c i o vital.
— E n t o n c e s , H o n o r a b l e L a m a — l e p r e g u n t é — . ¿ C ó m o resolver ese
problema?
— M i r a , L o b s a n g — m e r e s p o n d i ó — . R e s o l v e r l o n o e s di fícil, si
los hom br e s y m u je re s de bu e na volu nta d se u ne n pa ra conse guirlo.
Las vie jas norm as relig iosa s, las vieja s en s e ñ a n z a s , e r a n m u y
a ce r t a d a s c u a n d o e l m u n d o e r a j o v e n t oda vía , cu a ndo su pobla ció n
er a mu y re du cida . Per o a hor a e s n e c e s a r i o — ¡ m á s n e c e s a r i o q u e
n u n c a ! — q u e a n a l i c emos de nuevo las cosas. ¿Me preguntas qué se
puede hacer?. Bien. A mi juicio, es necesario establecer un control legal
de la na ta lida d . Se de be r ía pre pa r a r a la p obla ción de l mu ndo pa r a
pr a c t i ca r lo r a c io na lm e nt e a la lu z d e lo s nu e vo s co n ocimie nt os
cient íficos. Es pr eciso que la s pa reja s que desean t e ne r hijos, te ng a n
sola me nt e u no o dos com o m á xim o y los qu e de se a n no t e ne r los
conoz ca n la for m a má s se g u ra pa r a r e a l i z a r s u s p r o p ó s i t o s . D e
a c u e r d o c o n n u e s t r a r e l i g i ó n , L ob s a n g , co n e llo no o fe n de m os a
Di os . Y h e l le g a d o a e st a co n c lu si ón d e s p u é s de e st u di a r
m e t i cu lo sa m e nt e l os li br o s a nt i g u o s e s c r i t o s m u c h o a n t e s de q u e la
v i d a l l e g a r a a O ccide nte porque , com o tú sa bes, la vida apare ció al
pr incipio e n C h i n a y e n l a s z o na s l i m í t r o f e s a l T i b e t , e xt e n d i é n d o s e
lueg o a la India y , de allí, hacia el oe ste ... Pero nos e stam os apartando
del tema.

377. 21 4 LOBSANG RAMPA
Pe ns é q u e m á s a de la n t e , c u a nd o h a l la r a la o ca si ó n pr op i ci a pa r a
e ll o, pe di r ía a m i M a e st r o q u e m e e xp li ca r a t o do lo re lat ivo al or ig e n
de la vida sobr e la tier r a . De m om e nt o, t e n í a q u e l i m i t a r m e a
c o n o c e r c o n l a m a y o r p r o f u n d i d a d posible las cuestiones sexuales.
Mi Maestro me observaba atentamente.
— C o m o t e d e c í a — e x c l a m ó a l d a r s e c u e n t a d e q u e l e pre st aba
atención nuevamente —, la may or parte de las gue r r a s h a n t e n id o su
or ig e n e n u n e x ce s o d e po b la ci ó n . Y la s guerra s seguirán
pr odu ciéndose mientra s la pobla ción de la t ie r r a s i g a a u m e nt a n d o . E n
e se a s p e c t o s o n ne c e s a r i a s , y a q u e d e n o s e r a s í , e l m u n d o s e r í a
u n h e r v i d e r o d e s e r e s h u m a n o s d e l a m i s m a m a n e r a q u e u n a r a t a
m u e r t a e s u n hervidero de hormigas. Cuando abandones el Tibet, donde
a f o r t u n a d a m e n t e l a p o b l a c i ó n e s r e d u c i d a , y v i s i t e s l a s g r a n d e s
c i u d a d e s d e la t ie r r a , t e a s o m b r a r á s a n t e e sa s i nm e nsa s m u lt itu de s
qu e pue bla n el pla ne t a . Y ent once s comprenderás que es cierto todo
cuanto te he dicho. Las guerras so n , s i n d u d a a lg u n a , ne c e s a r i a s p a r a
q u e la p o bl a c ió n de l m u n d o d i s m i n u y a . L a s p e r s o n a s v i e n e n a l a
t i e r r a c o n e l o bj e t o de a p r e n de r y s i n o e xi st ie r a la e n fe r m e d a d y la
g u erra, sería imposible impedir que los hombres se multiplicaran
de sor bit a dam e nte y , e n e se ca so, se r ía im posi ble con se gu ir lo s
alim e nt o s ne ce sa r ios pa ra t odos ellos . Y los hom bre s se convertirían
en una plaga de langostas que devorarían cuanto h a l l a r a n a s u p a s o ,
l o c o n t a m i n a r í a n t o d o y , a l f i n a l , s e aniquilarían unos a otros.
— H o n o r a b l e L a m a — l e d i j e — . A l g u n o s c o m e r c i a n t e s q u e m e
h a b l a r o n d e e s t o s p r o b l e m a s , m e a s e g u r a r o n q u e ha y m u ch a s
pe r s on a s q u e e st á n co n v e n ci d a s de q u e e l c ontrol de la natalidad es un
crimen ¿Por qué lo creen así?
Mi Mae st r o r e fle xionó u nos insta nt e s, posi ble me nte pre -
g u n t á n d o s e q u é c o s a s p o d í a e x p o n e r m e s i n pe l i g r o a l g u n o p a r a m í,
t e n ie n do e n cu e nt a q u e y o e r a t od a v ía de m a s ia do joven.
— A l g u n o s — m e d i j o p o r f i n — c o n s i d e r a n e l c o n t r o l de la
na t a li da d co m o e l a se s i na t o d e u n se r q u e t o da ví a n o ha nacido. Pero
según nuestras creencias, Lobsang, el espí-

379. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 215
r it u n o e nt r a e n l o s n i ñ o s h a s t a q u e na c e n . P o r e l l o n o s e p u e d e
c o n s i d e r a r c o m o u n c r i m e n . Y e n t o d o c a s o , e s e v ide nte m e nt e
a bsu r do cr ee r qu e t om ar la s pr e ca u cione s ne ces a r i a s p a r a e v i t a r l a
c o n c e p c i ó n s e a u n a s e s i n a t o . E s l o m is m o q u e a se g u r a r q u e cu a n do
im pe d im o s q u e u na s s e m illa s ge r m ine n, lo qu e ha cem o s e n re alida d
e s m at ar a u na s plantas. Los seres humanos tienen cierta tendencia a
pensar q u e s o n l o m á s m a r a v i l l o s o q u e s e h a p r o d u c i d o e n e l U n i-
ve r s o. E n r e a l id a d , s on s ol a m e nt e u na f or m a d e v i da , p e r o no la más
elevada de toda s las form as de vida. Sin embarg o, d e m om e n t o , e s
m e j o r q u e d e j e m o s e s t a c u e s t i ó n m a r g i n a l para otro día.
R e c o r d é o t r a d e l a s c o s a s q u e h a b í a o í d o . M e p a r e c í a a l g o t a n
h o r r i b l e , t a n s o r p r e n d e nt e , q u e n o p u d e d e ja r d e interrogar de nuevo a
mi Maestro.
— H o n o r a b l e L a m a — l e d i j e — . M e c o n t a r o n t a m b i é n que a
algunos animales, por ejemplo a las vacas, se les hace concebir por
sistemas antinaturales. ¿Es cierto?
Mi M a e s t r o se m o st r ó ho n da m e nt e pr e oc u p a d o d u r a n t e unos
instantes.
— S í , L o b s a n g . E s a b s o l u t a m e n t e c i e r t o . E n e l m u n d o
o c c i d e nt a l , h a y m u c h a s p e r s o n a s q u e s e de d i c a n a la c r í a d e g a n a d o
m e d i a n t e l o q u e e l l o s l l a m a n l a " i n s e m i n a c i ó n a rt ifi cia l" . La pr e ñe z
e s pr odu cida por siste m a s m e cá ni cos , e n l u g a r d e u t i l i z a r a l m a c h o
p a r a e s a t a r e a . N o q u i e r e n da r se cue nt a de q ue e n la pr o du cció n de
u n niño , de u n cach or r o o de la cr ía de cua lqu ie r a nima l inte r vie ne
alg o má s q u e u n s i m p l e a c o p l a m ie n t o m e c á n i c o . P a r a q u e h a y a u na
bue na descende ncia , el proce so de unión de los sere s que la p r e p a r a n
d e be e st a r r e g i d o p o r e l a m o r o p o r a l g u n a c l a s e de a fe ct o. Si los
ser e s hum a nos fu er a n pr odu cid os por insem i na c i ón a r t if i ci a l , p o dr ía
su ce de r q u e , a l no s e r f r u t o de l a m o r , s e c r e a r a u n a r a z a
i n f r a h u m a n a . N o l o o l v i d e s , L o bsa ng . Pa r a con se gu ir los t ipos
hum a nos o a nima le s a de cuados, es pr eciso que los pa dr es se sienta n
unidos por alguna clase de afe ct o ya que ello eleva el ritm o de sus
vibra ciones f í s i c a s y e s p i r i t u a l e s . La i n s e m i na c i ó n a r t i f i c i a l ,

380. r e a l iz a d a fríamente, sin que el amor exista, produce resultados muy

381. 21 6 LOBSANG RAMPA
pobre s y const ituye uno de los may ore s crímenes que pue de cometer el
hombre.
La s so m br a s d e l c r e p ú s c u l o in va dí a n po c o a po c o la h ab i t a c i ó n y
s u m í a n e n l a p e n u m b r a a m i M a e s t r o , e l L a m a M i n g y a r D o n d u p . Y
c o n f o r m e a u m e n t a b a l a o s c u r i d a d , s e intensifica ba el resplandor ,
dora do por la espiritualidad, de s u a u r a . C o n m i s d o t e s d e
c l a r i v i d e n c i a , p o d í a o b s e r v a r l a interpreta ción de la luz y la s
som br as. Y el aura de mi Maes t r o m e i n d i c a b a — c o s a q u e y o n o
i g n o r a b a e n m o d o a l g un o — q u e m e h a l l a b a e n p r e s e n c i a d e u n o d e
l o s h o m b r e s más grandes del Tibet. Me sentí emocionado y sentí que
todo mi ser estaba trascendido de amor hacia él.
La s tr om pa s de l Te m plo so na r on nue va me nt e , pe r o e st a ve z n o no s
co n v o ca ba n a n o so t r os si n o a ot r os m o nje s . N o s a ce r ca m os a la
ve nt a na y co nt e m p la m o s e l pa no r a m a g r a ndio so de l Va lle sum ido e n
la s tinie bla s r ojiza s de l cre pú s cul o . M i M a e s t r o c o l o c ó , l l e n o d e
a f e c t o , s u m a n o s o b r e m i hombro.
— D e j a q u e t e g u í e t u c o n c i e n c i a — d i j o S i e m p r e
distingu irá s con clar idad lo bueno de lo malo. Llega rás muy le jo s ,
m u c h o m á s le j os de lo q u e pu e de s im a g i na r a ho r a , y t e n d r á s q u e
v e n c e r m u c h a s t e nt a c i o n e s . De j a s i e m p r e q u e t e g u íe t u co n ci e n ci a .
N o so t r os , lo s t i be t a no s , s om o s g e nt e pacífica. Nuestra población es
pequeña y vivimos en paz.
Creemos en las cosas sagradas y en la santidad del Espíritu.
Dondequiera que vayas, sean cuales fueran las adversidades a q u e
t e n g a s q u e e n f r e n t a r t e , q u e t e g u í e s i e m p r e t u c o ncie ncia .
Au me nt ar e m os ha st a el má xim o t u s pode r e s de clar i v i d e n c i a y d e
t e l e p a t í a c o n e l o b j e t o d e q u e , d e s d e c u a lquie r lugar donde te halles
en el futu ro, puedas ma nte nerte en conta ct o con los gra ndes lama s de l
Himala ya que estará n consagrados exclusivamente a esperar y captar tus
mensajes.
¿Espe rar m is me nsaje s? ¡Fue u na casualidad que no me d e s m a y a r a
de a so m b r o ! ¡" M i s" m e ns a je s! ¿ Qu é e s l o q u e e spera ba n de mí en el

382. futu ro? ¿ Por qué te nía que haber lama s c o n s a g r a d o s d í a y n o c h e a
c a p t a r l o q u e y o l e s d i j e r a p o r telepatía?

383. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 217
M i M a e s t r o s o n r e í a . M e g o l p e ó c a r i ñ o s a m e n t e l a e spalda.
— T i e n e s u n a m i s i ó n m u y e s p e c i a l q u e l l e v a r a c a b o , L ob s a n g .
Y e sa e s la a u t é nt i ca r a z ón d e t u e x is t e n ci a . Pe r o puedo asegurarte
que a pesar de todas las adversidades y de todos los su fr im ientos que
tendrá s que su pera r, sa ldrás ve n c e d o r e n e s t a e m p r e s a .
A p a r e n t e m e n t e , e s i n j u s t o q u e t e de jem os solo en m e dio de un
mu nd o e xt r a ño y host il qu e se b u r l a r á d e t i y t e l l a m a r á f a r s a n t e ,
e m b u s t e r o y l o c o . S i n embarg o, tú debe rás ma ntenerte siem pr e fir me
y segu ro, sin d e se s p e r a r n u n c a , p o r q u e l a r a z ó n t r i u n f a r á a l f i n . ¡ Y
c o n la razón, Lobsang, triunfarás tú!
La s so m br a s d e l c r e p ú s c u l o se ha bí a n t r a n s fo r m a d o y a en la
oscu r ida d má s a bsolu t a y la s lu ce s de la ciu da d pa lpitaba n de ba jo de
nosot ros. En lo alto, la luna a somaba sobre l a s c u m b r e s d e l a s
m o n t a ñ a s . L o s p l a n e t a s — m u c h o s m il l o n e s d e p l a n e t a s —
b r i l l a b a n e n e l f i r m a m e n t o . Y o l o s cont em pla ba y r e cor da ba t odos
los va t icinio s q ue se ha bía n he cho sobre mi futur o, todas las pr ofecía s
que había n anu nc ia do m i de st in o . T a m b ié n pe ns a b a e n la c on f ia nz a
q u e m i Ma e st r o, e l La m a M in g y a r Do n du p t e n ía pu e st a e n m í y e n la
amistad que me profesaba. Y me sentía dichoso.

384. C A P I T U L O X
1 maestro estaba de mal humor. Tal vez le sirvieron el té
_____ de m a si a d o fr ío o e l " t sa m pa " no f u e t o st a do y m e z cl a d o a su
gu st o. Per o lo cie r t o e s qu e su m al hu m or er a not or io. L o s n i ñ o s ,
s e n t a d o s e n l a c l a s e , t e m b l á b a m o s d e m i e d o . Va r ia s ve c e s ,
ine s pe r a d a m e n t e , se ha bí a pr e c ip it a d o so b r e a l g u n o d e m i s
c o m p a ñ e r o s . Y o t e n í a u n a m e m o r i a e x c el e n t e . S a b í a p e r f e c t a m e n t e
la s l e c c i o n e s . P o d í a r e p e t i r l o s versículos de todos los capítulos de los
ciento ocho libros del Kan-gyur.
" ¡ P a m ! ¡ P a m ! ¡ P a m ! " . L a s o r p r e s a m e h i z o d a r u n sa lto, lo
mism o que a los compañeros que me rodeaban. Por u n m o m e n t o , n o
p u d i m o s d a r n o s c u e n t a c o n e x a c t i t u d a cuá l de nos otr o s iba
dir ig ida la pa liza . De spu é s, cua n do los g olpe s a um e nta r on en
viole ncia , tu ve la cla r a con cie ncia de que el desdichado era yo.
— ¡ E l p r e d i l e c t o d e l L a m a ! — r u g í a s i n d e j a r d e g o lp e a r m e
— . ¡ M i m a d o ! ¡ I d i o t a ! ¡ Y a t e e n s e ñ a r é y o l o q u e debes aprender!
C o n l o s g o l p e s , u n a n u b e s o f o c a n t e d e p o l v o s e d e sp r e n d i ó d e
m i m a n t o , o b l i g á n d o m e a e s t o r n u d a r . E l m a e stro se enfure ció más
toda vía y sig uió sacudiéndom e el polvo c o n e l m a y o r e s m e r o .
A f o r t u n a d a m e n t e — a u n q u e é l l o i g n o r a b a — y o m e h a b í a
a n t i c i p a d o a s u m a l h u m o r , c o l oc á n d o m e m á s r o p a s q u e d e
c o s t u m b r e . P o r e l l o — y l a v e r d a d e s q u e e s t o l e h u b i e r a
m o l e s t a d o e x t r a o r d i n a r i am e n t e d e h a b e r l o d e s c u b i e r t o — s u s
g o l p e s a p e n a s m e d olieron. Además, mi piel estaba ya muy curtida.

385. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 219
E l m a e s t r o t e n í a u n c a r á c t e r t i r á n i c o . A u n q u e é l d i st a ba
mu ch o de ser pe r fe ct o, e xig ía q ue los de má s lo fue r a n. N o s o l a m e nt e
n o s o b l i g a b a a a p r e n d e r l a l e c c i ó n d e m e m or ia , pa la bra por pa la br a ,
sino qu e si la infle xión de voz o la p r o n u n c i a c i ó n n o l e g u s t a b a n ,
d e s c a r g a b a s u v a r a s o b r e nue st ra s e spa lda s. E n a qu e llos m om e nt os
e st a ba a plica ndo a q u e l l a p r á c t i c a c o n m i g o y y o m e ha l l a b a e n v u e l t o
e n u n a n u b e d e p o l v o . E n e l T i b e t , c o m o e n t o d o s l o s l u g a r e s d e l
mu nd o, cua n do pe le a n o ju e ga n, los niño s se r e vu e lca n por e l s u e l o
co n m u c ha f r e c u e n ci a . Y si a de m á s e st á n p r i va d os de los cuidados de
sus madres, es muy posible que sus ropas c o n t e n g a n u n b u e n
c a r g a m e n t o d e p o l v o . Y e s o e s l o q u e s u c e d í a c o n l a s m í a s . P o r e l l o ,
a q u e l l a p a l i z a e q u i v a l í a e n realidad a una buena limpieza.
— ¡ Y a t e e n s e ñ a r é y o a q u e p r o n u n c i e s l a s p a l a b r a s c o m o e s
d e b i d o ! — d e c í a s i n d e ja r d e g o l p e a r m e — . ¡ C ó m o te atreve s a
most rarte ta n irrevere nte con los C onocimie nt os S a g r a d o s ! ¡ M i m a d o !
¡ I d i o t a ! ¡ S i e m p r e f a l t a n d o a c l a s e y , a p e s a r de t o do , sa be s m á s q u e
lo s ot r os ! ¡C hiq u i ll o i nú t il ! ¡Te enseñaré yo, quieras o no quieras!
E n e l T i b e t , n o s s e n t a m o s e n e l s u e l o c o n l a s p i e r n a s cr uz a da s,
mu cha s ve ce s sobr e a lm oha do ne s de u na s cu a tr o p u l g a d a s de e s pe s o r
y la s m e sa s e n q u e t r a ba ja m os s u e le n t e n e r d e d o c e a d i e c i o c h o
p u l g a d a s , s e g ú n l a e s t a t u r a d e l que las utiliza . De pr onto, el mae str o
sa cu dió m i ca beza con f u e r z a y m e o b l i g ó a i n c l i n a r m e s o b r e l a
m e s a d o n d e y o h a b í a c o l o c a d o m i p i z a r r a y a l g u n o s l i b r o s . D e s p u é s
d e c ol o c a r m e e n e s a p o s t u r a , q u e é l c o n s i d e r a b a l a a d e c u a d a ,
r e s p i r ó p r o f u n d a m e n t e y p a s ó a o c u p a r s e d e o t r a s c o s a s . Y o m e
h a b í a a g i t a d o b a j o s u s g o l p e s d e u n a f o r m a m e c ánica, pero en
realidad, sus palizas no nos dolían en absoluto a pe sa r de l rig or con
qu e nos la s pr o pina ba . Aq ue lla s cosa s su ce dí a n t o do s lo s dí a s y lo s
m u c ha c ho s t ib e t a n o s é r a m os f u e r t e s y t e n í a m o s l a p i e l c u r t i d a c o m o
e l c u e r o . C e r c a d e m í , u n o d e m i s c o n d i s c í p u l o s m u r m u r ó a l g u n a s
p a l a b r a s ininteligibles. El maestro se apartó de mí como si de repente
y o m e h u b i e r a p u e s t o a l r o j o v i v o y s e l a n z ó c o n t r a m i compañero
como un tigre. ¡Tuve que controlarme para no

387. 22 0 LOBSANG RAMPA
exter ioriza r mi regocijo al ve r que la nu be de polvo se había
d e s p l a z a d o a o t r o lu g a r de l a c l a s e ! A m i d e r e c h a s o n a r o n a l g u n a s
e xc la m a c io n e s d e do lo r , de m ie d o , de s or p r e s a . El m a e s t r o p a r e c í a
e s t a r c e g a d o p o r l a i r a y p e g a b a a v a r i o s m u c h a c h o s a la v e z ,
i n c a p a z de d e s c u b r i r a l a u t é n t i c o c u lp a b l e . A l f i n a l , s i n a l i e n t o y
t r a s h a b e r s e d e s a h o g a d o , p areció tranquilizarse.
— ¡ A y ! — d i j o j a d e a n t e — . ¡ P e q u e ñ o s m o n s t r u o s ! ¡ E s t o os
e ns e ñ a r á a p r e st a r a t e nc ió n a m i s p a la br a s ! A h or a , L obsang Ra mpa,
empieza nue va mente la le ctur a y procura esta r seguro de que tu
pronunciación es perfecta.
A s í l o h i c e . C u a n d o m e c o n c e n t r a b a e n a l g o , m e s a l í a
r e a l m e n t e b i e n . P o r e l l o , p r e s t é l a m a y o r a t e n c i ó n y e l m a e s t r o
n o t u v o o p o r t u n i d a d de g o l p e a r m e d e n u e v o n i y o me vi obligado a
recibir sus golpes.
Du r a nte t oda la cla se , q ue du r ó cinco hor a s, e l ma e str o no dejó de
pasearse de un lado para otro detrás de nosotros, contr olá ndonos
atenta mente y, en var ias oca sione s, propinó n u e v a s p a l i z a s a a l g u n o s
m u c h a c h o s , c a y e n d o s o b r e e l l o s cuando éstos menos lo esperaban.
E n e l T i b e t e m p e z a m o s l a j o r n a d a a m e d i a n o c h e , c o n e l p r i m e r
Se r vi c io y , n a t u r a lm e nt e , lo s se r v i ci o s se r e pi t e n a l o l a r g o d e t o d o
e l d í a y a i n t e r v a l o s r e g u l a r e s . C o n e l ob je t o de q u e se pa m os
co n se r v a r no s hu m i lde s y no d e s pr ec i e m o s a l o s q u e l le v a n a c a b o l a s
t a r e a s d o m é s t i c a s , e st amos obligados a realizar trabajos serviles.
Después, tenemos un rato de descanso, tras el cual asistimos a
nuestras clases d e l a t a r de q u e d u r a n c i n c o h o r a s s e g u i d a s . L o s
m a e s t r o s nos ha ce n t ra ba ja r de fir m e . Ta m bié n t ene m os cla se s m at u-
tinas, pero éstas no son ya tan largas.
P a s a b a e l t i e m p o . N o s p a r e c í a q u e l l e v á b a m o s v a r i o s d ía s s in
sa li r de cl a s e . O s cu r e c ía c on u na le nt it u d d e s e s per a n t e y d a b a l a
s e n s a c i ó n d e q u e e l s o l s e h a b í a i n m o v i l iz a do e n e l ci e l o. T o do s
su s pi r á ba m os e x a s pe r a d o s y a bu r r id o s pe ns a n d o q u e hu b ie r a s id o
he r m o so q u e a l g ú n d i os baj a r a a l a t i e r r a y s e l l e v a r a a l m a e s t r o
p a r a s i e m p r e . S i n d u d a a l g u n a e r a e l p e o r d e t o d o s n u e s t r o s

388. p r o f e s o r e s . S e había olvidado por completo de que él también había sido

389. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 221
niño. Al fina l, sona r on la s ca r a cola s de l Te m plo y , de sde la t e r r a z a ,
s e e s c u c h ó l a l l a m a d a d e u n a t r o m p a c u y o s e c o s p a r e c i e r o n r e b o t a r
e n e l V a l l e r e g r e s a n d o d e s p u é s n u e v amente al Chakpori.
— B u e n o — d i j o e l m a e s t r o s u s p i r a n d o — . S i e n t o m uch o t e ne r
q u e de ja r os ir . Pe r o p o dé is e st a r s e g u r o s de q u e l a p r ó x i m a v e z q u e
n o s v e a m o s , ¡ c o m p r o b a r é s i h a b é i s aprendido algo!
N o s i n d i c ó c o n u n a s e ñ a q u e n o s f u é r a m o s . T o d o s l o s
m u c h a c h o s s e p u s i e r o n e n p i e r á p i d a m e n t e y s e d i r i g i e r o n h a c i a l a
p u e r t a . Y o i b a a s a l i r t a m b i é n , c u a n d o o í q u e m e llamaba.
M a r t e s L o b s a n g R a m p a — d i j o — . T ú
a p r e n d e s m uch a s co s a s co n t u M a e s t r o . De a cu e r do . P e r o no t e
pe r m it o q u e l u e g o v e n g a s di c ie n d o a lo s d e m á s m u c ha c ho s q u e a t i te
ense ña n me dia nte mé t odos hip nót icos y t ele pát ic os. Y si l o h a c e s , t e
s a c a r é a p u n t a p i e s d e l a c l a s e . — M e d i o u n m a n o t a z o e n l a c a b e z a
y c o n t i n u ó — : ¡ A h o r a , f u e r a d e m i v i s t a ! ¡ M e m o l e s t a t u p r e s e n c i a !
S o n m u c h o s l o s q u e s e q u e ja n de q u e t ú s a b e s m á s q u e l os n iñ o s
q u e r e c ib e n m i s enseñanzas.
N o e s pe r é m á s . Sa lí t od o l o r á p id o q u e p u de s in pr e o cup a r m e
s i q u i e r a de c e r r a r l a p u e r t a . E s c u c h é s u s g r u ñ i d o s d e t r á s d e m í ,
p e r o n i p o r u n m o m e n t o s e m e o c u r r i ó d e t enerme en mi veloz carrera.
Afuera, me estaban esperando los demás muchachos.
T e n e m o s q u e h a c e r a l g o c o n t r a e s t e t i p o —
d i j o u n o , tras asegurarse de que el maestro no podía oírle.
S í — d i j o o t r o — . A l g ú n d í a n o s v a a h a c e r
d a ñ o d e veras si no le enseñan a controlar sus nervios.
L o b s a n g — d i j o u n t e r c e r o — . T ú q u e t i e n e s
l a o p o rt u n i d a d d e h a b l a r c o n t u M a e s t r o , ¿ p o r q u é n o le c u e n t a s
cómo nos maltrata?
M e p a r e c i ó u n a b u e n a i d e a . E r a n e c e s a r i o q u e n o s e ns e ña r a n l o
q u e i g n o r á b a m o s , p e r o n o h a b í a n i n g u n a r a z ó n q u e ju s t i fi c a r a la
br u t a l id a d co n q u e no s t r a t a b a n . La i de a d e h a b l a r c o n m i M a e s t r o
m e c o m p l a c í a c a d a v e z m á s . Se lo contaría todo y, sin duda alguna, él iría
a ver al ti-

391. 2 2 2 LOBSANG RAMPA
r a n o y l o h e c h i z a r í a , c o n v i r t i é n d o l o e n s a p o o e n a l g o p arecido.
—Sí — exclamé —. Voy a verle ahora mismo.
M e a le j é c o r r i e n d o . A t r a v e sé v e l oz m e n t e l o s c o r r e d o r e s y s u b í
h a s t a l le g a r c a s i a la t e r r a z a . E n t r é e n e l se c t o r d e l o s l a m a s y v i
q u e m i M a e st r o e s t a b a y a e n s u h a b i t a c i ó n . H a b í a d e j a d o a b i e r t a l a
p u e r t a . M e i n v i t ó a e n t r a r c o n u n gesto.
— ¿ Q u é t e p a s a , L o b s a n g ? — m e p r e g u n t ó E s t á s mu y
excit a do. ¿ Te ha n ot org a do e l g ra do de Su pe r ior o alg o parecido?
— H o n o r a b l e L a m a — r e s p o n d í d e s o l a d o — . ¿ P o r q u é en clase nos
maltratan de esa manera?
¡ P e r o c ó m o ! — d i j o m i M a e s t r o
m i r á n d o m e c o n g r a n s e r i e d a d — . ¿ Te ha n m a l t r a t a d o ? S i é n t a t e
y c u é nt a m e q u é es lo que te tiene tan agitado.
M e s e n t é e i n i c i é m i t r i s t e r e l a t o . M i M a e s t r o m e e sc u c h ó e n
s i l e n c i o , s i n i n t e r r u m p i r m e , s i n h a c e r e l m e n o r c o m e n t a r i o . D e j ó
q u e m e d e s a h o g a r a . C u a n d o t e r m i n é d e exponerle mis desdichas, me
había quedado casi sin aliento.
L o b s a n g — d i j o m i M a e s t r o — . ¿ N o
h a s p e n s a d o nunca que la vida es en realidad una escuela?
¿ U n a e s c u e l a ?
L e c o n t e m p l é p e r p l e j o , c o n v e n c i d o d e q u e s e h a b í a v u e l t o
l o c o . S i m e h u b i e r a a s e g u r a d o q u e l a l u n a h a b í a o c u p a d o e l
l u g a r d e l s o l n o m e h a b r í a c a u s a d o t a n t o asombro.
H o n o r a b l e L a m a — l e p r e g u n t é s i n s a l i r
d e m i a s o mbro —. ¿Has dicho que la vida es una escuela?
— E s o h e d i c h o , L o b s a n g — r e p u s o — . S e r é n a t e . Va m o s a tomar un
poco de té y luego hablaremos.
El sirvie nte nos trajo té y algu nos manjare s. Mi Mae str o c o m i ó c o n
s u a c o s t u m b r a d a s o b r ie d a d . C o m o y a m e h a b í a d i c h o e n u n a
o c a s i ó n ¡ y o c o m í a t a n t o c o m o p a r a m a n t e n e r a c u a t r o c o m o é l ! P e r o
m e l o d i j o s o n r i e n d o c o n t a n t a t e rn u r a q u e e r a i m p o s i b l e t o m a r l o
c o m o u n a o f e n s a . S e b u rlaba de mí mucha s ve ces. Sin em bar go, yo
esta ba segur o de q u e e r a i n c a p a z d e d e c i r u n a s o l a p a l a b r a q u e

392. p u d i e r a

393. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 223
he r ir la se n sibilida d de alg u no de su s se me ja nt e s. Su s pa lab r a s n o
m e o f e n d í a n e n n i n g ú n m o m e n t o p o r q u e c o m p r e ndía que su s
intencione s eran sie mpre bue nas. Nos se ntam os y t o m a m o s n u e s t r o
t é . L u e g o m i M a e s t r o e s c r i b i ó u n a p eq u e ñ a n o t a y s e l a e n t r e g ó a l
s i r v i e n t e c o n e l e n c a r g o d e que se la llevara a otro lama.
— L o b s a n g , le s he a d v e r t i d o q u e t ú y y o n o a s i s t i r e m o s a l
S e r v i c i o R e l i g i o s o d e e s t a t a r d e . T e n e m o s m u c h o q u e h a b l a r . Y
a u n q u e a s i s t i r a l T e m p l o e s s i e m p r e n e c e s a r i o y be neficioso, las
circunstancia s e specia les de l m omento, nos obligan a prolongar hasta el
máximo nuestras lecciones.
Se l e v a n t ó y s e a c e r c ó a l a v e n t a n a . Y o h i c e l o m i s m o . Y a h e
d i c h o q u e u n o d e m i s p l a c e r e s f a v o r i t o s e r a c o n t e mp l a r t o d o c u a n t o
o c u r r í a a f u e r a . Y l a h a b i t a c i ó n d e m i M a e s t r o e r a u na d e l a s m á s
a l t a s d e l C ha k p o r i . T e n í a a dem á s u na d e l a s c o s a s m á s m a r a v i l l o s a s
q u e e x i s t e n : u n t ele s c o p i o . ¡ C u á n t a s h o r a s p a s é c o n m i s o j o s
p e g a d o s a e s t e a p a r a t o , c o n t e m p l a n d o l a l l a n u r a y l a c i u d a d d e
L h a s a , l l e n a d e h o m b r e s y d e m u j e r e s q u e r e c o r r í a n s u s c a l l e s ,
ha cie n do com pr a s o vi sita s , ye ndo y vi nie n do de su s ocu pac i o n e s o
s i m p l e m e n t e ( c o m o h a c í a y o s i e m p r e q u e m e e r a posible) paseando
ociosos!
Du r a nte u n cua r t o de hora , no s de di ca m os a obse r va r lo t o d o a
t r a v é s d e l t e le s c o p i o . Lu e g o , d e p r o n t o , m i M a e s t r o dijo:
— V a m o s a s e n t a r n o s d e n u e v o , L o b s a n g . S i t e p a r e c e b ie n,
t r a t a r e m o s de l t e r na d e la e sc u e la . Qu ie r o q u e m e e sc u c h e s c o n l a
m a y o r a t e n c i ó n , L o b s a n g . E s ne c e s a r i o q u e v e a s l a s c o s a s
c l a r a m e n t e d e s d e e l p r i n c i p i o . C u a n d o n o com pre nda s m is pala br as,
dímelo. Es e sencial que tus ide as queden absolutamente definidas.
¿Comprendes?
— D e a c u e r d o , H o n o r a b l e L a m a — l e r e s p o n d í c o n e l m a y o r
r e s p e t o y c o r t e s í a — . S i e m p r e t e e s c u c h o y t e c o mpre n do. Pe r o si
hay alg o qu e no vea con t oda cla r ida d, t e lo diré en seguida.
Él asintió satisfecho.
— L a v i d a e s c o m o u n a e s c u e l a — d i j o — . C u a n d o e stamos en la

