Loucura e Obsessão - 35 anos_TEXTO

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About This Presentation

“O ESPIRITISMO NÃO NEGA A LOUCURA E AS CAUSAS DETECTADAS PELOS PESQUISADORES;
antes as confirma, reconhecendo nelas mecanismos necessários para o estabelecimento de matrizes, através das quais a degenerescência da personalidade ocorre, nas múltiplas expressões em que se apresenta.
Ocorre q...


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LOUCURA E OBSESSÃO
- 35 Anos

SUMÁRIO

1. Introdução .................................................................................................... 1
1.1 O Livro “Loucura e Obsessão” – 35 anos ................................................... 1
2. A Loucura - Ótica Espiritual ..................................................................... 2
2.1 Considerações Doutrinárias ........................................................................ 2
3. A Obsessão – Ótica Espiritual ................................................................. 13
3.1 O Que É ..................................................................................................... 13
3.1.1 Domínio/Controle ............................................................................................... 13
3.1.2 Enfermidade Espiritual ....................................................................................... 14
3.1.3 Resgate/Provação/Expiação................................................................................ 17
3.2 Causas Preponderantes .............................................................................. 18
3.2.1 Débitos Cármicos ...................................................................................... 18
3.2.2 Indolência Física/Mental ........................................................................... 20
3.2.3 Tendências Negativas ................................................................................ 21
3.3 Causas Predisponentes/Fatores Agravantes .............................................. 22
3.3.1 Alto índice de Criminalidade na Sociedade atual ............................................... 22
3.3.2 Aumento dos conflitos Familiares – violência domesticas, perturbações .......... 23
3.3.3 Aumento da sintonia psíquica negativa na Transição Planetária ....................... 26
3.3.4 Elevado número de problemas de Comportamento – Álcool/Drogas/Jogos ...... 28
3.4 Um Flagelo Social e Espiritual ................................................................. 29
3.5 Estratégias ................................................................................................. 32
3.5.1 Cultivo das Auto- Obsessões/Depressão ............................................................. 32
3.5.2 Incremento de Obsessões Espirituais Sutis ........................................................ 33
3.5.3 Existência de Obsessões Intermitentes ............................................................... 35
3.5.4 Estabelecimento das Obsessões “Pacificas” ....................................................... 36
4. Loucura e Obsessão – Ótica Espiritual ..................................................... 1
4.1 Considerações Doutrinárias ........................................................................ 1
5. A Série Manoel Philomeno de Miranda .................................................. 25
5.1 Importância ............................................................................................... 25
5.2 Composição da Série – Lista x Data x Editora ......................................... 27
5.3 Livros – Sinopses ...................................................................................... 28
5.3.1. Nos Bastidores da Obsessão – 1970 ......................................................... 28
5.3.2. Grilhões Partidos – 1974 ........................................................................... 29

5.3.3. Tramas do Destino – 1976 ........................................................................ 30
5.3.4. Nas Fronteiras da Loucura – 1982 ............................................................ 31
5.3.5. Painéis da Obsessão – 1984 ...................................................................... 33
5.3.6. Loucura e Obsessão – 1988 ....................................................................... 34
5.3.7. Temas da Vida e da Morte – 1989 ............................................................ 35
5.3.8. Trilhas da Libertação – 1996 ..................................................................... 36
5.3.9. Tormentos da Obsessão – 2001................................................................. 37
5.3.10. Sexo e Obsessão – 2003 ............................................................................ 38
5.3.11. Entre os Dois Mundos – 2006 ................................................................... 39
5.3.12. Reencontro com a Vida – 2006 ................................................................. 41
5.3.13. Transtornos Psiquiátricos e Obsessivos – 2009 ........................................ 42
5.3.14. Transição Planetária – 2010 ...................................................................... 43
5.3.15. Mediunidade: Desafios e Bênçãos – 2012 ................................................ 44
5.3.16. Amanhecer de Uma Nova Era – 2012 ...................................................... 45
5.3.17. Perturbações Espirituais – 2015 ................................................................ 47
5.3.18. No Rumo do Mundo de Regeneração – 2021 ........................................... 48
6. Loucura e Obsessão - 35 anos de publicação/2023 ................................. 49
6.1 O Autor: Manoel Philomeno de Miranda – Biografia .............................. 49
6.2 O Livro: Estrutura ..................................................................................... 52
6.3 O Livro: Temas Principais - Perguntas ..................................................... 53
6.3.1 Geral ................................................................................................................... 53
6.3.2 A Esquizofrenia .................................................................................................. 54
6.3.3 Homossexualismo ............................................................................................... 60
6.3.4 Autismo .............................................................................................................. 70
6.3.5 Exus & Orixás .................................................................................................... 89
6.3.6 Magia .................................................................................................................. 94
7. Referências ................................................................................................. 97

1
Loucura e Obsessão – 35 Anos
1. Introdução

1.1 O Livro “Loucura e Obsessão” – 35 anos


O Espiritismo não nega a loucura e as causas detectadas pelos pesquisadores; antes as
confirma, reconhecendo nelas mecanismos necessários para o estabelecimento de matrizes,
através das quais a degenerescência da personalidade ocorre, nas múltiplas expressões em que
se apresenta.
Ocorre que nos episódios da loucura, ora epidêmica, a obsessão deve merecer um
capítulo especial, a requerer a consideração dos estudiosos.
Largos passos já foram dados para a compreensão da loucura, suas causas e sua
terapêutica; contudo, a doença mental permanece ainda como um grande desafio para todos os
que se empenham na compreensão de sua gênese, sintomatologia e conduta.
Kardec, o extraordinário psicoterapeuta que melhor aprofundou a sonda da investigação
no desprezado capítulo das obsessões, demonstrou que nem toda expressão de loucura significa
morbidez e descontrole dos órgãos encarregados do equilíbrio psicofísico do indivíduo, e que
o Espírito é o herdeiro de si mesmo, dos seus atos anteriores, que lhe plasmam o destino futuro,
do qual não consegue evadir-se.
Provando que a morte biológica não aniquila avida, o Codificador facultou ao
entendimento a penetração e a solução dos enigmas desafiadores que passavam, genericamente,
como sendo formas de loucura – loucura que, certamente, são, mas de natureza diversa do
conceito acadêmico conhecido.
Manoel Philomeno de Miranda - Loucura e Obsessão - Prefácio

2
Loucura e Obsessão – 35 Anos
2. A Loucura - Ótica Espiritual
2.1 Considerações Doutrinárias


375 Qual é a situação do Espírito na loucura?
– O Espírito, no estado de liberdade, recebe diretamente suas impressões e exerce
diretamente sua ação sobre a matéria.
Porém, encarnado, se encontra em condições bem diferentes e na obrigatoriedade de só
fazer isso com a ajuda de órgãos especiais.
Se uma parte ou o conjunto desses órgãos for alterado, sua ação ou suas impressões, no
que diz respeito a esses órgãos, são interrompidas. Se ele perde os olhos, torna-se cego; se perde
o ouvido, torna-se surdo, etc.
Imagina agora que o órgão que dirige os efeitos da inteligência e da vontade, o cérebro,
seja parcial ou inteiramente danificado ou modificado e ficará fácil compreender que o Espírito,
podendo dispor apenas de órgãos incompletos ou deturpados, deverá sentir uma perturbação da
qual, por si mesmo e em seu íntimo, tem perfeita consciência, mas não é senhor para deter-lhe
o curso, não tem como alterar essa condição.
Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – Perg. 375

377 O Espírito de um doente mental é afetado, depois da morte, pelo desarranjo de suas
faculdades?
– Pode se ressentir durante algum tempo após a morte, até que esteja completamente
desligado da matéria, como o homem que acorda se ressente por algum tempo da perturbação
em que o sono o mergulha.
Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – Perg. 377

378 Como a alteração do cérebro pode reagir sobre o Espírito após a morte do corpo?
– É uma lembrança. Um peso oprime o Espírito e, como não teve conhecimento de tudo
que se passou durante sua loucura, precisa sempre de um certo tempo para se pôr a par de tudo;
é por isso que, quanto mais tempo durar a loucura durante a vida terrena, mais tempo dura a
opressão, o constrangimento após a morte.
O Espírito desligado do corpo se ressente, durante algum tempo, da impressão dos laços
que os uniam.
Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – Perg. 377

3
Loucura e Obsessão – 35 Anos
Na tentativa de fazer uma pequena e sintética apreciação sobre as doenças mentais,
como que classificando-as e separando-as em compartimentos, não quer isto dizer que existem
quadros clínicos bem definidos a representarem entidades específicas.
As distonias mentais não se mostram em seções estanques, em quadros bem separados,
mas, sim, em posições imprecisas de indemarcáveis fronteiras pela interpenetração sintomática.
A extensão dos quadros mentais, em certas e determinadas posições, nos oferece as
mensurações e o grau de profundidade da distonia psíquica; dessa forma teremos maiores
possibilidades de avaliações e que grupo diagnóstico mais se ajusta.
Mesmo assim a apresentação de muitos pacientes exige observações acuradas, pois
carregam sintomas oscilantes, em formas associadas, de difícil captação.
Será preciso, pois, que bem aquilatemos os sintomas predominantes, a fim de
encontrarmos uma orientação mais didática possível, e podermos situar a neurose, a psicose e
mesmo a personalidade psicopática.
Os neuróticos, as personalidades psicopáticas, e os psicóticos representam os três grupos
básicos das distonias mentais.
Levando em consideração a estrutura psíquica pessoal, os neuróticos seriam os menos
atingidos; em grau mais extenso, as personalidades psicopáticas; ficando os psicóticos no grupo
dos sintomas mais graves.
Será bem claro e compreensível que a carga sintomática se mostre maior ou menor em
qualquer dos grupos; ainda assim, existirão neuróticos com profundos sofrimentos, e psicóticos
bem suportando as suas deficiências.
Por isso dentro desses três grupos teremos de encarar o funcionamento psíquico, o
relacionamento com o meio e o comportamento do próprio EU.
Jorge Andrea – Visão Espirita nas Distonias Mentais Cap. 3

4
Loucura e Obsessão – 35 Anos
1. A loucura é sempre resultado de uma lesão cerebral?
R.: Não.
2. A obsessão pode levar o indivíduo à loucura?
R.: Sim. Sua progressão para estágios mais adiantados, e sem o devido tratamento, pode
levar a casos de loucura.
3. Qual é basicamente a diferença entre loucura e obsessão?
R.: Tanto na loucura como na obsessão verifica-se uma irregularidade na transmissão
ou manifestação do pensamento.
Essa irregularidade é devida, no primeiro caso (loucura), à incapacidade material do
cérebro para receber e transmitir fielmente as cogitações da alma do paciente.
No segundo caso (obsessão), tudo se limita a não poderem tais cogitações chegar
integralmente ao cérebro, tendo em vista a interposição de fluidos irradiados pelo perseguidor
espiritual.
4. A ação persistente do obsessor pode produzir lesões em sua vítima?
R.: Sim.
5. Por que Jesus conseguia com uma simples ordem desfazer os casos de obsessão
relatados pelos evangelistas?
R.: Tal fato se devia a sua imensa superioridade sobre todas as demais pessoas, tanto os
obsidiados quanto os chamados obsessores.

Bibliografia:
O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, cap. 23, item 254.
A Gênese, de Allan Kardec, cap. 15, itens 33 e 34.
A Loucura sob novo prisma, de Adolfo Bezerra de Menezes, 4a. edição, pp. 11, 163 e
164.
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 3 - N° 126 - 27 de Setembro de 2009


A loucura manifesta-se de duas maneiras distintas
1. A obsessão não é loucura, mas pode provocá-la. A ciência médica, no entanto, não
leva em consideração este fato porque, em rigor, ainda não admite a sobrevivência da alma.
A relutância na admissão do fenômeno obsessivo leva a sociedade científica, por isso,
a considerar o problema da loucura limitadamente. Como ensinava Dr. Bezerra de Menezes,

5
Loucura e Obsessão – 35 Anos
até hoje, a ciência só conhece a loucura que resulta, de um modo permanente, da perturbação
do pensamento, com sua sede no cérebro.
2. As causas e as formas podem variar, mas o estado patológico do indivíduo é sempre
o mesmo: a loucura caracterizada pela perturbação mental e com sede no cérebro.
Sem que o cérebro sofra, não pode haver, para a ciência, o fenômeno psíquico-
patológico da loucura, embora dentro da sociedade científica – conquanto não admitido
claramente – exista também a constatação da loucura sem o comprometimento cerebral.
3. Quando os médicos conseguem detectar lesões no cérebro, podem estabelecer uma
conduta clínica, seja terapêutica, seja cirúrgica.
Se, porém, a loucura se manifesta e não se encontram lesões físicas no sistema nervoso,
torna-se difícil, se não impossível, estabelecer um tratamento médico adequado.
Essa é a razão pela qual, segundo os especialistas no assunto, o mais difícil no trato do
problema é estabelecer com precisão o diagnóstico.
4. A loucura – esclarece Dr. Bezerra de Menezes – manifesta- se de duas maneiras
distintas: com e sem lesão cerebral. Em face disso, ele sugere que haja, para casos distintos,
tratamentos diferentes.
Os problemas orgânico-cerebrais devem ser tratados por médicos. Nos casos em que o
problema não é de ordem material, deve-se proceder de forma a levar em conta as causas
extrafísicas atuantes.
A obsessão, quando não tratada, pode levar à loucura
5. O cérebro é meramente um órgão físico, não o centro da inteligência humana, Ele é,
e assim deve ser visto, um instrumento material de que se serve a alma quando unida ao corpo
físico. É a alma quem pensa, raciocina, imagina.
O cérebro é meramente veículo de sua manifestação. Se o cérebro traz alguma
perturbação ou lesão, é natural que o desempenho da alma seja afetado, por não poder ela
manifestar-se adequadamente valendo-se de um instrumento danificado.

6
Loucura e Obsessão – 35 Anos
6. A obsessão, cuja causa imediata é a influência de um agente externo à pessoa, é coisa
diversa, embora traga para o indivíduo que a padece complicações que dificultam e tornam mais
complicado o problema.
Ela em si não constitui loucura, mas sua progressão para estágios mais adiantados, e
sem o devido tratamento, pode levar a casos de loucura.
7. Esse pensamento foi-nos legado por Allan Kardec, que em “O Livro dos Médiuns”
afirma que entre os que são tidos como loucos muitos há que são apenas subjugados por
Espíritos, necessitados, portanto, de um tratamento moral e espiritual, enquanto que com os
tratamentos corporais equivocados podem tornar-se verdadeiros loucos.
8. Assim, nos casos de obsessão o que vai determinar a perturbação na transmissão do
pensamento é a interposição de fluidos do obsessor entre o agente (alma) e o instrumento
(cérebro), com o que fica interrompida a comunicação regular entre os dois.
A alma pensa corretamente, mas seu pensamento só se manifesta de maneira truncada,
imperfeitamente, devido à barreira criada pelos fluidos emanados do obsessor.
Tanto na loucura como na obsessão o Espírito pode estar lúcido
9. Segundo Dr. Bezerra de Menezes, tanto na loucura como na obsessão o Espírito pode
estar lúcido, mas se verifica uma irregularidade na transmissão ou manifestação do pensamento.
Essa irregularidade é devida, no primeiro caso(loucura), à incapacidade material do
cérebro para receber e transmitir fielmente as cogitações da alma do paciente.
No segundo caso (obsessão),tudo se limita a não poderem tais cogitações chegar
integralmente ao cérebro, tendo em vista a interposição de fluidos irradiados pelo perseguidor
espiritual.
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 3 - N° 126 - 27 de Setembro de 2009

7
Loucura e Obsessão – 35 Anos
A linha do equilíbrio mental é muito sensível e oscilante, variando de pessoa a pessoa.
Uma das maiores dificuldades dos modernos estudiosos da psique humana diz respeito
à colocação da linha da normalidade mental.
O conceito clássico de que saúde é ausência de doença, vem sendo vigorosamente
combatido, em se considerando o que seja doença.
No contexto da Psiquiatria atual, a simples mágoa pode ser classificada como um fator
psicopatológico, gerador de distúrbios de profundidade no comportamento do homem, em
realidade, uma forma de doença.
No sentido mais lato da conceituação e em face das estatísticas, os “sãos” seriam uma
colônia minoritária, um pequeno paraíso, onde a individualidade possuísse uma plasticidade tão
maleável que eximisse o sadio de qualquer dos característicos tóxicos básicos.
Em tal configuração, a débil e oscilante linha da normalidade mental seria fiou, sem
contornos, de difícil identificação.
Desse modo, definir o indivíduo normal, diferentemente do psicopatológico constitui
grave dificuldade.
Alguns consideram como "anormal a pessoa que se comporta de maneira diversa dos
outros indivíduos, sucedendo com essa atitude despertar a atenção.
Ora, dentro desta colocação, o fato de dois indivíduos serem sociologicamente situados
em meios culturais diversos daquele em que formaram o seu comportamento, toma-os
diferentes do grupo, despertando atenção, sem qualquer comprometimento da sua
personalidade. Logo, o conceito carece de profundidade.
Outros estudiosos afirmam que “normal é o indivíduo equilibrado e perfeitamente
ajustado no grupo ou meio social onde vive”.
Todavia, se examinarmos o indivíduo entrosado ou ajustado ao seu meio em relação
com o acomodado ou displicente, que não reage aos fatores mesológicos, teremos um homem
psicologicamente vencido, o que não é sinal de normalidade desde que o “reacionário” ou
“insatisfeito” é que promove o progresso, impulsionando a ética à atualização dos seus padrões
morais, ao mesmo tempo fomentando o equilíbrio no estudo dos comportamentos, constituindo-
se protótipos, modelos.
Digamos então, que o louco é o indivíduo possuidor de comportamento especial
temporário (exceção aos portadores das alienações graves, dos distúrbios psicossomáticos, de
desajustes funcionais promovidos pela micro, macro, hidrocefalia, mongolismo, sequelas da
epilepsia, de excepcionalidade e outros) em certas ocasiões, passível de mudança para o
equilíbrio sob certas condições terapêuticas ou não.

8
Loucura e Obsessão – 35 Anos
Hipócrates, no período greco- romano, foi quem primeiro se interessou por aprofundar
a questão da terapia para com os loucos, ao deter-se na “doutrina dos humores”. Das suas
observações e estudos às modernas conquistas no campo das ciências psíquicas vai um pego.
Os golpes violentos contra os sensores cerebrais, as cenas torpes fixadas, os gravâmes
dissolventes da razão, a incidência da ideia má que sobrepuja e domina a boa terminam por
desorganizar o equilíbrio psicossomático do ser, empurrando-o aos estados psicopatológicos de
vasta complexidade, no campo da emoção.
(...)
À época, não obstante a terapêutica psiquiátrica estivesse em franco progresso,
principalmente o conhecimento neurológico, o tratamento habitual, inda mais nos Manicômios
Judiciários superlotados, era o da convulsoterapia pela insulina, pelo eletrochoque,
sistemáticos, indistintamente...
Não nos cabe o direito de considerar a validade ou examinar os danos de tal terapêutica...
Os estudiosos modernos dos problemas psicopatológicos profligam os excessos e até
mesmo a aplicação do eletrochoque como da insulina, tendo em vista os danos, às vezes
irreparáveis, que se dão nas engrenagens do cérebro humano.
Sem embargo, substituem este procedimento pelo abuso da utilização das drogas e das
substâncias aditivas que hebetam os pacientes, cujos resultados duvidosos vêm merecendo
acerbas críticas dos denominados psiquiatras-antipsiquiatras, que recorrem a processos psico-
sociológicos e de outras classes para colimarem os resultados almejados no tratamento dos seus
pacientes.
Victor Hugo – Calvário de Libertação – 2º Parte - Cap. 1

9
Loucura e Obsessão – 35 Anos
O francês Michel Foucault (1926- 1984), em seu livro clássico sobre a história da
loucura, estabeleceu um paralelo interessante entre a loucura e a lepra.
A lepra, na Antiguidade, era objeto de exclusão e supressão de elementos da sociedade;
o portador da doença era o bode expiatório culpado de causar males aos outros.
Os vales dos leprosos eram lugares ermos, afastados das cidades, em que se
“depositavam” todos os doentes leprosos escorraçados do convívio social comum.
A loucura, sobretudo a partir da Idade Média, viria ocupar o lugar da lepra, como alvo
da brutalidade dos homens ditos normais.
Seria, nas palavras do autor, o novo “espantalho”, que estabeleceu com a sociedade uma
relação de divisão e exclusão.
Na sociedade medieva, ou medieval, temerosa dos poderes espirituais ocultos, a doença
mental passa a ser encarada como resultado da presença demoníaca, da força maligna na sua
plena ação.
O louco era submetido a sessões de tortura física e psicológica; não havia compreensão
e um sentimento de ódio e temor rondavam a relação entre os sãos e os doentes.
O desconhecimento quase que completo, levou à busca de tratamentos antiquados e
dolorosos aos doentes.
A trepanação – o embrião das modernas lobotomias – consistiam na abertura de buracos
nos crânios dos doentes de 2,5 a 5 cm de diâmetro, sem anestesia ou assepsia adequadas.
Os “doutores” buscavam remover a pierre de folie (pedra da loucura) que acreditavam
existir nos cérebros dos doentes.
O que acontecia de fato é que eram feitas verdadeiras mutilações que exauriam as forças
dos doentes e, por vezes, acabavam por deixar os pacientes privados de certos movimentos.
A partir do século XIX, com o nascimento da psicanálise e as importantes contribuições
de Freud, a psiquiatria como um dos braços da medicina pôde avançar em alguns pontos no
tratamento da loucura, mas não suficientemente.
Freud, com o desenvolvimento da teoria da libido, não conseguiu dar conta do complexo
problema da deficiência mental.
Jung então questionou a influência capital do aparelho genésico do desenvolvimento do
ser, defendido por Freud.
Os tratamentos com eletrochoque, a eletroconvulsoterapia, as convulsões induzidas por
metrazol, a indução a febre, enfim, nunca foram completamente bem-sucedidos no auxílio aos
doentes.

10
Loucura e Obsessão – 35 Anos
Tratamentos por vezes polêmicos e resultados efêmeros levaram a partir das décadas de
60 e 70 a um movimento conhecido por antipsiquiátrico, que questionava as terapias
convencionais e o sistema psico -hospitalar tradicional.
Danilo Pastorelli- RIE - 2004 - Junho - Doença Mental e o Espiritismo

No parecer de vários orientadores do Plano superior, as sessões públicas de segundas-
feiras e sextas, em Pedro Leopoldo, equivalem a trabalho assistencial de um grande pré-
hospício.
Vocês aí reconhecem os loucos somente quando já atravessaram a faixa sutil do
equilíbrio próprio, mas ignoram a extensa, a esmagadora classe dos doentes imanifestos, dos
retardados espirituais, dos desajustados de todos os matizes, dos obsedados em luta de
resistência, dos alienados, sem declaração de desequilíbrio, dos neurastênicos disfarçados, das
psicoses ocultas, das paixões escondidas, das aflições sopitadas, dos dramas obscuros e
anônimos que se nos afiguram, portas quase abertas às grandes calamidades sociais, a desvarios
absolutos ou à descoberta de enfermidades mil, com diagnose indevassável por pertencerem
claramente aos domínios da alma .
Arthur Joviano - Colheita do bem – Cap. 54 – Loucura

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
A loucura é marca profunda no homem, desde a mais longínqua página da história da
evolução. Temidos e endeusados, perseguidos e adorados, os alienados mentais sempre
assinalaram com sua presença o suceder dos tempos.
Na História Antiga adivinhos e feiticeiros já lhes conjuravam a enfermidade,
expulsando os demônios que os martirizavam e os engrandeciam aos olhos do poviléu,
mediante a usança de práticas exóticas e sortilégios vários...
Jesus os enfrentou inúmeras vezes nas várias expressões em que se apresentaram,
fossem portadores de Espíritos infelizes ou houvessem sido, eles próprios, os seres enfermos,
espíritos doentes.
Na Idade Média a ignorância os levou à fogueira pelo crime de possuírem uma
enfermidade dirigida por Satanás.
A partir somente da metade do século XVIII é que a doença mental deixou de sofrer a
oficial perseguição. Não equivale isto dizer que os alienados deixaram de ser odiados,
encarcerados e perseguidos ostensivamente pelos chamados sadios.
Foi Philippe Pinei quem deu início à mudança de comportamento geral, em relação aos
alienados mentais.
A Declaração dos Direitos do Cidadão, promulgada pela Revolução francesa, inspirou -
se a libertar os loucos parisienses em La Salpétrière, o hediondo hospital que rivalizava pelas
suas misérias com o de La Bicétre.
Nos dias do Terror, enquanto a guilhotina ceifava centenas de vidas, o Dr. Pinei se
tomou diretor de ambos Hospícios; em 1793 liberou os infelizes esquizofrênicos ali
encarcerados, sem qualquer mínima possibilidade de receberem misericórdia.
O Hospital da Salpétrière era considerado uma “cidade dentro da cidade de Paris".
Erguido no século XVII era, realmente, uma cidade, se considerarmos que possuía
quarenta e cinco pavilhões espalhados por diversas ruas e praças, com a sua própria Igreja.
Posteriormente Luiz XVI transformou-o num “recolhimento” para mendigos,
meretrizes e vagabundos que ali enxameavam em estreita convivência com os doentes mentais.
No último quartel do século XIX, quando o neurologista Jean- Marie Charcot assumiu a
direção de uma das suas enfermarias, em 1862, havia cerca de cinco mil pessoas depositadas
em infame promiscuidade e em celas infectas, individuais...
Antes o Asilo fora reduto dos célebres e sanguinários “massacres de setembro”.
Seguindo as pegadas de Pinel, Charcot deu dignidade humana aos alienados, iniciando
a era nova da Psiquiatria e da Neurologia...
A partir de então modificou-se a paisagem da loucura.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Infelizmente, porém, ainda se multiplicam hospitais para a saúde mental onde os
pacientes prosseguem experimentando os horrores do passado.
Superlotados com pacientes de várias alienações, recebendo tratamento coletivo por
falta de recursos, de pessoal técnico (e misericordioso) e de terapêutica especializada, os que
neles se recuperam, temporariamente, têm alta encharcados e hebetados por drogas
psicotrópicas e barbitúricos, cujos efeitos danosos ainda não foram necessariamente estudados,
motivo de acirradas controvérsias entre os seus experimentadores.
Claro está que existem expressivas e dignas exceções, nobres esforços e diligentes
missionários das ciências da alma, que lutam com acendrado sacrifício, empenhando- se na
mudança de comportamento dos seus colegas, a benefício dos pacientes. São eles os apóstolos
de todos os tempos, nascidos para o milagre do progresso e da felicidade humanos.
Victor Hugo – Calvário de Libertação – 2º Parte - Cap. 6

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
3. A Obsessão – Ótica Espiritual
3.1 O Que É
3.1.1 Domínio/Controle
A obsessão é a ação persistente que o Espírito “ignorante” exerce sobre um
indivíduo. Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral, sem
perceptíveis sinais exteriores até a perturbação completa do organismo e das faculdades
mentais”.
Allan Kardec – O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. 28 – item 81

A obsessão consiste no domínio que os maus Espíritos assumem sobre certas
pessoas, com o objetivo de as escravizar e submeter à vontade deles, pelo prazer que
experimentam em fazer o mal.
Quando um Espírito, bom ou mau, quer atuar sobre um indivíduo, envolve-o, por assim
dizer, no seu perispírito, como se fora um manto. Interpenetrando-se os fluidos, os pensamentos
e as vontades dos dois se confundem e o Espírito, então, se serve do corpo do indivíduo, como
se fosse seu, fazendo-o agir à sua vontade, falar, escrever, desenhar, quais os médiuns.
Allan Kardec – Obras Póstumas – Cap. 7 – Item 56

No número das dificuldades que a prática do Espiritismo apresenta é necessário colocar
a da obsessão em primeira linha.
Trata-se do domínio que alguns Espíritos podem adquirir sobre certas pessoas.
São sempre os Espíritos inferiores que procuram dominar, pois os bons não exercem
nenhum constrangimento.
Os bons aconselham, combatem a influência dos maus, e se não os escutam preferem
retirar- se.
Os maus, pelo contrário, agarram-se aos que conseguem prender. Se chegam a dominar
alguém, identificam- se com o Espírito da vítima e a conduzem: como se faz com uma criança.
Allan Kardec – O Livro dos Médiuns – Cap. 23 – Item 237 – A Obsessão

Obsessão é o domínio que alguns Espíritos logram adquirir sobre certas pessoas.
Nunca é praticada senão pelos Espíritos inferiores, que procuram dominar.
Manoel Philomeno de Miranda – Nos Bastidores da Obsessão – Examinando a Obsessão

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
3.1.2 Enfermidade Espiritual

A obsessão, sob qualquer modalidade que se apresente, é enfermidade de longo curso ,
exigindo terapia especializada de segura aplicação e de resultados que não se fazem sentir
apressadamente.
Transmissão mental de cérebro a cérebro, a obsessão é síndrome alarmante que
denuncia enfermidade grave de erradicação difícil.
Manoel Philomeno de Miranda – Nos Bastidores da Obsessão – Examinando a Obsessão

Os atos infelizes, deliberadamente praticados, em razão da força mental de que
necessitam, destroem os tecidos sutis do perispírito, os quais, ressentindo-se do desconcerto,
deixarão matrizes na futura forma física, em que se manifestarão as deficiências purificadoras.
A queda do tom vibratório específico permitirá, então, que os envolvidos no fato, no
tempo e no espaço, próximos ou não, se vinculem pelo processo de uma sintonia automática de
que não se furtarão.
Estabelecem-se aí as enfermidades de qualquer porte.
Os fatores imunológicos do organismo, padecendo a disritmia vibratória que os envolve,
são vencidos por bactérias, vírus e toda a sorte de micróbios patogênicos que logo se
desenvolvem, dando gênese às doenças físicas.
O médico informou, ainda, que há casos em que a incidência do pensamento maléfico,
aceito pela mente culpada, destrambelha a intimidade da célula, interferindo no seu núcleo,
acelerando a sua reprodução e dando gênese a neoplasias e cânceres de variadas
expressões.
Por sua vez, na área mental, os conflitos, as mágoas, os ódios acerbos, as ambições
tresvariadas e os tormentosos delitos ocultos, quando da reencarnação, por estarem ínsitos no
Espírito endividado, respondem pelas distonias psíquicas e alienações mais variadas.
Acrescente- se a isso a presença dos cobradores desencarnados, cuja ação mental
encontra perfeito acoplamento na paisagem psicológica daqueles a quem perseguem, e teremos
instalada a constrição obsessiva.
Eis porque é rara a enfermidade que não conte com a presença de um componente
espiritual, quando não seja diretamente o seu efeito.
Corpo e mente refletem a realidade espiritual de cada criatura.
Manoel Philomeno de Miranda – Painéis da Obsessão – Cap. 1 – Provação Necessária

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Esse distúrbio, o da obsessão, difere bastante daqueles de natureza orgânica, que
produzem a idiotia e a loucura.
Em todos esses casos, porém, encontram -se espíritos enfermos, aqueles que estão
reencarnados, endividados perante as Leis Cósmicas, em processos graves de provações
dolorosas ou expiações reeducativas.
Na obsessão, encontra-se atuante um agente espiritual que se faz responsável pelo
transtorno reversível; no entanto, nos casos em que o ser renasce sob o estigma da idiotia ou
chancelado pelos fatores que propiciam a loucura, os seus débitos e gravames são de tal natureza
grave, que imprimiram no corpo o látego e o presídio necessários para a sua renovação moral.
Desde o momento da reencarnação, a consciência culpada e os sentimentos em
desordem imprimiram nos equipamentos orgânicos e cerebrais as deficiências de que o
endividado tem necessidade para reparar os males anteriormente praticados, desde quando,
portador de inteligência e mesmo de genialidade, delas se utilizou para a alucinação no prazer
exorbitante em prejuízo de grande número de pessoas outras que lhe experimentaram a
crueldade, a intemperança, a indiferença...
Malbaratado o patrimônio superior que a vida lhe concedeu para multiplicar os talentos
de que dispunha, volta agora ao orbe terrestre para expiar, passando pelos sítios tormentosos da
falta de lucidez e com limitação mental, encarcerado em equipamentos que são incapazes de
lhe permitir a comunicação com o mundo exterior.
Sitiado em si mesmo, sofre as consequências da hediondez que se permitiu, padecendo
rudes aflições pela impossibilidade de agir com segurança e desenvoltura.
O corpo, atingido pelos fatores endógenos — hereditariedade, sequelas de enfermidades
infectocontagiosas — de que se revestiu o espírito por sintonia vibratória no momento da
reencarnação, é resultado da utilização de genes com características deformadas, não havendo
possibilidade então de recomposição, de restauração da saúde mental, de equilíbrio psíquico.
No entanto, resgatando os males ainda preponderantes na sua economia moral, adquirirá
a harmonia que lhe facultará futuros cometimentos felizes, mediante os quais contribuirá em
favor da ordem e do desenvolvimento intelectual, moral e espiritual de si mesmo, assim como
da sociedade.
(...) Quando as obsessões se fazem prolongadas e o paciente não se dispõe à recuperação
ou não a consegue, a incidência continuada dos fluidos deletérios sobre os neurônios cerebrais
termina por produzir afecções e distúrbios de grave porte que se tornam irrecuperáveis.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Desse modo, as obsessões podem conduzir à loucura, à idiotia, e essas, por sua vez,
serão ampliadas por influências espirituais perniciosas, que são realizadas pelos adversários do
enfermo, que se utilizam da sua incapacidade de autodefesa para os desforços infelizes, nos
quais se comprometem, por sua vez, com a própria consciência.
Manoel Philomeno de Miranda – Reencontro com a Vida – 1
o
Parte – Cap. 5 – Obsessão,
Idiotia e Loucura

