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ORIGENS DA MAÇONARIA E DO RITO
BRASILEIRO

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1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A maçonaria (forma reduzida e usual de francomaçonaria) é uma sociedade
secreta de carácter universal, cujos membros cultivam o aclassismo, humanidade,
os princípios da liberdade, democracia, igualdade, fraternidade e aperfeiçoamento
intelectual,sendo assim uma associação iniciática e filosófica.
Os maçons estruturam-se e reúnem-se em células autónomas, designadas
por oficinas, ateliers ou (como são mais conhecidas e correctamente designadas)
lojas, "todas iguais em direitos e honras, e independentes entre si."
Portanto a maçonaria é uma sociedade fraternal, que admite todo homem
livre e de bons costumes, sem distinção de raça, religião, ideário político ou posição
social. Suas únicas exigências são que o candidato possua um espírito filantrópico e
o firme propósito de tratar sempre de ir em busca da perfeição.
Existem, no mundo, aproximadamente 5,5 milhões de integrantes
espalhados pelos 5 continentes. Destes 3,2 - (58%)- nos Estados Unidos - USA, 1,2
-(22%) - no Reino Unido e 1,0(20%) no resto do mundo. No Brasil são
aproximadamente 150 mil maçons regulares (2,7 %) e 4.700 Lojas.
Origens da maçonaria
Os primórdios da Maçonaria são obscuros, bem como parte de sua história.
Segundo a opinião quase unânime dos historiadores sérios que a estudaram , sua
origem é a mais verdadeira e verossímil: ela descende de antigas corporações de
mestres-pedreiros construtores de igrejas e catedrais, corporações formadas na
idade média.
O vocábulo Maçonaria ( em francês Maçonierie) é derivado do francês maçon,
pedreiro. Qual a relação entre o pedreiro e o Maçon atual?
Desde a antiguidade, os construtores que detinham conhecimentos especiais,
constituíam uma espécie de aristrocacia, em meio das demais profissões. Formavam
como que colégios sacerdotais. Na idade Média, os construtores de catedrais e
palácios eram beneficiados, por parte das autoridades eclesiásticas e seculares com
inúmeros privilégios tais como: franquias, isenções, tribunais especiais, etc. Daí a

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denominação francesa de franc-maçon traduzida como pedreiro-livre. A arquitetura
constituía então, a Arte Real, cujos segredos eram transmitidos somente àqueles
que se mostrassem dignos de conhecê-los. Havia entre aqueles construtores como
que um Ideal, a construção de uma obra suprema, mediante um trabalho constante.
Seria o Templo Ideal.
Os pensadores e alquimistas da época, combatidos pelos espíritos menos
esclarecidos, perseguidos, buscavam refúgio entre os pedreiros livres, capazes de
protegê-los pelos privilégios que tinham. Eram alguns aceitos. Daí a denominação
de Maçons Aceitos em contraposição a Maçons Antigos, os construtores.
Claro que nem todos podiam ser aceitos. Faziam sindicâncias e apenas
alguns eram admitidos, porém depois de submetidos a uma série de provas que
constituíam a iniciação. Os iniciados juravam guardar segredo dos ritos e respeitar
as regras.
Suas origens são muitas vezes colocadas na Idade Média, quando da
constituição da Grande Loja da Inglaterra; nada mais inexato, sendo historicamente
comprovado que no Antigo Egito já existiam ritos iniciáticos, os de Serapis, Amon,
Horus, Ísis, e os da vida, paixão, morte e ressurreição de Osíris com suas 14
Estações (parodiada pela Igreja Católica Romana) os de Horus e etc., nos quais os
modernos rituais maçônicos obviamente se inspiraram, não faltando pinturas e
murais que atestam essa verdade.
Como também não faltam murais representando, nesses rituais, sacerdotes e
sacerdotisas trabalhando juntos na iniciação e na passagem de grau de candidatos,
todos revestidos de avental.
São fundamentais como histórico das origens da maçonaria os Collegia
Fabrorum de Numa Pompílio, corporação de construtores da antiga Roma.
Colégio de Construtores de pontes e edificações. Que tinham como função dar
apoio aos exercitos romanos na passagem por abismos e desfiladeiros, contruindo
pontes para passagem para o outro lado, e que tinham um ideal filosófico
subjacente, o da construção de pontes entre o homem e seu Criador, a divindade.
Foram assim chamados de Pontífices, parodiados pela Igreja Católica que chama o

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seu lider máximo de Sumo Pontífice. O que estabelece a ponte entre Deus e os
homens.
Os exercitos romanos se espalharam por todo o mundo ocidental da época.
Onde assentavam seus acampamentos, levavam as Lojas e o culto de Mitra:
Alemanha, Austria, Escócia, Irlanda, Itália, França, Grécia, Inglaterra, Espanha,
Portugal, etc.... Na Inglaterra as cidades cuja terminação é <chester> indicam que ali
houve acampamento romano. Inclusive em York = eboracum, tão ligada às tradições
maçônicas locais. Dai se divulgar erroneamente que a maçonaria tem origem na
Inglaterra, quando isso foi apenas a consequência da ocupação romana.
Iniciado nos mistérios dos Collegia Fabrorum, o Colégio de
Construtores, e tido como Mestre da Loja, Vitrúvio, em seu trabalho no século I,
nos deixou o maior legado da antiga maçonaria. Seus 10 (dez) livros são a reunião
de todo um conjunto de ensinamentos sobre arquitetura, com os princípios
fundamentais dessa majestosa arte, com a localização geomântica dos templos,
cidades e casas, com a aplicação da geometria sagrada e dos princípios herméticos,
onde afirma:
“As diversas partes que compõem um templo devem
estar sujeitas às leis da simetria, e com base na proporção,
exigidas na edificação e observadas na construção do corpo
humano, onde seus muitos membros são proporcionais ao
todo.”
Base do conhecimento hermético, onde Tudo está no Todo e o Todo está em
Tudo. A cidade ideal de Vitrúvio é planejada de forma octogonal, dividida de acordo
com os ventos e as 8 direções do mundo.
No séc. XVI, aumentou consideravelmente o número de Maçons Aceitos, com
predominância para os Rosa-Cruz ingleses, entre eles, Elias Ashmole, alquimista,
que ingressara com um grupo de amigos, teólogos em 1646. A partir daí, por
iniciativa dos novos membros, organizou-se uma sociedade, cujo objetivo era a
construção do Templo de Salomão, templo ideal das ciências.

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Elias Ashmole obteve permissão para que a sociedade realizasse suas
reuniões no Templo Maçônico. De pouco em pouco, os elementos precedentes da
Fraternidade Rosa Cruz (Instituição secreta que presumidamente dedicava-se ao
estudo do esoterismo, alquimia, teosofia e outras ciências ocultas) passaram a
preponderar na Maçonaria, introduzindo nela muito de seus símbolos. Alteraram os
rituais, sobretudo a parte referente à iniciação.
Primitivamente havia na hierarquia maçônica apenas os graus de aprendiz e
companheiro, pois que o Mestre era somente o encarregado da direção de uma
construção.
Em 1694, foi criado o grau de Mestre por Elias Ashmole, formando assim a
base definitiva das hierarquia maçônica. Posteriormente, a Maçonaria tomou grande
impulso na Inglaterra quando operou-se grande transformação orientada por
Jacques Anderson, presbítero londrino, diplomado em filosofia, e Desagulliers, de
origem francesa, grão mestre inglês, eleito em 1719. A partir de então passou a
Maçonaria a desenvolver tendências para instituição filantrópica.
Elias Ashmole
Elias Ashmole (23 de Maio de 1617–18 de Maio de 1692) foi um antiquário,
político, oficial de armas, e estudante de astrologia e alquimia britânico.
Tendo apoiado a realeza durante a Guerra Civil Inglesa e, na restauração de
Charles II, foi recompensado com vários ofícios lucrativos. Ao longo de sua vida,
tornou-se um ávido colecionador de curiosidades e artefatos. Muitos foram
adquiridos através do viajante, botânico e colecionador John Tradescant, e a maioria
foi doada para a Universidade de Oxford onde criou o Ashmolean Museum. Ele
também doou a sua biblioteca e a sua inestimável coleção de manuscritos para
Oxford.
Aparte aos passatempos por ele colecionandos, Ashmole ilustra o transcurso
da visão mundial pré-científica no século XVII: enquanto ele se imergia em estudos
alquímicos, mágicos e astrológicos, sendo consultado em perguntas astrológicas por
Charles II e sua corte, estes estudos eram essencialmente retrógrados. Embora ele
fosse um dos membros fundadores da Royal Society, uma instituição fundamental

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no desenvolvimento de ciência experimental, ele nunca chegou a participar
ativamente dela.
Como resultado das invasões bárbaras, os membros do Colégio de
Mestres Construtores de Roma fugiram para a Comacina, ilha fortificada do lago
de Como, tendo resistido por vinte anos ao assédio dos lombardos, que afinal os
subjugaram, porém, os tomaram como arquitetos e assessores da reconstrução. Foi
a partir desse centro que os Mestres Comacinos se espalharam, com poder e
influência, por todo o norte e ocidente da Europa, construindo igrejas, templos,
catedrais, castelos e obras públicas para os governantes dos estados que
apareceram após o Império Romano. Este foi o verdadeiro início histórico da
maçonaria, que vem sendo deturpado como se tivesse tido origem na Inglaterra no
século XVIII.
Em 1723 foi aprovado o Livro das Constituições maçônicas, revisto por
Jacques Anderson. Sendo chamado de Constituição de Anderson, tornou-se em
pouco tempo a Carta da maior parte das lojas. Propagavam uma doutrina sobretudo
humanitária, deísta espiritualista, aberta a todos os cristãos, qualquer que fosse a
sua seita, e leal aos poderes públicos.
Esta origem, ligada aos construtores da era medieval explica o porque da
simbologia maçônica estar toda ela relacionada ao tema construção. Seus símbolos
mais conhecidos, até mesmo pelo observador mais desatento, são os instrumentos
do pedreiro: o esquadro, o compasso, o prumo, a régua, o nível, etc.
Todo Maçon está imbuído no propósito da construção: construção do templo
da virtude e da verdade, construção de si mesmo, de seu caráter e de sua
personalidade. Construção de um mundo melhor.
Os Landmarks estabelecidos no século XVIII na Inglaterra são uma
iniciativa válida de sistematizar num corpo doutrinário coerente o procedimento
consagrado por usos e costumes de remota origem e consubstanciado na
organização das corporações de ofícios medievais e guildas; mas guardou em si,
inevitavelmente, a marca da época, do lugar e dos preconceitos da civilização
judaico-cristã que considerou a mulher inferior ao homem.

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LANDMARKS
Os Landmarks são considerados como as mais antigas leis que regem a
Maçonaria universal, pelo que se caracteriza pela sua antiguidade.
Os Regulamentos, Estatutos e outras leis podem ser revogados, modificados
ou anulados. Porém, os Landmarks, jamais poderão sofrer qualquer modificação ou
alteração. Enquanto a Maçonaria existir, os Landmarks serão os mesmos como
eram há séculos.
São, portanto, eternos e imutáveis.
Foram colecionados pelo Poderoso Irmão ALBERTO Galletin MACKEY , os
vinte e cinco Landmarks abaixo, que seguem:
1.º - Os processos de reconhecimento são os mais legítimos e
inquestionáveis de todos os Landmarks. Não admitem mudanças de qualquer
espécie, pois, sempre que isso se deu, funestas conseqüências vieram
demonstrar o erro cometido.
2.º - A divisão da Maçonaria Simbólica em três graus é um Landmark que,
mais do que nenhum, tem sido preservado de alterações, apesar dos esforços
feitos pelo daninho espírito inovador. Certa falta de uniformidade sobre o
ensinamento final da Ordem, no grau de Mestre, foi motivada por não ser o
terceiro grau considerado como finalidade; daí o Real Arco e dos Altos Graus
variarem no modo de conduzirem o neófito à grande finalidade da Maçonaria
Simbólica. Em 1813, a Grande Loja da Inglaterra reivindicou este antigo
Landmark, decretando que a Antiga Instituição Maçônica consistia nos três
primeiros graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre, incluindo o Santo Arco
Real. Apesar de reconhecido por usa antiguidade, como um verdadeiro
Landmark ele continua a ser violado.
3.º - A lenda do terceiro grau é um Landmark importante, cuja integridade tem
sido respeitada. Nenhum Rito existe na Maçonaria, em qualquer país ou em
qualquer idioma, em que não sejam expostos os elementos essenciais dessa
lenda. As fórmulas escritas podem variar e na verdade, variam; a lenda,

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porém, do construtor do Templo constitui a essência e a identidade da
Maçonaria. Qualquer Rito, que a excluísse ou a alterasse, materialmente
cessaria, por isso, de ser um Rito Maçônico.
4.º - O governo da Fraternidade por um Oficial que preside, denominado
Grão-Mestre, eleito pelo povo Maçônico, é o quarto Landmark da Ordem.
Muitas pessoas ignorante supõem que a eleição do Grão-Mestre se pratica
em virtude de ser estabelecida em lei ou regulamento da Grande Loja. Nos
anais da Instituição se encontram, porém, Grão-Mestres, muito antes de
existirem Grandes Lojas, e, se o atual sistema de governo legislativo por
Grandes Lojas fosse abolido, sempre seria preciso a existência de um Grão-
Mestre.
5.º - A prerrogativa do Grão-Mestre de presidir a todas as reuniões
maçônicas, feitas onde e quando se fizeram é o quinto Landmark. É em
virtude desta lei, derivada de antiga usança, e não de qualquer decreto
especial, que o Grão-Mestre ocupa o trono em todas as sessões de qualquer
Loja subordinada, quando se ache presente.
6.º - A prerrogativa do Grão-Mestre de conceder licença para conferir graus
em tempos anormais, é outro e importantíssimo Landmark. Os estatutos
maçônicos exigem um mês, ou mais, para o tempo em que deva transcorrer
entre a proposta e a recepção de um candidato. O Grão-Mestre, porém, tem o
direito de pôr de lado, ou de dispensar, essa exigência, e permitir a iniciação
imediata.
7.º - A prerrogativa que tem, o Grão-Mestre, de autorização, para fundar e
manter Lojas, é outro importante Landmark. Em virtude dele, pode o Grão-
mestre conceder o número suficiente de Mestres Maçons, o privilégio de se
reunirem e conferirem graus. As Lojas assim constituídas chamam-se “Lojas
Licenciadas”. Criadas pelo Grão-Mestre, só existem enquanto ele não resolva
o contrário, podendo ser dissolvidas por ato seu. Podem viver um dia, um mês
ou seis meses. Qualquer, porém, que seja o tempo de sua existência devem-
na, exclusivamente, à graça do Grão-Mestre.

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8.º - A prerrogativa do Grão-Mestre, de criar Maçons, por sua deliberação, é
outro Landmark importante, que carece ser explicado, controvertida como tem
sido a sua existência. O verdadeiro e único modo de exercer essa
prerrogativa é o seguinte: O Grão-Mestre convoca em seu auxílio seis
Mestres Maçons, pelo menos; forma uma Loja e, sem nenhuma prova prévia,
confere os graus aos candidatos; findo isso, dissolve a Loja e despede os
Irmãos. As Lojas convocadas por esse meio são chamadas “Lojas
Ocasionais” ou de “Emergência”.
9.º - A necessidade de se congregarem os Maçons em Loja é outro
Landmark. Os Landmarks da Ordem sempre prescreveram que os Maçons
deviam congregar-se, com o fim de se entregarem a tarefas operativas, e que
a essas reuniões fosse dado o nome de “Loja”. Antigamente, eram essas
reuniões extemporâneas, convocadas para assuntos especiais e, logo
dissolvidas, separando-se os Irmãos para, de novo, se reunirem em outros
pontos e em outra épocas, conforme as necessidades e as circunstâncias
exigissem. Cartas Constitutivas, Regulamentos internos, Loja e Oficinas
permanentes e contribuições anuais, são invocações puramente modernas,
de um período relativamente recente.
10.º - O governo da Fraternidade, quando congregado em Loja, por um
Venerável e dois Vigilantes é também um Landmark. Qualquer reunião de
Maçons, congregados sob qualquer outra direção, como, por exemplo, um
presidente e dois vice-presidentes, não seria reconhecida como Loja. A
presença de um Venerável e dois Vigilantes é tão essencial que no dia da
congregação, é considerada como uma Carta Constitutiva.
11.º - A necessidade de estar uma Loja a coberto, quando reunida, é um
importante Landmark que não deve ser descurado. Origina-se do caráter
esotérico da Instituição. O cargo de Guarda do Templo que vela para que o
lugar das reuniões esteja absolutamente vedado à intromissão de profanos,
independe, em absoluto, de quaisquer leis de Grandes Lojas ou de Lojas
subordinadas. E o seu dever, pó este Landmark é guardar a porta do Templo,
evitando que se ouça o que dentro dele se passa.

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12.º - O direito representativo de cada Irmão, nas reuniões gerais da
Fraternidade, é outro Landmark. Nas reuniões gerais, outrora chamadas
Assembléias Gerais, todos os Irmãos, mesmo os simples Aprendiz, tinham o
direito de tomar parte. Nas Grandes Lojas só tem direito de assistência os
Veneráveis e os Vigilantes, na qualidade, porém, de representantes de todos
os Irmãos das Lojas. Antigamente, cada Irmão se representava por si mesmo.
Hoje, são representados por seu Oficiais. Nem por motivo dessa concessão,
feita em 1717, deixa de existir o direito de representação, firmado por este
Landmark.
13.º - O direito de recurso de cada Maçom das decisões dos seus Irmãos, em
Loja, para a Grande Loja ou Assembléia Geral dos Irmãos, é um Landmark
essencial para a preservação da justiça e para prevenir a opressão.
14.º - O direito de todo Maçom visitar e tomar assento em qualquer Loja, é um
inquestionável Landmark da Ordem. É o consagrado direito de visitar, que
sempre foi reconhecido como um direito inerente que todo Irmão exerce,
quando viaja pelo Universo. É a conseqüência de encarar as Lojas como
meras divisões, por conveniência, da Família Maçônica Universal.
15.º - Nenhum visitante, desconhecido aos Irmãos de uma Loja pode sr
admitido à visita, sem que, antes de tudo, seja examinado, conforme os
antigos costumes. Esse exame só pode ser dispensado se o Maçom for
conhecido de algum Irmão do Quadro, que, por ele se responsabilize.
16.º - Nenhuma Loja pode intrometer-se em assuntos que digam respeito a
outras, nem conferir graus a Irmãos de outros Quadros.
17.º - Todo Maçom está sujeito às leis e Regulamentos da Jurisdição
Maçônica em que residir, mesmo não sendo membro de qualquer Loja. A
inafiliação é já em si uma falta maçônica.
18.º - Por este Landmark os candidatos à iniciação devem ser isentos de
defeitos ou mutilações, livres de nascimento e maiores. Uma mulher, um
aleijado, ou um escravo, não pode ingressar na Fraternidade.

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19.º - A crença no Grande Arquiteto do Universo, é um dos mais importantes
Landmarks da Ordem. A negação dessa crença é impedimento absoluto e
insuperável para a iniciação.
20.º - Subsidiariamente a essa crença, é exigida a crença em uma vida
futura.
21.º - É indispensável a existência, no Altar, de um Livro da Lei, o Livro que,
conforme a crença, se supõe conter a verdade revelada pelo Grande
Arquiteto do Universo. Não cuidando a Maçonaria de intervir nas
peculiaridades de fé religiosa dos seus membros, esses Livros podem variar
de acordo com os credos. Exige, por isso, este Landmark, que um “Livro da
Lei” seja parte indispensável dos utensílios de uma Loja.
22.º - Todos os Maçons são absolutamente iguais dentro da Loja, sem
distinções de prerrogativas profanas, de privilégios, que a sociedade confere.
A Maçonaria a todos nivela nas reuniões maçônicas.
23.º - Este Landmark prescreve a conservação secreta dos conhecimentos
havidos por iniciação, tanto dos métodos de trabalho, como das suas lendas e
tradições que só podem ser comunicadas a outros Irmãos.
24.º - A fundação de uma ciência especulativa, segundo métodos operativos,
o uso simbólico e a explicação dos ditos métodos e dos termos neles
empregados, com propósito de ensinamento moral, constitui outro Landmark.
A preservação da lenda do Templo de Salomão, é outro fundamento deste
Landmark.
25.º - O último Landmark é o que afirma a inalterabilidade dos anteriores,
nada podendo ser-lhes acrescido ou retirado, nenhuma modificação podendo
ser-lhes introduzida. Assim como de nossos antecessores os recebemos,
assim os devemos transmitir aos nossos sucessores. NOLONUM LEGES
MUTARI.
Na Inglaterra, Anderson, pastor protestante, preso a condicionamentos
bíblicos sectários, queimou os documentos antigos que atestavam a participação da

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mulher, para que a maçonaria da época ficasse de acordo com seu livro sagrado
dogmático.
Sob o argumento de que é preciso ser livre para ingressar na Ordem
Maçônica -- e sendo na Ilha Britânica, nessa época, a mulher tratada como um
objeto, passível de compra e venda nos mercados de então -- foi a mulher proibida
de participar dos ritos de iniciação. Cumpre salientar que isso não ocorria no
restante da Europa.
Consta mesmo, textualmente, no dito Landmark : "Uma mulher, um
aleijado ou um escravo não podem ingressar na Fraternidade" ... No mesmo fôlego,
a mulher foi equiparada ao aleijado e ao escravo! É simplesmente inacreditável
que um tal postulado ainda seja observado no limiar do Terceiro Milênio, meio
século após a Declaração dos Direitos do Homem, que afirmava sua "fé nos direitos
humanos fundamentais, na dignidade e mérito da pessoa humana, NOS DIREITOS
IGUAIS DE HOMENS E MULHERES , e das nações grandes e pequenas ..."
Meio século se passou desde a emancipação social da mulher ... E dois
séculos decorreram desde a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão,
proclamada nos idos da Revolução Francesa -- apanágio da atuação da Ordem
Maçônica na história das Liberdades do Homem -- e que dizia expressamente serem
todos os homens nascidos livres e iguais em direito.
Por outro lado, os argumentos de "limitações ritualísticas" à atuação da
mulher são puro sofisma, uma vez que no antigo Egito, nos mistérios gregos, nos
de Zoroastro, de Pitágoras etc., jamais alguém se lembraria de mencionar tais
limitações a uma sacerdotisa de seus cultos, como nos de Osíris e Isis. Cabe
lembrar ainda que as vivências do ritual são simbólicas, valendo exclusivamente
pela experiência esotérica que proporcionam; negá-lo é desconhecer o mais
profundo significado da própria Instituição Maçônica -- instrumento imemorial da
civilização humana, destinado à perpetuação do Conhecimento Hermético de
geração a geração.

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Discreta Sim Secreta Não
A maçonaria foi e continua sendo encarada por muitos como sendo uma
sociedade secreta. Dentro da realidade atual entretanto, a instituição não poderá ser
considerada senão como sendo uma sociedade discreta.
Há realmente, uma grande diferença entre esses dois conceitos. Como
secreta dever-se-ia entender que se encobre na Maçonaria algo que não pode ser
revelado, quando por discreta, entende-se que se trata de ação reservada e que
interessa exclusivamente aqueles que dela participam.
Em realidade, a Maçonaria não é possuidora nem detentora de nenhum
segredo misterioso como tem pretendido alguns. No vocabulário maçônico moderno,
a palavra segredo, deve considerar-se como discrição. Assim o ensina a instrução
de Grande Mestre, quando diz que o segredo dos Mestres é guardado em um cofre
de papel coral, rodeado de marfim - a boca.
Já se foi aquele tempo em que a Maçonaria deveria encobrir toda a sua
atividade sob o mais rigoroso sigilo e de tal forma, que esta reserva devia constituir
ato secreto e até mesmo misterioso.
Era a instituição perseguida pelos poderosos, por aqueles que escravizavam
os povos que não viam com bons olhos a liberdade de consciência, tiranos de todas
as épocas, sanguinários e exploradores da humanidade.
Nos dias em que vivemos é quase dispensada a ação liberatória da
Maçonaria e ela pode trabalhar livremente, dedicando-se mais à evolução intelectual
e à assistência filantrópica.
Conserva porém, como princípio e tradição a sua maneira própria de agir, o
uso de iniciação ritualística, a simbologia universal de suas práticas espiritualísticas
e o seu caráter de organização restrita a seus membros.
Mantendo como uma de suas qualidades, o respeito e acatamento às leis,
aos governos legalmente constituídos, nada tem que ocultar, a não ser as suas
fórmulas ritualísticas, seus sinais, toques e palavras, como meio de reconhecimento
recíproco de seus filiados, espalhados por todos os recantos do mundo.

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Não se reveste mais a Maçonaria de um secretísmo absoluto, de vez que
seus rituais são impressos e muitas de suas práticas. Tendo divulgação habitual,
são conhecidos e estão ao alcance de muitos estudiosos.
Nesta condição, nada tem a Maçonaria de sociedade secreta. Exigindo
reserva de seus seguidores quanto aos seus trabalhos, cultiva e difunde entre os
Maçons, a virtude da discrição, segue uma tradição milenária e se põe, sempre, em
posição, de em qualquer emergência, para se defender de opressores e manter as
liberdades nacionais e humanas, volver ao passado e prosseguir em sua luta em
defesa da liberdade, da igualdade e da fraternidade.
A Maçonaria e a História do Brasil
"Há um capítulo em branco na História do Brasil, e esse capítulo é o que se
refere à Maçonaria, presente em todos os momentos decisivos e importantes de
nossa pátria. Em torno da excepcional contribuição da Maçonaria para a formação
de nossa nacionalidade, é inadmissível qualquer dúvida. De nenhum importante
acontecimento histórico do Brasil, os maçons estiveram ausentes. Da maioria deles,
foram os elementos da Maçonaria os promotores. Não há como honestamente negar
que o Fico, A Proclamação da Independência, a Libertação dos escravos, A
Proclamação da República, os maiores eventos de nossa pátria foram fatos
organizados dentro de suas lojas.
Antes de tudo isso, já na Inconfidência Mineira, a Maçonaria empreendia luta
renhida em favor da libertação de nossa pátria. Todos os conjurados, sem exceção,
pertenciam à Maçonaria: Tiradentes, Thomas Antonio Gonzaga, Cláudio Manoel da
Costa, Alvarenga Peixoto, e até mesmo o Judas, o traidor Joaquim Silvério dos Reis,
infelizmente também pertencia à ordem.
Há que se ressaltar também a grande contribuição de um maçon ilustre
Francisco Antonio Lisboa, o Aleijadinho. Este grande gênio da humanidade. Maçom
do grau 18, Aleijadinho, autor de obras sacras, fez questão de secretamente
homenagear a Maçonaria em suas esculturas. Ao bom observador e conhecedor da
maçonaria, não passará despercebido, ao conhecer a obra do grande mestre,
detalhes, pequenos que sejam que lembram a instituição maçônica. Os três anjinhos
formando um triangulo, o triangulo maçônico, tornaram-se sua marca registrada.

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A própria bandeira do estado de Minas Gerais foi inspirada na Maçonaria: o
triangulo no centro da bandeira mineira é o mesmo do delta luminoso, o Olho da
Sabedoria.
A independência do Brasil foi proclamada em 22 de agosto de 1822, no
Grande Oriente do Brasil. O grito de independência foi mera confirmação. Ninguém
ignora também que o Brasil já estava praticamente desligado de Portugal, desde 9
de janeiro de 1822, o dia do Fico. E o Fico foi um grande empreendimento
Maçônico, dirigido por José Joaquim da Rocha, que com um grupo de maçons
patriotas, fundou o Clube da Resistência, o verdadeiro organizador dos episódios de
que resultou a ficada.
A libertação dos escravos no Brasil foi, não há como negar, uma iniciativa de
maçons, um empreendimento da Maçonaria. A Maçonaria, cumprindo sua elevada
missão de lutar pela reivindicação dos direitos do homem, de batalhar pela
liberdade, apanágio sagrado do Homem, empenhou-se sem desfalecimento, sem
temor, indefessamente pela emancipação dos escravos.
Para confirmar estes fatos basta verificar a predominância extraordinária de
maçons entre os líderes abolicionistas. Dentre muitos destacaram-se Visconde de
Rio Branco, José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, Eusébio de Queiroz, Quintino
Bocaiúva, Rui Barbosa, Cristiano Otoni, Castro Alves, e muitos outros.
A proclamação da República, não há dúvidas de que também foi um notável
empreendimento maçônico. O primeiro Ministério da República, sem exceção de um
só ministro, foi constituído de maçons. Mera casualidade? Não. Ele foi organizado
por Quintino Bocaiúva, que havia sido grão-mestre.
Assim foi e tem sido a atuação da Maçonaria com relação ao Brasil, sempre
apoiando e lutando para a concretização dos ideais mais nobres da pátria,
comprometendo-se em favor da liberdade e condenando as injustiças.
Por seus Frutos
É comum no meio maçônico dizer que determinada pessoa sempre fora
Maçom, mesmo antes de ter-se iniciado. Isto porque tal indivíduo é detentor de

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qualidades e virtudes características de um verdadeiro maçom. Mas quais são essas
marcas que levam alguém a ser considerado um maçom nato? Como se pode
afirmar tal coisa sem risco de se enganar?
O livro sagrado nos dá o caminho. Nele está escrito:
"conhece-se a árvore pelos frutos que produz. É impossível que
uma boa árvore produza maus frutos, assim como é impossível á árvore
ruim produzir bons frutos".
Assim é o homem: se dele advém boas coisas, atitudes corretas, gestos
edificantes, ele é como uma boa árvore que produz bons frutos. Se for o contrário,
se seu caráter for falho, por mais que tente mascarar sua personalidade, não
conseguirá: é uma árvore ruim, que produz frutos ruins. O poeta e filósofo Emerson
disse:
"o que a pessoa é na realidade paira sobre sua cabeça, e brada tão
alto que é impossível ouvir sua voz dizendo o contrário numa vã tentativa
de ludibriar os outros".
Quando o neófito encontra-se à porta do templo e é anunciado , como um
candidato a conhecer os Augustos Mistérios Maçônicos, é perguntado como pode
ele conceber tal propósito. A resposta dada constitui-se na primeira característica
necessária a um Maçom nato: "Porque ele é livre e de bons costumes".
O homem livre é aquele capaz de oferecer-se como causa interna de seus
sentimentos, atitudes e ações, por não estar submetido a poderes externos que o
forcem e o constranjam a sentir, a fazer e a querer o que quer que seja. A liberdade
não é tanto o poder para escolher entre várias possibilidades, mas o poder para auto
determinar-se, dando a sí mesmo regras de condutas. Portanto, somente é de fato
livre, aquele que é senhor de sí mesmo. O verdadeiro maçom, sabe respeitar a
liberdade alheia , conhece os limites entre o certo e o errado e não se rende às
paixões ignóbeis. Ele tem consciência de que, como afirmou o filósofo Nietszche: "A
ação mais alta da vida livre, é nosso poder para avaliar os valores".
Ser de bons costumes equivale a dizer que ele um homem íntegro, que tem
sua conduta pautada em sólidos princípios éticos e morais, que é um cidadão

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exemplar, cumpridor de seus deveres, reto em seus compromissos, honesto em
seus negócios, um bom pai de família, respeitador e correto em todos os sentidos.
Na continuidade do processo de iniciação é perguntado se o neófito encontra-
se preparado para ingressar na Sublime Ordem. Eis a resposta: "Sim, pois seu
coração é sensível ao bem". Temos aí a segunda marca de um legítimo Obreiro da
Humanidade: possuir um coração sensível ao bem.
O coração de um maçom não aceita as injustiças e não compactua com o
erro e a maldade. E mais do que isso, ele se inquieta, se revolta e luta contra todo
tipo de injustiça e opressão. Ao longo de toda história da humanidade a Maçonaria
tem-se empenhado em duras batalhas contra a tirania o despotismo e o
obscurantismo, sofrendo com isso conseqüências dolorosas, perseguições
implacáveis que resultaram no flagelo e na morte de vários irmãos. Ela porém jamais
se curvou, jamais abriu mão de seus nobres ideais, nunca se omitiu em sua missão
altruística, em sua luta inglória em favor da Liberdade, da Igualdade, e da
Fraternidade.
Igualmente hoje quando o futuro da raça humana aponta para rumos incertos,
a influencia benéfica e restauradora da Maçonaria se faz necessária. Num momento
em que nossa pátria no olho de uma crise mundial passa por momentos difíceis
devido ao estado fragilizado de sua economia, o que leva a muitos passarem
apertos financeiros, está em voga a prática do salve-se quem puder e do cada um
por si. Muitos são os adeptos da famigerada Lei de Gerson, onde o importante é
levar vantagem em tudo. Quando testemunhamos a importância e a natureza
sagrada da família sendo relegada a segundo plano por motivos fúteis, quando
vemos as drogas, a violência e todo tipo de criminalidade assolando a sociedade,
nós, os pedreiros livres, não podemos nos omitir.
Batalhas, embora não sangrentas como as da Antigüidade, mas igualmente
árduas, esperam por nossa ação. Não mais a espada, mas nossa determinação,
nosso exemplo, nossos propósitos de aperfeiçoamento são nossas armas.
O juramento sagrado proferido pelo maçon com a mão direita sobre o Livro da
Lei (Bíblia Sagrada), é um compromisso assumido com Deus , com os irmãos, mas

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sobretudo consigo mesmo, compromisso este de, através do auto aperfeiçoamento,
contribuir significativamente para o aprimoramento de toda a humanidade.
Se ali se encontra um incauto, um dissimilado que equivocadamente foi
levado ao processo de iniciação, lamentavelmente tal pessoa não passará de uma
grande decepção. Com certeza, as exigências das práticas maçônicas, pesadas ao
fraco de caráter, se encarregará com o tempo de excluí-lo da Maçonaria.
Mas se ao contrário, o homem postado diante do Altar dos Juramentos, for da
estirpe dos grandes homens, se trouxer consigo as marcas indeléveis que
caracterizam os verdadeiros maçons, estará o mundo ganhando um lutador valioso,
um guerreiro do Bem e da Justiça.
Quisera todos os homens livres e de bons costumes do planeta tivessem a
mesma oportunidade, para que no ambiente propício de uma oficina maçônica,
recebendo a inspiração da Filosofia ali difundida, pudessem direcionar seus esforços
de forma efetiva em prol da construção de um mundo melhor.
O verdadeiro maçom sabe que não há melhor argumento que sua própria
vivência . Ele se impõe no seu ambiente influenciando-o positivamente, não de
forma arrogante ou arbitrária, mas por sua conduta exemplar e inquestionável. Ele é
enérgico porém bondoso. Firme, porém humilde. Sua bondade e humildade residem
no fato de saber que, a despeito de num dado momento de sua vida maçônica ser
simbolicamente denominado mestre, na prática será sempre aprendiz. Aprende-se a
todo instante e de todas as formas. O Maçom é o pedreiro de sí mesmo, e por mais
que a obra esteja adiantada, sempre faltará um retoque, pequeno que seja. E depois
outro, outro, e mais outro, assim infinitamente. Por mais que se saiba, por mais
evoluído que seja, sempre restará algo a aprender, novas lições a assimilar. Na
escola da vida não há formandos, ou formados, apenas eternos alunos em busca do
aperfeiçoamento. Fixemo-nos pois, nas principais características que distinguem o
verdadeiro Maçom e não nos desvirtuemos de nosso objetivo maior. Mantenhamo-
nos livres e firmes na prática dos bons costumes, e que com o auxilio do "Grande
Arquiteto do Universo" nossos corações sejam cada vez mais sensíveis ao bem.
E lembremo-nos sempre: " o que para o profano é um gesto meritório,
para o Maçom é um dever sagrado."

