MÚSICAS OBRAS DO PAS (UnB) - 2016 (2ª ETAPA)

JalesCaur 16,849 views 32 slides Nov 27, 2016
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About This Presentation

Reunidas em um só documento, análises pegas na internet e feitas por mim mesmo das obras do vestibular seriado (PAS) da Universidade de Brasília. Embora haja a atualização anual das músicas, esse documento ainda servirá para os anos seguintes. Bom proveito! (Não remova os créditos)


Slide Content

OBRAS DO PAS (UnB) — SUBPROGRAMA 2015/2017
ENFOQUE: MÚSICAS
Por: Jales Caur

3ª PESSOA DO PLURAL (Engenheiros do Hawaii)
Composição: Humberto Gessinger

Todos os dias as pessoas são atingidas por inúmeras mensagens
publicitárias, tanto de forma consciente quanto inconsciente. Essa letra
aborda, basicamente, o poder que os meios de comunicação têm de
persuadir e, assim, condicionar a vida das pessoas da sociedade de massa.
A mídia cria um falso desejo para a sociedade, falso desejo pois assim que
o indivíduo compra o produto que tanto aspirou, outro produto mais
recente é lançado e essa pessoa se sente na obrigação de comprá-lo apenas
para se enquadrar em um grupo e não se sentir excluída dos demais.
No trecho ‘’Satisfação garantidas, obsolescência programada, eles ganham
a corrida antes mesmo da largada’’, o compositor nos passa a ideia de que
os produtos que consumimos já foram criados para serem descartáveis. Ou
seja, o indivíduo compra um produto novo e se sente satisfeito, mas assim
que surge uma versão mais moderna essa satisfação acaba — gerando
assim frustração, que leva ao sentimento de tristeza—, já que a pessoa foi
levada pelos meios de comunicação e se sente excluída se não tiver o
produto ‘’mais novo’’ e que está ‘’na moda’’. É uma batalha injusta, já que
grande parte da sociedade não sabe quais são as técnicas utilizadas pelos
meios de comunicação para persuadir boa parte das pessoas, por esse
motivo a mídia ganha a corrida antes mesmo da largada, pela falta de
conhecimento e pela falta de meios mais educativos que mostrem o
verdadeiro valor das coisas.
No último trecho ‘’Vender... Comprar... Vedar os olhos, jogar a rede contra
a parede, querem te deixar com sede, não querem nos deixar pensar’’ o
compositor deixa exposta claramente sua opinião sobre como as pessoas
acabam ficando cegas dentro da sociedade, cegas pelos mesmos motivos
apontados anteriormente, cegas no sentido de que deixam ser enganadas
pela mídia boa parte de suas vidas consumindo produtos achando que
assim vão conseguir aliviar tensões do dia-a-dia e serem mais felizes. Não
querem nos deixar pensar, pois se temos o conhecimento, logo,
consumimos menos e destruímos todo um sistema capitalista. É por esse
motivo, que os meios de comunicação se aproveitam para criar falsos
desejos, obsolescência e medo. Pois, é só assim que conseguirão continuar
condicionando e tendo o pleno controle sobre as atitudes da sociedade. Os
meios de comunicação são uma arma poderosa, que podem ser usados
tanto para alienar como para educar, infelizmente, a primeira opção reina
até os dias de hoje.

 Revolução Industrial
 Surgimento da sociologia
 Acumulo de capital


Crédito: 1
Sugestão: 2

TRIBUNAL DO FEICIBUQUI (Tom Zé)
COMPOSITOR: Marcelo Segreto / Gustavo Galo / Tatá Aeroplano / Emicida

Tom Zé, participante do movimento tropicalista, escreveu “Tribunal do
Feicibuqui” em forma de protesto para com aqueles que o atacaram após a
realização de uma propaganda para a marca de refrigerante, conhecida por
fazer parte do mundo capitalista, Coca-Cola.
Toda a polêmica se deu devido considerarem-no um “Judas ideológico”,
traindo tudo aquilo que ele um dia defendeu. Mas, no fim, o que ele traiu?
Apenas observar mais sobre a história do tropicalismo. Um movimento que
se fez presente na cultura do Brasil durante a ditadura — implantada para
“impedir o comunismo” de chegar ao Brasil e se instalar — ter um de seus
principais artistas “vendido” a um comercial de uma marca que foi usada
para vender a ideia de que ditadura era para um bem maior é, no mínimo,
uma “traição”.
Inclusive, na letra há relatos disso. Na parte que ele se auto intitula traidor,
que mudou de lado e que foi vendido a preço de banana, remetem,
claramente, aos comentários dos internautas. Porém, como em muitas
outras formas de manifestações, ele usou e abusou da ironia. Explicitada no
verso “Que é que custava morrer de fome só pra fazer música? ”.
Muitos o julgaram como “vendido”, “traidor”, mas metade desses jamais
chegou a comprar o trabalho de Tom Zé. O cachê, que ele recebeu por seu
trabalho, foi de 80 mil reais, doado, posteriormente e mesmo com Tom Zé
precisando dele, a Sociedade Lítero-Musical 25 de Dezembro de Irará, na
Bahia — sua cidade natal.
O ato de fazer Tom Zé se ver obrigado a doar seu cachê, fruto de 40 anos
de música, pode ser considerado uma chantagem. Jardineiro do prédio em
que mora, foi completamente esquecido por outros artistas da tropicália, e
também não há um holofote em cima dele que ajude a divulgar seu
trabalho.
A música faz uma dura crítica, também, aos pseudo juízes da internet, que
se sentem no direito de julgar o próximo sem nem mesmo conhecer sua
história, levantando a questão sobre a liberdade de expressão e o
julgamento nas redes sociais.