394. otra vida, en el mundo astral, antes de empezar

395. 22 4 LOBSANG RAMPA
a h a b i t a r e n l a s e n t r a ñ a s d e u n a m u j e r , d i s c u t i m o s c o n o t r o s
s e r e s a c e r c a d e l o q u e t e n e m o s q u e a p r e n d e r e n l a t i e r r a . H a c e
a l g ú n t i e m p o , t e c o n t é l a h i s t o r i a d e l c h i n o Se n g . T e d ije e nt on ce s
q u e u t il iz a r ía e se n om br e c hi n o p o rq u e e n c a s o d e u t i l i z a r u n
n o m b r e t i b e t a n o , i n c o n s c i e n t em e nt e t ú l o a s o c i a r ía s a a l g ú n
t i b e t a n o c o n o c i d o . C o m o y a t e e x p l i q u é , e l a n c i a n o S e n g , d e s p u é s
d e m o r i r , p r e s e n c i ó t o d a s u v i d a p a s a d a y s e d i o c u e n t a d e q u e
n e c e s i t a b a a pr e nder mu cha s co sa s. Ent on ce s, los se re s a st r a le s q ue
ten í a n q u e a y u d a r l e , le b u s c a r o n u n o s p a d r e s y u na f a m i l i a q u e
r e u n ie r a n la s co n d ic i on e s ne c e s a r i a s p a r a q u e e l a lm a d e l q u e f u e e l
a n c i a n o S e n g p u d i e r a a p r e n d e r t o d o l o n ec e s a r i o . . . E s t a h i s t o r i a
e s m u y p a r e c i d a a l a d e u n n i ñ o q u e t ie ne q u e co n v e r t i r s e e n
m o nje . S i q u ie r e s e r u n m on je m é d ic o v ie ne a l C ha k po r i . S i l o q u e
de se a e s r e a liz a r a lg ú n t r a b a j o d o m é s t i c o i r á a l P o t a l a ¡ p u e s a l l í
h a y s i e m p r e e scasez de monjes sirvientes! Siempre elegimos nuestra
escuela de acuerdo con lo que deseamos aprender.
A s e n t í . A q u e l l o r e s u l t a b a a l g o m u y e v i d e n t e . M i s p r opios
pa dre s había n de cidido que yo ing resara en el Chakpor i po r c on s i de r a r
q u e e r a s u f ic ie nt e m e nt e f u e r t e y e st a ba pr ep a r a d o p a r a s a l i r a i r o s o
d e l a p r i m e r a p r u e b a d e r e s i stencia.
— C u a n d o u n a p e r s o n a v a a n a c e r — d i j o m i M a e s t r o , e l L a m a
M i n g y a r D o n d u p — , t o d o e s t á p r e p a r a d o p a r a r ecibir la . B a ja r á a la
tie rr a . Su s pa dre s y e l lu ga r do nde va y a a v i v i r e st á n de t e r m i n a d o s
d e a n t e m a n o . E s t a s c i r c u n s t a nc i a s d a r á n a l n i ñ o q u e t i e n e q u e
n a c e r l a o p o r t u n i d a d d e a d q u i r i r l a e x p e r i e n c i a y l o s c o n o c i m i e n t o s
q u e , s e g ú n s e pl a ne ó e n l o a st r a l, le s o n ne c e s a r i o s. A s u d e b id o
t ie m po , nace el niño y a prende a aliment arse, a contr olar su cuerpo
f í s i c o , a h a b l a r y a e s c u c h a r . C o m o t ú s a b e s , a l p r i n c i p i o , l o s n i ñ o s
n o s a b e n u t i l i z a r s u s o j o s . T i e n e n q u e a p r e n d e r a v e r . L a v i d a e s
u na e s c u e la — m e d i j o s o n r i e n t e — . A nad i e l e g u s t a e s a e s c u e l a .
U n o s t i e n e n q u e a c u d i r a e l l a . O t r o s n o . N o s o t r o s h e m o s v e n i d o —
n o c o m o c a s t i g o p o r la s fa lt a s com et ida s e n ot ra s e xiste ncia s — sino
pa ra a pr e nder muchas cosas que no sabíamos. Los niños crecen y se

397. L A C A V E R N A D E L O S A N T E P A S A D O S 225
t r a n s f o r m a n e n m u c h a c h o s q u e t i e n e n q u e a s i s t i r a l a e scue la
donde , algunas veces, son trata dos du ramente por su mae str o. Pe ro
eso no es malo, Lobsa ng . La disciplina nu nca ha pe r ju dica do a na die .
La di scipli na e s lo qu e dife r e ncia a u n ejé r cit o de u na hor da . N o
ha lla r á s u n solo hom bre cu lt o q u e n o s e h a y a s o m e t i d o a u n a
d i s c i p l i n a . T a l v e z a h o r a c r e a s e n m u c h a s o ca si on e s q u e t e
m a lt r a t a n , q u e t u m a e st r o e s d u r o y c r u e l , p e r o d e b e s t e n e r e n
c u e n t a q u e , i n d ependientemente de lo que pue da s pensa r, la realidad
es que tú aceptaste venir a la tierra en esas condiciones.
D e a c u e r d o , H o n o r a b l e L a m a — e x c l a m é
e x c i t a d o — . Pe r o s i fu i y o q u ie n a ce pt ó ve ni r a q u í a e st a t ie r r a , e n
e se c a s o , c r e o q u e s e r í a n e c e s a r i o q u e m e e x a m i n a r a n e l c er e br o.
Y s i r e a lm e nt e f u e a s í, ¿ có m o e s q u e no l o r e cu e r do en absoluto?
Mi Maestro reía estrepitosamente ante mis palabras.
S é p e r f e c t a m e n t e l o q u e t e s u c e d e , L o b s a n g ,
p e r o t e a s e g u r o q u e n o t i e n e s p o r q u é p r e o c u p a r t e . H a s v e n i d o a
e st e m u nd o p a r a a pr e n de r cie r t a s co s a s . Es o e s lo m á s impo r t a nt e .
Má s a de la nt e , cu a nd o t u s c on o ci m i e n t o s se a n y a muy extensos,
abandonarás nuestro país y recorrerás tierras ext rañas para segu ir
aprendiendo nuevas cosas. Tu Cam ino n o se r á f á c i l d e r e c o r r e r , p e r o
a l f i n a l a l c a n z a r á s e l é x i t o . N o qu ie r o q ue te de sm or a lice s. Toda s la s
per s ona s de l mu ndo , i nd e p e n di e n t e m e n t e de la s c on d i ci o ne s e n q u e
su v i da se d e se n vu e lve , h a n l le g a do a q u í de sd e lo s p la no s a st r a le s
pa r a a pr e n de r y e vo lu ci on a r . Es t a r á s de a cu e r d o c o nm ig o , Lobsang,
en que si quie res progre sa r en la lama ser ía, tiene s q u e e s t u d i a r y
a p r o b a r t u s e xá m e ne s . S u p o n g o q u e e n c o nt r a r í a s m u y m a l q u e , p o r
s i m p l e f a v o r i t i s m o , u n n i ñ o p ud i e r a c o n v e r t i r s e d e l a n o c h e a l a
m a ñ a n a e n l a m a o e n s u p e r i o r , a u n q u e s u s m é r i t o s f u e r a n m u y
i n f e r i o r e s a l o s tu y os. Mie nt r a s e xista n lo s e xá me ne s, podr á s te ne r la
má s a b s o l u t a s e g u r i d a d d e q u e n o p o d r á s u c e d e r n a d a s e m ejante.
Guardó silencio unos instantes y luego prosiguió:
V e n i m o s a l a t i e r r a p a r a a p r e n d e r y n o
i m p o r t a q u e las lecciones sean amargas o difíciles porque, en todo caso,

399. 22 6 LOB SANG RAMPA
l a s h e m o s a c e p t a d o d e a n t e m a n o , a n t e s d e v e n i r . C u a n d o
a ba n dona m os e sta vi da , pa sa m os u n pe r íodo de va ca cio ne s m á s o
m e n os la r g o e n e l ot r o m u nd o . Y lu e g o, si de se a m os s e g u i r
e v o l u c i o n a n d o , s e g u i m o s n u e s t r a m a r c h a s o b r e e l t ie m po . Po de m os
eleg ir ent re re g re sa r a la t ie r ra e n cie rt a s c o n d i c i o n e s y d i r i g i r n o s a
o t r o s p l a n o s de e x i s t e n c i a t o t a lm e n t e d i s t i n t o s . A l g u n a s v e c e s ,
c u a n d o e s t a m o s e n l a e scu e la , e l d ía se no s ha ce i nt e r m i na bl e y n o s
pa r e ce q u e no p o d r e m o s s o p o r t a r l a d u r e z a d e l m a e s t r o . L a v i d a
t e r r e n a e s alg o par e cido . Si t odo fu er a se ncillo pa r a no sot r os, si tu-
vi é r a m os s ie m p r e a nu e st r o a lc a n ce la r e a liz a ci ó n de t od o s nue str os
de seos, nu nca a pre nder íamos na da y nos lim itar ía m os a de jar no s
ar r a str a r por la cor r ie nt e de la vida . E s t r ist e , pe r o lo s s e r e s
hu m a n os s ol a m e nt e p o de m o s a lc a n z a r la verdad a través del dolor y de las
adversidades.
— P e r o e n t o n c e s , H o n o r a b l e L a m a — l e p r e g u n t é — . ¿ Por qué
algu nos niños, e inclu so algu nos lama s, consigue n v i v i r u n a
e x i s t e n c i a t a n d i c h o s a ? Y , s i n e m b a r g o , t o d o p ar e c e i n d i c a r q u e y o ,
a p e s a r d e q u e p r o c u r o p o r t a r m e l o m e jo r p o si b le , m e ve r é o bl ig a d o
a s u f r i r la s m a y o r e s a d ve rsidades, segú n aseg uran las pr ofecía s y , de
moment o, te ngo que soportar las palabras de mi maestro.
—P e r o m i q u e r i do Lo b sa ng . ¿ Es t á s se g u r o de q u e t od a s e sa s
per s ona s a pa re nte m e nt e ta n fe lice s, lo son r ea lme nt e? ¿Estás seguro
de que las cosas les resultan tan fáciles como indica n la s a pa r ie n cia s?
Mie nt r a s no se pa s lo qu e pr oy e ct ar o n ha ce r e n l a t ie r r a c u a n d o
e st a ba n t od a v ía e n l o a st r a l, n o p o d r á s j u z g a r l e s o b j e t i v a m e n t e .
T o d o s l o s s e r e s h u m an o s h a n l l e g a d o a l a t i e r r a c o n u n p l a n ,
p r e p a r a d o d e a nt e m a n o , d e l o q u e t i e n e n q u e a p r e n d e r , d e l o q u e
t i e n e n q u e ha ce r y de l o q u e d e se a n c o ns e g u ir c u a n do a ba n do ne n la
tierra, después de haber pasado por la escuela de la vida. T ú d i c e s q u e
h o y t e h a n t r a t a d o r u d a m e n t e e n l a e s c u e la . ¿ E s t á s " se g u r o " ? ¿ N o t e
s a t i s f a c e m á s p e n s a r q u e e n r e a l id a d h a s a p r e n d i d o u n a d e l a s
l e c c i o n e s q u e t e n í a s q u e a p r e n d e r ? ¿ A c a s o n o f u i s t e u n p o c o
c u l p a b l e , c o n t u s p eq u e ñ o s a i r e s d e s u p e r i o r i d a d , d e q u e e l

400. m a e s t r o s e p o r t ara mal?

401. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 227
M e c o n t e m p l ó c o n g e s t o a c u s a d o r y y o m e d i c u e n t a d e q u e
m i s m e j i l l a s e n r o j e c í a n . ¡ S í e r a c i e r t o ! M i M a e s t r o t e n ía la r a r a
h a b i l i d a d d e c o l o c a r e l d e d o e n la l l a g a c u a nd o l o c o n s i d e r a b a
ne c e s a r i o . E n r e a l i d a d , y o m e h a b í a se nt i d o m u y s a t i s f e c h o d e m í
m i s m o . E s t a b a c o n v e n c i d o d e q u e e l m a e s t r o n o p o d í a e n c o n t r a r m e
u n s o l o f a l l o . M i a ct it u d de su pe r ior ida d cont r ibu y ó e n g ra n pa r te a
qu e se ir r itara de aquella forma.
S í , H o n o r a b l e L a m a — r e s p o n d í a s i n t i e n d o
t a m b i é n con un gesto —. Soy tan culpable como él.
Mi Maestro aprobó mis palabras con una sonrisa.
C o m o y a s a b e s , L o b s a n g — m e d i j o — , m á s
a d e l a n t e irás a Chungking, a la China.
A s e n t í s i l e n c i o s o p o r q u e m e d i s g u s t a b a p e n s a r q u e a lgún día
tendría que irme del Tibet. Mi Maestro continuó:
— A n t e s d e t u p a r t i d a , p e d i r e m o s a v a r i a s u n i v e r s i d ad e s y
c o l e g i o s q u e n o s i n f o r m e n s o b r e s u s p r o g r a m a s d e e s t u d i o . U n a
v e z c o n o z c a m o s t o d o s e s o s d e t a l l e s , d e c i d i r em o s e n t r e t o d o s a q u é
c o l e g i o o u n i ve r s i d a d e s p r e c i s o e nv i a r t e c o n e l o b j e t o d e q u e
r e c i b a s l a s e n s e ñ a n z a s n e c e s ar i a s p a r a r e a l i z a r t u m i s i ó n . D e
i g u a l f o r m a , c u a n d o u n a lm a p r o y e c t a ba ja r a la t ie r r a d e s de l o
a st r a l , e st u di a c u id a d o s a m e n t e l o q u e s e p r o p o n e h a c e r y a p r e n d e r
y , f i n a lm e n t e , l o q u e d e s e a c o n s e g u i r . D e s p u é s , s e l e b u s c a n l o s
p a d r e s q u e n e c e s i t a . E s l o m i s m o q u e b u s c a r u n a e s c u e l a adecuada,
como en tu caso.
L a i d e a d e t e n e r q u e i r a e s t u d i a r a u n c o l e g i o e x t r a njero me
resultaba cada vez más desagradable.
H o n o r a b l e L a m a — l e d i j e — , ¿ p o r q u é
a l g u n a s p e rsonas están siempre enfermas, o son tan desgraciadas?
¿Qué es lo que aprenden con eso?
N o o l v i d e s n u n c a — m e r e s p o n d i ó — q u e
t o d a s l a s pe r sona s q ue ba ja n a e ste mu ndo t ie ne n mu cha s co sa s
qu e a pre nde r . N o se t ra t a ta n sólo de lleg a r a co noce r u n oficio o u n
i d i o m a o d e s a b e r r e c i t a r d e m e m o r i a l o s L i b r o s S agrados. Las

402. cosas que tenemos que aprender son las que nos serán útiles en lo
astral, cuando abandonemos esta tierra de nuevo. Como ya te he dicho
muchas veces, Lobsang, éste es

403. 22 8 LOBSANG RAMPA
e l M u n d o d e l a I l u s i ó n y e s e l m u n d o a d e c u a d o p a r a e x p er i m e n t a r
m u c h a s a d v e r s i d a d e s y , a t r a v é s d e e l l a s , p o d e r c o m p r e n d e r l o s
p r o b l e m a s y a d v e r s i d a d e s d e n u e s t r o s s emejantes.
Reflexioné sus palabras. Estábamos entrando en un tema d e l a
m a y o r i m p o r t a n c i a , q u e n o s l l e v a r í a m u c h o t i e m p o . Mi Maestro captó
mi pensamiento.
— T i e ne s r a z ó n , L o b s a n g — d i j o — . E s t á a n o c h e c ie n d o . E s m e j o r
q u e d e j e m o s n u e s t r a c o n v e r s a c i ó n p o r h o y . T o d av í a t e n e m o s q u e
h a c e r a l g u n a s c o s a s . T e n g o q u e i r a l a C u m b r e ( a s í l l a m á b a m o s
a l P o t a l a ) y q u i e r o q u e v e n g a s c o n m i g o . P a s a r e m o s a l l í la n o c h e y
p a r t e d e l a j o r n a d a de mañana. Más adelante, trataremos de nuevo
este interesante tema . Ve a tu ha bitación, ponte u n mant o limpio y
trae ot ro de repuesto.
Se p u s o e n p i e y s a l i ó . D e s c o n c e r t a d o , v a c i l é u n o s i n st a nt e s .
De s p u é s , co r r í p r e su r o so a m i ha bi t a c ió n p a r a c a mbiarme de ropa y
prepararlo todo.
D e s c e n d i m o s a t r o t e c o r t o p o r e l s e n d e r o d e l a m o nt a ñ a h a c i a
e l M a n i L h a k h a n g , p e r o a l p a s a r p o r e l P a r g o K a l i n g o P u e r t a
O c c i de n t a l , o í d e t r á s d e m í u n a g u d o g r it o que por poco me hace caer del
caballo.
— ¡ O h , S a g r a d o L a m a M é d i c o ! — d e c í a u n a v o z d e m ujer al borde
del camino.
M i M a e s t r o d e s m o n t ó r á p i d a m e n t e d e s u c a b a l l o y , como
sa bía mi fa lta de habilidad como jinete , me hiz o se ña s p a r a q u e y o n o
d e s m o n t a r a . S u d e f e r e n c i a m e l l e n ó d e g r atitud.
— ¿ Q u é t e s u c e d e , m u j e r ? — l e p r e g u n t ó m i M a e s t r o con la
mayor amabilidad.
La mu jer se a rr ojó a su s pie s. Su s r opa s pr odu je r on u n leve ruido.
— ¡ O h , S a g r a d o L a m a ! — d i j o j a d e a n t e — . M i m a r i d o , ¡ e l
m a l d i t o h i j o d e c h i v a ! , n o h a s i d o c a p a z d e e n g e n d r a r un hijo normal.
Silenciosa, como sorpre ndida a nte su pr opia auda cia, le m o s t r ó u n
p e q u e ñ o b u l t o . M i M a e s t r o s e i n c l i n ó s o b r e é l y lo contempló
atentamente.

405. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 229
— ¡ P e r o m u j e r ! — e x c l a m ó — . ¿ P o r q u é c r e e s q u e t u m a r i do e s
e l c u l pa ble de q u e ha y a s da do a lu z e st e hi jo e nfermizo?
—Por qu e e s u n hom br e r e pu g na nte qu e andu v o sie m pr e e nt r e
mu jer e s ma la s, por q ue no pie nsa má s qu e e n e l se xo. Por eso no ha sido
capaz de hacerme un hijo fuerte y sano.
Em pez ó a llorar y sus lágr ima s sa lpica ron la tier ra como p e q u e ñ a s
g o t a s d e l l u v i a o c o m o g r a n i z o f i n o q u e c a y e r a desde las montañas. Yo
estaba consternado.
Mi M a e s t r o m i r ó a su a lr e de d or c om o bu sc a n d o a lg o e n la
os c u r id a d c a d a ve z m á s de n sa . De e nt r e la s s om br a s d e l P a r g o
K a l i n g s u r g i ó u n h o m b r e a n d r a j o s o , q u e a v a n z ó h a c i a n o s o t r o s
c o n c a r a d e p e r r o a p a l e a d o . M i M a e s t r o l e hizo señas y él se acercó,
arrodillándose a sus pies. El Lama Mingyar Dondup los miró a ambos y les
dijo:
— N o de b é i s c u l p a r o s m u t u a m e n t e de e s a de s g r a c i a . L a c u l p a n o
e s d e n i n g u n o d e v o s o t r o s . E s e l d e s t i n o — e l karma — quien ha
determinado el nacimiento de este niño.
Apa rtó cu idadosa mente las r opas y obse rvó a la cria tura
a t e n t a m e n t e . Y o c o m p r e n d í a q u e e s t a b a e x a m i n a n d o s u aura.
— M u j e r — d i j o d e s p u é s d e u n o s i n s t a n t e s — . T u h i j o p u e d e s e r
c u r a d o . C o n t a m o s c o n l o s c o n o c i m i e n t o s s u f icientes para hacerlo. ¿Por
qué no me lo trajisteis antes?
L a p o b r e m u j e r c a y ó d e n u e v o d e r o d i l l a s y e n t r e g ó e l n iñ o a su
e s po s o , q u ie n lo t om ó co m o si s e t r a t a r a d e a lg o que podía estallar en
cualquier momento.
— S a g r a d o L a m a M é d i c o — d i j o l a m u j e r e s t r u j á n d o s e l a s m a n o s
d e s e s p e r a d a — . ¿ C ó m o í b a m o s a s u p o n e r q u e no s pr e sta r ía n
at e nción? Som os de Ra g ya b y no t e ne m os rec o m e n d a c i ó n d e n a d i e . N o
n o s a t r e v í a m o s a i r a v e r t e , S agrado Lama, aunque nuestra necesidad era
muy urgente.
P e n s é q u e t o d o a q u e l l o e r a r i d í c u l o . L o s R a g y a b e r a n l o s q u e s e
h a c í a n c a r g o d e l o s c a d á v e r e s . V i v í a n e n e l e xt r e m o su de s t e de
Lh a s a y s u s se r v i ci o s e r a n t a n i m p r e s c i nd i b l e s c o m o l o s d e l o s d e m á s

406. m i e m b r o s d e l a c o m u n i d a d . M i M a e s t r o d e c í a s i e m p r e q u e t o d a s la s
p e r s o n a s e r a n ú t iles a la sociedad, independientemente del trabajo que tu-

407. 23 0 LOBSANG RAMPA
vier a n a sig na do . Re cue r do qu e u na vez la ncé una ca r ca ja da c u a n d o l e
o í d e c i r q u e l o s la d r o n e s e r a n t a m b i é n ú t i l e s y a qu e sin ellos la
policía no se r ía ne ce sa r ia , por lo cu a l podía a fir m a r se q ue , g ra cia s a
ellos , los ag e nt e s podía n ma nt e ne r s u e m p l e o . P e r o m u c h a g e n t e
m i r a b a c o n d e s p r e c i o a l o s Ra gya b, conside rándolos impur os por que
trabaja ba n con los m u e r t o s , c o r t a n d o l o s c a d á v e r e s a p e d a z o s y
d i s e m i n á n d ol o s p o r d i s t i n t o s lu g a r e s p a r a q u e l o s b u it r e s s e l o s
c o m i er a n . Y o e s t a b a d e a c u e r d o c o n m i M a e s t r o e n q u e e l t r ab a j o
q u e r e a l i z a b a n e r a m u y ú t i l p o r q u e L h a s a t e n í a u n terreno tan
rocoso que era imposible abrir fosas en él y, aun en el ca so de qu e ello
hu bie r a sido posi ble , el Tibe t er a ta n f r í o q u e l o s c a d á v e r e s s e
h a b r í a n c o n g e l a d o , i m p i d i e n d o con ello su descomposición y absorción por
la tierra.
M u j e r — l e d i j o m i M a e s t r o — . T r á e m e
p e r s o n a l m e nt e a t u h i j o d e n t r o d e t r e s d í a s e i n t e n t a r e m o s
c u r a r l o y a q ue , se gú n de du z co de l br e ve exa me n a qu e le he som e t ido,
su enfermedad no es incurable.
S a c ó d e s u b o l s a u n p e d a z o d e p e r g a m i n o y e s c r i b i ó en él una
nota que entregó a la mujer.
E n t r e g a e s t o e n e l C h a k p o r i y t e d e j a r á n
e n t r a r . A v is a r é a l p o r t e r o d e q u e v a s a i r y n o t e p o n d r á n n i n g ú n
i mpedimento. Descansa tranquila. Para los dioses, todos somos s e r e s
h u m a n o s . N o d e b e s t e m e r n a d a d e n o s o t r o s . — S e v o l v i ó h a c i a e l
m a r i d o — . S e f i e l a t u m u j e r . — M i r ó a l a m u j e r y a ñ a d i ó — : N o
s e a s t a n a r i s c a c o n é l . S i t e m u e st r a s m á s a m a b l e c o n t u e s p o s o , e s
p o s i b l e q u e é l n o c r e a n e c e s a r i o i r a b u s c a r a o t r a s m u j e r e s . A h o r a ,
m a r c h a o s a v u e s t r o h o g a r y , d e n t r o d e t r e s d í a s , v e n i d a l C h a k p o r i .
Os ayudaré. Os lo prometo.
M o n t ó d e n u e v o e n s u c a b a l l o y n o s f u i m o s . C o n f o r m e n o s
a le já ba m o s , la s p a la br a s d e g r a t it u d y de a l a b a nz a d e l h o m b r e d e
R a g y a b y d e s u m u j e r s e e s c u c h a b a n c a d a v e z más débilmente.
— S u p o n g o , L o b s a n g , q u e a l m e n o s e s t a n o c h e e s t a r á n de acuerdo y
se mostrarán amables mutuamente.

408. La n z ó u na br e ve ca r ca ja d a y su bi m o s po r e l c a m i no d e la izquierda
hasta llegar a la aldea de Sholi.

409. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 231
E r a l a p r i m e r a v e z q u e h a b í a v i s t o a u n h o m b r e y a una mujer
casados. Y me hallaba realmente sorprendido.
— ¡ S a g r a d o L a m a ! — e x c l a m é — . N o c o m p r e n d o p o r q u é e s a s
p e r s o n a s s i g u e n v i v i e n d o j u n t a s s i n o s e a m a n . ¿Por qué no se
separan?
— ¿ P o r q u é m e l l a m a s a h o r a " S a g r a d o L a m a " ? — m e p r e g u n t ó
s o n r i e n d o — . ¿ T e h a s c r e í d o q u e e r e s u n c a m p es in o ? E n cu a nt o a t u
pr e g u n t a . . . B u e no , t r a t a r e m os de e se t e m a m a ñ a n a . E s t a n o c h e
v a m o s a e s t a r m u y o c u p a d o s . Ma ña na te e xplica r é mu c ha s c osa s e
inte nta r é pone r or de n en tu cabeza tan llena de confusión.
S u b i m o s j u n t o s a la c o l i n a . S i e m p r e m e g u s t a b a m i r a r de sde lo
alt o la alde a de Shii . Y a ve ce s m e pr eg u nta ba qu é s u c e de r í a s i
a r r o j a r a u n a p i e d r a s o b r e e l t e j a d o de a l g u n a c a s a . ¿ L o
de r r u m ba r ía ? ¿ O t a l v e z e l e st r u e nd o ob li g a r ía a sa lir cor r ie ndo a su s
m ora dor e s pe nsa n do q ue los e spír itu s m a l é f i c o s s e p r e c i p i t a b a n
c o n t r a e l l o s ? N u n c a m e h a b í a a t r e v i d o a ha c e r l o p o r t e m or a he r i r
a a l g u ie n , p e r o la t e ntación nunca me abandonaba.
Ya en el Potala, ascendimos por los interminables postes c o n s u s
t o s c o s e s c a l o n e s — y a q u e a l l í n o h a y e s c a le r a s —g a st a do s po r e l
co n t i nu o u s o. Po r ú lt im o , l le g a m o s a nu e stras habitaciones, situadas
sobre la de los monjes y sobre los a l m a c e n e s . Y a e n m i d o r m i t o r i o ,
c o n t i g u o a l d e l L a m a M i n g y a r D o n d u p , m e a c e r q u é a l a v e n t a n a .
A b a j o , u n p ája r o n o c t u r n o g o r j e a b a l la m a n d o a s u p a r e ja e n e l
B o s q u e de los Sauces. A la luz de la luna, lo veía con sus patas y su
p i c o h u n d i d o s e n e l a g u a t e m b l o r o s a , e s c a r b a n d o e n e l b a r r o d e l
f o n d o . Y e l g o r j e o d e l a h e m b r a r e s p o n d í a v i v am e n t e a s u l l a m a d a .
" ¡ P a r e c e s e r q u e e s t a v e z « e l m a r i d o y la m u je r » sí e s t á n de
a cu e r d o! " , pe n sé . M e a co st é pr on t o p o r q u e t e n í a q u e a s i s t i r a l
S e r v i c i o d e M e d i a n o c h e y m e hallaba tan cansado que tenía que
despertarme a tiempo.
A l dí a si g u ie nt e , p or la t a r de , e l La m a M in g y a r Do n du p e n t r ó e n
m i h a b i t a c i ó n , d o n d e y o m e h a b í a q u e d a d o e s t udiando un libro antiguo.
— V e n t e c o n m i g o , L o b s a n g — m e d i j o — . A c a b o d e mantener

410. una conversación con el Profundo. Y creo que ha

411. 23 2 LOBSANG RAMPA
l le g a d o e l m o m e n t o d e t r a t a r d e t o d o s e s o s p r o b l e m a s q u e te tienen
desconcertado.
P a s a m o s a s u h a b i t a c i ó n . S e n t a d o f r e n t e a é l , p a s é r evista a todas
las ideas que hervían en mi cabeza.
— S e ñ o r — l e p r e g u n t é — , ¿ p o r q u é s e c a s a n l a s p e r s on a s si s e
od ia n? A no c he o bs e r vé la s a u r a s de a q u e l lo s d o s R a g y a b y l l e g u é a
l a c o n c l u s i ó n d e q u e s e d e t e s t a b a n p r ofundamente. ¿Por qué se casaron,
entonces?
El Lama pareció entristecerse.
—La s p e r s o na s , L ob s a n g — m e r e sp o n di ó — , se o lv i da n c o n
f r e c u e n c i a d e q u e e s t á n e n e l m u n d o p a r a a p r e n d e r . A n t e s d e q u e
n a z c a n , c u a n d o e s t á n e n l o a s t r a l , s e d e t e rm i n a y a q u i é n s e r á e l
c ó n y u g e d e c a d a u n o . D e b e s c o mp r e n d e r q u e m u ch o s h om b r e s y
m u je r e s co n t r a e n m a t r im on i o e n u n m o m e n t o q u e p o d r í a m o s
c o n s i d e r a r c o m o l a cu m br e de la pa sión am or osa . Pe r o cu a ndo la
pa sión se t erm ina , ent once s , la nove da d re cié n de s cu bie r ta se
con vie r te e n a l g o f a m i l i a r y c o t i d i a n o y a p a r e c e e l c a n s a n c i o y e l
desprecio.
" L a f a m i l i a r i d a d e n g e n d r a b a e l d e s p r e c i o . " Y o m e d it a b a y
m e d i t a b a t o d o a q u e l l o . P e r o e n t o n c e s , ¿ p o r q u é s e ca sa ba n los se r e s
hum a nos? Sin du da a lg u na , lo ha cía n so l a m e n t e p a r a p o d e r
p e r p e t u a r l a r a z a . P e r o ¿ p o r q u é l a s per sonas no podía n u nir se lo
mism o que los a nimale s? Miré a mi Maestro y le hice esa pregunta.
— ¿ P o r q u é , L o b s a n g ? — m e p r e g u n t ó a s u v e z — . T u s
d e d u c c i o n e s m e s o r p r e n d e n . De b e r ía s s a be r , c o m o t o d o e l m u n d o ,
q u e l o s l l a m a d o s a n i m a l e s s e u n e n a l g u n a s v e c e s p a r a t o d a l a v i d a .
A s í l o h a ce n m u c h o s d e e l l o s , e i n c l u s o c ie r t a s e s pe cie s de a ve s,
na t u r a l m e nt e la s m á s e vo lu c io n ad a s . S i la s pe r so n a s , c om o t ú di ce s ,
se u nie r o n s ó lo c on e l o b j e t o d e p e r p e t u a r la r a z a , l o s n i ñ o s q u e
f u e r a n f r u t o d e esas uniones serían lo mismo que seres sin alma, como
esas p o b r e s c r i a t u r a s q u e na c e n m e d i a n t e la i n s e m i n a c i ó n a r t ificial.
Es preciso que en las relaciones sexuales haya amor si l o s p a d r e s
d e se a n r e a lm e n t e e n g e n d r a r u n h i j o c o n a u t é nt i c a c a l i d a d h u m a n a .

412. L o c o n t r a r i o e q u i v a l e a p r o d u c i r u n simple artículo manufacturado.

413. El p r o bl e m a de l a s r e la ci o ne s e n t r e m a r id o y m u je r m e
p r e o c u p a b a r e a l m e n t e . P e n s a b a e n m i s p a d r e s . M i m a d r e fu e
si e m p r e u na m u je r d om in a n t e y m i p a d r e t r a t ó a t o do s s u s h i j o s c o n
l a m a y o r r u d e z a . C u a n d o l o s r e c o r d a b a m e era imposible hacerlo con
auténtico afecto filial.
P e r o ¿ p o r q u é l o s s e r e s h u m a n o s s e c a s a n e n
l a c u mb r e d e l a p a s i ó n a m o r o s a ? — p r e g u n t é a m i M a e s t r o — .
¿ P o r q u é n o l o h a c e n c o n l a m i s m a f r i a l d a d c o n q u e s e trata de un
negocio?
— L o b s a n g — m e r e s p o n d i ó — . É s e e s e l s i s t e m a q u e u t i li z a n a
m e nu do l os c h in o s y l os ja po ne se s . S u s m a t r im on i o s s o n c o n ce r t a d o s
f r í a m e n t e y h a y q u e a d m it i r q u e s u el e n s e r m u c h o m á s
a f o r t u n a d o s q u e l o s d e l m u n d o o c c id e n t a l . L o s p r o p i o s c h i n o s
c o m p a r a n a l m a t r i m o n i o c o n u n a t e t e r a . N o s e c a s a n c u a n d o l e s
d o m i n a l a p a s i ó n p o rq u e d i c e n q u e e s e a m o r e s c o m o u n a t e t e r a
h i r v i e n t e q u e lu e g o se e nf r ía . Se c a s a n f r ía m e nt e pa r a c on s e g u ir q u e
e sa t e t e r a s i m b ó l i c a a l c a n c e p a u l a t i n a m e n t e e l p u n t o d e e b ullición y
mantenga el calor durante mucho tiempo.
M e o b s e r v ó p a r a c o m p r o b a r s i c o m p r e n d í a l a s i g n i f i c ación de
aquellas palabras.
P e r o , S e ñ o r , m e r e s u l t a i m p o s i b l e
c o m p r e n d e r p o r qué las personas son tan desgraciadas cuando viven
juntas.
Y a t e h e d i c h o , L o b s a n g , q u e l a s p e r s o n a s
v i e n e n a e s t a t ie r r a c o m o a u n a e s c u e l a , p a r a a p r e n d e r . S i
s i e m p r e f u e r a n f e l i c e s , a l c a s a r s e n o a p r e n d e r í a n n a d a nu e v o . V ie-
ne n a l m u n do p a r a vi vi r u n id o s y pa r a m a nt e ne r s e u n id o s . E s o
f o r m a p a r t e d e l a l e c c i ó n . D e b e n d a r y r e c i b i r . A l g unas veces, como
consecuencia de su carácter rudo o por sus ine st abilidades
tempe rame nta les, no consig uen e star en pe r fe cta a rm onía co n los
com pa ñe r os q ue le s ha n a sig na do . Es pr e ci s o q u e ca da u no d e e l lo s
a p r e n da a r e p r i m ir se y a e lim i n a r s u s r a s g o s n e g a t i v o s . D e b e n
m o s t r a r s e e n t o d o m ome nto t oler ante s y pa cientes. Si fue ran capaces
de a sim ila r esa gra n lección que consiste en dar y en recibir , ca si

414. todos los matrimonios serían felices y se mantendrían unidos.
S e ñ o r — l e p r e g u n t é d e n u e v o — . ¿ Q u é
d e b e h a c e r entonces una pareja para alcanzar la dicha?
LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 233

415. 23 4 LOBSANG RAMPA
— L o m i s m o e l m a r i d o q u e l a m u j e r d e b e n s a b e r e s p er a r e l
m o m e n t o o p o r t u n o d e p o d e r h a b l a r c o n c a l m a y e xpo n e r s e , co n la
m a y or d e l ic a d e z a , s u s de fe ct os r e cí pr o co s . D e e s a f o r m a t e r m i n a r á n
c o n s u s i m p e r f e c c i o n e s y c o n s eguirán ser felices.
¡ Y o m e p r e g u n t a b a q u é h a b r í a s u c e d i d o e n e l c a s o d e q u e m is
pa dr e s h u b ie r a n i nt e n t a d o a do pt a r a q u e l si s t e m a ! A m i j u i c i o , e l l o s
e r a n , c o m o e l a g u a y e l f u e g o , a b s o l u t am e n t e i n c o m p a t i b l e s . M i
M a e s t r o c a p t ó , s i n d u d a a l g u n a , mis reflexiones.
— E s p r e c i s o q u e a m b o s e s t é n d i s p u e s t o s a d a r y a r ec i b i r . S i
r e a l m e n t e q u i e r e n a p r e n d e r l a g r a n l e c c i ó n d e l a vi d a e n co m ú n,
de be r á n se r su fi ci e n t e m e n t e si n ce r os co m o para reconocer sus propios
errores.
D e a c u e r d o , S e ñ o r — r e s p o n d í — . P e r o
¿ q u é e x p l i c ac i ó n t ie n e e l h e c h o d e q u e d o s pe r s o n a s s e e n a m o r e n
o s e sie nt a n at ra ído s re cípr o ca me nte ? Y si se ha n se nt ido vin cula d o s
se nt i m e n t a lm e nt e e n u n m o m e nt o de t e r m i na d o , ¿ p or qué luego se van
distanciando poco a poco?
S i n d u d a a l g u n a , L o b s a n g , t ú s a b e s q u e
p o r e l a u r a d e l a s p e r s o n a s p u e d e s s a b e r c ó m o s o n é s t a s . L o s
h o mbr e s y m u je r e s c om u ne s n o pu e de n v e r e l a u r a , pe r o , a lg un a s
v e ce s , t ie n e n c o m o u n a e s p e c ie d e s e n t i d o o c u l t o q u e le s h a c e s e n t ir
s i m p a t ía s o a n t i p a t ía s , a p e s a r d e q u e s o n incapaces de comprender
ellos mismos la auténtica razón de esos sentimientos.
— L o s é , S e ñ o r — e x c l a m é — . P e r o ¿ c ó m o p u e d e n s e nt i r d e
p r o n t o a n t i p a t ía p o r u n a p e r s o n a q u e a nt e s l e r e s u ltaba simpática y
agradable?
—Ha y m om e nt os e n q u e l os se r e s h u m a n o s s ie nt e n q u e el a m or se
ag ita e n su s e spír itu s . E ste he cho de te r m ina un i n c r e m e n t o
c o n s i d e r a b l e d e s u s v i b r a c i o n e s . C u a n d o u n a m u j e r y u n h o m b r e s e
u n e n y s u b l i m a n e s a s v i b r a c i o n e s , con sigu e n la com pe ne t ra ci ón
ne ce sa r ia . De sg ra cia da me nt e , e s o n o s u ce d e c o n f r e c u e n c i a .
M a n t e n e r l a s u b l i m a c i ó n e s u n a e m p r e s a d i f í c i l . L a e s p o s a s e d e j a
v e n c e r p o r l a i n d ol e n c i a y , a l g u n a s v e c e s , r e c h a z a a s u m a r i d o y l e

416. i m p i d e que éste use de lo que le corresponde por legítimo derecho.