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Grande Arquiteto do Universo
Grande Arquiteto do Universo, etimologicamente se refere ao principal
Criador de tudo que existe, principalmente do mundo material (d emiurgo)
independente de uma crença ou religião específica.
Na Maçonaria, 'Grande Arquiteto do Universo', também chamado de
'G.A.D.U.' ou 'G.A.U.' (na forma abreviada), é o Ser Supremo ou Grande Geômetra,
título dado a Deus. Está para além de qualquer credo religioso, respeitando toda a
sua pluraridade. A crença num ser supremo é ponto indiscutível nos landmarks, para
que se possa ser iniciado na maçonaria, uma realidade filosófica mas não um ponto
doutrinal.
Como é uma escola de filosofia, moral e bons costumes, e não sendo uma
religião, a maçonaria não pretende concorrer com outras religiões. Permite aos seus
iniciados a crença em qualquer uma das religiões existentes, exigindo apenas a
crença num ser superior, criador de tudo e de todos, que o candidato já acreditasse
antes mesmo de considerar a possibilidade de vir a ser um maçom.
Assim, 'Grande Arquiteto do Universo' ou 'G.A.D.U.' é uma designação
maçônica para uma força superior, criadora de tudo o que existe. Com esta
abordagem, não se faz referência a uma ou outra religião ou crença, permitindo que
maçons muçulmanos, católicos, budistas, espíritas e outros, por exemplo, se reúnam
numa mesma loja maçônica.
Para um maçom de origem muçulmana se referiria a Alah, para outro de
católica, seria Jave, de qualquer forma significaria Deus. Assim as reuniões em loja
podem congregar irmãos de diversas crenças, sem invadir ou questionar seus
conteúdos.
A atividade da Maçonaria em relação ao Grande Arquiteto do Universo -
G.·.A.·.D.·.U.·., envolve estudos filosóficos e não proselitismo.
A Maçonaria

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Esta pergunta é feita diariamente por milhares de pessoas espalhadas pelos
quatro cantos do mundo, quer sejam maçom, ou não. Na verdade pouco se sabe
sobre a origem da maçonaria que se perde na origem da história ocidental.
No Brasil a história da maçonaria se confunde com a própria história do país.
Ao defender e difundir os conceitos de Liberdade, Igualdade e Fraternidade a
maçonaria plantou nos Brasileiros e nos povos da América conceitos de democracia
e da coisa pública definidos na antiga civilização Grega. Estes conceitos criaram as
repúblicas ocidentais, os sistemas econômicos, a teoria evolucionista, a filosofia
cartesiana, a democracia, enfim as bases estruturais da cultura e do
desenvolvimento ocidental. Por indução da maçonaria e iniciativa de maçons,
ocorreram a inconfidência mineira, a independência, a revolução farroupilha, a lei do
ventre livre, a libertação dos escravos e a criação da republica. Foram maçons,
Álvares Maciel, Padre Feijó, José Bonifácio de Andrada, Dom Pedro I, Duque de
Caxias, Bento Gonçalves, Garibaldi, Barão de Mauá, Marechal Deodoro, Gonçalves
Ledo, Joaquim Nabuco, frei Caneca, Quintino Bocaiúva, dentre tantos outros.
Em uma maneira simplista podemos dizer que a maçonaria é um país dentro
de outro país. Um país onde não há analfabetos, não há fome e onde se cultua a
liberdade de expressão, o livre arbítrio, o conhecimento, a fraternidade e a igualdade
de todos perante a lei. Um país que busca constantemente a verdade na sua forma
direta e objetiva, sem paixões políticas, religiosas ou pré-concebidas. É à busca do
homem em si mesmo. O grande segredo da maçonaria não existe e, pela lógica
cartesiana, não há como divulga-lo. Ao nos irmanamos em busca da verdade e da
liberdade temos como ponto de partida o conhecimento de nós mesmos e
obviamente, este conhecimento próprio é restrito ao indivíduo. Existe um
antiqüíssimo mito no Nilo em que Osíris, que representa a vida universal, morre e
sua irmã Lis o faz engolir o olho do gavião e, mal o olho penetra no cadáver, Osíris
renasce porque nele entra a visão.
Viver é, antes de nada, ver-se a si mesmo. Em síntese ninguém, a não ser
nós mesmos e o criador, nos conhecem. Para se ter uma noção de nossos
princípios, Péricles em 431 anos antes de Cristo disse:
" Somos amantes da beleza sem extravagâncias e amantes da
filosofia sem indolência. Usamos a riqueza mais como uma oportunidade

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para agir que como motivo de vanglória; entre nós não há vergonha na
pobreza, mas a maior vergonha é não fazer o possível para evita-la. Ver-
se-á em uma pessoa ao mesmo tempo o interesse em atividades públicas
e privadas, e em outros entre nós que dão atenção principalmente aos
negócios não se verá falta de discernimento em assuntos políticos, pois
olhamos o homem alheio as atividades públicas não como alguém que
cuida apenas de seus próprios interesses, mas como um inútil; .....
decidimos as questões públicas por nós mesmos, ou pelos menos nos
esforçamos por compreendê-las claramente, na crença de que não é o
debate que é empecilho á ação, e sim o fato de não estar esclarecido pelo
debate antes de chegar a hora da ação. Consideramo -nos ainda
superiores aos outros homens em outro ponto: somos ousados para agir,
mas ao mesmo tempo gostamos de refletir sobre os riscos que
pretendemos correr; para outros homens, ao contrário, ousadia significa
ignorância e reflexão traz a hesitação. Deveriam ser justamente
considerados mais corajosos aqueles que, percebendo claramente tanto
os sofrimentos quanto ás satisfações inerentes a uma ação, nem por isso
recuam diante do perigo. Mais ainda em nobreza de espírito contrastamos
com a maioria, pois não é por receber favores, mas por faze-los, que
adquirimos amigos. . . .Enfim, somente nos ajudamos aos outros sem
temer as conseqüências, não por mero cálculo de vantagens que
obteríamos, mas pela confiança inerente á liberdade."
Neste sentido a maçonaria sempre constante e presente na luta para
fortalecer o conhecimento individual de tal sorte que ele produza um conhecimento e
uma mobilização coletiva, tem estado presente em todos os rincões do país e do
mundo fazendo prevalecer a máxima do homem como símbolo de pensamento e
bem estar, como obra do Grande Arquiteto do Universo.
Hoje continuamos reféns das encruzilhadas da vida que nos fazem
prisioneiros do nosso próprio desenvolvimento pois, crescemos nos descuidando
dos conceitos de justiça social, de liberdade e de igualdade de oportunidades. Como
disse Marx, na célebre Carta ao Povo:
"O domínio do homem sobre a natureza é cada vez maior; mas, ao
mesmo tempo, o homem se transforma em escravo de outros homens ou
de sua própria infâmia. Até a pura luz da ciência parece só poder brilhar
sobre o fundo da tenebrosa ignorância. Todos os nossos inventos e
progressos parecem dotar de vida intelectual as forças materiais,
enquanto reduzem o ser humano ao nível de uma força material bruta".

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Se o comunismo não prosperou por não criar um mecanismo eficiente de
produção de riquezas, o capitalismo encontra-se em xeque por não conseguir criar
um eficiente mecanismo de distribuição das riquezas produzidas. É perversa a
nossa posição de bem sucedidos em contraponto dos milhares de marginalizados.
Chega a ser uma afronta á nossa inteligência e é absolutamente irracional.
Neste sentido começamos a perceber que isto não conduzirá a humanidade a
um bom lugar. O nosso desafio se consiste em inserirmos todos nas riquezas que as
tecnologias eficientemente conseguem produzir. Hoje já podemos dizer que temos
tecnologia para produzir de modo sustentável riquezas suficientes para saciar todos.
O que nos falta é entendermos que nisto se apoiará á paz, a harmonia e a felicidade
tão necessárias aos indivíduos, quanto imprescindíveis para a humanidade.
O nome "maçonaria" provém do francês maçonnerie, que significa
"construção". O termo maçom (ou maçon), segundo o mesmo Dicionário, provém
do inglês mason e do francês maçon, que quer dizer “pedreiro”, e do alemão metz,
“cortador de pedra”. O termo maçom portanto é um aportuguesamento do
inglês; maçonaria por extensão significa associação de pedreiros.
Estudiosos e pesquisadores costumam dividir a a origem da maçonaria em
três fases distintas:
1. Maçonaria Primitiva
2. Maçonaria Operativa
3. Maçonaria Especulativa
Maçonaria primitiva
A Maçonaria Primitiva, ou "Pré-Maçonaria", é o periódo que abrange todo o
conhecimento herdado do passado mais remoto da humanidade até o advento da
Maçonaria Operativa. Há quem buscam nas primeiras civilizações a origem
iniciática. Outras buscam no ocultismo, na magia e nas crendices primitivas a origem
do sistema filosófico e doutrinário. Tantas são as controvérsias, que surgiram
variadas correntes dentro da maçonaria. A origem mais aceita, segundo a maioria
dos historiadores, é que a Maçonaria Moderna descende dos antigos construtores

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de igrejas e catedrais, corporações formadas sob a influência da Igreja na Idade
Média.
É evidente que a falta de documentos e registros dignos de crédito, envolve a
maçonaria numa penumbra histórica, o que faz com que os fantasistas, talvez
pensando em engrandecê-la, inventem as histórias sobre os primórdios de sua
existência. Há aqueles que ensinam que ela teve início na Mesopotâmia, outros
confundem os movimentos religiosos do Egito e dos Caldeus como sendo trabalhos
maçônicos. Há escritores que afirmam ser o Templo de Salomão o berço da
Maçonaria.

O TEMPLO DE SALOMÃO
A história da humanidade encontra-se repleta de fenômenos extraordinários,
construções faraônicas feitas de pedra e outras mitológicas jamais materializadas,
senão pela imaginação dos povos...
Os gregos, egípcios, mesopotâmios e outros povos antigos, nos deixaram
exemplos magníficos de seu fascínio pelo fantástico extraordinário... As “Sete
Maravilhas do Mundo Antigo”, permanecem em nossas almas ou imaginação como
um exemplo da incrível capacidade do homem de se superar, acima de suas
mínimas dimensões. “As Pirâmides do Egito”, “O Farol de Alexandria”, “Os Jardins
Suspensos de Semíramis na Babilônia”, “O Colosso de Rodes”, “A Estátua de
Júpiter Olímpico em Olímpia”, “O Templo de Ártemis em Éfeso” e o “O Túmulo de
Mausolo” em Halicarnasso, e milhares de monumentos colossais que foram
construídos ao longo da história por diferentes civilizações...
Falaremos hoje do Templo de Salomão,
Segundo a Bíblia o Rei Davi recebeu de Deus a incumbência de construir o
Templo. Mas Davi morreu e não conseguiu realizar a obra, a qual seria efetivada por
seu filho e herdeiro, Salomão.
Narra-se que Deus, para testar o equilíbrio de Salomão, a quem atribuíra a
construção do colossal Templo, perguntou-lhe o que ele desejava receber como
dádiva do Senhor...

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Ao que Salomão pediu com humildade: “Quero ter Sabedoria”...
E assim Salomão se tornou o mais sábio dos homens de seu tempo,
encontrando-se aí a razão de sua fama... O esplendor de seu reinado jamais teria
sido igualado por qualquer outro monarca.
Para a realização da monumental obra Salomão chamou o Rei de Tiro, Hiran I
ou Hiran Abif, conhecido como “O Filho da Viuva”.
O Templo tinha cerca de 60 côvados (31,50m) de comprimento por 20
côvados (10,50m) de largura e 30 côvados (15,75m) de altura, equivalente a um
prédio de 5 andares .
Nele foram colocados símbolos, segundo a tradição, relacionados com o
estimado entre Salomão e Deus... Estes símbolos eram o Arca da Aliança, o
bastão do Patriaca que lembrava o Êxodo, o Candelabro e a mesa dos pães
ritualísticos...
Segundo a grande mestra e papisa da Teosofia, Helena Petrovna Blavatsky,
Hiran Abif é um mito solar e tem grande significado na elucidação da cabala. E o
Templo de Salomão é um relicário esotérico.
Hiran mandou construir à entrada do Templo, uma imponente fachada, à
guisa de Portal ou Átrio, ladeado por duas colunas de bronze, cada uma com cerca
de 10 metros de altura.
A da direita era chamada “J”, símbolo da Sabedoria, representava o poder
masculino e era branca; a da esquerda era chamada “B”, símbolo da inteligência,
representava o poder feminino e era vermelha.
Entre as duas colunas fora colocado o “Kether” (coroa) símbolo das forças
geratrizes, o Pai e das forças genetrizes, a Mãe.
Naturalmente, o Sol e a Lua.
A grande muralha que contornava o Templo ainda existe hoje, embora semi-
destruída, é usada em Jerusalém pelos judeus como o seu “Muro das
Lamentações”...

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A mitologia em torno do Templo de Salomão inspirou os maçons de todos os
tempos que atribuem a Hiran Abif ter sido o primeiro “pedreiro-maçon”, por conta
da construção do Templo e ser personagem do ritual da terceira iniciação
maçônica. O Templo maçônico moderno deve ser orientado de forma que as
colunas “J” e “B” estejam plantadas na direção dos pontos, solsticial norte
(signo de Câncer) e solstícial sul (signo de Capricórnio). Na interseção dessa linha
Norte/Sul encontra-se a linha do equador Leste/Oeste, estando o altar do
Venerável no leste ou Oriente... No teto do Templo o Sol, Lua e Mercúrio, além de
Júpiter e Saturno com os seus respectivos satélites...
Hiram na Bíblia
O nome Hiram Abiff não consta na Bíblia, mas existem referências a pessoas
chamadas Hiram que são:
 Hiram, rei de Tiro, referido em II Samuel 5:11 e em I Reis 5:15-32 por ter
enviado material de construção e um homem para a construção do templo
original de Jerusalém.
 Em I Reis 7:13–14, Hiram é descrito como um homem de Tiro que trabalhava
em bronze, filho de uma viúva da tribo de Neftali.
A Lenda de Hiram Abiff
Nome de origem hebraica, posto os dois Hiram referidos nas Sagradas
Escrituras proviessem do líbano. Temos Hiram ou Hirão rei Tiro e Hiram Abiff, o
artífice que esse Rei enviara a Salomão para o embelezamento do Grande Templo.
Hiram, o arquiteto, era filho de uma mulher da tribo de Dan e de um homem tírio
chamado Ur, que significa "forjador de ferro", consoante o relato bíblico em II
Crônicas, 10; ou filho de uma viúva da tribo de Natfali consoante refere Reis I, 7:13.
O nome Hiram pode ser traduzido como "Vida Elevada".

O SIGNIFICADO DA LENDA:

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O motivo da lenda é A CONSTRUÇÃO DO TEMPLO, PARA QUE NELE
HABITE O DEUS ÍNTIMO, e ter ele sua completa liberdade de manifestação. O
Templo é o Corpo dominado, educado e guiado por mandatos do Espírito, que são A
VERDADE E A VIRTUDE.
O Templo de Salomão é o modelo do corpo humano. O Templo, como o
corpo humano, se estende do Oriente ao Ocidente e do Norte ao Sul, o que quer
dizer que o homem é uma UNIDADE INDIVISÍVEL como o UNIVERSO. Sua cabeça,
que se eleva em direção a mundos superiores, converte-se, pela Sabedoria
Espiritual, em SALOMÃO, que levanta UM TEMPLO PARA GLÓRIA DO GRANDE
ARQUITETO DO UNIVERSO ÍNTIMO
O SIGNIFICADO ESOTÉRICO DA LENDA HIRAMÍTICA
Segundo o mestre historiador Rizzardo da Caminho, em sua obra “Catecismo
Maçônico”, absorvemos os seguintes ensinamentos sobre o tema em questão:
“A busca da Palavra Perdida criou a Liturgia; os Maçons vêem no ato o seu
Grande Trabalho. O primeiro passo que é dado diz respeito à meditação profunda
que o Rito orienta, e que o Grau de Mestre se fixa nos Cinco Pontos.
Adentrando na alegoria da lenda iremos nos encontrar em plena função, em
uma Câmara do Meio onde se desenvolve, no luto e na consternação, o trabalho
maçônico, consequências do assassinato de Hiram; a história cede lugar ao
simbolismo.
No Rito, Hiram se identifica como sendo o Mestre Perfeito, e na lenda ele
personifica a própria Tradição Maçônica.
Nos três Companheiros trucidadores vemos o tríplice flagelo da ignorância,
do fanatismo e da ambição.
A Lenda restringe a três o número dos malfeitores; não devemos, porém,
ignorar que cada um deles personifica um “estado de espírito”, muito presente em
nossos dias.

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A Tradição Maçônica encontra-se em constante perigo, porque, se justiçados
os três maus Companheiros desaparecem, ficando apenas, seus sentidos
materialistas, mas os efeitos perduram. Sabemos que em cada um de nós há traços
indeléveis desses assassinos.
No conjunto sempre crescente de Maçons, há aqueles que não
compreendem que, da Iniciação, surgiram obrigações a cumprir.
Maçons que tiveram as suas arestas atingidas e caídas do bloco, mas que,
“juntaram-nas” e as guardam como relíquias, não querem se desfazer desses
supérfluos. São os aproveitadores, os ambiciosos, os portadores dos mesmos
defeitos encontrados nos Companheiros Jubelos.
São os caçadores de Graus.
Uma vez que não se tem mais fé na Tradição, essa desvanece e tem vida
transitória; é o braseiro cujas brasas estão cobertas e é quando o sopro vital vem.
Quando surge é tarde, porque só restam cinzas.
A Maçonaria não morre, porque é uma Instituição que tem o poder de resistir,
porque o seu trabalho se dirige ao aperfeiçoamento do homem; é um trabalho
autorizado por Deus, e Ele o protege.
Os seus inimigos não se encontram fora da Instituição; os pequenos
temporais são previstos e a Instituição encontra o caminho da resistência e planifica
a vitória; mas as infiltrações, aquelas que trazem consigo os “vírus”, as “infecções”,
os “nocivos”, esses continuam sendo o espírito negativo dos maus Companheiros.
A Igreja, em tempos passados, desejou destruir a Maçonaria como fez com a
Ordem dos Templários. Havia um inimigo visível, muito diferente daqueles três maus
Companheiros.
Hoje, nas portas principais do Templo, estão os “terroristas” da Instituição,
prontos a golpear.

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A Maçonaria não faz mistério quanto ao perigo interno que ameaça não só a
si, mas a toda a Humanidade, porque os Jubelos trazem consigo o germe da morte
e da decomposição.
Os inimigos externos, talvez, possam obstaculizar ou paralisar as atividades
maçônicas, mas não matam. O inimigo interno atua como uma enfermidade: mina a
saúde e arrasta ao túmulo.
Não devemos esquecer que os três Companheiros foram bons Aprendizes,
que colaboraram com eficiência na construção do Templo, que estavam prestes a
alcançar o mestrado!
Os Jubelos podem ser considerados inimigos impessoais, que não se
dirigiram exclusivamente contra Hiram, mas contra a Humanidade e que a finalidade
da Maçonaria é, justamente preservar essa Humanidade da qual todos fazemos
parte.
Mas antes de dirigirmos os nossos olhares para fora da Instituição, cumpre
sanear as nossas próprias searas, combatendo a praga perigosa, curar a nós
próprios, buscando cada um encontrar dentro de si o mau Companheiro, para
eliminá-lo.
Os germes proliferam, quando encontram ambiente propício, assim é, na
Maçonaria; quando surgem os períodos críticos, os maus Maçons proliferam; os
dirigentes, os Mestres cônscios de sua responsabilidade, devem prevenir, na fase
crítica, a tomada pelos germes do campo e, rapidamente, introduzir o medicamento
apropriado.
Essas crises periódicas coincidem com a crise social e econômica de um
país; assim, quando externamente aparecem os sintomas, fácil será planejar para
que os germes não ingressem no Templo.
O trabalho maçônico seria de grande utilidade e poderia influenciar nesses
períodos críticos, se os Maçons fossem todos instruídos, tolerantes,
desinteressados; a influência moral, o exemplo, seriam fatores irresistíveis para
contornar a ação dos maus.

29

Embora os assassinos de Hiram tenham surgido de dentro da Instituição,
sem dúvida, receberam a influência negativa de seu meio ambiente externo.
Não basta uma ação higiênica, mas sim uma profilaxia enérgica, constante e
sempre presente para que haja uma real e necessária “imunização”. Sim, o Maçom
deveria estar imune às crises periódicas.
Os assassinos de Hiram foram três, porém esse número é simbólico, pois,
antes de terem sido eliminados, proliferaram junto àqueles que lhes deram abrigo e
proteção. Hoje são em número incontáveis. São os que desconhecem a Maçonaria a
quem criticam e censuram, invocando a necessidade de uma “modernização” para
ajustarem-se aos tempos modernos de tecnologia e progresso social.
Em nome do progresso, procuram destruir tudo o que seja tradição; aplicam
o primeiro golpe com a Régua sobre o ombro de Hiram, paralisando seu braço
direito e impedindo-o de uma reação defensiva.
É a “simplificação”, o intuito de “tirar uma pretensa monotonia” e de
simplificar o Ritual com atos de liturgia “desnecessária”. A conservação íntegra do
Ritual é a garantia da sobrevivência; perdida a tradição, torna-se presa fácil dos
assassinos.
São os Maçons “donos da verdade” que obstaculizam aqueles que não
seguem a sua vontade; são os infalíveis e criadores de dogmas sem poderem
apresentar a origem de suas ideias, fruto de intolerância.
Os maus nem sempre são os piores! Podem ser os ex -dirigentes que,
vencidos em um pleito, para se manterem perpetuamente, no poder, transformam-se
em desagregadores. São os que dão o segundo golpe em Hiram, agora com o
Esquadro e sobre o coração.
Golpeado com a Régua e com o Esquadro, evidentemente, Hiram vacila,
cambaleia, enfraquece e se torna presa fácil.
Assim débil, quem aplicará o golpe final será um membro dos mais
modestos, que sozinho não teria capacidade de destruição.

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É o golpe mortal. Vemos, então, uma Loja Abater Colunas, exigindo grande
esforço para reerguê-las. Frequentemente, apesar de não ser regra geral, os maus
juntam-se e fundam uma nova Loja!
Aparentemente, o trabalho é elogiado, mas ninguém se dá conta de que é
obra de dissensão, dissidência, e quem sofre é a própria Instituição. Ao invés de
uma Loja pujante, surgem várias cambaleantes e inexpressivas; fáceis, porém, de
serem tomadas de assalto por aqueles que foram os inspiradores, permanecendo
ocultos, mas ativos.
A Maçonaria, nas mãos desses, é desviada de seus elevados fins; Hiram
morre; a tradição se apaga; a Palavra está perdida; o maçonarismo perece. O seu
cadáver putrefica-se.
Os verdadeiros discípulos choram, se reúnem, providenciam as exéquias,
descobrem os assassinos, punem-nos e por serem verdadeiros iniciados, os
verdadeiros operários, buscam a ressurreição de Hiram, e, rejuvenescidos, reiniciam
o trabalho.
Para a ressurreição, se faz necessário reconstruir a tradição; juntar os
membros dispersos do cadáver para a recomposição.
A iniciação é reexaminada em todos os seus aspectos e é adequada aos
tempos atuais, à personalidade dos remanescentes e dos novos; retiram-se dela os
vícios e as falhas; a substância da regeneração é alimentada; evolui, fermenta e
cresce com toda a pureza da matriz.
Eis o porquê das viagens dos Maçons remanescentes, para todas as
direções, com a finalidade de encontrar os restos de Hiram.
A dificuldade inicial encontra oposição na busca, porque o primeiro túmulo
que os assassinos, provisoriamente, criaram foi sob os escombros da construção;
sob os materiais imprestáveis, onde ninguém suspeitaria que pudessem abrigar o
Mestre.
Esse primeiro túmulo não é descoberto e os próprios assassinos exumam o
cadáver e na calada da noite o conduzem para a alta montanha; cavam uma nova

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cova profunda; despem Hiram e o soterram entregando o pó ao pó, a terra à terra e
as cinzas às cinzas. Marcam o local com um ramo de Acácia.
É a primeira manifestação do arrependimento tardio. A homenagem à sua
indefesa Vítima.
Escolhem uma planta que não apodrece, cuja resina conservará o lenho,
num confronto com a matéria que se putrefará.
É o dualismo e o resultado das lições que o próprio Mestre lhes havia
ministrado.
E são os assassinos que transformam a Acácia em um símbolo, numa
comprovação de que do mal pode surgir o bem; as raízes eram boas, mas a
insatisfação, a pressa, a ambição sufocam a bondade.
A lenda apresenta um fato curioso: não há lugar para o perdão aos
assassinos!
É uma situação muito triste, mas real. Mais tarde, o Nazareno, já crucificado,
diria contra os seus algozes: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”.
Mas os assassinos tinham sido iniciados; tinham passado pelo Aprendizado,
conheciam a Régua das 24 Polegadas e o Esquadro; não podiam repudiar o
convívio com os Irmãos. O castigo, embora escolhido por eles próprios, foi incisivo; a
Justiça de Salomão era diferente da justiça do Cristo.
O Rito Escocês Antigo e Aceito comporta as duas Justiças: a Salomônica e a
Cristã. Como devemos agir com os assassinos? Esses que ressurgem como as
cabeças da mitológica Hidra?
Ao ser colocado o ramo de Acácia, os assassinos quiseram simbolizar que
Hiram jamais morreria.
O cadáver é encontrado, recomposto e conduzido, novamente, ao Templo
para ser, carinhosamente, colocado em um local sagrado; não mais sob os
escombros, mas em local de honra e glória.

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Embora essa glória não tenha sido permanente; eis que Nabucodonosor
destrói o Templo, não deixando pedra sobre pedra. Mas... Hiram ressuscita; apenas
seu corpo putrefato foi deposto. Porém, Hiram não ressuscita por si só; não
responde ao primeiro chamado feito à vitalidade que poderia ter conservado, a força
que “Boaz” simboliza.
Em vão tenta-se acordá-lo com o estímulo de um ardor amoroso, “Jaquim”.
A sua vida anterior não revive; é preciso dar-lhe um novo alento: o sopro do
ideal que provém da Iniciação. É o símbolo da “Cadeia Regeneradora”; aqueles que
a formam não ficam apenas na contemplação; reúnem forças, amor e com os mais
fervorosos ideais espargem energia psíquica, espiritual e física que reanimam o
cadáver, que é erguido e se liga aos cinco pontos do Mestrado. É o resultado do
culto do trabalho, dos esforços, da reciprocidade, enfim, da fraternidade.
Nem todos, porém, podem unir-se ao cadáver pelos cinco pontos; um só é
destinado àquela missão; é um trabalho de um só, mas sob os fluidos de todos; é a
soma das forças. O escolhido é o sábio Mestre remanescente.
Mas, a Palavra continua perdida e urge encontrar uma substituta e essa é
composta, tornando-se um grande símbolo.
“A carne se desprende dos ossos”. Não há a compressão das células;
cessou a força centrípeta.
Os ossos, por sua composição química, são imputrescíveis; o cálcio é um
mineral que se eterniza; a carne é volátil; é o espírito que se afasta da matéria, e a
única forma de reuni-los é usar a Palavra Sagrada; se a original se perdeu, uma
nova surge. Sempre surge um novo meio quando houver a necessidade de uma
união!
O segredo de tudo (maçônico) é, sempre, buscar e encontrar um meio de
unir, pois, para a desunião, sobram meios!
A Palavra Perdida, ao final, será encontrada; o Rito é sábio e dá a Palavra
Perdida como prêmio àqueles que perseveram até o fim.

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A ressurreição é um mito antigo; vamos encontrá-lo nos mistérios Védicos,
quando o Ser Supremo imola a si mesmo para produzir tudo o que existe; vamos
encontrá-lo em Hermes, em Orfeu, em Osíris e, finalmente, em Cristo.
O renascimento é produzido ao ar livre; nos lugares mais elevados, em
contato com a Natureza, porém, é consagrado em Templo.
Nós somos Túmulo e Templo. Hiram apodrece em nós e ressurge em nós.
Dentro de nosso Templo Espiritual, temos, maçonicamente, a presença permanente
de Hiram.
Espiritualmente, temos o Cristo em nós. Somos, sempre, uma “morada”.
A diferença do conteúdo está no continente: ou temos Hiram dentro de nós,
no Túmulo, ou dentro de nós, no Templo.
É preferível tê-lo no Templo!
Os Maçons que não se instruem o têm no Túmulo.
E cada vez mais apodrecido!
Isso reflete em seu comportamento.
Há uma simbiose de Maçonaria e Igreja.
Socialmente temos, como cristãos, em nosso Templo, o Cristo, com as
conseqüências litúrgicas religiosas.
Maçonicamente, temos Hiram em nosso Templo.
O Templo é suficientemente amplo para conter os dois símbolos, compatível
isso, com o dualismo das coisas.
Como Igreja, aspiramos ao Reino de Deus na Terra; como Maçonaria, à
Fraternidade Universal.
Ambos, com sólido fundamento: o Amor fraterno!
Esse amor, felizmente, perdura!”.

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RESUMO DA LENDA
O Templo é o corpo do homem.
A construção do Templo é a evolução e a elevação de esforços para um fim
superior, através do conhecimento da Verdade e a prática da Virtude.
O Templo de Salomão é o Símbolo do corpo físico. Jerusalém (cidade-paz) é
o mundo interno. Os quatro pontos cardeais do templo são:
1. No corpo, a Cabeça, que corresponde ao Oriente,
2. o Baixo-ventre, ao Ocidente,
3. o lado Direito, ao Sul, e
4. o Esquerdo, ao Norte.
Os Construtores do Templo são os átomos construtores no corpo físico. Os
Três Diretores do Templo são: Salomão, que representa o Saber; Hiram, rei de Tiro,
o Poder; e Hiram Abiff, o Fazer. Os três representam, ainda, a FÉ, ESPERANÇA E
CARIDADE.
Os obreiros dividiam-se em três categorias.
1. Os aprendizes trabalham na parte inferior do corpo: o ventre;
2. os companheiros na parte média: o tórax; e
3. os mestres, na parte superior: a cabeça.
As duas colunas do Templo são os dois pólos: o passivo e o positivo,
representados pelas pernas esquerda e direita.
A Câmara do Meio é o "Lugar Secreto", ou o mundo Interno do Homem, no
coração ou peito.
Cada categoria percebia seu salário, relativo ao seu trabalho e à sua palavra
sagrada.

