MANUALDEFINITIVOMOTOPATRULHAMENTO.pdf trânsito

GleisonFerreira17 11 views 246 slides Oct 11, 2025
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About This Presentation

Manual moto


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MOTOCICLISTA
MANUAL DO
POLICIAL MILITAR
RICARDO PASSOS CONCEIÇÃO - MAJ PM
LUCAS DÃ SANTANA BARRETO - CAP PM

MOTOCICLISTA
MANUAL DO
POLICIAL MILITAR

RICARDO PASSOS CONCEIÇÃO – MAJ PM
LUCAS DÃ SANTANA BARRETO - CAP PM
Salvador
2018

MOTOCICLISTA
MANUAL DO
POLICIAL MILITAR

AGRADECIMENTOS
Agradecemos à senhora Thereza Regina de F. Valente Machado que,
além de responsável pelas fotografias e ilustrações, se tornou verdadeira
entusiasta na elaboração deste Manual, o que nos possibilitou contribuir na
padronização, normatização das atividades de policiamento com emprego
de motocicletas.

3ª PARTE - ASSUNTOS GERAIS E ADMINISTRATIVOS
b) PARECER DE TRABALHO TÉCNICO-PROFISSIONAL
A Comissão designada mediante ato administrativo, publicado no BGO nº. 049, de 11 Mar 16, composta pelos
Ten Cel PM ANTÔNIO FERNANDO COSTA DE AZEVEDO, Mat. 30.201.411-3, Maj PM ANTÔNIO ROQUE ÁVILA
DOS ANJOS, Mat. 30.218.620-3, Maj PM ANDRÉ PEREIRA BORGES, Mat. 30.227.313-1, Maj PM RICARDO ANTÔ-
NIO TRIGO LORENZO FILHO, Mat. 30.255.322-2, e Cap PM SÉRGIO MARCOS RIBEIRO PAZ, Mat. 30.255.327-2,
teve como objetivo analisar a viabilidade de reconhecimento como Trabalho Técnico-Profissional de interesse da
PMBA a obra intitulada Manual do Motociclista Policial Militar, de autoria do Maj PM RICARDO PASSOS CONCEI-
ÇÃO, Mat. 30.218.666-9, e do Cap PM LUCAS DÃ SANTANA BARRETO, Mat. 30.413.864-6.
Após análise, a Comissão opinou favoravelmente pelo reconhecimento da obra intitulada “Manual do Mo-
tociclista Policial Militar”, de autoria do Maj PM RICARDO PASSOS CONCEIÇÃO, Mat. 30.218.666-9, e do Cap PM
LUCAS DÃ SANTANA BARRETO, Mat. 30.413.864-6, como Trabalho Técnico-Profissional de interesse da PMBA,
por entender que este satisfaz integralmente as necessidades da Corporação e, seguramente, prestará enorme
contribuição para a sedimentação doutrinária da atividade especializada de motociclismo policial militar no âmbi-
to desta Instituição, com destaque para a louvável iniciativa dos autores, porquanto responsáveis por extinguir a
carência histórica de material didático no que se refere temática abordada pelo manual em apreço.
Assim sendo, RESOLVO:
I - Acatar o parecer da comissão, considerando a obra intitulada “Manual do Motociclista Policial Militar”, de
autoria do Maj PM RICARDO PASSOS CONCEIÇÃO, Mat. 30.218.666-9, e do Cap PM LUCAS DÃ SANTANA BAR-
RETO, Mat. 30.413.864-6, como Trabalho Técnico-Profissional de interesse da Polícia Militar da Bahia.
BOLETIM GERAL OSTENSIVO Nº 055 de 20 de março de 2017
ANSELMO ALVES BRANDÃO – CEL PM
Comandante-Geral

RESUMO
O presente trabalho tem por finalidade apresentar doutrinariamente a aplicação
do policiamento com emprego de motocicletas, entrevendo promover a uniformidade
em relação a esta modalidade de policiamento, apresentando a padronização dos pro-
cedimentos operacionais a serem aplicados no motopatrulhamento, bem como criar
diretrizes no Policiamento de Trânsito e realização de escoltas; estas últimas, atividades
intrínsecas da utilização de motocicletas. Didaticamente, o presente trabalho está divi-
dido em capítulos e tópicos, que vão das características técnicas e mecânicas da moto-
cicleta, passando pela técnica de pilotagem, até alcançar o desenvolvimento operativo
na citada modalidade. Neste diapasão, almeja-se difundir o conhecimento técnico do
policiamento com motocicletas, em relação aos diversos aspectos que o permeiam.

Figura 1 - Comparativo entre as motocicletas street e on/off road / 26
Figura 2 - Relação entre motocicletas street e on/off road quanto às dimensões e ergonomia / 27
Figura 3 - Luminosos dianteiros da motocicleta policial / 27
Figura 4 - Luminosos traseiros da motocicleta policial / 28
Figura 5 - Sirene empregada na motocicleta policial / 28
Figura 6 - Protetor de motor empregado na motocicleta policial / 29
Figura 7 - Protetor de cárter utilizado na motocicleta policial / 29
Figura 8 - Porta tonfa empregado na motocicleta policial / 30
Figura 9 - Protetor de manete empregado na motocicleta policial / 30
Figura 10 - Dispositivo de corta linha “pipa” / 31
Figura 11 - Estrutura do capacete motociclístico / 33
Figura 12 - Capacete articulado regulamentado pelo Conselho Nacional de Trânsito / 34
Figura 13 - Capacete adequado para o emprego do motopatrulhamento / 34
Figura 14 - Tabela de medidas para utilização do capacete adequado / 35
Figura 15 - Tipos de jugulares regulamentadas pelo Conselho Nacional de Trânsito / 36
Figura 16 - Demonstração do funcionamento da jugular / 37
Figura 17 - Modelos admitidos e inadmitidos pelo Conselho Nacional de Trânsito / 37
Figura 18 - Modelo de botas que utilizadas pelos motociclistas policiais militares / 38
Figura 19 - Modelo de blusão utilizado pelos motociclistas policiais militares / 38
Figura 20 - Modelos de bulcaneiras empregadas no blusão / 39
Figura 21 - Aplicação das bulcaneiras no blusão / 39
Figura 22 - Modelo de fiel empregado no blusão / 39
Figura 23 - Modelo emprego de brevês no blusão / 40
Figura 24 - Modelo emprego de medalha no blusão / 40
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 25 - Modelo emprego de brevê e medalha no blusão / 40
Figura 26 - Modelo de insígnias de postos e graduações utilizadas no blusão / 41
Figura 27 - Insígnias utilizada no blusão / 41
Figura 28 - Insígnia utilizada no blusão / 41
Figura 29 - Braçal empregado no blusão / 42
Figura 30 - Modelo de luva “meio-dedo” / 43
Figura 31 - Modelo de luva fechada / 43
Figura 32 - Modelo de culote utilizado / 44
Figura 33 - Inadequação do emprego do coldre de perna no policiamento com motocicletas / 45
Figura 34 - Adequação no emprego do coldre de cintura no policiamento com motocicletas / 45
Figura 35 - Modelo de rádio empregado pelos motociclistas / 46
Figura 36 - Modelo de colete refletivo / 46
Figura 37 - Modelo de joelheiras e cotoveleiras / 47
Figura 38 - Modelo de colete de proteção do tronco / 47
Figura 39 - Ilustração do uniforme operacional completo / 50
Figura 40 - Ilustração de detalhes uniforme operacional com emprego de boina / 50
Figura 41 - Ilustração do uniforme operacional com emprego de capacete / 51
Figura 42 - Ilustração do uniforme operacional de escolta completo / 52
Figura 43 - Ilustração de detalhes do uniforme de escolta / 52
Figura 44 - Ilustração do cachecol na cor branca / 53
Figura 45 - Ilustração de detalhes do uniforme para desfile em grupamento de escolta / 53
Figura 46 - Emprego do cachecol e luvas amarelas para desfile em grupamento de trânsito / 53
Figura 47 - Equipamentos essenciais para o motociclista policial militar / 54
Figura 48 - Materiais básicos individuais do motociclista policial militar / 55
Figura 49 - Ilustração de principais peças do motor e esquema de funcionamento / 58
Figura 50 - Árvore de manivela do motor de motocicleta / 58
Figura 51 - Balancim empregado no motor da motocicleta / 59
Figura 52 - Biela do motor de motocicleta / 59
Figura 53 - Cabeçote do motor de motocicleta / 60