 Liberdade de expressão
 Estilos musicais
 Acústica (timbre, etc)

Crédito: Jales Caur
Sugestão: 1 2 3 4

V SINFONIA (Ludwig Van Beethoven)
COMPOSITOR: Ludwig Van Beethoven

Beethoven compôs suas obras musicais eruditas na liberdade quebrando
velhos paradigmas. O grande gênio da música clássica erudita Ludwig van
Beethoven, alemão nascido na cidade de Bonn em 1770, morreu em 1827
aos 56 em Viena. Um dos grandes compositores do estilo musical erudito,
onde no conjunto de sua obra impera a liberdade, ele escrevia suas
composições, suas obras quebrando velhos paradigmas da música clássica
abrindo novos horizontes para a música erudita.
Na história da música tem algumas pérolas que marcam o bom gosto das
pessoas que amam este estilo e gênero musical. E entre tantas podemos
destacar a quinta sinfonia de Beethoven como uma destas obras que tem
uma partitura nobre. Ela nos mostra uma construção rica, bela, sofisticada,
e única na história da música. Até os dias atuais, esta composição artística
continua sendo muitíssima ouvida por pessoas de todas as idades.
Principalmente em muitos momentos de entretenimentos na vida dos
apreciadores deste estilo erudito em toda a Terra. Beethoven começou a
compor esta grandiosa obra desde o ano de 1804 e finalizando no ano de
1808. Muitos críticos desta as músicas afirmam que este o famoso tema da
abertura desta música tem muitas evidências do seu sofrimento com a
surdez.
Por ter vivido num período de transição de pensar o mundo de maneira
diferente a conhecida fase do classicismo, para uma nova fase brilhante de
refletir e ver o mundo de uma maneira alegre, bela e romântica, é tão
famosa fase do romantismo. Um período de grande influência para todos
os povos do mundo artístico. Todas as obras de Beethoven tem a marca do
romantismo é evidenciada plenamente nas sinfonias e sonatas. E por isso é
considerado um romântico da música erudita.
Ele não estava atrelado a compor para a monarquia europeia da época até
muitos estudiosos de Beethoven sublinha uma grande decepção entre ele
e Napoleão. Todavia, ele sempre fez suas monumentais composições
dentro da total liberdade de expressão sem a preocupação de agradar este
ou aquele, mas a si mesmo. Ele revolucionou a maneira de pensar e de
outros comporem as obras de músicas eruditas. A partir de Beethoven a
música partiu para uma nova fase: a da liberdade e autonomia dos
compositores construírem suas obras numa visão de mundo de acordo ao
seu pensar, ver e sentir a realidade presente na história.

Um gênio que criou uma obra que transcorreu já em um período da vida
bem crítico onde a surdez já havia espaço deixado incapacitado de ouvir,
mas não afetou sua genialidade de ter a habilidade de escrever uma obra
complexa repleta de riquíssimos detalhes traduzidos em notas musicais
deixando esta sinfonia como única na história da música erudita. Esta bela
sinfonia tem uma classificação de acordo com sua composição, na
sequência do seu trabalho é catalogada como à quinta sinfonia Opus 67. É
uma obra composta dentro de uma tonalidade em dó menor e que
perpassa toda a obra e seus movimentos clássicos e suas variáveis sempre
neste ponto inicial até a sua finalização.

 Liberdade
 Acústica (ondas mecânicas, intensidade, etc.)

Crédito: 1
Sugestão: 1 (em espanhol) 2

EM PLENA LUA DE MEL (Pedra Letícia)
COMPOSITOR: Reginaldo Rossi

Alguns links por não achar nada muito conciso nessa internet.

 https://prezi.com/5pdpvif6mkcj/em-plena-lua-de-mel/
 https://www.youtube.com/watch?v=JQSuPYfNaj8
 https://blogdomauroferreira.blogspot.com.br/2008/09/sem-
graa-trio-pedra-letcia-repete-piada.html

 O que é o amor nos dias atuais?

 Relações interpessoais

 O amor ao redor do mundo

 Traição

NEGA MALUCA & BILLIE JEAN (Caetano Veloso)

Há um ano o mundo entristeceu-se com a morte repentina de Michael
Jackson. Genial como foi, ele conseguiu elevar a música pop music a um
novo patamar. Depois de Michael, somente compor canções grudentas e
dançantes que caíssem na graça do público já não era suficiente para ser
coroado como um Rei da Música Pop. Era preciso não só cantar, mas
compor muito bem; era preciso ter um estilo marcante, ter swing. Era
preciso saber dançar e ter grande presença de palco. E por fim, era preciso
ser audiovisual. Michael Jackson era tudo isto, um artista completo. Mas
enfim...
Com certeza, o reinado de Michael Jackson teve seu auge com Thriller, cuja
coreografia é uma das mais reconhecidas e imitadas até hoje. O videoclipe
inteiro é revolucionário. Era praticamente um curta-metragem, com início,
meio e fim e que muito se assemelhava a um musical da Broadway – 13
minutos de vídeo com uma coreografia executada com primor, figurinos
caprichados e cenografia nível Hollywood. Mas Thriller não foi o primeiro
clipe da carreira no estilo curta-metragem.
Antes houve a tal Billie Jean... A polêmica canção relata a estória de um
homem acusado falsamente de ser o pai de uma criança – uma estória
quase verídica, vivida por Michael, quando uma fã passou a persegui-lo
clamando que ele assumisse a paternidade do filho dela.
Já a estória do videoclipe não tem muito a ver com a letra. Nele, Michael
começa mostrando toda sua capacidade de dançar, executando uma
coreografia pensada por ele – que se tornou praticamente sua marca
registrada. Por onde ele passava, as calçadas começavam a acender em
néon. Em seguida ele é perseguido por uns paparazzi que tenta obter fotos
dele com uma Polaroid, as quais nunca se concretizam em imagem. Em um
determinado ponto do clipe, Michael entra num quarto de hotel seguido
pelos paparazzi e se deita na cama. E como num passe de mágica, Michael
some debaixo dos lençóis sem deixar rastros. No final de tudo, sobra para
os paparazzi, que é encontrado na porta do quarto pelos policiais que e o
leva preso como suspeito...
Se é verídica ou não a letra de Billie Jean, pouco importou, pois, a verdade
histórica é o marco no mundo da música após o clipe Billie Jean. Depois dele
ainda viria Thriller. E Michael Jackson se tornava o Rei da Nova Pop Music
do século 20, reinventado por ele mesmo.
E se Billie Jean tivesse um filho com alguém do movimento Tropicalista?
Será que ela exigiria que Caetano Veloso reconhecesse sua paternidade?

Como todos sabem, Caetano é um "revolucionário" de carteirinha; sempre
se mostrou antenado as tendências musicais, mas às vezes, sinto que ele
“viaja” demais em suas ideias - parafraseando o próprio, viaja pra lá de
Marrakesh.
Em 1984, Caetano compôs Velô, um álbum regado a guitarra e
sintetizadores, mergulhado ora na new wave, ora perdido numa bossa
nova. Na década de 90, chegou a dizer que não era muito fã de música
brega, no entanto regravou a canção Sozinho do grande compositor e
cantor brega Peninha, com a qual fez um enorme sucesso. E há mais ou
menos 6 anos, ele teve a brilhante ideia de fazer uma versão de Come As
You Are do Nirvana, mas que no final ficou meio blasé em minha opinião.
Mas dessas incursões musicais de Caetano por estilos diferentes do seu, fico
com um momento que ocorreu 24 anos atrás, num especial gravado para a
TV Globo chamado Chico & Caetano, onde foi muito feliz ao fazer uma
cover de Billie Jean com um tempero bem brasileiro.
Esta cover começa com a música Nega Maluca que "veio dizendo que o filho
era meu", assim como Billie Jean, que afirmava que o seu filho era de
Michael, e que por sua vez negava dizendo: "the kid is not my son".
Inteligente que é, Caetano quis fazer uma provocação, aproximando um
dos maiores hits daquela década de um antigo samba brasileiro. É claro que
Billie Jean não era um filho legítimo seu, mas ao misturar o samba com o
pop de Michael Jackson, Caetano acabou tornando-se pai (e mãe ao mesmo
tempo) de uma versão antológica, transformando-a praticamente em uma
nova canção.