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
3.1.3 Resgate/Provação/Expiação

Pululam em torno da Terra os maus Espíritos, em consequência da inferioridade moral
de seus habitantes.
A ação malfazeja desses Espíritos é parte integrante dos flagelos com que a Humanidade
se vê a braços neste mundo.
A obsessão, que é um dos efeitos de semelhante ação, como as enfermidades e todas as
atribulações da vida, deve, pois, ser considerada como provação ou expiação e aceita com
esse caráter.
Allan Kardec – A Gênese – Cap. 14

Em toda obsessão, mesmo nos casos mais simples, o encarnado conduz em si mesmo
os fatores predisponentes e preponderantes – os débitos morais a resgatar – que facultam a
alienação.
Manoel Philomeno de Miranda – Nos Bastidores da Obsessão – Examinando a Obsessão

Desse modo, as obsessões, na sua fase inicial, antes da tragédia da subjugação, de mais
difícil reequilíbrio, têm caráter Provacional , enquanto que a idiotia e a loucura estão incursas
nas expiações redentoras, através das quais o espírito calceta desperta para a compreensão dos
valores da vida, enriquecendo- se de sabedoria para os futuros comportamentos.
Assim mesmo, nos casos dessa ordem, a contribuição psicoterapêutica do Espiritismo
através da bioenergia, da água fluidificada, da doutrinação do paciente e dos espíritos que,
possivelmente, estarão complicando-lhe o processo de desequilíbrio, a oração fraternal e
intercessória são de inequívoco resultado saudável, proporcionando o bem-estar possível e a
diminuição de sofrimento do paciente, a ambos encaminhando para a paz e a futura plenitude.
Manoel Philomeno de Miranda – Reencontro com a Vida – 1
o
Parte – Cap. 5 – Obsessão,
Idiotia e Loucura

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
3.2 Causas Preponderantes

A Doutrina que estuda as obsessões, as suas causas preponderantes e predisponentes
– o Espiritismo –, possui os recursos excepcionais capazes de vencer essa epidemia cruel que,
generalizada, invade hoje a Terra em todos os seus pontos.
Eurípedes Barsanulfo – Sementes de Vida Eterna – Cap. 50 – Tormentos da Obsessão

3.2.1 Débitos Cármicos

Com origem nos refolhos do espírito encarnado, obsessões há em escala infinita e,
consequentemente, obsidiados existem em infinita variedade, sendo a etiopatogenia de tais
desequilíbrios, genericamente denominada distúrbios mentais, mais ampla do que a clássica
apresentada, merecendo destaque aquela denominação causa cármica.
Jornaleiro da Eternidade, o espírito conduz os germens cármicos que facultam o
convívio com os desafetos do pretérito, ensejando a comunhão nefasta.
Inicialmente o hospede espiritual (o obsessor), movido pela morbidez do ódio ou do
amor insano, ou por outros sentimentos, envolve a casa mental do futuro parceiro (o obsedado)
– a quem se encontra vinculado por compromissos infelizes de outras vidas, o que lhe confere
receptividade por parte deste, mediante a consciência da culpa, o arrependimento
desequilibrante, a afinidade nos gostos e aspirações, por ser endividado – enviando- lhe
mensagens persistentes, em continuas tentativas telepáticas, até que sejam captadas as primeiras
induções, que abrirão o campo a incursões mais ousadas e vigorosas.
Manoel Philomeno de Miranda – Nos Bastidores da Obsessão – Examinando a Obsessão

Neste capítulo, o das culpas, origina-se o fator causal para a injunção obsessiva; daí
porque só existem obsidiados porque há dívidas a resgatar.
A culpa, consciente ou inconscientemente instalada na casa mental, emite ondas que
sintonizam com inteligências doentias, habilitando -se a intercâmbios mórbidos.
A obsessão resulta de um conúbio por afinidade de ambos os parceiros.
O reflexo de uma ação gera reflexo equivalente.
Toda vez que uma atitude agride, recebe uma resposta de violência, tanto quanto, se o
endividado se apresenta forrado de sadias intenções para o ressarcimento do débito, encontra
benevolência e compreensão para recuperar-se.
Manoel Philomeno de Miranda – Painéis da Obsessão – Prefácio

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Há muito mais obsessão, grassando na terra, do que se imagina e se crê.
Nos processos obsessivos, não deixemos de repeti-lo, estão incursas na Lei as pessoas
que constituem o grupo familiar e social do paciente, aí situado por necessidade evolutiva e de
resgate para todos.
Não se podem fugir à responsabilidade os que foram cúmplices ou co- autores dos
delitos, quando os infratores mais comprometidos são alcançados pela justiça.
Reunidos pelo parentesco sanguíneo ou através de conjunturas da afetividade, da
afinidade, formam os grupos onde são alcançados pelos recursos reeducativos, dentro dos
objetivos do progresso.
A cruz da obsessão é peso que tomba sempre sobre os ombros das consciências
comprometidas.
Manoel Philomeno de Miranda – Nas Fronteiras da Loucura – Cap. Análise das Obsessões

A consciência culpada é sempre porta aberta à invasão da penalidade justa ou
arbitrária. E o remorso, que lhe constitui dura clave, faculta o surgimento de idéias-fantasmas
apavorantes que ensejam os processos obsessivos de resgate das dívidas.
Invariavelmente, na obsessão, há sempre o aproveitamento da ideia traumatizante
– a presença do crime praticado –, que é utilizada pela mente que se fez perseguidora revel,
apressando o desdobramento das forças deprimentes em latência, no devedor, as quais,
desgovernadas, gravitam em torno de quem as elabora, sendo consumido por elas mesmas,
paulatinamente.
As idéias plasmadas e aceitas pelo cérebro, durante a jornada física, criam nos painéis
delicados do perispírito as imagens mais vitalizadas, de que se utilizam os hipnotizadores
espirituais para recompor o quadro apavorante, em cujas malhas o imprevidente se vê
colhido, derrapando para o desequilíbrio psíquico total e deixando -se revestir por formas
animalescas grotescas – que já se encontram no subconsciente da própria vítima – e que
estrugem, infelizes, como o látego da justiça no necessitado de corretivo.
Manoel Philomeno de Miranda – Nos Bastidores da Obsessão – Cap. 4 – Estudando o
Hipnotismo

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
3.2.2 Indolência Física/Mental

Os indivíduos tornam-se presas fáceis dos seus antigos comparsas, tombando nos
processos variados de alienações obsessivas, porque, além de se descurarem da observância
espiritual da existência, mediante atitudes salutares, comportamento equilibrado e vida mental
enriquecida pela prece, pela reflexão, não se esforçam por libertar- se dos aborrecimentos e
problemas desgastantes do dia a dia, mediante a aplicação dos recursos físicos e
especialmente os mentais, por acomodação preguiçosa ou por uma dependência emotiva,
infantil, que sempre transfere responsabilidades para os outros e prazeres para si.
A preguiça mental é um polo de captação das induções obsessivas pelo princípio
de aceitação irracional de tudo quanto a atinge.
Cabe ao homem que pensa dar plasticidade ao raciocínio, ampliando o campo das idéias
e renovando-as com o aprimoramento da possibilidade de absorver os elementos salutares que
o enriquecem de sabedoria e de paz íntima.
Manoel Philomeno de Miranda – Nos Bastidores da Obsessão – Examinando a Obsessão

Mentes viciadas com mais facilidade aceitam as sugestões morbíficas que lhes são
insufladas dentro do campo em que melhor se expressam: desconfiança, ciúme, ódio, desvario
sexual, dependência alcoólica ou toxicômana, gula, maledicência...
Temperamentos arredios, suspeitosos, são mais acessíveis em razão de melhor
agasalharem as induções equivalentes, que se lhes associam em forma de perfeita sintonia.
Caracteres violentos, apaixonados, mais fortemente se fazem maleáveis em decorrência
do espírito rebelde que nesse corpo habita, dissimulando as chispas que lhes acendem as
labaredas do incêndio interior, a exteriorizar-se como fogareis destruidores...
Personalidades ociosas são mais susceptíveis em razão da mente vazia sempre
acolher o que lhe apraz, deixando- se conduzir pela personalidade dos seus afins
desencarnados.
Joanna de Ângelis – Alerta – Cap. 4 – Obsessão e Jesus
Mentes em vigorosas emissões conscientes ou não dardejam em todas as direções.
Inapelavelmente, por um processo de sintonia na mesma faixa de frequência de
interesses, produzem intercâmbio salutar ou danoso, em processo de transmissão e de recepção.
Se te elevas pelo pensamento, alcanças vibrações nobres; se te perturbas e vulgarizas,
registas as mais grosseiras.
Joanna de Angelis – Rumos Libertadores – Cap. 43 – Médiuns Conscientes

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
3.2.3 Tendências Negativas

Os espíritos perversos e infelizes sempre se utilizam das tendências negativas
daqueles a quem odeiam, para estimulá-las, desse modo levando-os às situações penosas,
perturbadoras. Se o homem se apoia nos recursos de elevação, difícil se torna para os seus
verdugos espirituais encontrar as brechas pelas quais infiltram os seus pensamentos torpes, na
sanha da perseguição em que se comprazem.
Manoel Philomeno de Miranda – Painéis da Obsessão – Cap. 7 – Sementes da Insensatez

Na Terra, igualmente, é muito grande o número de encarnados que se convertem , por
irresponsabilidade e invigilância, em obsessores de outros encarnados, estabelecendo um
consórcio de difícil erradicação e prolongada duração, quase sempre em forma de vampirismo
inconsciente e pertinaz.
São criaturas atormentadas, feridas nos seus anseios, invariavelmente inferiores que,
fixando aqueles que elegem gratuitamente como desafetos, os perseguem em corpo astral,
através dos processos de desdobramento inconsciente, prendendo, muitas vezes, nas malhas
bem urdidas da sua rede de idiossincrasia, esses desassisados morais, que, então, se trans-
formam em vítimas portadoras de enfermidades complicadas e de origem clínica ignorada...
Outros, ainda, afervorados a esta ou àquela iniquidade, fixam-se, mentalmente, a
desencarnados que efetivamente se identificam e fazem-se obsessores destes, amargurando-
os e retendo-os às lembranças da vida física, em lamentável comunhão espiritual degradante...
Além dessas formas diversificadas de obsessão, outras há, inconscientes ou não, entre
as quais, aquelas produzidas em nome do amor tiranizante aos que se demoram nos
invólucros carnais, atormentados por aqueles que partiram em estado doloroso de perturbação
e egocentrismo... ou entre encarnados que mantém conúbio mental infeliz e demorado...
Manoel Philomeno de Miranda - Nos Bastidores da Obsessão – Examinando a Obsessão

Todo desregramento ou abuso de que sejamos dispenseiros se faz utilizado por mentes
vigilantes e perversas do Mundo Espiritual, que açulam falsas necessidades, estabelecendo
comércio lamentável e doloroso, em cujo curso surgem obsessões de consequências
imprevisíveis, que se podem evitar antes, se refugiados no uso correto das faculdades da
existência e na utilização da oração, forem aplicadas as horas na execução do programa de
enobrecimento íntimo para o qual nascemos e renascemos.
Marco Prisco – Sementeira da Fraternidade – Cap. 28 – Acessos à Obsessão

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
3.3 Causas Predisponentes/Fatores Agravantes
3.3.1 Alto índice de Criminalidade na Sociedade atual

Os altos índices da criminalidade de todos os matizes e as calamidades sociais
espalhadas na Terra são alguns dos fatores predisponentes para as obsessões...
Os crimes ocultos, os desastres da emoção, os abusos de toda ordem de uma vida
ressurgem depois, noutra vida, em caráter coercitivo, obsessivo.
Manoel Philomeno de Miranda – Nos Bastidores da Obsessão – Exórdio


A estes e a seus congêneres deve a sociedade do Rio de Janeiro grande percentagem dos
acidentes verificados diariamente nas vias públicas e pelos domicílios particulares:
atropelamentos, quedas, braços e pernas partidos, queimaduras, suicídios, homicídios,
brigas, escândalos, confusões domésticas, assaltos, etc., etc.
É a atmosfera em que vivem e se agitam, porque já eram afins com ela antes de passarem
para a vida invisível.
É o que constantemente inspiram, sugerem e incitam, encontrando no homem um
colaborador passivo, que facilmente se deixa dominar por suas terríveis seduções.
A infelicidade alheia é o seu espetáculo preferido: Provocam mil distúrbios na sociedade
e nos lares, pois se divertem com a prática de malefícios.
Não entendem a sublime significação dos vocábulos – amor, caridade, piedade,
fraternidade, honestidade! Não crêem em Deus nem têm religião. Odeiam o bem e o belo com
todas as forças vibratórias que possuem.
Odeiam os homens e os seguem, sorrateira e covardemente, porque odiavam a
própria sociedade, antes de morrerem, sabendo que não serão vistos nem pressentidos. E
a perseguição mental que lhes movem, aos homens, é inveterada e implacável, afirmando eles
que assim agem porque igualmente foram perseguidos, quando homens, pela sociedade, que
nunca os protegeu contra os males com que tiveram de lutar: doenças, miséria, fome, falta de
instrução, orfandade, desemprego, delinquência, desesperos de mil e uma naturezas...
E muitos destes foram, com efeito, delinquentes que a sociedade perseguiu e levou ao
desespero, em vez de ajudá- los a se reeducarem para Deus...
O resultado de tal incúria por parte dos homens aí está: uma vez desaparecidos da
vida objetiva, pela chamada morte, infestam, como Espíritos, a sociedade, e prejudicam-
na, acobertados pelo segredo da morte...
Yvonne Pereira – Devassando o Invisível – Cap. 10 – Os grandes segredos do Além

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
3.3.2 Aumento dos conflitos Familiares – violência domesticas, perturbações

Gúbio informou que, a determinadas horas da noite, três quartos da população da Crosta
se acham nas zonas de contato com os Espíritos e a maior percentagem permaneciam detidos
em círculos de baixas vibrações, como aquele. Por aqui -- disse Gúbio --, muitas vezes se
forjam dolorosos dramas que se desenrolam nos campos da carne.
Grandes crimes têm nestes sítios as respectivas nascentes e, não fosse o trabalho
ativo e constante dos Espíritos protetores que se desvelam pelos homens no labor sacrificial da
caridade oculta e da educação perseverante, sob a égide do Cristo, acontecimentos mais trágicos
estarreceriam as criaturas.
André Luiz – Libertação – Cap. 6 – Observações e Novidades

Notamos que você, ultimamente, anda mais fraca, mais serviçal... Estará desencantada,
quanto aos compromissos assumidos?
A interpelada, um tanto confundida, disse que seu marido, João, filiara-se a um grupo
de preces, o que, de algum modo, lhes vinha alterando a vida.
A entidade desencarnada deu um salto para trás, como um animal surpreendido, e gritou:
"orações”? Você está cega quanto ao perigo que isso significa? Quem reza cai na mansidão.
E' necessário espezinhá-lo, torturá-lo, feri-lo, a fim de que a revolta o mantenha em
nosso círculo.
Volte para o corpo e não ceda um milímetro.
Corra com os apóstolos improvisados. Fazem-nos mal. Prenda João, controlando- lhe o
tempo.
Desenvolva serviço eficiente e não o liberte.
Fira-o devagarinho.
Gúbio, que também observara a cena, esclareceu que obsessão desse teor apresenta
milhões de casos. De manhã cedo, aquela esposa, incapaz de apreciar a felicidade que o Senhor
lhe concedera, com um casamento digno e tranquilo , despertaria no corpo de alma desconfiada
e abatida, convertendo -se em objeto de aflição para o esposo e prejudicando- lhe as conquistas
incipientes.
André Luiz – Libertação – Cap. 6 – Observações e Novidades

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Há aqueles que falam aos gritos, os que são sempre grosseiros ao se expressar junto aos
familiares. Há aqueles que têm sempre um alfinete pronto para as alfinetadas comuns dentro de
casa. Os que falam jogando piadas, com segundas intenções, e ferem o temperamento daquele
que é mais sensível ou que é pavio curto. E há aqueles que, dentro de casa, nem pavio têm,
explodem por qualquer coisa.
Natural é pensar, nessas ocasiões, que nós estaremos dando margem a infiltrações
espirituais inferiores. Como nos disse o Apóstolo Paulo, estamos o tempo todo sendo
observados por uma nuvem de testemunhas.
Mas, se temos testemunhas apostando em nosso crescimento, em nossa virtude, em
nossa felicidade, não podemos descrer que haja outras testemunhas investindo em nossa
queda.
São aqueles inimigos do nosso pretérito, de nossas vidas passadas, de nossa existência
presente. Eles estão sempre à espreita de nossa fragilidade, de um gesto em falso, de uma
vivência incorreta, para que possam nos provocar mal-estares, aturdimentos, desarmonias, com
o prazer patológico de nos ver sofrer.
Por isso pode haver sim, influências espirituais bastante nefastas dentro de nossa
casa, ou influências leves em função do estilo de vida que adotemos viver em família, em razão
de tudo aquilo que decidimos fazer junto aos nossos familiares.
Todas as influências que venhamos a sofrer em nossa residência, em nossa casa, não
temos que pensar primeiramente que alguém nos desfechou pensamentos negativos, que
alguém está fazendo trabalhos contra nós, trabalhos de magia porque o que manda, na nossa
casa, é a nossa vivência.
Daí, vale a pena a família ter esse cuidado na sua convivência. Ninguém vai imaginar
que, dentro de casa, não teremos altercações, alguma indisposição, alguém que fale de uma
forma mais ríspida, mais áspera com o outro e o outro se debulhe a chorar. Isso tudo faz parte
da normalidade da vida doméstica cotidiana.
Mas, o que não deve acontecer é que essa postura de agressividade, essa postura
ferinte, pessimista, negativa, se torne uma constante na relação familiar. Quando isso se
tornar uma constante, não podemos ter dúvida de que estaremos mal assistidos. Criaturas
espirituais de má índole, ou ignorantes ou inconscientes, estarão procurando fazer ninho na
nossa consciência.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Sentir-nos-emos lesados, traídos, amargurados, desprezados em casa, nos sentiremos a
sós, nós veremos pessoas solitárias.
E tudo isso, agasalhado por nós, nessa baixa auto- estima, vai fazendo com que entidades
desencarnadas de má índole, infelizes em si mesmas, se apropriem desse caldo de cultura que
nós lhes oferecemos, para fazer toda sorte de estripulias, para provocar toda sorte de
males, de infestações negativas no seio da nossa família.
Será de bom alvitre instalar em nossa casa, pelo menos uma vez por semana, o hábito
de orar. O Evangelho no lar, como chamamos, ou Jesus no lar, como quisermos.
Raul Teixeira – Federação Espírita do Paraná – Programa Vida e Valores – N
o
116
– 2007/Outubro – Perturbações Espirituais no Lar

Acautele-se. Os Espíritos infelizes, de mente ultrajada, vivem mais com os encarnados
do que se supõe.
Misturam-se nas atividades comuns, perambulam no ninho doméstico, participam das
conversações, seguem com os comensais, de quem dependem em processo legítimo de
vampirização.
Perturbam-se e perturbam. Sofrem e fazem sofrer. Odeiam e geram ódios.
Infelicitados, infelicitam.
Marco Prisco – Glossário Espírita Cristão – Cap. 18 – Perturbadores

26
Loucura e Obsessão – 35 Anos
3.3.3 Aumento da sintonia psíquica negativa na Transição Planetária

“Época de Transição”: esta é a legenda que repetis frequentemente para definir a
atualidade terrestre, em que surpreendeis, a cada passo, larga fieira de ocorrências inusitadas:
Conflitos; Desencarnações em massa; Acidentes enlutando almas e lares; Desvinculações
violentas; Dramas no instituto doméstico; Processos obsessivos, culminando com
perturbações e lágrimas; Moléstias de etiologia obscura; Incompreensões.
(...) Perante a Vida Maior, quase tudo aquilo que vedes, presentemente, em matéria
de agitação ou desequilíbrio, nada mais significa que a movimentação mais intensa de
vastas coletividades que retornam à Esfera Física, em regime de urgência, no intuito de
conseguirem retoques e meios com que possam abordar os tempos novos em condições mais
dignas de trabalho e progresso.
Emmanuel – Diálogos dos Vivos – Cap. 21 – Dupla Renovação

Incontável número de seres procede das regiões dolorosas e purgativas do planeta, que
experimenta mudança de psicosfera, dentro da programática evolutiva a que estão sujeitos
homens e mundos, experimentando a assepsia dos núcleos inditosos que agasalhavam as hordas
de bárbaros do passado, temporariamente ali retidos a fim de que não obstaculizassem o
desenvolvimento do lar...
Recebendo a ensancha liberativa, apresentam-se ao crescimento espiritual, trazendo
insculpidas nos recessos do psiquismo as condições que os tipificam, apesar da aparência
harmoniosa e da estética decorrente das leis genéticas.
Sôfregos e inquietos anseiam por repetir as comunidades chãs, entre as necessidades
primárias de que se desobrigam por instinto, utilizando as aquisições da cultura científica e
filosófica tão somente para a autossatisfação.
Joanna de Angelis – Rumos Libertadores – Cap. 24 – Impulsos e Vontade

Face à necessidade de promover o progresso moral do planeta, milhões de Espíritos
foram transferidos das regiões infelizes onde se demoravam, para a inadiável investidura
carnal, por cujo recurso podem recompor-se e mudar a paisagem mental, aprendendo, na
convivência social, os processos que os promovam a situações menos torpes.
Entretanto, dependências viciosas decorrentes da situação em que viviam, leva- os a
tombarem nas malhas da toxicomania.
Bezerra de Meneses – Nas Fronteiras da Loucura – Cap. 9 – O Problema das Drogas

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Não vos preocupeis demasiadamente com a presença pandêmica do vírus, cujo
momento será mais tarde entendido nas suas razões, nas suas origens e no porquê nos
chegou agora, provocando pânico e dor.
Vós que conheceis Jesus, mantende o respeito às leis, buscando a precaução
recomendada pelas autoridades sanitárias, mas não oculteis a mão socorrista aos padecentes,
não negueis a palavra libertadora aos que se preparam para enfrentar a Imortalidade.

Tende o cuidado para que as vossas ondas mentais sincronizem-se com as mentes que
administram as vidas, e evita descer o vosso pensamento às páginas da agonia, onde se
encontram as forças ultrajantes que estão produzindo as dores por necessidade da evolução
do planeta.
Bezerra de Meneses – Revista Presença Espírita # 338 – Maio/Junho/2020
Mensagem recebida por psicofonia de Divaldo Franco no encerramento da 22º
Conferência Estadual Espírita do Paraná, em 15/Março/2020

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
3.3.4 Elevado número de problemas de Comportamento – Álcool/Drogas/Jogos


Muito mais grave do que parece é a obsessão, nos problemas sociais do
comportamento humano.
Alcoolismo, tabagismo, drogas alucinógenas, sexolatria, jogatina, gula recebem
grande suporte espiritual, sendo, não poucas vezes, iniciada a viciação de cá para ai, por
inspiração que fomenta a curiosidade e por necessidade que estimula o prosseguimento.
O enfermo, dificilmente, consegue evadir-se, por si mesmo, da dificuldade.
De um lado, pelos nefastos prejuízos orgânicos de que se ressente e, por outro, em razão
da incidência mental do obsessor, que o utiliza como instrumento da loucura de que se vê
possuído.
As verdadeiras multidões de dependentes de drogas ou de outras viciações estertoram,
mesmo sem o saberem, em danosos processos de obsessão lamentável .
Manoel Philomeno de Miranda – Roteiro de Libertação – Cap. 34 – Comportamento por
Obsessão
Invariavelmente, defrontamos nas panorâmicas da toxicomania, da sexolatria, dos
vícios em geral a sutil presença de obsessões, como causa remota ou como efeito do
comportamento que o homem se permite, sintonizando com mentes irresponsáveis e enfermas
desembaraçadas do corpo.
Atado à retaguarda donde procede, mantêm-se psiquicamente em sintonia com sítios,
nem sempre felizes, onde estagiou no Além-túmulo, antes de ser recambiado à reencarnação.
Bezerra de Meneses – Nas Fronteiras da Loucura – Cap. 9 – O Problema das Drogas

Além das conjunturas meramente psicofisiológicas, merece considerar- se que em toda
dependência viciosa há sempre uma lancinante força obsessiva, mediante a qual seres
pervertidos e viciados que viveram na Terra e se equivocaram, por processo natural de sintonia,
imantam-se às criaturas humanas, às vezes sendo a causa do mal, em circunstâncias outras, o
que é mais comum, dependentes, também, da falsa necessidade de que padece o homem...
Toxicomania, alcoolismo, tabagismo, sexualismo desvairado, paixões morais
deprimentes, tais a mentira, a calúnia, a pusilanimidade, a idiossincrasia, são amarras perigosas
e constritoras que ora dizimam expressiva soma de seres humanos, nos vários pontos da Terra.
Joanna de Angelis – Oferenda – Cap. 31 – Dependências

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
3.4 Um Flagelo Social e Espiritual

A obsessão, mesmo nos dias de hoje, constitui tormentoso flagício social. Está
presente em toda parte, convidando o homem a sérios estudos.
As grandes conquistas contemporâneas não conseguiram ainda erradicá-la.
Ignorada propositadamente pela chamada Ciência Oficial, prossegue colhendo nas
suas malhas, diariamente, verdadeiras legiões de incautos que se deixam arrastar a
resvaladouros sombrios e truanescos, nos quais padecem irremissivelmente, até à
desencarnação lamentável, continuando, não raro, mesmo após o traspasse...
Isto, porque a morte continua triunfando, ignorada, qual ponto de interrogação cruel
para muitas mentes e incontáveis corações.

As obsessões enxameiam por toda parte e os homens terminam por conviver,
infelizes, com essas psicopatologias para as quais, fugindo à sua realidade, procuram as causas
nos traumas, nos complexos, nos conflitos, nas pressões sociais, familiares e econômicas, como
mecanismo de fuga aos exames de profundidade da gênese real de tão devastadora enfermidade.
Não negando a preponderância de todos esses fatores que desencadeiam problemas de
comportamento psicológico, afirmamos que eles, antes de constituírem causa dos distúrbios,
são, em si mesmos, efeito de atitudes transatas, que o Espírito imprime na organização
fisiopsíquica ao reencarnar-se, porquanto é sempre colocado no grupo familiar com o qual se
encontra enredado, por impositivo de ressarcimento de dívidas, para o equilíbrio evolutivo.
Enquanto o homem não for estudado na sua realidade profunda -- ser espiritual que é,
preexistente ao corpo e a ele sobrevivente --, muito difíceis serão os êxitos da ciência médica,
na área da saúde mental.
As doenças psíquicas, entre as quais se destacam, pela alta incidência, as obsessões,
continuarão ainda a perseguir o homem.
Manoel Philomeno de Miranda – Temas da Vida e da Morte – Cap. 26 – Fenômenos
Obsessivos

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Pululam por toda parte os vinculados gravemente às Entidades perturbadoras do
Mundo Espiritual inferior.
Obsidiados, desse modo, sim, somos quase todos nós, em demorado trânsito pelas
faixas das fixações tormentosas do passado, donde vimos para as sintonias superiores que
buscamos.
Muito maior, portanto, do que se supõe, é o número dos que padecem de obsessões,
na Terra.
Lamentavelmente, esse grande flagelo espiritual que se abate sobre os homens, e não
apenas sobre eles, já que existem problemas obsessivos de várias expressões, como os de um
encarnado sobre outro, de um desencarnado sobre outro, de um encarnado sobre um
desencarnado e, genericamente, deste sobre aquele, não tem merecido dos cientistas nem dos
religiosos o cuidado, o estudo, o tratamento que exige.
Obsessões e obsidiados são as grandes chagas morais dos tumultuados dias da
atualidade.
Todavia, a Doutrina Espírita, trazendo de volta a mensagem do Senhor, em espírito e
verdade, é o portal de luz por onde todos transitaremos no rumo da felicidade real que nos
aguarda, quando desejemos alcançá-la.
Manoel Philomeno de Miranda – Sementes de Vida Eterna – Cap. 30 – Considerando a
Obsessão

Ainda que no momento estejamos passando por um período de transição planetária, no
qual já se percebe fortes sinais indicativos de mudanças evolutivas na humanidade terráquea,
cujo planeta caminha para o estado de regeneração, a Terra ainda é categorizada como mundo
de expiação e provas, visto que o mal predomina.
Neste sentido, a obsessão está caracterizada como epidemia antiga, ocorrendo desde os
tempos imemoriais, que alcança milhares e milhares de pessoas em todas as partes da
Terra.
É uma enfermidade que, para ser erradicada, necessita da melhoria humana,
especialmente a de cunho moral.
O ser humano moralizado ou que se empenha em se transformar em pessoa de bem,
neutraliza naturalmente as investidas dos Espíritos maus.
Marta Antunes de Moura – FEB – Obsessões Espirituais – 2018/03/08

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Epidemia virulenta que grassa ininterruptamente a obsessão prolifera na atualidade
com vigoroso impacto que faz recordar as calamidades pestilenciais de épocas transatas.
Apresenta-se sob disfarce de variada configuração, concitando psicólogos e teólogos,
filósofos e sociólogos interessados nos magnos assuntos do homem e da coletividade ao estudo
das suas causas, com o objetivo de combatê- la com a eficiência necessária para estancar, em
definitivo, a onda de sofrimentos que produz, erradicando- a terminantemente ...
A Doutrina que estuda as obsessões, as suas causas preponderantes e predisponentes –
o Espiritismo –, possui os recursos excepcionais capazes de vencer essa epidemia cruel que,
generalizada, invade hoje a Terra em todos os seus pontos.
Eurípedes Barsanulfo – Sementes de Vida Eterna – Cap. 50 – Tormentos da Obsessão

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
3.5 Estratégias
3.5.1 Cultivo das Auto-Obsessões/Depressão
Capítulo doloroso do comportamento humano que passa quase despercebido de
grande número de pacientes e médicos, é o que diz respeito à auto -obsessão, fruto espúrio
do egoísmo que gera o orgulho e os seus hediondos facínoras, quais o ódio, o ciúme, a inveja,
o ressentimento.
(...). Todas essas e outras síndromes de condutas enfermas desenham o quadro
patológico da auto- obsessão, em que o paciente lúcido sabe o que está fazendo, sem interesse
real de empenhar-se para alterá- lo trabalhando por uma nova maneira de conquistar a saúde
emocional.
Ocorre que, em situações de tal natureza, a questão de sintonia faz-se naturalmente e
são sincronizadas as próprias com outras mentes de seres desencarnados que estagiam na
mesma onda psíquica, perturbados e infelizes, aderindo aos que lhes são equivalentes, nutrindo-
se reciprocamente enquanto mais se desgastam.
Torna-se urgente que sejam estudadas tais condutas patológicas nas áreas do animismo
como do mediunismo, a fim de que essas ressonâncias sejam interrompidas, enquanto agentes
e pacientes recebam a terapia conveniente, que tem por base o esforço pela transformação moral
do ser, aplicando- se à autovigilância encarregada de minimizar, remediar e evitar a reincidência
dessa extravagante forma de comportamento.
Manoel Philomeno de Miranda – Luzes do Alvorecer: Cap. 15 – Distúrbios Emocionais
Obsessivos
Sutil e perigosa, a obsessão grassa, alarmante, disfarçada de transtornos
psiconeuróticos vários, particularmente a depressão e o distúrbio de pânico, avolumando-
se nos tormentos sexuais em desregramento, assim como nas dependências químicas de
natureza diversificada.
Decorrente da assimilação das energias perturbadoras exteriorizadas pelos Espíritos em
sofrimento ou perseguidores, por afinidade mental e moral, em razão da inferioridade daqueles
que se lhe fazem joguetes espontâneos, a obsessão arrasta multidões aos dédalos de aflições
coercitivas, que estão a exigir terapêutica especializada e cuidadosa.
Na raiz de todo desafio obsessivo, encontra-se pulsante o ser endividado, que, não tendo
adquirido valores éticos substanciais, é compelido por automatismos vibratórios a sintonizar
com aqueles desencarnados que lhe são semelhantes, sejam-lhe as vítimas transatas ou outros
que se lhe assemelham.
Joanna de Ângelis – Sendas Luminosas – Cap. 31 – Parasitose Perigosa