Figura 54 - Bloco do motor de motocicleta com demais componentes / 60
Figura 55 - Caixa de câmbio do motor da motocicleta / 61
Figura 56 - Corrente de comando / 61
Figura 57 - Eixo de comando de válvulas / 62
Figura 58 - Pistão utilizado no motor da motocicleta / 62
Figura 59 - Modelo de válvula utilizado em motocicletas / 63
Figura 60 - Manopla de aceleração da motocicleta / 63
Figura 61 - Cabo de aceleração da motocicleta / 64
Figura 62 - Modelo de filtro de ar utilizado em motocicletas / 64
Figura 63 - Tanque de combustível utilizado em motocicletas / 65
Figura 64 - Alternador utilizado em motocicletas / 65
Figura 65 - Automático de partida utilizado em motocicletas / 66
Figura 66 - Modelo de bateria empregada em motocicletas / 66
Figura 67 - Modelo de bobina de faísca empregado em motocicletas / 67
Figura 68 - Modelo de CDI empregado em motocicletas / 67
Figura 69 - Modelo de motor de partida utilizado em motocicletas / 67
Figura 70 - Modelo de retificador de corrente utilizado em motocicletas / 68
Figura 71 - Modelo de vela de ignição utilizado em motocicletas / 68
Figura 72 - Ilustração do sistema de lubrificação da motocicleta / 69
Figura 73 - Modelo de bomba de óleo utilizado em motocicletas / 69
Figura 74 - Principais modelos de filtros de óleo utilizados em motocicletas / 70
Figura 75 - Ilustração de funcionamento do óleo lubrificante nos motores de motocicletas / 70
Figura 76 - Modelo de radiador utilizado em motocicletas / 71
Figura 77 - Demonstração do sistema do arrefecimento / 72
Figura 78 - Ilustração do sistema de transmissão / 72
Figura 79 - Ilustração do câmbio de motocicletas / 73
Figura 80 - Elementos que compõe a embreagem da motocicleta / 73
Figura 81 - Sistema de freio a disco hidráulico da roda dianteira da motocicleta / 74
Figura 82 - Freio a tambor / 74

Figura 83 - Ilustração de funcionamento do sistema de freio a tambor / 75
Figura 84 - Ilustração do sistema de freio a disco hidráulico / 76
Figura 85 - Freio a disco hidráulico / 76
Figura 86 - Ilustração do sistema de freio ABS / 77
Figura 87 - Realização da manutenção preventiva / 79
Figura 88 - Ilustração de sentido que se deve fazer a manutenção em primeiro escalão / 81
Figura 89 - Para-brisa da motocicleta / 82
Figura 90 - Baú da motocicleta / 82
Figura 91 - Espelhos retrovisores / 83
Figura 92 - Ajuste adequado dos espelhos retrovisores com vistas à redução dos “pontos cegos” / 83
Figura 93 - Antena de corta linha “pipa” / 83
Figura 94 - Manopla de aceleração / 84
Figura 95 - Manete do freio dianteiro / 84
Figura 96 - Manete de embreagem / 85
Figura 97 - Iluminação e sinalização da motocicleta / 85
Figura 98 - Luminosos intermitentes e sirene / 86
Figura 99 - Tanque de combustível / 86
Figura 100 - Selim / 87
Figura 101 - Freio da motocicleta / 87
Figura 102 - Corrente de transmissão da motocicleta / 88
Figura 103 - Motor da motocicleta / 88
Figura 104 - Vareta do óleo / 89
Figura 105 - Pneus e rodas da motocicleta / 89
Figura 106 - Pedal de freio traseiro / 90
Figura 107 - Pedal de câmbio de marchas / 90
Figura 108 - Descanso da motocicleta / 91
Figura 109 - Chave de ignição / 93
Figura 110 - Manete de embreagem / 94
Figura 111 - Manete de embreagem / 94

Figura 112 - Pedal de câmbio de marchas / 95
Figura 113 - Pedal de freio traseiro / 95
Figura 114 - Manopla de aceleração / 96
Figura 115 - Setas indicadoras de direção / 96
Figura 116 - Dispositivo do acionamento de luminosos da motocicleta policial / 97
Figura 117 - Botões do acionamento dos faróis da motocicleta / 97
Figura 118 - Buzina da motocicleta / 97
Figura 119 - Dispositivo de sirene / 98
Figura 120 - Corta corrente da motocicleta / 98
Figura 121 - Botão de partida elétrica / 99
Figura 122 - Postura incorreta na motocicleta em relação ao posicionamento dos pés no solo / 100
Figura 123 - Postura incorreta na motocicleta com pernas abertas e corpo afastado do tanque / 100
Figura 124 - Postura incorreta em relação ao pé que se encontra demasiadamente inclinado / 100
Figura 125 - Postura correta a ser empregada pelo motociclista / 101
Figura 126 - Procedimento de saída com a motocicleta / 102
Figura 127 - Procedimento de parada da motocicleta / 104
Figura 128 - Procedimento de frenagem da motocicleta / 106
Figura 129 - Realização de curvas / 107
Figura 130 - Transpondo aclives / 108
Figura 131 - Transpondo declives / 109
Figura 132 - Transpondo lombadas em situações imprevisíveis / 11
Figura 133 - Transpondo buracos em situações imprevisíveis / 112
Figura 134 - Transpondo escadarias / 115
Figura 135 - Modelos de sinalizações horizontais / 116
Figura 136 - Modelo de cruzamento / 117
Figura 137 - Içamento da motocicleta / 118
Figura 138 - Ilustração da pista do slalon simples / 121
Figura 139 - Ilustração da pista do slalon duplo / 121
Figura 140 - Ilustração da pista do slalon triplo / 121

Figura 141 - Ilustração da pista de alameda com espaço reduzido / 122
Figura 142 - Ilustração da pista de alameda com maior espaçamento/ 122
Figura 143 - Ilustração da pista de frenagem / 123
Figura 144 - Ilustração da transposição da prancha de equilíbrio / 123
Figura 145 - Ilustração da pista de labirinto / 124
Figura 146 - Ilustração da pista oito / 124
Figura 147 - Ilustração da pista zerinho / 125
Figura 148 - Menor fração empregada no policiamento com motocicletas / 127
Figura 149 - Ilustração do posicionamento das motocicletas em deslocamento / 128
Figura 150 - Procedimento de parada de motocicletas / 129
Figura 151 - Realização do ponto base / 130
Figura 152 - Posicionamento do capacete sobre a motocicleta / 130
Figura 153 - Posicionamento de ponto base em canalizações / 131
Figura 154 - Parada em semáforo / 132
Figura 155 - Procedimento de transposição de faixa de trânsito / 134
Figura 156 - Gesto para formação em coluna por um / 135
Figura 157 - Gesto para formação em coluna por dois / 135
Figura 158 - Gesto para formação em coluna por três / 136
Figura 159 - Gesto para indicação de animal na pista / 136
Figura 160 - Gesto para indicação de obstáculo na pista / 137
Figura 161 - Gesto para indicação de pista escorregadia / 137
Figura 162 - Gesto para indicação de lombadas / 138
Figura 163 - Gesto para indicar que deseja manter contato próximo / 138
Figura 164 - Gesto para indicar redução de velocidade / 139
Figura 165 - Gesto para indicar o desligamento de sirenes / 139
Figura 166 - Gesto para dobrar à esquerda / 140
Figura 167 - Gesto para dobrar à esquerda / 140
Figura 168 - Formação em coluna por um / 140
Figura 169 - Formação em coluna por duas intervaladas / 142

Figura 170 - Formação em coluna por dois / 142
Figura 171 - Formação em coluna por três / 143
Figura 172 - Formação em linha / 143
Figura 173 - Formação em cunha / 144
Figura 174 - Formação em cunha invertida / 144
Figura 175 - Formação em losango / 145
Figura 176 - Ilustração de comandos de ordem unida montado / 146
Figura 177 - Modelo de documentos de identificação / 159
Figura 178 - Modelo do CRLV e CNH / 159
Figura 179 - Abordagem policial à transeuntes com dois motociclistas / 162
Figura 180 - Abordagem policial à transeuntes com dois motociclistas e um garupeiro / 164
Figura 181 - Abordagem policial à transeuntes com três motociclistas / 165
Figura 182 - Abordagem policial à motocicleta com dois motociclistas / 166
Figura 183 - Abordagem policial à motocicleta com dois motociclistas e um garupeiro / 168
Figura 184 - Abordagem policial à motocicleta com três motociclistas / 169
Figura 185 - Abordagem policial a veículos com dois motociclistas / 170
Figura 186 - Abordagem policial à veículos com dois motociclistas e um garupeiro / 172
Figura 187 - Abordagem policial à veículos com três motociclistas / 173
Figura 188 - Policiamento com emprego de motocicleta / 177
Figura 189 - Policiamento em eventos especiais / 181
Figura 190 - Policiamento em corrida de rua / 181
Figura 191 - Acompanhamento do primeiro colocado / 184
Figura 192 - Execução do efeito caracol ou carrossel / 185
Figura 193 - Policiamento em passeio ciclístico / 188
Figura 194 - Gestos do agente de trânsito / 199
Figura 195 - Gesto de siga / 200
Figura 196 - Gesto de pare / 200
Figura 197 - Gesto de redução de marcha / 200
Figura 198 - Documentos necessários para realização de autuações de trânsito / 213