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Os aprendizes recebiam-no segundo a sua FÉ.
Os Companheiros, segundo a sua ESPERANÇA, e
os Mestres, segundo o seu AMOR.
Apesar do grande número de obreiros dentro deste Templo, todos trabalham
silenciosamente, na Obra do Grande Arquiteto, e não se ouve nenhum ruído,
PORQUE ESTE TEMPLO NÃO FOI, NEM É CONSTRUÍDO POR MÃOS
HUMANAS, NEM POR INSTRUMENTOS MATERIAIS E METÁLICOS.
Sete anos durou a construção do Templo, porque o resultado da genuína e
Verdadeira Iniciação se obtém depois de sete anos, que são necessários para a
limpeza dos átomos inferiores e para dar lugar aos átomos superior.
Hiram Abiff, "o filho da viúva", é o Espírito que nasce e se manifesta na
MATÉRIA ou MATER MÃE, sem a vontade da carne. É a Mãe Sempre Virgem,
porque o Eu SOU ENTRA E SAI DELA, e Ela continua sempre Virgem.
O Lugar escolhido para a construção foi o monte MÓRIA, que significa
"Visível ao Senhor", ou "Escolhido do Senhor".
Ao aproximar-se o momento do triunfo final, acometem ao Iniciado as três
tentações no deserto da matéria, que são a ignorância, o fanatismo e a ambição, ou
os três companheiros que querem obter o salário de Mestre.
Cada defeito estava armado com um instrumento.
 A ignorância atacou o lado direito projetor do poder positivo com uma
régua de 24 polegadas, que representa o dia de 24 horas, e, ferindo a
mão de Hiram, inutilizou a obra, ou o instrumento da obra, que é a
mão.
 O fanatismo golpeou o coração com o esquadro, que é o símbolo do
homem inferior, dominado pelo seu fanatismo; o esquadro é a forma
material, é o conhecimento intelectual, que é necessário ao homem,
porém, este, na maioria das vezes, se esquece do COMPASSO, que

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representa a Intuição Divina. Ao golpear o coração, mata nele a
tolerância e o amor.
 A ambição golpeou-lhe a cabeça com a malhête, representando neste
ato a vontade mal dirigida e mal dominada. Uma vez morta a
CONSCIÊNCIA, os três tratam de relegar o fato ao esquecimento,
"sepultando o corpo do Mestre".
Mas as doze faculdades do Espírito, ou os doze Mestres, começam a busca.
Os três primeiros, que são a FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE, eliminam do corpo os
três vícios, e os outros nove exaltam a Luz Interior, sepultada.
Conclusão
Finalmente, temos de reparar que o som M..., tal como o “N” (a níveis
diferentes), sempre esteve, em muitas civilizações e respectivas línguas, associado
à ideia de “Mãe” e “Ancestralidade”, a algo que é primitivo, remontando aos
primórdios do Universo.
Para os hindus, o som “M” é particularmente importante, uma vez que todos
os Mantras dos Chackras terminam com ele: Lam, Vam, Ram, Yam, Ham, Aum...
Em hebraico e aramaico, «Mãe» diz-se AM e AMA, respectivamente. E o
próprio nome hebraico da letra M significa ÁGUA, que em quase todas as mitologias
é considerada a substância primordial, e obviamente o lugar onde toda a Vida
começou. E não esquecer a Deusa Primordial TIAMAT das mitologias suméria e
babilónica, cujo nome significa «Mãe-Vida» ou «VidaMãe» (TI=vida, AMAT=mãe).
Uma máxima mística para os Ir:. refletirem:
“NASCEMOS PARA MORRER, E MORREMOS PARA NASCER”!!
Trata-se do terceiro e último Grau do Simbolismo. Para muitos Irmãos,
principalmente para os adeptos dos três Graus, é o coroamento final do aprendizado
maçônico. Nas Potências ou Obediências Simbólicas é o Grau em que é concedida
ao Iniciado a plenitude dos direitos maçônicos e obviamente a contrapartida dos
deveres maçônicos.

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O Grau é muito esotérico e é dedicado inteiramente ao espírito.
Neste Grau aparece pela primeira vez a pregação de uma doutrina através de
uma lenda. Trata-se da Lenda de Hiram.
Em termos iniciáticos, o Perfeito e Sublime Maçom é aquele que procura a
Palavra Perdida. A lenda do grau diz que esse título foi criado por Salomão
justamente para premiar os Mestres que encontraram a Palavra Sagrada oculta por
Enoque na Abóbada Sagrada.
Ela diz, em resumo, que após a construção e a consagração do templo De
Jerusalém, a maioria dos mestres que fora elevada ao grau de Cavaleiro do Arco
Real, voltou para suas terras. A maçonaria que o Rei Salomão havia desenvolvido
com a construção do Templo de Jerusalém disseminou-se por toda parte e perdeu
qualidade, porque seus segredos foram compartilhados por muitos iniciados sem
mérito.
Várias disputas e cisões acabaram por desvirtuar os ensinamentos da
Irmandade. Somente os eleitos que prometeram e cumpriram o juramento do grau
perseveraram na prática da verdadeira Arte Real e as transmitiram a uns poucos.
Quando o Templo de Jerusalém foi tomado pelas tropas do rei
Nabucodonosor, da Caldéia, foram esses poucos eleitos que defenderam o Altar do
Santo dos Santos, onde o Nome Sagrado estava gravado em uma pedra cúbica.
Por fim quando toda resistência se tornou inútil, eles mesmos penetraram na
Abóbada Sagrada e destruíram a pedra onde esse Nome Inefável fora gravado e
conservado durante 470 anos, 6 meses e 10 dias. Em seguida, sepultaram os
escombros em um buraco de 27 pés de profundidade para que, numa futura
restauração do Templo, ou da Aliança, sua posteridade pudesse recuperá-lo e
continuar a tradição. Destarte, o Nome Sagrado nunca mais foi escrito nem
pronunciado, mas apenas soletrado, letra por letra. E só os Perfeitos e Sublimes
Maçons ficaram conhecendo a grafia e pronúncia correta.
Assim, de uma forma sutil, quase impercebível, todos os graus das chamadas
Lojas de Perfeição exploram temas que tocam nesse assunto, pois o segredo
ritualístico desses graus está na metáfora da procura pela Palavra Perdida.

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Meus Irmãos; que o G:.A:.D:.U:. cuja sabedoria divina dirige suave e
poderosamente todas as coisas, nos abençoe e nos ilumine para que possamos
passar um pouco do nosso modesto conhecimento a todo irmão que queira fazer
progresso na nossa “Sublime Ordem”.
A Palavra Sagrada é uma palavra peculiar de cada Grau Simbólico e que
deve ser dita baixinho ao ouvido e com muita precaução (N. Aslan).
Segundo Mackey, temos: “termo aplicado à palavra capital ou mais
proeminente de um Grau, indicando assim seu peculiar caráter sagrado, em
contraposição à Palavra de Passe, que é entendida simplesmente como um mero
modo de reconhecimento. Diz-se muitas vezes, por ignorância, “Palavra Secreta”.
Todas as palavras importantes na Maçonaria são secretas. Mas somente algumas
são sagradas”. A transmissão da Palavra Sagrada é uma prática típica do Rito
Escocês Antigo e Aceito, a qual acabou, posteriormente, sendo absorvido, de modo
similar, pelo Rito Brasileiro. O Ritual de Emulação não contém essa prática.
De acordo com Mestre José Castellani, o REAA colocou, ritualisticamente,
dentro dele, a pratica dos canteiros da Idade Média. Eles desbastavam a pedra
bruta, transformando-a em pedra cúbica que devia estar dentro do “esquadro”, ou
seja, seus cantos deviam formar 90 graus. Portanto, o “Nível” (horizontalidade) e o
“Prumo” (verticalidade) eram usados para assegurar a perfeição na construção.
Desse modo, os Vigilantes todo dia de manhã, no início dos trabalhos, e a
tarde, no seu término, verificavam se as medidas estavam corretas e eram passadas
um para o outro, e posteriormente ao Mestre de Obras, dizendo que “Tudo Está
Justo e Perfeito”.
Como foi dito, o REAA colocou de modo similar e ritualisticamente, a
transmissão da Palavra Sagrada, no início e no térmico das Sessões de uma Loja,
indo do Venerável Mestre para o Primeiro Vigilante e para o Segundo Vigilante,
como prova de regularidade e penhor de que o trabalho está sendo bem executado
(Castellani). Obviamente, a palavra é somente transmitida ao Segundo Vigilante sem
que este tenha “posse” da mesma. Portanto, uma Sessão pode ser encerrada, caso
necessário, por golpe de malhete, sem a mínima preocupação.

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Fontes Bíblicas e a Lenda
O relato bíblico tece louvores à habilidade profissional de Hiram, contudo, por
ocasião da consagração do Templo, não é mencionado.
Em torno desse personagem, criou-se a Lenda de Hiram Abiff, que o dá
como tendo sido assassinado por três maus companheiros. Lenda é um relato
fantasioso que parte de um fato verídico; Hiram o arquiteto existiu; a história dos
Hebreus o refere; e ele foi assassinado por três construtores porque ele era o único
que sabia decifrar as escrituras do templo de Salomão, as quais alguns tinham
cobiça. Alguns autores referem que teria sido a Lenda criada para dar sustento
político à casa real dos Stuart.
Simbologia Maçônica
Um dos Landmarks determina que seja observada essa Lenda. Na realidade
ela possui uma simbologia esotérica e toda liturgia iniciática maçônica a envolve.
O Assasinato
Os nomes dos três companheiros que assassinaram a Hiram Abiff seriam
Jubela, Jubelo e Jubelum; deram origem aos sinais (posturas) dos três primeiros
Graus maçônicos, simbolizando o corte da garganta; a extração do coração e a
dilaceração do ventre, forma como Hiram teria sido assassinado, dentro da Lenda de
Hiran Abiff, conhecida como Lenda do Terceiro Grau.
Na lenda de Hiram Abiff, surgem três "Assassinos", que feriram a morte o
Mestre, através de golpes com instrumentos de trabalho, a régua, o esquadro e o
maço. Todos os golpes contribuíram para essa morte e todos os produziram com
excessivo dolo. Diz-se em maçonaria, "Assassino", aquele que "trai" os ideais
maçônicos, pois "destrói" a vida espiritual.
Simbolismo da palavra Abiff
Trata-se de uma palavra composta das iniciais extraído de outras quatro
palavras: Aleph, Beth, Iod e Vav, todas hebraicas. O interesse maçônico diz respeito
a Hiram Abif. Significa "seu pai". É também, um título de respeito. O Rei de Tiro ao

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referir ao seu artífice chama-o de "meu pai Hiram". No Livro de Crônicas, é chamado
de "Seu Pai, Hiram Abiff". O sobrenome resulta em seu título de honra: Hiram, o pai
da construção do Grande Templo.

A sigla M.’. e a Lenda
A sigla é a palavra de passe do grau Mestre na Ordem Maçônica, já que a
palavra original se perdeu com a morte de Hiram Abif. O significado da sigla aparece
na lenda de Hiram Abiff, no momento em que o corpo do Mestre é encontrato, sete
dias após o assassinato.
O que existe de verdade é que a Maçonaria adota princípios e conteúdos
filosóficos milenares, que foram adotados por instituições como as "Guildas" (na
Inglaterra), Compagnonnage (na França), Steinmetzen(na Alemanha). O que a
Maçonaria fez foi adotar todos aqueles sadios princípios que eram abraçados por
instituições que existiram muito antes da formação de núcleos de trabalho que
passaram à história como o nome de Maçonaria Operativa ou de Ofício.
Versões da Palavra Sagrada M.’.
 Hebreu: MAH-HA-BONE (Mah-Hah-Bone, Mahabone): Significado: «O quê?
O construtor?!». Segundo a Lenda Maçónica, esta foi a frase dita por um dos
companheiros quando descobriram o corpo de Hiram Abiff.
 Hebreu: MAHABONE (forma alternativa de Mah -Ha-Bone): Substitui a
Palavra Perdida, ou o Nome Oculto de Deus (JAH-BUL-ON).
 Hebreu: MAHABEN ou MABENAH: Significado: «O quê? O Fi lho?!», ou
«Arquiteto» (Construtor, Maçon.)
 Hebreu: MAKBENAH (Macbenah, Mak -Benah, Macbena): Nome de uma
personagem bíblica misteriosa.
 Gaélico: MAC BENACH (Macbenach, Machben, Machbinna): Significado:
«Filho Abençoado», um título que pode estar relacionado com o deus celta
MABON, chamado «o Filho Divino» ou «Filho da Luz».

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 Galês: MABON: Mabon, também chamado Maponos e pelos irlandeses de
Aengus mac Og, estava intimamente associado aos deuses da fertilidade e
dos ritmos de vidamorte-ressurreição (Dioniso, Thamuz / Dumuzi, Osíris, etc),
pelo que é bastante notável a sua íntima relação com a Palavra Sagrada
maçónica. Um dos seus nomes era “Mabon ap Modron” (Grande Filho da
Grande Mãe), da mesma forma que Hiram Abiff, o “deus sacrificado” dos
Maçons, era chamado de Filho da Viúva. É possível que esta “Grande Mãe” e
“Viúva” fosse uma nova versão da Maria Madalena do NT. É também
interessante reparar que tanto o nome de Mabon como o nome da sua mãe,
Modron, começam por “M”. Assim, estamos em presença de um M.’.M.’.
oculto. E não esquecer o nome “wicca” para o Equinócio de Outrono, Mabon.
 Versão de Aleister Crowley: MABN (Mabon): Significado: MA (mãe) + AB
(pai) = BN (filho). O Filho (a Luz) procede do Pai (Phallos) quando este se une
à Mãe (Kteis).
 Hebreu: MOABON (Moab-On): Significado: «Moab» + «On». Esta palavra é
derivada diretamente de duas outras: MOAB, antigo nome de uma região
vizinha de Israel, e ON, um conhecido nome do Deus Sol, Shamash ou
CHEMOSH, que era venerado pelos Moabitas. Segundo Albert Pike, Moab -
On significa “emanação de energia viril”, o que tem lógica tendo em conta que
esta Palavra é transmitida ao novo Mestre quando é erguido da sepultura.
NUN, que significa “Peixe” (IChThUS?!), e que corresponde ao Escorpião
(morte) e à Fénix (ressurreição). Εγειραι και Περιπατει (Egeirai kai Peripatei),
que significa “Levanta-te e anda!”, e que foram as palavras ditas por São
Pedro ao curar um coxo à porta do templo. A este respeito consultar a Bíblia,
Atos 3:1-7. Também a forma grega do nome Hiram (Χειραµ), e a palavra
“imperecível” (Απαραβατος)
 Hebreu: MAKABI (Maccabi, Maccabee): Significado: Notarikon da expressão
“Mai Kamokhah Ba’alim YHWH”, que significa «Quem se assemelha a Ti
entre os fortes, ó Deus?» (Êxodo 15:11).

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 Hebreu / Sânscrito: MUAUM: Significado: A palavra do Neófito, usada na
A.’.A.’. (Argenteum Astrum). Esta palavra é uma modificação da Palavra ou
Som Primordial dos hindus, AUM ou OM,
 Persa: MATHRA (Mathrem, Mathra Spenta): Significado: «Palavra» ou
«Palavra Sagrada». Provavelmente escrito como MThRA ou MThRM. Esta
palavra está intimamente relacionada com o termo sânscrito MANTRA, que
designa uma palavra ou frase sagrada que se acredita possuir poderes
mágicos, ou ser uma ferramenta útil para atingir outros estados de
consciência. MAHRASPAND, ou MATHRA SPENTA (“Palavra Sagrada”), é o
nome do 29° dia nos meses do Calendário Zoroastriano Fasli, dia esse que
está associado aos textos sagrados que conduzem a alma à Perfeição.
Considera-se que o dia Mahraspand é regido pelo Amesha Spenta (Imortal
beneficiente) chamado Spenta Armaiti, ou “Devoção Beneficiente”, que
preside sobre a Terra. MATHRA ou MATHREM é também considerada uma
palavra sagrada por alguns Rosa+Cruzes, à semelhança da palavra M.’. dos
Mestres Maçons. Mathrem especialmente é vista como uma espécie de
Tetragrama Sagrado (MaThReM como um reflexo de INRI e IHVH).
Maçonaria operativa
A origem se perde na Idade Média, se considerarmos as suas origens
Operativas, ou seja associação de cortadores de pedras verdadeiros, que tinha
como ofício a arte de construção de castelos, muralhas etc.
Na Idade Média o ofício de pedreiro era uma condição cobiçada para classe
do povo. Sendo esta a única guilda que tinha o direito de ir e vir. E para não perder
suas regalias o segredo deveria ser guardado com bastante zelo.
Após o declínio do Império Romano, os nobres romanos afastaram-se das
antigas cidades e levaram consigo camponeses para proteção mútua para se
proteger dos bárbaros. Dando início ao sistema de produção baseado na
contratação servil Nobre-Povo (Feudalismo)
Ao se fixar em novas terras, Os nobres necessitavam de castelos para sua
habitação e fortificações para proteger o feudo. Como a arte de construção não era

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nobre, deveria advir do povo, e como as atividades agropecuária e de construção
não guardavam nenhuma relação, uma nova classe surgiu: Os construtores,
herdeiros das técnicas romanas e gregas de construção civil.
Outras companhias se formaram: artesão, ferreiro, marceneiros, tecelões
enfim, toda a necessidade do feudo era lá produzida. A maioria das guildas limitava-
se no entanto às fronteiras do feudo.
Já as guildas dos pedreiros necessitavam mover-se para a construção das
estradas e das novas fortificações dos Templários. Os demais membros do povo
não tinham o direito de ir e vir, direito este que hoje temos e nos é tão cabal. Os
segredos da construção eram guardados com incomensuável zelo, visto que, se
caísse em domínio público às regalias concedidas à categoria, cessariam. Também
não havia interesse em popularizar a profissão de pedreiro, uma vez que o sistema
feudal exigia a atividade agropecuária dos vassalos
A Igreja Católica Apostólica Romana encontra neste sistema o ambiente ideal
para seu progresso. Torna-se uma importante, talvez a maior, proprietária feudal,
por meio da proliferação dos mosteiros, que reproduzem a sua estrutura. No interior
dos feudos, a igreja detém o poder político, econômico, cultural e científico da
época.
Maçonaria especulativa
A Maçonaria Especulativa corresponde a segunda fase, que utiliza os
moldes de organização dos maçons operativos juntamente com ingredientes
fundamentais como o pensamento iluminista, ruptura com a Igreja Romana e a
reconstrução física da cidade de Londres, berço da maçonaria regular.
Com o passar do tempo as construções tornavam -se mais raras. O
feudalismo declinou dando lugar ao mercantilismo. Com consequência o
enfraquecimento da igreja romana. Havendo uma ruptura da unidade cristã advindas
da reforma protestante.

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Superada a tragédia da peste negra que dizimou a população mundial,
particularmente da Europa, teve ínicio o Iluminismo no século XVIII, que enfatizou a
razão e a ciência para explicar o Universo, em contraposição à fé.
A Inglaterra surge como o berço da maçonaria especulativa regular durante a
reconstrução da cidade após um incêndio de grandes propoções em sua capital
Londres em setembro de 1666 que contou com muitos pedreiros para reconstruir a
cidade nos moldes medievais.
Para se manter foram aceitas outras classes de artífices e essas pessoas
formaram paulatinamente agremiações que mantinham os costumes dos pedreiros
nas suas reuniões, o que diz respeito ao reconhecimento dos seus membros por
intermédio dos sinais característicos da agremiação.
Essas associações sobreviveram ao tempo. Os segredos das construções
não eram mais guardados a sete chaves, eram estudados publicamente.Todavia o
método de associação era interessante, o método de reconhecimento da maçonaria
operativa era muito útil para o modelo que surgiu posteriomente. Em vez de erguer
edifícios físicos, catedrais ou estradas, o objetivo era outro: erguer o edifício social
ideal.
Guilda
As guildas, corporações artesanais ou corporações de ofício, eram associações
de artesãos de um mesmo ramo, isto é, pessoas que desenvolviam a mesma
atividade profissional que procuravam garantir os interesses de classe. Ocorreram
na Europa, durante a Idade Média e mesmo após. Obs.: Cada cidade tinha sua
própria corporação de ofício. Essas corporações tinham como finalidade proteger
seus integrantes.
História
As primeiras guildas surgiram para direito do trabalhador (o mais antigo
testemunho das guildas chegado a nós data de 779 d. C., mas as fontes não
conseguem confirmar o local onde surgiram). Apesar de a maioria das guildas

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limitar-se às fronteiras da cidade ou comuna, algumas formaram-se sobre espaço
geográfico amplo, por vezes uma nação inteira.
Também havia as associações de mercadores, ou hansas, que monopolizavam
determinados trechos de comércio. O segredo industrial era parte importante da
instituição das guildas. A passagem para o grau de mestre normalmente acontecia
com a revelação destes segredos.
Hierarquia nas guildas
Aprendizes: Os aprendizes iniciavam seu treino ainda na infância, quando
passavam para a tutela de um mestre; com o tempo e longo aprendizado, podiam
chegar a mestres também, se fossem aprovados num exame da corporação (a obra-
prima). Normalmente os aprendizes eram filhos ou parentes do mestre. Eles
trabalhavam recebendo, em troca, comida, moradia, etc.
Mestres: Os mestres eram os donos das oficinas, devidamente licenciados
como sábios na atividade.
Artesãos: Os artesãos eram trabalhadores pagos que embora terminado o
seu aprendizado, não possuiam oficinas próprias.
Jornaleiros: Pessoas que trabalham temporariamente nas oficinas para
ganharem gorjetas.
Estrutura e objetivos da Maçonaria
A maçonaria exige de seus membros, respeito às leis do pais em que cada
maçom vive e trabalha. Os princípios Maçónicos não podem entrar em conflito com
os deveres que como cidadãos têm os Maçon. Na realidade estes princípios tendem
a reforçar o cumprimento de suas responsabilidades públicas e privadas.
Induz seus membros a uma profunda e sincera reforma de si mesmos, ao
contrário de ideologias que pretendem transformar a sociedade, com uma sincera
esperança de que, o progresso individual contribuirá, necessariamente, para a
posterior melhora e progresso da Humanidade. E é por isso que os maçons jamais
participarão de conspirações contra o poder legítimo, escolhido pelos povos.

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Para um maçom as suas obrigações como cidadão e pai de uma família,
devem, necessariamente, prevalecer sobre qualquer outra obrigação, e, portanto,
não dará nenhuma proteção a quem agir desonestamente ou contra os princípios
morais e legais da sociedade.
Em função disso, os objetivos perseguidos pela maçonaria são:
 Ajudar os homens a reforçarem o seu caráter,
 Melhorar sua bagagem moral e espiritual e
 Aumentar seus horizontes culturais.
A maçonaria universal utiliza o sistema de graus para transmitir os seus
ensinamentos, cujo acesso é obtido por meio de uma Iniciação a cada grau e os
ensinamentos são transmitidos através de representações e símbolos.
Obediências Maçônicas
A Maçonaria Simbólica, aquela que reúne os três primeiros graus, se divide
em Obediências Maçônicas designadas de Grande Loja, Grande Oriente ou Ordem,
que são unidades administrativas diferentes, que agrupam diversas Lojas, mas que
propagam os mesmos ideais.
Além da Maçonaria Simbólica, e conforme o rito praticado, existem os Altos
Graus, que se subordinam a outras entidades, sendo comum que os Supremos
Conselhos mantenham relações de reconhecimento entre si, bem como celebrem
tratados com os corpos da Maçonaria Simbólica.
Lojas Maçônicas
Cada Loja Maçónica é composta pelo
 Venerável Mestre (ou Presidente), que preside e orienta as sessões.
 Primeiro Vigilante, que conduz os trabalhos e trata da organização e disciplina
em geral
 Segundo Vigilante, que instrui os aprendizes.

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 Orador, que sumariza os trabalhos e reúne as conclusões é coadjuvado pelo
Secretário
 Secretário, que redige as atas e trata da sua conservação e é responsável
pelas relações administrativas.
 Mestre de Cerimônias, que introduz os irmãos na loja e conduz aos seus
lugares os visitantes, e ajuda o Experto nas cerimônias de iniciação,
 Tesoureiro, que recebe as quotizações e outros fundos da loja e vela pela sua
organização financeira.
 Guarda do Templo (que alguns Ritos e lojas é só externo noutros é externo e
interno e ainda noutros ambos são ocupados por irmãos diferentes) e que
vela pela entrada do Templo são outros oficiais igualmente importantes.
Os cargos do Venerável Mestre ao Segundo Vigilante são chamados as luzes da
oficina, os demais cargos são chamados de oficiais.

Ritos Maçônicos
De entre os principais, praticados no Brasil, destacam-se:
 Rito Escocês Antigo e Aceito; mais praticado no Brasil
 Rito Brasileiro; criado em 1904 pelo General Lauro Sodré
 Rito de York; mais praticado no Mundo - Origem Inglesa
 Rito Schröder; Origem Alemã
 Rito Moderno;
 Rito Adonhiramita;
 Rito Antigo e Primitivo de Memphis-Misraïm;

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No mundo, já existiram mais de duzentos ritos, e pouco mais de cinquenta
são praticados atualmente. Os mais utilizados são o Rito de York, o Rito Escocês
Antigo e Aceito e o Rito Moderno (também chamado de Rito Francês ou Moderno na
Europa). Juntos, estes três ritos detém como seus praticantes mais de 99% dos
maçons especulativos.
RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO
Derivou-se do rito de heredon. Em 1º de maio de 1786 foram fixadas as
regras e seus fundamentos, composto até hoje de 33 graus. Atualmente é o rito mais
difundido nos países latinos.
A origem do rito escocês antigo e aceito está diretamente ligada as cruzadas.
Devia fazer-se sentir, não só entre os artífices, mas ainda entre os nobres que
também conheceram na palestina, formas de associações novas e, uma vez de volta
a europa constituíram ordens, semelhantes às do oriente, nas quais admitiram logo
outros iniciados. É assim que em 1196, fundou-se na escócia a "ordem dos
cavaleiros do oriente", cujos membros tinham como ornamento uma cruz
entrelaçada por quatro rosas. Dizem que essa ordem trazida da terra senta, pelo ano
de 1188 da era cristã, da qual o rei eduardo i da inglaterra.
O rito escocês antigo e aceito resolveu definitivamente o problema que tinha por
objetivo conservar na maçonaria os ensinamentos filosóficos que, há séculos, se
agruparam em torno do pensamento primitivo e simples, em que a maçonaria está
estabelecida. Cada iniciação evoca a lembrança de uma religião, de uma escola, ou
de alguma instituição da antigüidade. Estão em primeiro lugar as doutrinas judaicas.
Vêem em seguida os ensinamentos baseados no cristianismo e representados,
sobretudo pelos rosa-cruz, esses audazes naturalistas que foram os pais do método
de observação e procura da verdade, de onde saiu a ciência moderna. Portanto, as
iniciações do escocismo reportam-se aos templários, esses cavaleiros hospitalares e
filósofos nos quais os maçons dos altos graus glorificam a liberdade do pensamento
corajosamente praticada numa época de terrorismo sacerdotal.
O RITO BRASILEIRO

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Alguns estudiosos falam de sua instalação em 1864 no estado de
pernambuco, com o nome de maçonaria especial do rito brasileiro.
Oficialmente tem-se a data de 23 de dezembro de 1944 como de sua criação,
através do decreto Nº 500 do soberano grão-mestre lauro sodré.
Dos diversos ritos praticados pela maçonaria regular, em todos os recantos
da terra, o rito brasileiro é um deles. O rito brasileiro há muito tempo é regular, legal
e legítimo. Acata os landmarks e os demais princípios tradicionais da maçonaria,
podendo ser praticado em qualquer país.
Teria sido o embrião do rito brasileiro o apelo feito por um irmão lusitano, um
cavaleiro rosa cruz, no ano de 1864, dirigido aos orientes lusitano e brasil, no
sentido de que fosse criado um rito novo e independente, mantendo os três graus
simbólicos, de acordo com a tradição maçônica, comum a todos os ritos e, os
demais, altos graus, fossem diferenciados com características nacionais.
Em 1878, em recife surgiu a constituição da maçonaria do especial rito
brasileiro com aval de 838 obreiros, presidido pelo comerciante josé firmo xavier,
para as casas do circulo do grande oriente de pernambuco; esta constituição era
maçonicamente totalmente irregular, pois a mesma além de se assentar sob os
auspícios de sua majestade imperial dom pedro ii, imperador do brasil, da família
imperial e sua santidade sumo pontífice o papa, nela estava incluído vários preceitos
negativos, como por exemplo: a admissão somente de brasileiros natos, e em seu
artigo quarto afirmava que uma das finalidades do rito era defender a religião
católica e sustentar a monarquia brasileira. Evidentemente o rito não prosperou, pois
era irregular.
Atualmente o rito brasileiro é uma realidade vitoriosa. Possui organização e
doutrina bem estruturada, que muito se diferencia da organização e doutrina
incipientemente propostas ao longo de sua história. Solidamente constituído é
praticado por mais de 150 oficinas simbólicas distribuídas por quase todas as
unidades da federação
RITO DE YORK

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Acredita-se ter sido criado por volta de 1743. Foi levado à inglaterra por volta
de 1777. Inicialmente foi composto de quatro graus, hoje possui 13 e atualmente é o
rito mais difundido no mundo. Até 1744 possuía apenas os três graus simbólicos,
quando foram introduzidos vários graus filosóficos. Em 1813 reestruturou-se o rito
com 03 graus simbólicos mais um grau filosófico o royal arch. A data dessa
unificação foi 27 de dezembro de 1813, dia de são joão evangelista.
No brasil dizemos rito de york ao sistema maçônico que segue estritamente
as práticas inglesas, de um modo particular observando-se as cerimônias
tradicionais que recebem o nome geral de emulation working ("trabalhos de
emulação"). Emulação é o sentimento que nos estimula a superar algo, a sermos
perfeitos.
Em 1813, ao se unirem antigos e modernos, na solene afirmativa do act of
union foi dito, e até hoje é mantido como declaração preliminar no livro das
constituições da grande loja unida da inglaterra, que "a pura e antiga maçonaria
consiste de três graus e não mais, a saber, os de aprendiz registrado, companheiro
do ofício e mestre maçom, incluindo a suprema ordem do santo real arco”.
Fica desse modo bastante claro que, conforme os princípios ingleses (ou pelo
menos da grande loja unida), embora a complexa existência de círculos ou ordens
além do grau três, tais manifestações não são consideradas como puras, nem o arco
real é tido como um grau extra, mas sim uma ordem incluída nos três graus a que se
reduz a dita pura antiga maçonaria.
Paradigma estranho aos brasileiros, à medida que estamos acostumados às
diversas escalas da carreira maçônica ou graus, assim, por exemplo, os prestigiosos
33 graus do rito escocês antigo e aceito (reaa).
RITO SCHRÖEDER:
Criado por frederick louis schoröeder, em 1766 na alemanha, com a idéia de a
maçonaria conter apenas as suas características fundamentais iniciais, sem nenhum
acréscimo. Estudou muito as origens maçônicas para compor este rito.
Os rituais de schröder foram aprovados em 1801 pela assembléia dos
veneráveis mestres da grande loja de hamburgo, alemanha, sendo praticados por

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alemães e seus descendentes em diversos países. No brasil, com a colonização
germânica no rio grande do sul e em santa catarina, o rito estabeleceu-se
inicialmente no idioma alemão. Mais tarde foi traduzido para o português e hoje é
reconhecido pelas grandes lojas estaduais-cmsb, pelo g. O. B. E pelos grandes
orientes estaduais independentes - comab.
O ir schröder entendia a maçonaria como uma união de virtudes e não, uma
sociedade esotérica. Por isso, enfatizou no seu ritual o ensinamento dos valores
morais e a difusão do puro espírito humanístico, dentro do verdadeiro amor fraternal.
Preservando a importância dos símbolos e resgatando o princípio que afirma ser "a
verdadeira maçonaria a dos três graus de são joão".
Pelo seu trabalho e exemplo, o ir schröder é venerado e respeitado hoje,
como no passado, sendo homenageado pelas antigas lojas alemãs e por lojas e
irmãos de todo o mundo.
O rito schröder apresentou expressivo crescimento a partir de 1995, quando
havia cerca de 14 lojas no brasil.por utilizar um templo simples, com poucos
paramentos e cargos, torna-se muito mais fácil "trabalhar" em uma oficina schröder.
Tudo isso contribui para aumentar o número de oficinas que adotam o rito. Atento a
este movimento, o g. O. B. Criou em 1999 o cargo de grande secretário geral de
orientação ritualística-adjunto para o rito schröder, não por acaso, ocupado por um
dos integrantes do colégio de estudos.
Alguns aspectos principais chamam a atenção de todos os irmãos que entram em
contato com o rito: a simplicidade da liturgia, que em nada diminui sua beleza e
profundidade; as palavras amáveis do v.m. Ao iniciando e aos irmãos; a valorização
das qualidades morais do homem; o estímulo ao autoconhecimento.
RITO FRANCÊS OU MODERNO
A história deste rito se inicia em 1774, com a nomeação de uma comissão
para se reduzir os graus, deixando apenas os simbólicos. No princípio houve uma
forte oposição, então a comissão decidiu deixar quatro dos principais graus
filosóficos. Com o decorrer do tempo, lojas adotaram o rito e hoje em dia é muito
praticado na frança e nos países, que estiveram sob sua influência.