Crédito: 1
Sugestão: análise nega maluca análise billie jean

ELEANOR RIGBY (The Beatles)

“Eleanor Rigby” é uma das mais belas canções dos Beatles e, com certeza,
uma das mais misteriosas e intrigantes da música pop mundial. Foi
originalmente lançada no álbum Revolver, de 1966 e marca o rompimento
do Fab Four com a fase mais pop e alegre para virem a se transformar numa
banda mais adulta, séria e experimental. Isto é claramente notável nas
composições que surgiriam dali em diante, sempre com arranjos
instrumentais muito elaborados e com temas e letras passíveis de
profundas interpretações e reflexões. Particularmente, eu gosto muito mais
desta segunda fase dos Beatles.
Pois voltando à canção, “Eleanor Rigby” sempre originou diversos mitos
acerca da motivação de sua composição e dos personagens cujas vidas são
contadas ao longo da letra. A música trata da solidão das pessoas mais
velhas. A própria Eleanor e o padre McKenzie são os personagens. Ela
trabalha limpando a igreja e, ao voltar para casa, fita a paisagem pela janela,
esperando por alguém que nunca chegará. Ele escreve sermões que nunca
alguém ouvirá e passa as noites costurando as suas meias. A canção
pergunta: “todas as pessoas solitárias, de onde elas são? ” O destino dos
dois se encontra no dia em que Eleanor morre, na igreja. É enterrada
somente junto de seu nome: ninguém apareceu. O padre McKenzie se
afasta do túmulo e limpa suas mãos: ninguém foi salvo por ele.
Como podemos ver, a canção é soturna, densa e linda. Não há como não se
comover diante da invisibilidade dos solitários, sobretudo os mais velhos.
Sempre houve inúmeras especulações sobre quem deu inspiração para a
criação da personagem principal. Em meados dos anos 80, um túmulo de
uma mulher que viveu entre 1895 e 1939 foi achado na St Peter’s Church,
o local onde Lennon e McCartney se conhecerem. Na ocasião, Macca
chegou a afirmar que a imagem do epitáfio na igreja possa ter ficado
subconscientemente na sua cabeça até escrever a canção, segundo
informações de uma matéria da revista Rolling Stone. No entanto,
recentemente, já nos anos 2000, o próprio Paul doou para um leilão de
caridade registros antigos de um hospital em Liverpool e que dão conta de
que Eleanor Rigby realmente existiu. Consta no documento uma assinatura
de uma garota de 14 anos chamada “E. Rigby”, que trabalhava como
faxineira no City Hospital, de Parkhill. Contudo, McCartney não revelou se
a conhecia, tampouco se a história era verdadeira (também conforme
informações da RS).

Para dar ainda mais dimensão à toda a aura que cerca esta obra-prima dos
Beatles, há em Liverpool uma estátua do personagem Eleanor Rigby. Na
placa, consta que o monumento é dedicado à todas as pessoas solitárias.

Crédito: 1
Sugestão: 1

 Depressão
 A solidão humana
 Trabalho x Diversão (relação com 3ª pessoa do plural)
 Estilo musical do rock

ODEON (Ernesto Nazareth)

Ernesto Nazareth nasceu em 20 de março de 1863 na então cidade dos
pianos, o Rio de Janeiro. Cresceu durante um período de grandes mudanças
e de instabilidade social e política, como a guerra do Paraguai. Quando
criança sofreu uma queda que ocasionou problemas auditivos que lhe
acompanharam por toda a vida. Autodidata, compôs sua primeira
música (“Você bem sabe”, dedicada ao seu pai) aos 14 anos de idade.
É considerado um dos compositores de maior importância para a cultura
brasileira. Grande parte de sua obra, que é essencialmente instrumental, é
voltada para o piano, apesar de muitas vezes retratar o ambiente dos
choros, expressado tipicamente pelo violão, flauta e cavaquinho, que
revelam a alma carioca.
Em sua produção musical encontramos:
 Tangos brasileiros, também denominado como choro (em
torno de 90 peças)
 Valsas (cerca de 40)
 Polcas (cerca de 20)
Entre outras composições dos mais variados estilos.
Em 1910 começou a se apresentar na sala de espera do Cine Odeon,
localizado no centro do Rio de Janeiro, e foi quando compôs o tango
“Odeon” em homenagem à empresa Zambelli & Cia. A canção não foi um
sucesso imediato, se tornando conhecida apenas depois de ter recebido a
letra do poeta Vinícius de Moraes, em 1960, a pedido da cantora Nara Leão.
Versão instrumental: https://www.youtube.com/watch?v=J7DPA2-8Okc
Versão cantada: https://www.youtube.com/watch?v=gzTP3p862S8

Estruturação:
Tem 3 seções: A, B e C
Forma rondó, que nessa peça se encontra como A, B, A, C, A
Osvaldo Lacerda afirma que a obra de Ernesto é “Semi – erudita”, pois ele
teria feito o mesmo que o compositor Chopin fez com as danças populares

da Polônia, elevando a um grande nível de arte. A música de Ernesto
representa o choro e as influências europeias na música brasileira. Odeon
apresenta influências da polca e também mistura elementos da cultura
local, valorizando a cultura nacional.
Se Nazareth apresenta em sua peça elementos da música dita “popular” e
ao mesmo tempo demonstra as influências que teve do estilo europeu, ou
seja, da música “erudita”, como então podemos classificar? Erudita ou
popular?