Tabela 1 - Níveis de abordagem policial / 160
Tabela 2 - Posturas em abordagem policial / 160
Tabela 3 - Relação de vantagens e desvantagens no policiamento com motocicletas / 178
Tabela 4 - Silvos de apito que podem ser empregados pelos agentes de trânsito / 199
Tabela 5 - Equipamentos empregados no posto de fiscalização de trânsito / 205
Anexo A - Controle individual da frota / 236
Anexo B - Controle geral da revisão da frota / 238
Anexo C - Manutenção de primeiro escalão / 240
LISTA DE TABELAS
LISTA DE ANEXOS
Figura 199 - Alocação no terreno do posto de fiscalização de trânsito / 215
Figura 200 - Escolta realizada durante a copa do mundo / 217
Figura 201 - Posicionamento de acompanhamento / 220
Figura 202 - Emprego de bandeiras durante a realização de escolta / 229
Figura 203 - Formação do comboio de escolta de autoridade ou dignitário / 232
Figura 204 - Formação do comboio de escolta de carga de valores / 233

MENSAGEM DO COMANDANTE-GERAL / 22
CAPÍTULO 1 – CONHECENDO A MOTOCICLETA POLICIAL / 24
1.1 TIPOS DE MOTOCICLETAS EM RELAÇÃO À ATIVIDADE OPERACIONAL A SER DESEMPENHADA / 25
1.2 AVALIAÇÃO DE MOTOCICLETA PARA ATIVIDADE POLICIAL: STREET X ON/OFF ROAD / 26
1.3 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA MOTOCICLETA POLICIAL / 27
CAPÍTULO 2 - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL UTILIZADOS PELO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR / 32
2.1 CAPACETE / 33
2.2 ÓCULOS DE PROTEÇÃO / 37
2.3 BOTAS DE MOTOCICLISTA / 37
2.4 BLUSÃO / 38
2.5 LUVAS DE PROTEÇÃO / 42
2.6 CULOTE / 43
2.7 COLDRE DO MOTOCICLISTA / 44
2.8 RÁDIO TRANSCEPTOR PORTÁTIL / 46
2.9 COLETE REFLETIVO / 46
2.10 OUTROS EQUIPAMENTOS / 46
CAPÍTULO 3 - UNIFORME E EQUIPAMENTOS ESSENCIAIS E BÁSICOS DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR / 48
3.1 UNIFORMES DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR / 49
3.2 EQUIPAMENTOS ESSENCIAIS PARA O MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR / 54
3.3 MATERIAIS BÁSICOS INDIVIDUAIS / 54
SUMÁRIO

MENSAGEM DO COMANDANTE-GERAL / 22
CAPÍTULO 1 – CONHECENDO A MOTOCICLETA POLICIAL / 24
1.1 TIPOS DE MOTOCICLETAS EM RELAÇÃO À ATIVIDADE OPERACIONAL A SER DESEMPENHADA / 25
1.2 AVALIAÇÃO DE MOTOCICLETA PARA ATIVIDADE POLICIAL: STREET X ON/OFF ROAD / 26
1.3 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA MOTOCICLETA POLICIAL / 27
CAPÍTULO 2 - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL UTILIZADOS PELO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR / 32
2.1 CAPACETE / 33
2.2 ÓCULOS DE PROTEÇÃO / 37
2.3 BOTAS DE MOTOCICLISTA / 37
2.4 BLUSÃO / 38
2.5 LUVAS DE PROTEÇÃO / 42
2.6 CULOTE / 43
2.7 COLDRE DO MOTOCICLISTA / 44
2.8 RÁDIO TRANSCEPTOR PORTÁTIL / 46
2.9 COLETE REFLETIVO / 46
2.10 OUTROS EQUIPAMENTOS / 46
CAPÍTULO 3 - UNIFORME E EQUIPAMENTOS ESSENCIAIS E BÁSICOS DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR / 48
3.1 UNIFORMES DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR / 49
3.2 EQUIPAMENTOS ESSENCIAIS PARA O MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR / 54
3.3 MATERIAIS BÁSICOS INDIVIDUAIS / 54
CAPÍTULO 4 - NOÇÕES DA MECÂNICA DA MOTOCICLETA / 56
4.1 PRINCIPAIS COMPONENTES DO MOTOR / 57
4.2 SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO / 63
4.3 SISTEMA DE IGNIÇÃO / 65
4.4 SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO / 68
4.5 SISTEMA DE ARREFECIMENTO / 71
4.6 SISTEMA DE TRANSMISSÃO / 72
4.7 SISTEMA DE FREIO / 73
CAPÍTULO 5 - MANUTENÇÃO PREVENTIVA DA MOTOCICLETA / 78
5.1 SETOR DE TRANSPORTES ORGANIZANDO AS MANUTENÇÕES PREVENTIVAS / 80
5.2 PASSOS PARA A MANUTENÇÃO DE PRIMEIRO ESCALÃO / 80
CAPÍTULO 6 - TÉCNICAS DE PILOTAGEM / 94
6.1 PRINCIPAIS COMANDOS DA MOTOCICLETA / 93
6.2 POSTURA NA MOTOCICLETA / 99
6.3 PROCEDIMENTO DE SAÍDA COM A MOTOCICLETA / 101
6.4 MUDANÇAS DE MARCHAS / 102
6.5 REALIZAÇÃO DE PARADAS / 103
6.6 TÉCNICA DE FRENAGEM / 104
6.7 REALIZANDO CURVAS/ 106
6.8 TRANSPONDO ACLIVES / 108
6.9 TRANSPONDO DECLIVES / 109
6.10 TRANSPONDO LOMBADAS / 110
6.11 DEPARANDO-SE COM BURACOS / 111
6.12 DEPARANDO-SE COM PISTA ESCORREGADIA / 113
6.13 TRANSPONDO ESCADARIAS / 113
6.14 DEMAIS PROCEDIMENTOS RELEVANTES PARA UMA PILOTAGEM SEGURA / 115
6.15 EXERCÍCIOS PRÁTICOS DE APRIMORAMENTO DAS TÉCNICAS DE PILOTAGEM / 120

CAPÍTULO 7 - DOUTRINA DE POLICIAMENTO COM MOTOCICLETAS / 126
7.1 PROCEDIMENTOS BÁSICOS ADOTADOS NA ATIVIDADE OPERACIONAL / 127
7.2 GESTOS UTILIZADOS DURANTE DESLOCAMENTOS / 134
7.3 PRINCIPAIS FORMAÇÕES UTILIZADAS / 141
7.4 COMANDOS DE ORDEM UNIDA APÓS PARADA PARA DESMONTAGEM DOS MOTOCICLISTAS / 145
CAPÍTULO 8 - TÉCNICAS DE ABORDAGEM NA MODALIDADE DE MOTOPATRULHAMENTO / 150
8.1 DEFINIÇÃO / 149
8.2 ASPECTOS LEGAIS / 149
8.3 DIFERENÇAS ENTRE ABORDAGEM POLICIAL E BUSCA PESSOAL / 154
8.4 PRINCÍPIOS DA ABORDAGEM POLICIAL / 155
8.5 FASES DA ABORDAGEM POLICIAL / 155
8.6 PROCEDIMENTOS EM CADA FASE DA ABORDAGEM POLICIAL / 156
8.7 NÍVEIS DA ABORDAGEM POLICIAL / 160
8.8 TÉCNICAS DE ABORDAGEM POLICIAL NA MODALIDADE DE MOTOPATRULHAMENTO / 160
8.9 ATITUDES QUE PODEM ENSEJAR NA REALIZAÇÃO DE ABORDAGEM POLICIAL / 174
8.10 LOCAIS DE ATENÇÃO PRIORITÁRIA DURANTE A BUSCA PESSOAL / 175
CAPÍTULO 9 - ATIVIDADES OPERACIONAIS COM EMPREGO DE MOTOCICLETAS / 176
9.1 POLICIAMENTO CONVENCIONAL / 177
9.2 POLICIAMENTO EM EVENTOS ESPECIAIS / 179
9.3 POLICIAMENTO EM CORRIDAS DE RUA / 181
9.4 POLICIAMENTO EM PASSEIOS CICLÍSTICOS OU CAVALGADAS / 186
9.5 POLICIAMENTO EM PROCISSÕES, MANIFESTAÇÕES E CAMINHADAS / 189