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
3.5.2 Incremento de Obsessões Espirituais Sutis

Desse modo, merece que sejam ampliadas as reflexões em torno da sutileza das
obsessões, a fim de que se possa entender-lhe os mecanismos delicados e complexos.
Quando ocorram pensamentos repetitivos perturbadores, reduzindo a polivalência
dos mesmos, restritos a uma idéia que se destaca e predomina, eis que se inicia o processo
sombrio enfermiço.
Da mesma forma, quando os fenômenos da antipatia entre amigos ou meramente
conhecidos passem a crescer, gerando animosidade em instalação, sem qualquer dúvida, além
das barreiras carnais movimentam-se interesses perversos administrando o raciocínio daquele
que assim se comporta.
Sob outro aspecto, mesmo no culto de qualquer ideal, quando se apresentam programas
esdrúxulos ou úteis, mas não oportunos, com riscos de fazer soçobrar o edifício do bem, há
forças espirituais negativas conspirando, cruéis, para o descrédito, a destruição do trabalho.
Toda vez quando os sentimentos se armem contra o próximo, ou se afeiçoem em
demasia, a ponto de perder a linha do equilíbrio, tenha-se certeza de que uma obsessão sutil,
em agravamento, encontra-se em instalação.
As fixações mentais que desestruturam o comportamento psicológico, além do caráter
de instabilidade emocional, tornam-se canais para interferências negativas por parte de espíritos
ociosos e doentios, que andam à espreita de campos experimentais para o conúbio exploratório
de energias físicas a que se imantam.
As obsessões sutis são perigosas, exatamente em razão da sua delicadeza de estrutura,
da maleabilidade com que se apresentam, sendo confundidas com as naturais manifestações
de conduta psicológica pertinente a cada indivíduo.
É necessário muito discernimento para distinguir, quando se expressam desajustes
emocionais, transtornos orgânicos que afetam a conduta psicológica e influências espirituais
perturbadoras.
Tornar os ensinamentos cristãos parte da filosofia existencial diária constitui um recurso
valioso para a preservação da saúde sob quaisquer aspectos considerados, e mesmo quando se
manifestem enfermidades, na condição de terapia psicológica e espiritual, capaz de manter o
equilíbrio interior e a coragem para o prosseguimento da luta até o momento da vitória.
Manoel Philomeno de Miranda – Reencontro com a Vida – 2
o
Parte – Cap. 2 – Sutilezas da
Obsessão

34
Loucura e Obsessão – 35 Anos
Sempre que você experimente um estado de espirito tendente ao derrotismo, perdurando
há várias horas, sem causa orgânica ou moral de destaque, avente a hipótese de uma
influenciação espiritual sutil.
Seja claro consigo para auxiliar os Mentores Espirituais a socorrer você. Essa é a
verdadeira ocasião da humildade, da prece, do passe.
Dentre os fatores que mais revelam essa condição da alma, incluem-se :
1. Dificuldade de concentrar idéias em motivos otimistas;
2. Ausência de ambiente intimo para elevar os sentimentos em oração ou concentrar-se em
leitura edificante;
3. Indisposição inexplicável, tristeza sem razão aparente e pressentimentos de desastre
imediato;
4. Aborrecimentos imanifestos por não encontrar semelhantes ou assuntos sobre quem ou o
que descarrega-los;
5. Pessimismos sub-reptícios, irritação surdas, queixas, exageros de sensibilidade e aptidão a
condenar quem não tem culpa;
6. Interpretação forçada de fatos e atitudes suas ou dos outros, que você sabe não corresponder
à realidade;
7. Hiperemotividade ou depressão raiando na iminência de pranto;
8. Ânsia de investir-se no papel de vitima ou de tomar uma posição absurda de automartírio;
9. Teimosia em não aceitar, para você mesmo, que haja influenciação espiritual consigo, mas,
passados minutos ou horas do acontecimento, vem-lhe a mudança do tom mental e, não
raro, a constatação de que é tarde para desfazer o erro consumado.
O encarnado responsável pode estar tão inconsciente de seus atos que os efeitos
negativos se fazem sentir como se fossem desenvolvidos pela própria pessoa.
Quando o influenciador é consciente, a ocorrência é preparada com antecedência e
meticulosidade, às vezes, dias e semanas antes do sorrateiro assalto, marcado para a
oportunidade de encontro em perspectiva, conversação, recebimento de carta, clímax de
negocio ou crise imprevista de serviço.
Não se sabe o que tem causado maior dano à Humanidade : se as Obsessões
espetaculares, individuais e coletivas, que todos percebem e ajudam a desfazer ou isolar, ou se
essas meio-obsessões, de quase- obsidiados, despercebidas, contudo bem mais frequentes,
que minam, as energias de uma só criatura incauta, mas por vezes influenciando o roteiro de
legiões de outras.
Quantas desavenças, separações e fracassos não surgem assim?
Estude em sua existência se nessa última quinzena você não esteve em alguma
circunstância com características de influenciação espiritual sutil. Estude e ajude a você
mesmo.
André Luiz – Estude e Viva – Cap. 35 – Influências Espirituais Sutis

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
3.5.3 Existência de Obsessões Intermitentes


Dentre as várias manifestações obsessivas, uma passa quase despercebida, sendo, por
isso mesmo, de alta gravidade, pela razão de raramente chamar a atenção, graças às suas
sutilezas e características especiais.
Referimo-nos às obsessões intermitentes.
Elas são frequentemente variantes, isto é, apresentam-se voluptuosas e destruidoras em
determinados períodos, para desaparecerem quase completamente em outros.
Suas vítimas experimentam injunções cruéis, vivendo sob verdadeiras espadas de
Dâmocles, prestes a terem ceifadas a paz, a saúde, a vida...
Aqueles que sofrem as ações dos espíritos perversos – e no caso em tela, muito lúcidos
e cruéis – passam períodos de otimismo e realizações edificantes para, subitamente, derraparem
em paixões sórdidas, depressões sem causa aparente ou exaltação de violência...
Durante a incidência da perturbação, esses seres chegam às raias da loucura, perdendo
o discernimento e a lucidez, permitindo- se comportamentos esdrúxulos, atitudes surpreendentes
e estados desequilibrados da alma.
Isto, porque, os seus adversários espirituais, que os conhecem, identificam os seus
defeitos e sabem quais as suas imperfeições, graças aos quais têm preferências estranhas,
permitindo-se licenças morais que se tornam campo propício à penetração e assimilação pelo
paciente da energia obsessiva.
Esse fenômeno perturbador ocorre, como é natural, porque o enfermo cultiva os
hábitos viciosos que procedem de outras existências, ou que são adquiridos mais
recentemente, a cujo exercício de prazer se entregam inermes.
Têm a mente enriquecida de extravagâncias e comportamentos defeituosos, não se
esforçando por liberar-se em definitivo dos instintos primários nem das paixões selvagens.
As pessoas que sofrem obsessões intermitentes marcham sob sombras que
necessitam ser desbastadas com a luz da conduta nobre, da ação edificante e da prece
inspirativa...
Mantendo- se vigilantes, preservando o equilíbrio no trabalho do bem, conseguem
despertar a simpatia dos Mentores Espirituais e libertar- se da psicosfera propiciadora da
vinculação com os antigos comparsas, ora tornados inimigos.
Quem, periodicamente, experimente as alternâncias de humor, de estados emocionais e
físicos, sem causas imediatas, certamente está sob a pressão de obsessões intermitentes,
necessitando de coragem para o auto-exame, o enfrentamento das inferioridades e a elevação
moral, entregando- se ao bem que possa fazer e fruir, no qual a saúde se torna o estado ideal que
todos aspiram.
Manoel Philomeno de Miranda – Antologia Espiritual – Cap. 35 – Obsessões Intermitentes

36
Loucura e Obsessão – 35 Anos
3.5.4 Estabelecimento das Obsessões “Pacificas”

Os meus perseguidores não me seviciaram o corpo, nem me conturbaram a mente .
Acalentaram apenas o meu comodismo e, com isso, me impediram qualquer passo
renovador.
Volto da Terra, meu caro, imitando o lavrador endividado e demãos vazias que regressa
de um campo fértil, onde poderia ter amealhado inimagináveis tesouros…
Sei que você ainda escreve para os homens, nossos irmãos. Conte-lhes minha pobre
experiência, refira-se, junto deles, à obsessão pacífica , perigosa, mascarada…
Diga-lhes alguma coisa acerca do valor do tempo, da grandeza potencial de qualquer
tempo na romagem humana!…
Humberto de Campos – Cartas e Crônicas – Cap. 8 – Obsessão Pacífica
Em compacta assembléia do reino das sombras, um poderoso soberano das trevas, diante
de milhares de falangistas da miséria e da ignorância, explicava o motivo da grande reunião.
O Espiritismo com Jesus, aclarando a mente humana, prejudicava os planos infernais.
Em toda parte da Terra, as criaturas começavam a raciocinar menos superficialmente!
Indagavam, com segurança, quanto aos enigmas do sofrimento e da morte e aprendiam,
sem maior dificuldade, as lições da Justiça Divina.
Compreendiam, sem cadeias dogmáticas, os ensinamentos do Evangelho. Oravam com
fervor. Meditavam na reencarnação e passavam a interpretar com mais inteligência os deveres
que lhes cabiam no Planeta. Muita gente entregava-se aos livros nobres, à caridade e à
compaixão, iluminando a paisagem social do mundo e, por isso, todas as atividades da sombra
surgiam ameaçadas.
Que fazer para conjurar o perigo?
(...) O comandante dos exércitos preguiçosos acrescentou, sem perturbar-se:
– Sim, diremos que o Espiritismo com Jesus, pedindo às almas encarnadas para que se
regenerem, buscando o conhecimento superior e servindo à caridade, é, de fato, o roteiro da luz,
mas que há tempo bastante para a redenção, que ninguém precisa incomodar-se, que as
realizações edificantes não efetuadas numa existência podem ser atendidas em outras, que tudo
deve permanecer agora como está no íntimo de cada criatura na carne para vermos como ficarão
depois da morte, que a liberalidade do Senhor é incomensurável e que todos os serviços e
reformas da consciência, marcados para hoje, podem ser transferidos para amanhã...
Desse modo, tanto vale viverem no Espiritismo como fora dele, com fé ou sem fé,
porque o salário de inutilidade será sempre o mesmo...
Humberto de Campos – Contos e Apólogos – Cap. 40 – Nos Domínios da Sombra

37
Loucura e Obsessão – 35 Anos

Paulo de Tarso na História
Foi um médium com Jesus;
Lutou, sofreu e venceu,
Espalhando amor e luz.
Temos sempre muitos médiuns,
Honrando o apoio do Além,
Fiéis às bênçãos de Deus
Nos compromissos do Bem.

Mas hoje conheço uns tantos
Que começam de estourada,
Quando o trabalho aparece
Vão mudando de jogada.
Alguns alegam queixosos
Que necessitam viver,
Que a dor é grande no mundo
E nada podem fazer.

Muitos são iniciados
Em lindas obras humanas,
Mas dizem-se fatigados
Em três ou quatro semanas;
Outros muitos se declaram
Chamados à luz do amor,
Entretanto, não trabalham
Com medo de obsessor.

Há quem deseje ser médium,
Pedindo grande trabalho,
Depois foge parecendo
A flor que caiu do galho;
Muitos mostram na doença
Entendimento profundo,
Quando Deus lhes dá saúde
São pernas largas no mundo.
















Alguns chegam prometendo
Auxílio a quem luta e chora,
Vendo o serviço aumentando,
Afastam-se dando o fora;
Vários suplicam encargos
Mostrando fé na alma afoita,
O trabalho vai surgindo
E é muita gente na moita.

Há quem foge no começo,
Planta que nasce e não vinga,
Depois, no instante das provas,
Buscam mandraca e mandinga;
Tantos médiuns aparecem,
Com tanta luz de esperança,
Vai-se ver: a maioria
Quer apenas maré mansa.

O mundo clama por médiuns,
Embora surjam às pencas,
Mas buscam sombra e água fresca
No refúgio das avencas;
Encontro médiuns amigos
Que dizem não ter mais fé,
Geralmente, estão na rede
Com mantas de lã no pé.

São médiuns de todo jeito
Os médiuns que tenho visto,
Mas médium só não dá zebra
Quando segue Jesus Cristo.
Cantador, filho do Norte,
Venho ao Rio de Janeiro,
Quem canta na Guanabara
Cantou no Brasil inteiro.

Leandro Gomes de Barros – Tempo de
luz — Cap. 21 – Médiuns na Cantiga

1
Loucura e Obsessão – 35 Anos
4. Loucura e Obsessão – Ótica Espiritual

4.1 Considerações Doutrinárias

É muito diáfana a linha divisória entre a sanidade e o desequilíbrio mental.
Transita- se de um para outro lado com relativa facilidade, sem que haja, inicialmente,
uma mudança expressiva no comportamento da criatura.
Ligeira excitação, alguma ocorrência depressiva, uma ansiedade, ou um momento de
mágoa, a escassez de recursos financeiros, o impedimento social, a ausência de um trabalho
digno entre muitos outros fatores, podem levar o homem a transferir-se para a outra faixa da
saúde mental, alienando-se, temporariamente, e logo podendo retornar à posição regular, à de
sanidade.
Há, no entanto, além dos fatores que predispõem à loucura e dentre os quais situamos o
Carma do Espírito, nos quais se demoram incontáveis criaturas em plena fronteira , existe a
OBSESSÃO ESPIRITUAL, que as impulsiona a darem o passo adiante, arrojando- as no
desfiladeiro da alienação de largo porte e de difícil recuperação...
Não nos desejamos referir àqueles que são portadores de patogenias mais imperiosas
em razão de enfermidades graves, da hereditariedade, de distúrbios glandulares e orgânicos, de
traumas cranianos e de sequelas de inúmeras doenças outras...
Queremos deter-nos naquelas patogenias de origem espiritual, sejam as de natureza
emocional, pelas aptidões e impulsos que procedem das reencarnações anteriores, de que os
enfermos não se liberam, sejam pelo impositivo das obsessões infelizes, produzidas por
encarnados ou por Espíritos que já se despiram da indumentária carnal, permanecendo, no
entanto, nos propósitos inferiores a que se aferram...
A OBSESSÃO É UMA FRONTEIRA PERIGOSA PARA A LOUCURA
IRREVERSÍVEL.
Dando gênese a enfermidades várias , inicialmente imaginárias, que recebe por via
telepática, podem transformar-se em males orgânicos de consequências insuspeitadas, sob a
ação do perseguidor, que induz a vítima que o hospeda, a situações lamentáveis.
Comportamentos que se modificam, assumindo posições e atitudes estranhas, mórbidas,
exprimem a ação de mentes obsessoras sobre aqueles que se lhes submetem, mergulhando em
fosso de sombras e de penoso transito...
HÁ MUITO MAIS OBSESSÃO, GRASSANDO NA TERRA, DO QUE SE
IMAGINA E SE CRÊ.

2
Loucura e Obsessão – 35 Anos
Nos processos obsessivos, não deixemos de repeti-lo, estão incursas na Lei as pessoas
que constituem o grupo familiar e social do paciente, aí situado por necessidade evolutiva e de
resgate para todos.
Não se podem fugir à responsabilidade os que foram cúmplices ou co- autores dos
delitos, quando os infratores mais comprometidos são alcançados pela justiça. Reunidos pelos
parentescos sanguíneos ou através de conjunturas da afetividade, da afinidade, formam os
grupos onde são alcançados pelos recursos reeducativos, dentro dos objetivos do progresso.
A CRUZ DA OBSESSÃO É PESO QUE TOMBA SEMPRE SOBRE OS
OMBROS DAS CONSCIÊNCIAS COMPROMETIDAS.
Nesse contexto, o Espiritismo - que é o mais eficaz e fácil tratado de Higiene Mental
- desempenha um relevante papel, qual seja o de prevenir o homem dos males que ele gera para
si mesmo e lhe cumpre evitar, como facultando-lhe os recursos para superar a problemática
obsessiva, ao mesmo tempo apoiando e enriquecendo os nobres profissionais da Psicologia, da
Psiquiatria e da Psicanálise...
Manoel Philomeno de Miranda – Nas Fronteiras da Loucura – Introdução.

A obsessão muito prolongada pode ocasionar desordens patológicas e reclama, por
vezes, tratamento simultâneo ou consecutivo, quer magnético, quer médico, para restabelecer a
saúde do organismo.
Destruída a causa, resta combater os efeitos.
Allan Kardec - O Evangelho segundo o Espiritismo - Cap. 28 - item 85

Os casos de obsessão são tão frequentes que não é exagero dizer que nos hospícios de
alienados mais da metade apenas tem a aparência de loucura e que, por isso mesmo, a
medicação vulgar não tem efeito.
Allan Kardec - Revista Espírita - 1866

Enquanto o homem não for estudado na sua realidade profunda – ser espiritual que é,
preexistente ao corpo e a ele sobrevivente – muito difíceis serão os êxitos da ciência médica,
na área da saúde mental.
As doenças psíquicas, dentre as quais se destacam, pela alta incidência, as obsessões,
continuarão ainda a perseguir o homem.
Manoel Philomeno de Miranda - Temas da V ida e da M orte – Cap. 26

3
Loucura e Obsessão – 35 Anos

As doenças mentais são sempre vinculadas a problemas Espirituais?
Mesmo aquelas que têm substrato orgânico?
Resposta do Espírito Dr. Bezerra de Menezes:
— Certamente, meus amigos, com algumas exceções.
As exceções podem ser: Fadiga mental, depressões nervosas ocasionadas por algum
fator patológico, impurezas do sangue, sífilis e outras de fácil verificação.
A própria loucura de origem alcoólica poderá ter causa espiritual, visto que o alcoólatra
poderá ser um obsidiado, ou atrair afins espirituais que lhe compliquem os distúrbios.
Mas nem todas as doenças mentais têm origem na obsessão, embora sejam de origem
psíquica.
O mundo espiritual é intensíssimo e os homens estão longe de compreender sua
intensidade.
Por sua vez, o ser psíquico, o perispírito inclusive, e, acima de tudo, a mente, são
potências inimagináveis para os homens.
Assim sendo, os sentimentos de um desencarnado atingirão intensidades indescritíveis
se esse ser não for bastante equilibrado, ou evoluído, para dirigi -las normalmente.
A fim de compreendermos o que se seguirá, porém, devemos ter em mente que o
perispírito é ligado ao corpo físico, na encarnação, pela rede de vibrações nervosas, e a este
dirige como potência equilibradora.
O remorso, por exemplo, que é um dos mais avassaladores sentimentos, e que, no estado
de desencarnação de um Espírito, chegará a enlouquecê- lo, poderá levar o Espírito a reencarnar
em estado vibratório precário, por excitado, deprimido, alucinado, desesperado, etc.
E, assim sendo, ele carreará para o corpo que habitar predisposições para acentuado
desequilíbrio nervoso, intoxicações magnéticas que mais tarde redundarão em doença mental,
onde até visões (do passado em que delinquiu) existirão, ao choque de uma possível fadiga
mental, de uma emoção forte ou até de excessos de qualquer natureza, inclusive o excesso
sexual e até o alimentar.
Seu aspecto será o de um obsidiado.
No entanto, ele é obsidiado apenas por sua memória profunda, que vinculou sua
personalidade humana.
Se houve remorso, houve crime, delinquência. E, se houve crime, a consciência,
desarmonizada consigo mesma, desarmonizará todo o ser, e de muitas formas.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
A mente enferma refletirá sua anormalidade sobre o perispírito, que é dirigido por ela,
e este sobre o corpo carnal, que é escravo de ambos, através do sistema nervoso.
E eis aí a doença mental com substrato orgânico vinculada a problemas espirituais, mas
não propriamente a obsessão na sua feição comum.
Se se tratar desse paciente, pelas vias espíritas comuns, é provável que ele não se
recupere, ou pelo menos que não se recupere com facilidade, visto que não existe um obsessor
propriamente dito.
E se se evocar um obsessor, insistindo na atração, facultar-se-á a possibilidade da
comunicação do próprio Espírito do suposto obsidiado, que será atingido pelas correntes
vibratórias atrativas, cairá como que em transe, adormecerá e dará a comunicação.
Referir-se-á a «ele», isto é, ao corpo que ocupa como se se tratasse de outra
personalidade, pois é sabido que o Espírito de um vivo, se se comunica em sessões de
experimentações, refere- se ao próprio corpo usando a terceira pessoa do singular.
Se tais tentativas forem bem planejadas e aplicadas, o tratamento beneficiará o
comunicante, visto que ele terá sido doutrinado, evangelizado, instruído, consolado, etc., pois
tal tratamento é usado no mundo Invisível para encarnados sofredores e desequilibrados, com
muito bons resultados.
Mas se o instrutor encarnado, durante a comunicação, entrar a supô -lo um obsessor
desencarnado e procurar convencê-lo de tal, com assertivas que não se amoldem ao caso,
confundirá o comunicante, e ele se retirará assaz desgostoso e desorientado.
Assim, pois, para evitar tal contratempo, convém que os dirigentes das sessões
conheçam bastante o terreno em que estão agindo, que disponham de médiuns assaz seguros
para transmitirem as instruções dos dirigentes espirituais, indicando as tentativas a serem feitas.
As sessões de estudo doutrinário serão de grande utilidade para tais casos, se o paciente
estiver em condições de frequentá-las.
(...)
O perispírito, meus amigos, é corpo vivo, passível não só de adoecer se a mente enferma,
mas de refletir também estados conscienciais deploráveis ou sublimes, e os estados
conscienciais muito graves poderão ocasionar doenças mentais em um ser encarnado, e
convenhamos que tal estado até mesmo se retrata no aspecto fisionômico do indivíduo.
— Todos esses casos, influindo no sistema nervoso, afetarão, muitas vezes, o cérebro,
uma vez que o primeiro é o veículo natural do perispírito, no estado de encarnação.
Daí o fato de os sistemas glandulares do aparelho cerebral humano serem atingidos.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Ataques, convulsões, epilepsia, hipocondria, neurastenia e depressões têm origens
espirituais e não raro são casos também fundamentados na obsessão, na sugestão hipnótica
obsessora (a sugestão hipnótica nada mais é do que obsessão temporária, quando não for
positiva), etc.
O tratamento psíquico em tais casos será de grande valia, embora não dispense o físico.
Bezerra de Meneses – Recordações da Mediunidade – Cap. 10 – O Complexo
Obsessão.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Mente em desalinho, pensamento turbilhonado, o espírito encarnado que jaz nas malhas
soezes da obsessão pode ser comparado a aranha imprevidente encarcerada nos fios da própria
teia.
Vencido pela mente pertinaz que a persegue através de vinculações que remontam ao
pretérito espiritual, a casa cerebral, visitada pela interferência do obsessor, se desarranja,
dificultando ao espírito encarnado controlar os centros de que se utiliza na investidura carnal.
A incidência da vontade subjugadora, em hipnose continuada e coercitiva sobre a
vontade que se deixa subjugar, faculta o descontrole do centro de censura psíquica, que vela,
nos tecidos sensíveis do perispírito, lembranças e acontecimentos passados, dando origem a
interferência de fatos transcorridos com os sucessos em curso, gerando desequilíbrio e anarquia
mental.
Iniciando o processo de descontrole, o invasor faz que se reavivem os complexos de
culpa e as recordações dos crimes que ficou impune, surgindo, então, as síndromes das psicoses
e neuroses, das alienações e desvarios de toda ordem.
(...)
A obsessão é, por isso mesmo, enfermidade espiritual de anamnese muito difícil,
apresentando um quadro clínico deveras complexo, em considerando serem as suas causas
quase sempre ignor5adas por quantos interferem nas tarefas de socorro aos obsidiados, exigindo
muito espírito de abnegação e renúncia, sacrifício e amor.
Sobretudo nos processos desobsessivos faz-se imprescindível não somente um “coração
puro”, mas também um caráter ilibado e uma mente esclarecida que hauriu, no Espiritismo, a
terapêutica especializada para tarefas que tais.
Flagelo social de consequências imprevisíveis e de constituição sutil quão danosa, a
obsessão campeia nos quadros da humanidade moderna engendrando lamentáveis processos de
desajustamentos de vária ordem, de cujo resultado a Terra se converte num báratro
desesperador.
Insidiosa, persistente, dominadora, a obsessão produz estados degenerativos nas sedes
do perispírito que se encarregam de imprimir, nas células dos departamentos da mente quanto
no corpo, os desvios da loucura e de enfermidade outras ainda não estruturadas devidamente
pela Patologia, comprometendo seriamente, através do desgaste, o aparelho psíquico e a maquia
somática do deambulante pela neblina carnal.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
(...)
Espíritos despóticos ou viciados, précitos ou cruéis, ao se emboscarem na organização
das células físicas, condicionam, através das próprias vibrações, inarmonias no metabolismo
desta ou daquela natureza, do que decorrem desequilíbrios vários, gerando estados de
perturbação íntima, engendrando distúrbios e nevroses que os fazem com tempo transformar-
se em algozes ou em vítimas de si mesmos, conduzindo- se à desesperação do túmulo antecipado
pelo suicídio direto ou indireto, vítimas de alucinações momentâneas ou da loucura de grande
porte...
Aí estão os esquizofrênicos, os cleptomaníacos, os neuróticos e psicóticos de múltipla
variedade, refletindo as distonias do próprio espírito nos centros de comando da vontade, da
razão, dos diversos órgãos...
Manoel Philomeno de Miranda - Sementeira da Fraternidade- Cap. 5 – Alienação
por Obsessão

Na classificação das Psicopatogêneses das alienações mentais, os conflitos exercem
preponderância, especialmente aqueles que defluem do comportamento exterior divergente da
forma pessoal de ser da criatura.
Assim, o remorso, mesmo quando significa o despertar da razão pelos complexos
mecanismos que desencadeia, é fator de perturbação emocional, no além-túmulo, levando o
espírito à loucura.
O desvestir-se da ilusão e o simultâneo enfrentamento da realidade produzem choque
psicológico que aturde mais gravemente quando o paciente espiritual dá-se conta dos prejuízos
causados tanto a si mesmo como aos outros.
(...)
Não apenas esse acontecimento tem lugar no mundo material, mas também e,
principalmente, no Espírito após a desencarnação.
(...)
Os fatos mais vigorosos que se fixaram no inconsciente afloram e os reexamina sob a
óptica do arrependimento, abrindo espaço para a instalação do remorso dissolvente, que leva
ao desespero, pela falta de oportunidade momentânea de reparação, empurrando a vítima para
a loucura em espírito.
Escritores perversos que induziram mentes despreparadas ao crime, às paixões
primitivas, à obscenidade;

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Atores insensíveis que personificaram indivíduos cruéis e degradados, que voltaram a
influenciar o público galvanizado pelo seu desempenho;
Artistas e poetas, médicos e terapeutas infelizes que propuseram o suicídio como
solução para os sofrimentos; sacerdotes da ciência e da fé que corromperam, que praticaram a
eutanásia e o aborto, que fomentaram o desrespeito às Leis da Vida;
Periodistas que se fizeram modelo da degradação humana, infelicitando vidas em
floração,
Enfim, todos esses campeões dos triunfos terrestres mentirosos despertam além do
túmulo e, dando- se conta dos atos ignóbeis que praticaram, ao acordarem para a realidade que
ora enfrentam, ficam tomados de horror por si mesmos e fogem para lugar nenhum,
enlouquecidos, hebetados...
(...)
Dessa forma, medite- se seriamente em torno da conduta e do pensamento individual,
trabalhando a consciência para liberá-la de futuro remorso cruel que leva à loucura.
Manoel Philomeno de Miranda – Mediunidade – desafios e bênçãos – Cap. 2 –
Remorso e Loucura


Em qualquer hipótese, porém, em que seja examinado, o paciente esquizofrênico é um
espírito que perdeu o endereço de si mesmo, carregado de culpas transatas, que procura
refugiar-se na alienação, através, naturalmente, dos fenômenos orgânicos e psicológicos que
foram impressos pelo perispírito nos genes encarregados da sua organização biológica.
Eis por que, esses espíritos conflitivos sempre reencarnam através de pessoas que
tenham os fatores preponderantes para a formação fisiológica propiciatória à instalação do
transtorno psicótico profundo.
Através da lei de afinidade, aqueles que estão comprometidos perante as Divinas Leis
reencarnam-se em grupos familiares, afetuosos ou não, de maneira a resgatarem juntos os
débitos acumulados.
Surgem, desde a infância, os ódios, os dramas e conflitos familiares, as exclusões, as
perseguições, os castigos físicos injuriosos, que desencadeiam as reações psicológicas
predisponentes ao distúrbio grave.
Quando se compreender que o espírito é sempre o encarregado de modelar a existência
que lhe é mais favorável, dispor-se-á de elementos para estudos mais profundos em torno da
loucura e suas variantes, cujas raízes estão fixadas no cerne profundo do ser.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Manias e suspeitas, insegurança e complexos de inferioridade como de superioridade,
narcisismo, timidez, tormento sexual estão centrados em comportamentos anteriores do
espirito, que não soube conduzir-se com a necessária dignidade, defraudando os códigos da
vida, mesmo que sem o conhecimento das demais pessoas.
O importante não é que a sociedade tome conhecimento do deslize moral do ser humano,
mas que ele o saiba, levando-o inserido no inconsciente, que lhe constitui o juiz severo
encarregado de liberá- lo das consequências dos atos infelizes.
Somos, portanto, da opinião de que as problemáticas dessa como de outra natureza,
derivam-se dos processos reencarnatórios malsucedidos, reaparecendo como oportunidade de
liberação dos erros e identificação com a vida e o equilíbrio
Joanna de Angelis - Encontro com a Paz e a Saúde - Cap. 6 - Transtornos Mentais e
Obsessivos

Direcionando o pensamento vigoroso contra o adversário, ora no corpo carnal, o espírito
enfermo pelo ódio descarrega vibrações que irão perturbar o equilíbrio de algumas monoaminas
no cérebro, dando lugar, pela constância, a futuras depressões, a processos maníacos, a
transtornos esquizofrênicos, que somente desaparecem quando o agente é afastado, e não
apenas mediante os recursos terapêuticos convencionais.
No caso do socorro psiquiátrico, os barbitúricos aplicados produzem naturalmente a sua
ação sem os correspondentes benefícios, que são alterados pelos campos enérgicos produzidos
pela incidência das ondas mentais do perseguidor.
Na maioria das vezes, a terapêutica medicamentosa gera maior soma de distúrbios,
porque mesclada às energias deletérias; os neurônios sofrem impedimentos para que tenham
lugar as corretas sinapses, dando espaço ao surgimento de excessos ou escassez de serotonina,
de noradrenalina, de dopamina...
Pertinaz e cruel, esse processo produz o surgimento de personificações parasitárias, de
personalidades duplas (ou várias),que são fenômenos de incorporação mediúnica, através da
qual o agente pernicioso exerce o predomínio da vontade sobre o paciente, assumindo- lhe o
controle mental, passando a expressar-se por seu intermédio.
Em outros casos, ativam-se os núcleos de registros perispirituais e o inconsciente libera
lembranças arquivadas, que dizem respeito ao período da convivência inditosa, volvendo o
mesmo em forma viva, que se sobrepõe às paisagens atuais, o que mais degrada o ser vitimado.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
O prosseguimento da indução penosa, no transcorrer do tempo, termina por
desarmonizar as neurocomunicações e desestabilizar os fenômenos neurofisiológicos,
instalando- se então os lamentáveis processos de loucura, de alienação profunda, que impedem
a fácil ou possível reabilitação do enfermo.
Em fases portadoras de tal gravidade, o agente desencarnado, emaranhando-se nos
campos de energia da sua vítima, passa a vampirizá- la, enfraquecendo-a de tal forma, que a
vitalidade preservadora gasta- se com rapidez, apressando-lhe o falecimento orgânico
(...)
O transtorno obsessivo, desse modo, deve ser cuidado desde as suas manifestações
iniciais, evitando- se-lhe o agravamento.
Joanna de Angelis - Encontro com a Paz e a Saúde - Cap. 6 - Transtornos Mentais e
Obsessivos

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Na gênese das personalidades múltiplas repousam fatores causais, que
passam despercebidos aos estudiosos da psicanálise, pois estão mais preocupados
com as asseverações freudianas não se concedendo abertura mental para outros
conceitos.