417. Y e nt o n c e s , é l b u s c a e n ot r a s m u je r e s l o q u e s u e s p o s a l e n i e g a y s e
v a d i s t a n c i a n d o d e e l l a . Y p o c o a p o c o s e a l t er a r á e l r i t m o d e s u s
v i b r a c i o n e s e t é r e a s y d e j a r á n d e s e r c o m p a t i b l e s , a l c a n z a n d o p o r
f i n u n g r a d o d e a b s o l u t o a ntagonismo.
S í , l o c o m p r e n d í a p e r f e c t a m e n t e . L a s p a l a b r a s d e m i M a e s t r o
m e h a b í a n a c l a r a d o m u c h a s c o s a s . P e r o , a p e s a r de todo, decidí seguir
preguntando.
S e ñ o r — l e d i j e — . A l g u n o s n i ñ o s m u e r e n
a l p o c o t i e m p o d e n a c e r . E s a i d e a m e t o r t u r a . P o r q u e ¿ q u é
p o s i b ilidades de aprender y de realizar su destino tie nen esos des -
d i c h a d o s ? A m i j u i c i o , h a n s i d o c o n d e n a d o s a v i v i r u n a existencia
breve e inútil.
N o , L o b s a n g — d i j o m i M a e s t r o , e l L a m a
M i n g y a r D o n d u p , s o n r i e n d o a n t e m i a p a s i o n a m i e n t o — . N o h a y
n a d a q u e s e a i n ú t i l . E s t á s e q u i v o c a d o . Y p a r t e s d e u n p o stu la do
com ple ta m e nt e fa lso, pue st o q ue ha bla s com o si creyeras que cada
persona vive una sola vida.
Me obse rvó du rante unos insta ntes. De spués miró ha cia l a
v e n t a n a . Y y o m e d i c u e n t a d e q u e p e n s a b a e n e l h o mbre y la mujer
Rabyabs y en su pobre hijo.
I m a g i n a p o r u n m o m e n t o q u e v a s
a c o m p a ñ a n d o a u n a pe r s o n a q u e a t r a v i e s a u n a s e r i e d e
e x i s t e n c i a s s u c e s iv a s — d i j o m i M a e s t r o — . L a s c o s a s n o l e h a n i d o
b i e n e n u na de su s vi da s y , a l lleg a r a cie rt a e da d, se da cue nt a de
q u e v i v i r le r e su l t a i n s o p o r t a b l e . Y d e c i d e p o n e r f i n a s u s d í a s ,
s u i c i d á n d o s e . . . C o n e l l o , l o ú n i c o q u e c o n s i g u e e s m o r i r a n t e s d e l
p l a z o q u e s e l e h a b í a f i j a d o , p o r q u e l o s a ñ o s , d í a s y h o r a s q u e
d e b e v i v i r c a d a s e r h u m a n o e s t á n d e t e r m in a d o s sie m p r e c o n la
m a y or e xa c t it u d y t o do ha bí a s i do e st a b le ci d o m in u c io s a m e nt e a nt e s
de q u e na c ie r a . E n e s e c a s o , s i a l g u i e n p o n e f i n a s u e x i s t e n c i a
d o c e m e s e s a n t e s d e l a f e c h a e n q u e d e b í a m o r i r d e a c u e r d o c o n
l a s p r e v i si o ne s a st r a le s , se ve r á o bl ig a d o a r e g r e s a r a la t ie r r a para
vivir los doce meses de vida que le faltan.
Yo reflexioné sobre la s infinita s posibilidade s de aquella teoría, que

418. me proporcionaba una explicación a tantas cosas que hasta entonces me
habían resultado incomprensibles.
LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 235

419. 23 6 LOBSANG RAMPA
—Y e sa p e r so na q u e ha pu e st o f in a s u v id a p r e m a t u r am e nt e ,
de sp u é s d e pe r m a ne c e r e n lo a st r a l e l t ie m p o ne c esa r io, vol ver á de
nue vo a la t ie r ra pa ra te rm ina r de vivir la v i d a q u e i nt e r r u m p i ó c o n
s u m u e r t e v o l u n t a r ia . N a ce r á d e n u e v o y s e r á t a l v e z u n n i ñ o
e n f e r m i z o q u e v i v i r á t a n s ó l o l os do c e m e se s e n q u e a c or t ó su
e xi st e nc ia t e r r e s t r e , y m or ir á e n e se pla z o. Y con ello, los pa dr e s
per de r á n a su hijo, p e r o g a n a r á n e l t e s o r o d e u na n u e v a e x p e r ie n c i a
y ha b r á n r ea liza do u na pa r te im por ta nt e de su ine vita ble de st ino. Sa-
b e m o s q u e m i e n t r a s e s t a m o s s o b r e l a t i e r r a , n u e s t r a a p arie ncia ,
nue stra s per ce pciones, nuest ros va lores sufren una a lt e r a c i ó n
m i s t e r i o s a . T e l o r e c o r d a r é d e n u e v o : É s t e e s e l Mu ndo de la I lu sió n,
el mu ndo de los va lore s fict icio s. Pe r o c u a n d o r e g r e s a m o s a l G r a n
M u n d o d e l S e r , n o s d a m o s c u e n t a d e q u e l a s d u r a s l e c c i o n e s y
l a s e x p e r i e n c i a s a p ar e nt e m e n t e c a r e nt e s d e s e nt i d o q u e n o s v i m o s
o b l i g a d o s a v i v i r e n e l c u r s o d e n u e s t r a e s t a n c i a e n l a t i e r r a , e n
r e a l idad no eran tan absurdas como suponíamos.
Y o pe ns a b a e n la s a dv e r s i da de s, e n la s t or t u r a s , e n l os v i a j e s a
l o s r e m o t o s p a í s e s q u e m e h a b í a n a n u n c i a d o l a s profecías.
— E n e s e c a s o , c u a n d o a l g u i e n p r o f e t i z a u n a c o n t e c im ie nt o lo
qu e ha ce re a lme nte e s e nt r ar e n cont a ct o con la s fue nte s de l
conocimie nt o. Si t odo e stá pre deter mina do ante s de nuestro
nacimiento, ¿es posible, bajo ciertas condiciones, alcanzar ese
conocimiento de las cosas futuras?
— S í , L o b s a n g , e s p o s i b l e — d i j o m i M a e s t r o — . P e r o n o
p i e n s e s q u e e l f u t u r o e s t á p r e d e t e r m i n a d o t o t a l m e n t e . L os
a c on t e c im ie n t o s b á s i co s so n i ne v it a b le s . Pe r o no s ot r o s pose em o s la
fa cu lt a d de a ctu a r con e nte ra libe r ta d para resolver esas situaciones
necesarias, de acuerdo con nuestros c o n o c i m i e n t o s . U n o s p u e de n s a l i r
a i r o s o s d e e sa p r u e b a y o t r o s p u e d e n f r a c a s a r . T e p o n d r é u n
e j e m p l o g r á f i c o p a r a qu e lo com pre n da s m ejor . Su p ong a m os q ue se
or de na a dos h o m b r e s q u e v a y a n a K a l i m p o n g , e n l a I n d i a . D e b e n
i nt e n t a r p o r t o d o s l o s m e d i o s l l e g a r a s u p u n t o d e d e s t i n o , p e r o
e s o n o q u i e r e d e c i r q u e t e n g a n q u e e l e g i r l o s d o s e l mismo sendero

420. para conseguirlo. Cada uno de ellos elegirá

421. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 2 3 7
s u p r o p i o c a m i n o . Y s e g ú n e l c a m i n o q u e e l i j a n , v i v i r á n ave ntur as
distinta s y distinta s exper iencias. Con la vida suce de lo m ism o . Se ha
fija do nu e str o pu nt o de de st ino, per o d e n o s o t r o s d e p e n d e l a
e l e c c i ó n d e l a f o r m a p a r a c o n s eguirlo.
En t r ó u n m e ns a je r o y m i M a e st r o le s ig u i ó, de s p u é s de p e d i r m e
q u e l e d i s c u l p a r a . M e a c e r q u é a l a v e n t a n a , m e a p o y é e n e l
a l f é i z a r y o c u l t é e l r o s t r o e n t r e m i s m a n o s . Pensat ivo, ana licé las
pa labra s de m i Maest ro, recor dé cuá nt o m e h a b í a e n s e ñ a d o . Y m e d i
c u e n t a d e q u e t o d o m i s e r e st a b a l le n o d e a m o r p o r a q u e l h o m b r e
ú n i c o q u e m e m o st r a b a e n t o d o m o m e n t o m u c h o m á s a f e c t o y
c o m p r e n s i ó n q u e m i s p r o p i o s p a d r e s . I n d e p e n d i e n t e m e nt e d e l o q u e
m e de pa r ar a e l fu tu r o, e sta ba de ci dido a com por ta r me siem pr e c o m o
s i é l e s t u v i e r a a m i l a d o , s u p e r v i s a n d o m i s a c t o s . D e b a j o d e m í ,
e n e l c a m p o , l o s m o n j e s m ú s i c o s t o c a b a n y a f i n a b a n s u s
i n s t r u m e n t o s , d e l o s q u e b r o t a b a n n o t a s , s oni d o s y r it m o s d i ve r s o s.
Lo s co n t e m p lé in d ole nt e m e nt e . La música care cía de significado pa ra
mí. Nu nca tu ve la s dotes ne ce sa r ia s par a com pre n der la . Per o m e da ba
cue nt a de q ue e r a n h o m b r e s de b u e n a v o l u nt a d q u e i n t e n t a b a n c r e a r
b el la s a r m o n í a s . V o l v í l a e s p a l d a a l a v e n t a n a p e n s a n d o q u e me sería
más útil leer un buen libro.
A s í l o h i c e , p e r o p r o n t o m e f a t i g ó l a l e c t u r a . M e s e n t ía l l e n o d e
u n a r a r a i n q u i e t u d , p l e t ó r i c o d e p e n s a m i e n t o s y s e n sa ci o ne s q u e
m e i m p e d ía n co n ce nt r a r m e . V ol ví a la s páginas perez osame nte . De
pr onto, de cidido, guar dé todas la s h o j a s im p r e s a s d e n t r o d e l a
c u b i e r t a d e m a d e r a l a b r a d a y a t é la s ci nt a s . Er a u n o d e a q u e l lo s
li br o s pr e ci o so s q u e d eb í a n s e r e n v u e l t o s e n s e d a . A s í l o h i c e c o n
e l m a y o r c u idado y lo coloqué a mi lado.
M e l e v a n t é y m e d i r i g í a l a v e n t a n a d e n u e v o , c o n t e mp l a n d o e l
p a n o r a m a . L a n o c h e e r a c a l u r o s a , t r a n q u i l a . E l aire parecía no
exist ir . A bandoné la habita ción. Todo esta ba q u ie t o y s i l e n c i o s o . L a
g r a n la m a s e r í a p a r e c í a t e n e r v i d a . U n a v i d a s e r e n a y l l e n a d e c a l m a .
L o s h o m b r e s de l P o t a la ha b í a n r e a l iz a d o d u r a n t e s i g l o s s u s t a r e a s
s a g r a d a s y l o s muros latían como seres conscientes. Trepé por una de las

423. 23 8 LOBSANG RAMPA
esca leras vert icale s y su bí a la ter raza má s a lta, ju nto a la s Tumbas
Sagradas.
P r o c u r a n d o n o h a c e r r u i d o , m e d i r i g í h a c i a m i l u g a r f a v o r i t o ,
d o n de m e r e s g u a r d a b a c u a n d o e l v i e n t o f r í o b a j ab a h a s t a l a
l a m a s e r í a d e s d e l o a l t o d e l a s m o n t a ñ a s . A p oy a d o e n u n a I m a g e n
S a g r a d a , c r u c é l a s m a n o s s o b r e m i n u c a y c o n t e m p l é e l V a l le .
De s p u é s , m e t e n d í de e s p a l d a s m ir a n do la s e st r e lla s . Se nt í la
e xt r a or di n a r i a i m p r e s i ón de q u e t o d o s a q u e l l o s m u n d o s g i r a b a n
a l r e d e d o r d e l P o t a l a . E s t e p e n s a m i e n t o m e a t u r d i ó y m e l l e n ó d e
u n a e x t r a ñ a s e n s a c i ó n d e v é r t i g o . U n a e s t e l a d e l u z c r u z ó e l c i e l o ,
b r il l a n d o f u g a z m e n t e y s e e x t i n g u i ó e n l a s s o m b r a s . " U n c or n e t a
q u e h a m u e r t o " , p e n s é c o n t e m p l a n d o s u r e s p l a n d o r postrero.
C e r c a d e m í , e s c u c h é u n r u i d o c a s i i m p e r c e p t i b l e . Le nt a m e n t e ,
m e i n c o r p o r é . B a j o l a d é b i l l u z d e l a s e s t r e l l a s , v i u n a f i g u r a
e n c a p u c h a d a q u e p a s e a b a m a j e s t u o s a m e n t e f r e n t e a l a s T u m b a s
S a g r a d a s . L e o b s e r v é . S e a c e r c ó a l b o r d e d e l a t e r r a z a ,
c o n t e m p l a n d o l a c i u d a d d e L h a s a . P u d e v e r s u p e r f i l . E r a e l
H o m b r e m á s s o l i t a r i o d e l T i b e t . E l H o m b r e q u e h a b í a a s u m i d o l a s
m a y o r e s r e s p o n s a b i l id a d e s d e l p a í s . L e o í s u s p i r a r p r o f u n d a m e n t e
y pe n sé q u e t a l v e z la s pr of e c ía s q u e ha bí a n a nu n ci a d o s u de st in o
e r a n ta n ne fa st a s com o la s q ue ha bía n anu ncia do e l m ío. C on el
m a y o r c u i d a d o p a r a n o l l a m a r s u a t e n c i ó n , m e a r r a s t r é s il e n c i o s o y
m e a l e j é d e a l l í . N o s e n t í a e l m e n o r d e s e o d e t u r ba r su s
pe ns a m ie nt o s. L le g u é a la e nt r a d a y m e de s li c é lentamente,
descendiendo al santuario de mi habitación.
T r e s d í a s d e s p u é s , y o m e h a l l a b a p r e s e n t e c u a n d o m i M a e s t r o ,
e l L a m a M i n g y a r D o n d u p , r e c o n o c i ó a l n i ñ o d e l o s R a g y a b . L o
d e s n u d ó y o b s e r v ó s u a u r a c o n l a m a y o r a t e n c i ó n . D u r a n t e u n o s
i n s t a nt e s , e xa m i n ó s u c e r e b r o . E l n i ñ o n o g r i t a b a n i l l o r a b a .
C o m p r e n d í q u e , a p e s a r d e s e r t a n p e q u e ñ o , s e d a b a c u e n t a d e
q u e m i M a e s t r o q u e r í a sanarlo.
— B i e n , L o b s a n g — m e d i j o d e s p u é s d e s u e x a m e n — , l o
c u r a r e m o s . E s e v i d e nt e q u e p a d e c e u n a a f e c c i ó n p r o d ucida por las

424. dificultades del parto.

425. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 239
S u s p a d r e s e s p e r a b a n e n l a h a b i t a c i ó n c o n t i g u a . Y o , p e g a d o a
m i M a e s t r o , c o m o s i f u e r a s u s o m b r a , f u i a v e rles. Se postraron, llenos
de humildad, a sus pies.
V u e s t r o h i j o p u e d e s e r c u r a d o y s e r á c u r a d o
— l e s d i j o c o n la m a y o r a m a b i l i d a d — . E s e v i d e n t e q u e a l n a c e r
r e c i b i ó a l g ú n g o l p e o t a l ve z f u i v í c t i m a d e u n a c a í d a . r , s o puede ser
remediado. No temáis nada.
S a g r a d o L a m a — d i j o l a m a d r e t e m b l o r o s a — .
T i e n e s r a z ó n . S u c e d i ó l o q u e h a s d i c h o . L le g ó a l m u n d o i ne s pe r a-
d a m e n t e . N a c i ó d e r e p e n t e y c a y ó a l s u e l o . Y o m e h a l l a b a sola en
aquellos momentos.
Mi Maestro sonrió lleno de comprensión y de afecto.
— V o l v e d m a ñ a n a a e s t a m i s m a h o r a . E s t o y s e g u r o d e q u e o s l o
p o d r é i s l l e v a r c o n v o s o t r o s c o m p l e t a m e n t e c urado.
Se a r r o di ll a r on y le hi ci e r o n g r a nd e s r e v e r e n ci a s h a s t a que
abandonaron la habitación.
M i M a e s t r o m e d i j o q u e y o e x a m i na r a t a m b i é n a l n i ñ o , con la
mayor atención. Señaló su cabeza.
— O b s e r v a a q u í , L o b s a n g — m e d i j o — . A l g o p r e s i o n a s u
c e r e b r o . E s u n h u e s o q u e t i e n e o p r i m i d o e l c o r d ó n .
¿ C o m p r e n d e s ? S u a u r a t i e n e u n a f o r m a d e a b a n i c o e n l ugar de ser
redonda.
T o m ó m i s m a n o s y l a s g u i ó h á b i l m e n t e e n t o r n o a l a zona
afectada para que yo pudiera darme cuenta mejor.
— A h o r a v o y a r e d u c i r l a . H a y q u e " p r e s i o n a r " e l h u e s o q u e l e
p r o d u c e l a e n f e r m e d a d " h a c i a a f u e r a " . ¡ O b s e r v a atentamente!
C on u na ha bilida d incr e íble , pr e sionó con su s pu lga r e s
sua ve m e nt e ha cie ndo q ue e l hue so se e nca jar a e n su sit io. E l n i ñ o n o
l a n z ó u n s o l o g r i t o . L a o p e r a c i ó n h a b í a s i d o r e a l iz a d a c o n u n a
r a p i de z a s o m b r o s a . S i n d u d a a lg u n a n o sintió ning ún dolor . Su
ca beza ya no se inclinaba sin fuerza h a c i a u n l a d o c o m o a n t e s .
E s t a b a e r e c t a . E r a u n a c a b e z a com pleta mente nor mal. Du rante u nos
inst ante s mi Maestr o le di o u no s m a s a je s e n la nu ca , c o n su a vi d a d .

426. Su s h á b il e s d e d o s d e s c e n d í a n d e l a c a b e z a a l c o r a z ó n , " n u n c a " d e l
c orazón a la cabeza.

427. 24 0 LOBSANG RAMPA
A l d í a s i g u i e n t e , c u a n d o l l e g ó l a h o r a q u e m i M a e s t r o l e s h a b í a
i n d i c a d o , l l e g a r o n l o s p a d r e s . E s t a b a n l o c o s d e alegría ante aquel
milagro.
— A h o r a — d i j o s o n r i e n d o e l L a m a M i n g y a r D o nd u p — , e s
p r e c i s o p a g a r e l b i e n q u e h a b é i s r e c i b i d o . Y p od é i s " p a g a r l o "
c a m b i a n d o d e c o n d u c t a . N o d i s c u t á i s m á s n i v o l v á i s a p e l e a r o s ,
p o r q u e l o s h i j o s a s i m i l a n l a s a c t i t ude s de l os pa dr e s . S i e ll os se
m u e s t r a n h o st ile s, e l ni ño s e v u e l v e n h o s t i l . S i e l l o s s o n
d e s g r a c i a d o s y n o s e a m a n , e l n i ñ o s e r á de s g r a c i a d o e i n c a p a z d e
a m a r . " P a g a d " e l f a v o r qu e os he m os he c ho co n a fe ct o y t er nu ra . ..
De nt r o de u na s s e m a n a s , n o s l o t r a e r é i s d e n u e v o p a r a q u e p o d a m o s
c o mprobar sus progresos.
A ca r ició , sonr ie nte , la s m ejilla s de l niño . De spu é s a ba ndonó la
habitación y yo le seguí.
— L a s p e r s o n a s m u y p o b r e s , L o b s a n g , s u e l e n s e r m u y
o r g u l l o s a s . Le s i n q u i e t a n o t e n e r d i n e r o p a r a p a g a r l o s f av o r e s q u e
l e s h a c e n . E s n e c e s a r i o h a c e r l a s c o s a s d e t a l f o r m a q u e s e
q u e d e n c o n v e n c i d o s d e q u e h a n " p a g a d o " e s o s f a v o r e s . P o r e l l o l e s
d i j e q u e d e b í a n p a g a r — d i j o m i M a e s t r o s o n r i e n d o — . E s o l e s h a
c o m p l a c i d o . S e h a b í a n c o l o c a d o s u s m e j o r e s v e s t i d o s p a r a
d i s i m u l a r s u p o b r e z a . Pe r o s ol a m e nt e pu e de n pa g a r si e n do bu e no s .
E s ne c e s a r i o de jar que los sere s huma nos mantengan su or gullo, su
autoe s t i m a c i ó n , L o b s a n g . Y s i l o c o n s i g u e s , ¡ p o d r á s o b t e n e r lo que
quieras de ellos!
A l r e g r e s a r a m i ha b i t a c i ó n , r e c o g í e l t e l e s c o p i o c o n e l q u e a n t e s
h a b í a e s t a d o j u g a n d o . E x t e n d í y a j u s t é s u s b r il l a n t e s t u b o s d e
m e t a l y m i r é e n d i r e c c i ó n a l a c i u d a d d e Lh a s a . Vi do s s om b r a s
le ja na s. El la l le v a b a a l ni ño e n su s b r a z o s . E l h o m b r e p u s o s u b r a z o
s o b r e l o s h o m b r o s d e s u esposa y la besó.
En s il e n ci o , pe ns a t iv o , a ba nd o né e l t e le s c o pi o y m e d ispuse a
estudiar mis lecciones del día siguiente.

428. C A P I T U L O X I
Est á ba m os en el re cr e o. Ca m iná bam os por e l pa t io so bre
_______ nuestros zancos, tratando de derribarnos unos a otros.
El últ im o que que daba en pie, tras habe r re sist ido todos los a t a q u e s
d e l o s o t r o s , e r a d e c l a r a d o v e n c e d o r . U n o d e m i s com pa ñer os
tropez ó e n uno de los agu jeros de l suelo y cay ó so br e m í y s obr e e l
mu cha c ho qu e e st a ba a m i la do, ha cié nd o n o s p e r d e r e l e q u i l i b r i o .
C a í m o s l o s t r e s s o b r e l a t i e r r a lanzando estrepitosas carcajadas.
¡ E l v i e j o m a e s t r o R a k s e s t a b a h o y d e u n
h u m o r g r i s ! — dijo uno de los muchachos jovialmente.
¡ E s c i e r t o ! — d i j o o t r o — . L o s d e m á s
m a e s t r o s s e p o n d r í a n v e r d e s d e e n v i d i a s i s u p i e r a n q u e e s
c a p a z d e descargar su cólera sobre nosotros sin quedarse sin aliento,
como les sucede a ellos.
Segu íam os rie ndo con toda s nue st ras fuerz as. ¿ Verde de e nv i di a ?
Lla m a m os a l os de m á s m u ch a c h o s p a r a q u e s e baja r a n d e s u s z a n c o s
y s e s e n t a r a n a ju g a r c o n n o s o t r o s a l juego del significado de los colores.
—¡La cara gris! — exclamó uno.
— N o — l e r e s p o n d í — . Y a h e m o s c i t a d o e s e c o l o r . A ntes dijimos
"un humor gris".
C o n t i n u a m o s n u e s t r o j u e g o y , d e l " h u m o r g r i s " d e l ma e str o ,
pa sa m os a la s " ne g r a s r e fle xio ne s" de u n su pe r ior y a la " e n vi d ia
ve r de " d e a lg u no s h om br e s . ¡ U n o no s ha b l ó de u na " m u je r e sc a r la t a "
q u e h a b ía v is t o e n e l m e r c a d o de L h a s a ! P e r o d e m o m e n t o , n i n g u n o
d e n o s o t r o s s a b í a s i aquella imagen podía ser utilizada en nuestro juego
porque

429. 24 2 LOBSANG RAMPA
ig no r á b a m os q u é s ig ni f i ca do p o dí a t e ne r u n a " m u je r e s ca rlata".
— ¡ Y a s é ! — d i j o e l m u c h a c h o q u e s e h a b í a s e n t a d o a m i
d e r e c h a — . U n " h o m b r e a m a r i l l o " , a m a r i l l o d e m i e d o . A l f i n y a l
c a b o , e l c o l o r a m a r i l l o s e u t i l i z a m u c h a s v e c e s para calificar el miedo.
M e q u e d é p e n s a t i v o . M e d a b a c u e n t a d e q u e s i a q u el la s
e x p r e s i o n e s s e u s a b a n n o r m a l m e nt e e n t o d o s l o s i d i oma s se r ía por
alg u na r az ón det e rm ina da . Est e pe nsa m ie nt o m e im pu lsó a
le va nt ar m e par a a cu dir en bu s ca de m i Ma e stro, el Lama Mingyar
Dondup.
E n t r é c o r r i e n d o e n s u h a b i t a c i ó n r e a l m e n t e e x c i t a d o . Él me miró
imperturbable, a pesar de mi descortesía.
H o n o r a b l e L a m a — e x c l a m é — . ¿ P o r q u é
r e c u r r i m o s a los colores para describir estados de ánimo?
C e r r ó e l li br o q u e e st a b a le y e n do y m e in vi t ó a q u e m e sentara a su
lado.
S u p o n g o q u e t e r e f i e r e s a e s a s e x p r e s i o n e s
t a l e s c o m o "humor gris" y "verde de envidia" — dijo.
S í — l e r e s p o n d í , m á s e x c i t a d o q u e n u n c a ,
c o m o p a r a r e f o r z a r m i a f i r m a c i ó n — . M e g u s t a r á s a b e r p o r q u é
l o s c o l o r e s t i e n e n e s a s s i g n i f i c a c i o n e s c o n c r e t a s . ¡ T i e n e q u e existir
alguna explicación a ese hecho!
— B i e n , b i e n , b i e n , L o b s a n g — m e r e s p o n d i ó s o n r i e ndo —. C re o
qu e tú m ism o ha s pre pa r a do la s co sa s par a q ue pue da dar te otr a de
mis char las pe da gógica s. Per o ahor a me doy cue nta de que te has
esta do dedicando a algú n eje rcicio a g o t a d o r . N o t e v e n d r á m a l u n
p o c o d e t é . Y o i b a a t omarlo ahora... Luego entraremos en materia.
E l s i r v i e n t e n o t a r d ó e n l l e g a r . E r a l a h o r a d e l t é y d e l " t s a m p a "
p a r a t o d o s l o s p o b l a d o r e s — l a m a s , m o n je s o n iños — de la
lama ser ía . Comim os sile nciosos. Y o pe nsaba en l o s c o l o r e s m i e n t r a s
e s pe r a b a a q u e m i M a e s t r o e m p e z a r a a e x p o n e r m e s u s t e o r í a s .
C u a n d o t e r m i n a m o s n u e s t r o p equeño refrigerio, contemplé al Lama con
impaciencia.
— Y a s a b e s m u c h a s c o s a s a c e r c a d e l o s i n s t r u m e n t o s m u s i c a le s

430. — e m pe z ó d i c i e n d o — . Y n o i g n o r a s q u e u n o d e esos instrumentos, muy
utilizado en el mundo occidental, se

431. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 243
l la m a p i a n o . R e c o r d a r á s q u e u n d í a t e m o s t r é u na f o t o g r af í a d e u n
p i a n o . E s t á f o r m a d o p o r u n r e c t á n g u l o l l e n o d e t e c la s bl a n ca s y
ne g r a s . B ie n, o lv i de m o s l a s ne g r a s p or u n m o m e n t o e i m a g i n a r e m o s
u n t e c l a d o d e d o s m i l l a s d e l o ng it u d , o s i q u i e r e s m á s la r g o t o d a v í a ,
q u e c o n t ie n e la t o t al i d a d d e la s v i b r a c i o n e s e x i s t e nt e s e n t o d a s y
c a d a u n a d e las dimensiones del universo.
M e m i r ó p a r a c o m p r o b a r s i l e c o m p r e n d í a p o r q u e e v i-
de nteme nte, pa ra mí, un piano era un instru mento casi de s c o n o c i d o
q u e , c o m o a c a b a b a d e d e c i r m i M a e s t r o , h a b í a v i st o s ol a m e nt e e n
fo t o g r a fí a s . A l da r se c u e nt a d e q u e c a pt a b a p e r f e c t a m e n t e l a i m a g e n
q u e p e n s a b a u t i l i z a r c o m o punto de partida, continuó:
— B i e n — d i j o — , s i t i e n e s e s e i n s t r u m e n t o c a p a z d e c o nt e ne r
la t ot a l id a d de la s v i br a ci o ne s e xi st e nt e s , e s m u y p o si b le q u e la
e s ca la co m p le t a d e la s vi br a c io n e s h u m a na s esté contenida en tres de
las teclas centrales. Ya sabes — ¡al menos e so esper o! — que todo
cua nt o existe e stá com pue st o d e v ib r a ci o ne s. C on si d e r e m os la
vi b r a ci ón m á s ba ja q u e e l ho m br e p e r c i be : la de l os cu e r p os só li d o s .
Si l o s t o ca s , imp i d e n e l p a s o d e t u s m a n o s a t r a v é s d e e l l o s . ¡ P e r o
l a r e al i d a d e s q u e t o d a s s u s m o l é c u la s e s t á n v i b r a n d o ! S i g a m o s con
el teclado imaginario. Escuchas las vibraciones llamadas s o n i d o s . Y s i
s i g u e s s u b i e n d o , t u s o j o s r e c i b e n l a s v i b r aciones que percibimos con la
vista.
M e i n c o r p o r é s o r p r e n d i d o a n t e s u s p a l a b r a s . ¿ C ó m o p o dí a la
vi s t a p e r c i bi r l a s vi b r a ci on e s ? ¿ " C ó m o" no s e r a p osible ver las cosas
cuando las mirábamos?
— L o b s a n g — d i j o m i M a e s t r o — . S i s o m o s c a p a c e s d e v e r l a s
c o s a s e s p o r q u e é s t a s v i b r a n y p r o d u c e n u n a c o nm oción m ole cular
que tu s ojos ca pt an cla ramente. En otra s p a l a b r a s , l o s o b j e t o s
i r r a d i a n c i e r t a s o n d a s v i b r á t i le s q u e s o n r e c i b i d a s p o r l o s ó r g a n o s
d e l a v i s i ó n . Y é s t o s s e e nca r g a n d e t r a n s m i t ir lo s im pu ls o s
r e c ib i do s a u n lu g a r d e l cerebro que tra nsfor ma esos im pu lsos en u na
ima gen de la s c o s a s q u e m i r a m o s . T o d o e s t o e s r e a l m e nt e c o m p l i c a d o
y , de m omento, no cr eo que sea ne ce sar io profundiza r e n ello. De lo
único que se trata es de que comprendas que todo

433. 24 4 LOBSANG RAMPA
cua nt o exist e vi bra ne ce sa r ia me nte . Si seg u im os a sce ndie nd o e n la
e s ca la de vi b r a ci on e s , ha ll a r e m os la s on da s de r adio, la s onda s
te le pá t ica s y la s onda s de los ser e s q ue ha bi t a n e n o t r a s
d i m e n s i o n e s . P e r o , n a t u r a l m e n t e , n o s v a m o s a lim ita r a la s tr e s
te cla s qu e pr odu ce n la s not a s co noci da s b a j o l o s n o m b r e s d e
o b j e t o s s ó l i d o s , s o n i d o s y c o s a s v isibles.
Y o r e f le x i o n a b a s u s p a la b r a s y m e d a b a c u e n t a de q u e m i c a b e z a
d a b a v u e l t a s . S i n e m b a r g o , l o c i e r t o e s q u e l o s m é t o d o s
p e d a g ó g i c o s d e m i M a e s t r o n o p r o d u c í a n e n m í n i n g ú n c a n s a n c i o .
S o l a m e n t e s e n t í a o d i o a l a e n s e ñ a n z a c u a n d o a l g ú n m a e s t r o
t i r á n i c o , d o m i n a d o p o r la ir a , s a c udía mi pobre y viejo manto con su vara.
M e p r e g u n t a s t e a c e r c a d e l o s c o l o r e s ,
L o b s a n g . B i e n . C om o tú sa be s, ca da vi bra ci ón im pr im e s obr e
nue st ra a ur a u n c o l o r d e t e r m i na d o . A s í , p o r e j e m p l o , s i u na p e r s o n a
s e s ie nt e d e s di c h a d a , r e a l m e nt e de sd i c ha da , su s ó r g a no s e m it i r á n
vi b r a ci on e s e n u na fr e cu e nc ia de on da q u e a su m e u n c o l o r
a p r o x i m a d o a l q u e n o s o t r o s l l a m a m o s a z u l . Y h a s t a l a s p e r s o n a s
q u e n o s o n c l a r i v i d e n t e s p a r e c e n p e r c i b i r e l az u l de la t r iste za y , por
ello, en m u chos idiom a s, ese color p a r e c e v i n c u l a d o a l a d e s d i c h a , a
l a f r u s t r a c i ó n y a l p e s imismo.
E m p e z a b a a c o m p r e n d e r . S i n e m ba r g o , n o c a p t a b a c o n c l a r i d a d
l a r e l a c i ó n e x i s t e n t e e n t r e " v e r d e " y " e n v i d i a " . Por ello, interrogué a
mi Maestro sobre este particular.
T ú s a b e s p e r f e c t a m e n t e , L o b s a n g — m e
r e s p o n d i ó — , q u e c u a n d o u n a p e r s o n a s e v e d o m i n a d a p o r e l
v i c i o d e l a envidia, sus vibraciones sufren una alteración específica
que e n e l a u r a s e t r a d u c e p o r u n c o l o r p a r e c i d o a l v e r d e . Y ,
au nqu e su a spe ct o exte r ior no se t iña de e se color , no ca be l a m e n o r
d u d a d e q u e m u c h a s v e c e s p r o d u c e l a se n s a c i ó n de est ar ve r de .
Ta m bié n de be s sa be r qu e , se gú n la s in flue ncias pla netar ias bajo la s
que ha nacido, cada pe rsona sie nte la atracción de un color o colores
determinados.
S í — e x c l a m é — , ¡ y a s é q u e a l o s q u e

434. h a n n a c i d o bajo el signo de Aries les gusta el rojo!
—Es cierto — dijo mi Maestro, sonriendo ante mi entu-

435. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 245
s i a s m o — . E s l a l e y d e l a s c o n c o r d a n c i a s a r m ó n i c a s . L a s p e r s o n a s
r e a c c i o n a n m á s f a v o r a b l e m e n t e a n t e l o s c o l o r e s c u y a s v i b r a c i o n e s
c o i n c i d e n c o n s u r i t m o b á s i c o d e v i b r ació n. É sa e s la r az ón de q ue
los q ue per t e ne ce n a l sig no de A r ie s , p o r e je m p l o , p r e f i e r a n e l r o j o .
E n s u e s t r u c t u r a m ol e c u l a r p r e d o m i n a e s e c o l o r . P o r e l l o l o
p r e f i e r e n a l o s otros.
A r d í a e n d e s e o s d e h a c e r l e o t r a p r e g u n t a . Y a c o n o c í a l a
s i g n i f i c a c i ó n d e l v e r d e y d e l a z u l y s a b í a q u e e l n e g r o de la
me dit a ción e sta ba de te r m ina do por e l he c ho de qu e e l e s t u d i o h a c í a
s u r g i r f r a n ja s o s c u r a s e n e l a u r a d e l a s pe rs o n a s q u e s e s o m e t í a n a
u n e s f u e r z o d e c o n c e n t r a c i ó n . ¡ P e r o e r a i n c a p a z d e c o m p r e n d e r e l
s i g n i f i c a d o d e l c o l o r rojo de una mujer!
— H o n o r a b l e L a m a — e x c l a m é p o r f i n , i n c a p a z d e c o nt e n e r m i
c u r i o s i d a d p o r m á s t i e m p o — . ¿ P o r q u é d e c i m o s que una mujer es
escarlata?
M i M a e s t r o m e c o n t e m p l ó s o r p r e n d i d o . Y m e p a r e c i ó q u e
a pe n a s p o d í a c o n t e ne r la r i s a . D e s p u é s , l le n o d e a m ab i l i d a d , m e
p u s o a l c o r r i e n t e d e a l g u n a s c o s a s c o n e l o bj e t o d e q u e e n e l
f u t u r o m i c e r e b r o s e l i b r a r a d e c i e r t a s confusiones.
— T ú y a s a b e s , L o b s a n g , q u e c a d a p e r s o n a t i e n e u n a
fr e cu e n ci a bá si ca d e vi br a c ió n . Su s m o lé c u la s v ib r a n a u n r it m o
det er m ina do . Y su cer e br o e mite e sa s vibr a cio ne s por u n a l o n g it u d d e
o n d a a de c u a d a . N o h a y d o s p e r s o n a s q u e t e ng a n u n a lo ng it u d de
on d a a bs ol u t a m e nt e i dé nt ic a . Pe r o cu a nd o su s lo ng it u de s d e o nd a
so n si m i la r e s o e nt r e é st a s s e p r o d u c e n c i e r t a s c o n c o r d a n c i a s
a r m ó n i c a s , s e d i c e q u e s o n c o m p a t i b l e s . É s e e s e l o r i g e n d e l a s
s i m p a t í a s r e c íprocas.
Al oír su s pa la br a s, pe nsé en cie rt os ar t ista s , e xt r a or din a r i a m e n t e
d o t a d o s p a r a l a c r e a c i ó n y d o m i n a d o s p o r u n fuerte temperamento.
— H o n o r a b l e La m a — l e p r e g u n t é — , ¿ e s c i e r t o q u e l o s a r t i s t a s
t i e ne n u n r i t m o d e v i b r a c i ó n m á s i n t e n s o q u e la s demás personas?
— S i n d u d a a l g u n a , L o b s a n g — r e s p o n d i ó m i M a e s-

436. 24 6 LOBSANG RAMPA
t r o — . C u a n d o u n h o m b r e p o s e e e s o q u e l l a m a m o s i n s p ir a c i ó n ,
c u a n d o e s u n a u t é n t i c o a r t i s t a , e l r i t m o d e s u s v ib r a c i o n e s y s u
l o n g i t u d d e o n d a e s m u y s u p e r i o r a l d e l a s d e m á s p e r s o n a s . E l l o
h a ce q u e a l g u n a s v e c e s t e n g a u n c ar á ct e r i ne st a ble y d if í ci l p a r a la
co n v iv e n c ia no r m a l. C o m o c o n s e c u e n c i a d e s u e l e v a d o r i t m o
v i b r a t o r i o , t ie n e n c i e r t a t e n de n c ia a t r a t a r c om o a i n fe r io r e s a s u s
se m e ja n t e s . Si n e m b a r g o , l a s o b r a s d e c r e a c i ó n q u e l l e v a n a c a b o
t i e n e n t a n t o v a l o r p a r a l a h u m a n i d a d q u e v a l e l a p e n a s o p o r t a r sus
manías y sus anormalidades.
Y o im a g in a b a a q u e l g ig a nt e s co t e cla do d e va r ia s m i lla s d e
lo ng it u d y m e pa r e c ía im p o si b le q u e la e xt e ns a g a m a d e la s
e xp e r ie n ci a s hu m a n a s e st u vi e r a ci r c u n s cr it a e xc lu si v amente a tres
notas. Le expuse mi nueva confusión.
— E l s e r h u m a n o , L o b s a n g — m e r e s p o n d i ó — , t i e n e u n a
i r r e f r e na b l e t e n d e n c i a a p e n s a r q u e e s l o ú n i c o a u t é ntica m e nt e
im por ta nt e de la cr ea ció n, ¿ com pr e nde s? Per o e n realidad hay
numerosas formas de existencia com pletamente di s t i nt a s a l a h u m a na .
Lo s de m á s pl a n e t a s e st á n po b la do s de sere s mu y difere ntes a los
sere s huma nos y que nosotr os n o po d e m o s im a g i na r ni co m pr e n de r . Y
e s os se r e s o cu pa n, en nue str o teclado imag inario, u n lu gar mu y
distint o al que ocu pa m os nosot r os . Y los se re s de la s dim e nsio ne s
a st r a le s d e e x is t e n ci a e st á n e n u n p la no m u ch o m á s e le v a d o q u e e l
nue str o porq ue u n espír itu que pue de atra vesar la s paredes posee una
naturaleza tan sutil que su ritmo de vibración es ne c e s a r ia m e nt e m u y
su pe r io r a l nu e st r o a u n q u e s u co m posició n m ole cu la r sea m uy
infe r ior a la de los se r e s de l mu ndo físico.
M i M a e s t r o , e l L a m a M i n g y a r D o n d u p s o n r e í a a l v e r mi gesto de
perplejidad.
— V e r á s , L o b s a n g — m e d i j o — . U n e s p í r i t u p u e d e p as a r a
t r a v é s d e u n m u r o d e p ie d r a p o r q u e u n m u r o d e p i ed r a e s e n
r e a l i d a d s o l a m e n t e u n c o n j u n t o de m o lé c u l a s v ibrátiles, separadas
unas de otras por espacios vacíos a través de los cuales pueden pasar
con facilidad los seres que tienen una composición de moléculas más

437. tenues. Naturalmente, el ritmo de vibración de los seres astrales es muy
elevado,

438. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 247
pero su naturaleza es sutil. Su ausencia de solidez hace que e l nú m e r o
d e la s m o l é c u la s q u e l o s c o m p o ne n se a m u y r ed u c i d o . L a g e n t e
s u e l e c r e e r q u e d e s p u é s d e l a s c a p a s a tm o s f é r i c a s d e l a t i e r r a ,
s o l a m e n t e e x i s t e e l e s p a c i o v a c í o . P e r o se e q u i v o c a n . E l e s p a c i o
t i e ne e n t o d o m o m e nt o y e n t oda s pa rt e s u na e st ru ct u ra m ole cu la r .
En g e ne r a l, su s m ol é c u l a s s o n d e h i d r ó g e n o y e s t á n m u y s e p a r a d a s
u n a s d e o t r a s . P e r o e sa s m o lé c u la s e xi st e n r e a lm e n t e y p u e de n se r
d e t e c t a d a s d e l a m i s m a f o r m a q u e s e p u e d e c a p t a r l a p r esencia de un
espíritu.
S o n a r o n l a s c a r a c o l a s d e l T e m p l o , c o n v o c a n d o e l s e rvicio.
— M a ñ a na s e g u i r e m o s t r a t a n d o de e st e t e m a , L o b s a n g . Creo que es
necesario que llegues a dominarlo totalmente.
Al te rm ina r el se r vici o r e lig ioso, se ini ció la car r e ra qu e te nía por
meta la comida . El hambre nos domina ba a todos. Nuestras reservas de
alimentos estaban agotadas y aquel era e l d í a s e ñ a l a d o p a r a
a b a s t e c e r n o s n u e v a m e n t e d e c e b a d a t osta da . En e l Tibe t , lo s m onje s
lle va n sie m pre consig o u na pe qu e ña bolsa de cu er o don de gu a r da n la
har ina de ce ba da q u e s e m e z c l a c o n e l t é y l a m a n t e c a p a r a
p r e p a r a r e l " t s a m p a " . P o r e s a r a z ó n , t o d o s p a r t i c i p a m o s e n
a q u e l l a carre ra y nos cong regam os en el luga r destina do al repa rto,
pa r a l le na r de pr o vi s io ne s nu e st r a bo l sa , pa sa nd o lu e g o a l c o m e d o r
d o n d e n o s p r o p o r c i o n a r í a n e l t é n e c e s a r i o p a r a nuestra cena.
L a c o m i d a e r a h o r r i b l e . M a s t i q u é m i " t s a m p a " p r e g u nt á n d o m e s i
l e i b a a s e n t a r b i e n a m i e s t ó m a g o . T e n í a u n espa ntoso sabor a
gra sa quema da y pasé ve rdade ros apu ros para tragarlo.
— ¡ A h ! — d i j o u n m u c h a c h o — . ¡ E s t o e s t á d e m a s i a d o tostado! ¡No
hay quien se lo coma!
—¡Han echado a perder la comida! — le respondí.
L o i n t e n t é d e n u e v o , c o n t r a y e n d o a n s i o s a m e n t e e l r o st r o p a r a
v e r s i c o n s e g u ía p o r f i n t r a g á r m e l o . D e s p e r d i c i a r l a c o m i d a e s , e n e l
T i b e t , u n a f a l t a g r a v e . M i r é a m i a l r ed e d o r y v i q u e t o d o s e s t a b a n
d o m i n a d o s p o r l a m i s m a a ngustia. Sin duda alguna, el "tsampa" estaba en
malas con-

440. 24 8 LOBSANG RAMPA
di c io ne s . To d o s t ir a ba n la co m i d a y a q u e l he ch o co n s t it u ía u n a
e x t r a ñ a c o i n c i d e n c i a e n u na c o m u n i d a d s i e m p r e h a mb r i e n t a c o m o l a
n u e s t r a . H a c i e n d o u n g r a n e s f u e r z o , c o ns e g u í t r a g a r e l " t s a m p a "
q u e l l e n a b a m i b o c a y é s t e c a y ó e n m i e s t ó m a g o c o n u n a v i o l e n c i a
i n e s p e r a d a , p r o d u c i é ndom e náu sea s. Rá pida mente, lle no de asco, me
tapé la boca con la mano y avancé hacia la puerta...
C u a n d o m e d i s p o n í a a e n t r a r d e n u e v o e n e l c o m e d o r , d e s p u é s
d e v o m i t a r v i o l e n t a m e n t e c u a n t o t e n í a e n e l e s t ómago, oí que alguien
me llamaba.
¡ H o l a , j o v e n c i t o ! — m e d i j o u n a v o z q u e
p r o n u n c i aba el idioma tibetano de una manera extraña.
M e v o l v í . E r a K e n j i T e k e u c h i , e l m o n j e j a p o n é s q u e había
estado en todas partes, que había visto y hecho tantas cosas y que,
después de vivir las más variadas experiencias, s e ve í a d o m i n a d o p o r
u n e xt r a ñ o y p e l ig r o s o d e s e q u i l i b r i o mental.
T e h a p a r e c i d o m a l a l a c o m i d a , ¿ n o e s
c i e r t o ? — m e d i j o c o n a f e ct o — . Y o h e t e n i d o la m i s m a d i f i c u l t a d
q u e t ú p a r a t r a g a r l a y t a m b i é n t u v e q u e s a l i r c o r r i e n d o p o r l a s
m isma s ra z one s qu e t ú lo ha s he c ho. Va m os a e spe ra r pa ra v e r q u é
s u c e d e . Y o m e q u e d a r é a q u í a f u e r a u n r a t o . E sp e r o q u e e l a i r e
f r e s c o m e l i b r e t o t a lm e n t e d e la s n á u se a s terribles que me ha provocado
la comida.
S e ñ o r — l e d i j e c o n l a m a y o r d e f e r e n c i a
— . T ú h a s v ia ja d o po r t od o e l m u nd o . Ta l v e z p u e da s de ci r m e po r
q u é e n e l T ib e t la a li m e n t a c ió n e s t a n t e r r ib le m e nt e m o nó t o na . E s t o y
c o m p l e t a m e n t e c a n s a d o d e c o m e r t é y " t s a m p a " y " t s a m p a " y t é .
A l g u n a s v e c e s m e r e s u l t a i m p o s i b l e t r a g a r un solo bocado.
E l j a p o n é s m e m i r ó c o n g r a n c o m p r e n s i ó n , c o m o c o m-
padeciéndose de mí.
¡ A h ! — e x c l a m ó — . M e l o p r e g u n t a s
p o r q u e s u p o n e s q u e he t e ni do q u e p r o ba r l os p la t os m á s
va r ia do s . Y t ie ne s r a z ó n . M e h e p a s a d o l a v i d a v i a j a n d o . C o n o z c o
l a c o c i n a ing le sa , a le m a na , r u sa y , posi blem e nte , la de ca si t odos los

441. p a í s e s q u e p u e d a s m e n c i o n a r m e . A p e s a r d e m i s v o t o s r eligiosos, me
he dado buena vida o, al menos, así lo creí

442. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 249
d u r a n t e m u c h o t i e m p o . P e r o a h o r a m e e n t r i s t e c e p e n s a r q u e n o
c u m p l í c o n m i s o b l i g a c i o n e s . — S e a n i m ó d e p r o nt o — . ¡ A h , c l a r o !
M e h a s p r e g u n t a d o p o r q u é n u e s t r a s c om ida s son ta n m onót ona s.
Voy a de cír te lo. Los oc cide nt a le s com e n de m a sia do. Su a lime nta ci ón
e s m uy va r ia da . Su s sis tema s digestivos a ctúan siem pre
inconscie nteme nte. Quie ro d e c ir t e c o n e ll o q u e no e st á n co nt r o la do s
po r la p a r t e c o n sci e nt e de l ce r e b r o . Se g ú n nu e s t r a s e ns e ña nz a s , si
nu e st r o c e r e b r o p u e de a na l i z a r , a t r a v é s d e l o s o j o s , e l t i p o d e n u-
t r i c i ó n q u e v a m o s a i n t r o d u c i r e n n u e s t r o e s t ó m a g o , é s t e se g re g a
los ju g os g á str ic os ne ce sa r ios, en ca nt ida d y e n cal i d a d , p a r a
a p r o v e c h a r l o s a l i m e n t o s h a s t a e l m á x i m o . S i , p o r e l c o n t r a r i o , l o s
a l i m e nt o s s e i n g ie r e n i n d i s c r i m i n a d a - m e nt e y l a p e r s o n a q u e l o s
c o m e e st á p e r d i e n d o e l t ie m p o e n co n v e r s a c io n e s in ú t i le s , l os ju g o s
no so n s e g r e g a d o s de la for m a a de cu a da , la dig e st ión se ha ce pe nosa ,
se pa de ce n in dige st ione s y , fina lme nte , se pr o du ce n la s úlce r a s
inte st in a l e s . ¿ Q u e r í a s s a b e r p o r q u é n u e s t r a s c o m i d a s s o n t a n
po b r e s? ¡B ie n ! C u a nt o m á s p o br e y , de nt r o de u no s l ím i t e s
r a z o n a b l e s , m á s m o n ó t o n a e s l a c o m i d a q u e c o n s u m i m o s , m á s
p r o p i c i a e s p a r a e l d e s a r r o l l o d e l a s p a r t e s f í s i c a s d e n u e s t r o
c u e r p o . Y o e s t u d i é l o O c u l t o c o n e l m a y o r a p a s i on a m i e n t o . T e n í a
g r a n d e s p o d e r e s d e c l a r i v i d e n c i a . P e r o s i e m p r e c o m í y b e b í e n
p r o p o r c i o n e s r e a lm e n t e i n c r e í b l e s y p e r d í t o d o s m i s p o d e r e s
m e t a f í s i c o s . P o r e l l o , m e v i n e a q u í a C h a k p o r i , p a r a q u e c u i d a r a n
d e m í y p a r a q u e m i c u e r p o c a n s a d o p u d i e r a r e p o s a r u n p o c o a n t e s
d e a b a n d onar e ste mu ndo. Y cu ando, dent ro de pocos mese s, me vaya
d e la t ie r r a , l o s T r i t u r a d o r e s d e C a d á v e r e s de s t r o z a r á n m i cu e r p o y
t e r m i na r á n la t a r e a q u e y o i ni ci é , ha c e y a m u c ho t ie m p o , y l le v é a
c a b o a l o l a r g o d e t o d a m i v i d a c o m i e n d o y bebiendo desmesuradamente.
M e m i r ó y se a g i t ó u n i n s t a n t e e n u n o de s u s e x t r a ñ o s y súbitos
estremecimientos.
— N o o l v i d e s m i s p a l a b r a s , h i j o — a ñ a d i ó — . S i g u e m i c o n se j o .
A l i m é nt a t e s i e m p r e c o n s o b r i e d a d y n u n c a p e r d er á s t u s p o de r e s . S i
no c r e e s l o q u e t e d ig o, s i , co m e s c om o un animal hambriento, te