Crédito: 1
Sugestão: 1

 Relação com “Um Homem Célebre” de Machado de Assis
 Musicalidade
 Acústica

O Guarani (Carlos Gomes)

Antônio Carlos Gomes, nascido no dia 11 de julho de 1836 em Campinas-
SP, foi o mais importante compositor de opera brasileiro. Se destacou por
seu estilo românico e por sua principal obra, inspirada pela obra homônima
de José de Alencar, “O Guarani”.
A ópera, originalmente, é dívida em 4 partes, podendo ser diretamente
relacionadas as partes na qual “O Guarani” foi lançado, no formato
folhetim:
Os Aventureiros
O início, quando a música aposta em batidas fortes e de grande intensidade,
trazendo consigo um harmonioso tom de abertura. Os tons altos da música
remetem um suspense que antecipa um grande acontecimento —
lembrando D. Diogo, filho de D. Antônio na obra de José de Alencar, já que
este assassinou, acidentalmente, uma índia aimoré durante uma caçada.
Peri
Na obra de Alencar, Peri é um índio. Chefe dos Goitacá, livra Cecília — filha
de D. Antônio — de ser atacada por uma pedra após a família da índia morta
pelo irmão. Após insistência, Peri fica na casa da família devido a ameaça
mais eminente de ataque. Pode ser considerada a transição entre a
intensidade da ópera com a parte mais tranquila variando rapidamente
entre as partes mais intensas. Já que Peri é um personagem de bastante
importância por proteger Cecília e defender a família de D. Antônio de um
empregado que planejava se apossar de uma jazida de prata que ficava no
terreno da casa.
Os Aimorés
Eles dão início ao conflito da história, já que são eles que têm membros
mortos — a índia e mais dois integrantes. São conhecidos por serem
antropofágicos, ou seja, acreditam que ao comer a carne de alguém, suas
habilidades serão passadas para aqueles que a comem. Podem ser
associados com as pequenas partes mais altas no decorrer da música —
onde predomina um tom mais baixo, já que para a família de D. Antônio,
eles representam um grave perigo.
A Catástrofe

Última parte e mais intensa que o início, indicando que algo grande está por
vir. Está remetente ao ataque que os índios Aimorés fizeram a fazenda,
onde D. Antônio faz com que Peri fuja com Cecília para que pudesse
explodir a casa, assim acabando com os inimigos.
Muitos consideram a obra como uma tradução mal feita do romance de
José de Alencar, mas há aqueles que apreciam essa adaptação de uma obra
que relata a formação da nacionalidade brasileira.

A relação da ópera “O Guarani” com o massacre dos índios Aimorés

A ópera “O Guarani” tem grande intensidade em si – intensidade essa capaz
de deixar o ouvinte ansioso para o que irá acontecer devido à forma como
a música se desenvolve. Antônio Carlos Gomes é responsável por tal ópera
que foi inspirada na obra de mesmo nome de José de Alencar.
Na obra do escritor brasileiro, temos como protagonista um índio goitacá,
Peri, que cria vínculos com Cecília, portuguesa e filha de D. Antônio. Porém,
em consequência de eventos acidentais e fatais, a família portuguesa vira
alvo de vingança dos índios aimorés, que no fim da trama são aniquilados.
A história do massacre desses índios é, entretanto, um pouco diferente do
que escreveu o brasileiro em seu romance.
Os aimorés ou botocudos eram uma etnia indígena brasileira que habitava
o sul da Bahia e o norte do Espírito Santo nos séculos XVI e XVII.
Botocudos é a denominação dada pelos portugueses aos indígenas
pertencentes a grupos de diversas filiações linguísticas e regiões
geográficas, uma vez que a maior parte usava botoques labiais e
auriculares.
Também chamados aimorés, pertenciam a um grupo não-tupi que vivia do
sul da Bahia ao norte do Espírito Santo e região do vale do rio Doce. Ainda
há botocudos nas bacias dos Rios Mucuri e Pardo.
O contato dos índios com o homem branco trouxe epidemias, sangue e
mortes. Os sobreviventes das doenças trazidas pelos portugueses que antes
se encontravam perto dos rios: Pardo, Jequitinhonha e Doce - fugiram para
o Leste.

Em 13 de maio de 1808, porém, Dom João VI declarou a "Guerra Justa" aos
Botocudos, pois, segundo ele, os indígenas estariam inviabilizando os
projetos de desenvolvimento de interesses nacionais. Com base nessa tese
foi criada uma política de militarização para dizimar e ocupar as terras dos
Botocudos.
Em 1823 após a Guerra Justa, houve uma tentativa de pacificação pelo
francês Guido Marliére, inspetor de todas as Divisões Militares do Rio Doce.
Também incentivou os casamentos entre índios e não-índios, ideia que não
foi bem aceita pelos colonos. Missionários Capuchinhos foram levados à
área, como alternativa à pacificação, mas fracassaram.
A ocupação do Vale do Rio Doce só acabou acontecendo no início do século
XX, a partir da construção da estrada de ferro Vitória-Minas, pela atual
Companhia Vale do Rio Doce.
Os Botocudos sobreviventes, das guerras coloniais, tiveram então que
enfrentar as consequências da construção da estrada de ferro, que
acarretou em uma diminuição ainda maior de seu povo.
A ópera que começa forte pode ser relacionada com a chegada
repentina dos portugueses e a onda de mortes dos índios.
Em vários momentos na obra, há uma calmaria em suas notas.
Podemos interpretar isso como a fuga dos índios em vários
momentos da história, como a retirada dos Aimorés para o
sertão do Leste, depois da morte de vários em razão das
doenças, logo no começo da invasão dos portugueses.
Há, depois da calmaria na ópera, momentos de tensão
novamente. Podemos relacionar os momentos intensos
historicamente com o reencontro do homem branco e do nativo
para a aniquilação. Exemplos: As Guerras Justas e o Bandeirismo
que foi um movimento de penetração para o interior em busca
de metais preciosos e, especialmente, pela caça de indígenas
para serem aprisionados e vendidos como escravos.

Crédito: Jales Caur; Brena Karolina.

 Acústica
 América indígena: matança dos índios

PRELÚDIO E FUGA Nº1, EM DÓ MAIOR (J. S. BACH)
Estruturas
Vamos pensar isso em artes
No campo da música, podemos perguntar como os elementos ou materiais
sonoros podem ser transformados e organizados, criando expectativas e
surpresas que levam a reconhecê-los como música, ou seja, como produção
social e cultural humana.
Na obra, iss pode ser observada a organização do material sonoro conforme
repetições e desenvolvimento de temas musicais.
Vamos ouvir e observar: Qualquer que seja o método e o objetivo estético,
o material sonoro a ser usado pela música é tradicionalmente dividido de
acordo com três elementos organizacionais: Melodia Harmonia Ritmo
Quando nos referimos aos aspectos do som nos deparamos com uma lista
mais abrangente de componentes:
 Altura
 Timbre
 Intensidade
 Duração
Eles se combinam para criar outros aspectos como: estrutura, textura e
estilo, bem como a localização espacial (ou o movimento de sons no
espaço), o gesto e a dança.
A melodia é definida como a sucessão de alturas ao longo do tempo, mas
estas alturas estão inevitavelmente sobrepostas à duração e intensidade
que caracterizam o ritmo e, portanto, essas duas estruturas são
indissociáveis.
Outra metáfora visual que frequentemente é utilizada é a da cor. Cada
altura representaria uma cor diferente sobre o desenho rítmico. Não é à toa
que muitos termos utilizados na descrição das alturas, escalas ou melodias
também são usados para as cores: tom, tonalidade, cromatismo. Também
não deve ser fruto do acaso o fato de que tanto as cores como os sons são
caracterizados por fenômenos físicos semelhantes: as alturas são variações
de frequências em ondas sonoras (mecânicas). As cores são variações de
frequência em ondas luminosas (eletromagnéticas).