Sem negarmos os fundamentos traumáticos, de grave significação no
problema em pauta, que precedem à infância e se instalam, particularmente, durante
esse período, gerando processos inconscientes
de fugas, ensejando as causas
profundas para as
neuroses e as psicoses centralizadas em transtornos de natureza
histérica, que mereceram de Charcot e
dos seus contemporâneos estudos acurados,
razões outras antecedem à fecundação do ser, encontrando-se ínsitas no Espírito
em viagem evolutiva pelo processo reencarnatório, de que se utilizam os sábios

desígnios para a evolução individual.
Sem dúvida, processos de dissociação profunda , no inconsciente do ser, dão
vazão a personalidades
neuróticas, que se instalam dominadoras como me canismos
de defesa, conseguindo ascendência sobre
o "eu" consciente do hospedeiro, que pode ser
levado a estados de inconsciência total,
fugindo à realidade dos problemas
esmagadores
de que se não consegue libertar nem superar.
(...)
Sobrevivendo à disjunção cadavérica, o Espírito que desperta aturdido além do
túmulo busca, por natural processo de afinidade psíquica, aqueles que se lhe demoram
adversários, na maioria das vezes sem a consciência disso,
produzindo parasitose de
natureza espiritual
, em que se manifestam tormentosos e longos processos de obsessão
profunda
, em que predominam os fluidos e os sentimentos do desencarnado atuando sobre
o encarnado que lhe padece a interferência, a princípio na esfera psíquica, e,
posteriormente, psicofísica,
aparentando um processo de "personalidades
dissociadas"
que, em verdade, são individualidades distintas, em ferrenho combate ou
em vampirização dolorosa ou, ainda, em predomínio de ação, na sôfrega busca de prazeres
que já não podem fruir, por se encontrarem no Mundo Espiritual, utilizando- se, desse
modo, de outro homem, no seu corpo físico, como instrumento para o gozo e para a
alucinação...

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Fazem-se valiosos os contributos da psicanálise, em processos que tais, no entanto
em qualquer manifestação de personificações dissociadas, a palavra de alento, a catarse
moral, a assistência fraterna, a doutrinação nos moldes lecionados pela Doutrina Espírita e
o firme propósito de o paciente enfrentar as debilidades do caráter, utilizando-se da prece,
que é uma terapêutica superior, contribuirão para a libertação do estado patológico, seja de
fundo meramente psicológico e
ou principalmente obsessivo, como na vasta maioria
dos casos.

Em todo processo de descontrole da mente e da emoção,
o enfermo é sempre o
Espírito endividado
, carente de crescimento moral e renovação interior, rumando para o
bem e para a vida, com otimismo e coragem, levando de vencida as imperfeições que lhe
tisnam o ser, a fim de integrar-se no perfeito equilíbrio do programa de evolução em que
todos nos engajamos.
Carneiro de Campos – Sementes de Vida Eterna – Cap. 12 – Personalidades
Mórbidas

Somente a Consciência Cósmica, porque justa e sábia, dispõe dos meios hábeis para
reequilibrar os relacionamentos doentios, anular as irregularidades praticadas, substituir os
danos proporcionados por bens produzidos em etapa nova.
Conhecendo em profundidade o passado de ambos os litigantes – vítima e verdugo –
avalia com justeza e sabedoria os fatores que geraram os males, as circunstâncias em que
tiveram lugar, os comprometimentos danosos, recorrendo aos instrumentos de depuração
através do amor, da benevolência, da caridade, do perdão para refazer o caminho da
fraternidade e a todos tornar amigos, auxiliando-os a compreender que os erros, os equívocos
são experiências inevitáveis da injunção evolutiva.
Isto posto, muitas das personalidades múltiplas que se apresentam nas
psicopatologias são presenças espirituais que estão interferindo na conduta dos seres
humanos, necessitando de conveniente terapia capaz de despertar-lhes a consciência,
demonstrando- lhes o lamentável campo em que laboram com incalculáveis prejuízos para elas
mesmas.
Não é fácil o tentame, como não é fácil nada de nobre e de dignificante que se pretende
realizar.
Tudo na vida são desafios de alto porte, que exige investimento de responsabilidade e
de trabalho, a fim de colimar resultados positivos.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Porém, a paciência revestida de compaixão pelo perseguidor e a orientação
dignificadora ao perseguido com outros contributos consegue alterar a paisagem vigente e, às
vezes, libertar um do outro, os combatentes da alucinação odienta.
No próprio indivíduo estão os receptáculos nos quais se acoplam aqueles que se sentem
por eles defraudados e se resolvem por tomar providências recuperadoras.
Por isso, enquanto não ocorra uma real mudança de intenções do paciente, uma alteração
vibratória de atividade mental e moral, ei-lo predisposto à interferência negativa, à presença da
personalidade intrusa, que age por seu intermédio, tomando- lhe o controle físico e mental de
acordo com a profundidade e a gravidade do delito que os identifica e enlaça.
Simultaneamente, pode-se encontrar também como fator propiciatório à presença de
personificações parasitárias as reminiscências não diluídas no inconsciente, no qual estão
registradas as existências pretéritas, particularmente aquelas quando houve predominância de
experiências fortes, que continuam ressumando desses profundos alicerces e depósitos,
assumindo controle sobre o eu atual.
São, quase sempre, recordações de comportamentos muito severos que se gravaram com
vigor nos painéis da alma e automaticamente ressurgem, sobrepondo- se ao estado de lucidez, e
passando a dirigir as atitudes presentes.
Imperiosas impressões e vigorosas condutas vividas permanecem ditando sua forma de
ser e gerando descontrole no psiquismo, mediante cuja predominância leva o homem e a mulher
a conflitos sexuais, emocionais, vivenciais muito afligentes.
(...)
É muito complexo e delicado o capítulo das personalidades múltiplas ou das
personificações parasitárias em razão da indestrutibilidade da vida, da imortalidade da alma e
do intercâmbio que existe entre todos os seres viventes, em particular entre os Espíritos, que
são todas as criaturas, mesmo tendo-se em vista as diferenças dos níveis evolutivos em que
estagiam.
Jesus, o Psicoterapeuta por excelência, advertiu com sabedoria e solicitude:
- Não faças a outrem o que não desejares que ele te faça, demonstrando que de acordo
com a sementeira assim será a colheita.
A saúde integral, portanto, será sempre o resultado de uma consciência sem culpa, de
um coração dulcificado e de uma conduta equilibrada.
Joanna de Angelis – Revista Reformador – Fevereiro – 1999 – Dias Gloriosos – Cap.
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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Na psicologia das personalidades múltiplas ou anômalas, não podemos descartar
a
realidade espiritual do próprio paciente.
Espírito eterno, herdeiro das ações transatas, ei-lo que marcha mediante as etapas

reencarnacionistas, acumulando experiências e somatizando problemas que, a contributo do
amor – na realização edificante, ou na dor, expungindo delitos – alcança a plenitude
da sua
realidade: a destinação feliz para a qual foi criado!
Evidentemente, os conflitos e traumas da infância, que dão origem às personificações

parasitárias, são de relevância em tal problemática.
Mesmo aí defrontamos, no lar
difícil, nas agressões da família, nos vários distúrbios
domésticos, a mão da justiça
infalível estabelecendo os mecanismos corretivos para o infrator
libertar- se dos débitos,
sob a injunção de fugas espetaculares, as quais dão surgimento às
construções de
variantes personagens que assomam do inconsciente, em processos de defesa
do ser
frágil e tímido, aflito e receoso...
(...)
A terapia, ao largo dos anos, consegue reintegrar as diversas personificações na

identidade do eu consciente, libertando o paciente da perturbadora situação.
Vezes, porém, ocorrem, nas quais, além das personificações construídas pelo

inconsciente, predominam entidades conscientes de outra dimensão, que obsidiam e
atormentam aqueles a quem odeiam ou supõem lhes devam compreensão e amor.
A psicoterapia dos passes, da renovação moral do paciente e do esclarecimento da
personalidade subjugadora, consegue liberar a vítima, que deverá passar a envidar esforços
para conquistar um elenco de recursos morais, nos quais estejam luzindo a
caridade e a
compaixão.
A obsessão sutil e perigosa grassa dominadora, e, na área das enfermidades mentais de

todo porte, o doente é sempre o réu na consciência culpada, reparando os gravames das vidas
passadas e erigindo a sua realidade moral, com a qual o pensamento e a ação se
conjugam
para a elevação e a saúde real, que somente são possíveis através da
consciência asserenada,
sem culpa nem rebeldia.
Manoel Philomeno de Miranda - SOS Família - Cap. 19 - Personalidades Parasitas

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Questão grave que requisita acurados estudos e contínuo exame, a fim de haurir-se
necessário conhecimento, a que diz respeito à problemática das distonias e afecções psíquicas,
sejam decorrentes dos transtornos orgânicos e mentais, sejam de causa obsessiva.
Em cada processo de alienação mental há uma causa preponderante com complexidades
que escapam ao observador menos vigilante e pouco adestrado, em relação às questões do
Espírito.
Sendo o homem um Espírito encarnado em processo evolutivo, somente por meio do
seu conhecimento espiritual serão possíveis os esforços exitosos no solucionamento dos
distúrbios que o surpreendem no trânsito carnal.
Cada enfermidade mental tem sua etiopatogenia específica sediada nas intricadas
tecelagens do perispírito do paciente, como resultado do comportamento que se permitiu de
maneira equivocada. Isto porque as soberanas Leis da Justiça Divina sempre alcançam os
infratores dos seus estatutos, onde quer que se encontrem,.
O homem, por meio das realizações, construções mentais e atitudes, instala nos centros
da vida pensante os germens dos distúrbios que produzem alienações as mais diversas, impondo
os impostergáveis ressarcimentos pela autopunição, por meio das psicoses, psicopatias,
psiconeuroses, traumas, obsessões que se apresentam em múltiplos aspectos...
(...)
As agressões à caixa craniana e ao cérebro, pela desarvoração que conduz ao suicídio,
engendram as anomalias da constituição morfológica e de funcionamento das engrenagens
mentais desarranjadas pelos petardos e atentados perpetrados na suprema rebeldia a que o
homem se entrega...
Ninguém foge à vida sem se surpreender com ela mais adiante... Pessoa alguma se evade
à responsabilidade sem que se veja defrontada pelos problemas criados à frente.
Criminosos não justiçados reencarnam com psicoses maníaco-depressivas, como a
tentarem fazer justiça ante o delito, não ressarcido, fixado na memória.
Homens que enganaram, não obstante as homenagens que desfrutaram, refugiam-se em
várias formas de loucura, como a fugirem dos compromissos que não têm coragem para
enfrentar...
Na gama multiface das alienações mentais, a obsessão igualmente ocupa lugar
expressivo.
Ódios demoradamente cultivados e decorrentes de erros graves vinculam os que se
demoram no além- túmulo aos que reencarnaram na Terra, produzindo lamentáveis consórcios
mentais de consequências imprevisíveis.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Hediondos conciliábulos que transcorreram em sombras, produzindo gravames,
convertem-se em heranças de interdependência psíquica, que degeneram em obsessões cruéis...
Amores violentos, saciados em sangue, asfixiados em traição, silenciados em infâmias,
mantidos em tramas urdidas para se libertarem dos empecilhos, reagrupam algozes e vítimas
no intercâmbio espiritual que se transforma em subjugações truanescas de curso demorado e
pungente...
A morte não apaga a memória, antes a aguça, facultando a uns lucidez exagerada,
enquanto outros jazem em longo torpor, automaticamente atraídos e imantados aos cômpares
dos crimes e descalabros, produzindo interdependência, em comunhão danosa, de vampirização
fluídica, em que se exaurem as forças constitutivas da cápsula carnal, por onde deambulam os
encarnados.
A morte é sempre a grande, fatal desveladora de mistérios, de enigmas, de causas
ocultas...
E a vida física se organiza mediante as consequências dos atos pretéritos, transformados
em presídios de dor ou paisagem de liberdade.
Simultaneamente, a experiência carnal enseja tesouros de incomparável valor para a
elaboração de causas propiciatórias à paz e à felicidade que um dia todos lograrão, após
depurados e esclarecidos.
(...)
Em face do conhecimento do Mundo Espiritual, presente em todos os cometimentos
humanos, poderão a Psiquiatria, a Psicologia, a Psicanálise, a Psicossomática enriquecer-se de
luzes para se transformarem, realmente, em ciências da alma e da mente em benefício do
homem, após vencido o preconceito que não obstante o respeito que nos merecem, lhes põem
antolhos impeditivos para a clara e ampla visão das realidades da vida, na grandeza que lhe é
própria.
Joanna de Ângelis – Doenças Mentais e Obsessão
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica
da noite de 25 de fevereiro de 1974, no Centro Espírita
Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.

17
Loucura e Obsessão – 35 Anos
Desde o início da reencarnação o espírito calceta traz as marcas da loucura de vário
porte em caráter congênito – desde que, no Espírito em si mesmo estão os registros dívidas ou
méritos que são decorrência das vidas anteriores que se desbordam à medida que reencontra o
mundo, que considera hostil, graças a reminiscências subconscientes que fazem identificar
local, pessoa e circunstâncias evocativas dos delitos, que impelem à fuga espetacular da
realidade objetiva, caindo na alucinação...
Noutros casos, o mesmo fator-expiação, vincula as antigas vítimas aos seus algozes,
promovendo um comércio mental de dependência recíproca, gerando os ciclos dolorosos das
obsessões e subjugações de difícil reequilíbrio...
À exceção das causas microbianas ou viróticas, às decorrentes de traumas cranianos ou
choques emocionais violentos, a larga faixa da alienação se demora nas expressões neuróticas
e psicóticas, genericamente, na esquizofrenia, de causas reais dificilmente identificáveis...
Mesmo naquelas manifestações de alienação mental resultantes de fatores exógenos,
ainda reencontram os seus portadores incursos na Lei, que recorre com sabedoria a fatores
externos, a fim de convidar ao ajuste dos débitos seus infratores irresponsáveis...
... E a imensa multidão alienada perde-se de vista.
(...)
Diante da grande massa de sofredores pelas alienações de largo porte e complexa
etiopatogenia, somos todos convidados – porquanto, de certo modo quase todos estamos
incursos no mesmo problema – para ajudar, ouvindo- os com bondade e com bondade
orientando- os para a Doutrina Espírita, vivendo de forma consentânea com a lições do
Evangelho, sem preocupar-mos em que os outros assim vivam.
(....)
O cultivo dos pensamentos salutares, a vivência dos momentos otimistas, a experiência
da superação das pequenas mágoas, num crescendo para a liberação das grandes dificuldades
morais, não nos permitindo a autopiedade desconcertante, o pieguismo de que somos mais
infelizes do que os outros, são diretrizes de segurança da terapia espírita para o aparelhamento
nosso, e o socorro que nos cumpre oferecer ao próximo no turbilhão dos dias que se espraiam
entre os homens, no seu processo de crescimento no rumo da luz.
Para este desiderato, quem conhece Jesus, através da revelação espírita, em sã
consciência não se pode escusar.
Manoel Philomeno de Miranda - Terapêutica de Emergência – Cap. 40 – Alienados
e Alienações

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Loucura e Obsessão – 35 Anos

Tecnicamente via- se ali um caso de auto-obsessão, por abandono consciente da vida e
dos interesses objetivos.
Quando o indivíduo mantém intensa vida mental em ações criminosas, que oculta,
mascarando-se para o cotidiano, a duplicidade de comportamento constitui-lhe cruel transtorno
que ele carpe em silêncio.
O delito fica ignorado dos outros, mas não do delinquente, que o vitaliza com
permanentes construções psíquicas, nas quais mais o oculta, destruindo a polivalência das
idéias, que terminam por sintetizar-se numa fixação mórbida.
Esses gravames, que o eu consciente sepulta na memória profunda, passam
desconhecidos pelo mundo, sem se aniquilar, permanecendo ali em gérmen que irradia ondas
destruidoras, envolvendo o criminoso.
Às vezes, irrompem como estados depressivos graves; noutras, surgem como
“complexos de culpa”, com fundamento real para eles mesmos, que se tornam desconfiados,
crendo- se perseguidos e fazendo quadros de torpes alienações, caindo nas malhas da loucura
ou no abismo do suicídio, artifícios que buscam para aniquilar os dramas tormentosos que os
esfacelam interiormente.
As cenas hediondas que fixaram, retornam implacáveis, cada vez mais nítidas, sem que
quaisquer novas paisagens se lhes sobreponham. “Não é raro ver-se -- aduziu o Mentor -- dama
recatada, ou cidadão ilustre, repentinamente enveredar por um desses trágicos comportamentos,
a todos causando admiração, em face da aparente falta de motivos.
Quando estes não se encontram na existência atual, ei-los nos subterrâneos da mente,
no inconsciente, nos arquivos perispirituais, reclamando por justiça, reparação.
Bezerra de Meneses - Loucura e Obsessão, cap. 7 – Fenômeno auto- obsessivo

O problema da auto-obsessão decorre da necessidade que o Espírito se impõe, no
processo reencarnatório, de expungir crimes perpetrados e que não foram denunciados, nem
justiçados a seu tempo.
A culpa insculpida nos mecanismos do ser consciente, nos recessos da alma, é brasa
viva a requeimar, até que se dilua pelo soerguimento do defraudador da justiça, quando se sinta
recuperado e quite, desaparecendo, então, os agentes causadores do desequilíbrio.
Após identificar os erros, quando na erraticidade, o Espírito reencarna com a
consciência do desacato às Leis Divinas, sabendo -se carente de reeducação.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Permanecem-lhe semi-apagadas as reminiscências que procura esquecer no mergulho
carnal. No entanto, o arrependimento como o remorso ressuscitam-nos, dando- lhes mais vigor
e infundindo receios profundos, graças à lucidez adquirida quanto à responsabilidade dos
mesmos delitos que devem resgatar.
Durante a reencarnação, em que as lembranças transatas normalmente se apagam,
as de natureza criminosa desatrelam-se de permeio com as construções mentais do
cotidiano, gerando perturbações, receios aparentemente infundados para o observador comum,
aumentando a pouco e pouco sua liberação quase total e reincorporando- se à personalidade, em
forma de pensamentos atuais, tumultuados e desconexos.
O paciente incurso em tal processo concentra- se no obscuro poço das recordações que
se acentuam e tomba em alucinações e delírios, porque são invadidos os centros da consciência
pelas fortes impressões desagradáveis e trágicas, de que se desejava libertar.
Desaparecem os contornos das aquisições do momento, enquanto ressumam as
experiências arquivadas, que passam a governar em desalinho as reações da emotividade do
"eu" consciente, produzindo a alienação.
Sua reativação, mesmo por processos indiretos, faz que o enfermo se auto apiede do que
lhe ocorre no mundo íntimo, criando as auto- obsessões, geratrizes de psicoses várias, quais a
maníaco-depressiva -- que se expressa, dentre outra forma, pelas tentativas de suicídio com que
o Espírito reencarnado supõe evadir-se novamente à justiça de que necessita -- e as perturbações
mentais da epilepsia, em que as cenas horrendas conduzem-no às "ausências", às convulsões,
em face dos desequilíbrios e das consequências daqueles mesmos delitos, impressos como dis -
túrbios na engrenagem encefálica, pela presença das infecções e das disritmias, que são parte
expressiva das psicoses endógenas, estudadas pela Psiquiatria moderna.
(....)
Sacudido pelas altas cargas energéticas que procedem do espírito e atuam no encéfalo,
este produzia as convulsões, levando Lisandra a automatismos psicológicos, nos quais se
exteriorizava verbalmente, com palavras que retratavam retalhos das experiências pretéritas que
se negava aceitar.
Artêmis insistia com a filha, tentando arrancá- la à prostração, e emulava-a às prendas
domésticas, cujo labor lhe seria proveitoso, com mínimos resultados.
O espírito viciado e indolente instava por cultivar infelicidade, pessimismo, deixando-
se sofrer parasitariamente e ensejando o intercâm bio com os inimigos desencarnados que lhe
aumentavam as dores e receios, dando curso à obsessão.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Em problemas dessa natureza, a terapêutica deve iniciar-se sempre pela
conscientização do paciente, reeducando- se-lhe a vontade, disciplinando- o e motivando- o à
aquisição de idéias nobres, mediante o exercício de leituras salutares, diálogos oti mistas e
positivos, oração e reflexões nobres, passando- se à fluidoterapia ou realizando- a
simultaneamente, pelo processo dos passes, da água fluidificada, utilizando- se a laborterapia
e, em casos mais graves, os específicos da técnica psiquiátrica.
Manoel Philomeno de Miranda – Tramas do Destino Cap. 7 – Auto -Obsessão

Nos transtornos psicóticos profundos, a esquizofrenia destaca-se aterrorizante, em face
da alienação que impõe ao paciente, afastando-o do convívio social e conduzindo- o à vivência
da própria incúria, sem a capacidade de discernimento que se encontra embotada.
Denominada, por Freud, como "neurose narcisista", identificada por Kraepelin, que
estabeleceu como sintoma frequente a "indiferença ou embotamento afetivo", coube a Bleuler
assinalar que o paciente é vítima de uma "desagregação do pensamento", que produz certa
rigidez com extrema "dificuldade de exteriorização dos sentimentos", não sendo, portanto,
imune à afetividade.
Clinicamente apresenta- se sob três formas, consideradas clássicas: hebefrenia, catatonia
e paranoide. Posteriormente foi acrescentada outra, que ficou denominada como esquizofrenia
simples.
Muito difícil de ser diagnosticada, em face das suas variedades de sintomas, vem sendo
estudada desde há muito tempo, recebendo as mais valiosas contribuições para a sua
compreensão, nos dois mais recentes séculos, a partir, dentre outras, das investigações de
Kahlbaum e Hecker, na segunda metade do século XIX, já que, até então, pouco se conhecia a
seu respeito.
Sem dúvida, fatores hereditários preponderantes impõem o desvio psicótico profundo,
graças às impressões vigorosas registradas nos genes desde os primórdios da concepção.
Essa terrível afecção mental responde pela falta da associação de ideias, pelo desleixo e
abandono do Si em transtorno grave de conduta.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
(...)
Não obstante, deve-se incluir na psicogênese do transtorno esquizofrênico, a
consciência de culpa das ações vivenciadas em existências anteriores, quando a delinquência
assinalou o desenvolvimento do Self, hedonista e explorador, que somente se utilizou dos
amigos e conhecidos para os explorar, traindo-lhes a confiança ou covardemente destruindo-
lhes o corpo em horrorosos crimes que não foram justiçados, porque passaram desconhecidos
ou as circunstâncias legais não os alcançaram.
Não havendo sido liberados pela reparação através dos cometimentos impostos pela Lei
vigilante, insculpiram nas delicadas tecelagens vibratórias do corpo perispiritual a
responsabilidade infeliz, que ora ressurge como cobrança, necessidade de reparação, impositivo
de reequilíbrio, de recomposição social, familial, humana.
Eis que nessa, como noutras ocorrências psicopatológicas, a interferência de seres
desencarnados ou de outra dimensão, se assim for mais acessível ao entendimento, impondo
sua vontade dominadora sobre aquele que o infelicitou no curso de existência anterior, produz
distonia equivalente àquelas que procedem das psicogêneses internas e externas.
Essa imposição psíquica frequente e insidiosa afeta os neurotransmissores, facultando
que moléculas — neuropeptídeos — responsáveis pelo equilíbrio das comunicações, os
desconectem produzindo a alienação.
(...)
É natural, portanto, que não havendo a destruição do Self quando ocorre a morte ou
desencarnação do ser humano, a mente prossiga enviando suas mensagens de acordo com as
construções emocionais de amor ou de ira, de felicidade ou de desdita, que se fazem captadas
por estações mentais ou campos psi, dando curso às inspirações, às percepções enobrecidas ou
perturbadoras, facultando o surgimento das nefastas obsessões de efeitos calamitosos.
É muito mais vasto o campo dessas intercorrências espirituais do que se pode imaginar,
sucedendo tão amiúde, que seria de estranhar-se não as encontrar nos transtornos neuróticos ou
psicóticos de qualquer natureza...

22
Loucura e Obsessão – 35 Anos
(...)
Persona, permite a integração do ser na vida em caráter de plenitude.
Todas as terapias acadêmicas procedem valiosas e oportunas, considerando-se a imensa
variedade de fatores preponderantes e predisponentes, para o atendimento da esquizofrenia, não
sendo também de desconsiderar-se a fluidoterapia, o esclarecimento do agente perturbador e o
consequente labor de sociabilização do paciente através de grupos de apoio, de atividades
espirituais em núcleos próprios onde encontrará compreensão, fraternidade e respeito humano,
que o impulsionarão ao encontro com o Si pro- fundo, em clima de paz.
Joanna de Angelis – Triunfo Pessoal – Cap. 6

Os expressivos, alarmantes índices da neurose na Terra funcionam como um veemente
apelo ao nosso discernimento, ao exame das causas e suas conseqüências, com maior vigor do
que até o momento tem merecido de cada um de nós.
(...)
Alguns estudiosos da questão reportam-se, também, taxativos, aos fatores genéticos
predisponentes; outros se apoiam nos impositivos da sociedade, com as suas altas cargas de
tensão; alguns advertem sobre o tecnicismo desesperador; fala-se do resultado das poluições de
vária ordem, todavia, a quase totalidade se esquece da problemática espiritual do alienado
pela neurose.
O neurótico é, antes, um espírito calceta, em inadiável processo purificador.
Reencarnado para ressarcir ou recambiado à reencarnação por necessidade premente de
esquecer delitos e logo repará-los.
A sua psicosfera impõe, nos implementos orgânicos, distonias e desarmonias que
se refletirão mais tarde em forma de alienação, como decorrência do seu estado interior,
como espírito desajustado.
É óbvio que o comportamento social, as frustrações infantis, as inseguranças da
personalidade, as injunções de tempo e de lugar, os fatores familiares e de habitat, as constrições
de ordem moral e econômica engendram, evidentemente, as desarticulações neuróticas, porque
conseguem limitar as aspirações do espírito fraco, que não se consegue sobrepor a essas
conjunturas, para os cometimentos normais.
Ainda, nesse capítulo, se deve considerar que a neurose é um campo amplo e variado,
tendo- se em vista a consciência do problema pelo paciente e a sua falta de forças para a
superação.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
A par desses fatores ocorrem outros na esfera psicológica, quais os denominados
“parasitose espiritual”, que se transformando em calamitoso processo obsessivo de longo
curso, em face de a vítima do passado converter-se em cobrador do presente, como
conseqüência dos delitos perpetrados pelo delinqüente, não são regularizados ante as soberanas
Leis da Vida.
Não se exteriorizam as síndromes da neurose no caso em tela, de início, senão quando
ocorre a dominação obsessiva do hospedeiro sobre sua vítima.
(...)
O neurótico é alguém rebelado contra si mesmo, insatisfeito no inconsciente e
contra os outros revoltado.
Instável faz-se agressivo; desajustado, permite-se sucumbir; atônito entrega-se ao
desalinho psíquico; excitado, deixa-se desvairar pela violência. Disciplinado, porém, pela
moral cristã, adquire recursos para o auto- controle que irá funcionar no seu aparelho nervoso
com recursos que bloqueiam as reações do inconsciente, remanescentes das vidas passadas,
impedindo que aquelas reações desorganizem as funções conscientes que arrojam no
resvaladouro da neurose.
Respeito ao dever, culto ao trabalho, edificação pelo pensamento, exercício de
ações nobilitantes produzem no homem salutar metodologia de vida, que o impedem
tombar, que o levantam da queda, que o sustentam na caminhada.
Missão relevante está reservada ao Espiritismo: promover superior revolução
social na Terra, modificando os conceitos ora vigentes sobre o homem - espírito eterno em
viagem evolutiva -, fazendo ver que, no fundo de toda problemática que afeta a criatura, suas
raízes estão no pretérito espiritual do próprio ser que volve ao ministério de reeducação, de
ascensão, de dignidade pelo esforço pessoal que o credencia à paz, à plenitude.
Conscientizar, responsabilizar, iluminar a mente humana, eis como apresentar- se
eficiente método para estancar a avassaladora onda da neurose atual, que, encontrando
vazia de reservas morais a criatura humana, cada vez se torna pior, transformando a vida
moderna em pandemônio e o homem, conseqüentemente, em servo do desequilíbrio dominador,
desditoso.
Carneiro Campos – Sementes de Vida Eterna – Cap. 10 - Neuroses

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Exigindo uma anamnese mais cuidadosa, severa, o mapeamento das causas
psicóticas
conduz o pesquisador a estudos mais profundos do que no caso das
neuroses,
porquanto aquelas dizem respeito a problemáticas menos graves que se
repetem nos painéis do organismo físico e mental em formas transi­
tórias...
Não obstante a demorada discussão em torno de as psicopatias manifestarem-
se no corpo ou na mente, já não resta dúvidas quanto aos seus fatores causais,
classificados como endógenos e enógenos, que
facultam a eclosão do terrível mal,
responsável por
torpes alienações .
Essas doenças mentais, genericamente classificadas como psicoses, impõem, às
vezes, desvios qualitativos, mesmo nos casos de aparente e puro desvio quantitativo,
nos valores de caráter do homem.
Em face de complexidade, multiplicidade de tais
desvios, uma classificação exata dos fenômenos psicóticos é sempre difícil.

(...)
O psicótico maníaco-depressivo, por exemplo, traz gravados nas paisagens
do inconsciente os hediondos desvios morais pregressos que
escaparam à justiça
estabelecida nos códigos da humana
legislação e que ora expungem, como tendência
à fuga ao
dever e à responsabilidade, pelo suicídio.
O esquizofrênico, na sua múltipla classificação, é igualmente um espírito revel ,
enredado nas malhas
dos abusos que praticou noutra vida e que, sem embargo, passaram
desconsiderados quanto ignorados pelos compares da existência anterior.

Não nos desejando fixar, apenas nessas, constatamos que, mesmo as psicoses de
climatério, cujas
causas são óbvias, fazem-se escoadouro purificador, recurso de que
se utilizam as Leis Divinas para alcançar os infratores e relapsos que pretenderam
ludibriar o código de ética universal, inviolável.

Em todo problema de psicoses, seja ele de natureza neurótica ou psiconeurótica,
tenha o gravame
da psicopatia ou não, o ser espiritual é sempre o responsável pela
conjuntura que padece.
Aqui se podem incluir as psicoses de guerra como
instrumento da vida a fim de justiçar arbitrários campeões do crime
(....)
A saúde é um estado interior que nasce no espírito, mas a felicidade deve
ser a meta que todos
almejam para agora, amanhã ou mais tarde, devendo ser
trabalhada desde hoje, mediante os atos de
enobrecimento e elevação que cada um
se pode e deve impor, imediatamente.