CAPÍTULO 10 - POLICIAMENTO DE TRÂNSITO COM EMPREGO DE MOTOCICLETAS / 192
10.1 ASPECTOS JURÍDICOS / 193
10.2 NOMENCLATURAS USUAIS NO POLICIAMENTO DE TRÂNSITO / 195
10.3 EMPREGO DE MOTOCICLETAS NO POLICIAMENTO DE TRÂNSITO / 197
10.4 ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS NO POLICIAMENTO DE TRÂNSITO COM EMPREGO DE MOTOCICLETAS / 197
10.5 GESTOS E SINAIS SONOROS UTILIZADOS NO POLICIAMENTO DE TRÂNSITO / 198
10.6 PRINCIPAIS INTERVENÇÕES REALIZADAS NO TRÂNSITO COM EMPREGO DE MOTOCICLETAS / 201
10.7 ESPÉCIES DE POLICIAMENTO DE TRÂNSITO / 203
10.8 DIFERENCIANDO POSTO DE CONTROLE DE TRÂNSITO (PCTRAN) DE POSTO DE FISCALIZAÇÃO DE TRÂNSITO (PFTRAN) / 204
10.9 REALIZAÇÃO DE POSTO DE FISCALIZAÇÃO DE TRÂNSITO / 205
CAPÍTULO 11 - ESCOLTA E SEGURANÇA / 216
11.1 CONCEITO / 217
11.2 ASPECTOS LEGAIS / 217
11.3 DISTINÇÕES EM ESCOLTA E ACOMPANHAMENTO COM EMPREGO DE MOTOCICLETAS / 217
11.4 MODALIDADES DE ESCOLTAS / 220
11.5 TIPOS DE ESCOLTAS / 220
11.6 FUNÇÃO E EMPREGO DOS MOTOCICLISTAS NA ESCOLTA / 221
11.7 DOUTRINA DE ESCOLTA / 224
11.8 PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DA ESCOLTA / 227
11.9 ESTRUTURA DE ESCOLTA DE AUTORIDADE OU DIGNITÁRIO / 232
11.10 ESTRUTURA DE ESCOLTA DE CARGA DE VALORES / 233
REFERÊNCIAS / 234

POLÍCIA MILITAR DA BAHIA
COMANDO-GERAL

É com muito prazer que venho prefaciar o Manual do Motociclista
Policial-Militar, de autoria dos nobres oficiais Maj PM Ricardo Passos e Cap
PM Lucas Dã.
Os desafios da segurança pública exigem policiais militares cada vez
mais preparados tecnicamente.
Há tempos, a Corporação necessitava de uma doutrina acerca dessa
importante modalidade de policiamento, que é o motopatrulhamento.
O patrulhamento com emprego de motocicletas se distingue pelas
características altamente positivas de menor custo de investimento, ma-
nutenção e combustível, e principalmente pela maior mobilidade, possibi-
litando aos policiais militares montados transitarem na via pública, aden-
trar em becos e vielas, seja na zona urbana ou rural, em todo tipo de
terreno, e com a rapidez necessária.
Nessa perspectiva, a padronização dos procedimentos operacionais
a serem aplicados no motopatrulhamento contribuirá de forma preponde-
rante para a excelência do serviço de policiamento prestado pela PMBA.
Assim, parabenizo os autores deste importante manual, desejando-
lhes boa sorte nesse labor incessante em busca da paz social!
“PM e Comunidade na corrente do bem”.
Quartel do Comando-Geral, em 08 de novembro de 2017.
ANSELMO ALVES BRANDÃO – CEL PM
Comandante-Geral
MENSAGEM DO COMANDANTE-GERAL ALUSIVA
AO PREFÁCIO DO MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL-MILITAR

CONHECENDO
A MOTOCICLETA
POLICIAL
CAPÍTULO 1

A motocicleta é um veículo que dispõe de gran-
de versatilidade, ainda mais em relação aos grandes
centros urbanos, onde se tem como um dos maiores
problemas a mobilidade urbana. Também não é por
acaso que nas grandes capitais concentram-se os
maiores índices de violência. Neste particular, cabe
destacar, inclusive, a nova modalidade de delito na
qual os criminosos se aproveitam de situações de
congestionamento para realizar ilícitos penais.
Diante disto, vê-se como imprescindível o empre-
go da motocicleta na atividade policial para lograr êxito
no cumprimento da missão constitucional, posto que o
trunfo do policiamento ostensivo com o emprego da
motocicleta se constituirá através de diversas caracte-
rísticas que circundam este veículo de forma peculiar,
além do que, o seu maior benefício está atrelado à
grande mobilidade que possui, não somente referente
ao deslocamento diante pontos de congestionamen-
to, mas também à transposição de obstáculos, como
escadas, rampas, passeios, entre outros. Aliado a esta
característica de versatilidade, inclui-se o baixo custo
de manutenção e consumo de combustível.
Em regra, é possível dividir as motocicletas poli-
ciais em cerca de três ramos de atividade-fim, quais
sejam: motopatrulhamento convencional, motopatru-
lhamento tático e realização de escoltas.
Para atingir o nosso objetivo, pensou-se ne-
cessário realizar tal distinção para perceber qual a
motocicleta mais adequada em cada atividade ope-
racional.

1.1 TIPOS DE MOTOCICLETAS EM RELAÇÃO
À ATIVIDADE OPERACIONAL A SER
DESEMPENHADA
1.1.1 Motopatrulhamento convencional ou de trânsito
Para esta atividade as motocicletas adequadas
devem possuir potência mínima em cilindradas entre
250cc e 400cc, estilo on/off road
1
, com pneus de uso
misto, injeção eletônica e partida elétrica. Essas mo-
tocicletas devem possuir autonomia de combustível
de 150 a 200km.
1.1.2 Motopatrulhamento tático
Para esta atividade as motocicletas adequadas
devem possuir potência mínima em cilindradas entre
600cc a 1000cc, estilo on/off road, com pneus de uso
CAPÍTULO 1 / CONHECENDO A MOTOCICLETA POLICIAL
25
1
Motocicleta preparada para desempenhar deslocamentos tanto
em vias asfaltadas quanto em estradas sem pavimentação.

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 26
Figura 1 - Comparativo entre as motocicletas street e on/off road.
Disponível em: www.honda.com.br/motos
misto, possuindo injeção eletrônica e partida elétrica.
Tais motocicletas são adequadas para ações quer se-
jam urbanas ou rurais, pois, além de maior rapidez em
deslocamento em relação aos veículos empregados
no motopatrulhamento convencional, possuem ro-
bustez e o necessário poder de resposta diante de
ocorrências de maior gravidade. Deve-se, neste caso,
possuir um veículo com autonomia de combustível
de, no mínimo, 200km.
1.1.3 Motocicletas de escolta
Deve se tratar de veículos com potência em ci-
lindradas superior a 600cc, preferencialmente on/off
road, com uso de pneus mistos. Isto se dá em virtude
de ser necessário, por muitas vezes, escoltas em vias
que não são asfaltadas ou não possuem boas condi-
ções de rodagem. Entretanto, nada impede que seja
utilizada motocicleta street de alta cilindrada. O em-
prego de tais motocicletas se dá por possuírem um
poder de recuperação durante a realização das es-
coltas, bem como, dotada de robustez, o que facilita a
realização dos bloqueios viários.
1.2 AVALIAÇÃO DE MOTOCICLETA PARA
ATIVIDADE POLICIAL: STREET
2
X ON/OFF ROAD
Assevere-se que, qualquer que seja a modali-
dade de policiamento com motocicletas, deverá ser
priorizada a aquisição de motocicletas de on/off road,
em virtude das principais características que favore-
cem seu emprego no policiamento:
• Maior resistência mecânica;
• Maior conforto quanto à posição do motoci-
clista montado, notadamente nas áreas urbanas;
• Linha de visibilidade do motociclista mais pano-
râmica, por se tratar de motocicleta mais elevada;
• Sistema de suspensão elevada, facilitando a
transposição de obstáculos.
2
Motocicleta projetada para circulação em vias pavimentadas.

CAPÍTULO 1 / CONHECENDO A MOTOCICLETA POLICIAL 27
1.3 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA
MOTOCICLETA POLICIAL
1.3.1 Sistema de iluminação
Em todas as motocicletas, quer sejam empre-
gadas em motopatrulhamento convencional, tático
ou para escolta, o sistema de iluminação deve ser
adequado para a atividade de policiamento ostensi-
vo. Devem ser empregados sinalizadores luminosos
dianteiros, traseiros e laterais. Tal sistema luminoso
deve promover a sinalização aos demais veículos
que circulam na via, além de pontecializar o policia-
mento ostensivo.
Devem ser utilizadas, prioritariamente, luzes de led
3

com lentes em material de alta resistência, instaladas
em local que não dificultem ao policial militar montar e
desmontar da motocicleta. Geralmente o interruptor do
sistema de luminosos se localiza no lado esquerdo do
guidom.
Figura 2 - Relação entre motocicletas street e on/off road quanto às
dimensões e ergonomia
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 3 - Luminosos dianteiros da motocicleta policial
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
3
Componente eletrônico semicondutor que tem como propriedade
de transformar energia elétrica em luz.