Assim como o ritmo, a melodia pode seguir estruturas definidas como
escalas e tonalidades (música tonal), que determinam a forma como a
melodia estabelece tensão e repouso em torno de um centro tonal.
O ritmo é o elemento de organização, frequentemente associado à
dimensão horizontal e o que se relaciona mais diretamente com o tempo
(duração) e a intensidade, como se fosse o contorno básico da música ao
longo do tempo.
Ritmo, neste sentido, são os sons e silêncios que se sucedem
temporalmente, cada som com uma duração e uma intensidade próprias,
cada silêncio (a intensidade nula) com sua duração.
O silêncio é, portanto, componente da música, tanto quanto os sons. O
ritmo só é percebido como contraste entre som e silêncio ou entre diversas
intensidades sonoras.
A terceira dimensão é a harmonia ou polifonia. Visualmente pode ser
considerada como a profundidade. Temporalmente é a execução
simultânea de várias melodias que se sobrepõem e se misturam para
compor um som muito mais complexo (contraponto), como se cada
melodia fosse uma camada e a harmonia fosse a sobreposição de todas
essas camadas. A harmonia possui diversas possibilidades: uma melodia
principal com um acompanhamento que se limite a realçar sua progressão
harmônica; duas ou mais melodias independentes que se entrelaçam e se
completam harmonicamente; sons aleatórios que, nos momentos que se
encontram formam acordes; e outras tantas em que sons se encontram ao
mesmo tempo

OBRA
O Prelúdio em Dó Maior é puro Bach: casto na sua forma e profundamente
expressivo. A obra apareceu primeiramente no Livro I de O Cravo Bem
Temperado.
Neste livro, Bach instruiu seu filho na arte da ornamentação e nos métodos
para realização de progressões harmônicas. O trabalho é caracterizado pela
harmonia ricamente inventiva; e pela dissonância frequente, incluindo
intervalos de segunda menor.
O CRAVO BEM TEMPERADO é uma coleção de prelúdios e fugas escritos
nos 24 tons maiores e menores, explorando as possibilidades de toda e
qualquer tonalidade. Musicalmente, a regularidade estrutural dessa obra

engloba, também, uma gama extraordinariamente grande de estilos. Os
prelúdios são formalmente livres, embora individualmente muitos exibam
formas melódicas barrocas, frequentemente vinculadas à uma coda
estendida e livre. Cada fuga é marcada por um número de vozes que varia
de dois a cinco – a maioria de três a quatro – e empregam todos os recursos
contrapontísticos da forma, exposição fugal, inversão do tema e stretto.
O Cravo Bem Temperado foi o livro de cabeceira de muitos compositores e
ficou conhecido como “O Antigo Testamento” da Música”. Foi escrito em
1722, enquanto Bach vivia em Cöthen e foi composto “para o proveito e
uso dos jovens músicos desejosos de aprender e, especialmente, para o
entretenimento daqueles já experientes nesse estudo”. Este primeiro
volume é um compêndio de algumas obras que ele havia escrito
anteriormente, oferecendo uma diversidade de estilos, talvez uma
impetuosidade aqui e ali. Os prelúdios têm características mais
virtuosísticas – alguns com uma forte dose de expressão, outros com linhas
líricas e pastorais.
O primeiro prelúdio (Prelúdio e fuga nº 1, em Dó Maior) é muito conhecido,
pois serviu de base para a tão famosa Ave Maria, de Bach/Gounod.
Um dos maiores gênios da música, o compositor barroco, organista,
violinista e cravista, Johann Sebastian Bach representa uma síntese dos
principais estilos, formas e tradições nacionais de gerações precedentes,
além de ter levado a efeito, por sua natureza melódica, a sistematização
dos princípios tonais que dominaram a música ocidental até o final do
século XIX. Foi ele quem aperfeiçoou a arte do contraponto, isto é, a
composição em polifonia. Suas obras de música religiosa, vocal ou
instrumental revelam a riqueza da linguagem harmônica e a alta
espiritualidade. Bach nasceu na região alemã da Turíngia, no dia 21 de
março de 1685 e cresceu em ambiente luterano. Vinha de uma linhagem de
músicos e, ficando órfão antes dos dez anos, passou a ser criado pelo irmão
mais velho, o organista Johann Cristoph, responsável pela sua educação
musical

Crédito: Profª Ingrid Cavalcante

SANTUÁRIO (Banda Jenipapo)

TEXTO 1 (Trabalho realizado em Artes, para a professora Ingrid | CEM 404)
A música foi feita como uma forma de protesto a construção do setor
Noroeste, não projetado por Lúcio Costa numa região onde já se habitavam
famílias indígenas. E mesmo que os índios não possuíssem nenhum
documento que indicasse que a terra pertencesse a eles, é uma questão de
se respeitar a história, já os verdadeiros donos da terra são eles.
A letra representa a resistência dos índios que permaneceram até não
restar mais alternativas — já que nem o governo local nem a FUNAI
conseguiram que os índios permanecem lá. No local, há um santuário
construído de acordo com as tradições indígenas, deixando o legado do
povo que um dia habitou àquelas terras — nomeando, também, a música.
Um trecho que deixa bem explícito toda essa ganância que foi a construção
do Setor Noroeste a ponto de retirar nativos da área é o que, cantado de
forma mais rápida e com um tom mais bruto expressa um sentimento de
raiva: “Avisa quem tá querendo comprar um apê; Vista pro santuário”.
Deixando, assim, claro a origem do terreno que, atualmente, é o espaço
com o metro quadrado mais caro do que em Copacabana, are nobre e no
litoral do Rio de Janeiro.
A banda, formada por intelectuais para esse fim, se chama Jenipapo
exatamente por causa dos índios que um dia habitaram o que hoje é o setor
Noroeste. Ao espremer a fruta jenipapo se obtém um líquido escuro que os
índios costumam utilizar para fazer pinturas corporais — ligado, também,
às questões de guerra, batalha, etc.
O instrumental da música passa uma ideia de que esteja se fazendo uma
espécie de ritual completamente ligado aos índios e sua cultura. Além do
protesto em relação a retirada dos índios, também temos questões
ambientais a ser tratada, como a retirada da vegetação local e a região onde
os prédios foram construídos ficar um grande manancial.