Carneiro de Campos – Sementes de Vida Eterna – Cap. 11 – O Problema das
Psicoses

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
5. A Série Manoel Philomeno de Miranda

5.1 Importância


Em 1950, numa de suas viagens a Minas Gerais, em visita a Chico Xavier, o tribuno e
médium espírita Divaldo Pereira Franco recebeu mensagem do Espírito José Petitinga que foi
psicografada pelo médium mineiro.
Dias depois, recebeu do Chico outra mensagem, então transmitida pelo Espírito Manoel
Philomeno de Miranda, que havia desencarnado em 1942 e fora o último presidente da atual
Federação Espírita do Estado da Bahia, à época conhecida como União Espírita Baiana, em
substituição a Petitinga, desencarnado em 1939.
Em vida física, Philomeno de Miranda havia se dedicado ao estudo da mediunidade e
da desobsessão. No mundo dos Espíritos, aprofundou- se na pesquisa e acompanhamento
socorrista das causas e terapia dos transtornos obsessivos e técnicas da desobsessão.
Somente vinte e oito anos após sua desencarnação, esse Espírito iniciou sua relevante
obra de esclarecimento e auxílio a nós sobre como ocorre a obsessão, suas origens enraizadas
nos comprometimentos morais de existências passadas e o trabalho espiritual em prol da
libertação de obsidiado e obsessor.
Informa-nos Schubert (no livro Semeador de Estrelas, 1989, p. 101) que foi o Espírito
Joanna de Ângelis, no Mundo Espiritual, quem convidou Miranda a realizar estudos e
pesquisas, por quase trinta anos, para iniciar sua missão de esclarecimento ao mundo físico
sobre a mediunidade e a obsessão.
A primeira obra psicografada por Divaldo, de Philomeno de Miranda, em 1970, intitula-
-se “Nos Bastidores da Obsessão. ”
Nos anos seguintes, o médium baiano psicografou: Grilhões partidos (1974); Tramas
do destino (1976); Nas fronteiras da loucura (1982); Painéis da obsessão (1984); Loucura e
obsessão (1988); Temas da vida e da morte (1988); Trilhas da libertação (1996).
(...) Depois desses livros, Divaldo ainda publicou outras nove obras, que nos auxiliam
a entender o momento atual do Brasil e do mundo, além de nos preparar para o advento de uma
Nova Era que não tarda a chegar, como nos vêm informando os Espíritos mensageiros de Jesus.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
São as seguintes obras: Tormentos da obsessão (2001); Sexo e obsessão (2002); Entre
os dois mundos (2004); Reencontro com a vida (2006); Transtornos psiquiátricos e obsessivos
(2008); Transição planetária (2010); Mediunidade: desafios e bênçãos (2012); Amanhecer de
uma nova era (2012); e Perturbações espirituais (2015).
Como se pode observar, a maioria das obras está relacionada à mediunidade
transtornada, em especial a subjugação, transtorno mediúnico muito grave, que pode ser
confundido com a loucura.
(...) Nas obras do Espírito Manoel Philomeno de Miranda, vamos encontrar diversos
casos práticos de obsessões, suas causas pretéritas e atuação espiritual socorrista, tanto ao
obsessor quanto ao obsidiado.
Seu livro inicial, intitulado Nos bastidores da obsessão, baseia --se em acontecimentos
presenciados por ele ainda em vida, nos anos de 1937 e 1938, em Salvador Bahia, e continuados
na Pátria Espiritual.
D. Dinis – Revista Reformador – 2019 – Abril - A transcendente obra de Manoel Philomeno
de Miranda

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
5.2 Composição da Série – Lista x Data x Editora
A Coleção “Manoel Philomeno de Miranda”, composta por obras escritas pelo Espírito
Manoel Philomeno de Miranda, através do médium Divaldo Franco, compõem-se de 18 livros,
lançados pela FEB e Editora LEAL entre os anos de 1970 e 2021
1. Nos Bastidores da Obsessão 1970 FEB
2. Grilhões Partidos 1974 LEAL
3. Tramas do Destino 1976 FEB
4. Nas Fronteiras da Loucura 1982 LEAL
5. Painéis da Obsessão 1984 LEAL
6. Loucura e Obsessão 1988 FEB
7. Temas da Vida e da Morte 1989 FEB
8. Trilhas da Libertação 1996 FEB
9. Tormentos da Obsessão 2001 LEAL
10. Sexo e Obsessão 2003 LEAL
11. Entre os Dois Mundos 2006 LEAL
12. Reencontro com a Vida 2006 LEAL
13. Transtornos Psiquiátricos e Obsessivos 2009 LEAL
14. Transição Planetária 2010 LEAL
15. Mediunidade: Desafios e Bênçãos 2012 LEAL
16. Amanhecer de Uma Nova Era 2012 LEAL
17. Perturbações Espirituais 2015 LEAL
18. No Rumo do Mundo de Regeneração 2021 LEAL

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
5.3 Livros – Sinopses

5.3.1. Nos Bastidores da Obsessão – 1970
• Autor: Manoel Philomeno de Miranda
• Médium: Divaldo Franco
• Editora: FEB
• 1º Edição: 1970
• Sinopse:


Através de 16 capítulos, precedidos de anotações sobre os conceitos da obsessão,
apresenta os acontecimentos ocorridos entre os anos de 1937 e 1938, em Salvador, Bahia, com
a família Soares, que se encontrava em regime de intensa perturbação espiritual.
Nos Bastidores da Obsessão mostra as ações adotadas pelo Plano Superior, durante
sessões realizadas na União Espírita Baiana, ensejando aos membros da família Soares a
renovação íntima por meio da aceitação e prática dos ensinamentos apresentados pela Doutrina
Espírita

Todos os fatos narrados no livro sob estudo aconteceram nos anos de 1937 e 1938, em
Salvador (BA), quando Manoel Philomeno de Miranda ainda se encontrava encarnado.
Algumas das personagens ali comparecem através de pseudônimos.
O autor revela que possuía grande facilidade para libertar-se dos liames corporais, em
estado de lucidez. Ao retornar ao corpo, as lembranças eram conservadas intactas, e o mesmo
se dava com diversos companheiros daquelas atividades.
Mais tarde, as tarefas tornaram-se mais complexas e o Plano Espiritual procedeu à
censura das lembranças, para que a vida material dele e dos amigos não fosse afetada pelas
recordações. Assim, só depois de sua desencarnação é que pôde ele reunir todos os
apontamentos de que carecia para escrever este livro, para o que contou com o auxílio do amigo
José Petitinga e de outras entidades de grande elevação espiritual.
O objetivo da obra – dada a lume pela Editora da FEB em 1970 – é cooperar com os que
lidam com a mediunidade, na área da desobsessão. (Exórdio, págs. 10 a 13)

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
5.3.2. Grilhões Partidos – 1974
• Autor: Manoel Philomeno de Miranda
• Médium: Divaldo Franco
• Editora: LEAL
• 1º Edição: 1974
• Sinopse:

Narrativa a respeito do drama da família Santamaria, do Rio de Janeiro, onde a jovem
Ester é vitimada por pertinaz obsessão que a leva ser internada como louca até que seus pais,
Coronel Constâncio e Dona Margarida, são encaminhados a reuniões espíritas e conduzidos ao
conhecimento das causas do problema e sua superação.
No trato com obsessões, deve- se utilizar os recursos do amor a fim de conseguir o êxito
de ver os grilhões partidos e os espíritos livres para os cometimentos da felicidade.

Escreveu o Dr. Jorge Andréa, psiquiatra residente no Rio de Janeiro: Achamos o livro
simplesmente notável. Em suas páginas iniciais, apresenta a temática obsessional logicamente
precisa, traçando um perfil bem característico sobre a equipe das sessões de desobsessão, sobre
os obsessores e os obsidiados.
Percebe-se que o Autor ao trazer material específico para observações, não foge das
configurações científicas atuais; realmente procura ampliar os conhecimentos.
Com todos os conceitos científicos apresentados, o livro mostra, em caráter romanesco,
uma história em que os diálogos, a exposição de ideias e a concatenação dos pensamentos são
cuidadosos e bastante acertados, sendo, por isso, antes de mais nada, primoroso tema literário.
Por tudo, consideramos a figura do médium Divaldo Pereira Franco, que mais uma vez
traduziu de modo harmônico e ajustado ideias do Mundo Espiritual, que merecem acatamento
pela seriedade e justeza de propósitos.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
5.3.3. Tramas do Destino – 1976
• Autor: Manoel Philomeno de Miranda
• Médium: Divaldo Franco
• Editora: FEB
• 1º Edição: 1976
• Sinopse:

Tramas do Destino nos apresenta uma história real.
Temos aqui a história do Espírito Ártemis, que abre mão de sua condição feliz no mundo
espiritual para ajudar antigos afetos, numa reencarnação difícil, não por débito, mas por amor.
Mostra a vida de renúncia deste Espírito, numa pequena cidade do interior da Bahia,
frente às obsessões perniciosas, enfermidades como a hanseníase e dores morais superlativas, a
fim de promover a redenção do seu clã.
Atesta os benefícios dos ensinamentos espíritas, tendo na reencarnação a chave, a
explicação dos sofrimentos humanos.
Objetiva alertar e consolar aos que, na trama dos destinos, se veem atados nas redes dos
compromissos procedentes das vidas passadas.
Ressalta‐se a vitória do amor vencendo o túmulo, já que a morte não existe, refletindo
a verdade do Amor, Justiça e Misericórdia divina

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
5.3.4. Nas Fronteiras da Loucura – 1982
• Autor: Manoel Philomeno de Miranda
• Médium: Divaldo Franco
• Editora: LEAL
• 1º Edição: 1982
• Sinopse:

Nesta obra profundamente esclarecedora, o autor espiritual chama a nossa atenção para
a linha tênue entre a sanidade e o desequilíbrio mental.
Ao lado de Bezerra de Menezes, o servidor infatigável, narra suas observações durante
o período do carnaval carioca. Mostra o fator obsessivo como gerador de várias enfermidades
e como responsável por mudanças de comportamento.
Destaca a obsessão como uma fronteira perigosa para a loucura irreversível, e aponta
sua presença grassando na Terra muito mais do que se imagina e se crê.
Manoel Philomeno de Miranda reforça o Espiritismo como o mais eficiente e fácil
tratado de higiene mental; procura examinar algumas técnicas obsessivas de entidades perversas
e descreve vidas e criaturas que se encontravam Nas Fronteiras da Loucura, algumas amparadas
e reconduzidas ao equilíbrio e outras que se vitimaram. Oferece-nos lições preciosas que devem
ser incorporadas ao nosso cotidiano
Inicialmente são explicados os variados tipos de obsessões como a simples, por
fascinação, subjugação e as terapias desobsessivas.
Depois o livro começa a discorrer sobre os fatos cotidianos problemáticos. Por Julinda
temos as questões do aborto e suas consequências, principalmente do espírito abortado não
aceitar o que lhe aconteceu e perseguir de modo obsessivo quem seria a sua mãe. E o quanto é
importante o auto perdão para iniciar o processo de amadurecimento espiritual e pessoal.
Também é comentado sobre os dias de Carnaval e tudo que ocorre nos bastidores. O
quanto a equipe espiritual se prepara para esses dias onde a maioria esquece a própria vida para
curtir, digamos assim. Manoel nos mostra como, durante 4 dias, tudo está mais amplificado e
intenso.
O livro aborda as diferenças das pessoas que morrem juntas, principalmente em
acidentes de carros. Cada um é tratado de um jeito segundo suas obras e o que fez até chegar
até ali.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Nas Fronteiras da Loucura mostra o lado positivo de se manter em prece e vigilante
através da história de Noemi, onde a mesma estava quase sofrendo abuso sexual e pediu ajuda
espiritual. Por merecimento foi atendida e como a Espiritualidade conduziu esse socorro.
Também comenta dos motivos de acontecerem coisas ruins e indesejadas mesmo com pessoas
que oram e vigiam permanentemente.
Outras questões importantes abordadas no livro são a programática reencarnacionista,
os postos de atendimentos, os problemas e efeitos das drogas, a importância do otimismo no
cotidiano, o apego e o não querer libertar-se de determinadas situações e as sessões mediúnicas
e seus atendidos.
Durante a maioria da narrativa, Bezerra de Menezes está presente orientando e ajudando
como médico espiritual aquelas situações e pessoas mais complicadas.
Juliana de Souza – Hidratando a Alma – Sinopses – Nas Fronteiras da Loucura

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
5.3.5. Painéis da Obsessão – 1984
• Autor: Manoel Philomeno de Miranda
• Médium: Divaldo Franco
• Editora: LEAL
• 1º Edição: 1984
• Sinopse:

Relata casos obsessivos e a assistência espiritual em um sanatório para tuberculosos,
descrevendo as dificuldades de um jovem casal espírita, Argos e Áurea, para vencer a
enfermidade e as obsessões que ele sofria. Valiosos subsídios aos que estudam o tema e auxílio
aos que padecem de obsessões.

Feito de painéis que retratam obsessões, este livro resume diversos estudos sobre essa
palpitante questão, especialmente procurando demonstrar como, ao lado do desequilíbrio
emocional causado pelos perturbadores do Além-túmulo, a tuberculose mais facilmente se
manifesta em razão do bombardeio sofrido pelos macrófagos, degenerados pela contínua ação
mental leviana do próprio paciente e, também, decorrente da intoxicação por sucessivas ondas
mentais desagregadoras do seu perseguidor, favorecendo, assim, a instalação e virulência do
bacilo de Koch, com as consequências compreensíveis em quadro de tal natureza.
Outrossim, examinamos ocorrências variadas, nas quais a obsessão se encontra
presente, bem como as técnicas e terapias espirituais aplicadas, nem sempre aceitas ou
assimiladas pelos enfermos de ambos os lados da vida.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
5.3.6. Loucura e Obsessão – 1988
• Autor: Manoel Philomeno de Miranda
• Médium: Divaldo Franco
• Editora: FEB
• 1º Edição: 1988
• Sinopse:

Estuda a presença da obsessão na maioria dos casos de loucura.
Confirma que “ansiedades e frustrações, afetos e animosidades, calma e pavor,
confiança e suspeita, inquietação e segurança, que se manifestam no comportamento do
indivíduo, tem a sua gênese, às vezes, na atual existência, sem dúvida, todavia, na sua quase
totalidade, são efeitos das ocorrências pretéritas, que o tempo arquivou na memória
perispiritual, mas não consumiu”.
O livro objetiva orientar os estudiosos e os que sofrem os processos obsessivos sobre as
causas da obsessão e relata a terapia desobsessiva adotada por Espíritos abnegados, sob a
direção do Dr. Bezerra de Menezes.
Aprofunda-se na análise de casos dolorosos de obsessão, oferecendo soluções calcadas
na renovação interior e na prática do bem.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
5.3.7. Temas da Vida e da Morte – 1989
• Autor: Manoel Philomeno de Miranda
• Médium: Divaldo Franco
• Editora: FEB
• 1º Edição: 1996
• Sinopse:
Em Temas da vida e da morte, obra do Espírito Manoel Philomeno de Miranda com
psicografia de Divaldo Pereira Franco, conhecemos várias respostas da Doutrina Espírita sobre
temas relevantes como destino, suicídio, reencarnação, responsabilidade, entre outros.
São dúvidas e questões cotidianas avaliadas à luz da palavra do Cristo e elucidadas com
todo amor e sabedoria pelos ensinamentos espíritas.

Muito recentemente, o Departamento Editorial da Federação Espírita Brasileira
presenteou a família espirita do Brasil e do Mundo com mais uma excelente obra de difícil
avaliação quanto ao seu preço real, como jóia de elevado custo destinada ao nosso foro
particular de conhecimentos e sabedoria.
Trata-se de "Temas da Vida e da Morte” da autoria do amigo espiritual Manoel P. de
Miranda, através da mediunidade abençoada de Divaldo Pereira Franco.
Temos o dever de informar que ''Temas da Vida e da Morte" ultrapassa bastante os
limites de um livro de mensagens mediúnicas.
Diríamos tratar- se de um compêndio especial de conhecimentos em torno da realidade
essencial do processo de nascer e renascer. É a palingênese em análise ao alcance do
pesquisador das verdades transcendentes da vida e da morte ou do estudioso da justiça divina,
ansioso por amealhar conhecimentos que o auxiliem em sua preparação para o mais além.
Envolve assuntos como Reencarnação - Dádiva de Deus, Reminiscências e Conflitos.
Psicológicos, Pensamento e Perispírito, Temor da M orle, Processo Desencarnatório, Suicídio
- Solução insolvável, Educação Intima, identificação dos Espíritos etc.
É um livro que se recomenda a todos os passageiros da Eternidade em treinamento na
Seara do Consolador, mesmo em se tratando de espiritistas já bastante familiarizado com os
diversos aspectos filosóficos e científicos do Espiritismo.
O autor espiritual aborda, portanto, questões do mais vivo interesse de todos que nos
encontramos vestindo a carapaça carnal, quer estejamos ainda no início da prova existencial
física, quer já dela prestes a atravessar a soleira final.
Inaldo Lacerda Lima – Revista Reformador – 1990 – Outubro - Temas da Vida e da Morte

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
5.3.8. Trilhas da Libertação – 1996
• Autor: Manoel Philomeno de Miranda
• Médium: Divaldo Franco
• Editora: FEB
• 1º Edição: 1996
• Sinopse:

Neste livro é apresentada, defendida e detalhada a posição da medicina holística, que
trata o homem em seu todo: corpo material, mas, acima de tudo, um ser espiritual.
Tratando do fenômeno obsessivo, são narrados três casos de obsessão, que se
desenrolam concomitantemente, sendo um deles a temática central no desenvolvimento da obra
– um médium curador que usava mal suas condições mediúnicas.
Mostra, ao mesmo tempo, uma luta travada com as forças do mal que procuram atuar
junto aos médiuns trabalhadores de uma casa espírita, aproveitando-se das fraquezas de cada
um, visando à desorganização dos trabalhos do bem e à promoção do caos total, com a
consequente desmoralização dos trabalhos dos benfeitores espirituais.
A obra detalha, passo a passo, todas as medidas da espiritualidade superior para
conseguir o seu objetivo maior: a conversão ao bem de uma entidade tida como um dos
ministros do gênio do mal, testemunhada pelo grande séquito que o acompanhava.
Há, no livro, lições de grande profundidade, tanto no que diz respeito à obsessão como
as relacionadas com a prática mediúnica.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
5.3.9. Tormentos da Obsessão – 2001
• Autor: Manoel Philomeno de Miranda
• Médium: Divaldo Franco
• Editora: LEAL
• 1º Edição: 2001
• Sinopse:

Este livro é mais um brado de alerta aos companheiros da trilha física, para que não se
descuidem dos deveres que nos dizem respeito em relação a Deus, ao próximo e a nós mesmos,
e para que entendam, finalmente, que somente o amor possui o recurso precioso para facultar
harmonia e alegria de viver.
Narrativas de várias vidas e histórias reais para sensibilizar, auxiliar e evitar
comprometimentos desastrosos semelhantes. Experiências úteis a todos que buscam a
felicidade pessoal, porque despertarão para elevados compromissos assumidos perante a
consciência cósmica e os seus guias espirituais, antes do renascimento físico.
“Este livro é mais um brado de alerta aos companheiros da trilha física, para que não se
descuidem dos deveres que nos dizem respeito em relação a Deus, ao próximo e a nós mesmos.
Reunimos, na presente Obra, várias experiências que vivenciamos no Hospital
Esperança em nossa Esfera espiritual, no qual se encontram internados inúmeros irmãos, falidos
e comprometidos com o seu próximo, em lamentáveis estados de perturbação, sedentos uns de
vingança, despedaçados outros pelas circunstancias ultrizes e fatores de desespero a que se
entregaram durante a reencarnação, após haverem abandonado os compromissos nobres, que
substituiriam pela alucinação e pelo transtorno moral que se permitiram.
Médiuns levianos, que desrespeitaram o mandamento de que se fizeram portadores;
divulgadores descompromissados com a responsabilidade do esclarecimento espiritual;
servidores que malograram na execução de graves tarefas da beneficência; escritores equipados
de instrumentos culturais que deveriam plasmar imagens dignificadoras e que descambaram
para as discussões estéreis e as agressões injustificáveis; corações que se responsabilizaram
pela edificação da honra de si mesmos, abraçando a fé renovadora, e delinquiram; mercenários
da caridade bela e pura; agentes da simonia no Cristianismo restaurado ali se encontravam
recolhidos, muitos deles após haverem naufragado na experiência carnal, por não terem
suportado as pressões dos Espíritos vingadores, inclementes perseguidores aos quais deveriam
conquistar, ao invés de se lhes tornarem vítimas, extraviando-se da estrada do reto dever sob
sua injunção perversa.
Manoel Philomeno de Miranda – Nos Tormentos da Obsessão – Prefácio

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
5.3.10. Sexo e Obsessão – 2003
• Autor: Manoel Philomeno de Miranda
• Médium: Divaldo Franco
• Editora: LEAL
• 1º Edição: 2003
• Sinopse:
À luz da Doutrina Espírita, o autor espiritual analisa temas atuais como desequilíbrio
moral e sexual da pedofilia, a sensualidade perversa e a luxúria, a parasitose obsessiva, a
influência negativa dos programas de televisão no comportamento das crianças e adolescentes,
a pornografia, o poder da oração e do trabalho de transformação moral do ser humano, entre
outros assuntos de interesse.
O marquês de Sade, Rosa Keller, padre Mauro, Madame X, Anacleto, madre Clara de
Jesus, Bezerra de Menezes e o médium Ricardo são alguns dos inesquecíveis personagens desta
Obra.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
5.3.11. Entre os Dois Mundos – 2006
• Autor: Manoel Philomeno de Miranda
• Médium: Divaldo Franco
• Editora: LEAL
• 1º Edição: 2006
• Sinopse:

Entre as duas dimensões, física e espiritual, existem esferas com vibrações próprias que
servem de pousos para refazimento, hospitais transitórios que albergam recém-desencarnados
incapazes de alcançar mais elevadas zonas espirituais, núcleos de sofrimentos compatíveis com
as experiências infelizes que se hajam permitido aqueles que são atraídos por afinidades de
ondas mentais e morais.
Nessas esferas intermediárias, há uma ininterrupta movimentação de seres espirituais
em intercâmbio contínuo, demonstrando que não existe estagnação no Universo.
Bem pouco se sabia sobre as nuanças do plano espiritual, e este trabalho é um grande
manancial complementar às obras básicas do Espiritismo.

“Nesta obra, Manoel Philomeno, sob a supervisão de elevados mentores, aborda uma
vertente dessa realidade, mais diretamente encaminhada aos trabalhadores da seara espírita-
cristã.
Nela, traz- nos as experiências “dos que prosseguirão aprisionados nos seus complexos
meandros de sombra e de dor, de revolta e de insensatez, de ódio e de pesar”, despertando- nos
para a gravidade dos tempos atuais, que tem feito tombar valiosos cooperadores da grandiosa
missão de libertar consciências.
Propositalmente, o autor, em suas primeiras páginas, reproduz a belíssima e educativa
conferência pronunciada pelo irmão Policarpo, “O Amigo de Jesus”, mártir nos primórdios do
Cristianismo, quando, ao lado da esposa e dos filhinhos, foi humilhado e morto pelos sequazes
do imperador Diocleciano.
Preocupado com a “sensação de horror na Terra, que sensibiliza os Céus…”, o lúcido
mensageiro projeta claridades nas atormentadas paisagens das lutas humanas. Adverte-nos para
a “loucura que toma as massas e envilece os espíritos”.
Com sua argúcia psicológica, busca emocionar e animar na exaltação da misericórdia
divina, a que todos socorre.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Percebe-se, com facilidade, que o intuito maior do livro é mostrar que enganos terríveis
estão levando espíritas a morrerem mal, por terem se afastado dos redentores programas de
trabalho no Bem, elaborados no período pré-reencarnatório.
Os casos Dr. Marco Aurélio e Laércio, entre outros exemplos de fuga dos
compromissos, buscam despertar-nos para os riscos do trajeto, em suas provações e desafios.
Ao mesmo tempo, o texto socorre-nos com esclarecimentos preciosos, mormente para
os que operam na árdua tarefa da desobsessão, como no capítulo das “parasitoses físicas”,
quando os mecanismos das enfermidades psíquicas têm por gênese as perseguições espirituais.
Com a didática que lhe é própria, Philomeno retrata a ação “perispírito-perispírito” que, com o
tempo, acaba por lesionar as estruturas fisiológicas do corpo carnal, caixa de ressonância de
nossos atos e pensamentos. Os neurônios, os primeiros a tombar nessa guerra surda, vão
paulatinamente produzindo males como perda de raciocínio, descontrole emocional, anulação
do senso de discernimento, entre outros, catalogados na ainda etiologia obscura da ciência
médica.
Em Diálogos e elucidações oportunos, encontramos alentadores estímulos para a
melhoria da nossa qualidade de vida íntima, desde que nos entreguemos com devotamento à
elevada e consciente conduta na prática do Bem”.
Jornal Mundo Espírita – 2008 – Agosto

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
5.3.12. Reencontro com a Vida – 2006
• Autor: Manoel Philomeno de Miranda
• Médium: Divaldo Franco
• Editora: LEAL
• 1º Edição: 2006
• Sinopse:

Esta obra traz esclarecimentos, transmitidos em reuniões mediúnicas, com teor do
atendimento a espíritos sofredores e em dificuldades variadas.
Temas como perturbações psicológicas, sintomas de mediunidade e consciência de
culpa estão entre os assuntos tratados. Na segunda parte, foram incluídos graves depoimentos
de espíritos atendidos.
A primeira parte do livro traz significativas elucidações do espírito autor acerca das
obsessões.
A segunda parte traz oito comunicações de espíritos atendidos pela terapia em reuniões
mediúnicas no Centro Espírita Caminho da Redenção, seguidos de comentários abalizados
sobre os temas apresentados.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
5.3.13. Transtornos Psiquiátricos e Obsessivos – 2009
• Autor: Manoel Philomeno de Miranda
• Médium: Divaldo Franco
• Editora: LEAL
• 1º Edição: 2009
• Sinopse:

Narra o nobre trabalho de dedicados benfeitores desencarnados que, atendendo aos
anseios de trabalhadores espíritas encarnados que atuam sem descanso numa clínica
psiquiátrica desejosos de receber mais ajuda para o mister da saúde mental dos internados,
instalaram um centro de atividades especializadas naquele hospital.
São relatados esforços e providências tomadas pelos espíritos superiores, enquanto
estudam e apresentam soluções para os diversos transtornos de alguns dos internados na clínica.
Diversos aspectos dos distúrbios mentais e de comportamento são elucidados com
riqueza de detalhes.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
5.3.14. Transição Planetária – 2010
• Autor: Manoel Philomeno de Miranda
• Médium: Divaldo Franco
• Editora: LEAL
• 1º Edição: 2010
• Sinopse:

Esta obra, início de uma trilogia composta pelos livros: Transição Planetária,
Amanhecer de Uma Nova Era, e Perturbações Espirituais, apresenta esclarecimentos sobre os
acontecimentos que fazem parte da grande transição planetária, abordando assuntos de maneira
direta nos direcionando ao entendimento dos motivos reais para esses acontecimentos,
sinalizando que o planeta caminha para a evolução e com isso passará da condição de mundo
de provas e expiações para mundo de regeneração.
No livro “Transição Planetária” são apresentados os mecanismos e as razões da ordem
superior da Transição Planetária, em favor das mudanças urgentes e necessárias que promovam
o respeito às leis, à ética e a Natureza, transformando o homem em um ser integral, consciente
dos seus deveres para com Deus, consigo próprio e o próximo.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
5.3.15. Mediunidade: Desafios e Bênçãos – 2012
• Autor: Manoel Philomeno de Miranda
• Médium: Divaldo Franco
• Editora: LEAL
• 1º Edição: 2012
• Sinopse:

É um livro psicografado pelo Médium Divaldo Pereira Franco, ditado pelo espírito
Manoel Philomeno de Miranda que desenvolve o tema da mediunidade demonstrando, em
forma de alerta a todos aqueles que se encontram vinculados aos trabalhos mediúnicos, a devida
importância do exercício responsável da mediunidade.
Este livro contém vinte capítulos, além de uma apresentação introdutória.
O objetivo deste livro é analisar o exercício mediúnico, as suas consequências e os
escolhos desta atividade, demonstrando a necessidade do cultivo de uma moral elevada, de
pensamentos positivos e leituras edificantes, a fim de sintonizar-se com os benfeitores
espirituais, precavendo-se das ciladas e perseguições perpetradas por espíritos ignorantes e
arraigados aos desejos de vingança e ódio.
No primeiro capítulo apresenta-se o Espiritismo como o Consolador prometido,
porquanto inicia-se com o advento do Espiritismo uma nova era para a fé.
É uma obra de alto valor doutrinário que discorre sobre a mediunidade, demonstrando
a necessidade de sintonia com a espiritualidade superior, a fim de desenvolver uma
mediunidade responsável; tece várias considerações sobre a sintonia mediúnica e nos faz um
convite à auto- iluminação e ao otimismo.
Esta é uma obra muito importante que deve ser lida por todos que lidam com a
mediunidade, bem como para todos as demais pessoas, haja vista que demonstra a importância
da sintonia espiritual, pois todos estamos ligados intimamente aos irmãos encarnados ou
desencarnados com quem nos afinamos pelos gostos, interesses, mostrando que devemos estar
atentos para as ciladas dos espíritos inferiores que desejam a derrota do papel e da objetivo do
médium.
Cristiano Cândido Neto – Livro Espírita Livre – 5/Março/2013 – Livro Mediunidade
– Desafios e Bençãos

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
5.3.16. Amanhecer de Uma Nova Era – 2012
• Autor: Manoel Philomeno de Miranda
• Médium: Divaldo Franco
• Editora: LEAL
• 1º Edição: 2012
• Sinopse:

Amanhecer de uma nova era o nobre Espírito Manoel Philomeno de Miranda, referindo-
se à transição planetária pela qual passa o nosso planeta, não só do ponto de vista geológico,
mas especialmente no que diz respeito aos aspectos moral e espiritual, esclarece -nos que
espíritos evoluídos procedentes de outras dimensões descem às sombras da Terra atendendo ao
apelo de Jesus, a fim de contribuírem em benefício dos seus irmãos da retaguarda, no grande e
decisivo momento em que poderão ascender a outros planos para fruírem as bênçãos da
harmonia cósmica .

“Para quem leu Transição Planetária, do mesmo autor e que veio a lume em 2010,
encontrará uma continuação natural daquele.
Em Amanhecer, Manoel se reporta à vitória do bem e do amor, ao diluir-se das sombras
da ignorância, embora persistam alguns desmandos do vandalismo de breve duração.
Semelham um poema em prosa as narrativas que faz, informando das atividades
espirituais em auxílio aos trabalhadores do bem, momentaneamente agredidos pelas forças da
perversidade espiritual, sob o suave- doce comando do Santo de Assis, o êmulo de Jesus que,
no seu tempo, implantou na Terra em sombras o período da ternura e da fraternidade, embora
tudo conspirasse de maneira oposta.
Os desafios, as lutas entre o passado dominador e o futuro promissor, que assinalam a
transição de mundo de provas e expiação para mundo de regeneração são apresentadas como
um cântico de esperança, pois esclarece Miranda que espíritos evoluídos procedentes de outras
dimensões descem às sombras da Terra atendendo ao apelo de Jesus, a fim de contribuírem em
benefício dos seus irmãos da retaguarda, no grande e decisivo momento em que poderão
ascender a outros planos para fruírem as bênçãos da harmonia cósmica.
Transitam, pelas duzentas e quarenta páginas de Amanhecer , alguns personagens
apresentados em Transição planetária, cujo trabalho de regeneração e de convite ao Bem é
realizado.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Também surgem personagens como o venerando José Petitinga, trabalhador
incansável do Evangelho; o missionário sacramentano Eurípedes Barsanulfo; o nobre servidor
do Mestre Nazareno, o ex-hanseniano Jésus Gonçalves; Dr. Bezerra de Menezes; Francisco de
Assis, ao lado de outros tantos Espíritos do bem.
Sempre lúcido e coerente, em sua dissertação, Miranda vai se referindo exatamente a
esse período e às grandes oportunidades que a Divindade oferece aos que ainda permanecem
recalcitrantes no mal. Por isso, várias histórias são relatadas, assinalando resgates de Espíritos
que se erigiram, através dos séculos, em perseguidores da Luz ou que se perderam nos meandros
das viciações, esquecendo o endereço de Deus”.
Jornal Mundo Espírita – 2012 – Dezembro – Livro Amanhecer de uma Nova Era

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
5.3.17. Perturbações Espirituais – 2015
• Autor: Manoel Philomeno de Miranda
• Médium: Divaldo Franco
• Editora: LEAL
• 1º Edição: 2015
• Sinopse:

Relatos acerca do intercâmbio entre as duas esferas da vida, abordando, especialmente,
as perturbações espirituais resultantes da suprema ignorância que se permitem os Espíritos
infelizes na sua luta inglória contra o mestre Jesus e a sua doutrina.
Explica os desafios modernos em forma de obsessões coletivas e individuais,
particularmente nas sociedades espíritas sérias dedicadas à renovação da sociedade, bem como
nos grupamentos humanos que se dedicam ao progresso e à felicidade das criaturas.
Também faz importante alerta aos companheiros inadvertidos ou descuidados dos
deveres espirituais assumidos antes do renascimento carnal, quanto às suas responsabilidades
morais na condição de trabalhadores da última hora.

“Este livro é um breve relato em torno do intercâmbio entre as duas esferas da vida,
especialmente cuidando das perturbações espirituais resultantes da suprema ignorância que
se permitem os Espíritos infelizes, na sua luta inglória contra o Mestre Jesus e Sua Doutrina.
De alguma forma, faz parte da série que foi iniciada por Manoel Philomeno de Miranda,
Espírito, pela psicografia de Divaldo Pereira Franco, com o livro Transição planetária e
o Amanhecer de uma era nova, abordando os desafios modernos em forma de obsessões
coletivas e individuais, especialmente nas Sociedades Espíritas sérias dedicadas à renovação da
sociedade, bem como nos grupamentos humanos que se dedicam ao progresso e à felicidade
das criaturas.
Jesus vela pela barca terrestre e condu-la com segurança ao porto de abrigo, sendo
infrutuosas todas as tentativas de dificultar-Lhe o ministério de amor e de misericórdia.
É intuito do nobre benfeitor, com essa obra, alertar os companheiros inadvertidos ou
descuidados dos deveres espirituais assumidos antes do renascimento carnal, quanto às suas
responsabilidades morais na condição de trabalhadores da última hora, comprometidos com
os benfeitores da Humanidade que neles confiam.
Em dezessete capítulos, desfilam situações inusitadas, chocantes algumas, propondo-
nos a reflexionar se, eventualmente, em nossas Casas Espíritas um ou outro desses fatos não
vem ocorrer, mercê da fofoca, da calúnia, do descomprometimento com a Causa Espírita.
Jornal Mundo Espírita – 2016 – Janeiro – Livro Perturbações Espirituais

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
5.3.18. No Rumo do Mundo de Regeneração – 2021
• Autor: Manoel Philomeno de Miranda
• Médium: Divaldo Franco
• Editora: LEAL
• 1º Edição: 2021
• Sinopse:

Este livro apresenta sintéticas páginas de atividades entre os dois planos da vida, em
que os benfeitores espirituais, encarregados pelo processo de preparação/aceleração do mundo
de regeneração na Terra, atuam para auxiliar, simultaneamente, as vítimas da pandemia da
Covid- 19 e os trabalhadores encarnados, que vêm de modo incessante laborando nos centros
espíritas para ajudar os irmãos em sofrimento, em face das dificuldades dos dias atuais, e estão
sendo violentamente atacados por obsessores de comunidades infelizes da Erraticidade inferior,
muitos habitantes da cidade espiritual chamada Cidade da Justiça, que se equipam de legiões
para invadir os grupamentos sociais e penetrar nas organizações humanas, criando situações
embaraçosas e perturbadoras, com dissídios, agressividade, obsessões coletivas e descida moral
pelas valas desditosas das condutas irrefreadas.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
6. Loucura e Obsessão - 35 anos de publicação/2023
6.1 O Autor: Manoel Philomeno de Miranda – Biografia

Manoel Philomeno Batista de Miranda, filho de Manoel Batista de Miranda e Umbelina
Maria da Conceição, nasceu em Jangada, município do Conde Estado da Bahia, , 14 de
novembro de 1876 e desencarnou em 14 de julho de 1942 e continua trabalhando até hoje .
A partir da década de 1970, o seu nome foi adotado em psicografias, através da
mediunidade de Divaldo Franco .
Tendo iniciado a sua vida profissional desde 1887, veio a Salvador com os pais em 1894,
a trabalho.
Diplomado como bacharel em comércio e fazenda pela Escola Comercial da Bahia
(atual Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal da Bahia) em 1910,
“Miranda era um conjunto de dotes artísticos e perfeitos.
Tão grande na moral e na modéstia, que poucos o compreendiam” (SILVA, 1976).