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 28
1.3.2 Sirene
Deve ser empregada sirene eletrônica, com no
mínimo 30W de potência, altamente resistente às in-
tempéries climáticas e ao calor gerado pelo motor.
Geralmente o interruptor para acionar a sirene se lo-
caliza no lado esquerdo do guidom.
Figura 4 - Luminosos traseiros da motocicleta policial
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 5 - Sirene empregada na motocicleta policial

1.3.3 Protetor de motor
Tal equipamento possui diversas funcionalidades
no âmbito da proteção, porém, notoriamente, tem
como finalidade proteger o conjunto do motor. Contu-
do, este equipamento evita que a motocicleta tombe
por completo ao solo, permanecendo inclinada. Des-
ta forma, acaba protegendo também as pernas do
motociclista numa queda em baixa velocidade ou em
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 1 / CONHECENDO A MOTOCICLETA POLICIAL 29
deslizamentos sob chuva. Ainda, caso a motocicleta
caia de forma lateralizada, protegerá a pintura, em
especial o tanque. Também pode ser utilizado para
instalação de acessórios, como piscas extras, sirene
e faróis.
1.3.4 Protetor de cárter
O cárter do motor é o local onde fica armazena-
do o óleo. Desta maneira, o protetor de cárter é uma
chapa abaixo da motocicleta que possui a finalidade
de proteger o motor de possíveis materiais que pos-
sam danificá-lo. Assim, o protetor do cárter evita que
pancadas de pedras, buracos, bueiros, guias e outros
objetos que podem vir a surgir em via pública possam
perfurá-lo ou amassá-lo.
Figura 6 - Protetor de motor empregado na motocicleta policial
4
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 7 - Protetor de cárter utilizado na motocicleta policial
5
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
5
Todo o revestimento na parte inferior do motor na cor prata.
4
Conhecido popularmente como “mata-cachorro”.

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 30
1.3.5 Porta tonfa ou bastão
Este dispositivo tem a função precípua de alocar
a tonfa ou bastão perseguidor. É de importância es-
tratégica diante de ocorrências que envolvam neces-
sidade de emprego de armas de baixa letalidade em
situações de grande aglomeração de pessoas, para
imobilização ou contenção.
Figura 8 - Porta tonfa empregado na motocicleta policial.
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
1.3.6 Protetor de manete
A função principal deste equipamento é proteger
as mãos do motociclista contra galhos, cipós, barran-
cos e em caso de queda da motocicleta. Porém, tam-
bém acaba protegendo as manetes, pois sem esta
proteção elas podem ficar distorcidas e amassadas,
perdendo sua funcionalidade relacionadas ao cabo
do freio ou da embreagem.
Figura 9 - Protetor de manete empregado na motocicleta policial
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 1 / CONHECENDO A MOTOCICLETA POLICIAL 31
1.3.7 Dispositivo corta linha “pipa”
Trata-se de uma antena, sendo que sua extre-
midade superior possui um formato triangular afiado,
com a finalidade de cortar linhas de pipa, com cerol
ou não, para evitar que o motociclista seja atingido.
Este equipamento é fundamental para a sobre-
vivência do motociclista, principalmente na região do
pescoço.
Figura 10 - Dispositivo de corta linha “pipa”
Disponível em: http://www.bhsportcicle.com.br

EQUIPAMENTOS DE
PROTEÇÃO INDIVIDUAL
UTILIZADOS PELO
MOTOCICLISTA
POLICIAL MILITAR
CAPÍTULO 2

Além dos equipamentos que compõem a mo-
tocicleta policial, é indispensável que o motociclista
possua os equipamentos que realizarão a sua prote-
ção individual. A importância dos equipamentos de
proteção individual se destaca ainda mais na medida
em que a motocicleta não dispõe de carroceria (que
acaba sendo uma espécie de proteção física).
Assim, diferente dos demais veículos, sem-
pre em caso de acidentes, fatalmente o corpo do
motociclista se choca de forma direta, quer seja ao
solo, com outros veículos, ou demais objetos que
compõem a via. Logo, é importante a utilização des-
tes equipamentos para reduzir os possíveis danos em
caso de um acidente.
2.1 CAPACETE
Pode-se dizer que seu objetivo principal é a pro-
teção da calota craniana dos ocupantes da motoci-
cleta em casos de impacto, prevenindo ou reduzindo
os danos e as lesões que poderiam ser causadas. O
capacete também tem função primordial de proteção-
dos olhos ao pilotar e prover conforto contra as inte-
péries climáticas.
O Código de Trânsito Brasileiro estabelece a
obrigatoriedade da utilização do capacete, tanto para
o condutor quanto para o passageiro, através dos
arts. 54 e 55:
Art. 54. Os condutores de motocicletas, motone-
tas e ciclomotores só poderão circular nas vias:
I - utilizando capacete de segurança, com viseira
ou óculos protetores; [...].
CAPÍTULO 2 / EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL UTILIZADOS PELO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
Figura 11 - Estrutura do capacete motociclístico
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
33

34MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
Art. 55. Os passageiros de motocicletas, moto-
netas e ciclomotores só poderão ser transporta-
dos:
I - utilizando capacete de segurança; [...] (Lei nº
9.503, 1997).
O capacete empregado na atividade policial
deve ser articulado, pois existem momentos em que
o policial militar deve verbalizar, como ao realizar uma
abordagem policial, por exemplo; contudo sendo fe-
chado durante os deslocamentos. É ainda importante
discriminar partes específicas deste equipamento tão
importante.
2.1.1 Viseira
Deve ser composto de viseira interna e externa
transparentes, com tratamento antirrisco, anti-emba-
raçante, e com proteção ultravioleta. A viseira interna
deve possuir lente escurecida, para ser empregada
quando houver exposição solar. Ambas as viseiras
devem sempre estar limpas, para possibilitar a melhor
visibilidade possível.
2.1.2 Cor
Deve-se sempre priorizar cores claras e em
destaque. É preferível o emprego da cor branca nos
capacetes empregados no policiamento com moto-
Figura 13 - Capacete adequado para o emprego do motopatrulhamento
Disponível em: http://www.gridmotors.com.br
Figura 12 - Capacete articulado regulamentado pelo Conselho Nacional de
Trânsito
Fonte: Resolução nº 203 (2006, p. 5)

35CAPÍTULO 2 / EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL UTILIZADOS PELO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
cicletas. Esta medida refletirá na padronização, bem
como proporciona maior visibilidade dos demais con-
dutores que transitam na via.
2.1.3 Tamanho
O motociclista deve observar as dimensões do
capacete, para que, simultaneamente, seja ajustado,
revestindo toda a cabeça de forma confortável.
2.1.4 Casco externo
São confeccionados de materiais muito rígidos e in-
deformáveis, como plásticos de engenharia e fibra de car-
bono. São estes materiais que irão impactar de forma dire-
ta, quer seja ao solo ou com demais objetos. A Resolução
nº 203 de 29 de setembro de 2006 estabelece que:
O casco pode ser construído em plásticos de enge-
nharia, como o ABS e o Policarbonato (PC), através do
processo de injeção, ou, pelo processo de multilamina-
ção de fibras (vidro, aramídicas, carbono e polietileno),
com resinas termofixas
6
(Resolução nº 203, 2006, p. 7).
2.1.5 Casco interno
Deve ser produzido com elementos adequados,
sendo mais popular o poliestireno expansível (isopor),
devido à propriedade de resiliência
7
. Por conseguinte,
será preenchido com espumas e revestido por tecido.
A construção desta estrutura proporcionará a redução
de impactos, bem como trará o conforto necessário ao
motociclista.
Figura 14 - Tabela de medidas para utilização do capacete adequado
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
6
A Resolução 203 de 29 de setembro de 2006 do Conselho Na-
cional de Trânsito traz os tipos de materiais que devem ser empre-
gados no casco externo do capacete motociclístico.
7
Capacidade que determinado material ou substância possui de se
comprimir e se expandir, sem comprometer suas propriedades, por
meio de energias mecânicas.

36MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
2.1.6 Faixas refletivas
Em regra, são utilizadas três faixas refletivas,
sendo uma do lado esquerdo, outra do lado direito, e
a última na retaguarda do capacete. Este item é res-
ponsável por facilitar a visualização do motociclista
por outros veículos, principalmente durante a noite.
2.1.7 Protetor de orelhas
Na parte interna do capacete existe um espaço
destinado às orelhas. Nesta área do capacete se pro-
picia a adequada alocação das orelhas, priorizando a
sua proteção. Também este setor do capacete reali-
za uma otimização da audição do motociclista, posto
que a composição deste equipamento de proteção
individual, por sua própria estrutura, reduz bastante
a audição.
2.1.8 Almofadas esponjosas
Responsável por propiciar ao motociclista o con-
forto necessário, como também o perfeito encaixe
do capacete sobre a cabeça. Possui ainda a função
secundária de promover a absorção da transpiração.
2.1.9 Jugular
Item responsável pela fixação e travamento do
capacete. A não utilização de tal sistema de trava-
mento ocasiona a saída do capacete da cabeça do
motociclista, tornando-o sua proteção ineficiente.
Figura 15 - Tipos de jugulares regulamentadas pelo Conselho Nacional de
Trânsito
Fonte: Resolução nº 203 (2006, p. 8)

37CAPÍTULO 2 / EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL UTILIZADOS PELO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
2.2 ÓCULOS DE PROTEÇÃO
Este equipamento de proteção possui a função
de realizar a proteção dos olhos do motociclista,
substituindo o emprego da viseira. Servem para pro-
teger os olhos contra partículas como fuligem, poeira,
areia e insetos. Os óculos de proteção também se en-
contram regulamentados pelo Conselho Nacional de
Trânsito.
2.3 BOTAS DE MOTOCICLISTA
Distintamente dos demais empregos operacio-
nais, o policial militar que realiza a modalidade de po-
liciamento em motocicletas deverá utilizar botas de
motociclista. Estes calçados devem possuir, no míni-
mo, canos de trinta centímetros, com proteções para
a tíbia, fíbula e tornozelos.
É inadequado o emprego de coturnos para con-
dução de motocicletas, pois não fornecem a proteção
necessária. Estes não possuem a devida mobilidade
para emprego dos pedais da motocicleta, além de os
cadarços poderem se prender nos pedais.
Assevere-se que as botas devem possuir zíper late-
ralizado, para facilitar sua retirada, em especial nos casos
de fratura ou troções. Também não devem possuir cadar-
ços para que não fiquem presos nos pedais. Os saltos
das botas não podem ser altos, nem o solado muito gros-
so, para não dificultarem a mobilidade dos pedais.
Figura 16 - Demonstração do funcionamento da jugular
Disponível em: http://indodemotocicleta.blogspot.com.br/
Figura 17 - Modelos admitidos e inadmitidos pelo Conselho Nacional de Trânsito
Fonte: Resolução nº 203 (2006, p. 6).

38MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
2.4 BLUSÃO
Vestimenta responsável pela proteção do tronco
e dos braços do motociclista. Devem possuir mangas
longas, no estilo jaqueta, preferencialmente com pro-
teções para os cotovelos, ombros e coluna.
O material mais adequado para o blusão é o cou-
ro, em virtude de sua resistência, pois oferece grande
proteção ao motociclista, principalmente em casos de
deslizamento ao solo, quando comparado com outros
materiais. Em regra, o blusão é utilizado para escoltas,
em virtude das altas velocidades que o motociclista
deve imprimir. Deve-se atentar que o colete balístico
deve ser utilizado por dentro do blusão.
O blusão deve estar ajustado de tal forma que não
possa dificultar os movimentos realizados pelos braços.
A gola deve ser pequena, com a finalidade de não cau-
sar incomodo ao pescoço e rosto do motociclista quan-
do em deslocamento. Todavia, deve possuir corte que
facilite a entrada de ar para promover o conforto neces-
sário ao condutor. Deve ser disposto de zíper central,
que facilita a sua retirada em casos de acidente, sendo
mais resistente do que o emprego de botões.
O blusão do motociclista possui diversos acessó-
rios, sendo os principais os seguintes:
Figura 18 - Modelo de botas que utilizadas pelos motociclistas policiais
militares
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 19 - Modelo de blusão utilizado pelos motociclistas policiais militares
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

39CAPÍTULO 2 / EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL UTILIZADOS PELO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
2.4.1 Bulcaneiras
Devem ser em metal dourado para oficiais e pra-
teado para praças, sendo disposto em diagonal no
ângulo da extremidade da gola. Suas dimensões são
de 26mm x 33mm.
2.4.2 Fiel com apito
Tal acessório deve estar localizado no lado di-
reito do blusão, sendo que o fiel do apito deve es-
tar afixado na passadeira. O apito deverá ser acon-
dicionado no bolso, apenas sendo retirado para
seu emprego.
Figura 20 - Modelos de bulcaneiras empregadas no blusão
8

Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 21 - Aplicação das bulcaneiras no blusão
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 22 - Modelo de fiel empregado no blusão
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
8
As bulcaneiras douradas são empregadas para oficiais, enquanto
que as prateadas são utilizadas pelos praças, conforme Portaria nº 23-
CG/16, que dispõe acerca do Regulamento de Uniformes da PMBA.

40MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
2.4.3 Brevês
Estes itens devem ser em metal, sendo dispos-
tos no lado direito, centralizados na região frontal
medial do tórax.
2.4.4 Medalhas
Tais componentes devem estar dispostos no
lado esquerdo, centralizados na região frontal medial
do tórax. As medalhas empregadas devem ser no for-
mato de fita, semelhante às empregadas nas túnicas.
Figura 23 - Modelo emprego de brevês no blusão
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 24 - Modelo emprego de medalha no
blusão. Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 25 - Modelo emprego de brevê e medalha no blusão
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

41CAPÍTULO 2 / EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL UTILIZADOS PELO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
2.4.5 Insígnias de postos e graduações
No caso dos Oficiais, Aspitrantes-a-Oficial e Sub-
tenentes, utilizar-se-á luvas com material de couro,
na cor marrom-café, com as dimensões de 105mm x
65mm, sendo disposta a insígnia do posto ou gradua-
ção de forma centralizada.
2.4.5.1 Insígnias utilizadas no blusão
No caso dos praças, como as graduações de
Sargento, Cabo e Soldado, utilizar-se-á a insígnia em
metal prateado, a qual será alocada em diagonal no
ângulo da extremidade da gola esquerda, com as di-
mensões de 22mm x 15mm.
Figura 26 - Modelo de insígnias de postos e graduações utilizadas no blusão
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 27 - Insígnias utilizada no blusão
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 28 - Insígnia utilizada no blusão
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

42MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
2.4.6 Braçal
O braçal deverá ser disposto no braço esquer-
do, fixado no passador a unidade a qual o policial
militar pertence.
2.5 LUVAS DE PROTEÇÃO
As luvas têm papel fundamental na proteção
dos motociclistas. O corpo humano, ao ser projetado
numa queda de motocicleta, as mãos são as primei-
ras partes a absorverem o impacto pelo próprio ins-
tinto humano de tentar amortecer a queda. As luvas
também facilitam o contato com as manoplas, evitan-
do que haja escorregamento, em virtude de transpi-
ração, ou endurecimento dos dedos, dado às baixas
temperaturas. Qualquer que seja o modelo de luvas,
deve ser em couro, dada a resistência deste tipo de
material.
Existem duas espécies de luvas que são utiliza-
das no motopatrulhamento:
2.5.1 Luva “meio-dedo”
Este modelo é empregado no policiamento con-
vencional, pois realiza a proteção das palmas das
mãos, além disso, dá agilidade ao saque de arma de
fogo, realização de busca pessoal, na qual se deve
possuir sensibilidade, e realização de escrituração.
Figura 29 - Braçal empregado no blusão.
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

43CAPÍTULO 2 / EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL UTILIZADOS PELO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
2.5.2 Luva fechada
Esse tipo de luva é utilizado em situações excep-
cionais, como nos casos de escoltas, quando se de-
vem imprimir altas velocidades, exigindo-se, portanto,
maior proteção para as mãos. Também são emprega-
das quando da realização de solenidades, desfiles e
formaturas.
O aspecto positivo é que realizam uma proteção
completa das mãos. Todavia, há uma perda de sensi-
Figura 30 - Modelo de luva “meio-dedo”
Disponível em: http://panthermotosrs.com.br
bilidade em casos como do saque de arma de fogo e
da realização de busca pessoal. Por tal motivo, este
equipamento de proteção é utilizado em situações
especiais.
2.6 CULOTE
Trata-se de calça específica para ser empregada
pelo motociclista policial militar, a qual deve ser con-
feccionada com tecido de alta resistência. Deve ser
ajustada de tal forma que facilite a movimentação das
pernas, como, por exemplo, na montagem e desmon-
tagem da motocicleta.
Figura 31 - Modelo de luva fechada
Disponível em: http://panthermotosrs.com.br

44MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
É necessário que o culote possua reforços na re-
gião das nádegas e dos joelhos, para maior proteção
nos casos de acidentes. A boca do culote deverá ser
reta e colocada por dentro das botas, com vistas a
evitar que se prendam na motocicleta.
2.7 COLDRE DO MOTOCICLISTA
O coldre empregado pelo motociclista policial
militar deve estar sempre alocado em sua cintura.
Na doutrina de motociclista militar inadmite-se o em-
prego de coldres afixados à perna. Isso se dá, primeira-
mente, pelo fato de que, no caso de um acidente, a arma
em coldre de perna poderá resultar em diversas fraturas.
Outro aspecto se refere ao saque da arma em
deslocamento na motocicleta. O coldre localizado na
perna ocasioná maior dificuldade para o seu saque,
como também, facilita o desequilíbrio na motocicleta.
2.7.1 Emprego do coldre de perna no
motopatrulhamento

Figura 32 - Modelo de culote utilizado
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

45CAPÍTULO 2 / EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL UTILIZADOS PELO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
2.7.2 Emprego do coldre de cintura no motopatru-
lhamento
Figura 33 - Inadequação do emprego do coldre de perna no policiamento
com motocicletas
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 34 - Adequação no emprego do coldre de cintura no policiamento
com motocicletas
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

46MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
2.8 RÁDIO TRANSCEPTOR PORTÁTIL
À primeira vista, este equipamento parece não
ser considerado como de proteção individual. Contu-
do, compreende-se que possa ser enquadrado desta
maneira, na medida em que propicia a comunicação,
em especial em situações que se necessite de apoio
ou reforço.
Desta maneira, deverá o motociclista policial
militar estar dotado de rádio transceptor portátil, pre-
ferencialmente com microfone afixado na lapela, ou
outro sistema sem fio que possibilite comunicação
eficiente com comandos que interfiram ao mínimo na
atenção do piloto. Caso haja garupa na motocicleta,
este será competente a realizar a comunicação.
2.9 COLETE REFLETIVO
Este item é fundamental por facilitar a visualiza-
ção do motociclista policial militar. Nos casos excep-
cionais de policiamento noturno com o emprego de
motocicletas, deverá se utilizar obrigatoriamente o
colete refletivo.
2.10 OUTROS EQUIPAMENTOS
Todavia, não se deve esquecer que um dos
requisitos do motociclismo militar é a uniformidade.
Desta forma, quando tais equipamentos forem em-
Figura 35 - Modelo de rádio empregado pelos motociclistas
Disponível em: http://www.hotfrog.com.br
Figura 36 - Modelo de colete refletivo
Disponível em: https://www.fixpar.com.br

47CAPÍTULO 2 / EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL UTILIZADOS PELO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
pregados em missões operacionais, devem ser utili-
zados interiormente, não ficando expostos. Assim, é
plausível que sejam adquiridas cotoveleiras e joelhei-
ras já adequadas para uso interno.
Outro aspecto patente é que o uso icomedido
desses equipamentos acaba por gerar uma autocon-
fiança exagerada por parte do motociclista, por se
sentir seguro demais. Portanto, deve se ter cuidado
no emprego destes equipamentos, para que não pos-
sam reverter em acidentes.
Figura 37 - Modelo de joelheiras e cotoveleiras
Disponível em: http://br.vazlon.com
Têm-se ainda as ombreiras, as que protegem a
clavícula e o ombro. Este equipamento deve ser uti-
lizado em treinamentos, especialmente aqueles que
ocorrem em piso off road, dada a sua instabilidade.
Também existe o colete de proteção, responsá-
vel por resguardar a caixa toráxica do motociclista,
empregado em treinamentos.
Figura 38 - Modelo de colete de proteção do tronco
Disponível em: http://www.masada.com.br

UNIFORME E
EQUIPAMENTOS
ESSENCIAIS E BÁSICOS
DO MOTOCICLISTA
POLICIAL MILITAR
CAPÍTULO 3

Conforme dito anteriormente, a uniformidade
é uma das características que regem as instituições
militares, portanto, não seria diferente em relação ao
que se menciona ao motociclista policial militar. Da
mesma forma, deve também dispor de equipamen-
tos, os quais são indispensáveis para a realização de
policiamento ostensivo.
É válido salientar que o atual Regulamento de
Uniformes da PMBA, através da Portaria nº 023-
CG/16, especifica o uniforme de motociclista militar.
Entretanto, dado as diversas especificidades desta
modalidade de policiamento, estes itens serão de-
talhados neste capítulo, entendendo-se que facili-
tarão o desenvolvimento da atividade operacional.
Por muitas vezes o motociclista policial militar pode
se deparar com situações extremas ou inusitadas,
logo, é necessário dispor de itens que fornecerão
maior eficiência na prestação do serviço de segu-
rança pública.
3.1 UNIFORMES DO MOTOCICLISTA POLICIAL
MILITAR
O uniforme pode ser considerado como a pró-
pria representação da ostensividade. Contudo, no
que tange ao uniforme do motociclista policial mi-
litar, desdobra-se em outras características peculia-
res. Desta maneira, o uniforme provê a proteção do
motociclista, tanto em relação às intem-
péries climáticos, quanto aos maiores
riscos de acidente. Por conseguinte,
o uniforme também deve promo-
ver o mínimo de conforto
necessário durante a reali-
zação da pilotagem.
CAPÍTULO 3 / UNIFORME E EQUIPAMENTOS ESSENCIAIS E BÁSICOS DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
49

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 50
3.1.1 Uniforme operacional convencional
Figura 39 - Ilustração do uniforme operacional completo
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 40 - Ilustração de detalhes uniforme operacional com emprego de
boina
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 3 / UNIFORME E EQUIPAMENTOS ESSENCIAIS E BÁSICOS DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 51
Figura 41 - Ilustração do uniforme operacional com emprego de capacete
9

Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
9
No policiamento com motocicletas, são empregados capacetes na cor branca, com faixa na cor marrom café na parte
traseira inferior, sendo possível ainda sobreposição de numeração e nome da unidade. Na parte frontal do capacete, acima
da viseira e centralizada, será sobreposto o brasão da Polícia Militar.

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 52
Figura 43 - Ilustração de detalhes do uniforme de escolta
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
3.1.2 Uniforme operacional de missões de escolta
Em missões de escolta será empregado o blusão
com os seus devidos acessórios, colete refletivo e lu-
vas fechadas na cor marrom café.
Figura 42 - Ilustração do uniforme operacional
de escolta completo
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 3 / UNIFORME E EQUIPAMENTOS ESSENCIAIS E BÁSICOS DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 53
3.1.4 Uniforme para desfile em grupamento de
trânsito
Em missões de desfile de grupamento de trânsito
será empregado o mesmo uniforme empregado nas
missões de escolta. Contudo, será utilizado o cache-
col na cor amarela e luvas fechadas nesta mesma cor.
Figura 44 - Ilustração do cachecol na cor branca
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 45 - Ilustração de detalhes do
uniforme para desfile em grupamento
de escolta
Fonte: Elaborado pelos autores
(2016).
3.1.3 Uniforme para desfile em grupamento de
escolta
Em missões de desfile em grupamento de escol-
ta, será empregado o mesmo uniforme empregado
nas missões de escolta. Contudo, será acrescentado
o cachecol na cor branca.
Figura 46 - Emprego do cachecol
e luvas amarelas para desfile em
grupamento de trânsito
Fonte: Elaborado pelos autores
(2016).

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 54
3.2 EQUIPAMENTOS ESSENCIAIS PARA O MOTO-
CICLISTA POLICIAL MILITAR
• 01 (uma) pistola calibre .40;
• 03 (três) carregadores;
• 45 (quarenta e cinco) cartuchos calibre .40;
• 01 (um) bastão policial ou tonfa;
• 01 (um) rádio transceptor;
• 01 (um) colete antibalístico;
• 01 (um) fiel para pistola.
3.3 MATERIAIS BÁSICOS INDIVIDUAIS
• Caneta;
• Bloco de notas/anotações;
• Talonário de Auto de Infração de Trânsito;
• Formulário de remoção veicular;
• Formulário de recibo de recolhimento de do-
cumentação;
• Codificação de Infrações de Trânsito ou um
CTB de bolso;
• Formulário de Registro de Acidente de Trân-
sito de veículos oficiais;
• Formulário de Relatório de Serviço;
• Registro de Acidente de Trânsito;
• Algemas;
• Luvas cirúrgicas descartáveis;
• Apito com fiel;
• Lanterna.
É imprescindível ressaltar que será fundamental,
antes dos deslocamentos para a atividade opera-
cional, a realização do
check-list
10
dos mencionados
Figura 47 - Equipamentos essenciais para o motociclista policial militar
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
10
Palavra de origem inglesa que significa “lista de verificações” ou “lis-
ta de checagem”.