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O rito, embora criado sob moldes racionais, seguia a orientação dos demais,
em matéria doutrinária e filosófica, baseada, entretanto, na primitiva constituição de
anderson, com tinturas deístas, mas largamente tolerante, no que concerne à
religião.
Em 1815, ocorreria a regressão dogmática, que tanto influiria nos destinos da
maçonaria francesa: a grande loja unida da inglaterra, que surgira em 1813, da
fusão da grande loja dos "modernos" (de 1717) e a dos autodenominados "antigos",
de 1751, alterava a primitiva constituição de anderson, tornando-a absolutamente
dogmática e impositiva.
Ou seja: ao liberalismo e à tolerância da original compilação de anderson,
foram sobrepostos os teísmo pessoal, o dogmatismo e a imposição, incompatíveis
com a liberdade de pensamento e de consciência.
Apesar disso, quando o grande oriente promulgou, em 1839, seus primeiros
"estatutos e regulamentos gerais da ordem", estes conservavam o melhor da
tradição da maçonaria dos aceitos, dentro do espírito da original constituição de
anderson, de 1723.
Em 1872, depois de estudos iniciados em 1867, o grande oriente da bélgica
suprimia, de seus rituais, a invocação do gadu. Essa resolução aboliu a invocação,
mas não a fórmula do gadu, como freqüentemente se afirma. Era a tolerância,
elevada ao máximo, que motivava o grande oriente a rejeitar qualquer afirmação
dogmática, na concretização do respeito à liberdade de consciência e ao livre
arbítrio de todos os maçons.
O grande oriente e a grande loja da frança, porém, doutrinariamente,
continuam a manter a fidelidade àqueles antigos usos, relativos ao respeito à
liberdade absoluta de consciência.
A maçonaria francesa, tendo muitos aristocratas em seus quadros, embora
seu maior contingente fosse da burguesia, que faria a revolta, ao implantar o uso de
espadas em loja, pretendia mostrar que ali todos eram iguais, não havendo nobres
ou plebeus, ricos ou pobres, ficando, as ainda inevitáveis diferenças sociais e
econômicas para lá do limite dos templos.

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O rito moderno, hoje, o único fiel ao texto original das constituições de
anderson (1723), que traduziam os antigos usos e costumes da maçonaria e que se
tornaram o instrumento jurídico básico da moderna maçonaria.
O RITO ADONHIRAMITA
Criado pelo barão de tschoudy, ilustre escritor, em paris, frança, no ano de
1766. De caráter místico e cerimonial, atualmente só está em funcionamento no
brasil; este rito se originou em 1878 em recife, com o primeiro movimento maçônico
brasileiro, ficou adormecido até que em 1976 por iniciativa de lauro sodré, grão
mestre, deu o caráter de regular, legítimo e legal para o rito. Este sofreu ainda
atualizações, para a sua forma atual.
Ao lado do rito moderno, o rito adonhiramita foi um dos primeiros introduzidos
no brasil, precedendo, por pouco tempo, o primeiro, no início do século xix.
RITO DE MEMPHIS-MISRAIM
Esta obediência maçônica, que celebrou seu bicentenário em 1988, surgiu
quando os dois ritos, de memphis e de misraim, foram reunidos em 1881, por
giuseppe garibaldi, que se tornou seu primeiro grão-mestre.
O rito de misraim foi fundado em veneza em 1788. Sua filiação veio através
de cagliostro, que o erigiu com os graus menores da grande loja da inglaterra e os
altos graus da maçonaria templária alemã.
O rito de memphis foi constituído em montauban em 1815, por franco-maçons
que tomaram parte na missão do egito, com napoleão bonaparte, em 1799. A estes
dois ritos foram adicionados os graus iniciáticos que vieram de obediências
esotéricas do século xviii: o rito primitivo, o rito dos philadelphos, entre outros.
O RITO DE MISRAIM
A primeira menção ao rito foi feita em veneza em 1788. Ele se difundiu
rapidamente em milão, gênova e nápoles e apareceu na frança com michel
bedarride, que recebeu o grão-mestrado em 1810, em nápoles, do irmão de lasalle.
De 1810 a 1813 os três irmãos bedarride desenvolveram o rito em frança, de certa

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forma sob a proteção do rito escocês. Ilustres maçons pertenceram a ele, como o
conde muraire, soberano grande comendador do rito escocês antigo e aceito, entre
outros.
O RITO DE MEMPHIS
A maioria dos membros que acompanharam bonaparte na missão do egito
eram maçons pertencentes a antigos ritos iniciáticos: philalètes, irmãos africanos,
rito primitivo e grande oriente de frança. Tendo descoberto no cairo uma
sobrevivência gnóstico-hermética e no líbano a maçonaria drusa, que gérard de
nerval também encontrou, remontando à maçonaria "operativa" que acompanhava
os seus protetores, os templários, os irmãos da missão do egito decidiram renunciar
à filiação maçônica vinda da grande loja da inglaterra. E assim nasceu o rito de
memphis em 1815, em montauban, sob a direção de samuel honis e marconis de
negre, com numerosas lojas no exterior e personalidades ilustres em suas fileiras,
como louis blanc e giuseppe garibaldi, que em breve se tornaria o unificador de
memphis e de misraim.
O RITO DE MEMPHIS-MISRAIM
Os ritos de memphis e misraim, até 1881, seguiam rotas paralelas e
concertadas no mesmo clima particular. Os ritos começaram então a agrupar
maçons interessados no estudo do simbolismo esotérico da maçonaria, gnose,
cabala e até mesmo o hermetismo e o ocultismo.
O rito de memphis-misraim perpetua sua tradição na fidelidade aos princípios
de liberdade democrática e das ciências iniciáticas.
Alguns outros ritos derivaram da formulação original do rito de menphis e
miram.
Mênphis ou oriental: foi introduzido em marselha(frança) pelos maçons
marconis de négre e mouret, no ano de 1838; esse rito dirige seus ensinamentos
como o de mizraim para a tradição egípcia, compões-se de 92 graus, dividido em 3
séries.

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Mênphis-mizraim: rito criado com a reunião dos ritos de mênphis e mizraim
em 1899 no grande oriente da frança. Soberano santuário: termo específico do rito
de memphis-misraim. É a direção do rito como um todo, seguindo antigas tradições.
Mizraim-mênphis: rito criado com a reunião dos dois ritos, com conotação
mais voltada ao mizraim.
Os precusores do Rito Brasileiro
JOSÉ FIRMO XAVIER

LAURO NINA SODRÉ E SILVA
Lauro Nina Sodré e Silva, nascido em Belém (PA) a 17/10/1858, foi militar,
político e líder republicano. Seus primeiros estudos foram no Liceu Paraense,
seguindo, depois, a carreira de engenheiro militar, no curso da Escola da Praia
Vermelha, no Rio de Janeiro, onde ingressou em janeiro de 1877 e onde teve como
mestre o ilustre republicano e maçom Benjamin Constant, o que o levou (como a
tantos outros jovens oficiais e cadetes) a abraçar a causa da República e a doutrina
positivista de Comte.
Foi aluno brilhante (conseguiu distinção máxima em todos os anos) e oficial
republicano destemido; quando da campanha republicana, apesar de vigiado
pelos espiões da monarquia, sempre terminava os seus discursos, com invulgar
desassombro, dizendo estas palavras: "quem fez este discurso foi o tenente
Lauro Sodré".
Foi o primeiro governador do Estado do Pará, eleito pelo Congresso
Constituinte Paraense, a 23 de junho de 1891; foi, também, representante do
Pará na Constituinte da República e eleito quatro vezes senador, sendo três pelo
Pará e uma pelo Distrito Federal. Foi o único governador que se colocou contra o
golpe perpetrado por Deodoro a 3/11/1891, quando foi dissolvido o Congresso; os
demais governadores preferiram apoiar a arbitrariedade do que perder os seus
mandatos.

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Iniciado em 1º de agosto de 1888, na Loja Harmonia, de Belém, fundada em
1856, pelo famoso padre Eutíquio Ferreira da Rocha, tornou-se Grão-Mestre do
Grande Oriente do Brasil em 1904, sendo reeleito em 1907, 1910, 1913 e 1916,
não completando o último mandato, por ter sido eleito governador do Pará.
Proclamada a República foi secretário de Benjamin, no Ministério da Guerra,
ao tempo em que era nomeado lente catedrático da Escola Superior de Guerra. A
23 de junho de 1891, foi eleito governador do Pará, tendo sido, depois, o único
governador que se colocou contra o golpe de Estado perpetrado por Deodoro a 3
de novembro de 1891; por isso, foi deposto por forte expedição militar, quando
houve o contragolpe de 23 de novembro, com a queda de Deodoro e a derrubada
de todos os governadores, menos de Sodré.
Na cisão do Partido Republicano Federal, liderado por Glicério, Sodré ficou
ao lado deste e contra o presidente Prudente de Moraes, acabando por ser
escolhido, a 5 de outubro de 1897, como candidato à presidência da República.
Empunhando, todavia, o governo federal, as armas do estado de sítio, da pressão
e da fraude, conseguiu eleger Campos Salles. Por isso, o Grande Oriente,
liderado por Quintino e por Glicério, não tomou conhecimento da eleição de
Campos Salles.
Ele ainda seria senador em quatro oportunidades: uma pelo Distrito Federal
(1902) e três pelo Pará (1897, 1912 e 1922). Foi eleito e assumiu o cargo de
Grão-Mestre em 21/06/1904, sendo, sucessivamente, reeleito em 1907, 1910,
1913 e 1916. Ao ser eleito governador do Pará, em 1916, pediu exoneração do
cargo de Grão-Mestre do Grande Oriente. Com o golpe de 1930, abandonaria a
vida pública.
Faleceu em 16 de junho de 1944, na cidade do Rio de Janeiro.
ÁLVARO PALMEIRA
Nascido a 18 de julho de 1889, e falecido em 1992, Álvaro Palmeira foi
médico, professor e diretor de Faculdade de Medicina. Foi iniciado maçom através
da Loja "Fraternidade Espanhola", do Rio de Janeiro, a 9 de dezembro de 1920, e
teve, portanto, quase 72 (setenta e dois) anos de atividade maçônica, durante os

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quais exerceu grande influência sobre a Maçonaria brasileira, colecionando, graças
à sua atividade, amigos incondicionais e adversários irreconciliáveis, o que é próprio
dos homens com luz própria, que incomodam os medíocres.
Palmeira exerceu, praticamente, todos os altos cargos do Grande Oriente do
Brasil: conselheiro, deputado à Soberana Assembléia Federal Legislativa, Grão-
Mestre Adjunto e Grão-Mestre. Foi eleito Grão-Mestre Adjunto do Grande Oriente
do Brasil, em 1942, quando Joaquim Rodrigues Neves (que já vinha exercendo,
interinamente, o Grão- Mestrado) foi eleito Grão-Mestre. No início de 1944,
Rodrigues Neves teve que enfrentar a ameaça de uma nova dissidência, liderada
por Octaviano Bastos e Alexandre Brasil de Araújo, culminando por suspender, por
dois anos, os direitos maçônicos de todos os participantes do movimento, através
do Ato nº. 1.842, atendendo a uma resolução do Conselho Geral, de 22 de março
de 1944. E complementou a ação, a 25 e 30 de março, com a suspensão de
Dilermando de Assis (Ato nº. 1.843) e do Grão-Mestre Adjunto, Álvaro Palmeira
(Ato Nº. 1.845), suspeitos de integrar o movimento, por discordância da atuação do
Grão-Mestre. Mas, a 18 de maio de 1945, sob a liderança de Palmeira e Octaviano,
era fundada a Grande Loja do Brasil, que teria vida curta.
A 13 de março de 1948, então, era criado o Grande Oriente Unido, do qual,
além de Palmeira, faziam parte José Benedito de Oliveira Bomfim, Osmane Vieira
de Resende e Moacyr Arbex Dinamarco, que, posteriormente, estariam à frente
dos destinos do Grande Oriente do Brasil. No início de 1950, a quase falida Grande
Loja do Brasil era absorvida pelo Grande Oriente Unido. Esta dissidência duraria
até 1956, quando Palmeira era o seu Grão-Mestre. A 22 de dezembro desse ano,
pelo decreto nº. 1.767, era aprovado o Convênio para incorporação e
reincorporação, ao Grande Oriente do Brasil, das Lojas do Grande Oriente Unido,
com base no tratado ajustado a 27 de fevereiro de 1954, que havia sido acertado
entre o Grão-Mestre do GOB, almirante Benjamin Sodré, e Leonel José Soares.
Esse Convênio foi assinado no mesmo dia 22 de dezembro, pelo então Grão-
Mestre, Ciro Werneck de Sousa e Silva, e pelo Grande Secretário, Antônio Astorga,
representando o GOB, e pelo Grão-Mestre Álvaro Palmeira e pelo Grande
Secretário Abelardo Albuquerque, representando o Grande Oriente Unido.

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Retornando ao Grande Oriente do Brasil, Palmeira, por sua incontestável
capacidade de liderança, tornou-se um nome proeminente e quase oracular na
Obediência. Graças a isso, em 1963, era eleito Grão-Mestre Geral, tendo, como
Adjunto, Erasmo Martins Pedro, para um mandato de cinco anos. Na alta
administração, chamados a colaborar com o Grão-Mestre, estavam nomes como
Antônio Tarcílio de Arruda Proença, Tito Áscoli de Oliva Maia, Severo Coelho de
Sousa, Moacyr Arbex Dinamarco, Osmane Vieira de Resende, Cândido Ferreira de
Almeida, José Eduardo de Abreu, Paulo Maia Lucas, Abelardo Almeida
Albuquerque, Ariovaldo Vulcano, Djalma Santos Moreira, Lysis Brandão da Rocha,
Rudolf Wensche e Oscar Argollo. Muitos eram remanescentes do Grande Oriente
Unido, destacando-se: Tarcílio Proença, como 1º. Grande Vigilante, Dinamarco,
como Grande Secretário de Administração, e Osmane, como Grande Secretário da
Guarda dos Selos.
Em sua administração, agitada, em seu início, pelo golpe de 1964, Palmeira
tratou da construção do prédio em terreno do GOB, no bairro de Fátima, da
construção do palácio Tiradentes, em Belo Horizonte, do início da construção no
terreno do GOB, em Brasília, e da questão da desapropriação do Palácio do
Lavradio, para a remodelação urbana do Rio de Janeiro. Em relação ao Lavradio,
ele comunicava, em seu relatório anual de 1965, que o governador do Estado já
havia dado ordem para que o prédio fosse resguardado da demolição. Em relação
a Brasília, comunicava que uma parte do plano de construção, à avenida W-5,
estava realizada e, nela, as Lojas funcionavam.
Em sua gestão, também foi criada a Editora Maçônica do GOB, através do
Ato nº. 2.761, de 12 de julho de 1965. A 22 de novembro de 1966, pelo Ato 2.809,
era inaugurado o escotismo no GOB e criado o Departamento Escoteiro. A 12 de
outubro de 1967, o Ato nº. 2.841, criava o Grêmio de Radioamadores do Grande
Oriente do Brasil. E, a 10 de outubro, nos termos do art. 132 da nova Constituição
do GOB (promulgada a 21 de abril), era criado o Superior Tribunal Eleitoral.
A 28 de janeiro de 1968, Dinamarco era eleito Grão-Mestre, derrotando o
candidato oficial, Célio Cordeiro. Mas, antes de entregar o primeiro malhete da
Obediência ao seu sucessor, Palmeira, a 19 de março de 1968, pelo Decreto nº.
2.080, renovava, em seus objetivos, o Ato nº. 1.617, de 3 de agosto de 1940, como

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o marco inicial do Rito Brasileiro, constituindo, então, uma comissão especial,
composta de 15 obreiros, para rever a Constituição do rito, publicada pelo GOB em
1940. A Comissão, que iria constituir o núcleo inicial do Supremo Conclave, era
composta dos seguintes nomes: almirante Benjamin Sodré, deputado Erasmo
Martins Pedro, general Tito Áscoli de Oliva Maia, Adhmar Flores, Alberto Alves
Sarda, Álvaro de Melo Alves Filho, Ardvaldo Ramos, Cândido Ferreira de Almeida,
Edgard Antunes de Alencar, Humberto Chaves, Jorge de Bittencourt, Jurandyr
Pires Ferreira, Norberto dos Santos e Oscar Argollo. O decreto estabelecia,
também, que o Grão-Mestre Palmeira, por ser o remanescente do adormecido
Conclave de 1940, seria o assessor da Comissão.
Ainda na gestão de Palmeira, a 11 de junho de 1968, pelo decreto nº. 2.085,
era permitido, aos Mestres eleitos para o Veneralato de Loja, o uso da sigla M.'. I.'.
(Mestre Instalado) ao mesmo tempo em que era editado o ritual de Instalação, que
é próprio do Rito de York e que foi enxertado nos outros ritos, graças a essa
iniciativa, pois isso não existia no GOB, até essa data. E na sessão do Ilustre
Conselho Federal, realizada em maio de 1968, pouco antes do término de seu
mandato, Palmeira exibiu a nova planta da cidade do Rio de Janeiro, resguardando
o Palácio Maçônico do Lavradio. Conforme consta da ata, "todas as plantas
anteriores da cidade traziam consigo a demolição do Palácio Maçônico, mas a
atual resguarda, até final decisão, nossa Sede venerável". O tombamento do
Lavradio, resguardando a sede do GOB, ocorreu na gestão seguinte, de
Dinamarco. Mas as gestões para a sua preservação começaram com Palmeira,
queira ou não queiram os seus medíocres e raivosos adversários.
Graus Maçônicos
A maçonaria é composta por Graus Simbólicos e Filosóficos, variando o seu
nome e o âmbito de Rito para Rito.
A maçonaria simbólica compreende o seguintes três graus obrigatórios,
previstos nos landmarks da Ordem:
 Aprendiz;
 Companheiro;

60

 Mestre.
O trabalho realizado nos graus ditos "superiores" ou filosóficos é optativo e de
caráter filosófico.
Existem diversos sistemas de graus superiores, como o de 33 graus do Rito
Escocês Antigo e Aceito, o de 13 graus do Rito de York, o de 7 graus do Rito
Moderno e do Rito Escocês Retificado.

Maçonaria e religião
A Regularidade Maçônica
Constituição de Anderson - 1723.
A Maçonaria Universal, regular ou
tradicional, é a que professa pela via sagrada,
independentemente do seu credo religioso,
trabalha na sua Loja sob a invocação do Grande Arquitecto do Universo, sobre os
livros sagrados, o esquadro e o compasso. A necessária presença de mais do que
um livro sagrado no altar de juramento, reflete exatamente o espírito tolerante da
maçonaria universal e regular.
São os regulamentos consagrados na Constituição de Anderson,
considerados o fundamento e pilar da maçonaria moderna que obrigam à crença em
Deus. Consequentemente, o não cumprimento deste critério fica desde logo
designada a atividade maçônica como irregular.
Para ser membro da maçonaria não basta a autoproclamação, por isso é
necessário um convite formal e é obrigatório que o indivíduo seja iniciado por outros
maçons. Mantém o seu estatuto desde que cumpra com os seus juramentos e
obrigações, sejam elas esotéricas ou simbólicas, e esteja integrado numa Loja,
regular, numa Grande Loja ou num Grande Oriente, devidamente consagrados,
segundo as terminologias tradicionais, ditadas pelos Landmarks da Constituição de
Anderson

61

Na Maçonaria regular é exigida para que seus membros profetize uma religião
ou apenas crêem em um ser supremo, chamado pelos maçons de 'Grande Arquiteto
do Universo', título dado a Deus. Que está para além de qualquer credo religioso,
respeitando toda a sua pluraridade. A crença num ser supremo é ponto indiscutível
nos landmarks, para que se possa ser iniciado na maçonaria, uma realidade
filosófica mas não um ponto doutrinal.
Grande Arquiteto do Universo, etimologicamente se refere ao principal Criador
de tudo que existe, principalmente do mundo material (demiurgo) independente de
uma crença ou religião específica.
Assim, 'Grande Arquiteto do Universo' ou 'G.A.D.U.' é uma designação
maçônica para uma força superior, criadora de tudo o que existe. Com esta
abordagem, não se faz referência a uma ou outra religião ou crença, permitindo que
maçons muçulmanos, católicos, budistas, espíritas e outros, por exemplo, se reúnam
numa mesma loja maçônica. Para um maçom de origem católica, por exemplo,
G.A.D.U. o remete a Deus, enquanto que para um muçulmano se referiria a Alah.
Assim as reuniões em loja podem congregar irmãos de diversas crenças, sem
invadir ou questionar seus conteúdos.
Demiurgo
O Demiurgo é o grande artífice, o criador do Mundo inferior (ou material). É
considerado o chefe dos Arcontes possuindo sabedoria limitada e imperfeita. Para
os Neoplatónicos é o "logos" - primeira manifestação do absoluto. Numa
interpretação judaica é Jeová; para os cristãos é o Verbo conforme expresso no
Evangelho segundo João. Para os maçons é o Grande Arquiteto do Universo.
História
Segundo os Gnósticos, esta entidade seria o Deus do Velho Testamento da
Bíblia. Este ente tem a arrogância típica dos que se acham onipotentes. Criador de
tudo que conhecemos, acha que todos devem curvar-se a sua divindade: "Não terás
outros deuses diante de mim" é seu lema.

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No mito Gnóstico o Demiurgo foi gerado pelo eon Sophia após sua queda. Ao
ser gerado, criou o mundo material com o objetivo de aprisionar e governar as
partículas divinas provenientes de sua mãe (Sophia) na matéria.
Querendo que as Almas do Mundo sejam livres, Sophia rebela-se contra o
Demiurgo, e o verdadeiro Deus Inefável envia aos homens o seu filho mais querido,
o eon Christós ou Cristo que desce ao mundo material com o objetivo de transmitir a
"Gnosis" (conhecimento) às Almas para que elas tenham consciência de sua parcela
divina e partam para o Pleroma libertando-se do jugo do Demiurgo.
Com o objetivo de impedir que isso ocorra, o Demiurgo cria inúmeras ilusões
para afastar as Almas de sua legítima parcela divina, de modo que estas estejam
presas e sejam escravas do mundo material, tendo que sempre a ele retornar
(reencarnação). Desta forma esta entidade poderá ser o governante desta pequena
Esfera de Vida onde reina absoluto.
O Demiurgo possui um povo eleito: os judeus. A estes se revelou e os têm
como seu povo. Deu-lhes sua Lei (Lei de Moisés ou Torah) para a sua própria
maldição: "Olho por olho, dente por dente". Seu dia é sábado.
Possui vários nomes: Samael (deus cego), Yaldabaoth (criança do Caos),
Saclas, Saturno, Cronos, etc. Sua consorte é o demônio feminino Nebruel, que ao se
acasalar com ele, dá origem a doze eons.
No Evangelho Apócrifo de João, o demiurgo Yaldabaoth tem a aparência de
uma cobra com rosto de leão e seus olhos são como relâmpagos faiscantes.
Condenação Católica à Maçonaria
A Igreja Católica historicamente já se opôs
radicalmente à maçonaria, devido aos princípios
supostamente anti-cristãos, libertários e humanistas
maçônicos. A Enciclopédia Católica pontua:
O primeiro documento católico que condenava a
maçonaria data de 28 de abril de 1738. Trata-se da bula
do Papa Clemente XII, denominada In Eminenti Apostolatus Specula.

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Assim, estas citadas Sociedades ou Convenções têm causado na mente
dos fiéis a maior suspeita, e todos os homens prudentes e íntegros tem
apresentado o mesmo juízo sobre eles como sendo pervertidos e
depravados. Pois se eles não estão fazendo mal, então não deveriam ter
um ódio tão grande da luz.


—SS.
Clemente,
Papa XII
Papa Leão XIII, adversário ferrenho da maçonaria
Após essa primeira condenação, surgiram mais de 20 outras, sendo que o
papa Leão XIII foi um dos mais ferrenhos opositores dessa sociedade secreta e sua
última condenação data de 1902, na encíclica Annum Ingressi, endereçada a todos
os bispos do mundo em que alarmava da necessidade urgente de c ombater a
maçonaria, opondo radicalmente esta sociedade secreta ao catolicismo.
O último documento oficial de referência é a Declaração sobre a maçonaria,
assinado pelo então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cardeal Joseph
Ratzinger, depois Papa Bento XVI, em 26 de Novembro de 1983. O texto afirma que
permanece imutável o parecer negativo da Igreja a respeito das associações
maçónicas, pois os seus princípios foram sempre considerados inconciliáveis com a
doutrina da Igreja e por isso permanece proibida a inscrição nelas. Os fiéis que
pertencem às associações maçónicas estão em estado de pecado grave e não
podem aproximar-se da Sagrada Comunhão.
O regente do Tribunal da Penitenciária Apostólica lembrou que "a Igreja
sempre criticou as concepções e a filosofia da maçonaria, considerando-as
incompatíveis com a fé católica". Girotti fez referência às declarações de alguns
sacerdotes que publicamente se declaram membros da maçonaria, e pediu a
intervenção dos seus superiores diretos, sem excluir que a Santa Sé possa vir a
tomar medidas de carácter canónico.
Apesar disso, há acusações sobre Paulo VI e alguns cardeais da Igreja
relacionarem-se a uma loja. Entretanto, todas as acusações carecem de provas. A
condenação da Igreja é forte e não muda ainda que membros do clero tenham de
alguma forma se associado à sociedade secreta.

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No Brasil Império, havia clérigos maçons e a tentativa de alguns bispos
ultramontanos de adverti-los causou um importante conflito conhecido como
Questão Religiosa. O principal dos bispos anti-maçônicos desta época foi Dom Vital,
bispo de Olinda. Recebeu forte apoio popular, mas foi preso pelas autoridades
imperiais, notadamente favoráveis à maçonaria. Após ser liberto, foi chamado a
Roma onde foi congratulado pelo papa, SS Pio IX, por sua brava resistência, e foi
recebido paternalmente e com alegria (o Papa, comovido, só o chamava de "Mio
Caro Olinda", "Mio Caro Olinda").
Até 1983, a pena para Católicos que se associassem a essa sociedade era de
excomunhão. Com a formulação do novo Código de Direito Canônico que não mais
condenava a Maçonaria explicitamente, muitos pensaram que a Igreja havia
aceitado a mesma, no entanto a Congregação para Doutrina da Fé tratou de
esclarecer o mau entendido e afirmar que permanece a pena de excomunhão para
quem se associa a Maçonaria.
Doutrina Maçônica vs. Doutrina Católica
A seguir algumas divergências entre o catolicismo e a maçonaria
Doutrina maçônica Doutrina Católica
1. Existe um Ser Supremo, convenientemente
denominado “Grande Arquiteto do Universo”.
1. Existe um Ser Supremo, Criador e
Conservador de todos os seres contingentes,
que com sua paternal Providência vela sobre
cada uma de suas criaturas.
2. Para o conhecimento da natureza íntima do Ser
Supremo a razão humana permanece entregue às
suas próprias luzes e forças naturais; pois não
consta que Deus se tenha revelado aos homens.
2. Para o conhecimento da natureza íntima do
Ser Supremo a razão humana, entregue apenas
às suas próprias luzes e forças naturais, é
radicalmente insuficiente; foi por isso que o
próprio Deus, principalmente por Seu Filho
Unigênito, Jesus Cristo, Se dignou de falar sobre
Si aos homens.
3. É sagrado e inviolável, em todo indivíduo
humano, o direito de pensar livremente.
3. É sagrado e inviolável, em todo indivíduo
humano, o direito de orientar livremente o seu
pensamento de acordo com a realidade objetiva

65

Doutrina maçônica Doutrina Católica
preexistente; não, porém, contra esta realidade,
porquanto o erro não tem direitos.
4. O homem deve dirigir seus atos e sua vida
exclusivamente de acordo com a sua própria razão
e consciência.
4. O homem deve dirigir seus atos e sua vida de
acordo com a sua própria consciência e,
sobretudo, de acordo com os mandamentos
revelados positivamente por Deus.
5. É o próprio indivíduo que deve regular suas
relações com o Ser Supremo, o modo como cultua-
1′O.
5. É em primeiro lugar o próprio Deus que regula
o modo como deve ser cultuado pelo homem,
sua criatura; e o homem deve acomodar-se às
determinações divinas.
6. Qualquer coação ou influência externa, seja de
ordem física, seja de ordem moral, no sentido de
dirigir ou orientar o pensamento do indivíduo, deve
ser considerado como atentado contra um direito
natural e sagrado e por isso deve ser denunciado
como violência e injustiça. A Maçonaria considera
seu dever principal combater esta violência,
ambição e fanatismo.
6. Ninguém deve ser coagido contra sua vontade
a abraçar a fé na Revelação Cristã; mas pelo
ensino, pela educação e formação, o homem
pode e deve ser influenciado e melhorado por
outros; e isso não só não é violência alguma, ou
injustiça, mas é excelente obra
de caridade cristã. A Igreja Católica considera
seu dever principal trabalhar na instrução e na
educação moral e religiosa de todos os homens.
7. O meio ambiente em que vive e respira o
indivíduo humano deve manter-se rigorosamente
neutro, sem hostilizar nem favorecer religião
alguma determinada, nem mesmo a religiãocristã.
7. O meio ambiente em que vive e respira o
indivíduo humano deve estar impregnado dos
princípios religiosos e morais certamente
revelados e ordenados por Deus.
8. A sociedade e mormente o Estado devem
manter-se oficialmente indiferentes perante
qualquer religião concreta.
8. O ideal seria que a sociedade e mormente o
Estado dessem oficialmente aos cidadãos os
meios e as facilidades de passarem sua vida
inteiramente segundo as leis e prescrições de
Deus.
9. O ensino público, dado e mantido pelo Estado,
deve ser absolutamente leigo ou neutro em
assuntos religiosos.
9. O ensino público, dado e mantido pelo Estado,
não pode abstrair de Deus e de Suas leis e
determinações. Concretamente, o ensino leigo

66

Doutrina maçônica Doutrina Católica
ou neutro é impossível e resvala para o ateísmo.
10. A Maçonaria aceita e defende os elementos da
religião natural e abstrai da religião cristã, mas sem
hostilizá-la.
10. A Igreja Católica aceita e defende os
elementos verdadeiros da religião natural e
abraça com amor e gratidão areligião cristã,
sabendo ser impossível permanecer indiferente
perante Cristo: “Quem não for por mim, será
contra mim” (Lc 11, 23).
11. A Maçonaria reconhece que todas as religiões
são boas e iguais perante Deus.
11. A Igreja Católica reconhece
que, perante Deus, só é boa e aceitável a religião
ensinada pelo próprio Deus, me diante Cristo
Jesus. “Nem todo aquele que me disser: Senhor!
Senhor! entrará no reino dos céus; mas somente
aquele que fizer a vontade de meu Pai celeste”
(Mt 7, 21).
12. A Maçonaria não exige a necessidade da fé
cristã e do batismo cristão.
12. “Quem crer e for batizado, será salvo; mas
quem não crer será condenado” (Mt 16, 16).
13. A Maçonaria não exige a necessidade de
“comer a carne de Cristo e beber o seu sangue” (a
Comunhão ou Eucaristia).
13. “Se não comerdes a carne do Filho do
Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis
a vida em vós” (Jo 6, 53).
14. A Maçonaria condena como contrária à moral,
retrógrada e anti-social a existência de corporações
religiosas que segregam seres humanos da
sociedade e da família.
14. “Se queres ser perfeito, vai, vende todos os
teus bens e dá-os aos pobres, e terás um
tesouro no céu; depois, vem e segue-me” (Mt 19,
21); “em verdade vos digo que todo aquele que
por causa de mim e do evangelho deixar casa,
ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filho, ou
campo, receberá, já nesta vida, no meio de
perseguições, o cêntuplo em casas, irmãos,
irmãs, pai, mãe, filhos e campos; e no mundo
futuro terá a vida eterna” (Mt 19, 29-30).
15. A Maçonaria proclama que o Matrimônio não é
sacramento e que o divórcio, em certos casos, é
15. A Igreja Católica ensina que o Matrimônio é
um vínculo santo e sagrado, verdadeiro

67

Doutrina maçônica Doutrina Católica
uma exigência da lei natural. sacramento (quer dizer: meio de santificação) e
que, em caso algum, é permitido o divórcio.