443. destruirás a ti mismo. Y ¿qué

444. 25 0 LOBSANG RAMPA
g a n a r á s c o n e l l o ? I n d i g e s t i o n e s , s o l a m e n t e i n d i g e s t i o n e s . Y ú lce r a s
g á s t r ic a s q u e t e r m ina r á n i r r e m e di a b le m e nt e c on t u b u e n h u m o r .
¡ A y ! ¡ A y ! T e n g o q u e i r m e . C r e o q u e v o y a tener otro ataque.
E l m o n j e j a p o n é s K e n j i T e k e u c h i s e a l e j ó p r e c i p i t a d am e n t e
h a c i a e l s e c t o r d e l o s l a m a s . Y o m e s e n t í a l l e n o d e com pa sió n y
tr ist ez a . Me hu bier a g u sta do po de r ha bla r con é l du r a nt e m u cho
tie m po. ¿ Qu é t ipo de a lime nt os le ha bía n a r r u i na d o de a q u e lla fo r m a ?
¿ Se r ía n s a b r o s o s? De p r o n t o , tuve conciencia de mis propios
pensamientos, de mis dudas. Y m e b u r l é d e m í m i s m o . ¿ P a r a q u é
a t o r m e n t a r m e d e a q u e l l a f o r m a s i t o d o l o q u e t e n í a a m i a l c a n c e
e r a e l t é r a n c i o y g r a s i e n t o y e l " t s a m p a " q u e m a d o , n e g r u z c o , r e-
p u g n a n t e ? S a c u d í m i c a b e z a r e s i g n a d o y e n t r é e n e l C omedor
nuevamente.
Ha b l é c o n m i M a e s t r o , e l L a m a M i n g y a r D o n d u p , u n a s horas
después.
H o n o r a b l e L a m a — l e p r e g u n t é — , ¿ p o r
q u é l a g e n t e c o m p r a h o r ó s c o p o s a l o s c h a r l a t a n e s d e " E l
C a m i n o " ? Mi Maestro lanzó un hondo suspiro.
C o m o t ú y a s a b e s , L o b s a n g — m e
r e s p o n d i ó — , n i ngún horóscopo es válido si no se prepara
especialmente para ca da persona . Los horóscopos no pueden ser
pre pa rados por u n p r o c e d i m ie n t o d e p r o d u c c i ó n m a s i v a . L o s q u e l o s
c h a rl a t a n e s v e n d e n e n " E l C a m i n o " s i r v e n t a n s ó l o p a r a s a c a r e l
d i n e r o a l a s p e r s o n a s d e m a s i a d o c r é d u l a s . — M e m i r ó
si g n i fi c a t i va m e nt e y c on t i nu ó — : N a t u r a lm e n t e , lo s pe r e g r in o s q u e
l o s c o m p r a n , c u a n d o r e g r e s a n a s u h o g a r , m u e st r a n e s o s
h o r ó s c o p o s c o m o u n r e c u e r d o d e l P o t a l a . De e s a for m a se qu e da n
sat is fe chos y los cha r la ta ne s ta m bié n. Por e l lo , si t o do s s e si e n t e n
t a n fe l ic e s , ¿ pa r a q u é pr e oc u p a r se con esas cosas?
— ¿ C r e e s n e c e s a r i o q u e l a s p e r s o n a s c o n o z c a n s u s h oróscopos
auténticos? — le pregunté.
— N o , L o b s a n g , n o . C r e o q u e , e n g e n e r a l , n o e s c o nv e n i e n t e .
S ó l o e n a l g u n o s c a s o s , c o m o e l t u y o , e s a c o n s ej a b l e . L o s

445. h o r ó s c o p o s s i r v e n m u y a m e n u d o p a r a q u e l a s personas intenten eludir
las responsabilidades de sus pro-

446. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 251
pia s a ccione s. Por ello, no soy pa rt ida r io de q ue se r e cur r a a l a
a st r o l o g í a , a n o s e r q u e e x i s t a n p a r a e l l o r a z o n e s c o nc r e t a s y
s u f i c i e n t e s . C o m o t ú s a b e s , la m a y o r ía d e l a s p e rsonas son como
peregrinos que recorren la ciudad de Lhasa. Los árboles, las casas y el
laberinto de las calles les impiden ver el ca mino que tienen a nte ellos.
Deben e star pr epara dos pa r a enfr e nta r se a cu a lqu ier co nt inge ncia .
De s de a qu í, de sde nue st r o e le va do pue st o de obse r va ción , po dem o s
ver con la m a y or c la r i da d lo s ob s t á c u l os q u e le s e sp e r a n. L os p e r e-
grinos son como la s per sona s que no conoce n su horóscopo. N o s o t r o s ,
p o r h a b e r a l c a n z a d o u n g r a d o d e d e s a r r o l l o s up e r i o r a l d e l o s
p e r e g r i n o s , s o m o s c o m o p e r s o n a s q u e s í c o n o c e n e l s u y o . Y e l l o
n o s p e r m it e v e r e l c a m i n o q u e t e ndre mos que recor rer , con su s
dificu ltades y sus obstáculos, y p o d e m o s p r e p a r a r n o s p a r a
s u p e r a r l o s c u a n d o s e a n e c esario.
— H a y o t r a c u e s t i ó n q u e m e p r e o c u p a e n o r m e m e n t e , H o n o r a b l e
L a m a . ¿ P o r q u é c o n s e r v a m o s e n e s t a v i d a l o s c o n o c i m i e n t o s q u e
a d q u i r i m o s e n n u e s t r a s p a s a d a s e x i stencias?
Le m i r é l l e n o d e a n s i e d a d . S i e m p r e s e n t ía c i e r t o t e m or c u a n d o l e
h a c í a p r e g u n t a s d e e s t e t i p o p o r q u e s a b í a p e rf e c t a m e n t e q u e n o
t e n í a n i n g ú n d e r e c h o a p r o f u n d i z a r e n c i e r t a s m a t e r ia s m á s a l l á d e
l o a c o n s e j a b l e . P e r o m i M a e st r o, e n lu g a r de m o le s t a r se a nt e m i
cu r i os i da d , m e r e s po ndió con su amabilidad acostumbrada.
—A n t e s d e v e n i r a l a t ie r r a , L o b s a n g , n o s t r a z a m o s u n p la n d e l o
q u e i nt e nt a r e m o s ha ce r . N u e st r o s u b c on s c ie nt e a c u m u l ó u n a s e r i e
d e c o n o c i m i e n t o s . Y s i n o s e s p o s i b l e i n t r o d u c i r n o s e n é l — ¡ c o m o
h a c e m o s a l g u n o s d e n o s ot r o s ! — p o d e m o s l l e g a r a c o n o c e r c o n l a
m a y o r e x a c t i t u d c u á l e s f u e r o n n u e s t r o s p l a n e s . N a t u r a l m e n t e , s i
l o r e c o rdá r a m os t od o d e t a l la d a m e nt e , nu e st r os e s fu e r z o s pa r a pe r-
fe cc i on a r no s no t e nd r ía n n in g ú n m é r it o p or q u e t od o l o t e nd r í a m o s
pr e vi s t o de a nt e m a no . A l g u n a s ve ce s, p or r a z one s oc u l t a s , du r a n t e e l
su e ño o a t r a vé s de u n d e s d o bl a m ie nt o co n s ci e n t e , l a s p e r so na s
sa le n de su cu e r po y se p o ne n e n contacto con su Ser Superior. Y ello
permite en ocasiones

448. 25 2 LOBSANG RAMPA
e n t r a r e n c o n t a c t o c o n l o s c o n o c i m i e n t o s a l m a c e n a d o s e n e l
s u b c o n s c i e n t e , c o n s i g u i e n d o q u e é s t o s s e v i e r t a n e n e l c u e r p o
f í s i c o . Y c u a n d o e l c u e r p o a s t r a l r e g r e s a a s u e nvoltura terrestre, la
mente conserva el recuerdo de las cosas q u e le s u ce d i e r o n e n s u s
p a s a d a s e x i s t e n c i a s . E s t o p u e d e s e r n o s m u y ú t i l p a r a n o v o l v e r a
c o m e t e r l o s m i s m o s e r r ores en que incurrimos a lo largo de nuestras
vidas sucesivas. T e p o n d r é u n e j e m p l o . U n a p e r s o n a s i e n t e t a l v e z
l a t e nt a c ió n d e s u i ci d a r se . Pe r o s i e sa p e r s o na f u e ca st ig a da p or
h a b e r c o m e t i d o e s a f a l t a e n o t r a s o c a s i o n e s , t e n d r á u n a
con cie n cia int u it iva de l ca r á cte r neg a t ivo de la a ut ode st ru cc i ó n y e l l o
le se r v i r í a t a l v e z p a r a n o ce d e r a l de s e o d e a utodestruirse de nuevo.
Y o r e fle xiona ba su s pa la br a s. Pe nsa t ivo m e a ce r qu é a la ve nt a na y
m ir é a l e xt e r i or . De ba j o de n o so t r os , se e xt e nd ía e l h ú m e d o v e r d o r
d e l p a n t a n o y la ve r d e h e r m o s u r a d e l o s sauces.
L a s p a l a b r a s d e m i M a e s t r o d e s v a n e c i e r o n m i s e nsueños.
— S ie m p r e t e g u s t a m ir a r p o r l a ve n t a n a , L o b s a n g . ¿ N o has
pe nsado nu nca que lo haces porq ue, inconscie nteme nte, sie nte s q ue
tu s ojo s de sca nsa n al cont e m pla r el color ve r de que predomina en el
paisaje?
M e d i c u e n t a d e q u e , e n r e a l i d a d , s i e m p r e q u e m e s e nt ía
ca nsa do de e stu dia r mis libr o s, se a som a ba e n bu s ca de aquel color.
— E l v e r d e , L o b s a n g — d i j o m i M a e s t r o — , e s u n c ol o r q u e
t i e n e l a p r o p i e d a d d e a l i v i a r n u e s t r o s o j o s f a t i g ad o s . C u a n d o
v i s i t e s e l m u n d o o c c i d e n t a l , v e r á s q u e e n a lg u n o s t e a t r o s e x i s t e u n
" sa l ó n v e r d e " , d o n d e l o s a c t o r e s y las a ctr ice s de scansan y alivia n sus
ojos, som etidos dura nte algún tiempo a la intensa luz de los focos.
Mi s oj os se a b r ie r o n a s om br a d o s . Pe n sé q u e c u a n d o s e me
pre se nta ra la ocasión, su scitar ía nueva mente el tema de los colores que
me parecía tan apasionante.
— A h o r a d e b o i r m e , L o b s a n g — d i j o m i M a e s t r o — . P e r o
m a ñ a n a v e n a v e r m e o t r a v e z y p r o s e g u i r e m o s n u e stras clases.

449. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 253
S e l e v a n t ó y s e f u e , d e s p u é s d e d a r m e u n a s c a r i ñ o s a s pa lm a da s
en el hom br o. Du ra nt e u nos inst a nt e s, se gu í con t e m p l a n d o e l
h ú m e d o v e r d o r d e l a s h i e r b a s d e l o s p a n t an o s y d e l o s á r b o l e s ,
t a n b e n e f i c i o s o p a r a m i s o j o s f a t igados.

450. C A P Í T U L O X I I
e detuve unos instante a mitad del sendero y contemplé
l a l a d e r a d e l a m o n t a ñ a . M i c o r a z ó n e s t a b a l l e n o d e t r i s t e z a y
l a s l á g r i m a s a r d í a n d e n t r o d e m í p u g n a n d o p o r b r o t a r de m is oj os .
Se l le v a b a n a l a nc ia no Ke nj i Te k e u c hi . E l m o n je ja p o n é s h a b í a
" r e g r e s a d o c o n s u s A nt e p a s a d o s " . Los Tr it ur a dor e s de Ca dá ve re s se
lle va ba n su po br e cu e r po s i n v i d a l e j o s d e n o s o t r o s . ¿ E s t a r ía a c a s o s u
E s p í r it u r e c or r ie n d o u n s e n de r o bo r de a do de ce r e z o s e n f lo r ? ¿ O t a l
ve z c o n t e m p l a r í a u n a v e z m á s l o s e r r o r e s de s u v i d a y e m pe z ar í a a
p r e p a r a r s u r e g r e s o a l a t i e r r a ? M i r é h a c i a a b a j o y , a n t e s d e q u e l o s
h o m b r e s d o b l a r a n u n r e c o d o d e l c a m i n o , v i e l p a t é t i c o c o n j u n t o d e
c a r n e q u e a n t e s h a b í a s i d o u n h o m b r e . E l s o l s e e n s o m b r e c i ó d e
p r o n t o y m e p a r e c i ó q u e veía su rostro entre las nubes.
¿ S e r í a c i e r t o , m e p r e g u n t a b a , q u e l o s G u a r d i a n e s d e l mu ndo
exist ían? Los Grande s Espír itu s Guar dianes e staban d e s t i n a d o s a d a r
t e s t i m o n i o d e l o s s u f r i m i e n t o s d e l H o mb r e a l o l a r g o d e s u v i d a
s o b r e l a T i e r r a . P e n s é q u e s e r ía n l o m i s m o q u e m a e s t r o s . T a l v e z
c u a n d o K e n j i T e k e u c h i s e h a l l a r a e n s u p r e s e n c i a , é s t o s l e d i r í a n
q u e h a b í a a p r e n d id o b i e n l a g r a n l e c c i ó n d e l a e x i s t e n c i a . E s p e r a b a
q u e a s í s u c e d i e r a p o r q u e f u e u n d é b i l a n c i a n o q u e h a b í a v i v i d o
m u c h o y s u f r i d o m u c h o . ¿ O t a l v e z n e c e s i t a r í a v o l v e r a
e n c a r n a r s e y a s u m i r u n a n u e v a e n v o l t u r a c a r n a l p a r a s eguir
aprendiendo? ¿Cuándo volver ía? ¿De ntr o de se iscie ntos años? ¿Ahora
mismo?

451. LA CAVERNA DE LOS ANTEPASADOS 255
P e n s a b a t o d o a q u e l l o y p e n s a b a , a l m i s m o t i e m p o , e n e l se r vi c io
r e l ig i os o a l q u e n o ha bí a a cu di d o p a r a a s is t i r a l Se r vi c io de
A c om pa ña r a u n Mu e r t o . L a s va ci la nt e s l la m a s de la s lá m pa ra s de
gr a sa e ra n com o u na ima g e n de nu e str a p o b r e v i d a . R e c o r d é l a s
n u b e s d e i n c i e n s o , c o n s u d u l c e a r o m a , q u e a l a s ce n d e r p a r e cí a n
t r a n s f or m a r se e n se r e s v iv i e n t e s . P o r u n m o m e n t o , h a b í a
i m a g i n a d o q u e K e n j i T ek e u c h i a c a b a b a d e r e g r e s a r d e n u e v o c o n
n o s o t r o s y e s t ab a v i v o . P e r o s u c u e r p o s e a l e j a b a p o r e l s e n d e r o
l e n t am e n t e . T a l v e z e n a q u e l l o s m o m e n t o s , s u e s p í r i t u e s t a b a
c o n t e m p l a n d o e n e l A r c h i v o K á r m i c o l a s e s c e n a s d e t o d o c u a n t o
h a b í a s u c e d i d o . Y , p o s i b l e m e n t e , p o d r í a c o n o c e r cla rame nte cuá les
fue ron sus err ore s para recor da rlos cuando regresara de nuevo a la tierra.
E l a n c i a n o m e h a b í a e n s e ñ a d o m u c h a s c o s a s . A s u m an e r a , m e
d e m o s t r ó s u a p r e c i o y m e t r a t ó c o m o a u n i g u a l . P e r o y a h a b í a
a b a n d o n a d o e s t e m u n d o . Y o a r r a s t r a b a s i n pr isa s m is sa nda lia s
ga st a da s sobr e la t ie r r a y so bre la s r oc a s . ¿ C ó m o h a b r í a s i d o s u
m a d r e ? M e r e s u lt a b a i m p o s i b l e i m a g iná r m e l o jo ve n, e n su ho g a r ,
e nt r e su fa m il ia . La so led a d d e b i ó d e s e r d u r a p a r a é l , p o r q u e
s i e m p r e v i v i ó e n t r e e x t r a ñ o s , m u y l e j o s d e s u p a t r i a , m u y l e j o s d e
l a c á l i d a br is a d e s u M on t a ña S a g r a da . Me ha b ía ha bl a d o de l Ja p ó n
mu cha s ve ce s . Y cu a ndo lo ha cía , su v oz enr onq ue cía y su s ojos
brillaban con una luz extraña.
U n d í a m e s o r p r e n d i ó p r o f u n d a m e n t e a s e g u r á n d o m e qu e la s
per s ona s solía n a ve ntu r a r se e n el pe lig r os o m u ndo d e l os
co n o ci m ie nt os oc u l t o s c u a n do e n r e a l id a d , e n lu g a r de ase dia r a u n
Mae st ro con su s pre guntas, lo que de be ría n h a ce r e s e s p e r a r a
a l c a n z a r l a p r e p a r a c i ó n n e c e s a r ia p a r a e l l o . " E l M a e s t r o l l e g a
« s i e m p r e » c u a n d o e l a l u m n o e s t á p r e p a r a d o p a r a r e c i b i r l o , h i j o " ,
m e h a b í a d i c h o . " C u a n d o t e ng a s u n M a e st r o , ob e d é ce le e n t o do
po r q u e é sa e s la ú n ica forma de alcanzar la verdad deseada."
Oscu r e cía . La s nu be s pa sa ba n ve loce s so bre no sot r os y e l vie nt o
a r r a st r a b a s u co t i di a n o c a r g a m e n t o d e po l vo . Deb a j o d e m í , e n l a
L l a n u r a , u n p e q u e ñ o g r u p o d e h o m b r e s pareció salir de la montaña.
Suavemente colocaron su pa-

453. 25 6 LOBSANG RAMPA
t é t ic a c a r g a s ob r e u n c a b a l lo y s e a le j a r o n t od o s le n t a m e nt e . Y o
e s t u v e c o n t e m p l a n d o e l p e q u e ñ o c o r t e j o f ú n e b r e h a s t a q u e s e
p e r d i ó e n e l h o r i z o n t e . D e s p u é s , s i n p r i s a s , v o l v í la e s p a l d a a l a
L la n u r a y a s c e n d í p e n s a t i v o a la m o ntaña.