Petitinga constituiu família e nela demonstrou sua capacidade e pensamento educativos
nos cuidados com a orientação de seus sete filhos, todos do primeiro matrimônio. Viúvo,
consorciou-se com a jovem Maria Luiza, que o acompanhou nas peripécias da vida, velando- o
na sua desencarnação, já septuagenário. Seus descendentes atestaram o devotamento com que
cuidava da família, deixando singular página de orientação para seu filho, considerada uma
tábua de ensinamentos evangélicos.
Teve conhecimento da Doutrina Espírita através do médium Saturnino Favilla,
conhecendo, no mesmo ano, José Petitinga, com o qual estabeleceria uma duradoura relação de
amizade.
No ano seguinte, começou a frequentar as reuniões da União Espírita Baiana/UEB,
recém-fundada.
A partir de 1920, engajou- se nas reuniões ordinárias da Diretoria da União, sendo eleito
secretário no ano seguinte.
Segundo Leopoldo Machado, ele era conhecido pelo estilo especial de tratar e doutrinar
os assistentes das sessões (mediúnicas) da União, sempre cheia de ouvintes interessados ou
curiosos das lições espiríticas de Miranda, baseadas sempre e infalivelmente num magistral
versículo evangélico. (...)

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Gentleman, na expressão exata do termo, era um autêntico diplomata espírita, capaz de
resolver todas as dificuldades que sobreviessem em qualquer sociedade, espírita ou não(SILVA,
1976).
Em 1939, com a desencarnação de José Petitinga, que era presidente da UEB, Manoel
Miranda (como assinava) assumiu a presidência da União (na época ele era o vice- presidente).
Escreveu 3 obras, sem assinar sua autoria:
o opúsculo “Porque eu sou Espírita” (1931), em resposta ao padre Humberto Rohden;
“Resenha do Espiritismo na Bahia” (1940) e
“Excertos que Justificam o Espiritismo” (1941).
Ele foi pioneiro no trabalho de catalogação dos Centros Espíritas existentes no Estado,
tendo cadastrado cerca 18 Casas Espíritas nos anos de 1940 e 1941, mas, dizia ele, sabia da
existência de mais de 100 Grupos estabelecidos .
Incansável nos trabalhos da União, Manoel Miranda, que sofria de problemas cardíacos,
nunca se furtava aos seus deveres enquanto espírita.
Sofrendo horrivelmente do coração, subia inúmeras escadas, afim de não faltar às
sessões, sorrindo e sempre animado quando os espíritos, conhecedores do seu melindroso
estado, remendavam-lhe o máximo repouso. (...) Mas ele, impávido, replicava que era o seu
dever. (...) Sentia imensa alegria em dar os seus últimos dias a serviço do Cristo. Não deixaria
jamais de subir aquelas escadas enquanto tivesse forças (SILVA, 1976).

Desencarnou às 21 horas do dia 14 de julho de 1942, aos 65 anos. Fiel discípulo da Seara
do Mestre, até o seu desenlace, “demonstrou a firmeza da tranquilidade dos justos, proclamando
e testemunhando a grandeza imortal da Doutrina Espírita” (Projeto Manoel Philomeno de
Miranda).

Porém, o seu trabalho não terminou com perda do corpo físico. Schubert (1990) traz um
relato de Divaldo Pereira Franco:
No ano de 1950 Chico Xavier psicografou para mim uma mensagem ditada pelo Espírito
José Petitinga e no próximo encontro, uma outra ditada pelo Espírito Manoel Philomeno de
Miranda (...).
No ano de 1970 apareceu- me o Espírito Manoel Philomeno de Miranda, dizendo que,
na Terra, havia trabalhado na União Espírita Baiana, tendo exercido vários cargos, dedicando-
se, especialmente à tarefa do estudo da mediunidade e da desobsessão.

51
Loucura e Obsessão – 35 Anos
Quando chegou ao Mundo Espiritual, foi estudar em mais profundidade as alienações
por obsessão e as técnicas correspondentes da desobsessão.
(...) Convidado por Joanna de Ângelis, para trazer o seu contributo em torno da
mediunidade, da obsessão e desobsessão, ele ficou quase trinta anos realizando estudos e
pesquisas e elaborando trabalhos que mais tarde iria enfeixar em livros.
Ao me aparecer, então, pela primeira vez, disse-me que gostaria de escrever por meu
intermédio.
(...) Depois de uma convivência de mais de um mês, aparecendo- me diariamente, para
facilitar o intercâmbio psíquico entre ele e mim, começou a escrever “Nos Bastidores da
Obsessão”, que são relatos, em torno da vida espiritual, das técnicas obsessivas e de
desobsessão.

REFERÊNCIAS
Livros da União Espírita Baiana. (sem autoria)– Resenha do Espiritismo na
Bahia. Tipografia Naval. Bahia, 1940;
__________________________________Excertos que Justificam o
Espiritismo. Tipografia Naval. Natal, 1941
SCHUBERT, S. C. O semeador de Estrelas. LEAL. Salvador, 1990.
SILVA, A.M. Biografia de Manoel Philomeno Batista de Miranda. In: Presença Espírita
n°33. Salvador. Novembro, 1976.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
6.2 O Livro: Estrutura


i. Histórico:

Como o surto das obsessões está a exigir atenção crescente, reunimos, neste livro,
alguns casos que nos convidaram ao estudo, inclusive um de comportamento sexual
especial, acompanhando- os em um Núcleo do sincretismo afro-brasileiro, onde
encontramos a presença do amor de Deus e a abnegação da caridade cristã, conforme os
ensinamentos de Jesus.
Manoel Philomeno de Miranda – Loucura e Obsessão - Introdução

ii. Título: Loucura e Obsessão

iii. Autor: Manoel Philomeno de Miranda (Ex presidente da União Espírita Bahiana).

iv. Psicografia: Divaldo Pereira Franco (concluída em ).

v. Edição: Primeira edição em 1988, pela Federação Espírita Brasileira (Rio de
Janeiro/RJ).

vi. Prefácio: Manoel Philomeno de Miranda

vii. Instrutores/Mentores: Bezerra de Meneses/Manoel Philomeno de Miranda

53
Loucura e Obsessão – 35 Anos
6.3 O Livro: Temas Principais - Perguntas
6.3.1 Geral

Nos fenômenos psicopatológicos como nos obsessivos é sempre o Espírito
encarnado o agente responsável pelos distúrbios que padece?
Sim. O Espírito é o herdeiro de si mesmo e dos seus atos anteriores, que lhe plasmam o
destino futuro, do qual não consegue evadir-se.
Loucura e Obsessão - Prefácio
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393

Que requisitos exige o tratamento das alienações mentais, incluindo-se aí as
obsessões?
O tratamento exige moralidade, paciência, fé e títulos de enobrecimento por parte
daqueles que se lhe dedicam ao mister.
O terapeuta comum, quando portador desses requisitos, exterioriza a força curadora que
passa a envolver o paciente, dando- lhe ou aumentando- lhe as resistências.
Ao mesmo tempo, uma conduta exemplar confere méritos àquele que a possui, atraindo
a consideração e complacência dos Bons Espíritos que passam a auxiliá- lo, dele se utilizando
na ação do Bem.
No que tange ao labor terapêutico para as obsessões, tais requisitos são fundamentais,
porquanto, não os identificando naqueles que os aconselham, os Espíritos doentes
rechaçam-lhes as palavras, ante a evidência de que elas são expressas sem conteúdo de verdade,
pois que não são vividas.
O doutrinador espírita deve, pois, verbalizar e viver o ensino, pelas realizações íntimas
e externas que produz.
Loucura e Obsessão - Cap. 17
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393

54
Loucura e Obsessão – 35 Anos
6.3.2 A Esquizofrenia

Como entender a Esquizofrenia?
Segundo Dr. Bezerra de Menezes (Espírito), a esquizofrenia é enfermidade muito
complexa, nos estudos da saúde mental.
As pesquisas psiquiátricas, psicanalíticas e neurológicas têm projetado grande luz às
terapêuticas de melhores resultados nas vítimas dessa terrível alienação.
No entanto, há ainda muito campo a desbravar, em razão de suas origens profundas se
encontrarem ínsitas no Espírito que delinque.
A consciência individual, representando, de algum modo, a Cósmica, não se poupa,
quando se descobre em delito, após a liberação da forma física, engendrando mecanismos de
autorreparação ou que lhe são impostos pelos sofrimentos advindos da estância do além-túmulo.
Loucura e Obsessão - Cap. 4
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393

(...)
Examinando o paciente, Dr. Bezerra de Menezes afirmou que o diagnóstico médico era
exato, embora luzisse uma esperança com que o Amor sempre defere os requerimentos das
almas necessitadas.
Em breves palavras, ele explicou à mentora do grupo o que se passava, remontando à
última encarnação do rapaz, quando a arbitrariedade e o despudor levaram-no ao desregramento
e ao abuso da transitória autoridade de que desfrutava, perturbando a paz de muitas pessoas e
chafurdando no abuso do sexo.
Reencarnando, manteve a consciência de culpa, autopunindo-se, mediante perturbação
na área da afetividade e conflitos outros no trânsito da adolescência, quando lhe ficaram
impressos os graves delitos que agora expungia.
Loucura e Obsessão - Cap. 4

55
Loucura e Obsessão – 35 Anos
É verdade que a esquizofrenia é imposta ao paciente antes da concepção fetal?
Sim. Segundo a escola bleuleriana, o esquizofrênico não tem destruída a afetividade,
nem os sentimentos, conforme se pensava antes.
O que acontece é que eles sofrem dificuldade para serem exteriorizados, em razão dos
conflitos conscienciais profundos que são resíduos das culpas passadas.
Como o Espírito se sente devedor, não se esforça pela recuperação, ou teme- a, para não
enfrentar os desafetos, o que lhe parece uma maneira pior de sofrer do que aquela em que se
encontra.
“Nesses casos – diz Dr. Bezerra – pode-se dizer, como afirmava o ilustre mestre suíço,
que a esquizofrenia se encontra no paciente, de forma latente, pois que, acentuamos, é-lhe
imposta desde antes da concepção fetal.”
Loucura e Obsessão - Cap. 4
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393

(....)
Miranda aproveitou o ensejo para perguntar a Dr. Bezerra se havia no rapaz algum fator
orgânico que respondesse pelo quadro de esquizofrenia, além dos fatores espirituais já
mencionados.
“Sem dúvida”, respondeu- lhe o mentor. “Como sabemos, a esquizofrenia é enfermidade
muito complexa, nos estudos da saúde mental. As pesquisas psiquiátricas, psicanalíticas e
neurológicas têm projetado grande luz às terapêuticas de melhores resultados nas vítimas dessa
terrível alienação.
No entanto, há ainda muito campo a desbravar, em razão de as suas origens profundas
se encontrarem ínsitas no Espírito que delinque.
A consciência individual, representando, de algum modo, a Cósmica, não se poupa,
quando se descobre em delito, após a liberação da forma física, engendrando mecanismos de
autorreparação ou que lhe são impostos pelos sofrimentos advindos da estância do além-túmulo.
Afetando o equilíbrio da energia espiritual que constitui o ser eterno, a consciência
individual imprime, nas engrenagens do perispírito, os remorsos e turbações, os recalques e
conflitos que perturbarão os centros do sistema nervoso e cerebral, bem como os seus
equipamentos mais delicados, mediante altas cargas de emoção descontrolada, que lhe
danificam o complexo orgânico e emocional.

56
Loucura e Obsessão – 35 Anos
Noutras vezes, desejando fugir à sanha dos inimigos, o Espírito busca o corpo como um
refúgio, no qual se esconde, bloqueando os centros da lucidez e da afetividade, que respondem
como indiferença e insensibilidade no paciente de tal natureza. ”
Dr. Bezerra acrescentou que foi Eugênio Bleuler, sem demérito para os demais
pesquisadores das alienações mentais, quem mais penetrou nas causas da esquizofrenia, do
ponto de vista científico, concluindo que ela é “uma afecção fisiógena, mas com ampla
superestrutura psicógena”.
Nessa estrutura psicógena situam-se os fatores cármicos, de procedência anterior ao
berço, que pesam na consciência culpada...
Loucura e Obsessão - Cap. 4
(...)
Sejam, portanto, quais forem os fatores que propiciam a instalação da esquizofrenia, no
homem, o que desejamos é demonstrar que o Espírito culpado é o responsável pela alienação
que padece no corpo, sendo as suas causas atuais consequências diretas ou não do passado.”
No caso de Carlos já se verificara alteração neurológica, por ação do perispírito no
sistema extrapiramidal, o que afetou alguns reflexos tendinosos, como se via na rigidez da
pupila.
Além disso, ocorreram distúrbios neurovegetativos e metabólicos, como consequência
doestado geral que ele padecia.
“Como veremos mais tarde – esclareceu o mentor–, a ação perturbadora do nosso pupilo
foi muito grave, em razão do uso desordenado do sexo, tombando em degenerescência
glandular, que lhe afetou os testículos, facultando o surgimento de uma fibrose perniciosa, bem
como de uma atrofia dos tubos seminíferos daqueles órgãos, em face de uma deficiente
produção do hormônio gonadotrópico do lobo anterior da hipófise.
Vemos aí a mente espiritual – consciência de culpa – interferindo na constituição
orgânica e dando curso às etiopatogenias detectadas pelos cientistas nas suas nobres
investigações.
A ação obsessiva, por parte dos cobradores desencarnados, contribui para o baixo
consumo de oxigênio, a anemia secundária e outros distúrbios que são registrados nos pacientes
esquizoides e que, em Carlos, são habituais, porque a ingestão dos fluidos perniciosos
intoxicam-no, levando os órgãos a funcionamento alterado, inclusive à lentidão do fluxo
sanguíneo com ingerência fluídica no sistema enzimático do organismo...”
Loucura e Obsessão - Cap. 4

57
Loucura e Obsessão – 35 Anos
Na noite de 26 de abril de 1956, foi trazido à comunicação o Espírito Raimundo Teixeira,
que sofreu aflitiva prova na alienação mental.
Os apontamentos do visitante, que foram alinhados sob a legenda “loucura e resgate”,
valem igualmente, a nosso ver, por precioso estudo no tema “reencarnação e justiça”.
Conduzido ao recinto por devotados Instrutores Espirituais, recomendam eles algo vos
diga de minhas provas.
Entretanto, minhas dificuldades são quase insuperáveis para relacionar com a palavra os
tremendos episódios de minha terrível experiência.
Sou uma alma pobre que ainda convalesce de aflitiva loucura no campo físico.
Não creio que o verbo articulado possa exprimir com segurança tudo aquilo que expresse
meus estados emocionais.
Ainda assim, posso garantir-vos que tenho atravessado inimagináveis suplícios.
Por mais de vinte anos, fui vítima de flagelações e tormentos que culminaram em transes
de pavoroso desespero, não pelas dores de origem material que me dilaceravam o corpo, mas
sim porque, na condição de alienado mental, guardava, no fundo de meu ser, a consciência de
todos os meus atos, embora não pudesse governar meus infelizes impulsos.
Perambulei no mundo à maneira de alguém que se visse sob o guante invencível de
Inteligências perversas, como pode acontecer a um homem irremediavelmente prisioneiro de
malfeitores, em sua própria moradia.
Por mais orasse, por mais anelasse o bem e por mais quisesse comandar a própria
existência, os terríveis carcereiros das minhas atividades mentais compeliam-me a atitudes
deploráveis que, de início, me angariaram o desafeto dos familiares mais queridos ao coração.
Era constrangido a práticas ignominiosas, impelido a pronunciar palavras que me
afastavam toda e qualquer simpatia e a perpetrar atos que provocavam, em torno de mim,
repugnância e temor.
E, por essa razão, relegado à atmosfera deprimente dos loucos, nela padeci não apenas
os mais dolorosos processos de tratamento médico, como sejam, a insulinoterapia, a
malarioterapia e o eletrochoque, mas também os bofetões de enfermeiros desapiedados e o poste
de martírio, a camisa de força e a solidão.
Isso tudo sofri com a tácita aprovação de minha consciência, pois no íntimo me
reconhecia culpado.
Colocava-me na situação de quantos me assistiam caridosamente e concluía que, na
posição deles, infligiria a mim mesmo os mais duros castigos, de vez que os ocupantes de meu
campo mental me impeliam à delinqüência e ao desrespeito, ao insulto e à viciação.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Chorei tanto, que acredito haverem as lágrimas aniquilado os meus olhos encadeados a
medonhas alucinações.
Amarguei tanto a vida que o sofrimento por fim me venceu diante das testemunhas
implacáveis de minha dor – testemunhas que me acusavam sem que ninguém as ouvisse, que
me espancavam sem que ninguém lhes presenciasse os assaltos, que me acompanhavam dia e
noite sem que ninguém lhes pressentisse a presença.
E tamanho foi o meu infortúnio que, em me libertando do cárcere da prova, desarvorado
e desiludido, pedi à Providência Divina, através de mil modos, que uma explicação me aliviasse
o torturado raciocínio, porquanto, ainda mesmo fora do corpo carnal, a malta de perseguidores
continuava assacando contra mim gritos soezes, tentando escravizar-me de novo a mente
desditosa...
Foi, então, que, ao socorro de Instrutores Amigos, me vi em surpreendente retorno à
condição em que me achava antes da internação na carne para a terrível provação da loucura...
Identifiquei- me em pleno espaço, desolado e errante, cercado por centenas de verdugos
que me buscavam o Espírito, impondo- me à visão tremendos quadros – quadros esses que,
pouco a pouco, me reconduziram ao posto que eu deixara anteriormente, através da morte...
Sim, eu havia sido um juiz que abusara da dignidade do meu cargo.
Vi-me envergando a toga do magistrado, que me competia preservar impoluta,
desfrutando invejável eminência social na Terra, mas enceguecido pelos interesses do grupo
político a que me filiara, com desvairada paixão.
Torcia o direito para quase todos aqueles que me buscavam, tangidos pelas
circunstâncias, conspurcando o tribunal que me respeitava, transformando- o em ominoso
instrumento de crime e revolta, perversidade e miséria, desânimo e desespero, porque as minhas
sentenças forjavam todos esses males.
Mas não consegui ludibriar a verdadeira justiça.
Deixando o veículo físico, as minhas vítimas se converteram em meus juízes e todas
aquelas que me não podiam perdoar seguiram-me os passos na esfera espiritual, tecendo-me a
cadeia de tormentos inomináveis, a explodirem no pavoroso desequilíbrio com que ressurgi
entre as criaturas humanas, na existência última.
Atravessei uma infância atormentada...
Para os médicos, eu não passava de pobre exemplar da esquizofrenia.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Alcancei a juventude tumultuária e triste dos que não possuem qualquer estabilidade de
raciocínio para a fixação dos bons propósitos, e, tão logo atingi a maioridade, meus implacáveis
acusadores senhorearam-me a estrada, conturbando- me a vida, e, desse modo, como alienado
mental fui submetido ao julgamento de todos eles, experimentando, por mais de quatro lustros,
flagelações e torturas que não posso desejar aos próprios Espíritos satanizados nas trevas.
Sou, assim, um doente desventurado procurando restaurar a si mesmo, depois de terrível
inferno no coração.
Não acredito que a minha palavra possa trazer qualquer apontamento que induza ao
consolo.
Entretanto, o juiz louco que fui, o juiz que impôs a si próprio horrenda enfermidade da
alma, pode oferecer alguma advertência aos que manobram com a autoridade no mundo e a
todos os que ainda podem recuar nas deliberações infelizes!...
Diante de mim vibra o Tempo, o grande julgador...
Possa a Divina Compaixão conceder-me com esse juiz silencioso, cujas palavras para
nós são as horas e os dias do mundo terrestre, a oportunidade de ressarcir minhas faltas, porque,
por enquanto, o juiz que dementou a si mesmo apenas ingressou na fase inicial do reajuste, da
qual se transferirá para o campo expiatório, onde, face a face com as suas antigas vítimas, será
obrigado a solver seus clamorosos débitos, ceitil por ceitil.
Deus seja louvado!...
Raimundo Teixeira – Vozes do Grande Além – Cap. 45 – Loucura e Resgate

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
6.3.3 Homossexualismo


Lício era um ser com inclinação feminina em um corpo de rapaz. Por que procurou
ele ajuda espiritual?
Depois de expor os conflitos de ordem sexual que o acometiam, Lício disse à Mentora:
“Creio em Deus e na alma, razões que me afligem a consciência, ante os tormentos que me
assaltam. Valeram, indago-me, os parcos minutos de relax e prazer em relação aos dias e noites
de ansiedade e incerteza?
E depois, quando a morte advier, sempre penso, o que acontecerá, como será?”
Concluída a narração, ele disse à Benfeitora que estava ali para pedir socorro!
“Soube – explicou o jovem – que, talvez, um trabalho de vossa parte me pudesse aliviar
o sofrimento, já que não creio seja possível arrancá-lo de mim, por entender que sou um ser
feminino numa forma masculina, graças a um sortilégio da Divindade, que não consigo
entender.
O que sei é que necessito de uma tábua qualquer de salvação, mesmo que imaginária,
qual náufrago que, em se debatendo na procela, se agarra a uma navalha que lhe dilacera as
carnes, mas que é a única possibilidade de salvação ao seu alcance.”
Loucura e Obsessão - Cap. 5
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393

Conflitos como o de Lício são comuns em nosso mundo?
Sim. Segundo Dr. Bezerra de Menezes, a situação descrita por Lício alcança número
muito maior de criaturas do que se possa imaginar, na Terra, como no Além.
Contam-se aos milhões, no mundo, os que padecem conflitos dessa natureza, que ainda
não encontraram compreensão adequada, nem estudo conveniente, das doutrinas que lhe
investigam as causas, procurando soluções.
Loucura e Obsessão - Cap. 5
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393

61
Loucura e Obsessão – 35 Anos

Qual a atitude recomendada em face dos conflitos ligados à área sexual?
A orientação do Dr. Bezerra Menezes é, nesse sentido, muito clara:
“O respeito e a linha de equilíbrio devem viger no homem, em qualquer compromisso
de relacionamento estabelecido”.
“Enquanto, porém, o sexo mantiver-se na condição de produto para venda e a criatura
permanecer como objeto de prazer, a situação prosseguirá nos seus efeitos crescentes, mais
amplos e dolorosos do que aqueles que se digladiam em nossa sociedade consumidora e
inquieta. ”
Loucura e Obsessão - Cap. 5
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393
(....)
Contam-se aos milhões, no mundo, padecendo conflitos desta natureza, que ainda não
encontraram compreensão adequada, nem estudo conveniente das Doutrinas que lhe investigam
as causas, procurando soluções.
Por enquanto, travam-se lutas entre a coarctação e a liberação do comportamento
daqueles que estagiam nas áreas conflitantes do sexo.
Os apologistas da proibição aferram-se a códigos morais caducos e impiedosos, nos
quais a pureza é sinônimo de puritanismo, e os outros, que lideram o esforço em favor dos
direitos da funcionalidade aberta, primam pela agressão moral, pela alteração de valores, pela
imposição da sua conduta, nivelando todos os indivíduos em suas carências afetivas e
estruturais, proclamando a hora da promiscuidade e da chalaça”.
Loucura e Obsessão - Cap. 5

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Como Dr. Bezerra de Menezes define T ransexualismo?
Dá-se o transexualismo quando o corpo se encontra definido numa ou noutra forma e o
arcabouço psicológico não corresponde à realidade física.
Era o caso de Lício: alma de mulher, corpo de homem.
Em tais casos, empurrado pelos impulsos incontrolados do eu espiritual perturbado em
si mesmo, ou pelos fatores externos, pode o indivíduo marchar para a homossexualidade, caindo
em desvios patológicos, expressivos e dolorosos.
Segundo Dr. Bezerra, é ainda na forma transexual, quando o Espírito supera a aparência
e aspira pelos supremos ideais, que surgem as grandes realizações da Humanidade, como
também sucede na heterossexualidade destituída de tormentos e anseios lúbricos, que lhe
causam graves distonias.
Em qualquer forma, portanto, pode o Espírito dignificar-se, elevando-se, desde que se
não deixe acometer pela loucura do prazer desregrado, que sempre lhe propiciará a necessidade
de reparação em estado mais afligente.
Loucura e Obsessão - Cap. 6
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393


Que ocorreu no passado de Lício que justificasse sua atual condição?
Segundo a Mentora espiritual que o atendeu, nas três últimas reencarnações Lício viveu
experiências femininas, utilizando-se de corpos desse gênero.
Na antepenúltima, enredou-se numa trama que a paixão insensata fez enlouquecer.
Logo depois, recomeçou para liberar-se das consequências danosas que lhe
permaneciam como insegurança e necessidade, vindo a fracassar de forma rude.
Não há muito, utilizou-se de toda a força que a atração física lhe emprestava, para
usufruir e malsinar vidas que hoje se lhe enroscavam, perturbando- lhe a marcha.
Consequência direta disso, os efeitos emocionais lhe dilaceraram as fibras sensíveis da
aparelhagem espiritual que modelaram um corpo-presídio, no qual a forma sofre o tormento da
essência e vice -versa.
Loucura e Obsessão - Cap. 6
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393

63
Loucura e Obsessão – 35 Anos
Quem foi no passado o tio que o levou à homossexualidade?
O tio pervertido era uma companhia antiga, do mesmo grupo de perversão de que Lício
participara. Como se vê, ele não teve resistências morais para vencer os impulsos físicos,
provenientes dos refolhos do ser viciado, que soube identificar, embora sem entender, a antiga
companheira de alucinação.
Em seu desvario, ele esteve inspirado por um adversário desencarnado de ambos – dele
e de Lício – que aguardava ensejo para vingar-se, na condição de esposo traído e vilipendiado
pelos dois.
Loucura e Obsessão - Cap. 6
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393
(...)
Na sequência, Dr. Bezerra informou que os estudiosos do sexo buscaram estabelecer
alguns critérios para melhor definir as posições sexuais, conforme as estruturas periféricas, do
que resultou a classificação seguinte: gonádico, pela identificação das células que constituem
as glândulas genitais; genético , mediante o conhecimento da cromatina sexual; fenótipo, por
meio do aspecto morfológico do ser; e psicossexual , numa ampliação da análise, estudo e
aprofundamento da estrutura psicológica do indivíduo e as influências por ele recebidas na
educação, na sociedade e na cultura.
“Seja, porém, qual for a forma sob a qual se expresse o sexo na vida – acentuou Dr.
Bezerra –, ele é departamento orgânico importante, credor de respeito e consideração, não
apenas máquina de satisfação dos instintos egoístas, imediatistas...
O seu uso deve ser regulamentado pela consciência dignificada, facultando ao indivíduo
o equilíbrio e a harmonia decorrentes da permuta de hormônios e de afeto, sem que a
vulgaridade e o barateamento lhe constituam razão predominante. Além da responsabilidade
pessoal, diversas implicações se fazem assinalar pelos efeitos do relacionamento que envolve
outros parceiros, cuja conduta, muitas vezes, passa a ser o resultado da consideração ou do
desprezo a que são relegados por aqueles que os seduzem, enganam ou exploram.
À medida que o Espírito se eleva e se enobrece, o uso do sexo passa por significativa
alteração.”
Nova pausa fez o amorável Benfeitor, que arrematou em seguida: “O nosso Lício
encontra-se catalogado como transexual, que foi conduzido pelo tio ao homossexualismo, com
todas as agravantes disso decorrentes e outros componentes, conforme constataremos nas
explicações da Mentora a quem ele recorreu.
Loucura e Obsessão - Cap. 6

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Loucura e Obsessão – 35 Anos

“A forma, numa como noutra área, é oportunidade para aquisição de particulares
conquistas de acordo com os padrões éticos que facultam a uma ou à outra.
Quando são conseguidos resultados positivos numa expressão do sexo, pode-se avançar,
repetindo- se a forma até que, para diferente faixa de aprendizagem, o Espírito tenta o outro
gênero.
No momento da mudança, em razão dos fortes atavismos e das continuadas realizações,
pode ocorrer que a estrutura psicológica difira da organização fisiológica, sem qualquer risco
para o aprendiz, porquanto há segurança de comportamento e nenhum desvio da libido por
ausência de matrizes psíquicas decorrentes da degeneração imposta aos hábitos anteriores.
Quando, porém, o indivíduo se utiliza da função genésica para o prazer continuado sem
responsabilidade, derivando para os estímulos que as aberrações da luxúria o convidam, incide
em gravame que é convidado a corrigir, na próxima oportunidade da reencarnação, sob lesões
da alma enferma, que se exteriorizam em disfunções genésicas, em anomalias e doenças do
aparelho genital, ou na área moral, mediante os dolorosos conflitos que maceram, nos quais o
ser íntimo difere in totum do ser físico...
Seja, no entanto, qual for a ocorrência regularizadora, ela deve ser enfrentada com
elevação moral e consciência tranquila, recompondo, através dos atos corretos, a paisagem
mental e emocional afetada.
Não há, para essas marcas da alma, outro tratamento que eu conheça, senão a superação
do problema mediante a abstinência, canalizando-se as forças sexuais para outros labores e
aspirações, igualmente propiciadores de gozo profundo e estímulo constante para mais altos
voos e conquistas”.
Loucura e Obsessão - Cap. 6

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Qual a causa dos problemas enfrentados por Lício, o jovem homossexual, e seu tio
Nicomedes?
Lício e Nicomedes – que em existência anterior se chamavam, respectivamente, Annette
e Henri – foram amantes naquela ocasião, quando então traíram a confiança de Filipe, esposo
de Annette.
Devido a esse fato, Filipe desafiou Henri a um duelo, no qual foi morto.
Começou então um processo de perseguição em que os dois Espíritos se envolveram e
que continuava até o presente.
Tendo sido mulher e usado seus dotes feminis para a prática do sexo com o amante e
com diversos outros parceiros, Annette reencarnou em um corpo de homem, observando- se aí
o processo que alguns autores – como André Luiz e Emmanuel – chamam de inversão sexual.
Loucura e Obsessão - Cap. 15
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393

Na existência seguinte, os três personagens se encontraram?
Sim. Annette voltou a consorciar-se com Filipe, que se chamou então, nessa existência,
Fagundes Ribas.
O propósito do reencontro era a harmonização entre os três, porque Henri novamente
apareceria na vida do casal.
A ideia não deu certo, porque Annette e Henri traíram de novo a confiança de Filipe
(Fagundes Ribas) e fugiram do seu lar, tomando rumo desconhecido.
Loucura e Obsessão - Cap. 15
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393

Com a intervenção dos benfeitores espirituais, os três conseguiram reconciliar- se?
Sim. Para isso foram fundamentais a ação do dr. Bezerra de Menezes e o pedido de
perdão feito por Annette ao ex- marido.
A esse pedido, Filipe respondeu: “Não posso perdoar, no entanto, dê-me tempo e este
me ajudará a desculpar.
Pelo menos, não a perseguirei, caso eu encontre algum apoio em qualquer lugar onde
me possa acalmar”.
Foram traçados os planos para que o processo pudesse ter, enfim, um final feliz.
Filipe iria reencarnar como filho de Henri – o mesmo Nicomedes, tio de Lício.