Condenação protestante à maçonaria
O primeiro documento anti-maçônico foi impresso em 1698 por um pastor
Presbiteriano chamado Winter. Citando-o:
Para todas as pessoas de Deus, da cidade de Londres.
Tendo considerado necessário alertá-vos das perversidades e maldades praticadas
sob a vista de Deus por aqueles chamados de franco-maçons, eu vos digo para
tomar cuidados para que as cerimônias deles e suas maldições secretas não se
apoderem de vós; e estejai atentos para que não vos afastem da piedade divina.
Pois, essa diabólica Seita dos Homens é mestra nos segredos de depreciar todos
aqueles que não seguem suas diretrizes. Eles são o Anti-cristo que conduzirá a
humanidade a abandonar o Temor de Deus. Para que deveriam homens
encontrar-se em lugares secretos e com sinais secretos acautelando-se para
não serem notados se estivessem trabalhando por Deus, não são essas as
atitudes de mal-feitores?
Sabemos que Deus os observa, a eles que amam a Escuridão e que terão seus
segredos desnudados perante todos. Não vos mistureis a esta gente corrupta a não
ser que queirais ser condenados com eles.


Por outro lado, presbiterianos importantes pertenceram à maçonaria.
Notadamente, James Anderson, o autor da Constituição de Anderson, era um pastor
prebisteriano.
Presença Geográfica
Sede do Grande Oriente do Brasil em Brasília, DF
No Brasil

68

A história da maçonaria no Brasil confunde-se com a própria história do país.
Desde que a primeira Loja Maçônica brasileira foi fundada em Salvador, Bahia, no
ano de 1724, os maçons passaram a influenciar, com seus ideais de de liberdade,
democracia e igualdade, fraternidade, os mais importantes episódios políticos
nacionais.
Na abolição da escravatura, por exemplo, os projetos de Leis que
antecederam a Lei Áurea ( que viria a acabar definitivamente com a escravidão
negra) foram todos de autoria de políticos maçons.. A "Lei do Ventre Livre" , que
determinava que toda criança filha de escravos nasceria livre, foi apresentada pelo
Visconde do Rio Branco e apoiada por José Bonifácio, ambos maçons.
A origem da maçonaria brasileira remonta ao princípio do século XIX, sendo a
primeira loja fundada em 1802 pelo botânico Manoel Arruda Câmara, com o nome
de Areópago de Itambé.
No Brasil são reconhecidas as seguintes federações/confederações:
 Grande Oriente do Brasil -GOB, Fundado em 1822; Possui
federações em todos os estados brasileiros, conhecidos como Grandes
Orientes estaduais e que conta com aproximadamente 2.500 Lojas e
cerca de 115.000 filiados:
 Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil - CMSB Fundada
em 1927. É fruto de uma cisão ocorrida nos quadros do Grande
Oriente do Brasil. Reúne uma Grande Loja autônoma e independente
de cada estado brasileiro.
 Confederação Maçônica do Brasil - COMAB Surgiu em 1973 com a
segunda maior dissidência do Grande Oriente do Brasil. Reúne os
Grandes Orientes Independentes e congrega Grandes Orientes
Estaduais autônomos em cada estado da Federação.
Obediências Maçônicas irregulares
Existem também Obediências Maçônicas que não seguem a diretiva adotada
pela Constituição de Anderson e os princípios que orientam a Maçonaria Regular,

69

optando por não querer obter o reconhecimento internacional da GLUI(Gr.’. L.’.
Unida da Inglaterra), ou por não se enquadrarem no espírito dos mesmos, ou por
terem outros critérios maçónicos de reconhecimento.
Esta "irregularidade" não significa de todo que estas Obediências não
desempenhem um sério trabalho de filantropia, de engrandecimento do ser humano,
e da própria sociedade em que se inserem. As mesmas inserem-se nas seguintes
Organizações inter-maçônicas:
 Grande Loja Arquitetos de Aquário – GLADA.
 Ordem Maçônica Mista Internacional "Le Droit Humain" - Presente
através da sua Federação Brasileira.
No mundo
Implantação da maçonaria no mundo.
Para obter informações sobre um determinado país:
Desde a sua criação, a Maçonaria viu o paradoxo de lançar uma pesquisa
para o universalismo, enquanto existentes em maneiras muito diferentes e em
diferentes épocas e países. Em 2005, a maçonaria tinham entre 2 e 4 milhões de
membros em todo o mundo contra os 7 milhões em 1950. Esta redução de efetivos,
foi principalmente na maçonaria Anglo-Americana, cujo número quase dobrou nos
dez anos seguintes à Segunda Guerra Mundial e, em seguida, diminuíram
gradualmente com mais de 60% sobre os próximos cinquenta anos. Na Europa
continental, os números diminuíram significativamente após a Ocupação e não tinha
conhecido um aumento semelhante nos anos 1950. Eles são atualmente um pouco
mais elevados.
Na maioria dos países da América Latina, predomina a maçonaria dogmatica.
É tão presente na Europa (que é a essência da maçonaria europeia) e na América
Latina. No Canadá, é bastante marginalizada e é quase inexistente nos Estados
Unidos, onde as lojas são pouco "liberais" (no estilo europeu), onde são freqüentado,
na sua maioria, por residentes e visitantes.

70

Todo o resto do mundo, a tendência é seguir o "mainstream" das Lojas Anglo-
Americanas.
Em alguns países, porém, os dois movimentos existem lado a lado ou em um
relacionamento amigável de compreensão mútua (especialmente em certas regiões
onde a maçonaria de todas as tendências, tem sido particularmente perseguido), ou
com relações mais tensas.
Selo do Rito Brasileiro, o segundo rito maçonico mais praticado no Brasil.
Os ritos compostos por procedimentos ritualísticos, são métodos utilizados
para transmitir os ensinamentos e organizar as cerimónias maçônicas.
Cada Rito tem suas características particulares, assemelhando-se ou
divergindo do outro em aspectos gerais, em detalhes, mas convergindo em pelo
menos um ponto comum: a 'regularidade maçonica, isto é, o reconhecimento
internacional amparado pela Constituição de Anderson.
A HISTÓRIA DO RITO BRASILEIRO
O Rito Brasileiro foi reconhecido e incorporado oficialmente pelo Grande
Oriente do Brasil em 1914, quando era Grão-Mestre Lauro Sodré.
Teve curta duração inicial, ficando sem uso até meados da década de 1940.
De 1940 até a década de 1960, houve várias tentativas de reerguer o Rito, porém
sem sucesso. Somente em 1968, sendo Grão-Mestre o professor Álvaro Palmeira,
este Rito foi regularizado, sendo praticado por várias Lojas até aos dias atuais.
Adota a legenda Urbi et Orbi (até então usada privativamente pela Igreja
Romana), que significa sua atuação nacional e internacional.
Tal como o Rito Escocês Antigo e Aceito, adota o sistema de 33 graus em
seus ensinamentos, com três graus simbólicos e trinta graus filosóficos, mas com a
diferença de que seus graus ditos filosóficos estudam temas atuais e relevantes.

71

O que é o Rito Brasileiro.
 É um Rito Regular, já que acata os Landmarques e demais princípios
tradicionais da Maçonaria, e os usos e costumes antigos. Com isso,
pode ser praticado em qualquer país. Proclama a glória e a
fraternidade dos homens, e estabelece, durante as sessões, a
presença das três Grandes Luzes: o Livro da Lei Sagrada, o Esquadro
e o Compasso, e emprega os símbolos da construção universal.
 Sua base é a Maçonaria Simbólica universal(graus de Aprendiz,
Companheiro e Mestre). Sobre ela se eleva a Hierarquia de 30 Altos
Graus (no grau 4 ao 33).
 O Rito Maçônico Brasileiro ou o Rito da Maçonaria Renovada, concilia
a Tradição com a Evolução, para que, assim, a Maçonaria não se torne
uma força esgotada.
Especializa-se no cultivo da Filosofia, Liturgia, Simbologia, História e
Legislação maçônicas e estuda todos os grandes problemas nacionais
e universais com implicações ou conseqüências no futuro da Pátria e
da Humanidade. Realiza a indispensável cultura doutrinário-maçônica
e também a cultura político-social dos Obreiros.
 Impõe a pratica do Civismo em cada Pátria, porque a Maçonaria é
supranacional, mas não pode ser desnacionalizante.
 O Rito Brasileiro também chamado de Rito Maçônico Perene,
conviverá fraternalmente com todos os Ritos Regulares, através da
intervisitação e da interfiliação. O Rito exige dos Obreiros a Vida Reta e
o Espírito Fraterno e suas legendas são: - URBI ET ORBI e HOMO
HOMINI FRATER.
“Em 1864 foi publicado em Paris - França, “Biblioteca
Maçônica ou Instrução Completa do Franco Maçom”, de autoria do
Irmão Miguel Antônio Dias, de origem portuguesa, que

72

modestamente se disse “um cavaleiro Rosa Cruz”. Era usual, entre
os grandes autores maçônicos essa modéstia”.
“A “Biblioteca Maçônica ou Instrução Completa do Franco
Maçom” é uma obra clássica, completa, em 2 volumes e 6 tomos,
citada como consulta por todos quantos se ocupam de Maçonaria”.
“Nessa obra são considerados os Ritos, então existentes em
1864. O autor inicia o seu estudo pelo Rito Francês, parecendo ter-
lhe simpatia, mas esclarece, no prólogo, em sua parte final o seu
pensamento, com o seguinte apelo, que fez:”
Prólogo:
“Não foi pretensão nossa inculcarmos antes o Rito Maçônico
Francês do que outro qualquer, mas bem pelo contrário nós
solicitamos aos OOLusitano e Brasileiro a fazer um RITO novo e
independente que, tendo por base os Graus Simbólicos e
comuns a todos os Ritos , tenha contudo os altos Graus
Misteriosos diferentes e nacionais”.
“Convimos em que semelhante reforma, é contrária ao
cosmopolitismo e à tolerância maçônica, mas também é verdade
que, enquanto os Maçons forem bons patriotas e os povos
fisicamente desiguais, a conservação de um Rito universal parece-
nos quase impossível: talvez que um tão grandioso projeto só
poderá ter realidade no vigésimo século”.
Assim termina o prólogo.
Os grifos são do próprio autor.
Era a antevisão do futuro. Somente no século XX o apelo realmente se tornou
realidade.
Quando o autor se referiu aos Altos Graus “diferentes e nacionais”, não estava
pretendendo criar uma maçonaria nacional, tanto que encareceu fossem os Graus

73

Simbólicos do novo Rito “comum a todos os Ritos”. É ´precisamente neste ponto que
se resguarda a unidade doutrinária da Ordem.
TENTATIVA, FUNDAÇÃO, CONSOLIDAÇÃO E EXPANSÃO DO
RITO BRASILEIRO
“Um Rito Maçônico, criado no ambiente de nossa Pátria, foi sempre uma
aspiração do Maçom no Brasil. Essa aspiração evidenciou-se pela primeira vez, em
1878 EV, com a “Constituição da Maçonaria do Especial Rito Brasileiro”, em
Pernambuco, tendo como seu fundador o I rmão José Firmo Xavier, que se
condecorou com o imponente título de Grande Chefe Propagador “ad vitam”
devendo ser, em caso de morte, substituído por um Grande Chefe Conservador.
Entre os papéis deixados pelo Imperador Pedro II e reunidos em dois códices pela
Biblioteca Nacional, encontram-se a sua Constituição e a “Caderneta Nominal dos
Sócios” (Quadro de Obreiros), com 838 assinaturas de Irmãos maçons daquele
Oriente àquela época e foi dedicado à proteção do Imperador e ao Papa”.
História do Rito Brasileiro
Fala-se que o Rito Brasileiro teria tido uma origem aparentemente romântica
em Pernambuco, quando o comerciante e maçom José Firmo Xavier pertencente a
Grande Loja Provincial de Pernambuco, provavelmente pertencente ao Grande
Oriente do Passeio, no século XVIII, segundo alguns autores em 1878 e segundo
outros em data muito anterior ou seja mais ou menos em 1848, o qual com um
contingente alem dele e mais 837 maçons, elaboraram uma Constituição Especial
do Rito Brasileiro, colocando o mesmo sob a tutela de D.Pedro IIº e do Papa.
Existem depositados na Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro, dois documentos que
pertenceram à D.Pedro II que nos dão informações sobre esta entidade e que tem o
seguinte enunciado:
“Const:.Maç:. do Esp:. Rit:. Braz:. de Nob:. e Aug:. Caz:. Cor:.
Liv:. sob os Ausp:. de S:.M:.I:.S:.D:.P:.S:.I:.B:. meu Alt:. e
Pod:.Gr:.da Ord:.Braz:. em todo o Circulo do Império Brazileiro—
Offerecido S:.M:.I:.D:.P:.S:.I:. do Braz:.Alt:. e Pod:.Sen:.Gr:.Mest:.
da Ordem Brazileira”.

74

Entretanto, a D.Pedro IIº que nunca foi maçom, José Firmo Xavier lhe
outorgou o grau 23º, e o considerava o Grande Chefe Protetor, quanto a si,
autointitulou-se com o título de Grande Chefe Propagador “ad vitan” sendo
que, no caso de seu falecimento seria substituído por um Grande Chefe
Conservador. Senão estranho, todavia, muito curioso e interessante.
Trata-se estes documentos de manuscritos que foram oferecidos ao
Imperador, pensando que o mesmo aceitasse ser Grão-Mestre, ou no mínimo ser o
Protetor deste movimento que pretendiam fundar. Entretanto, D.Pedro II°, muito
embora nunca tenha sido inimigo da Maçonaria jamais pensou em ser maçom.
Guardou os documentos e posteriormente os entregou à Imperatriz Dona Thereza
Cristina Maria de Bourbon. Daí a explicação porque estes documentos estão na
Biblioteca Nacional, felizmente até certo ponto, porque se estivesse em algum
arquivo ou biblioteca de algum maçom temos a certeza de que dificilmente teríamos
notícia desta preciosidade. Aquele Rito, naquela ocasião não vingou, porque entre
outras contradições, não aceitava que fossem iniciados pessoas que não fossem
nascidas no Brasil, mostrando um nacionalismo inconseqüente e alem do mais,
D.Pedro IIº não estava muito interessado em Maçonaria, apesar de seu pai ter sido
maçom. Assim como, não tem lógica um rito maçônico se colocar sob a tutela do
Imperador e do Papa.
Estamos mencionando este fato mais como uma citação, diga -se de
passagem, porem sem considera-lo como um movimento maçônico propriamente
dito, e sim como uma sociedade secreta nos moldes da Maçonaria para se colocar a
serviço do Imperador e da religião católica, talvez até com fins políticos, ou ainda
para obter as benesses do governo imperial.
Esta história caiu no esquecimento e este “Rito” que pretendiam fundar não
deu certo. Mas, após iniciada a Primeira Grande Guerra Mundial, em 1914, o Grão-
Mestre do Grande Oriente do Brasil, o Irmão Lauro Sodré (iniciado na Loja
“Harmonia” de Belém no dia 1° de agosto de 1888), através do Decreto n.º 500
datado de 23.12.1914, determina que, em reunião de 21.12.1914, o Ilustre Conselho
Geral da Ordem aprovou o reconhecimento e incorporação do Rito Brasileiro entre
os que compõem o Grande Oriente do Brasil, com os mesmos ônus e direito, regido
liturgicamente pela sua Constituição particular.

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Existem autores que ligam este fato à militares nacionalistas. Não nos parece
provável, poderia até existir militares ligados à fundação do Rito, como sempre eles
estiveram presentes no GOB em toda a sua existência não tanto por sua situação de
militar, mas sim como verdadeiros maçons e idealistas da Ordem. Este é um fato
inconteste que não se pode negar. Entretanto, não progrediu o Rito naquela época,
mesmo seguindo-se mais dois Decretos complementares impondo e confirmando a
legalidade do Rito assinados pelo Grão-Mestre Adjunto o Almirante Veríssimo José
da Costa, que substituiu o Irmão Sodré após a sua renuncia para exercer o cargo de
Governador do Pará, ou seja, o Decreto n.º 536 de 17.10.1916 em que ratificava o
Decreto de Sodré afirmando pelo artigo l.º que: “Fica reconhecido, consagrado e
autorizado o Rito Brasileiro criado e incorporado ao Grande Oriente do Brasil pelo
Decreto n.º 500 de 23.12.1914”, e o Decreto n.º 554 de 13.06.1917 pelo qual em seu
artigo único assim se referiu: “ Fica adotada e incorporada ao patrimônio da
legislação do Grande Oriente do Brasil a Constituição do Rito Brasileiro contendo
sua Declaração de princípios, Estatutos, Regulamentos, Rituais e Institutos”.
Refere-se que este Irmão estava muito empenhado na fundação do Rito e
que talvez possa ter sido o principal incentivador da fundação do mesmo. Houve
após, em realidade, um adormecimento temporário, já que tudo o que havia sido
resolvido apenas se restringia no papel, sem lojas fundadas, sem rituais sem
constituição e etc.. Era mais um movimento de um grupo de Irmãos tentando fundar
um novo Rito.
Fala-se que em 1919 o então Grão-Mestre, o Irmão Nilo Peçanha ( Iniciado
na Loja “Ganganelli do Rio” em 11.l0.1901. Tomou posse em 21.07.1917,como
Grão-Mestre do GOB. Havia sido Vice-Presidente da República gestão l906/l910,
quando substituiu o Presidente do Brasil Afonso Pena, por falecimento deste, desde
14.06.1909 até 25.l1 1910.- Depois Senador em 1912 e Governador do Estado do
Rio de Janeiro) teria assinado a 1ª Constituição do Rito Brasileiro, definida como
tendo o Rito, 33 graus. Entretanto não se confirma esta informação, pois lendo-se
todos os Boletins do Grande Oriente do Brasil daquele ano, não existem quaisquer
referências ou publicações à respeito. Imaginamos que uma decisão como esta teria
que constar no Boletim Oficial daquela Potência quer como Ato ou Decreto.

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Entretanto, o que se conseguiu constatar nos Boletins do GOB e em especial
o de 11/l919 à página 12, foi que, em reunião do Conselho Geral da Ordem, de
07.11 uma Loja do Rito Brasileiro de Recife comunicava a sua instalação em 26.10,
tendo inclusive enviado um lista de sua administração. Ainda no Expediente da
reunião de 24.11 foi lida uma Prancha da Loja Provincial do Rito Brasileiro de Recife.
Falaram a respeito vários Irmãos, e entre eles o Irmão Octaviano Bastos , que
segundo consta, fazia parte do grupo interessado em solidificar o Rito Brasileiro.
Entretanto, esta Loja acabou sendo regularizada no rito Adonhiramita, pois não
haviam rituais, cobridor do grau, constituição etc..
Em 1921, a Loja “Campos Salles” de São Paulo fundada em 12.01.1921 hoje
uma Loja inglesa do Trabalho de Emulação, naquela época dissidente do GOB,
mandou imprimir um Ritual que nada mais era que um plágio do Ritual de Emulação
(chamado impropriamente de “Rito de York Inglês”) com algumas adaptações, com o
nome de Rito Brasileiro. Neste período esta Loja não pertencia ao GOB, porque,
segundo consta, teria havido fraude eleitoral no Poder Central, e o Grande Oriente
Estadual de São Paulo sentindo-se lesado, em vista de tal problema, tornou-se
dissidente, desligando do GOB e, uma vez independente, levou 62 (sessenta e
duas) Lojas consigo nessa dissidência. Em verdade, até l92l, não existiam Rituais do
Rito Brasileiro, sendo que, para se compilar os três primeiros graus usou-se como
base o Ritual de Emulação traduzido por .J.T. Sadler em l920 do inglês e impresso
pelo Grande Oriente do Brasil. Estes Rituais foram adotados e aprovados com
algumas modificações, pelo Grande Oriente Independente de São Paulo em
26.08.1921, como sendo do Rito Brasileiro. Não se cogitou nesta ocasião dos graus
superiores.
A Loja “Campos Salles” após serenados os ânimos voltou ao seio do GOB,
porém, trocando de Rito, primeiro para o REAA, logo depois para o Trabalho de
Emulação(“York Inglês”) Depois de iniciada a Segunda Guerra Mundial (1939-1945)
voltou-se novamente a falar em Rito Brasileiro. Em Sessão do Grande Conselho
Geral do Grande Oriente do Brasil de 22.07.l940 (página 109 do Boletim n° 7 e 8 de
Julho e Agosto) na Ordem do Dia, usa da palavra o Capitão Octaviano Bastos e
“procede a leitura da Constituição do Rito Brasileiro, a qual é aprovada por
unanimidade. O Projeto de Lei obtivera parecer favorável da Comissão de
Legislação dispondo:” “O Grão Mestre fica autorizado:

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1. A ativar o funcionamento do Rito Brasileiro, de conformidade com sua
Constituição, e a iniciar a formação de seu “Conclave”, nomeando os seus primeiros
fundadores.
2. A estimular a instalação da primeira Oficina do Rito, dispensando todas as
taxas a que estiver sujeita e, bem assim os emolumentos dos três primeiros profanos
que nela se iniciarem
3. Conceder favores idênticos ás Oficinas que passarem a funcionar segundo
o Rito Brasileiro, dentro do prazo de 180 dias renunciando o regime capitular
4. A providenciar junto ao “Conclave”, para que aos Maçons Capitulares
dessas Oficinas sejam concedidos títulos do Rito Brasileiro, correspondentes aos
altos graus possuídos, com o fim de constituírem os respectivos corpos”
O Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, irmão Joaquim Rodrigues Neves
através do Ato 1617 de 03.08.1940 autoriza a organização do Rito. O mentores
principais deste movimento foram o Irmão Alvaro Palmeira, que viria posteriormente
ser Grão Mestre do GOB e Octaviano Bastos, alem de outros. Realizaram três
reuniões em 1940, quatorze em 1941, fundaram um Conclave em 17.02.1941,
segundo Octaviano Bastos, constando da ata onze assinaturas como sendo os
organizadores do Conclave e Fundadores do Rito. Foram fundadas algumas Lojas,
alem de outras que passaram a adotar o Rito, estabeleceram insígnias, colares dos
cargos, criaram os aventais, medalhas e usaram aquele já citado Ritual de 1921. Era
o novo Rito apesar das dificuldades, se impondo aos poucos, tal qual uma criança
que está crescendo.
 Ainda em 1941 foi publicada uma Constituição contendo 19 artigos O Ritual
era uma cópia do Rito de York, acrescentando a Palavra de Passe para
“Cruzeiro do Sul” e o Rito era então composto de três graus: Aprendiz
Companheiro e Mestre e mais quatro títulos de Honra: 4º Cavaleiro do Rito 5º
Paladino do Dever 6º Apóstolo do Bem Público 7º Servidor da Ordem,da
Pátria e da Humanidade
Foi determinado- que estes títulos seriam equivalentes para os visitantes a
saber; Cavaleiro do Rito- 4º seria equivalente ao grau 18 Paladino do Dever 5º seria

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equivalente ao grau 30 Apóstolo do Dever 6º – seria equivalente ao grau 31 Servidor
da Ordem da Pátria, e da Humanidade 7º seria equivalente ao grau 33. Em
18.09.1942 em uma Sessão de Emergência no Rio de Janeiro no Rito Brasileiro na
Loja “Brasil”, foi iniciado sendo imediatamente elevado ao grau 03, por motivos
políticos evidentemente, alem de um outro profano, o Coronel Manoel Viriato
Dornelles Vargas, irmão carnal do Presidente Getulio Vargas, o qual tinha um outro
Irmão também maçom o Cel. Protasio Vargas. Acresça-se que o pai de Getulio
Vargas, o General Manoel Nascimento Vargas, herói da Guerra do Paraguai, e
combatente da Revolução Federalista ao lado das forças legalistas, foi iniciado em
São Borja no dia 24.08.1876 na Loja “Vigilância e Fé”.
Entretanto, o Grão-Mestre Joaquim Rodrigues Neves posteriormente, por
problemas havidos com os mais importantes membros do Rito Brasileiro através dos
Decretos 1843,1844 e 1845 datados de Março de 1944 suspende os direitos
maçônicos de vários “Servidores da Pátria e da Ordem” e entre eles os do Irmão
Alvaro Palmeira, seu Grão-Mestre Adjunto, do Irmão Capitão Octaviano Menezes
Bastos, Alexandre Brasil de Araújo, Carlos Castrioto e do Coronel Dilermando de
Assis, todos considerados como organizadores e fundadores do Rito em 1940.
Estava acontecendo mais uma briga interna no GOB, com situações complexas que
não vem ao caso comenta-las. Alvaro Palmeira e seu grupo funda a Grande Loja do
Estado do Rio de Janeiro quando em 1948, ele passa a fazer parte do Grande
Oriente Unido, outra Potência dissidente a qual foi finalmente incorporada Grande
Oriente do Brasil em 22.12.1956. Tudo voltou ao “normal” daí há algum tempo,
quando o Irmão Alvaro Palmeira e seus seguidores voltaram ao GOB, e voltaram
politicamente fortes.
Somente em 13.03.1968 quando o Irmão Alvaro Palmeira, que sempre
batalhou pelo Rito, então Grão-Mestre do GOB, através do Ato 2080 renovou os
objetivos do Ato n° l6l7 de l940. Com o apoio agora firme do Grão-Mestre foi mais
fácil o Rito ser uma realidade, e começar a crescer. Foi talvez o renascimento do
Rito, quiçá considerado por alguns autores como o ano de sua verdadeira fundação.
Podemos dizer que a partir daí realmente o Rito começou a se encontrar. Alvaro
Palmeira fez as alterações que deveriam ser feitas, deu nova feição aos Rituais com
emendas na Constituição e outras providências, nomeou uma comissão de 15
Irmãos com amplos poderes para revisar e reestruturar todo o Rito, para coloca-lo

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dentro das exigências internacionais para ser tornar um Rito regular, dando-lhe uma
abrangência universal, separando os graus simbólicos dos filosóficos. Em
10.06.1968 foi firmado um “Tratado de Amizade e Aliança” entre o GOB e o
Supremo Conclave do Rito Brasileiro e ratificado pela Soberana Assembléia
Legislativa em 27.07.1968. Em 1973, infelizmente, ocorreu mais uma grave cisão na
Maçonaria Brasileira. Após desentendimentos entre a cúpula do GOB e alguns
Grão-Mestres Estaduais, cerca de dez Grandes Orientes saíram do GOB,
constituindo a hoje chamada COMAB (Confederação da Maçonaria Brasileira).
Após esta cisão, Lojas do Rito Brasileiro dos Grandes Orientes dissidentes
ficaram sem cobertura para seus graus filosóficos. Em Cataguases, Minas Gerais
em 10.02.l974 foi fundado um Supremo Conclave Autônomo para o Rito Brasileiro
pelo Irmão Lysis Brandão da Rocha e mais alguns Irmãos de real envergadura, para
dar assistência filosófica às Lojas do Rito em Minas Gerais. Este Supremo Conclave
que teve Lysis como seu 1° Grande Primaz foi registrado como personalidade
jurídica no Cartório de Registro Geral das Pessoas Jurídicas de Cataguases-Mg. sob
o n.º 460 como “Conclave dos Servidores da Ordem e da Pátria – Supremo
Conclave Autônomo para o Rito Brasileiro”. Este Supremo Conclave foi fundado pelo
menos inicialmente, para atender as Lojas no Estado de Minas Gerais, que estavam
a descoberto em seus graus superiores antes de realizar tratados com outros
Grandes Orientes de outros Estados.
Desta forma passou existir no Brasil dois Supremos Conclaves. Um ligado ao
GOB e outro ligado à COMAB. Entretanto, a bem da verdade, ambos trabalham em
prol do engrandecimento do Rito Brasileiro. O Rito Brasileiro não tem o
reconhecimento das Grandes Lojas do Brasil. O Supremo Conclave Autônomo de
Cataguases fez vários tratados de Amizade com os Grandes Orientes dissidentes
regendo atualmente o Rito na COMAB. O Rito Brasileiro hoje, quer no GOB quer na
COMAB é o segundo Rito mais difundido entre os Ritos adotados no Brasil. Novas
Lojas estão sendo fundadas, a sua maneira harmoniosa de ser executado, os seus
propósitos cívicos, morais, históricos e culturais, estão fazendo a cada dia mais
adeptos. Ele vem se firmando cada vez mais e vem encontrando sua identidade a
qual dentro de mais alguns anos estará completamente formada.

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Convém frisar que o Rito Brasileiro é patriótico sem ser nacionalista ou
xenófobo. Tanto é verdade que ele prega que “ Constitue um dos altos objetivos do
Rito o incentivo e a prática do Civismo em cada Pátria”. Ele desde que adaptado a
qualquer país, poderá, poderá ser usado como sendo o Rito daquele país. Os graus
superiores do Rito são transparentes, modernos, objetivos, fluentes e lindos. Alem
de seu desenrolar ser escrito em linguagem moderna e bastante compreensível, não
existe aquela autoimprecação onde o elevando na hora de seu juramento fica
chamando sobre si as piores pragas e os maiores e trágicos castigos caso seja
considerado um mau adepto. O Rito Brasileiro confia mais na palavra do maçom. A
palavra de um Homem tem muito mais valor que um juramento forçado, pueril e
ambíguo.
É Um Rito Teísta e a sua concepção de Deus é que ele seja o Supremo
Arquiteto do Universo, e não Grande Arquiteto do Universo, pois “grande” não define
bem profundidade da idéia de Deus para os maçons do Rito Brasileiro, uma vez que
“grande” é um epíteto muito usado freqüentemente para definir coisas imensas.
Porem se respeita as concepções de outros Ritos sem quaisquer restrições. Em que
pesem os inimigos do Rito Brasileiro, apesar de todos os seus percalços, ele está aí,
ele existe, e vai continuar crescendo dentro de seu espaço, sem molestar ou
interferir nos outros Ritos, os quais respeita sem contesta-los.
Atualmente o Rito tem trinta e três graus contando com os três primeiros:
1. Aprendiz;
2. Companheiro; e
3. Mestre
Simbólicos
1. Aprendiz
2. Companheiro
3. Mestre

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Filosóficos
 4) Mestre da Discrição
 5) Mestre da Lealdade
 6) Mestre da Franqueza
 7) Mestre da Verdade
 8) Mestre da Coragem
 9) Mestre da Justiça
 10) Mestre da Tolerância
 11) Mestre da Prudência
 12) Mestre da Temperança
 13) Mestre da Probidade
 14) Mestre da Perseverança
 15) Cavaleiro da Liberdade
 16) Cavaleiro da Igualdade
 17) Cavaleiro da Fraternidade
 18) Cavaleiro Rosa-Cruz ou da Perfeição
 19) Missionário da Agricultura e da Pecuária
 20) Missionário da Indústria e Comércio
 21) Missionário do Trabalho
 22) Missionário da Economia
 23) Missionário da Educação

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 24) Missionário da Organização Social
 25) Missionário da Justiça Social
 26) Missionário da Paz
 27) Missionário da Arte
 28) Missionário da Ciência
 29) Missionário da Religião
 30) Missionário da Filosofia. Kadosh Filosófico
 31) Guardião do Bem Público
 32) Guardião do Civismo
 33) Servidor da Ordem da Pátria e da Humanidade
Distribuição de Graus
Estes graus se distribuem através da várias Oficinas litúrgicas da seguinte
maneira:
1. Sublimes Capítulos ( Graus 4 ao 18) dedicados à Cultura Moral
2. Grandes Conselhos Filosóficos ( Câmaras dos graus 19 a 30 –
Kadosh)dedicados à cultura artística, científica, tecnológica, e filosófica.
3. Altos Colégios ( graus 31 e 32) dedicados à cultura cívica
4. Supremo Conclave dedicado à síntese humanística.
O Rito Maçônico Brasileiro, é na verdade um Rito da Maçonaria Universal que
expressa a essência-nuclear dos ensinos da Ordem Maçônica que são puramente
Científicos e Filosóficos, o que igualmente beneficia a espiritualidade pessoal e
coletiva, já que tudo o que fazemos e aprendemos e que de fato seja certo ou digno,
nos beneficia positivamente a nossa Eterna Evolução Intelectual e Espiritual!