TEXTO 2 — Texto apresentado para a banca do IV Sarau Poético do CEM
404 (2ªA 2016)
Música feita como forma de protesto a construção do Setor Noroeste,
projetado por Lúcio Costa em seu projeto intitulado Brasília Revisitada

1985/1987, em uma região onde habitavam famílias indígenas. Estudos
antropológicos confirmam que o local, conhecido como Reserva do
Bananal, na região do Parque Nacional de Brasília, habitam, há mais de
meio século, três etnias: Tapuyas (Fulni-Ô),Cariri Xocó e Tuxá .
A letra da música representa a resistência dos índios que permaneceram no
local até não restar mais alternativas, já que nem o governo local nem a
FUNAI se empenharam em impedir que os índios fossem retirados da
reserva, deixando a ação de desocupação das terras, de derrubada de
árvores e de vegetações nativas a serviço da Terracap e da Emplavi, uma
das empresas construtoras do conjunto de condomínios residenciais de alto
padrão, do Setor Noroeste. No local há um santuário, chamado Santuário
dos Pajés, onde os índios realizam danças e rituais, recebem estudantes e
grupos de pesquisadores, confeccionam artesanatos e utensílios, cultivam
alimentos e cuidam da terra, de acordo com o legado deixado por seus
ancestrais, a maioria vinda do nordeste brasileiro.
O instrumental da música, que se chama Santuário em homenagem ao
Santuário dos Pajés, passa a ideia de que se esteja realizando uma espécie
de ritual, completamente ligado às raízes indígenas.
A turma escolheu essa música para trabalhar no Sarau Poético porque a
maioria dos alunos já havia feito um trabalho em sala de aula sobre a
mesma e porque a temática indígena despertou o interesse de todos,
sobretudo por se tratar de famílias indígenas morando aqui no Distrito
Federal e muito perto do centro da Capital.

TEXTO 3 — Lido ao corpo escolar antes da apresentação da música para a
escola durante o IV Sarau Poético (2ªA 2016)
Iremos apresentar uma dança em que contaremos um pouco do que
aconteceu para que se pudesse construir o setor Noroeste.

A canção Santuário, da Banda Jenipapo, refere-se, contemporaneamente,
à questão do direito à terra por indígenas de diversas etnias no Setor
Noroeste, em Brasília, revelando o problema das políticas habitacionais na
capital federal e também a questão indígena em pleno século XXI.
Estudos antropológicos confirmam que o local conhecido como Reserva do
Bananal, na região do Parque Nacional de Brasília, habitam, há mais de
meio século, três tribos: Tapuyas (Fulni-Ô),Cariri Xocó e Tuxá.

Podendo ser observado, também, a especulação imobiliária, vemos que a

obra não trata apenas da tomada das terras indígenas como, também, há
um questionamento sobre o impacto das atividades econômicas no meio
ambiente.

A banda, formada por intelectuais, para esse fim, se chama Jenipapo
exatamente por causa dos índios que um dia habitaram o que hoje é o setor
Noroeste. Ao espremer a fruta jenipapo se obtém um líquido escuro que os
índios costumam utilizar para fazer pinturas corporais — ligado, também,
às questões de guerra, batalha, etc.
O nome da banda veio de uma palavra Tupi e nesta língua as palavras são
grafadas com j. A música que a banda apresenta é uma soma de influências
pessoais, há um ecletismo em suas músicas com diversos elementos
musicais. Os integrantes entraram em um edital da Secretaria de culturas
com o fundo de apoio à cultura, o PAC, que gostaram do seu projeto e
disponibilizaram dinheiro para que a banda pudesse gravar um CD.
Dessa obra, a UnB espera que tenhamos habilidades críticas como: julgar a
pertinência de opções técnicas, sociais, éticas e políticas na tomada de
decisões, ou confrontar possíveis soluções para uma situação-problema,
podendo ter essas habilidades enriquecidas a partir do contato com obras
como Santuário (de Rafael Miranda, interpretada pela Banda Jenipapo),
que traz, em sua letra, problematizações acerca de determinadas maneiras
contemporâneas de viver e utilizar recursos naturais.



Crédito: Jales Caur


 Direito indígena
 América Indígena
 Cultura

SOBRADINHO (Sá, Rodrix e Guarabyra)

A construção das usinas hidrelétricas de Santo Antônio, Jirau e Belo Monte
trouxe novamente à tona o debate sobre os impactos sociais e ambientais
decorrentes das construções dessas grandes obras destinadas à produção
de energia. O objetivo da aula a ser proposta ao professor é debater com
os alunos esse controverso tema contemporâneo, tendo como ponto de
partida uma música composta por Sá e Guarabyra no final da década de
1970.
A música Sobradinho foi composta com o objetivo de protestar contra a
construção da usina de Sobradinho no interior da Bahia. A barragem
construída no rio São Francisco deu origem a um imenso lago que inundou
cidades que são citadas na música, expulsando da região seus moradores.
Os compositores utilizaram ainda a profecia de Antônio Conselheiro de que
o sertão vai virar mar o e o mar irá virar sertão para evidenciar os impactos
causados pela construção do lago.
Na proposta, o professor deverá trabalhar a letra da música de Sá e
Guarabyra, mostrando a história da construção da usina de Sobradinho e
suas consequências para a população que foi atingida pelas barragens. Por
exemplo, uma dessas consequências foi a organização dessas pessoas no
Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), criado no final da década
de 1980. Uma pesquisa sobre a origem e objetivo do MAB e de como ele se
tornou um movimento social nacional a partir desse momento é mais um
passo a ser dado nessa proposta de aula. Dessa forma, o professor poderá
mostrar aos alunos que a discussão sobre os impactos da construção de
grandes usinas hidrelétricas ocorre desde a ditadura militar e que também
está ligada aos objetivos econômicos do Estado brasileiro em criar
condições para o crescimento da economia com a ampliação da oferta de
energia.
Esse ponto poder ser a ligação para se debater a construção das novas
hidrelétricas na região Norte do Brasil, iniciada no governo de Luiz Inácio
Lula da Silva. O argumento usado pelo governo Lula era também o de
garantir o oferecimento de energia necessária à pretensão de crescimento
econômico do país. O deslocamento de população das áreas inundadas
também é uma preocupação das novas construções. A diferença aparente
neste momento é o debate de impacto ambiental e novas fontes de
energia.