66
Loucura e Obsessão – 35 Anos
A Henri, dr. Bezerra disse: “Ele volverá aos teus braços com imensa carência de amor
e o receberás com ternura, liberando-te do mal que, na tua área genésica, na próstata, está
preparando campo para uma neoplasia maligna...
A tua conduta moral apressará, ou não, o surgimento do câncer, ou o impedirá.
Serás o autor dos teus futuros dias. Por consequência, respeita e ajuda Annette, na forma
de sobrinho inquieto.
Auxilia-a a ajustar-se e não tornes à viciação”.
A Lício, o Benfeitor propôs: “Recordarás de grande parte destas ocorrências, embora
com algumas lacunas. As lembranças te ajudarão a frear os impulsos da perversão.
Canaliza as forças sexuais da tua juventude noutra direção, em labores dignos que te
promoverão a paz, contribuindo para a liberação dos teus problemas”.
Loucura e Obsessão - Cap. 15
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393

Equilibrado moralmente, após haver recebido socorro espiritual do grupo dirigido
por D. Emerenciana, que tarefa foi por ela sugerida ao jovem Lício?
A Mentora lhe disse que agora era indispensável pensar em reparação.
Socorrer os que foram prejudicados, soerguê-los do abismo onde se demoram, por culpa
de quem agiu erradamente em relação a eles, é parte importante do programa de renovação
pessoal do candidato à recuperação moral.
Fagundes Ribas, enfermo pelo ódio, deveria ser ajudado pelo amor, de modo a reencetar
a marcha com melhores disposições espirituais.
Em face dessas palavras, o rapaz indagou, interessado: “Que fazer, então, abençoada
Mensageira? ”
Emerenciana explicou- lhe que nas ocorrências do porte que o afligiam quase sempre se
encontra a presença de embrionária faculdade mediúnica que serve de instrumento para o
desforço das vítimas, como sucede, aliás, em quase todos os episódios obsessivos, faculdade
essa que pode ser educada, canalizando-a para o bem.
Lício entendeu o recado: ele era médium! E sua mediunidade estava numa fase própria
para ser educada para o serviço do bem e do seu próprio crescimento espiritual.
Loucura e Obsessão - Cap. 23
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393

67
Loucura e Obsessão – 35 Anos
A frigidez no campo da sexualidade pode estar ligada a algum evento ocorrido no
passado?
Em medicina, frigidez significa ausência de desejo e/ou prazer sexual, que pode ter
ligação, sim, com eventos ocorridos em existências anteriores.
Foi o que aconteceu com uma jovem senhora que se queixou de distúrbio sexual,
defluente da frigidez que a atormentava e estava a destruir-lhe o lar.
Ela amava o esposo, que estava a perder, em razão do desconforto que experimentava
por ocasião do conúbio sexual.
Segundo a mentora espiritual, o distúrbio se originava de comportamento infeliz que
mantivera em existência anterior, quando se deixara seduzir pelo noivo e fora levada a um
aborto criminoso.
Após outros deslizes morais, recolhera- se à vida religiosa, na qual, por mágoa do
mundo, passara a ter uma conduta de castidade, detestando o sexo e submetendo-se a rudes
cilícios entre pensamentos de ódio e revolta que lhe perturbaram a função genésica.
Cabia-lhe, pois, reeducar a mente, receber assistência fluidoterápica, orar e renovar- se,
a fim de, com o auxílio do tempo, recompor a situação.
Loucura e Obsessão - Cap. 3
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393

68
Loucura e Obsessão – 35 Anos
EU VIVER num corpo de homem?!
Não, não é possível! Não posso admitir!"
Repetia as frases para si mesma sacudindo a rendilha que a envolvia em tênue nevoeiro,
deixando ver, no gesto, a cabeleira despejada em ondas por sobre os ombros re cobertos de
levíssima túnica.
Suas conjeturas, tão diversas do padrão de pensamento local, projetavam-se de si e,
sem o querer, quem a observasse auscultar-lhe-ia o íntimo.
"Não, há engano! Sou mulher, não sou homem!
A súmula é incongruente e inadmissível!... "
Discutindo consigo, espalmava as mãos em movimentos insofridos, como quem já
bordejava os limites da paciência.
(...)
Enclausurar-se num corpo inabilitado a espelhar-lhe os desejos e vazar-lhe as
propensões não seria, porventura, atravessar a existência humana como quem respira e sonha,
entre as constringências das paredes de um cárcere?
Seria capaz das renúncias exigíveis ao caso? E os outros, o que pensariam dela?
Ela própria, o que pensaria de si?
Honoré de Balzac - Cristo Espera Por Ti – Cap. 1

69
Loucura e Obsessão – 35 Anos
A homossexualidade pode ser desencadeada ou influenciada por um processo
obsessivo.
Existem muitos casos de obsessão sexual em que o indivíduo é arrastado para um
relacionamento com alguém da sua mesma polaridade física.
O adversário desencarnado, que foi profundamente lesado pela sua vítima de agora,
induz este indivíduo a um relacionamento homossexual que é angustiante para ele.
O objetivo é cobrar a dívida desencadeando agressões ao equilíbrio sexual do devedor.
Como este Espírito está imantado ao campo da aura do seu hospedeiro psíquico, ele passa a
experimentar as sensações, emoções e desejos daquele a quem manipula, inclusive nos
momentos de relacionamento sexual que a vítima estabeleça com um parceiro.
(...)
Ele me contou que o rapaz a quem ele perseguia havia sido sua amante há menos de
cinquenta anos, cuja conduta moral foi muito perturbadora.
O Espírito interrompeu por um instante o seu depoimento e logo depois voltou a falar:
— se neste momento ele se apresenta como um homem, isso não muda nada. ela veio
fantasiada de homem e procurou um casamento de mentira! Mas eu vou cobrar porque o seu
amante sou eu! Aliás, quando ele se entrega ao prazer eu desfruto. E vou levá-lo à morte! Vou
lhe causar uma frustração tão intensa que o fará suicidar-se.
Divaldo Franco - Sexo e Consciência - Cap. 7

70
Loucura e Obsessão – 35 Anos
6.3.4 Autismo

Que causas deram origem ao autismo em Aderson?
Aderson, o rapaz autista atendido pela Mentora, dedicara-se, na reencarnação passada,
a urdir planos escabrosos e de efeitos nefastos contra diversas pessoas a quem levou à desdita.
De início, desforçava-se daqueles com quem antipatizava, endereçando-lhes cartas
anônimas, recheadas de acusações vis, e, exorbitando na calúnia, espalhava a perfídia que
sempre encontrava aceitação nos indivíduos venais, gerando insegurança e dissabor às suas
vítimas.
Dentre outras, o infeliz, picado pelo veneno da inveja, passou a perturbar o lar honrado
de um amigo, endereçando, ora ao esposo, e, noutras vezes, à senhora, cartas repletas de
misérias, nas quais a infâmia passou a triturá-los, entre suspeitas infundadas, terminando por
levar o marido honesto ao suicídio, envergonhado pelo comportamento da esposa, tachada de
adúltera, enquanto aquela acreditava, pelas missivas recebidas, na desonra do consorte.
Quando o suicídio o infelicitou, ela acreditou que fora pelo remorso e caiu em
irreversível depressão, aumentando o sofrimento da família.
O ardiloso caluniador, entretanto, jamais se deixou trair, permanecendo amigo do lar
durante todos os transes por ele mesmo produzidos e fazendo-se confidente fiel das ocorrências
desditosas.
E Aderson fez muito mais, valendo- se sempre da calúnia e do anonimato.
Loucura e Obsessão - Cap. 7
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393
O que aconteceu com Aderson depois de sua desencarnação?
Ele teve de confrontar as diversas pessoas que levou ao infortúnio e padeceu
amargamente a vingança de muitas delas.
Depois de muitos anos de sofrimento, reencarnou com todas as marcas do horror que
lhe foi infligido.
Refugiando- se na negação do fato como crime, porque acreditava no direito de havê-lo
feito e não se arrependia honestamente, imprimiu no corpo físico os limites do movimento e
produziu a prisão na qual se encastelava.
Assomando à consciência as lembranças do passado, vivia, nesse mundo, sob a injunção
da culpa que o vergastava, procurando esconder-se e apagar-se, de modo a não ser reconduzido
aos lugares de horror de onde foi arrancado pelo Amor, que lhe favorecia a reparação noutras
circunstâncias.
Loucura e Obsessão - Cap. 7

71
Loucura e Obsessão – 35 Anos
A terapia da regressão de memória seria útil no caso do rapaz autista?
Não.
Segundo Dr. Bezerra de Menezes, a terapia de vidas passadas é conquista muito
importante, mas, como ocorre com qualquer terapêutica, tem seus limites bem identificados,
não sendo uma panaceia capaz de produzir milagres.
As cristalizações de longo período, no inconsciente, não podem ser arrancadas com
algumas palavras e induções psicológicas de breve duração.
Considerando- se a intensidade da alienação de Aderson – afirmou Dr. Bezerra – nada
seria conseguido com a terapia de vidas passadas, em face da sua total ausência de respostas
aos estímulos externos.
E se fosse possível fazê- lo, numa fase menos grave, o reencontro do rapaz com toda a
gama de fatos danosos praticados no pretérito produzir-lhe-ia tal horror, que a demência o
assaltaria da mesma forma.
O motivo é que, desejando esquecer, o rapaz não dispunha de forças para enfrentar-se e
superar os prejuízos ocasionados às suas vítimas.
Loucura e Obsessão - Cap. 7
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393
(...)
Prosseguindo os esclarecimentos, Dr. Bezerra disse que esses gravames, que o eu
consciente sepulta na memória profunda, passam desconhecidos pelo mundo, sem se aniquilar,
permanecendo ali em gérmen que irradia ondas destruidoras, envolvendo o criminoso.
Às vezes, irrompem como estados depressivos graves; noutras, surgem como
“complexos de culpa”, com fundamento real para eles mesmos, que se tornam desconfiados,
crendo- se perseguidos e fazendo quadros de torpes alienações, caindo nas malhas da loucura
ou no abismo do suicídio, artifícios que buscam para aniquilar os dramas tormentosos que os
esfacelam interiormente.
As cenas hediondas que fixaram, retornam implacáveis, cada vez mais nítidas, sem que
quaisquer novas paisagens se lhes sobreponham. “Não é raro ver -se – aduziu o Mentor – dama
recatada, ou cidadão ilustre, repentinamente enveredar por um desses trágicos comportamentos,
a todos causando admiração, em face da aparente falta de motivos.
Quando estes não se encontram na existência atual, ei-los nos subterrâneos da mente,
no inconsciente, nos arquivos perispirituais, reclamando por justiça, reparação.

72
Loucura e Obsessão – 35 Anos
Não há quem logre dilapidar o patrimônio da ordem e do bem, sem incidir na
compulsória da reabilitação, que sempre se apresenta no curso da evolução do ser, reajustando-
o e ensinando- lhe o respeito e o amor à vida.
Ninguém, portanto, permanece indefinidamente no mal, em razão dos automatismos
que a Lei impõe, proporcionando mecanismos de recuperação. ”
Dr. Bezerra acrescentou que o importante, em tal conjuntura, não é o conhecimento que
a sociedade tenha das ações nefastas ou nobres por alguém praticadas, mas o autor conhecê- las,
sem poder apagá-las.
Loucura e Obsessão - Cap. 7
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393

Dizendo enfaticamente ser inocente, Aderson, em questão de minutos, admitiu sua
culpa. Que fato o motivou a fazê-lo?
Como ele insistisse em declarar-se sem culpa, D. Emerenciana convidou -o a assistir a
alguns lances de sua última existência corporal, selecionados para aquele momento.
Em seguida, a um sinal da Diretora, uma fita gravada foi posta em um aparelho e as
imagens passaram a refletir-se em uma tela de média proporção, com uma peculiaridade
especial: a da terceira dimensão. Foi o que bastou para que Aderson reconhecesse seus erros.
Loucura e Obsessão - Cap. 18
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393

Que características apresentava aquele vídeo, a ponto de impressionar até o autor
da obra em estudo?
Foi a primeira vez que Manoel P. de Miranda assistiu a uma experiência de avaliação
do passado por meio de um equipamento tão sensível.
Ele conhecia já o cinemascópio, as ideoplastias vivas, os clichês mentais que
ressumavam dos depósitos profundos do perispírito, as evocações por indução telepática e as
espontâneas, menos aquela técnica fascinante, em que a vida retornava esfuziante e se podia
penetrar no íntimo dos fatos, que eram o emocional e o mental de cada personagem apresentada.
É que, simultaneamente às imagens vivas, era possível captar os pensamentos de cada
momento, antes e durante a ação nefasta, que se irradiava de sua mente maldosa, enquanto as
cenas se sucediam na tela.
Loucura e Obsessão – Cap. 18
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393

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Loucura e Obsessão – 35 Anos

A prática da regressão de memória, como a utilizada no caso de Aderson,
apresenta perigo?
Anteriormente, Dr. Bezerra de Menezes havia dito que sim, que seria inútil ou perigoso
aplicar essa terapia em casos como o de Aderson.
Por que então a regressão de memória fora utilizada?
Dr. Bezerra explicou: “Referíamo-nos, então, à terapêutica de tal natureza, porém, sob
indução de um encarnado.
A dificuldade maior, de início, seria a do autista não responder aos estímulos verbais do
indutor.
Além dessa, o desconhecimento da causa, por parte do mesmo, que o paciente se negava
a admitir, não lograria arrebentar a parede invisível que o Espírito erguera, para esconder a
culpa não aceita, embora existente no inconsciente profundo”.
Dito isso, Dr. Bezerra esclareceu que esse excelente método não produz resultados
positivos em toda e qualquer psicopatologia, e, se tal ocorresse, estaríamos diante de um
fenômeno violador do equilíbrio das Leis de Causa e Efeito. É preciso, pois, cautela em sua
utilização.
Loucura e Obsessão – Cap. 18
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Retorne, tome conta da consciência. Saia desse mundo sombrio e mentiroso. Volte à
nossa realidade.
Não fuja mais. Você já foi reencontrado.
Não tema, pois ninguém lhe fará qualquer mal; nós não o deixaremos.
Desperte!
Os apelos prosseguiram, mas o doente voltou a mergulhar no estado anterior.
Não vendo Espírito algum junto ao enfermo, Miranda não entendia o que se passava.
Estaria a alma do doente aprisionada em algum reduto, embora estivesse encarnada? Dr.
Bezerra acudiu: "Vamos por etapa
O nosso amigo é o típico autista, conforme a clássica denominação psiquiátrica.
Apesar de serem comuns as cobranças obsessivas, paralelamente às enfermidades mentais, este
paciente sofre- as menos, porque vem recebendo a ajuda desta Casa, há mais de seis meses.
Aparentemente, não se registrou qualquer mudança no seu quadro geral. Todavia, sob
nossa observação, descobrimos que excelentes resultados já foram logrados, antecipando
futuros benefícios espirituais para ele próprio.
Os inimigos que lhe adicionavam sofrimento, e ainda não o liberaram da cobrança
que se permitem, encontram, graças à assistência espiritual que lhe tem sido dispensada,
dificuldade de sintonia, embora permaneçam as irradiações das ondas mentais inferiores pelas
quais se manifesta a sincronização Espírito a Espírito.
É que a cobertura fluídica e magnética que o envolve dificulta a vibração doentia que
ele emite, não se imantando às emissões morbíficas que lhe são dirigidas.
Dr. Bezerra informou que a princípio suas defesas eram breves e foram logo destruídas
pela consciência culpada e a insistência dos perseguidores.
Com o tempo tem havido assimilação vibratória dessas energias benéficas, por
mimetismo natural, e os interregnos, sem a intoxicação telepática dos adversários
desencarnados, vêm proporcionando-lhe a revitalização mental, destruindo as paredes do
mundo íntimo para onde, apavorado, fugiu, desde quando a reencarnação o trouxe à
infância carnal.
Tecnicamente via- se ali um caso de auto-obsessão, por abandono consciente da vida e
dos interesses objetivos.
Quando o indivíduo mantém intensa vida mental em ações criminosas, que oculta,
mascarando- se para o cotidiano, a duplicidade de comportamento constitui-lhe cruel
transtorno que ele carpe em silêncio.

75
Loucura e Obsessão – 35 Anos
O delito fica ignorado dos outros, mas não do delinquente, que o vitaliza com
permanentes construções psíquicas, nas quais mais o oculta, destruindo a polivalência das
ideias, que terminam por sintetizar-se numa fixação mórbida.
Esses gravames, que o eu consciente sepulta na memória profunda, passam
desconhecidos pelo mundo, sem se aniquilar, permanecendo ali em gérmen que irradia ondas
destruidoras, envolvendo o criminoso.
Às vezes, irrompem como estados depressivos graves; noutras, surgem como
“complexos de culpa”, com fundamento real para eles mesmos, que se tornam desconfiados,
crendo- se perseguidos e fazendo quadros de torpes alienações, caindo nas malhas da loucura
ou no abismo do suicídio, artifícios que buscam para aniquilar os dramas tormentosos que os
esfacelam interiormente. As cenas hediondas que fixaram, retornam implacáveis, cada vez mais
nítidas, sem que quaisquer novas paisagens se lhes sobreponham.
O caro irmão Aderson, que aí vemos, dedicou- se, na sua reencarnação passada, a urdir
planos escabrosos e de efeitos nefastos contra diversas pessoas a quem levou à desdita.
De início, desforçava-se daqueles com quem antipatizava, endereçando-lhes cartas
anônimas, recheadas de acusações vis, e, exorbitando na calúnia, espalhava a perfídia que
sempre encontrava aceitação nos indivíduos venais, gerando insegurança e dissabor às suas
vítimas.
Dentre outras, o infeliz, picado pelo veneno da inveja, passou a perturbar o lar honrado
de um amigo, endereçando, ora ao esposo, e, noutras vezes, à senhora, cartas repletas de
misérias, nas quais a infâmia passou a triturá-los, entre suspeitas infundadas, terminando por
levar o marido honesto ao suicídio, envergonhado pelo comportamento da esposa, tachada de
adúltera, enquanto aquela acreditava, pelas missivas recebidas, na desonra do consorte.
Quando o suicídio o infelicitou, ela acreditou que fora pelo remorso e caiu em
irreversível depressão, aumentando o sofrimento da família. O ardiloso caluniador, entretanto,
jamais se deixou trair, permanecendo amigo do lar durante todos os transes por ele mesmo
produzidos e fazendo-se confidente fiel das ocorrências desditosas...
Não ficou, porém, somente nisso. Apaixonando- se por uma jovem que não ocultava a
antipatia em relação à sua pessoa, endereçou cartas infames ao homem que propôs casamento
à mesma, lançando a lama da suspeita contra a honorabilidade e a compostura da criatura
desejada.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Desgostoso, o noivo, inseguro e orgulhoso, desfez o compromisso, e, porque instado a
apresentar razões que justificassem a atitude, entregou-lhe as cartas, que diziam proceder de
um ex- namorado predisposto a fazer revelações para poupá-lo às decepções que, segundo
afirmava, sofreu, enquanto se relacionava com ela...
Ante o choque, e sem recursos para provar a inocência, a vítima refugiou-se no quarto,
de onde se recusava a sair, até que a morte a libertou, após negar-se à alimentação, à vida, em
terrível transe de ensimesmamento e amargura...
É necessário dizer-se que a inocência não se prova, antes, a culpa é que pode ser
comprovada, em face dos testemunhos e do material que a evidenciam e confirmam.
O Mentor acrescentou que ninguém jamais soube da autoria das cartas, exceto Aderson,
que gozava o prazer funesto de suas ações hediondas e era, na aparência, um cavalheiro nobre
e distinto, celibatário que vivia de recursos herdados.
Mais idoso, quando o tempo escoava rápido, ao invés de corrigir-se, mais se permitiu o
nefário jogo das missivas caluniosas, levando dor e desconforto a pessoas e lares que atingia ,
sem a mínima consideração pelo próximo, com quem sequer mantinha qualquer
relacionamento, até que um ataque de apoplexia recambiou- o à Vida Maior, onde despertou sob
a vista daqueles que o aguardavam ferozes, exibindo as feridas do desespero que ele lhes
provocara.
O suicida, a esposa dele e a jovem desvairada passaram a supliciá- lo com a mesma
impiedade que dele receberam. Surpreso, negou os fatos escabrosos e, mesmo sob a implacável
cobrança da loucura, bloqueou a mente, em tentativa inútil de fugir ao ressarcimento inditoso
imposto pela ignorância dos seus inimigos.
Transcorridos muitos anos de infortúnio, Aderson reencarnou com todas as
marcas do horror que lhe foi infligido.
Refugiando-se na negação do fato como crime, porque acreditava no direito de havê-
lo feito e não se arrependia honestamente, imprimiu no corpo físico os limites do movimento
e produziu a prisão na qual se encastelava.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Assomando à consciência as lembranças do passado, vivia, nesse mundo, sob a
injunção da culpa que o vergastava, procurando esconder-se e apagar-se, de modo a não
ser reconduzido aos lugares de horror de onde foi arrancado pelo Amor, que lhe favorecia
a reparação noutras circunstâncias.
Existem muitos Espíritos que buscaram na alienação mental, através do Autismo,
fugir às suas vítimas e apagar as lembranças que os acicatam, produzindo um mundo
interior agitado ante uma exteriorização apática, quase sem vida.
O modelador biológico imprime, automaticamente, nas delicadas engrenagens do
cérebro e do sistema nervoso, os fatores de que necessita para progredir: asas para a liberdade
ou presídio para a reeducação.
Como se vê, a obsessão não é, neste caso, fator responsável pela loucura. A autopunição
gerou o quadro de resgate para o infrator da Lei. Aqueles inimigos desencarnados que se
lhe acercam, pioram-lhe a expiação, mas é o Espírito calceta quem se impõe os sofrimentos que
sabe lhe serão benéficos para a redenção.
Considerando- se a intensidade da alienação de Aderson, nada seria conseguido com a
terapia de vidas passadas, em face da sua total ausência de respostas aos estímulos externos.
E se fosse possível fazê- lo, numa fase menos grave, o seu reencontro com toda a gama
de fatos danosos praticados no pretérito produzir-lhe-ia tal horror, que a demência o assaltaria
da mesma forma.
Desejando esquecer, o rapaz não dispunha de forças para enfrentar-se e superar os
prejuízos ocasionados às suas vítimas.
Manoel Philomeno de Miranda/Bezerra de Meneses – Loucura e Obsessão – Cap.
7

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Retorne, tome conta da consciência. Saia desse mundo sombrio e mentiroso. Volte à
nossa realidade.
Não fuja mais. Você já foi reencontrado.
Não tema, pois ninguém lhe fará qualquer mal; nós não o deixaremos.
Desperte!
Os apelos prosseguiram, mas o doente voltou a mergulhar no estado anterior.
Não vendo Espírito algum junto ao enfermo, Miranda não entendia o que se passava.
Estaria a alma do doente aprisionada em algum reduto, embora estivesse encarnada? Dr.
Bezerra acudiu: "Vamos por etapa
O nosso amigo é o típico autista, conforme a clássica denominação psiquiátrica.
Apesar de serem comuns as cobranças obsessivas, paralelamente às enfermidades mentais, este
paciente sofre- as menos, porque vem recebendo a ajuda desta Casa, há mais de seis meses.
Aparentemente, não se registrou qualquer mudança no seu quadro geral. Todavia, sob
nossa observação, descobrimos que excelentes resultados já foram logrados, antecipando
futuros benefícios espirituais para ele próprio.
Os inimigos que lhe adicionavam sofrimento, e ainda não o liberaram da cobrança
que se permitem, encontram, graças à assistência espiritual que lhe tem sido dispensada,
dificuldade de sintonia, embora permaneçam as irradiações das ondas mentais inferiores pelas
quais se manifesta a sincronização Espírito a Espírito.
É que a cobertura fluídica e magnética que o envolve dificulta a vibração doentia que
ele emite, não se imantando às emissões morbíficas que lhe são dirigidas.
Dr. Bezerra informou que a princípio suas defesas eram breves e foram logo destruídas
pela consciência culpada e a insistência dos perseguidores.
Com o tempo tem havido assimilação vibratória dessas energias benéficas, por
mimetismo natural, e os interregnos, sem a intoxicação telepática dos adversários
desencarnados, vêm proporcionando-lhe a revitalização mental, destruindo as paredes do
mundo íntimo para onde, apavorado, fugiu, desde quando a reencarnação o trouxe à
infância carnal.
Tecnicamente via- se ali um caso de auto-obsessão, por abandono consciente da vida e
dos interesses objetivos.
Quando o indivíduo mantém intensa vida mental em ações criminosas, que oculta,
mascarando- se para o cotidiano, a duplicidade de comportamento constitui-lhe cruel
transtorno que ele carpe em silêncio.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
O delito fica ignorado dos outros, mas não do delinquente, que o vitaliza com
permanentes construções psíquicas, nas quais mais o oculta, destruindo a polivalência das
ideias, que terminam por sintetizar-se numa fixação mórbida.
Esses gravames, que o eu consciente sepulta na memória profunda, passam
desconhecidos pelo mundo, sem se aniquilar, permanecendo ali em gérmen que irradia ondas
destruidoras, envolvendo o criminoso.
Às vezes, irrompem como estados depressivos graves; noutras, surgem como
“complexos de culpa”, com fundamento real para eles mesmos, que se tornam desconfiados,
crendo- se perseguidos e fazendo quadros de torpes alienações, caindo nas malhas da loucura
ou no abismo do suicídio, artifícios que buscam para aniquilar os dramas tormentosos que os
esfacelam interiormente. As cenas hediondas que fixaram, retornam implacáveis, cada vez mais
nítidas, sem que quaisquer novas paisagens se lhes sobreponham.
O caro irmão Aderson, que aí vemos, dedicou- se, na sua reencarnação passada, a urdir
planos escabrosos e de efeitos nefastos contra diversas pessoas a quem levou à desdita.
De início, desforçava-se daqueles com quem antipatizava, endereçando-lhes cartas
anônimas, recheadas de acusações vis, e, exorbitando na calúnia, espalhava a perfídia que
sempre encontrava aceitação nos indivíduos venais, gerando insegurança e dissabor às suas
vítimas.
Dentre outras, o infeliz, picado pelo veneno da inveja, passou a perturbar o lar honrado
de um amigo, endereçando, ora ao esposo, e, noutras vezes, à senhora, cartas repletas de
misérias, nas quais a infâmia passou a triturá-los, entre suspeitas infundadas, terminando por
levar o marido honesto ao suicídio, envergonhado pelo comportamento da esposa, tachada de
adúltera, enquanto aquela acreditava, pelas missivas recebidas, na desonra do consorte.
Quando o suicídio o infelicitou, ela acreditou que fora pelo remorso e caiu em
irreversível depressão, aumentando o sofrimento da família. O ardiloso caluniador, entretanto,
jamais se deixou trair, permanecendo amigo do lar durante todos os transes por ele mesmo
produzidos e fazendo-se confidente fiel das ocorrências desditosas...
Não ficou, porém, somente nisso. Apaixonando- se por uma jovem que não ocultava a
antipatia em relação à sua pessoa, endereçou cartas infames ao homem que propôs casamento
à mesma, lançando a lama da suspeita contra a honorabilidade e a compostura da criatura
desejada.
Desgostoso, o noivo, inseguro e orgulhoso, desfez o compromisso, e, porque instado a
apresentar razões que justificassem a atitude, entregou-lhe as cartas, que diziam proceder de

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
um ex- namorado predisposto a fazer revelações para poupá-lo às decepções que, segundo
afirmava, sofreu, enquanto se relacionava com ela...
Ante o choque, e sem recursos para provar a inocência, a vítima refugiou-se no quarto,
de onde se recusava a sair, até que a morte a libertou, após negar-se à alimentação, à vida, em
terrível transe de ensimesmamento e amargura...
É necessário dizer-se que a inocência não se prova, antes, a culpa é que pode ser
comprovada, em face dos testemunhos e do material que a evidenciam e confirmam.
O Mentor acrescentou que ninguém jamais soube da autoria das cartas, exceto Aderson,
que gozava o prazer funesto de suas ações hediondas e era, na aparência, um cavalheiro nobre
e distinto, celibatário que vivia de recursos herdados.
Mais idoso, quando o tempo escoava rápido, ao invés de corrigir-se, mais se permitiu o
nefário jogo das missivas caluniosas, levando dor e desconforto a pessoas e lares que atingia ,
sem a mínima consideração pelo próximo, com quem sequer mantinha qualquer
relacionamento, até que um ataque de apoplexia recambiou- o à Vida Maior, onde despertou sob
a vista daqueles que o aguardavam ferozes, exibindo as feridas do desespero que ele lhes
provocara.
O suicida, a esposa dele e a jovem desvairada passaram a supliciá- lo com a mesma
impiedade que dele receberam. Surpreso, negou os fatos escabrosos e, mesmo sob a implacável
cobrança da loucura, bloqueou a mente, em tentativa inútil de fugir ao ressarcimento inditoso
imposto pela ignorância dos seus inimigos.
Transcorridos muitos anos de infortúnio, Aderson reencarnou com todas as
marcas do horror que lhe foi infligido.
Refugiando-se na negação do fato como crime, porque acreditava no direito de havê-
lo feito e não se arrependia honestamente, imprimiu no corpo físico os limites do movimento
e produziu a prisão na qual se encastelava.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Assomando à consciência as lembranças do passado, vivia, nesse mundo, sob a
injunção da culpa que o vergastava, procurando esconder-se e apagar-se, de modo a não
ser reconduzido aos lugares de horror de onde foi arrancado pelo Amor, que lhe favorecia
a reparação noutras circunstâncias.
Existem muitos Espíritos que buscaram na alienação mental, através do Autismo,
fugir às suas vítimas e apagar as lembranças que os acicatam, produzindo um mundo
interior agitado ante uma exteriorização apática, quase sem vida.
O modelador biológico imprime, automaticamente, nas delicadas engrenagens do
cérebro e do sistema nervoso, os fatores de que necessita para progredir: asas para a liberdade
ou presídio para a reeducação.
Como se vê, a obsessão não é, neste caso, fator responsável pela loucura. A autopunição
gerou o quadro de resgate para o infrator da Lei. Aqueles inimigos desencarnados que se
lhe acercam, pioram-lhe a expiação, mas é o Espírito calceta quem se impõe os sofrimentos que
sabe lhe serão benéficos para a redenção.
Considerando- se a intensidade da alienação de Aderson, nada seria conseguido com a
terapia de vidas passadas, em face da sua total ausência de respostas aos estímulos externos.
E se fosse possível fazê- lo, numa fase menos grave, o seu reencontro com toda a gama
de fatos danosos praticados no pretérito produzir-lhe-ia tal horror, que a demência o assaltaria
da mesma forma.
Desejando esquecer, o rapaz não dispunha de forças para enfrentar-se e superar os
prejuízos ocasionados às suas vítimas.
Manoel Philomeno de Miranda/Bezerra de Meneses – Loucura e Obsessão – Cap.
7

82
Loucura e Obsessão – 35 Anos
Estudo aqui apresentado refere-se a um caso de autismo à luz do Espiritismo, mostrando
a relação entre o comportamento desregrado de uma vida anterior e a consequência na vida
atual.
A ciência ainda não chegou às causas do Transtorno do Espectro Autista,
provavelmente porque as causas não estejam na vida presente, apenas no corpo.
Nossa intenção não é apresentar este caso como a etiologia do Autismo, mas dar uma
contribuição importante levando em conta a imortalidade do ser humano e a multiplicidade das
existências, pois há um encadeamento entre as várias encarnações e as personalidades que
fomos e somos.
(...)
O caso que será apresentado diz respeito à personagem Aderson que na vida anterior
prejudicou pessoas através de cartas difamatórias, mas que na vida presente busca ajuda
espiritual em um Templo afro-brasileiro com bons resultados.
Miranda, quando avista o rapaz no templo, assim o descreve: "O olhar parado,
denotando a demência adiantada, os músculos em rigidez, a face pálida e descarnada, a absoluta
ausência do lugar em que se encontrava, demonstravam que o enfermo padecia de autismo já
avançado."
(...)
O olhar leigo tem a falsa impressão de que o autista vive isolado em um mundo
particular, mas como nos esclarece o Benfeitor, seu mundo interior é agitado diante das
lembranças que não se apagaram e, portanto, ecoam na consciência.
Nesse processo, podemos dividir 10 fatores que aturdi ram Aderson, são:
1. A difamação através das cartas;
2. Vida mental em ações criminosas;
3. Duplicidade de comportamento;
4. Perda da polivalência;
5. Vida parasitária;
6. Surpresa da continuidade da vida após a morte do corpo;
7. Encontro com suas vítimas desencarnadas;
8. Negação dos erros;
9. Vivência nas regiões inferiores, e,
10. A culpa.
(...)