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PRECEITOS DO RITO
O Rito Brasileiro é teista, afirmando a crença em um Deus Criador - Supremo
Arquiteto do Universo.
Acata os Landmarques e os demais princípios tradicionais da Maçonaria,
atendendo a todos os requisitos da Ortodoxia Maçônica.
A base do Rito é a Maçonaria Simbólica de São João, sob a jurisdição do
Grande Oriente do Brasil. Sobre ela, eleva-se a hierarquia de 30 Altos Graus, sob a
jurisdição do Supremo Conclave do Rito.
Dedica-se o Rito Brasileiro ao aperfeiçoamento dos Maçons, conciliando a
Tradição com a Evolução.
Especializa-se no cultivo da Filosofia, Liturgia, Simbologia, História e
Legislação Maçônica, estudando os grandes problemas nacionais e universais e
suas implicações e consequência no futuro da Pátria e da Humanidade.
Combate a supertição, conciliando a Razão com a Fé.
O incentivo e a prática do Civismo constituem-se em um dos altos objetivos
do Rito Brasileiro.
PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS
Desde 1914 o Rito adotou, como doutrina filosófica o teismo, pois, crê na
existência de um Deus e sua ação providencial no universo, depois de ter criado o
mundo. Tradicionalmente, os maçons têm o teismo como religião fundamental,
acrescida à doutrina particular, como credo de cada um de seus membros.
Está configurada, nas máximas do Rito, a doutrina em que são pautados o
simbolismo e o filosofismo, nos diversos graus, sobre o que são desbastadas as
arestas da pedra bruta.
Eis as máximas:

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1. Constitui um dos altos objetivos do Rito Brasileiro o incentivo e a
prática do civismo em cada Pátria. (Do Ritual do Grau 2)
2. Em toda ensinança do Rito Brasileiro, sobretudo nas cerimônias
iniciáticas, estarão sempre presente os símbolos da construção universal, para
manutenção e vivência da tradição milenária e esotérica da Maçonaria. (Do
Ritual do Grau 3)
3. A vida reta e o espírito fraterno são exigências absolutas para o
ingresso ou permanência do Maçom como membro de qualquer oficina
litúrgica do Rito Brasileiro. (Do Ritual do Grau 3)
4. O valor e a dignidade do homem crescem medida que se torna
mais profunda sua vida moral e espiritual. (Do Ritual do Grau 4)
5. Libertemo-nos do egoísmo, impeçamos o livre curso da violência e
da rapina, que geram as dissenções entre os homens e as guerras entre as
nações. (Do Ritual do Grau 4)
6. Quem quiser decidir com justiça deve perquirir o que os bons têm
de mau e descobrir o que os maus têm de bom. (Do Ritual do Grau 9)
7. Se no teu caminho topares com alguém, por demais cansado e
sofrido, para te dar um sorriso, dá-lhe o teu. (Do Ritual do Grau 14)
8. Ninguém pode incutir a fraternidade, se não é fraterno. (Do Ritual do
Grau 18)
9. Tudo está em nós mesmos: serás a beleza que criares; a bondade
que tiveres, a verdade que pregares. (Do Ritual do Grau 18)
10. O Rito Brasileiro concilia a tradição com a evolução, para que,
assim, a Maçonaria não se torne uma força esgotada. (Do Ritual do Grau 22)
11. O Rito Brasileiro impõe a prática do civismo em cada Pátria,
porque a Maçonaria é supranacianal, mas não pode ser desnacionalizante. (Do
Ritual do Grau 22)

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12. A paz é fundada na justiça. (Do Ritual do Grau 26)
13. A Maçonaria precisa de obreiros esclarecidos para ser, em cada
Pátria uma parcela representativa da nacionalidade. (Do Ritual do Grau 30)
14. No mundo, as nações se dividem em ricas e pobres. As nações
pobres não são, propriamente, destituídas de bens naturais, mas precisamente
aquelas onde a escola não chegou ao povor - e este, por isto ficou
desqualificado e marginalizado (Do Ritual do Grau 30)
15. A Maçonaria é uma Instituição estáve l e permanente,
fundamentada na tradição. Sua atuação, entretanto, desenvolve -se no
momento em que passa, e por isso há que adequar a Tradição à Evolução,
pois através do tempo cada período histórico difere do anterior, o que significa
que a realidade sempre se renova. Continuidade e Evolução não se excluem.
(Do Ritual do Grau 31)
16. Julgas que os homens foram criados para os Estados? ou os
estados foram criados para os homens? Como os homens são anteriores aos
estados, só podemos concluir que tenham sido estes criados para disciplinar a
vida do primeiro em sociedade - Lessing - )
17. A verdadeira bravura do soldado é nobre, generosa e
respeitadora dos princípios da humanidade. (Proclamação de Caxias, em 1851,
no Uruguai, ao derrotar D. Manuel Oribe).
ALGUNS PRECEITOS DO RITO
O Rito Brasileiro é, por excelência, dinâmico, está sempre se renovando e,
sem dúvida, renovará continuamente a Maçonaria Brasileira e universal.
Apesar de seu título, Brasileiro, ele é de âmbito universal e pode funcionar
em qualquer parte do mundo, assim como os Ritos tradicionais. Ele, pois, concilia a
Tradição com a Evolução, une a Maçonaria contemplativa à Maçonaria militante. É
conservador e, ao mesmo tempo, renovador, isto porque respeita os landmarques e
proclama a existência de um princípio criador, e, como tal, afirma a fonte Teísta.

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O art. 80, da Constituição define, com muita propriedade todo o seu
simbolismo. Vejamos. Os graus simbólicos do Rito Brasileiro são de conteúdo:
No grau de aprendiz, exalta-se a fraternidade humana;
No grau de companheiro, proclama-se a exaltação do trabalho;
No grau de Mestre, aflrma-se o princípio de que a vida nasce da morte.
SIMBOLISMO
No simbolismo, o Rito Brasileiro é como os demais, em termos estruturais.
Possui os três graus básicos que são: Aprendiz, Companheiro e Mestre, e se
subordina à poténcia maçônica simbólica regular.
As lojas maçônicas para o Rito Brasileiro, chamam­se Lojas de São João. Por
tradição, cultuam o discípulo amado de Cristo e derradeiro patrono das corporações
de construtores, na idade média, o São João Evangelista.
A Maçonaria cultua a outros Joãos tais como, São João Batista, São João
Marcos, São João Crisostomos, São João de Boston, São João de Deus, São João
de Edimburgo, São João Esmoleiro ou São João de jerusalém ou ainda São João de
Escócia, sem, contudo, evidentemente, ter o cunho vulgar de proteção vinda dos
céus.
Sabe-se que o evangelho contém todos os princípios e postulados
maçônicos, porém sem ligação alguma entre o cristianismo e a Maçonaria.
A alma da Maçonaria é a dedicação que os Irmãos oferecem uns aos outros,
o amor da fraternidade a própria luz que ilumina o Templo, razão pela qual, o São
João passou a ser considerado o padroeiro da Maçonaria, pois, dos evangelistas,
São João foi o que mais absorveu os sábios ensinamentos e filosofia do Divino
Mestre dedicados ao amor, tanto que o seu evangelho é um verdadeiro cântico de
amor.
Assim, a Maçonaria não podia abrir mão do simbolismo, eis que passa a
firmar-se no campo simbólico.

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A CERIMÔNIA DAS LUZES

A LOCALIZAÇÃO DAS COLUNAS “J” E “B”
A localização das Colunas no Rito Brasileiro, difere dos demais, tendo à
direita a Coluna “J” e à esquerda a Coluna “B”, ou seja, “J” ao norte e “B” ao sul.
Assim, é atribuído ao 1º Vigilante o domínio da Coluna dos Companheiros,
enquanto cabe ao 2º Vigilante a fiscalização dos trabalhos dos Aprendizes pela
Coluna “B”.
Relata-nos a Bíblia, que a Coluna Jakim deve ser colocada obrigatoriamente
à direita e a Coluna Booz à esquerda. Direita e esquerda de um Templo Maçônico
não quer dizer, necessariamente, que sejam o mesmo à direita e esquerda de quem
adentra ao Templo, pois, este deve ser visto do oriente para o ocidente.
Neste particular, cabe aqui, transcrever um trecho de um trabalho do Sob
Ir Prof. ÁLVARO PALMEIRA:
“Evidentemente, se nós falarmos em esquerda ou
direita em relação às Colunas, precisamos saber se estamos
fora ou dentro do Templo”.
A Bíblia nos esclarece que Salomão construiu o Templo em 13 anos.
Chamou depois Mestre Hiram para adorná-lo.
Trabalhava-se dentro do Templo forrando as paredes e o teto, pavimentndo-
o, fazendo o Santo dos Santos, decorando-o com: mar de bronze, querubins,
caldeirões, garfos, saltérios, redomas, incensadores, jarros, bacias, candeeiros, os
doze bezerros de bronze e as duas colunas. Tudo era feito no interior do Templo,
conforme está nos Capítulos 6 e 7 do I Livro de Reis.
Hiram fundiu em cobre as suas colunas, e diz a Bíblia (I Reis 7,21):

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“Depois levantou as colunas no pórtico do Templo, e
levantando a coluna direita chamou o seu nome “J”, e
levantando a coluna esquerda, chamou o seu nome “B”.
Destarte, para quem está dentro do Templo, a Coluna “J”, fica ao
Norte e a Coluna “B” ao Sul.
Hiram fez as colunas dentro do Templo e as pôs no pórtico.
As colunas não foram transportadas de fora para o interior do
Templo. Elas foram levantadas no pórtico. Pórtico não é Átrio, portanto, o
pórtico fica dentro do Templo. Se Hiram tivesse feito as colunas fora do
Templo, ele as colocaria na entrada do edifício, mas, não as colocou aí, e
sim no pórtico.
Num edifício maçônico temos: os Passos Perdidos, depois o Átrio ou
Adro, e por fim o Templo, cuja entrada se chama pórtico ou portada. Pórtico,
do latim porticus, conforme Cícero, (Rep. 1, 19), é o espaço destinado à
passagem, coberto por um teto e sustentado por colunas.
O Maçom Luiz Lachat, em seu livro a Franco­Maçonaria Operativa,
descreve circunstanciadamente os trabalhos de Hiram. Os fornos e os
moldes ele os fazia no Vale do Jordão, segundo o II Livro de Crônicas
(4,17). Muita coisa era, porém, construída no próprio Templo.
Assim, para quem está dentro do Templo na Coluna “J”, à direita e
Coluna “B”, à esquerda, ou Coluna “J”, ao norte e Coluna “B”, ao Sul. Essa
colocação, aliás, consta de numerosos Rituais Maçônicos. Em outras
palavras, a Coluna “J” fica à esquerda de quem entra e a Coluna “B” fica à
direita.
É bom lembrar o entendimento do Rito Brasileiro numa apreciação
mais ampla:
Coluna “B”, 2º Vigilante, Sul, Aprendiz, Pedra Bruta;
Coluna “J”, 1º Vigilante, Norte, Companheiros, Pedra Polida.

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Estas colunas, continham 9,45 metros de altura, 6,30 de diâmetro e 4 dedos
de espessura, (I Reis 7,15) e eram ocas, apresentando, ainda, em seu topo, um
capitel com 2,62 metros ricamente decorados com redes de malhas, grinaldas, lírios
e romãs (200 em cada).
O simbolismo destas colunas é imenso. Quando são consideradas juntas,
representam a sabedoria e a estabilidade do conhecimento, dando a entender que
aquele que quiser viver uma vida mais plena e mais elevada deve passar por este
portal, ou seja, adquirir conhecimentos, pois, encontrará os maiores prazeres da
mente, vez que, simbolizam a ciência e as virtudes; o amor e o progresso, as flores
dos campos e o sistema solar, simbolizam também o Poder e a Justiça.

A COLUNA “B “
A coluna que se encontra à esquerda da porta de entrada, frente ao Norte,
ostenta no centro da face voltada para o Oriente, a letra “B”, que é a primeira do
hebraico Bohaz ou Bongaz, ou seja “in fortitudine”, quer dizer “no valor e na
coragem”. Era o nome do esposo da moabita Rute, pai de Davi e avô de Salomão.
Na Maçonaria prática do Rito Escocês Antigo e Aceito, esta palavra é
traduzida por B... Quando do Telhamento tem cada Irmão uma vogal e consoante
para pronunciar . Devendo-se pronunciar a última sílaba AZ. Segundo os
antigos Rituais, esta coluna foi posta no pórtico do Templo para lembrar aos filhos
de Israel que iam ou vinham da adoração, a Coluna da nuvem que obscureceu o
caminho do Faraó e seu exército, que os perseguiam, quando fugiam da escravidão
do Egito.
Não obstante, segundo afirma um autor, o seu significado original remonta a
tempos muito mais remotos, assegurando-se que esta coluna representava a Estrela
de Hórus, nome que posteriormente foi mudado pelo TAT ou TA-AT, que significa
em fortaleza e foi considerado como o emblema da Força, daí muitos autores
atribuírem a isto a Palavra Sagrada do Aprendiz.

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No antigo simbolismo desta coluna, existe a interpretação de que representa
a Terra, razão por que, em muitas Lojas, ostenta, na parte superior, a Esfera
Terrestre, sustentada por romãs e lírios, cobertos por uma rede.
O significado filosófico da Coluna “B” refere-se a que representa a Força, o
Repouso, a Fêmea, o Conservador, o Receptor, a Matriz, a Matéria, o Concreto, o
Princípio, a Virtude, etc. e por conseguinte simboliza ao conjunto de Forças e
Princípios que a natureza necessita para o seu desenvolvimento e vida eterna.
Refere-se também aos poderes da Firmeza e Coesão que sustentam o mundo no
espaço ou seja a Gravitação Universal.
Verifica-se, desta forma que a filosofia entranhada nos ensinamentos da
Coluna “B”, se reduzem ao estado do que principia, do que define a origem das
coisas e do que deve ser executado materialmente com a força de vontade.
Diz-se, simbolicamente, que a débil Luz que ilumina a Coluna do Norte ou
Coluna “B”, representa a ação gradual da ciência que se inculca aos Irmãos
Aprendizes, para que não fracassem com a difusão de falsas teorias e ensinamentos
distorcidos.
Moralmente, essa Luz Débil, protege o iniciado, para que não fique cego e
volte a cair nos erros e preocupações vulgares. Indica-nos também que devemos
fazer uso do sacrifício pessoal, porque a constância e o trabalho moderado nos faz
atingir o aperfeiçoamento intelectual e espiritual dentro dos nossos escassos
conhecimentos sobre a Arte Real.
Entre os símbolos maçônicos as Colunas “B e J” são as que apresentam
maior riquezas de interpretações simbólicas e esotéricas e muitos detalhes históricos
e científicos acham-se a elas ligados.
*A descrição feita pela Bíblia do Capitel ornamentando as duas Colunas do
Pórtico do Templo do Rei Salomão é bastante complexa, como as medidas destas
últimas são contrárias a todas as regras da arquitetura. Isto significa que tudo nas
Colunas é simbólico.
Porém, a figura que representa nos Rituais a Loja de Aprendiz é bastante
singela. Nela são vistas duas colunas do estilo Coríntia encimadas por três romãs e

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fazendo caso omisso dos lírios e da rede de cadeias. Todos estes adornos, no
entanto, são portadores de um simbolismo próprio. Não gostaríamos de levantar
polêmica, mas as duas últimas letras da palavra Sagrada do aprendiz, julgamos
como corretas as A .Z, e assim pronunciá-la.
AS ROMÃS
Segundo a Bíblia, havia no capitel de cada Coluna duzentas romãs, ao invés
das três do Painel do Aprendiz, número que é uma constante neste grau.
Entre os semitas, a romã tinha uma significação mística, sendo por isso
representada sobre os monumentos religiosos como um símbolo da potên cia
produtiva da Natureza e como uma representação do órgão feminino da geração.
Era um símbolo de fecundidade, de abundância e de vida.
Os Maçons, por causa do seu simbolismo feminino ( a letra beth, em
hebraico, significa matriz ,casa ), colocaram esta coluna à esquerda de quem entra
no Templo, por ser o lado passivo, negativo, atribuindo-a ao Aprendiz cujos passos,
no REAA, começam também com o pé esq.
De fato, as romãs abertas, de grãos semelhantes, muito isolados, e bem
apertados, podem representar fecundidade e a solidariedade dos homens entre si.
Segundo J. Boucher (LSM), os grãos da Romã, em Maçonaria, envoltos em
uma polpa transparente, simbolizam os Maçons unidos entre si por um ideal comum.
A casca da raiz da romanzeira sendo tóxica, a Romã nos mostra ainda os Maçons
saídos de um mundo mau por essência e elevando-se ao estado de excelsitude.
Simbolizam também, em Maçonaria, multiplicação e união.
Para Wirth, as romãs são o signo da amizade, porque a disposição simétrica
dos grãos faz pensar à família maçônica, cujos membros são harmoniosamente
religados pelo espírito da Ordem e da Fraternidade.
Para A.T. Benitez, as Romãs representam os corpos organizados que a
Maçonaria tem fundado sobre a tetra e seus grãos, no interior, representam a

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personalidade individual do homem associado, circunstância que deixa manifesto o
valor da força humana, com relação ao Universo.
ROMÃS DA AMIZADE
Frutas da romãzeira figuras no alto das Colunas B e J para simbolizar a
Amizade e Prosperidade maçônicas. Também um emblema da Harmonia social.
O ALTAR DOS PERFURMES
O ALTAR DOS JURAMENTOS OU ALTAR DOS JURAMENTOS
O INGRESSO NO TEMPLO
O AVENTAL
O SINAL DE OBEDIENCIA
O SIANL DO RITO
ACLAMAÇÃO
O USO DOS BASTÕES
A CIRCULAÇÃO DOS DIACOMOS
O DIA NACIONAL DO RITO BRASILEIRO
Ao tempo que se comemora o “DIA NACIONAL DO RITO BRASILEIRO”, há
de fazer-se uma reflexão analógica ante aos compromissos maçônicos por nós
assumidos nos diversos graus filosóficos do Sistema Brasilista.
O Brasil maçônico possuía até 1914, cinco Ritos, todos egressos da Europa,
oriundos do século passado, fundados em Nações detentoras de Impérios Coloniais,
tais como Grã-bretanha, França, Alemanha e Portugal.
Cumpriram galhardamente o grande papel em trazer para o Brasil a
Maçonaria Universal e aqui muito realizaram.

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Entretanto com a fundação do Rito Brasileiro em 1914 por Lauro Sodré, pode-
se dizer que foi consagrada à maioridade maçônica do Brasil, pela
autodeterminação a que se propõe o Rito Brasileiro quando afirma conciliar a
Tradição com a Evolução, impondo a consciência do povo maçônico do Brasil.
Sabemos que o Rito Brasileiro propõe ser o Rito da Renovação, servindo a
legenda do GOB “Novae Sed Antiquae”, isto é, “antiga porém nova”, exigindo
assim, o convívio da Tradição com a Evolução, porque o Espírito Maçônico evolui
com o tempo, o que nos leva a relembrar a afirmativa do Ilustre Filósofo e Teólogo
Dinamarquês Sorem Kiergaard: “A vida só pode ser entendida olhando-se para
frente”.
Nós maçons do Rito Brasileiro, vemos dentro e fora da jurisdição nacional,
porque nosso Rito é, sem favor, o Rito da Renovação Maçônica, ele que é a
maçonaria ambígena, como foi dito pelo Professor Álvaro Palmeira, sendo
simultaneamente Contemplativa e Militante. Por esta razão em face do mundo
exterior, temos que demonstrar AÇÃO, sair da inércia e não ficar olhando os fatos
acontecerem. Abramos os nossos Rituais e recordemos os compromissos
assumidos de cada grau.
A história contemporânea do Rito Brasileiro é a própria história de maçons
ilustres que obstinadamente, desfraldaram a Bandeira Nacional e a transportaram
para dentro do Templo Maçônico, não isoladamente como símbolo Augusto da
Nação, mas como a própria Nação dentro da Maçonaria.
A Maçonaria espera do Rito Brasileiro que seja um guardião do sentimento
cívico e patriótico que são fundamentais para a construção de um Brasil melhor e
para preservação de nossos valores morais, pois, numa sociedade de consumo em
que vivemos, um irmão as vezes não conhece mais outro irmão com seus valores
morais, éticos e culturais. A evolução social caminha a passos largos para a neurose
coletiva, ante graves problemas tais como: a fome, o tóxico, o menor abandonado, a
poluição ambiental e ecológica, a criminalidade, a violência, a injusta distribuição de
renda, a corrupção desenfreada, o assalto continuo às riquezas nacionais, etc., etc.
Cabe, portanto, aos Irmãos Brasilistas uma grande parcela de
responsabilidade na condução do “rebanho universal”. Os compromissos assumidos

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em todos os graus são simbólicos, Poderosos Missionários, devem estar sempre
presentes em nossas mentes para que os nossos atos não falhem.
O Rito Brasileiro não veio somente para trabalhar para hoje, para isto, torna-
se necessário extirpar a falsa alquimia do meio maçônico, a vaidade e ostentação de
graus, assim como os dogmas pessoais e a tola magia, substituindo-os pela
verdadeira filosofia, e com sabedoria o espírito maçônico despertará para a
sustentação do futuro alicerçado nas antigas tradições.
É premente a revitalização do ideal maçônico.
Já abordamos nesse assunto noutras oportunidades e temos a certeza e
convicção de que o atingimento desse ideal será facilmente alcançado se
conjugarmos esforços por uma Maçonaria Militante assentada sobre a verdadeira
razão dissociada do falso misticismo e da superstição.
O Rito Brasileiro também não veio para formar uma determinada classe de
maçons, porque, se assim fosse, seria superficial. Seu objetivo é o de unir os
homens pelo aperfeiçoamento e prepará-los para o terceiro milênio, agrupando-se
homens de todas as tendências em torno de um único ideal, cada um dando o que
pode e recebendo o que não usurpa.
O Rito Brasileiro que eu entendi, não comporta o preconceito, a inveja e o
sectarismo, ensinamento básico da Maçonaria Universal.
Somente refletindo profundamente seremos capazes de contemplar a obra
acabada. O Rito é sem duvida a Maçonaria do amanhã que começou quando
nasceu, assim, como a vida já existia quando o homem não conhecia a morte.
Em todo Sistema Brasilista, ou seja, nos seus trinta graus afetos à Potência
Filosófica, é oferecido ao Maçom uma formação completa. Efetivamente, forma o
homem como VALOR MORAL, e HOMEM SOCIAL, e o HOMEM CÍVICO, fechando
a cúpula com o SERVIDOR DA ORDEM E DA PÁTRIA, quando então estará
preparado para esta grande missão, a de servir, ai sim, então poderá dizer que de
fato “Viu a Maçonaria”.

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Todos que se alinham honrando e engrandecendo o Rito Brasileiro, merecem
a homenagem de nosso bem querer e de nosso respeito. Não importa o que sejam,
que vale é o bem e que de bom os irmãos fazem, e que, tenhamos em cada canto
do Brasil, do continente, do mundo, uma loja do Rito Brasileiro elevando mais a
Maçonaria Universal.
Façamos, pois, a nossa participação vigorosa no momento que se passa.
Sejamos o “Sal da Terra” de que falou o Grande Iniciado.
Meus Irmãos, após estas colocações, retornamos aos fatos históricos que
levaram identificar a data de 25 de abril como sendo o dia do Rito Brasileiro.
Curioso é, a “priori”, não ser o dia de sua fundação (23/12) ou mesmo o dia de
sua reimplantação (19/03), mas como sabemos tudo tem razão de ser, e esta não
seria diferente.
O estabelecimento desta data decorreu do resultado de estudos e pesquisas
realizadas por abnegados irmãos da Magna Reitoria, tendo levantado todas as datas
dos diversos eventos ao longo de toda história do rito e, fazendo-se uma avaliação
dos fatos, verificou-se que de nada adiantaria ter sido o rito fundado e reimplantado
sem que de fato fosse colocado em prática, como fora outrora no período de 1914 a
1968.
É interessante notar que o Decreto 124 de 25 de agosto de 1970, instituiu o
“DIA NACIONAL” do Rito Brasileiro como sendo o dia 7 de setembro, no sentido de
reverenciar a emancipação política do Brasil.
Por outro lado, o Regulamento Especial do Supremo Conclave do Brasil (Art.
41) instituiu o dia 24 de maio como o “DIA DO RITO BRASILEIRO”, concluindo dia
duas datas, ou sejam, uma como DIA NACIONAL (7/09) e outra DIA DO RITO
(24/05).
Diante dessa situação, a Oficina-Chefe do Rito resolveu definir efetivamente a
data e, por ocasião da realização da I Convenção Nacional do Rito – 18/20 outubro
1974, Rio – foi feita a regulamentação de que consta do artigo 42 do Regulamento
Especial reconhecida no dia 21 de setembro de 1976, data esta da aprovação do
Regulamento Especial do Rito, hoje em vigor, como sendo O DIA NACIONAL DO

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RITO, o dia 25 DE ABRIL, que também comemora -se a fundação do Supremo
Conclave do Brasil.
Mas, o principal marco de sua efetiva existência no meio maçônico, como elo
de ligação da Potência Filosófica – Oficina-Chefe do Rito, o Supremo Conclave e a
Potência Simbólica, o Grande Oriente do Brasil, que o adotou, foi sem dúvida o
advento da fundação da Primeira Loja Simbólica sob a jurisdição do Grande Oriente
do Brasil, e, esta ocorrera exatamente no dia 25 de abril de 1968, numa quinta-feira
de lua crescente sob o signo de touro regido por Vênus tendo como seu elemento da
natureza a TERRA, quando vários irmãos assinaram a ata de fundação da Aug
Resp Loj Simb “Fraternidade e Civismo” nº 1796 ao oriente do Rio de Janeiro
Palácio do Lavradio cuja regularização se deu no dia 24 de maio do mesmo ano.
A importância desta data é de fundamental relevância, pois, com esta
homenagem dada à Loja Primaz do Rito, consolidou o fato como sendo o cordão
umbilical que une as duas Potências Maçônicas – Filosófica e Simbólica.
Portanto, devemos render nossas mais sinceras homenagens de
congratulações à feliz idéia e sábia decisão tomada pelos nossos dirigentes e que a
renovação proposta pelo Rito seja sólida e crescente na forma preconizada nos
ensinamentos doutrinários.

Assim, saudemos numa só voz,
Com um viva a maçonaria do Brasil,
Salve a Fraternidade entre nós,
Viva o Vinte e Cinco de Abril.

Sursum Corda

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SURSUM CORDA
Sursum Corda A (latim para "Levantai os vossos corações") é o diálogo de
abertura do prefácio da Oração Eucarística ou Anáfora nas liturgias da Igreja cristã,
que remonta ao século III e Anáfora de Hipólito . " O diálogo é registrado nas
primeiras liturgias da Igreja Cristã, e é encontrado em todos os ritos antigos. A frase
"Sursum Corda" é geralmente traduzida como "Corações ao alto", mas o latim que
diz apenas "Up corações "e a versão grega Ἄνω σχῶμεν τὰς καρδἰας significa"
Vamos levantar os nossos corações. "
Embora os detalhes varia ligeiramente de rito para rito, a estrutura do diálogo
é geralmente triplo, composto por (1) uma troca de saudação formal entre o
sacerdote e o povo, (2) um convite para levantar o coração a Deus, o povo responde
de acordo e (3) um convite a dar graças, o atendimento às pessoas que é bom fazê-
lo. Essa troca de terceiros indica o parecer favorável do povo com o sacerdote
continua a oferecer o restante da Oração Eucarística em seu nome, e é a
necessidade de aprovação desse tipo, que representa a universalidade do diálogo.
O APELO DE UM SÉCULO
“Tudo tem o seu tempo determinado”. (Eclesiastes, III, 1).
Em 1864 foi publicada em Paris pelos livreiros J.P. Ailluad Guilard a
“Bibliotheca Maçonnica ou Instrução Completa do Franc-Maçon”, da autoria de um
Irmão português, que modestamente se disse “um Cavaleiro Rosa-Cruz” [i]. Era,
aliás, usual, entre os grandes autores maçônicos essa modéstia: o “Recueil Préciux
de la Maçonnerie Adonhiramite”[ii], notável obra, de 1786, é de autoria de “um
Cavaleiro de todas as Ordens Maçônicas”.
A “Bibliotheca Maçonnica ou Instrução Completa do Franc-Maçon” é uma
obra clássica, completa, em 3 volumes e 6 tomos, citada como consulta por todos
quantos se ocupam de Maçonaria.
Nessa obra são considerados os Ritos, então existentes, em 1864. O autor
inicia o seu estudo pelo Rito Francês, parecendo ter-lhe simpatia, mas esclarece, no
prólogo, em sua parte final, o seu pensamento, com o seguinte apelo, que faz:

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“Não foi pretensão nossa inculcarmos antes o Rito Maçônico
Francês do que outro qualquer, mas bem pelo contrário, nós solicitamos
aos Orientes Lusitano e Brasileiro a fazer um Rito novo e independente
que, tendo por base os Graus Simbólicos e comuns a todos os Ritos,
tenha contudo os altos Graus Misteriosos diferentes e nacionais”.

“Convimos em que semelhante reforma é contrária ao
cosmopolitismo e à tolerância maçônica, mas também é verdade que,
enquanto os Maçons forem bons patriotas e os povos fisicamente
desiguais, a conservação de um Rito universal parece-nos quase
impossível: talvez que um tão gigantesco projeto só poderá ter realidade
no vigésimo século (pág. 6 do vol. I)”.
Assim termina o prólogo. Os grifos são do próprio autor. Era a antevisão do
futuro. Só no século XX, realmente, o apelo se tornou realidade.
O autor, clássico em Maçonaria, quando se referiu aos Altos Graus “diferentes
e nacionais”, não estava, evidentemente, pretendo criar uma Maçonaria nacional, o
que seria uma negação da Ordem Universal, tanto que encareceu fossem os Graus
Simbólicos do novo Rito “comum a todos os Ritos”. E é nesse ponto precisamente
que se resguarda a unidade doutrinária da Ordem.
O autor entendeu, pois, corretamente, que se devia manter fidelidade à
universal Tradição maçônica do Simbolismo, mas os Altos Graus serem formulados
sob a influência do meio histórico e geográfico da Pátria em que se vive, sob a sua
índole, inspiração e pendores. É esse, sem dúvida, o ideal em Maçonaria: a
diversidade dentro da unidade, atendendo-se ao gênio de cada Raça, porque a
Maçonaria não é desnacionalizante.
Agora, perguntamos nós: não veio o Rito Brasileiro realmente sancionar esse
apelo do consagrado autor da “Bibliotheca Maçonnica ou Instrução Completa do
Franc-Maçon”? Decerto que sim.
O Rito despontou em Pernambuco em 1878 com Firmo Xavier, fundou-se em
1914 com Lauro Sodré e implantou-se em 1968, definitivamente, no Grão-Mestrado

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de Álvaro Palmeira, por corresponder à imposição de nossa vocação e às
exigências de nosso tempo.
O RITO BRASILEIRO UNE A TRADI ÇÃO COM A EVOLUÇÃO: a Tradição é
contida nos Rituais dos Graus e a Evolução expressa nos Manuais. Não se
contentou com a só Tradição. Os Rituais são imutáveis, enquanto os Manuais são
revistos quinquenalmente, para que a Maçonaria esteja atuante na vida dos séculos,
que passam.
O Rito Brasileiro, a esse respeito, é impar: dá ao Maçom, de maneira
sistemática, através dos Manuais dos Altos Graus, a tríplice e indispensável
formação: Moral (Graus 4 a 18), Cultural (Graus 19 a 30) e Cívica (Graus 31 e 32).
O Grau 33, em seu Manual, estabelece os fundamentos do Humanismo
Maçônico.
O Rito não veio criar competição no campo maçônico, muito menos qualquer
cizânia: apenas assumir a posição, que lhe cabe.
A comunidade Brasil-Portugal constitui hoje a expressão maior do mundo
latino: com Angola, o Atlântico-Sul é o “Maré Nostrum”. É natural que não fiquemos
jungidos, no campo do espírito maçônico, a concepções e interesses alienígenas:
nem franceses, alemães, ingleses, escoceses, ou outros. Todos os Ritos forâneos
são dignos e respeitáveis, merecem a nossa fraterna consideração e estima.
Queremo-lhes todo o bem, ao nosso lado, mas não sob o seu molde e a sua égide.
Porque temos alma, caráter, visão e gênio próprios: inalienáveis. ATINGIMOS À
MAIORIDADE MAÇÔNICA. Este último quartil do século 20 está bem distante dos
séculos 18 e 19.
O apelo, vindo do Tejo há um século, dirige-se evidentemente a todos
quantos, sem distinção de nacionalidade, em Portugal e no Brasil, praticam a Arte –
Real: todos somos Irmãos. Que se formem, por toda a parte, “urbi et orbi” [iii],
Lojas do Rito Brasileiro, para que a Ordem Renovada possa enfrentar, com êxito, o
fascinante desafio dos Tempos Novos.
Um Rito maçônico, criado no ambiente de nossa Pátria, foi sempre uma
aspiração do Maçom do Brasil. Essa aspiração evidenciou-se, pela primeira vez, em

100

1878, com a “Constituição da Maçonaria do Especial Rito Brasileiro”, em
Pernambuco.