Como o movimento ecologista ganhou força nas últimas duas décadas, a
pauta de reivindicações contra a construção das usinas ampliou-se,
incluindo o debate sobre a utilização de outras fontes renováveis de
energia, que não causem um impacto tão grande no meio ambiente, como
energia eólica e solar. Este seria um segundo momento da proposta de aula,
cabendo ao professor estimular os alunos a pesquisar sobre a construção
das novas hidrelétricas, seus possíveis impactos e os movimentos
contrários à sua construção, não se esquecendo de contrapor a
argumentação dos defensores da utilização da energia hidrelétrica como
forma de garantir o crescimento econômico e melhoria das condições
materiais de vida da população.
Esta proposta permite avaliar dois momentos de um mesmo problema
social e as diferenças de abordagens e propostas apontadas em cada um
deles.


Crédito: 1
Sugestão: 1 2

 Sustentabilidade (tema de redação da 2º etapa do triênio
2014-2016)
 Aspectos geográficos como vegetação, solo, etc)
 Energia limpa

THE MAGIC FUTE (Mozart)

A Flauta Mágica foi produzida no século XVIII, período histórico em que a
linha de pensamento do homem sofria uma mudança radical através do
Iluminismo, conjunto de ideais filosóficos que defendia a dissociação de
pensamento com a Igreja, ocorrida durante a Idade Média e a valorização
de uma visão de mundo racional, em que a sabedoria aparece como única
possibilidade de justiça e igualdade entre os homens, o que imediatamente
coloca em xeque as relações de poder e subordinação da sociedade da
época e a legitimidade dos aristocratas e das tiranias.
Nesse contexto, A Flauta Mágica apresenta-se como uma ópera de
formação e como uma alegoria para as provações pelas quais o homem
precisa passar para sair das trevas do pensamento medieval em direção da
luz iluminista. Assim, as principais personagens Tamino e Pamina
enfrentam os obstáculos impostos pelos membros do Templo da Sabedoria
para juntos, ao final da ópera, encontrarem a realização plena e a união
ideal.
Em sua jornada, o casal conta com a ajuda de Sarastro, soberano que
simboliza o homem racional que detém o poder por sua sabedoria – não
pela força – e que é capaz de ser sempre justo com qualquer cidadão que
busque seus conselhos. Sarastro não é a resposta para a sabedoria, mas o
caminho para se chegar até ela, ao guiar o homem em sua jornada pessoal
em busca da autonomia e liberdade de pensamento. Nesse sentido o
personagem entra em contraste direto com a Rainha da Noite, a vilã da
história que figura como tudo aquilo condenado pelo Iluminismo: a
superstição, a irracionalidade, a aristocracia, a tirania e a subordinação
tanto social quanto intelectual, ao ditar tudo o que seus inferiores devem
ou não pensar e fazer.
A ópera também apresenta influência dos ideais da sociedade
maçônica(maçonaria- religião) – da qual se sabe que Mozart e Schikaneder
faziam parte –, principalmente no que diz respeito ao ritual de iniciação
pela qual passam Tamino e Pamina, composto de diversas provas (tal qual
o ritual de iniciação maçônico) que testam o amor e a persistência do casal,
recebido sob as bênçãos de toda a fraternidade do Templo da Sabedoria ao
final da história.

HISTÓRIA
Há dois casais que se formam na ópera, Papageno-Papagena, simbolizando
o lado comum da humanidade, e Tamino-Pamina, simbolizando o iniciado.
O contexto é uma luta entre a Rainha da Noite, que ambiciona o poder, e
Sarastro, o grande sacerdote que só pratica o bem. Para Sarastro trabalha,
porém, o mouro Monostatos, que tenta seduzir Pamina e se alia à Rainha
da Noite.
A obra começa com Tamino perdido na floresta, onde encontra Papageno,
um homem alegre que aprecia os prazeres da vida e trabalha para a Rainha
da Noite. Deste encontro Tamino fica sabendo que Pamina, filha da Rainha
da Noite, foi sequestrada por Sarastro e, apaixonado pela sua beleza e a
pedido da Rainha da Noite, decide resgatá-la.
Na sequência, ambos passam por várias provas antes de poderem se
encontrar. Papageno também passa por um tipo de prova antes de
encontrar Papagena, e este contraponto do homem comum que se
comporta de modo diferente do príncipe diante das adversidades é o lado
cômico que faz esta ópera tão popular.
Esta obra está repleta de simbolismo maçônico. É possível encontrar muitas
semelhanças com a Suíte Peer Gynt nº 1 de Edvard Grieg. No livro "A filha
da noite", a escritora Marion Zimmer Bradley reconta em prosa esta
história, em que os apaixonados lutam contra as forças do mal e a Rainha
da Noite, Mãe de Pamina, para se purificarem e alcançarem a sabedoria
juntos.

Ato I
O príncipe Tamino entra num bosque para fugir da perseguição de uma
serpente monstruosa. Cai de cansaço e é salvo por três damas da Rainha da
Noite. As mulheres ficam maravilhadas com a sua beleza e correm a dar a
novidade à sua senhora, a Rainha da Noite. Enquanto isso, Papageno, um
caçador de pássaros e servo da Rainha, entra em cena. Ele mente, dizendo
que matou a serpente. As damas, ao voltarem, castigaram o mentiroso
colocando na boca um espécie de cadeado.
As damas mostram um retrato da filha da Rainha da Noite para Tamino que,
ao vê-la, fica apaixonado. Depois da ária de Tamino onde ele demonstra
toda sua paixão por Pamina, chega a própria Rainha da Noite, que,
comovida pelas palavras de amor do príncipe, revela o sequestro de Pamina
por Sarastro, rei e sacerdote de Ísis, prometendo ao jovem a mão da

donzela se ele conseguir resgatá-la com segurança do Templo do rei.
Tamino aceita o desafio. Em troca, as três damas entregam a ele uma oferta
da rainha: uma flauta mágica em ouro, que é capaz de mudar o estado de
espírito dos seres vivos que a escutam. Papageno, que irá acompanhar o
príncipe em sua jornada, ganha um carrilhão mágico, também com poderes
extraordinários.
Mais adiante, descobrimos que Pamina está numa sala guardada por
Monostatos, escravo mouro do palácio de Sarastro que tenta seduzi-la.
Nesse momento, chega Papageno e, ao vê-lo, o escravo sai a gritar com
medo do seu aspecto. O caçador de pássaros diz à jovem que Tamino está
a caminho para resgatá-la.
Enquanto isso, Taminos entra no Templo da Sabedoria e se depara com um
sábio orador, que lhe revela o bom caráter de Sarastro e lhe aconselha a
desconfiar dos atos obscuros da Rainha da Noite. Ao ouvir a notícia de que
sua amada ainda está viva, Tamino toca sua flauta, que é prontamente
respondida por Papageno, que toca sua flauta-de-pã. O príncipe procura
seguir o som longíquo vindo do instrumento de Papageno, porém
Monostatos acaba encontrando caçador de pássaros e Pamina antes. Para
escapar do mouro e seus escravos, Papageno toca o carrilhão mágico,
enfeitiçando seus perseguidores e possibilitando sua fuga ao lado de
Pamina.
Aparece Sarastro e Pamina lhe diz que a sua tristeza se deve ao assédio de
Monostatos, razão pela qual este será castigado por Sarastro. Tamino e
Pamina se encontram pela primeira vez, mas antes que o casal possa se unir
o rei pede que Tamino e seu acompanhante, Papageno, sejam preparados
para serem iniciados nos mistérios da sabedoria e se juntar à fraternidade
do templo.

