PÁGINA 15
LÍNGUA PORTUGUESA –5.°ANO
VÓCAIUNAPISCINA
Noitenacasadaserra,aluzapagou.Entraogaroto:
–Pai,vócaiunapiscina.
–Tudobem,filho.
Ogarotoinsiste:
–Escutouoqueeufalei,pai?
–Escutei,edaí?Tudobem.
–Cênãovailá?
–Nãoestoucomvontadedecairnapiscina.
–Maselatálá...
–Eusei,vocêjámecontou.(...)
–Táescuro,pai.
–Assimatéémelhor.(...)Daquiapoucoaluzvolta.Senão
voltar,dánomesmo.Pedeàsuamãepraacenderavelanasala.
Euficoaquimesmo,sossegado.
–Pai...
–Meufilho,vádormir.Émelhorvocêdeitarlogo.Amanhã
cedinhoagentevoltaproRio,evocêcustaaacordar.Nãoquero
atrasaradescidaporsuacausa.
–Vótácomumavela.
–Poisentão?Tudobem.Depoiselaacende.
–Játáacesa.
–Seestáacesa,nãotemproblema.Quandoelasairdapiscina,
pegaavelaevoltadireitinhopracasa.Nãovaierrarocaminho,a
distânciaépequena,vocêsabemuitobemquesuaavónãoprecisa
deguia.
–Porquêcênãoacreditanoqueeudigo?
–Comonãoacredito?Acreditosim.
–Cênãotáacreditando.
–Vocêfalouqueasuaavócaiunapiscina,euacrediteiedisse:
tudobem.Queéquevocêqueriaqueeudissesse?
–Não,pai,cênãoacreditounimim.
–Ah,vocêestámeenchendo.Vamosacabarcomisso.Euacreditei.
Quantasvezesvocêquerqueeudigaisso?Ouvocêachaqueestou
dizendoqueacreditei,masestoumentindo?Fiquesabendoqueseupai
nãogostadementir.
–Nãotechameidementiroso.
–Nãochamou,masestáduvidandodemim.Bem,nãovamos
discutirporcausadeumabobagem.Suaavócaiunapiscina,edaí?É
umdireitodela.Nãotemnadadeextraordináriocairnapiscina.Eusó
nãocaioporqueestoumeioresfriado.
–Ô,pai,cêédemorte!
Ogarotosai,desolado.Aquelevelhonãocompreendemesmonada.
Daíapoucochegaamãe:
–Eduardo,vocêsabequedonaMarietacaiunapiscina?
–AtévocêFátima?NãochegaoNelsinhovircomessaladainha?
–Eduardo,estáescuroquenembreu,suamãetropeçou,
escorregouefoiparardentrodapiscina,ouviu?Estácomavelaacesa
namão,pedindoparaquetiremeladelá,Eduardo!Nãopodesair
sozinha,estácomaroupaencharcada,pesandomuito,esevocênão
fordepressa,elavaiterumacoisa!Elamorre,Eduardo!
–Como?Porqueelenãomedisseisto?Elefalouapenasqueela
tinhacaídonapiscina,nãoexplicouqueelatinhatropeçado,
escorregadoecaído!
Saiucorrendo,nemesperouavela,tropeçou,quasequeiaparar
tambémdentrod’água.
–Mamãe,medesculpe!Omeninonãomedissenadadireito.Falou
queasenhoracaiunapiscina.Eupenseiqueasenhoraestavase
banhando.
–Estábem,Eduardo–dissedonaMarieta,safando-sedaáguapela
mãodofilho,esempreempunhandoavelaqueconseguiramanter
acesa.–Masdeoutravezvocêvaiprestarmaisatençãonosentido
dosverbos,ouviu?Nelsinhofaloudireito,vocêéqueteveumacesso
deburrice,meufilho!
Adaptado de ANDRADE, Carlos Drummond de. Rick e a girafa. São Paulo, Ática, 2002.
Agora vamos ler uma história engraçada!
Professor(a),otextoseprestaaumaleituradramatizada.Peçaaosalunosqueanotemquemdisseo
quê,nodiálogo,epercebamanecessidadedossinaisdepontuaçãocomorecursosexpressivos.
Exploreousodasreticências,exclamaçõeseinterrogações.EmParagostardelervol1,daEd.Ática,
háoutrascrônicasdivertidasparaessafaixaetária.Texto 14