_________________________________
[i] Miguel Antônio Dias
[ii] Louis Guillemain de Saint-Victor
[iii] "Para a Cidade e para o Mundo"

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PLANTA DO TEMPLO NO RITO BRASILEIRO

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INTERPRETAÇÃO DA PLANTA DO TEMPLO NO RITO BRASILEIRO


1 – Venerável Mestre
2 – 1º Vigilante
3 – 2º Vigilante
4 – Orador
5 – Secretário
6 – Tesoureiro
7 – Chanceler
8 – Mestre de Cerimônias
9 – Hospitaleiro
10 – Primeiro Diácono
11 – Segundo Diácono
12 – Primeiro Experto
13 – Segundo Experto
14 – Porta Bandeira
15 – Porta Estandarte
16 – Cobridor
17 – Cobridor Externo
18 – Arquiteto

103

19 – Mestre de Harmonia
20 – Mestre de Banquetes
21 – Ex Venerável Imediato
22 – Dignitários Visitantes
23 – Ex Veneráveis da Loja
24 – Coluna dos Mestres
25 - Coluna dos Companheiros
26 – Coluna dos Aprendizes
27 – Altar dos Compromissos
28 – Carta Constitutiva
29 – Altar dos Perfumes
30 – Pavimento Mosaico
31 – Quadro do Grau
32 – Pedra Polida
33 – Mar de Bronze
34 – Pedra Bruta
35 – Estátua de Minerva
36 – Estátua de Hercules
37 – Estátua de Vênus
38 – Maior Autoridade Maçônica presente
39 – Mestres Instalados

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b – Bandeira do Brasil
g – Bandeira do Grande Oriente do Brasil
e – Estandarte da Loja

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Documentos do Rito Brasileiro
00 - Decreto nº. 500 de 23/12/1914, criando o Rito
Brasileiro.
01 – Decreto nº. 2.080 de 19/03/1968, reimplantando
o Rito Brasileiro.
02 – O que é o Rito Brasileiro (1968).
03 – O que é Rito Regular, Legal e Legítimo (1968).
04 – Constituição do Rito Brasileiro (1968).
05 – O Rito Brasileiro e suas características
fundamentais (1968).
06 – Tratado de Amizade e Aliança Maçônica com o Grande Oriente do Brasil
(1968).
07 – Apreciação Sumária do Rito Brasileiro em seus Altos Graus (1968).
08 – A criação, a implantação e a ascensão do Rito Brasileiro (1968).
09 – Notícia sobre a “Constituição do Especial Rito Brasileiro, de 1878, em
Pernambuco” (1969).
10 – A Semana da Pátria – Calendário Maçônico-Gregoriano (1969).
11 – Informação amistosa aos ainda não Maçons (1969).
12 – Afirmações retilíneas do Sr. Presidente da República e Preceitos Maçônicos
do Rito Brasileiro (1969).
13 – Um apelo à gloriosa Primaz (1969).
14 – A Antimaçonaria (1970).
15 – Regularidade de Rito – Desfazendo uma confusão: “O Semeador” (1970).
16 – Ritos Maçônicos – Nove pontos de estudo (1970).

106

17 – A Maçonaria Universal em face do civismo de cada povo (1970).
18 – O 1º Congresso Maçônico de 1834. Teísmo e Fraternidade como
fundamentos maçônicos (1970).
19 – O Maçom não pode ser misoneísta. A Renovação da Maçonaria (1970).
20 – Marechal Mascarenhas de Moraes (1970).
21 – Há meio século, em 1921, a gloria Terra Bandeirante pretende reimplantar o
Rito Brasileiro (1970).
22 – Maçonaria Renovada (1970).
23 – Os Fundamentos da Maçonaria Universal (1970).
24 – Como deve circular a Palavra Sagrada (1971).
25 – A volta da Palavra Sagrada (1971).
26 – Nas vésperas do 3º milênio (1971).
27 – Mestre em Brasilidade (1971).
28 – Algumas Regras Constitucionais. Alguns Preceitos Doutrinários (1972).
29 – Alocução Cívico-Maçônica (1972).
30 – O apelo de um século (1972).
31 – Aferição da Cultura Maçônica nos Graus Simbólicos (1972).
32 – A Maçonaria. O Rito Brasileiro (cartão de propaganda) (1972).
33 – Maçonaria Ambígena (1972).
34 – O Rito Brasileiro no contexto da Maçonaria Universal (1974)
35 – Breve Histórico do Rito Brasileiro (1974).
36 – A conquista da “Copa do Mundo” (1976).

107

37 – Regularidade de Rito (estudo revisto e aumentado) (1976).
38 – O que é Maçonaria. A indeclinável vocação do Grande Oriente do Brasil
(1976).
39 – A conceituação de “Os Ideais da Ordem” em face da Tradição (1976).
40 – Teste de Elevação de Grau: do 4 ao 9 (1978).
41 - Teste de Elevação de Grau: do 9 ao 14 (1978).
42 - Teste de Elevação de Grau: do 14 ao 18 (1978).
43 – Síntese Doutrinária da Maçonaria (1979).
44 – Por que foi reimplantado o Rito Brasileiro? (1979).
45 – A cultura política do Maçom (1980).
46 – As cerimônias de Acendimento e Amortização das Luzes (1991).
47 – Circulação em Loja (1991).
48 – Simbolismo da Discrição (1992).
49 - O Rito Brasileiro - Nacional e Diferente (1996).

Supremo Conclave Autônomo
01 - Ata de Fundação 10/02/1974
02 - Ata de Instalação 13/07/1974

Tratados com o Rito Brasileiro
– Tratado de Amizade e Aliança Maçônica com o Grande Oriente do Brasil (1968).

108

– Tratado de Aliança, Mútuo Reconhecimento e Amizade com o Rito Adonhiramita
(1974).
- Tratado de Mútuo Reconhecimento, Amizade e Aliança com o Real Arco do
Brasil (2003).
- Tratado de Aliança, Mútuo Reconhecimento e Amizade com o Rito Moderno
(1985).
– Decreto n.º 173 que dispõe sobre a concessão de Altos Graus do Rito Brasileiro
para os Irmãos que praticam os Ritos de York e Schoereder.

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HISTÓRIA DA IMPLANTAÇÃO DO RITO BRASILEIRO NO DISTRITO
FEDERAL
A história da fundação do Rito Brasileiro no Distrito Federal teve início há
quase 25 anos atrás, quando os valorosos IIrMarco Antonio Wolovikis Braga, Iratan
da Silva Rodrigues, Antonio Augusto Pessoa de Almeida, Paulo César Pedroso
Campos, Natalício Alves Barreto, Pedro João Seguins, João Batista Cavalcanti de
Melo, Hamilton de Holanda Vasconcelos e Ivaldo de Melo Medeiros tiveram a
iniciativa de fundar uma Loja do Rito Brasileiro neste Grande Oriente.
O que se segue é, em parte a história oficial do surgimento da Loja e em parte,
a história não escrita, mas indelevelmente gravada na memória de todos os
fundadores, que ainda continuam em atividade no Rito.
Esta Loja foi fundada de fato e de direito no dia 07 de junho de 1981, domingo
de Pentecostes. Embora a Ata constante dos arquivos do GOB, registre o local de
fundação como dependência do Grande Oriente do Brasil, na verdade a fundação
ocorreu na residência do IrEdmar Adair Storti, à SQS 210, Bloco E, Apt. 306, onde
os Irmãos acima foram recebidos com toda a distinção pela cunhada Aída Nelini
Storti, já que o IrEdmar tivera de ausentar-se por motivo urgente. Compareceu
também um outro Ir, estrangeiro, cujo nome não foi possível recordar.
Desses, porém, nem todos estavam regulares, de forma que deixaram de
figurar como fundadores, os IIrCavalcanti, Hamilton e o estrangeiro. Por adesão e a
pedido do IrIratan, também assinou a ata de fundação e contribuiu financeiramente,
o IrGuilherme Fagundes de Oliveira, que depois, como Grande Secretário-Geral da
Guarda dos Selos, veio a assinar o Ato de Regularização da Loja.
O IrMarco Antonio, já então detentor do Gr33, iniciado no Rito Brasileiro em
1968, na Loja Nilo Peçanha, no Rio de Janeiro, e que tinha vindo diretamente
daquele Orpara Brasília, para implantar o Rito no Distrito Federal, foi escolhido
Venerável Interino, ficando o IrIratan, Gr26, iniciado em 1975, na Loja Fraternidade e
Civismo, também do Rio de Janeiro, e egresso da Loja Alvorada de Aragarças, Orde
Aragarças, Goiás, foi escolhido 1º Vigilante. O IrSeguins, Gr31, antigo na Maçonaria
e já de idade avançada, beirando os 80 anos de idade, foi eleito Tesoureiro. Refiro-

110

me a esses três IIrporque os únicos nascidos no Rito Brasileiro entre os fundadores.
Seguins foi iniciado em data não localizada, na Loja Beckman, Orde São Luis,
Maranhão, onde residia à época.
Os demais cargos da diretoria provisória foram ocupados pelos IIrNatalício (2°
Vigilante), Pessoa (Orador), Ivaldo (Secretário) e Pedroso (Chanceler).
Decidiu-se na ocasião que a primeira Diretoria efetiva da Loja seria composta
pelos mesmos IIrda Diretoria provisória, ocupando os mesmos cargos. De forma que
o IrMarco Antonio, que exercia as funções de Grande Secretário do Conselho
Federal, teve de renunciar para continuar na presidência da Loja. Estabeleceu-se
em dois mil cruzeiros a taxa de fundação da Loja, e marcou-se reunião para o dia 21
de julho seguinte.
O que havia acontecido, porém, antes desta primeira reunião, do dia 7 de
junho? Pelo que se pôde apurar, os verdadeiros idealizadores da criação da Loja
foram os IIrMarco Antonio e Iratan, os dois nascidos no Rito Brasileiro e desejosos
de continuar praticando-o aqui em Brasília. Mas faltava o principal: uma Loja do Rito
Brasileiro. Num encontro casual dos dois na residência do IrEdmar, concordaram os
três em fundar a tão desejada Oficina, e marcaram novo encontro para tratar do
assunto, ficando cada um encarregado de trazer outros IIr interessados. Esse novo
encontro foi no do dia de Pentecostes.
O IrIratan levou dois IIrde sua Loja, a Pitágoras II, que foram os IIrPessoa e
Pedroso, e o IrMarco Antonio levou o IrIvaldo, que era da Águia do Planalto. Nessa
época o IrIvaldo trabalhava no Grande Oriente do Brasil, como assessor do Grão-
Mestre Geral Osíris Teixeira, e daí seus contatos com o IrMarco Antonio. Certo dia,
em seu gabinete de trabalho, o IrIvaldo recebeu o convite para formar a Loja.
Perguntou quem mais era do Rito Brasileiro em Brasília, e o IrMarco Antonio disse
que conhecia um – era o IrIratan. Numa reunião da Águia do Planalto, o IrIvaldo
conheceu um visitante vestido com um avental do Rito Brasileiro, era o IrSeguins.
Logo se relacionaram e foi também convidado para a reunião do dia 7 de junho. Foi
chamado ainda o IrNatalício, MI e Gr30, da Águia do Planalto, que por sua vez levou
o IrHamilton. O IrIvaldo levou ainda o IrCavalcanti, colega de trabalho na EBN,
irregular, e um dos que depois foram regularizados na Loja. Ainda não ficou

111

devidamente esclarecido porque o IrEdmar não foi fundador da Loja, apesar de ser
um dos mais entusiasmados, cedendo sua residência para a primeira reunião,
entusiasmo que ele passava também para a cunhada.
Dessa forma, a Loja ficou constituída por dois IIrda Estrela de Brasília – Marco
Antonio e Fagundes, dois da Águia do Planalto – Natalício e Ivaldo; três da Pitágoras
– Iratan, Pessoa e Pedroso, e um da Beckman – Seguins.
Algumas referências tiradas da Ata de fundação revelam os compromissos
assumidos pela Loja, explícita ou implicitamente:
1°) Dia de Pentecostes: reclama da Loja fidelidade aos princípios iniciáticos, já
que o Pentecostes do Evangelho lembra a grande iniciação outorgada aos
discípulos de Jesus, quando lâminas de fogo penetraram em suas cabeças;
2°) Serviço desinteressado à Humanidade: único propósito da Loja, que resume
todo o espírito de nobreza que dominou o momento da criação da Oficina e que
nunca deve ser esquecido, tanto para efeito do trabalho efetivo como do
relacionamento dos Obreiros e união do Quadro;
3°) Homenagem aos 21 anos de Brasília, que se comemorou naquele ano: liga
a Loja definitivamente à vida da cidade, aspiração que a Loja sempre terá obrigação
de honrar através de sua atuação social;
4°) Honrar a memória do Imperador D. Pedro I, o IrGuatimozim: outra missão
que a Loja se arrogou e que não pode ser esquecida pelos que vieram depois, nem
pelos filhos da Loja.
Sim, este era o NOME, esta era a LOJA – LOJA MAÇÔNICA GUATIMOZIM. A
propósito do nome da Loja, devemos lembrar que o IrMarco Antonio tentara fundar
uma loja com esse nome, no Rio. Tendo de mudar -se enquanto estava em
andamento o processo de fundação, resolveu prosseguir em Brasília com o seu
propósito, tanto assim, que o primeiro livro de presença desta Oficina, é o mesmo
utilizado naquela outra, no Rio.

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O objetivo maior, entretanto, da Loja, foi a implantação do Rito Brasileiro em
Brasília, o qual foi plenamente alcançado. Eis o motivo pelo qual a Loja Guatimozim
ostenta o título de Primaz do Rito Brasileiro no Distrito Federal.
Tão logo se fundou a Loja, foi preparada toda a documentação exigida e, em
questão de dias, foi emitida autorização para funcionar em caráter provisório,
expedida pelo IrVicente de Paula Figueiredo, Grande Secretário-Geral de
Administração, já que, àquela época, o Grande Oriente do Distrito Federal era uma
potência dissidente e as Lojas fiéis ao Grande Oriente, eram jurisdicionadas
diretamente ao GOB.
As reuniões passaram a ser feitas no Templo da Estrela de Brasília, cedido
gratuitamente pelo Venerável Mestre Amaro Miguel Leite. As reuniões eram
ajudadas pela Loja Hipólito da Costa, com materiais e obreiros, sob a liderança do
Venerável Mestre Ivan Lima Verde, que cedeu uma das gavetas de sua secretaria
para que a Loja pudesse guardar seu material. Houve muitas reuniões conjuntas,
ora no Templo da Estrela de Brasília, ora no Templo da Loja Hipólito da Costa.
Outras reuniões, entretanto, foram realizadas em residências de IIr, resolvendo-se
muita coisa da maior importância nessas sessões administrativas, dentre elas as dos
IIrIratan, Lima Verde, Cavalcanti, Hamilton e Pessoa.
O pedido de regularização é do dia 7 de setembro e já no dia 11 era expedido o
Ato nº 109, deferindo o pedido, com as assinaturas do Grão-Mestre Geral Osíris
Teixeira, do Grande Secretário-Geral de Administração Vicente de Paula Figueiredo
de Souza e do Grande Secretário-Geral da Guarda dos Selos Guilherme Fagundes
de Oliveira.
A solenidade de Regularização ocorreu no dia 07 de outubro de 1981, tendo o
IrLima Verde presidido a cerimônia.
No dia 27 de novembro de 1981, foi realizada a cerimônia de sagração do
Estandarte, presidida ainda pelo IrLima Verde. O Estandarte foi confeccionado pelo
IrVicente Gomes Machado, e patrocinado financeiramente pelo IrHamilton. O
IrVicente confeccionou ainda o esquadro e o compasso que, por reverência à
memória do Irjá falecido, está reservado como uma das relíquias da Loja.

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Hoje, passados quase 25 anos daquela memorável data, o Rito Brasileiro conta
com as seguintes Lojas no Distrito Federal:
- ARLS Guatimozim nº. 2107, fundada em 07 de junho de 1981;
- ARLS Pioneiros de Brasília nº. 2288, fundada em 19 de setembro de 1984;
- ARLS João Rosário Dória nº. 2533, fundada em 14 de julho de 1989;
- ARLS Acácia da Montanha nº. 3249, fundada em 30 de junho de 1999;
- ARLS Libertadores das Américas nº. 3380, fundada em 09 de agosto de 2000;
- ARLS Joferlino Miranda Pontes nº. 3325, fundada em 01 de setembro de
2000; e,
- ARLS Presidente Juscelino Kubitschek nº. 3530, fundada em 12 de setembro
de 2003.

CONCLUSÃO
Aqui terminam essas lembranças da fundação do Rito Brasileiro, e dos
primórdios da implantação do Rito Brasileiro no Distrito Federal, cuja história
caminha em paralelo com a fundação da Loja Guatimozim, que atingiu a maioridade
em junho de 2002, quando completou 21 anos de existência.
No dia 25 de abril próximo passado, comemoramos o Dia Nacional do Rito
Brasileiro, por ocasião da Abertura deste II Seminário, no Auditório Álvaro Palmeira,
sede do Grande Oriente do Brasil, realizada pelo Emin IrHélio Pereira Leite, Grão-
Mestre do Grande Oriente do Distrito Federal. No dia 07 de junho próximo,
celebraremos o 25° Aniversário da existência de ambos – Rito e Loja – no Distrito
Federal.
Neste momento, externamos nosso apreço e reconhecimento aos
remanescentes fundadores do Rito em Brasília, aqui presentes, e aproveitamos a
oportunidade para rendermos nossas homenagens àqueles que participaram
daquele memorável evento e hoje estão no Oriente Eterno, a saber:

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Leopoldo George Alves – fundador honorário, falecido quando exercia o cargo
de Grande Secretário do Conselho Federal;
Vicente Gomes Machado – que hoje empresta seu nome a uma Loja em
Sobradinho, DF;
Aldo Soares – iniciado na primeira cerimônia desse tipo realizada pela Loja
Guatimozim, e falecido seis meses depois de admitido na Ordem;
Pedro João Seguins, já velho e doente, amputou uma perna, no Maranhão, e
sempre escrevia e telefonava aos IIr de Brasília;
Natalício Alves Barreto, que aposentou-se da Câmara Federal e retornou ao
seu Estado, Pernambuco, onde residiu por muitos anos. Posteriormente, já inválido,
retornou a Brasília.
A estes valorosos Irmãos, a nossa saudade o nosso eterno reconhecimento.
As Lojas do Rito Brasileiro, assim como todas as demais, contam com o apoio,
respeito e admiração do todo o Grande Oriente do Distrito Federal.
Se uma Loja tem seus filhos, também tem seus pais, seus criadores, e esses
têm preocupações e obrigações talvez até maiores do que as dos filhos. Nosso
desejo é que as Lojas do Distrito Federal, em especial as do Rito Brasileiro, unidas e
fortes, venham a ser exemplos de Sabedoria, Força e Beleza para toda a Ordem.

115

POR QUE SÃO JOÃO, “NOSSO PADROEIRO”?
Além de girar em torno de seu eixo, a Terra desloca-se no espaço, com um
movimento de translação em torno do Sol, quando descreve uma elipse, de acordo
com as leis de Kepler. Para o observador situado na Terra, todavia, é como se esta
fosse fixa e o Sol se movesse em torno dela, seguindo um caminho, que, como já foi
visto, é chamado de eclíptica.
Em sua marcha em torno do Sol, a Terra, descrevendo uma elipse, ficará
mais próxima, ou mais afastada do astro da luz. O ponto mais próximo --- 147
milhões de quilômetros --- é o periélio; o mais afastado --- 152 milhões de
quilômetros --- é o afélio. Se a Terra, no movimento de translação, girasse sobre um
eixo vertical em relação ao plano da órbita, as suas
diferentes regiões receberiam iluminação sempre sob o
mesmo ângulo e a temperatura seria sempre constante, em
cada uma delas. Mas, como o eixo é inclinado, em relação à
órbita, essa inclinação faz com que os raios solares incidam
sobre a Terra segundo um ângulo diferente, a cada dia que
passa. E, assim, vão se sucedendo as estações: verão,
outono, inverno e primavera.
Como os planos do equador terrestre e da eclíptica
não coincidem, tendo uma inclinação, um em relação ao
outro, de 23 graus e 27 minutos, eles se cortam ao longo de uma linha, que toca a
eclíptica em dois pontos: são os equinócios. O Sol, em sua órbita aparente, cruza
esses pontos, ao passar de um hemisfério celeste para outro; a passagem de Sul a
Norte, marca o início da primavera no hemisfério Norte
e do outono no hemisfério Sul; a passagem do Norte
para o Sul, marca o início do outono no hemisfério
Norte e da primavera no hemisfério Sul. Esses são os
equinócios de primavera e de outono.
Por outro lado, nos momentos em que o Sol
atinge sua maior distância angular do equador
terrestre, ou seja, quando é máximo o valor de sua

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declinação, ocorrem os solstícios. Os dois solstícios ocorrem a 21 de junho e a 21
de dezembro; a primeira data marca a passagem do Sol pelo primeiro ponto do
trópico de Câncer, enquanto que a segunda é a passagem do Sol pelo primeiro
ponto do trópico de Capricórnio. No primeiro caso, o Sol está em afélio e é solstício
de verão no hemisfério Norte e de inverno no hemisfério Sul; no segundo, o Sol está
em periélio e é solstício de inverno no hemisfério Norte e de verão no hemisfério Sul.
Portanto, o solstício de verão no hemisfério Norte e de inverno no hemisfério Sul,
ocorre quando o Sol está em sua posição mais boreal (Norte), enquanto que o
solstício de verão no hemisfério Sul e de inverno no hemisfério Norte, ocorre quando
o Sol está em sua posição mais austral (Sul).
Por herança recebida dos membros das organizações de ofício, que,
tradicionalmente, costumavam comemorar os solstícios, essa prática chegou à
Maçonaria moderna, mas já temperada pela influência da Igreja sobre as
corporações operativas. Como as datas dos solstícios são 21 de junho e 21 de
dezembro, muito próximas das datas comemorativas de São João Batista --- 24 de
junho --- e de São João Evangelista --- 27 de dezembro --- elas acabaram por se
confundir com estas, entre os operativos, chegando à atualidade. Hoje, a posse dos
Grão-Mestres das Obediências e dos Veneráveis Mestres das Lojas realiza-se a 24
de junho, ou em data bem próxima; e não se pode esquecer que a primeira
Obediência maçônica do mundo, como já foi visto, foi fundada em 1717, no dia de
São João Batista.
Graças a isso, muitas corporações, embora houvesse um santo protetor para
cada um desses grupos profissionais, acabaram adotando os dois São João como
padroeiros, fazendo chegar esse hábito à moderna Maçonaria, onde existem,
segundo a maioria dos ritos, as Lojas de São João, que abrem os seus trabalhos “à
glória do Grande Arquiteto do Universo (Deus) e em honra a S. João, nosso
padroeiro”, englobando, aí, os dois santos.
No templo maçônico, essas datas solsticiais estão representadas num
símbolo, que é o Círculo entre Paralelas Verticais e Tangenciais. Este significa que o
Sol não transpõe os trópicos, o que sugere, ao maçom, que a consciência religiosa
do Homem é inviolável; as paralelas representam os trópicos de Câncer e de
Capricórnio e os dois S. João.

117

Tradicionalmente, por meio da noção de porta estreita, como dificuldade de
ingresso, o maçom evoca as portas solsticiais, estreitos meios de acesso ao
conhecimento, simbolizados no círculo cósmico, no círculo da vida, no zodíaco, pelo
eixo Capricórnio-Câncer, já que Capricórnio corresponde, ao solstício de inverno e
Câncer ao de verão (no hemisfério Norte, com inversão para o Sul). A porta
corresponde ao início, ou ao ponto ideal de partida, na elíptica do nosso planeta, nos
calendários gregorianos e também em alguns pré-colombianos, dentro do itinerário
sideral.
O homem primitivo distinguia a diferença entre duas épocas, uma de frio e
uma de calor, conceito que, inicialmente, lhe serviu de base para organizar o
trabalho agrícola. Graças a isso é que surgiram os cultos solares, com o Sol sendo
proclamado --- como fonte de calor e de luz --- o rei dos céus e o soberano do
mundo, com influência marcante sobre todas as religiões e crenças posteriores da
humanidade. E, desde a época das antigas civilizações, o homem imaginou os
solstícios como aberturas opostas do céu, como portas, por onde o Sol entrava e
saía, ao terminar o seu curso, em cada círculo tropical.
A personificação de tal conceito, no panteão romano, foi o deus Janus,
representado como divindade bifásica, graças à sua marcha pendular entre os
trópicos; o seu próprio nome mostra essa implicação, já que deriva de janua, palavra
latina que significa porta. Por isso, ele era, também, conhecido como Janitur, ou
seja, porteiro, sendo representado com um molho
de chaves na mão, como guardião das portas do
céu. Posteriormente, essa alegoria passaria,
através da tradição popular cristã, para São Pedro,
mas sem qualquer relação com o solstício.
Janus era um deus bicéfalo, com duas faces
simetricamente opostas, cujo significado
simbolizava a tradição de olhar, uma das faces,
constantemente, para o passado, e a outra, para o
futuro. Os Césares da Roma imperial, em suas
celebrações e para dar ingresso ao Sol nos dois
hemisférios celestes, antepunham o deus Janus,

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para presidir todos os começos de iniciação, por atribuir-lhe a guarda das chaves.
Tradicionalmente, tanto para o mundo oriental, quanto para o ocidental, o
solstício de Câncer, ou da Esperança, alusivo a São João Batista (verão no
hemisfério Norte e inverno no hemisfério Sul), é a porta cruzada pelas almas mortais
e, por isso, chamada de Porta dos Homens, enquanto que o solstício de Capricórnio,
ou do Reconhecimento, alusivo a São João Evangelista (inverno no hemisfério Norte
e verão no hemisfério Sul), é a porta cruzada pelas almas imortais e, por isso,
denominada Porta dos Deuses. Para os antigos egípcios, o solstício de Câncer
(Porta dos Homens) era consagrado ao deus Anúbis; os antigos gregos o
consagravam ao deus Hermes. Anúbis e Hermes eram, na mitologia desses povos,
os encarregados de conduzir as almas ao mundo extraterreno (51).
A importância dessa representação das portas solsticiais pode ser
encontrada com o auxílio do simbolismo cristão, pois, para o maçom, as festas dos
solstícios são, em última análise, as festas de São João Batista e de São João
Evangelista. São dois São João e há, aí, uma evidente relação com o deus romano
Janus e suas duas faces: o futuro e o passado, o futuro que deve ser construído à
luz do passado. Sob uma visão simbólica, os dois encontram-se num momento de
transição, com o fim de um grande ano cósmico e o começo de um novo, que marca
o nascimento de Jesus: um anuncia a sua vinda e o outro propaga a sua palavra.
Foi a semelhança entre as palavras Janus e Joannes (João, que, em hebraico é
Ieho-hannam = graça de Deus) que facilitou a troca do Janus pagão pelo João
cristão, com a finalidade de extirpar uma tradição “pagã”, que se chocava com o
cristianismo. E foi desta maneira que os dois São João foram associados aos
solstícios e presidem às festas solsticiais.
Continua, aí, a dualidade, princípio da vida: diante de Câncer, Capricórnio;
diante dos dias mais longos, do verão, os dias mais curtos, do inverno; diante de
São João “do inverno”, com as trevas, Capricórnio e a Porta de Deus, o São João
“do verão”, com a luz, Câncer e a Porta dos Homens (vale recordar que, para os
maçons, simbolicamente, as condições geográficas são, sempre, as do hemisférios
Norte).

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Dentro dessa mesma visão simbólica, podemos considerar a configuração da
constelação de Câncer. Suas duas estrelas principais tomam o nome de Aselos (do
latim Asellus, i = diminutivo de Asinus, ou seja: jumento, burrico). Na tradição
hebraica, as duas estrelas são chamadas de Haiot Nakodish, ou seja, animais de
santidade, designados pelas duas primeiras letras do alfabeto hebraico, Aleph e
Beth, correspondentes ao asno e ao boi. Diante delas, há um pequeno
conglomerado de estrelas, denominado, em latim, Praesepe, que significa presépio,
estrebaria, curral, manjedoura, e que, em francês, é crèche, também com o
significado de presépio, manjedoura, berço. Essa palavra créche já foi, inclusive,
incorporada a idiomas latinos, com o significado de local onde crianças novas são
acolhidas, temporariamente.
Esse simbolismo dá sentido à observação material: Jesus nasceu a 25 de
dezembro, sob o signo de Capricórnio, durante o solstício de inverno, sendo
colocado em uma manjedoura, entre um asno e um boi.
Essa data de nascimento, todavia, é puramente simbólica. Para os primeiros
cristãos, Jesus nascera em julho, sob o signo de Câncer, quando os dias são mais
longos no hemisfério Norte. O sentido cristão, no plano simbólico, abordaria, então,
apenas a Porta dos Homens e, assim, só haveria a compreensão de Jesus, como
ser, como homem. Mas Jesus é o ungido, o messias, o Cristo --- segundo a teologia
cristã --- e o outro polo, obrigatoriamente complementar, é a Porta de Deus, sob o
signo de Capricórnio, tornando a dualidade compreensível.
Dois elementos, entretanto, um material e um religioso, viriam a influir na
determinação da data de 25 de dezembro. O material refere-se aos hábitos dos
antigos cristãos e o religioso, ao mitraismo da antiga Pérsia, adotado por Roma:
Os primeiros cristãos do Império Romano, para escapar às perseguições,
criaram o hábito de festejar o nascimento de Jesus durante as festas dedicadas ao
deus Baco, quando os romanos, ocupados com os folguedos e orgias, os deixavam
em paz.
Mas a origem mitraica é a que é mais plausível para explicar essa data
totalmente fictícia: os adeptos do mitraismo costumavam se reunir na noite de 24
para 25 de dezembro, a mais longa e mais fria do ano, numa festividade chamada ---

120

no mitraismo romano --- de Natalis Invicti Solis (nascimento do Sol triunfante).
Durante toda a fria noite, ficavam fazendo oferendas e preces propiciatórias, pela
volta da luz e do calor do Sol, assimilado ao deus Mitra. O cristianismo, ao fixar essa
data para o nascimento de Jesus, identificou-o com a luz do mundo, a luz que surge
depois das prolongadas trevas.
JANO
Busto de Jano, no Vaticano
Jano (em latim Janus) foi um deus romano que
deu origem ao nome do mês de Janeiro.
Era o porteiro celestial, sendo representado com
duas cabeças, representando os términos e os
começos, o passado e o futuro. De fato, era o
responsável por abrir as portas para o ano que se iniciava, e toda porta se volta para
dois lados diferentes.Por isso é conhecido como "Deus das Portas".
Existem, no entanto, em alguns locais, representações daquele deus com
quatro faces. Em seu templo, as portas principais ficavam abertas em tempos de
guerra e eram fechadas em tempos de paz. De acordo com tradição só foram
fechadas duas vezes na história — uma no reinado de Numa e outra no de Augusto.
Os romanos associavam Janus com a divindade etrusca Ani.
Curiosidades
No clássico jogo de RPG, Chrono Trigger, há
uma personagem chamado Janus. Analogamente
deus romano, a personagem deste clássico RPG
também vive simultaneamente no passado e no
futuro. Quando criança, Janus vive no passado, até
que é transportado para o futuro, e passa a existir
em dois tempos diferentes.

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Às vezes, o Janus de Chrono Trigger parece ser capaz de prever o futuro, mas
isto na verdade se deve ao fato de ele ter retornado ao seu passado, depois de
adulto. Assim, faz-se passar por um profeta, quando na verdade apenas "prevê"
acontecimentos que já viveu.
No filme estadunidense de 1995, 007 contra GoldenEye, o antagonista do
espião britânico James Bond se chamava Janus. Nesse filme, Janus foi interpretado
pelo ator britânico Sean Bean, o mesmo que interpretou Boromir no primeiro filme da
série O Senhor dos Anéis.
Janus também é o nome de uma banda estadunidense de hard rock, formada
em Chicago, Illinois, em 2004.
ESTÁ TUDO JUSTO E PERFEITO !
Onde, quando e como surgiu para a maçonaria?
A expressão "justo e perfeito" remonta às organizações medievais de
canteiros (trabalhadores em cantaria, ou seja, no esquadrejamento da pedra bruta).
Como os bons profissionais eram muito requisitados, havia muita rivalidade
entre as corporações, valendo, nesse caso, até a sabotagem do trabalho, a qual
consistia em penetrar no terreno do concorrente e fazer um leve desbastamento da
pedra já cúbica, difícil de constatar pelo olho humano, porém quando usada na
construção, daria diferença, comprometendo aquele núcleo de pedreiros. Assim, no
fim do dia de trabalho, por ordem do Master (o proprietário, ou um seu preposto), um
Warden (zelador, ou vigilante), media a horizontalidade da obra, com o nível,
enquanto o outro media a perpendicularidade, com o prumo, e, se tudo estivesse em
ordem, comunicavam ao Master : "tudo está justo e perfeito". Na manhã do dia
seguinte, a operação era repetida, da mesma maneira, para prevenir eventuais
sabotagens durante a noite.
Se tivesse tudo "Justo e Perfeito” os trabalhos eram iniciados.
“Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!”