Ato II
Num bosque de palmeiras, Tamino e Papageno reúnem-se para serem
iniciados pelos sacerdotes na presença do rei. Uma das provas a que ambos
são submetidos é a de ficar em silêncio. Durante a prova, ambos passam
por diversas tentações, que tem por objetivo desviá-los do caminho da
virtude. Enquanto Tamino tem persistência para se manter calado,
Papageno é facilmente distraído pelas três damas da Rainha da Noite, que
aparecem para atormentar os dois e fazê-los quebrarem seu juramento.
Pamina está num jardim. Aparece a Rainha da Noite, informando-a que o
seu amado se aliou com o inimigo. A jovem percebe que é o coração de sua

mãe que destila maldade e ódio. Esta dá um punhal à filha, exigindo-lhe que
mate Sarastro sob pena de ser rechaçada para sempre por ela. Pamina fica
horrorizada. Nesse momento, aparece Monostatos que ouviu toda a
conversa e tenta fazer chantagem. Não obstante, o diálogo também tinha
sido escutado pelo rei que manda prender o escravo e pede a Pamina
paciência e compreensão, tranquilizando-a.
Tamino e Papageno entram no templo, calados. Aparecem os três gênios
que lhes restituem a flauta e o carrilhão e pedem-lhes que sigam em
silêncio. Ao tocar a flauta aparece Pamina que, ao não obter nenhum tipo
de resposta tanto de Tamino quanto de Papageno, acredita ter sido
rejeitada pelo amado e deixa-se dominar pela dor. Os sacerdotes conduzem
os iniciados ao interior do templo onde ambos decidem seguir em frente
com a sua iniciação.
No jardim, Papageno recebe a visita de uma anciã, que pede para se casar
com ele. Este, com medo de ficar só, aceita. Nesse momento, a anciã
transforma-se numa linda jovem: Papagena. Entretanto, o sacerdote do
templo tira-lha, porque primeiro terá de merecê-la.
Pamina está à beira da loucura e a ponto de se suicidar com o punhal que a
mãe lhe deu. Os três gênios intervêm e convencem-na a não o fazer e
procurar o seu amado. Quando o encontra, ele está a preparar-se para as
provas de água e fogo que terá de concluir. Pamina, loucamente
enamorada, pede permissão para acompanhá-lo. Ambos conseguem passar
com sucesso por essas provas e são admitidos no Templo da Sabedoria por
toda sua fraternidade.
Papageno está desesperado, perdeu a sua amada e teme ficar sozinho.
Quando está determinado a suicidar-se, aparecem os três gênios e
aconselham-no a usar o carrilhão. Ao tocá-lo surge Papagena. Ambos
declaram o seu amor.
A Rainha da Noite, que se juntou a Monostatos, tenta dar o golpe definitivo
contra os sacerdotes, mas são vencidos no último momento e lançados à
noite eterna (Quinteto: Nur stille stille) O coro entoa louvores a Ísis e Osíres,
dando glória aos iniciados (Pamina e Tamino), em um final simbólico,
demonstrando a fraternidade que todo ser humano deve demonstrar com
os seus e a celebração da coragem, virtude, sabedoria e o amor.

Crédito: 1
 Acústica

GÊNEROS

REPENTE

Repente (conhecido também como desafio) é uma tradição folclórica
brasileira cuja origem remonta aos trovadores medievais. Especialmente
forte no nordeste brasileiro, é uma mescla entre poesia e música na qual
predomina o improviso – a criação de versos "de repente".
O repente possui diversos modelos de métrica e rima, e seu canto costuma
ser acompanhado de instrumentos musicais. Quando o instrumento usado
é o pandeiro, o repente é chamado de coco de embolada; acompanhado de
viola caipira ou de rabeca, denomina-se Cantoria; cantado sem
acompanhamento musical, nomeia-se entoada, toada ou aboio.
O estilo é característico da região nordeste do Brasil, e praticado em
especial pelos habitantes da região do sertão paraibano e pernambucano.
A métrica do repente varia, bem como a organização dos versos: temos a
sextilha (estrofes de seis versos, em que o primeira rima com o terceiro e o
quinto, o segundo rima com o quarto e o sexto), a septilha (sete versos, em
que o primeiro e o terceiro são livres, o segundo rima com o quarto e o
sétimo e o quinto rima com o sexto) e variações mais complexas como o
martelo, o martelo alagoano, o galope beira-mar e tantas outras.
O instrumental desses improvisos cantados também varia: daí que o gênero
pode ser subdividido em embolada (na qual o cantador toca pandeiro ou
ganzá), o aboio (apenas com a voz) e a cantoria de viola.


Coco

Um dos maiores expoentes da música nordestina, o cantor paraibano
Jackson do Pandeiro começou sua carreira tocando percussão em um grupo
de coco, com sua mãe. Gravada em 1953, “Sebastiana”, seu primeiro
sucesso, é uma das principais canções do estilo musical. Um dos principais
ritmos executados nas festas juninas, o coco é uma das tradições da cultura
nordestina.
Marcado pela leva dos instrumentos de percussão – ganzá, surdo, pandeiro
e triângulo – o estilo gera controvérsia quanto à sua verdadeira origem. A
modalidade musical teria sido inspirada pelo ritmo em que os cocos eram

quebrados após sua extração. Estudiosos defendem que o ritmo nasceu em
Pernambuco, nas proximidades da divisa com Alagoas. Porém, alagoanos e
paraibanos também reivindicam a “paternidade” da manifestação
folclórica. Carregando influências indígenas e africanas, a dança segue uma
estrutura básica, com algumas variações.
Frequentemente chefiadas pelo mestre cantador, que costuma a puxar as
músicas, as rodas são iniciadas com os participantes enfileirados. Após o
emparelhamento, os dançarinos acompanham o ritmo dos instrumentos
com palmas e sapateados.

Crédito: 1
Sugestão: coco repente