83
Loucura e Obsessão – 35 Anos
Dois fatores chamam atenção: o primeiro diz respeito às memórias dos erros passados
que permeiam a consciência atual de Aderson, deixando- o em estado de culpa, evidenciando
que ao nascer trazemos os reflexos das realizações passadas.
Por fim, o medo de voltar às regiões de horror por onde estagiou poderá gerar
insegurança que integrará sua personalidade.
Contudo, a obsessão espiritual sofrida por Aderson, a vivência nas regiões inferiores e
a reencarnação como autista ainda não representam a reparação.
Mario Mas - Auto-obsessão – 2º Parte - Cap. 2 - Autismo

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Mencionamos a seguir a definição de autismo, do Dr. Jano Alves de Souza, médico
neurologista, que colocamos também no nosso livro Transtornos Mentais: Uma Leitura
Espírita, por considerá-la bastante esclarecedora, e por atender aos nossos propósitos neste
enfoque atual.
Extraímos essa citação do prefácio intitulado “À guisa de apresentação”, de autoria do
Dr. Jano A. Souza, do excelente livro do nosso amigo Hermínio Miranda Autismo – Uma
Leitura Espiritual.
O autismo é uma desordem do desenvolvimento do funcionamento cerebral
relativamente frequente, acometendo dois a cinco indivíduos em cada dez mil.
O quadro clínico é marcado por um comprometimento grave da interação social e da
linguagem verbal e não- verbal, além de um estreitamento do espectro de interesses e
atividades, iniciando antes dos três anos de vida.
O retardo mental, embora frequente, não é um aspecto obrigatório, havendo indivíduos
que revelam capacidade prodigiosa para funções como memorização, cálculo e música, a
despeito de conservarem suas características autísticas.
Alguns casos de autismo são consequência de infecções no período intra- uterino ou
neonatal, de doenças genéticas ou malformações. A maioria, no entanto, tem causa
desconhecida.
Hermínio Miranda narra o interessante caso de Temple Grandin que, sendo autista,
conquistou seu PhD em ciência animal. Trata-se de uma projetista respeitada nos Estados
Unidos e até no exterior, empresária bem-sucedida, que promove pesquisas, escreve livros,
ensaios e estudos e dá palestras acerca do autismo.
O autismo, na visão de Temple Grandin,
[...] é um distúrbio do desenvolvimento. Em vez de dedicar-se à exploração do mundo
exterior, como acontece normalmente, a criança autista permanece dentro das fronteiras de
seu próprio universo pessoal. Não aceita ser arrastada de lá, à força, para o nosso mundo, que
ela não compreende e com o qual não consegue (ou não quer) relacionar-se.
O livro de Hermínio Miranda é imperdível para aqueles que desejam se informar com
mais profundidade a respeito de autismo.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
A literatura mediúnica espírita, através da psicografia de Chico Xavier e Divaldo
Franco, principalmente, aborda de maneira abrangente a auto-obsessão e o autismo, ressaltando
ainda os aspectos espirituais que constituem o pano de fundo dessas dolorosas experiências
reencarnatórias.
Manoel Philomeno de Miranda, autor espiritual do livro Loucura e Obsessão, relata
nesta obra um complexo caso cujo diagnóstico psiquiátrico era o de autismo, mas que pela
perspectiva espiritual o quadro era, inicialmente, de auto-obsessão, seguida de grave processo
obsessivo.
Observemos a narrativa do caso Aderson, que apresentamos resumidamente.
Ele estava recebendo, há mais de seis meses, tratamento espiritual proporcionado pela
instituição umbandista que se dedicava ao bem do próximo, dirigida por Emerenciana,
conforme narra Miranda.
Aderson apresentava o olhar parado, denotando demência adiantada, os músculos em
rigidez, dificuldade de locomoção e total ausência do lugar em que se encontrava.
A médium Emerenciana, sob o comando de seu Mentor espiritual, coloca o enfermo em
meio a um círculo de médiuns e em seguida, dirigindo-se a ele, estimula-o a sair da
inconsciência, a não fugir da realidade, com palavras enérgicas, no intuito de trazê-lo de volta
ao mundo objetivo.
Miranda estranha a cena, mas tem a seu lado, como Instrutor Espiritual, Dr. Bezerra de
Menezes, que esclarece ser Aderson um:
[...] típico autista, conforme a clássica denominação psiquiátrica.
Em seguida apresenta maiores detalhes:
Estamos diante, tecnicamente, de um vigoroso processo de auto-obsessáo, por
abandono consciente da vida e dos interesses objetivos.
Quando o indivíduo mantém intensa vida mental em ações criminosas, que oculta com
habilidade, mascarando- se para o cotidiano, a duplicidade de comportamento faz-se-lhe cruel
transtorno que ele carpe, silenciosamente.
O delito, que fica ignorado das demais pessoas, é conhecido do delinquente, que o
vitaliza com permanentes construções psíquicas, nas quais mais o oculta, destruindo a
polivalência das ideias, que terminam por sintetizar-se numa fixação mórbida, que lentamente
empareda o seu autor.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Passam desconhecidos pelo mundo, esses gravames, que o eu consciente sepulta nos
depósitos da memória profunda, sem que eles se aniquilem, ali permanecendo em gérmen, que
irradia ondas destruidoras, envolvendo o criminoso.
As cenas dos crimes se tornam fixações que se repetem, sem que outras ideações se lhes
sobreponham.
Às vezes irrompem como estados depressivos graves, decorrentes do complexo de culpa.
Daí decorre também o receio de ser perseguido, o que vai desaguar em alienações diversas.
As causas dos distúrbios de Aderson estavam em reencarnação anterior, conforme foi
esclarecido em seguida.
Aderson ocupava-se, em existência passada, em urdir planos escabrosos e de efeitos
nefastos contra certas pessoas com quem antipatizava.
Inicialmente, endereçava cartas anônimas a determinada criatura que tinha ligações com
aquela pessoa a quem desejava prejudicar, cartas essas contendo acusações pérfidas, caluniosas,
pois sabia de antemão que é muito fácil que a suspeita invada a mente de alguém que,
desconfiada e insegura, passa a sintonizar na mesma faixa do caluniador.
As pessoas, via de regra, projetam nos outros seus próprios defeitos, vendo- os na
conduta alheia, mesmo imaginariamente. Assim, Aderson destruiu lares, levando pessoas ao
suicídio, à depressão grave, à morte, endereçando-lhes cartas em que destilava o veneno da
calúnia, levantando suspeitas contra pessoas honestas e dignas que não tiveram como provar
sua inocência.
Jamais conseguiram descobrir o autor, embora ele acompanhasse o resultado de suas
malfadadas cartas, pois se insinuava como amigo compreensivo, enquanto intimamente, sentia
prazer em atestar o sucesso de suas maldades.
Na aparência Aderson era jovial e distinto, entretanto, na vida particular, explorava
mulheres infelizes para ter companhias pagas e prazeres superficiais.
Desencarnou com mais idade e foi surpreendido no plano espiritual pela presença
daqueles a quem prejudicara, que o mantiveram sob implacável cobrança, porém, prosseguia
negando a autoria dos fatos escabrosos de que o acusavam.
Muitos anos transcorreram até que Aderson foi reconduzido à reencarnação, mas sempre
refugiando- se na negação dos crimes, tornando- se um bloqueio mental que foi transmitido ao
corpo, resultando na limitação dos movimentos, em uma espécie de prisão onde se refugia.
A alienação mental através do autismo é um meio de fugir de suas vítimas e apagar as
lembranças que o afligem.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Finalizando, Dr. Bezerra de Menezes explica que o perispírito imprime,
automaticamente, nas [...] delicadas engrenagens do cérebro e do sistema nervoso, o de que
necessita: asas para a liberdade ou presídio para a reeducação. Como se vê, a obsessão não
é, neste caso, fator responsável pela loucura. A autopunição gerou o quadro de resgate para o
infrator da Lei.
Em nossas Casas Espíritas, temos condições de atender às crianças portadoras de
autismo, compreendendo que nem sempre são Espíritos enredados em crimes nefastos do
passado, mas podem ser criaturas insatisfeitas com a atual experiência reencarnatória, ou
extremamente melancólicas, que se negam à vida, seja por suicídio em existência anterior ou
por motivos outros.
O importante é considera- las com amor, buscando transmitir-lhes a noção do quanto são
amadas e do quanto a vida é importante e pode ser melhor aproveitada.
O mesmo se dá com os adultos, todavia, para estes há maior dificuldade, pois, o ideal é
que tivessem o atendimento desde a infância.
Os pais devem ser orientados no sentido de conversar com a criança, seja nos momentos
de oração, seja após adormecerem, falando -lhes do autoperdão, da misericórdia do Pai, do
quanto a amam, de como a atual reencarnação é importante, mostrando-lhes perspectivas de
esperança em dias melhores.
Suely Caldas Schubert – Os Poderes da Mente – 2º Parte – Cap. 6 – Autismo
Transtornos Mentais – 1º Parte – Cap. 6 – Autismo

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Entre os que reconheci estava Sibélia que se destacava pela imensa tristeza . Não pude
deixar de me envolver nessa tristeza. Parecia o próprio símbolo da ave dolorosamente ferida.
Era como sangrasse.
(...)
Para os estudiosos, no plano das manifestações (plano material), ela era uma “típica
autista”. Disse- me, entre soluços:
Eu precisava tanto deles! Tinham-me prometido e falharam. Fui, propriamente eu, que
os uni e os levei ao casamento. Combinamos todos os detalhes, mas desde o primeiro minuto –
desde a primeira célula – quiseram me expulsar.
Eles tentaram e tentaram. Queriam me matar. Conseguiram um pouco.
Eu lutei. Gastei todas as minhas energias.
Não voltei, nem fiquei. Sequer permaneci no meio.
Tive que estar ausente. Eles esqueceram.
Você sabe o que é estar lá e não estar em parte alguma?
(...)
Sibélia, você sabia que correria esse risco e que, mesmo assim, valeria a pena
aproveitar a oportunidade.Se esquecesse o esquecimento deles e se esquecesse um pouco de
si mesma, você poderia se abrir como um botão de flor e ter o seu lugar definido.
Não posso. Não posso. Estou dentro de uma concha e só eles poderiam me libertar.
Quanto à sua libertação, é assunto seu, de dentro para fora e você está na estrada certa.
É pena que suas lamentações entravem o caminho e retardem o ritmo.
Mas eles falharam. Falharam comigo. Foi o que Sibélia disse reclamante.
Jamais poderei perdoá-los. Jamais. Então jamais conseguira sair da própria concha.
Nancy Puhlmann – O Castelo das Aves Feridas – Cap. 11

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
6.3.5 Exus & Orixás

Quem são os Exus e os Orixás?
São Espíritos despojados do corpo somático.
Segundo D. Emerenciana, encontram-se no mundo espiritual muitos irmãos infelizes
assumindo personificações mitológicas ridículas, por auto-hipnose.
Uns, em largo número, creem-se seres de exceção na ordem universal, por efeito de
autos sugestão demorada desde a vida terrestre; outros são vitimados por zoantropias de
diferentes procedências, e, por fim, há os que se reconstruíram ideoplasticamente, incorporando
os desvarios de poderes mentirosos, que atribuem a si mesmos, seja como Orixás, na eterna
ação protetora da Natureza e dos homens, seja na de Exus, supostamente criados para o mal e
dotados de força para tal execução, os quais se afundam cada vez mais no desgoverno, até o
momento em que funcionem as Leis de correção e reequilíbrio que existem no Cosmo, como
se deu com seu próprio filho, Valdemar.
Loucura e Obsessão - Cap. 8
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393

Que circunstância levou Valdemar a se comportar como um Exu?
Segundo D. Emerenciana, caindo sempre e intoxicando-se de vibrações deletérias,
Valdemar perdera- se por algum tempo, sendo recolhido pelos anteriores comparsas que o
hipnotizaram e o adestraram em técnicas de obsessão, de vampirismo, de exploração de outros
Espíritos e, principalmente, de homens.
Ele tomou, desse modo, a personificação parasitária de uma deidade maléfica, que se
auto intitulou Exu, com especialidade de ação em determinado campo de sua preferência.
Impôs-se a postura de dominador, conforme acontece com outros da mesma vibração, e
submeteu mentes ignorantes e primitivas à sua governança espiritual, recebendo homenagens e
oferendas com que se comprazia e nutria...
Loucura e Obsessão - Cap. 8
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Valdemar ainda atuava como Exu no plano espiritual?
Não.
D. Emerenciana o encontrou em um momento especial, com que ela tanto sonhara.
Intentando uma pugna de vibrações maléficas que não a alcançavam, os sentimentos de
mãe extravasaram do seu ser e arrebentaram-lhe as fixações do mal, fazendo- o render-se à
esperança de paz e ao futuro de renovação.
Os sequazes então o abandonaram, de forma estrepitosa e desordenada.
O amor recolheu-o e o internou na Colônia donde procediam, realizando- se o tratamento
por mais de três lustros.
Depois disso, Valdemar reencarnou com deficiência mental, junto ao antigo pai, que o
trazia regularmente ao atendimento espiritual naquele grupo, por inspiração de D. Emerenciana,
que lhe seguia os passos, a fim de continuar na terapia da reabilitação.
Loucura e Obsessão - Cap. 8
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393

(...)
Emerenciana lembrou, a propósito, que em nações supercivilizadas da América e da
Europa multiplicam-se as igrejas e agremiações que cultuam os demônios, ignorando que estes
não passam de Espíritos embrutecidos e vingadores que se auto-hipnotizaram, tomando,
ilusoriamente, nas mãos, a adaga do que chamam justiça, esquecidos da Justiça maior que
funciona com equidade e sabedoria, reeducando e corrigindo, ao invés de punir, seviciar e
desgraçar...
“Naqueles países – afirmou a Mentora–, esses seres assumem personificações
demoníacas, diabólicas, conforme se denominam, enquanto nos cultos afro- brasileiros fazem-
se conhecer por Exus e outras designações, que em nada alteram a sua louca realidade...”
Asseverou Emerenciana que a hipnose e a auto-hipnose por fixação degenerativa
funcionam em larga escala, em ambas as faixas vibratórias da vida, sendo até maior na esfera
espiritual, em razão dos processos mentais de sintonia e identificação moral entre os despojados
do corpo somático.
Encontram-se, assim, no mundo espiritual, muitos irmãos infelizes assumindo
personificações mitológicas ridículas, por auto-hipnose.

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
Uns, em largo número, creem-se seres de exceção na ordem universal, por efeito de
autossugestão demorada desde avida terrestre; outros são vitimados por zoantropias de
diferentes procedências, e, por fim, há os que se reconstruíram ideoplasticamente, incorporando
os desvarios de poderes mentirosos, que atribuem a si mesmos, seja como Orixás, na eterna
ação protetora da Natureza e dos homens, seja na de Exus, supostamente criados para o mal e
dotados de força para tal execução, os quais se afundam cada vez mais no desgoverno, até o
momento em que funcionem as Leis de correção e reequilíbrio que existem no Cosmo...
“O querido Valdemar – prosseguiu a Mentora –, caindo sempre e intoxicando- se de
vibrações deletérias, perdeu-se, por algum tempo, sendo recolhido pelos anteriores comparsas
que o hipnotizaram e o adestraram em técnicas de obsessão, de vampirismo, de exploração de
outros Espíritos, assim como, e principalmente, dos homens...
Tomou, desse modo, a personificação parasitária de uma deidade maléfica, que se auto
intitulou Exu, com especialidade de ação em determinado campo de sua preferência.
Impôs-se a postura de dominador, conforme acontece com outros, da mesma vibração,
e submeteu mentes ignorantes e primitivas à sua governança espiritual, recebendo homenagens
e oferendas com que se comprazia e nutria...
Loucura e Obsessão - Cap. 8
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393

Se o termo Exu está geralmente ligado à perversidade, que são os Orixás?
Com ligeiras variações, o termo Exu refere-se realmente à perversidade ou à
desobediência e, excepcionalmente, quando em tarefa especial, faz recordar um policial que
tem acesso pela sua força aos redutos ignóbeis da marginalidade.
Os Orixás são representações do bem, da santidade, pois que, literalmente, a palavra
significa “senhor da cabeça” (de ori = cabeça; xá =chefe, senhor).
Loucura e Obsessão - Cap. 12
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393

Que significa o termo Oxalá?
Oxalá, abreviatura de Orixalá, é um termo de origem nagô que significa “o maior dos
Orixás”.
Acima dele, somente Deus ou Zâmbi, com variações decorrentes, nas quais passa a ser
chamado Olorum, no candomblé, ou Zambiapongo entre os praticantes do culto de origem
congolesa.

92
Loucura e Obsessão – 35 Anos
Segundo Felinto, a complexidade do culto se deve às suas origens e ao sincretismo coma
religião católica, dominante à época no Brasil, quando da chegada dos escravos.
Loucura e Obsessão - Cap. 12
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393

Depois de servirem como intermediários de Espíritos muito agressivos e violentos,
os médiuns recebem algum tratamento especial?
Sim.
No caso descrito neste livro, D. Emerenciana convidou os Protetores Espirituais a
trazerem sua palavra amiga por intermédio de cada sensitivo.
“É a operação limpeza”, esclareceu Felinto.
“Após a absorção de fluidos de teor vibratório diferente, caracterizados pela densidade
material que tipifica este gênero de trabalho, vêm os Espíritos Protetores liberar os médiuns e
renová-los sob a ação de diversa carga de energia, permitindo-lhes o bem-estar e a satisfação
do serviço realizado.
Aplicando- se o auto passe eram retiradas as cargas fluídicas perniciosas, enquanto
outras, de qualidade superior, vitalizávamos cooperadores encarnados.
Loucura e Obsessão - Cap. 12
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393

(...)
Com ligeiras variações, o conceito sobre o Espírito Exu refere -se sempre à perversidade,
desobediência e, excepcionalmente, quando em tarefa especial, faz recordar um policial que
tem acesso pela sua força aos redutos ignóbeis da marginalidade.
Os Orixás são representações do bem, da santidade, pois que, literalmente, a palavra
significa “senhor da cabeça” (de ori = cabeça; xá =chefe, senhor), razão por que Jesus é
chamado Orixalá, termo de origem nagô, significando “o maior dos Orixás”, e, por corruptela
ou abreviatura, denominado Oxalá.
Acima dele, somente Deus ou Zâmbi, com variações de correntes, nas quais passa a ser
chamado Olorum, no candomblé, ou Zambiapongo entre os praticantes do culto de origem
congolesa
Loucura e Obsessão - Cap. 12

93
Loucura e Obsessão – 35 Anos
— A mim ninguém domina. Eu sou o diabo. Veja!
Imprimindo a força do ódio a si mesmo, vimo-lo transformar- se; IDEADO, NA
PERSONIFICAÇÃO DA FIGURA SATÂNICA, CONFORME A CONCEBERAM NO
PASSADO.
(...) A cauda, terminada em lança, agitava-se, enquanto os detalhes gerais produziam
um aspecto aterrador. Pelas narinas eliminava vapores com forte odor a enxofre, e faíscas
elétricas completavam o quadro formando uma figura horrenda.
(...)
— Você não me assusta! Conheço essa triste fantasia na qual você se oculta. Ela é
inócua para mim e a ninguém aqui intimida. O diabo é uma figuração concebida pelas mentes
passadas, ignorantes e temerárias. Surgida no período mágico do pensamento, está totalmente
ultrapassada, permanecendo somente na imaginação que a agasalha e a incorpora.
Aproximando- se da médium em transe, o Dr. Carneiro começou a aplicar passes
longitudinais, depois circulares, no sentido oposto ao movimento dos ponteiros do relógio,
alcançando o chacra cerebral da Entidade, que teimava na fixação.
Sem pressa e ritmadamente o benfeitor prosseguia com os movimentos corretos,
enquanto dizia: — Tuqtamich, você é gente... Tuqtamich, você é gente...
A voz tornou- se monocórdia, contínua, enquanto os movimentos prosseguiram. Suas
mãos despediam anéis luminosos que passaram a envolver o Espírito. Pouco a pouco,
romperam-se as construções que o ocultavam, caindo como destroços que se houvessem
arrebentado de dentro para fora.
O manto rubro pareceu incendiar-se e a cauda tombou inerme. Os demais adereços da
composição, igualmente, despedaçaram-se e caíram no chão.
Para surpresa nossa, a forma e as condições em que surgiu o Espírito eram
constrangedoras — coberto de feridas purulentas, nauseantes, alquebrado, seminu, trôpego, o
rosto deformado como se houvesse sido carcomido pela hanseníase —, inspirava compaixão,
embora o aspecto repelente.
Manoel Philomeno de Miranda – Nas Trilhas da Libertação – Cap. A Luta
Prossegue

94
Loucura e Obsessão – 35 Anos
6.3.6 Magia

A magia é uma prática antiga?
Sim.
Segundo Felinto, uma entidade que supervisionava, na Casa, as tarefas da chamada
magia branca aplicada em favor dos que eram vítimas das práticas fetichistas, a magia é uma
ciência- arte tão antiga quanto as primeiras conquistas culturais do homem.
Reservada à intimidade dos santuários da antiguidade oriental, consistia no uso do
magnetismo, que começava a ser descoberto, da hipnose e do intercâmbio mediúnico, que os
próprios imortais desencarnados propiciaram aos homens.
A superlativa ignorância das leis vestiu essas práticas de rituais e fórmulas ensinadas
pelos Espíritos, a maioria deles constituída de presunçosos e prepotentes, que se acreditavam
deuses, exigindo sacrifícios humanos, animais, vegetais, conforme o processo da evolução de
cada povo.
Conhecendo, através do estudo e da repetição das experiências, a exteriorização
magnética das chamadas forças vivas da Natureza e dos seres, manipulavam-nas com grande
aparato, para impressionar, colhendo alguns resultados, que projetavam os sacerdotes e quantos
as praticavam.
Loucura e Obsessão - Cap. 9
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393

Por que as práticas da magia negra atingem certas pessoas?
Elas atingem aqueles que se lhes fazem receptivos.
Consciência de culpa inata, insegurança emocional, desajustes temperamentais,
invigilância moral, insatisfação pessoal, ociosidade mental, conduta irregular e os débitos
passados constituem campo vibratório propício à sintonia com as induções mentais dos maus –
telepatia e telementalização perniciosas –, assim como a sondas da magnetização de objetos
ofertados para as práticas nefastas –imantações fluídicas – e, por fim, a afinidade vibratória com
os Espíritos perversos.
Loucura e Obsessão - Cap. 9
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393

95
Loucura e Obsessão – 35 Anos
(....)
A magia é uma ciência-arte tão antiga quanto as primeiras conquistas culturais do
homem.
Reservada à intimidade dos santuários da antiguidade oriental, é o uso do magnetismo,
que começava a ser descoberto, da hipnose e do intercâmbio mediúnico, que os próprios
imortais desencarnados propiciaram aos homens.
A superlativa ignorância das leis vestiu essas práticas de rituais e fórmulas ensinadas
pelos Espíritos, a maioria deles constituída de presunçosos e prepotentes, que se acreditavam
deuses, exigindo sacrifícios humanos, animais, vegetais, conforme o processo da evolução de
cada povo...
Conhecendo, através do estudo e da repetição das experiências, a exteriorização
magnética das chamadas forças vivas da Natureza e dos seres, manipulavam-nas com grande
aparato, para impressionar, colhendo alguns resultados, que projetavam os sacerdotes e quantos
as praticavam.
Loucura e Obsessão - Cap. 9

Como tratar as pessoas que se creem enfeitiçadas?
Segundo Dr. Bezerra de Menezes, é preciso primeiro infundir-lhes confiança em Deus
e em si mesmas, demonstrando-lhes que elas assim se encontram porque o querem – uma vez
que somente delas depende a libertação –, induzindo- as, desse modo, à renovação mental e
moral, com a consequente alteração de conduta para melhor.
Além disso, deve-se esclarecê-las a respeito das Leis de Ação e Reação, demonstrando
que sofremos porque devemos e que sua recuperação exigir-lhes-á correspondente esforço ao
nível de gravidade em que se encontram.
Por fim, é importante encaminhá-las ao estudo do Espiritismo, que as auxiliará no
trabalho de libertação espiritual, armando-as de valores para enfrentamento das futuras lutas
evolutivas.
Loucura e Obsessão - Cap. 10
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393

96
Loucura e Obsessão – 35 Anos
A cor branca usada pelos médiuns exerce alguma influência na prática mediúnica?
Dr. Bezerra de Menezes diz que, segundo algumas tradições e em determinados povos,
o branco é símbolo de pureza, mas, embora seja um tom mais higiênico e absorva menos raios
caloríferos, nenhuma influência vibratória exerce em relação aos Espíritos, que, na verdade,
sintonizam com as emanações da mente, as irradiações da conduta.
Se o uso da cor branca tivesse fundamento, seria cômodo para os maus e astutos
manterem a sua conduta interior irregular, bastando-lhes ostentar trajes alvinitentes...
Os judeus – afirmou Dr. Bezerra – eram muito formais e cuidavam em demasia da
aparência, sendo por Jesus reprochados com severidade, por Ele considerar mais importante a
pureza interna do que a convencional, a exterior, de muito fácil apresentação, em detrimento
daquela, mais difícil e respeitável.
A vida íntima do homem oferece- lhe a credencial com que marcha em qualquer direção,
caracterizando-lhe a individualidade eterna.
Loucura e Obsessão - Cap. 10
Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393

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Loucura e Obsessão – 35 Anos
7. Referências
Esta relação bibliográfica não está seguindo os padrões usuais – está numa forma mais
sintética, fazendo uma correlação direta entre o texto do trabalho e os livros/mensagens.

# Autor – Livro ou Revista – Cap. ou Item – Título
1 Allan Kardec - O Evangelho segundo o Espiritismo - Cap. 28 - item 85

2 Allan Kardec – A Gênese – Cap. 14

3 Allan Kardec – O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. 28 – item 81

4 Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – Perg. 375

5 Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – Perg. 377

6 Allan Kardec – O Livro dos Médiuns – Cap. 23 – Item 237 – A Obsessão

7 Allan Kardec – Obras Póstumas – Cap. 7 – Item 56

8 Allan Kardec - Revista Espírita - 1866

9 André Luiz – Estude e Viva – Cap. 35 – Influências Espirituais Sutis

10 André Luiz – Libertação – Cap. 6 – Observações e Novidades

11 Arthur Joviano - Colheita do bem – Cap. 54 – Loucura

12 Bezerra de Meneses - Loucura e Obsessão, cap. 7 – Fenômeno auto-obsessivo

13 Bezerra de Meneses – Nas Fronteiras da Loucura – Cap. 9 – O Problema das Drogas

14 Bezerra de Meneses – Recordações da Mediunidade – Cap. 10 – O Complexo Obsessão.

15 Bezerra de Meneses – Revista Presença Espírita # 338 – Maio/Junho/2020

16 Carneiro Campos – Sementes de Vida Eterna – Cap. 10 - Neuroses

17 Carneiro de Campos – Sementes de Vida Eterna – Cap. 11 – O Problema das Psicoses

18 Carneiro de Campos – Sementes de Vida Eterna – Cap. 12 – Personalidades Mórbidas

19 Cristiano Cândido Neto – Livro Espírita Livre – 5/Março/2013 – Livro Mediunidade –
Desafios e Bençãos

20 D. Dinis – Revista Reformador – 2019 – Abril - A transcendente obra de Manoel Philomeno
de Miranda
21 Danilo Pastorelli- RIE - 2004 - Junho - Doença Mental e o Espiritismo

98
Loucura e Obsessão – 35 Anos
# Autor – Livro ou Revista – Cap. ou Item – Título
22 Divaldo Franco – Espiritismo Play – Novo Enfoque sobre Loucura e Obsessão -
https://app.espiritismoplay.com/programs/novo-enfoque -sobre-loucura-e -obsessao-
4ba4ca?category_id=46843

23 Divaldo Franco - Sexo e Consciência - Cap. 7

24 Emmanuel – Diálogos dos Vivos – Cap. 21 – Dupla Renovação

25 Eurípedes Barsanulfo – Sementes de Vida Eterna – Cap. 50 – Tormentos da Obsessão
26 Honoré de Balzac - Cristo Espera Por Ti – Cap. 1

27 Humberto de Campos – Cartas e Crônicas – Cap. 8 – Obsessão Pacífica

28 Humberto de Campos – Contos e Apólogos – Cap. 40 – Nos Domínios da Sombra

29 Inaldo Lacerda Lima – Revista Reformador – 1990 – Outubro - Temas da Vida e da Morte
30 Joanna de Ângelis – Alerta – Cap. 4 – Obsessão e Jesus

31 Joanna de Ângelis – Doenças Mentais e Obsessão

32 Joanna de Angelis - Encontro com a Paz e a Saúde - Cap. 6 - Transtornos Mentais e
Obsessivos

33 Joanna de Angelis – Oferenda – Cap. 31 – Dependências

34 Joanna de Angelis – Revista Reformador – Fevereiro – 1999 – Dias Gloriosos – Cap. 15

35 Joanna de Angelis – Rumos Libertadores – Cap. 24 – Impulsos e Vontade

36 Joanna de Angelis – Rumos Libertadores – Cap. 43 – Médiuns Conscientes
37 Joanna de Ângelis – Sendas Luminosas – Cap. 31 – Parasitose Perigosa

38 Joanna de Angelis – Triunfo Pessoal – Cap. 6

39 Jorge Andrea – Visão Espirita nas Distonias Mentais Cap. 3
40 Jornal Mundo Espírita – 2008 – Agosto

41 Jornal Mundo Espírita – 2012 – Dezembro – Livro Amanhecer de uma Nova Era

42 Jornal Mundo Espírita – 2016 – Janeiro – Livro Perturbações Espirituais
43 Juliana de Souza – Hidratando a Alma – Sinopses – Nas Fronteiras da Loucura

44 Leandro Gomes de Barros – Tempo de luz — Cap. 21 – Médiuns na Cantiga

45 Manoel Philomeno de Miranda – Antologia Espiritual – Cap. 35 – Obsessões Intermitentes
46 Manoel Philomeno de Miranda - Loucura e Obsessão - Prefácio

99
Loucura e Obsessão – 35 Anos
# Autor – Livro ou Revista – Cap. ou Item – Título
47 Manoel Philomeno de Miranda – Luzes do Alvorecer: Cap. 15 – Distúrbios Emocionais
Obsessivos

48 Manoel Philomeno de Miranda – Mediunidade – desafios e bênçãos – Cap. 2 – Remorso e
Loucura

49 Manoel Philomeno de Miranda – Nas Fronteiras da Loucura – Cap. Análise das Obsessões
50 Manoel Philomeno de Miranda – Nas Fronteiras da Loucura – Introdução
51 Manoel Philomeno de Miranda – Nas Trilhas da Libertação – Cap. A Luta Prossegue

52 Manoel Philomeno de Miranda – Nos Bastidores da Obsessão – Cap. 4 – Estudando o
Hipnotismo
53 Manoel Philomeno de Miranda – Nos Bastidores da Obsessão – Examinando a Obsessão

54 Manoel Philomeno de Miranda – Nos Bastidores da Obsessão – Exórdio

55 Manoel Philomeno de Miranda – Nos Tormentos da Obsessão – Prefácio
56 Manoel Philomeno de Miranda – Painéis da Obsessão – Cap. 1 – Provação Necessária

57 Manoel Philomeno de Miranda – Painéis da Obsessão – Cap. 7 – Sementes da Insensatez

58 Manoel Philomeno de Miranda – Painéis da Obsessão – Prefácio

59 Manoel Philomeno de Miranda – Reencontro com a Vida – 1
o
Parte – Cap. 5 – Obsessão,
Idiotia e Loucura

60 Manoel Philomeno de Miranda – Reencontro com a Vida – 2
o
Parte – Cap. 2 – Sutilezas da
Obsessão

61 Manoel Philomeno de Miranda – Roteiro de Libertação – Cap. 34 – Comportamento por
Obsessão

62 Manoel Philomeno de Miranda - Sementeira da Fraternidade- Cap. 5 – Alienação por
Obsessão

63 Manoel Philomeno de Miranda – Sementes de Vida Eterna – Cap. 30 – Considerando a
Obsessão

64 Manoel Philomeno de Miranda - SOS Família - Cap. 19 - Personalidades Parasitas

65 Manoel Philomeno de Miranda – Temas da Vida e da Morte – Cap. 26 – Fenômenos
Obsessivos

66 Manoel Philomeno de Miranda - Terapêutica de Emergência – Cap. 40 – Alienados e
Alienações

67 Manoel Philomeno de Miranda – Tramas do Destino Cap. 7 – Auto-Obsessão

68 Manoel Philomeno de Miranda/Bezerra de Meneses – Loucura e Obsessão – Cap. 7

100
Loucura e Obsessão – 35 Anos
# Autor – Livro ou Revista – Cap. ou Item – Título
69 Marco Prisco – Glossário Espírita Cristão – Cap. 18 – Perturbadores

70 Marco Prisco – Sementeira da Fraternidade – Cap. 28 – Acessos à Obsessão

71 Mario Mas - Auto-obsessão – 2º Parte - Cap. 2 - Autismo

72 Marta Antunes de Moura – FEB – Obsessões Espirituais – 2018/03/08

73 Nancy Puhlmann – O Castelo das Aves Feridas – Cap. 11

74 Raimundo Teixeira – Vozes do Grande Além – Cap. 45 – Loucura e Resgate

75 Raul Teixeira – Federação Espírita do Paraná – Programa Vida e Valores – N
o
116 –
2007/Outubro – Perturbações Espirituais no Lar

76 Suely Caldas Schubert – Os Poderes da Mente – 2º Parte – Cap. 6 – Autismo
Transtornos Mentais – 1º Parte – Cap. 6 – Autismo

77 Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 3 - N° 126 - 27 de Setembro de 2009
78 Thiago Bernardes - Jornal O Consolador Ano 7 - N° 354/393

79 Victor Hugo – Calvário de Libertação – 2º Parte - Cap. 1

80 Victor Hugo – Calvário de Libertação – 2º Parte - Cap. 6

81 Yvonne Pereira – Devassando o Invisível – Cap. 10 – Os grandes segredos do Além

101
Loucura e Obsessão – 35 Anos
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