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“Sonhe como se fosse viver para sempre E Viva como se fosse morrer amanhã,
e lembre-se que há momentos em que a maior sabedoria é parecer não saber
nada".
COWAN - (GOTEIRA)
“COWAN” é uma palavra desconhecida para uma boa parte da população
maçônica, principalmente da nossa região. “Goteira”, porém, muda um pouco de
figura, sendo um termo nosso conhecido e o personagem considerado perigoso
entre os Maçons.
Na Inglaterra também tem o significado de Goteira e de Profano; porém o
termo Covan não figurou na maçonaria Inglesa até ser introduzido como que
oficialmente, pelo Escocês Dr. James Anderson, em seu segundo “Livro das
Constituições”, em 1738 (quando da sua reforma).
Se derivado do Grego o termo Cowan significa “CÃO” – devido aos curiosos
e asquerosos hábitos daquele animal. Queriam eles dizer que cães e porcos estão
sempre associados à sujeira.
Um dicionário de linguagem francesa, de Jeiniesom, diz que Cowan é
derivado da palavra francesa “COION” (um companheiro covarde) um (miserável
covarde), sendo para alguns escritores um disparate, esta colocação.
As pesquisas dos Irmãos Assis Carvalho e Xico Trolha, apontam como
“Covan”, um maçom que construía “muro seco” – isto é, muros ou paredes sem o
uso de cimento ou argamassa. Entendemos que os Maçons da época queriam dizer
que aqueles homens (os Covans) não tinham o principal elemento cultural para ligar,
convenientemente (com argamassa = atributos), as pedras preparadas com o uso do
“Maço” e do “Cinzel”, (ferramentas usadas pelos “Canteiros ou fazedores de cantos
em pedras da época); então, construíam, amontoando e aprumando simplesmente
as pedras preparadas”.
Diz-se ainda que o termo Covan foi extraído de um documento maçônico, em
1730, portanto, antes da Reforma da Constituição de Anderson em 1738, quando
Samuel Prichard introduziu a referida palavra num diálogo existente no seu livro
“MASONRY DISSECTED”:

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P. – Onde se assenta o Aprendiz?
R. – No Norte.

P. – Qual a sua ocupação?
R. – Afastar os “COVANS” (curiosos) e bisbilhoteiros.

P. – Se um bisbilhoteiro for apanhado, como deve ser castigado?
R. –Deve ser colocado sob o beiral da casa até que as Goteiras da chuva, a
escorrer pelos seus ombros, saiam pelos sapatos.

Como podemos ver, em 1930, duas palavras conhecidas nossas nos dias de
hoje aparecem no referido livro Inglês.
Levantou-se ainda que a Ata N° 0, da Loja Mãe do Mundo “KILWINNING”, de
1707, antes ainda de 1730, registrou que nenhum Maçom deve empregar um
“Cowan” (Maçom sem a Palavra), para trabalhar. Isto significa que naquela época
quem não tinha uma certa palavra, convencional, não podia trabalhar para os
maçons regulares ou junto com eles. Assim como nos nossos dias não podemos ter
ingresso às Lojas sem a P. ´. Sem.´., sabendo, inclusive, como transmiti-la;
A palavra Cowan aparece freqüentemente nos textos Escoceses, significando:
espião, abelhudo, bisbilhoteiro etc., embora seu significado na Maçonaria não era só
isso, podendo dar significação a um Pedreiro que, após trabalhar determinado
tempo e ao final, não conseguisse renovar o seu contrato, mesmo que trabalhasse
sete anos, este Aprendiz de Pedreiro, somente por este tempo de serviço, poderia
não entrar para a “Fraternidade” (grupo organizado de homens do Maço, Maçons),
passando a ser considerado um Cowan (bisbilhoteiro), um estranho, um Goteira nos
assuntos de Maçonaria.

124

Seria o mesmo, nos dias de hoje, que um Aprendiz ou Companheiro, ao final do
seu Interstício não conseguisse, por algum motivo, ser Elevado ou Exaltado, sendo
desligado do Quadro e não tendo mais acesso aos trabalhos e ainda mais, sua
aproximação sendo considerada a partir daí, um ato de curiosidade.
Como dissemos, o termo COWAN entrou oficialmente para a Maçonaria em
1738, significando profano, embora se saiba que esta designação, fora da
Maçonaria signifique uma pessoa estranha às coisas religiosas, um ignorante às
coisas sagradas, etc.
O nosso Irmão Assis Carvalho informa, inclusive, que o cargo de Cobridor
Externo (Tyler em inglês), originou-se devido a presença do Covan (Goteira), que se
aproximava para observar os trabalhos da Loja e ouvir o que os Maçons falavam ou
faziam.
Quando um Cowan (Goteira) se aproximava da Loja ou de um grupo de Maçons,
eles diziam: CHOVE, GOTEIRA; se era uma mulher que se aproximava, diziam:
NEVA, ESTÁ NEVANDO. E imediatamente todos paravam de falar, pelo menos em
assuntos da Maçonaria.
O termo Goteira ou (Cowan em outro idioma) nos chama a atenção até mesmo
na C.´. de Ref.´.: “Se a curiosidade aqui te conduz, retira-te”. O curioso sempre
foi mal visto pelos Maçons.
No passado, na Maçonaria Operativa, o tratamento dado aos Cowans (Goteiras)
era o seguinte: quando se pegava alguém espionando os trabalhos da Loja, que na
verdade funcionavam em tavernas (tabernas), aplicavam-lhe uma tremenda surra e
o colocavam embaixo das goteiras da chuva para molhar-se todo. Se fosse tempo
seco, davam-lhe um bom banho, isto depois de uma boa surra.
Finalmente, depois de contarmos todos o milagres pesquisados no Livro
“Símbolos Maçônicos” dos Irmãos Assis Carvalho e Xico Trolha, vamos contar
(conforme entendemos), a origem do termo ora estudado, o nosso famoso “Goteira”.
Consta nos velhos escritos ingleses que, durante as reuniões de Pedreiros
alguns curiosos subiam nos telhados das tavernas (tabernas), penduravam-se nas
calhas ou nos beirais, deitavam-se nos telhados e com as cabeças penduradas

125

como se fossem goteiras da chuva, tentavam ouvir e ver o que falavam ou faziam os
Maçons durante as reuniões.
Quando eram pegos, acontecia tudo aquilo que dissemos anteriormente.
Apanhavam e eram colocados sob a goteira da chuva já que gostavam de assim se
comportarem.
Daí a menção dos escritores de que a presença de um irmão armado de espada
fora dos Templos (Cobridor Externo) originou-se da necessidade dos Maçons se
protegerem dos “Goteiras” daquela época.
O escritor se posiciona em mais de uma vez em sua p esquisa, quanto a
necessidade de termos uma única Pal.´. Sem.´. entre as Potências, desde que
regulares.

126

Anexo 2. Simbologia

Avental do Rito Brasileiro de 1940
Avental de Mestre Maçom

Avental de camurça branca, orlado com verde e amarelo, na abeta o Cruzeiro
do Sul e duas setas verde amarelo, forrado de setim verde bandeira.

Avental para os Oficiais do Conclave

Avental de pelica branca, orlando com verde com losangos amarelo, rosetas
verde e amarelo e o triplo Tau, forrado de setim verde bandeira.
Estes aventais foram aprovados na 1ª reunião do Supremo Conclave do
Brasil, em 21/08/1940. Sendo os mesmos presenteados pelo irmão Cândido F.
Almeida - 3º Grande Primaz do Supremo Conclave do Brasil, para o irmão Kurt

127

Prober. E que estão descritos no livro "Achegas para a história da Maçonaria no
Brasil - volume 3 - Origem do Rito Brasileiro do GOB" de 1991.
Estas fotos foram gentilmente cedidas pelo irmão Luiz Alberto Chaves -
Administrador do Museu Maçônico Ariovaldo Vulcano do Grande Oriente do
Brasil.

Paramentos de Delegado do Rito Brasileiro


O Colar é bordô orlado de dourado, ladeado por dois ramos de acácia,
finalizando com o brasão do Rito Brasileiro.
O Avental é branco orlado de bordô com filete dourado, tendo na abeta o
brasão do Rito Brasileiro (bordado), e no canto superior direito, um botão de um
centímetro de diâmetro, com as cores nacionais do País. No corpo do avental a
Bandeira do Estado em que o delegado representa o Supremo Conclave. E
abaixo as letras "D.R.B.", Delegado do Rito Brasileiro.

128

Paramentos das Lojas Simbólicas Rito Brasileiro

Aprendiz-Maçom

Companheiro-Maçom

Mestre-Maçom

Oficiais da Loja

129


Venerável-Mestre
As Lojas Simbólicas funcionam nos três graus maçônicos: Aprendiz,
Companheiro e Mestre.
O avental de Aprendiz e de Companheiro são de pele ou cetim branco de 30
centímetro por 40 centímetro, são presos à cintura por cordões ou fitas brancas.
Tendo o avental de Aprendiz a abeta triangular levantada, enquanto que o de
Companheiro, a abeta esta abaixada.
O avental de Mestre é branco, orlado de azul-celeste, com franjas da
mesma cor, com ramos de acácia, tendo uma roseta azul no centro da abeta
descida, e duas rosetas iguais, uma em cada extremidade inferior do avental. As
três rosetas sobre base dourada. Da abeta pendem duas fitas azuis, terminadas
por franja ou borlas douradas. No canto superior direito, um botão de um
centímetro, com as cores nacionais do País em que funciona a Loja.
Faixa azul, achamalotada e orlada de dourada, tendo pendente na
extremidade a respectiva jóia, que é um Esquadro.

130

Para os oficiais da Loja além do avental, usarão um colar, de fita azul, em
cuja ponta penderá a jóia do cargo.
O Venerável-Mestre usa um avental branco, orlado de azul-marinho, com
franjas douradas, e ramos acácia. Tendo no corpo três Taus. E abeta em semi-
circulo, tendo do lado esquerdo o Cruzeiro do Sul, e do lado direito um botão de
um centímetro, com as cores nacionais do País em que funciona a Loja.
Estola branca tendo os "Esquadro e Compasso" nos três graus simbólicos.
Fotos gentilmente cedidas pelo irmão Jerri Leu da Triângulo Atelier
Maçônico.

Paramentos Filosóficos do Capítulo Rosa-Cruz Rito Brasileiro

Grau 4
Mestre da Discrição

Grau 9
Mestre da Justiça ou da Retidão

131


Grau 14
Mestre da Perseverança

Grau 15
Cavaleiro da Liberdade



Grau 18
Cavaleiro Rosa-Cruz ou da Perfeição

132

O Capitulo Rosa-Cruz do Rito Brasileiro, esta assim dividido:
I - Graus de Mestres (4 a 14). Tratam do Homem como ser individual,
exaltando os valores e as virtudes morais da Pessoa Humana:
Grau 4 - Mestre da Discrição
Grau 5 - Mestre da Lealdade
Grau 6 - Mestre da Franqueza
Grau 7 - Mestre da Verdade
Grau 8 - Mestre da Coragem
Grau 9 - Mestre da Justiça ou da Retidão
Grau 10 - Mestre da Tolerância
Grau 11 - Mestre da Prudência
Grau 12 - Mestre da Temperança
Grau 13 - Mestre da Probidade
Grau 14 - Mestre da Perseverança

II - Graus de Cavaleiros (15 a 18). Tratam do Homem, também, como ser
individual, exaltando os valores e as virtudes morais da Pessoa Humana:
Grau 15 - Cavaleiro da Liberdade
Grau 16 - Cavaleiro da Igualdade
Grau 17 - Cavaleiro da Fraternidade
Grau 18 - Cavaleiro Rosa-Cruz ou da Perfeição
Fotos gentilmente cedidas pelo irmão Jerri Leu da Triângulo Atelier
Maçônico.

133

Paramentos Filosóficos do Conselho de Kadosch Rito Brasileiro

Grau 19
Missionário da Agricultura e da Pecuária

Grau 19
Missionário da Agricultura e da Pecuária(Novo)

Grau 22
Missionário da Economia

Grau 26
Missionário da Paz

134


Grau 30
Missionário da Filosofia
O Conselho de Kadosch Filosófico tem os Graus de Missionários, divididos
em três classes de quatro graus cada uma. Consideram o Homem como valor
social e dão-lhe a formação de cultura geral: científica, artística e filosófica. São
eles:

Grau 19 - Missionário da Agricultura e da Pecuária
Grau 20 - Missionário da Indústria e do Comércio
Grau 21 - Missionário do Trabalho
Grau 22 - Missionário da Economia
Grau 23 - Missionário da Educação
Grau 24 - Missionário da Organização Social
Grau 25 - Missionário da Justiça Social
Grau 26 - Missionário da Paz

135

Grau 27 - Missionário da Arte
Grau 28 - Missionário da Ciência
Grau 29 - Missionário da Religião
Grau 30 - Missionário da Filosofia (Kadosch Filosófico)
Fotos gentilmente cedidas pelo irmão Jerri Leu da Triângulo Atelier
Maçônico.

Paramentos Filosóficos do Alto Colégio Rito Brasileiro

Grau 31
Guardião do Bem Público

Grau 32
Guardião do Civismo

O Alto Colégio tem os Graus de Guardiões. São graus de cultura cívica e
formam o homem como Cidadão. Nestes Graus estuda -se a Liberdade e a
Autoridade; a Família e a Pátria; O governo do País; a Opinião Pública sobre os

136

problemas Nacionais; os Partidos Políticos; o Comportamento Cívico do
brasileiro, a Dinâmica Nacional e o princípio de que não há direitos contra a
Nação (Mario Name - Rito Brasileiro de Maçons Antigos, Livres e Aceitos):
Grau 31 - Guardião do Bem Público
Grau 32 - Guardião do Civismo
Fotos gentilmente cedidas pelo irmão Jerri Leu da Triângulo Atelier
Maçônico.
Paramentos Filosóficos do Supremo Conclave
Grau 33 Rito Brasileiro


Avental e Colar do Grau 33 Servidor da Ordem e da Pátria
O Supremo Conclave é a Câmara dos Servidores da Ordem, da Pátria e da
Humanidade (Grau 33), que exercita os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário
do Rito. No Grau 33 consolida-se a formação dos Graus anteriores da Hierarquia por
meio da Síntese do Humanismo Maçônico.*

137

* Carlos Simões - O Rito Brasileiro, Editora "A Gazeta Maçônica", página
140.
Paramentos Past Master

138

Anexo 3. Ritualística
Livros, Rituais e Manuais do Rito Brasileiro
ESTATUTO, CONSTITUIÇÃO
E REGULAMENTO ESPECIAL
Livro de bolso publicado pelo Supremo
Conclave do Brasil para o Rito Brasileiro em 1976,
impresso na Princeps Gráfica e Editora Ltda. - Rio
de Janeiro/RJ, com 94 páginas.
Conteúdo: preâmbulo com o histórico do rito;
Decreto n.º 2080 de 19/03/1968 ; Estatuto;
Constituição do rito (21/07/1976); Regulamento
Especial do Rito Brasileiro; Tratado de Amizade e
Aliança Maçônica; e Tratado de Aliança, Mútuo
Reconhecimento e Amizade entre o Supremo
Conclave do Brasil para o Rito Brasileiro e o
Excelso Conselho da Maçonaria Adonhiramita.



A MAÇONARIA E O RITO
BRASILEIRO
Livro de autoria do Irmão G. Hercules
Pinto, publicado pela Editora "Maçônica", e
impresso pela Gráfica da Cooperativa
Cultural dos Esperantistas - Rio de
Janeiro/RJ em 1981, com 278 páginas.
O livro inicia com a história da
Maçonaria do Especial Rito Brasileiro; na
primeira parte do livro tem a "Constituição
da Maçonaria do Especial Rito Brasileiro
para as Casas do Circulo do Grande Oriente
de Pernambuco Sob os Auspícios de S.
Majestade Imperial S.'. D.'. P.'. S.'. I.'. do
Bras.'., da Fam.'. Imp.'. e Sua S.'. Pontf.'." do

139

capítulo 1º (da maçonaria do Rito Brasileiro
e de seus Irmãos) ao 18º (Da Eleição).
A segunda parte continua com os
capítulos 19º (Do Supremo Conselho do
Grande Oriente) até o 24º (Do Aniversário).
Segue analisando o Rito Brasileiro de
Lauro Sodré; o Decreto n.º 2080; algumas
fases do Rito Brasileiro e do Grande Oriente
do Brasil; a estrutura das Oficinas Litúrgicas,
e rituais especiais de Exaltação Matrimonial,
Adoção de Lowtons e de Pompa Fúnebre.

ACHEGAS PARA A HISTÓRIA DA
MAÇONARIA NO BRASIL
ORIGEM DO RITO BRASILEIRO
DO GOB
Livro de autoria do Irmão Kurt Prober, que
usa o pseudônimo Isa Ch'An, publicado e
impresso pelo próprio irmão em 1991 - Rio de
Janeiro/RJ.
O irmão Kurt Prober faz uma analise das
fases do Rito Brasileiro, sendo a 1ª fase de 1914 a
1939, apresentando o original do Decreto n.º 500
de 23/12/1914, que criou oficialmente o Rito
Brasileiro.
Na 2ª fase de 1940 a
1967, apresenta o Distintivo
do Conclave de 1941, as
primeiras Lojas e os Aventais
do Rito Brasileiro, adotados
nesta fase.
Na 3ª fase de 1968 (com o Decreto n.º
2080) até os dias atuais, o irmão Kurt Prober

140

relata sobre a fundação das três primeiras
"Celulas Mater": Loja Fraternidade e Civismo n.º
1697 do Rio de Janeiro/RJ; Loja Arariboia n.º 1968
do Rio de Janeiro/RJ; e Loja Castro Alves n.º 1704
de Salvador/BA. E da regularização da Loja Labor
e Civismo n.º 1690 de Cataguzes/MG. Discorre
sobre os Conclaves realizados pelo Rito
Brasileiro, sendo o 1º de 18 a 20/10/1974 no Rio
de Janeiro/RJ; o 2º Conclave de 4 a 6/11/1977 em
Salvador/BA; o 3º Conclave de 24 a 26/10/1980
em Goiânia/GO; 4º Conclave de 25 a 27/05/1984
em Araxá/MG, 5º Conclave de 10 a 12/10/1986
em Campinas/SP; e 6º Conclave de 01 a
03/12/1989 em Brasília/DF.


RITO BRASILEIRO DE MAÇONS
ANTIGOS,
LIVRES E ACEITOS
Livro de autoria do Irmão Mario Name,
publicado pela Editora Maçônica "A Trolha"
Ltda., e impresso pela Editora e Gráfica
Cotação da Construção - Londrina/PR em
1992, com 271 páginas.
O livro esta divido em quatro capítulos,
sendo o I dedicado a história do Rito
Brasileiro; o II a estrutura atual do rito, a
bordando sobre o Supremo Conclave do
Brasil (GOB), Supremo Conclave Autônomo
do Rito Brasileiro (Minas Gerais - 1974),
Convenções Nacionais e Documentos do
Rito; o capítulo III trata do Templo e a Loja;
e o IV capítulo retorna a história do Rito
Brasileiro, através de suas Constituições de
1878, 1940 e 1968.

141


O RITO BRASILEIRO
(UMA VISÃO DA MAÇONARIA SOCIAL
OU
4º PERÍODO HISTÓRICO DA
MAÇONARIA)
Livro de autoria do Irmão Carlos Simões,
publicado pela Editora "A Gazeta Maçônica" - São
Paulo/SP em 1999, com 327 páginas.
O livro aborda vários aspectos do Rito
Brasileiro, a exemplo da criação do rito; do rito
teísta, legítimo e regular; a dedicação do rito; o
Rito Brasileiro e os Direitos Maçônicos, a Justiça
Social e a Maçonaria Social; e inclui vários
anexos.
Ao final do livro tem -se as notas
complementares, do irmão Fernando de Faria.
Entre elas esta "A Cor do Rito", em que "O Rito
era verde-amarelo, patriótico." E que depois de
discutido junto com o Supremo Conclave do
Brasil, "predominou o misticismo" e foi adotado
para o Rito, a cor violeta, por conseqüência foi
adotada a gravata colorida (bordô - atualmente).


RITUAL - 1º GRAU - APRENDIZ
RITO BRAZILEIRO
Ritual adotado e aprovado por decreto de
26/08/1921, pelo Grande Oriente (Independente)
de São Paulo para a Loja Campos Salles de São
Paulo/SP, e impresso na Tipografia de Caetano
Montano.

142

Consta que a Loja Campos Salles usou pela
primeira vez este ritual no dia 16/09/1921, reunião
esta convertida em "Sessão de Instrução do Rito
Brasileiro". E no dia 23/09/1921, foi realizada a
primeira iniciação de três profanos.


RITUAL DE INICIAÇÃO AO 1º GRAU
Ritual adotado pelo Conclave dos
Servidores da Ordem e da Pátria em 12 de
novembro de 1940, e impresso na
Tipografia e Encadernação da Casa Vallelle
- Rio de Janeiro/RJ.
Nesta época a Loja de aprendiz do
Rito Brasileiro chamava-se também de
Cenáculo. O oriente é forrado de verde
bandeira com frisos superiores amarelos.
Nas colunas do dossel há duas esfinges: a
da direita Pedro I e a da esquerda Deodoro
da Fonseca. Do centro do dossel desce um
globo com sol raiado e no fundo o escudo
brasileiro. No centro do teto côncavo tem-se
a constelação do Cruzeiro do Sul. As mesas
do vigilantes eram decoradas de verde e
amarelo. A aclamação era: Brasil - Ordem -
Amor.

143

MANUAL DO GRAU DE APRENDIZ
Nesta época foram feitos em separado o
Ritual e Manual de Aprendiz do Rito Brasileiro, os
quais foram adotados pelo Supremo Conclave do
Rito Brasileiro, e aprovados pelo Grande Oriente
do Brasil, por meio do decreto n.º 19 de 29/05/86.
Foram impresso na Editora e Gráfica do Grande
Oriente do Brasil - Brasília/DF.
O Ritual contém a parte ritualística,
enquanto que o Manual está divido em duas
partes, sendo a primeira "O Templo e a Loja" e a
segunda ficou com a "Instrução do Grau".



RITUAL DO GRAU DE APRENDIZ-
MAÇOM
Ritual aprovado pelo Grande Oriente
do Brasil, por meio do Decreto n.º 0542 de
19/03/2002, onde ficou determinado a data
de 25/04/2002, para o início da aplicação
deste Ritual, por ocasião da comemoração
do Dia Nacional do Rito Brasileiro.
Foi impresso na Lid Gráfica e Editora -
Brasília/DF, com 211 páginas.

144


RITUAL DO GRAU DE APRENDIZ -
MAÇOM
O Supremo Conclave Autônomo para
o Rito Brasileiro do Oriente de Cataguases
/MG, publicou em 2002 dois manuais, sendo
o primeiro um Ritual de Aprendiz dividido em
duas partes, a primeira com a disposição e
decoração do Templo e instruções gerais; a
segunda parte tratou dos procedimentos da
Sessão Econômica (29 páginas). O segundo
manual contem a terceira parte onde estão
os procedimentos das sessões magnas: de
Iniciação, Filiação e Regularização (48
páginas).

145

Quadro de Tratamentos de Autoridades Maçônicas do GOB

TRATAMENTO AUTORIDADES
ILUSTRE IRMÃO, COM EXCEÇÃO DO
VENERÁVEL, CUJO TRATAMENTO É O
DE VENERÁVEL MESTRE
Mestres Instalados; Beneméritos; Deputados
Honorários das Assembléias
Federal, Estaduais e do DF.
VENERÁVEL IRMÃO
Deputados Estaduais e do Distrito Federal;
Juízes dos Tribunais de Justiça Estaduais e
do Distrito Federal; Juízes Eleitorais
Estaduais e do Distrito Federal; Conselheiros
dos Tribunais de Contas Estaduais e do
Distrito Federal; Membros dos Conselhos
Estaduais e do Distrito Federal;
Subprocuradores Estaduais e do Distrito
Federal; Grandes Beneméritos da Ordem.
PODEROSO IRMÃO
Deputados Federais, Grão-Mestres Adjuntos
Estaduais e do Distrito Federal; Secretários
Estaduais e do Distrito Federal; Ministros do
Superior Tribunal de Justiça Maçônico;
Ministros do Superior Tribunal Eleitoral;
Ministros do Tribunal de Contas; Delegados
do Grão-Mestre Geral; Presidentes dos
Tribunais Eleitorais Estaduais e do Distrito
Federal; Presidentes dos Tribunais de
Contas Estaduais e do Distrito Federal;
Membros do Conselho Federal;
Subprocuradores Gerais; Procuradores
Estaduais e do Distrito Federal; Portadores
de Condecoração da Estrela de Distinção
Maçônica.
EMINENTE IRMÃO Grão-Mestres Estaduais e do Distrito

146

Federal; Secretários-Gerais; Presidente do
Superior Tribunal de Justiça Maçônico;
Presidente do Superior Tribunal Eleitoral;
Ministros do Supremo Tribunal Federal
Maçônico; Presidente do Tribunal de Contas;
Procurador Geral; Presidentes dos Tribunais
de Justiça Estaduais e do Distrito Federal;
Presidentes das Assembléias Legislativas
Estaduais e do Distrito Federal; Garantes de
Amizade do GOB perante outras instituições
maçônicas; Portadores da Cruz de Perfeição
Maçônica.
SAPIENTÍSSIMO IRMÃO
Grão-Mestre Geral Adjunto; Presidente da
Assembléia Federal Legislativa; Presidente
do Supremo Tribunal Federal Maçônico;
Detentores da Condecoração da Ordem do
Mérito D. Pedro I.
SOBERANO IRMÃO Grão-Mestre Geral.


O Mestre Maçom tem o tratamento de Respeitável Irmão.

RGF Art 219 e 220.

147

5. Conclusões
Faz muito tempo que nasci. Nasci quando os homens começavam a acreditar
em um Deus único. Fui combatida, vilipendiada e até fizeram troça do meu ritualismo
e doutrina mas, através dos tempos foram reconhecendo minha seriedade e
princípios, acabei sendo reconhecida como uma entidade íntegra que congrega
homens íntegros. As encruzilhadas do mundo ostentam catedrais e templos que
atestam a habilidade de meus antepassados. Eu me empenho pela beleza das
coisas, pela simetria, pelo que é justo e pelo que é perfeito. Espalho coragem,
sabedoria e força para aqueles que as solicitam. Para comprovar a seriedade de
meus princípios, sobre meus Altares está o Livro Sagrado, a Bíblia, e minhas preces
são dirigidas a um só Deus Onipotente. Meus filhos trabalham juntos, sem distinções
hierárquicas, quer seja em público, quer seja em recintos fechados, em perfeita
união e harmonia. Por sinais e por símbolos, eles ensinam as lições da Vida e da
Morte, as relações do homem para com Deus e dos homens para com os homens.
Estou sempre pronta a acolher os homens que atingindo a idade legal e que sejam
possuidores de dotes morais e reputação acima de qualquer reparo, me procuram
espontaneamente, pois, não faço proselitismo nem campanhas para angariar
adeptos. Eu acolho esses homens e procuro ensiná-los a utilizar meus utensílios de
trabalho, todos voltados para construir uma sociedade melhor. Eu ergo os caídos e
conforto os doentes. Compadeço-me do choro de um órfão, das lágrimas de uma
viúva e da dor dos carentes. Não sou uma Igreja nem um partido político, mas meus
filhos têm uma grande soma de responsabilidade para com Deus, para com sua
pátria, para com seus vizinhos, para com a comunidade em geral. Não obstante são
homens intransigentes na defesa de suas liberdades e de sua consciência. Propago
a imortalidade da alma porque acredito ser por demais pequena uma só vida no
imenso universo em que vivemos. Enfim, sou uma maneira de viver.
EU SOU A MAÇONARIA

148

6. Bibliografia
1. BOUCHER, Jules. A simbólica Maçônica. Ed. Pensamento: São Paulo, 2001.
2. BOUCHER, Jules. La Symbolique maçonnique, Editeur Dervy, 1990, ISBN 2-
85076-510-4;
3. BESOUCHET, Lídia. José Maria Paranhos: Visconde do Rio Branco: ensaio
histórico-biográfico/ Tradução de Vera Mourão - Rio de Janeiro:Nova
Fronteira;[Brasília]: INL, 1985;
4. COLUSSI, Eliane Lúcia. A maçonaria brasileira no Século XIX. São
Paulo:Saraiva, 2002. - (Que historia é esta?), ISBN 85-02-03816-8.
5. PIGEARD, Alain e outros. Os Franco-Mações, 2003 (1.ª Ed.), Editora
Pregaminho, ISBN 972-711-429-6 (Traduzido da edição original: Les Francs-
Maçons, Éditions Tallandier, Paris, 1998).
6. COSTA, Frederico Guilherme. "Maçonaria na Universidade-2". Londrina: "A
TROLHA", 1996.
7. HUTIN, Serge. "Les Francs-Maçons". Paris: Éditions du Seuil, 1976.
8. PALOU, Jean. "A Franco-Maçonaria Simbólica e Iniciática". trad. do Francês.
São Paulo: Pensamento, s/d.
9. PETERS, Ambrósio. "O Manuscrito Régio e o Livro das Constituições".
Londrina: "A TROLHA", 1997.
10. VAROLI FILHO, Theobaldo. "Curso de Maçonaria Simbólica". 1º Tomo
(Aprendiz). São Paulo: "A Gazeta Maçônica", 1976.
11. Constituição, Estatuto e Regulamento Especial do Supremo Conclave do
Brasil para o Rito Brasileiro. Princeps Gráfica e Editora. ed. 1976.
12. Mota, Willian Felício da. Rito Brasileiro: Normas - Ritualística e Estrutura.
Gráfica e Editora Pontual 1a. ed. - 2002.

149

13. Relatório Anual do Exercício de 2005 - Boletim Oficial Especial do Grande
Oriente do Brasil.
14. Reminiscências da Fundação da Loja Guatimozim - Histórico elaborado pelo
Ir Ivaldo de Melo Medeiros, em 04 Jun 1990.
15. Informativo “O Primaz”, Edição Especial de Aniversário de Fundação da Loja
Maçônica Guatimozim nº 2107. ed. Jun/2003.
16. Guia de Lojas do Grande Oriente do Brasil. Ed. GOB. ed. 2004.
17. Figueiredo, Joaquim Gervásio de, 33 - Dicionário de Maçonaria - Ed.
Pensamento - 4ª ed. - 1989/1990.
18. Camino, Rizzardo da. Dicionário Maçônico. São Paulo. Ed. Madras. ed. 2001.
19. Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa.
Ed. Nova Fronteira 1ª ed. (14ª impressão).
20. Dicionário Escolar da Língua Portuguesa. FENAME - MEC - 11a. ed. – 1981
21. Curso de Maçonaria Simbólica – Theobaldo Varoli Filho
22. O Mestre Maçom – Francisco Assis Carvalho {Chico Trolha]
23. A Simbólica Maçônica – Jules Boucher
24. Manual do Mestre Maçom – Manoel Gomes
25. Maçonaria e o Livro Sagrado – Zilmar de Paula Barros
26. Maçonaria Mística – Rizzardo da Camino
27. Ritualistica Maçônica – Rizzardo da Camino
28. Bíblia Sagrada.
29. Siete y más .....Juan Agustín González M. (edição 1955)
30. La Leyenda de Irma Abiff Eduardo Phillips Müller (edição 1975)

150

31. Considerações sobre o Gr\de M\ Peter Angermeyer (A Trolha Junho 1980)
32. Ritual 3º Grau – Mestre Maçom – REAA , 2009/ Grande Oriente do Brasil –
São Paulo, 2009.
33. A Chave de Hiram - Faraós, Franco-Maçons e a Descoberta dos Manuscritos
Secretos de Jesus ; Christopher Knight & Robert Lomas (Tradução e Notas
Z.Rodrix) - Editora Landmark / São Paulo, Brasil .
34.


Que o SADU  ilumine a todos nós.