CAPÍTULO 3 / UNIFORME E EQUIPAMENTOS ESSENCIAIS E BÁSICOS DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 55
equipamentos. Salientando, ainda, que com avanços
tecnológicos, já existem equipamentos de autuação
eletrônica, o que facilita o trabalho de fiscalização de
trânsito, e que já têm sido empregados por diversas
unidades operacionais.
Figura 48 - Materiais básicos individuais do motociclista policial militar
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

NOÇÕES DA
MECÂNICA DA
MOTOCICLETA
CAPÍTULO 4

É de extrema relevância para o motociclista poli-
cial militar possuir as noções gerais do funcionamento
da motocicleta, através de um apanhando geral dos
principais componentes motociclísticos, bem como
atuam seu funcionamento. Desta maneira, o motoci-
clista desenvolverá maior intimidade com o veículo,
objeto desta modalidade de policiamento.
4.1 PRINCIPAIS COMPONENTES DO MOTOR
O motor pode ser caracterizado como o principal
elemento que compõe a motocicleta e, sem dúvida,
esta estrutura revolucionou a motocicleta como meio
de transporte.
Defende-se que o alemão Gottlieb Daimler
11
foi o
primeiro a desenvolver uma motocicleta movida por
motor a gasolina, no ano de 1885. Entretanto, anterior a
este fato, em 1867, o norte-americano Sylvester Roper
12

já havia projetado uma espécie de bicicleta com um mo-
tor a vapor, a qual não teve sucesso. Todavia, a primeira
motocicleta nos moldes de motorização que conhece-
mos hoje somente ocorreu em 1984, quando foi paten-
teada para comercialização em Munique, na Alemanha,
pela fábrica de motores Hildebrand & Wolf Müller.
O conceito do motor pode ser compreendido
como um conjunto de peças, as quais desenvolvem
um sistema que transforma a energia calorífera, atra-
vés da combustão, em energia mecânica.
É possível subdividir o motor em quatro estru-
turas, quais sejam: câmara de combustão, conjunto
êmbolo-virabrequim, faísca elétrica e sistema de ali-
mentação. Atente-se que existem outros sistemas
que, apesar de não fazerem parte do motor, são es-
senciais para o seu pleno desenvolvimento, como o
alternador, as bombas de água e óleo, embreagem,
dentre outros.
Assim, veremos alguns dos principais compo-
nentes do motor e suas respectivas funcionalidades.
Cumpre lembrar que a maioria dos motores
empregados nas motocicletas são os de quatro
tempos. Contudo, cabe lembrar-se dos motores de
dois tempos, geralmente presentes em motocicletas
mais antigas, tendo um funcionamento mais simples,
não possuindo fases tão demarcadas quanto o de
quatro tempos.
CAPÍTULO 4 / NOÇÕES DA MECÂNICA DA MOTOCICLETA
57
11
Cientista alemão do século XIX, cujos trabalhos foram voltados ao
desenvolvimento de motores a combustão.
12
Inventor inglês do século XIX, que trabalhava com construção de
protótipos iniciais de automóveis e motocicletas.

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 58
4.1.1 Árvore da manivela
Trata-se do principal eixo do motor, o qual possui
um mancal excêntrico que aloja a articulação com a
biela. Esta estrutura é conhecida vulgarmente como
virabrequim ou girabrequim. Sua função precípua é
promover e enviar ao sistema de transmissão o tor-
que, a força e a rotação. Este componente possui
alguns contrapesos com vistas a permitir o balancea-
mento do eixo, como também é vazado internamente,
permitindo a lubrificação nos seus mancais de apoio
e de bielas.
Figura 49 - Ilustração de principais peças do motor e esquema de funcionamento
Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br
Figura 50 - Árvore de manivela do motor de motocicleta
Disponível em: http://www.hitec-part.com.br

CAPÍTULO 4 / NOÇÕES DA MECÂNICA DA MOTOCICLETA 59
4.1.2 Balancins
Tem por objetivo realizar a transmissão do mo-
vimento ditado pelo eixo de comando da válvula à
parte superior das válvulas. Os balancins são constru-
ídos de uma liga de aço-carbono, recebendo um tra-
tamento superficial e uma adição de cromo para dar
maior resistência e reduzir o desgaste, pois sempre
está em contato com o comando de válvulas.
4.1.3 Biela
Responsável pela conexão do pistão ao man-
cal do virabrequim, suportando o esforço transmitido
como resultado da combustão. Sua exclusiva finali-
dade trata-se da inversão do sentido do movimento.
Deste modo, a biela promove a transmissão da força
mecânica em forma de movimento rotativo. A biela
pode apresentar distintos formatos e dimensões, de-
pendendo da especificidade do motor que compõe.
É constituída de aço forjado.
Figura 51 - Balancim empregado no motor da motocicleta
Disponível em: http://www.masada.com.br
Figura 52 - Biela do motor de motocicleta
Disponível em: http://pt.aliexpress.com

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 60
4.1.4 Cabeçote
Esta peça geralmente é constituída de uma liga
de alumínio, com a finalidade de dissipação de calor. A
nomenclatura se dá em virtude de seu posicionamento
e função, sendo a “cabeça do motor”. Compreende-se
como sendo a tampa superior do cilindro, que, junta-
mente com a cabeça do pistão, resultam na câmara de
combustão. Sua função precípua é a condução de en-
trada e saída de ar e combustível dos cilindros.
4.1.5 Bloco do motor ou bloco de cilindros
O bloco do motor é uma peça componente do
motor, geralmente fundida em alumínio ou ferro, que
irá alojar os cilindros para a realização da combustão
interna.
Cabe salientar que o referido componente ainda
comporta outras peças, tais como cárter e cabeçote
do motor. O cilindro, em si, é o orifício no qual o pistão
irá desenvolver sua movimentação no processo de
combustão, sendo denominado desta forma em virtu-
de de sua forma cilíndrica.
Esta peça é que caracterizará a cilindrada da mo-
tocicleta, perfazendo-se a relação do volume de com-
bustível admitido no cilindro, em cada ciclo. O cilindro
deve suportar altas pressões, diante das explosões
geradas na combustão.
Figura 53 – Cabeçote do motor de motocicleta
Disponível em: http://www.goldenmotoparts.com.br
Figura 54 - Bloco do motor de motocicleta com demais componentes
13

Disponível em: https://www.google.com.br/imghp?hl=pt-PT
13
A ilustração trata-se de bloco de motor com arrefecimento a ar.

CAPÍTULO 4 / NOÇÕES DA MECÂNICA DA MOTOCICLETA 61
4.1.6 Caixa de câmbio
Trata-se de mecanismo desmultiplicador que tem
por finalidade realizar a relação das diversas velocidades
de rotação do eixo primário e secundário com as engre-
nagens, promovendo assim a velocidade, torque e rota-
ção desejada. As diferentes velocidades promovidas nas
mudanças pela caixa de câmbio devem-se às diferentes
relações de dentes que as engrenagens possuem.
4.1.7 Corrente de comando de válvulas
Este mecanismo tem como objetivo realizar a
sincronização do movimento do virabrequim ao eixo
de comando de válvulas, com a finalidade de que os
balancins possam trabalhar de forma sincronizada.
4.1.8 Eixo de comando de válvulas
Este mecanismo possui uma das funções mais re-
levantes no motor: realizar o comando de abertura das
válvulas de admissão e escape. O eixo de comando
de válvulas deve estar devidamente ajustado com o
eixo-virabrequim. A angulação e formato dos “cames”
no eixo de comando de válvulas definirá o tempo e o
curso de abertura destas, tanto as de admissão como
as de escape, permitindo, inclusive, otimizar o desem-
penho do motor. Geralmente o comando de válvulas é
fabricado em ferro fundido, contudo, pode ser constitu-
ído de outras ligas metálicas mais leves.
Figura 55 – Caixa de câmbio do motor da motocicleta
Disponível em: https://www.google.com.br/imghp?hl=pt-PT
Figura 56 - Corrente de comando
Disponível em: http://www.falcononline.com.br

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 62
4.1.9 Pistão
É a peça que se movimenta no interior do cilin-
dro, sendo que é através da biela que será possível
a transmissão da energia mecânica ao virabrequim,
resultado da combustão. Em geral, sua constituição é
de alumínio, possuindo anéis que garantem a veda-
ção com as paredes do cilindro.
4.1.10 Válvulas
Estas peças são condicionadas a suportar eleva-
das temperaturas e devem fornecer uma perfeita ve-
dação. Geralmente as válvulas são feitas de uma liga
de aço e são de admissão e de escape.
As válvulas possuem como finalidade impedir
ou permitir a passagem da mistura na admissão para
o interior do cilindro do motor, ou gases queimados
provenientes da combustão para fora do cilindro,
pelo sistema de escapamento.
Figura 57 – Eixo de comando de válvulas
Disponível em: http://www.trilhasemotos.com.br
Figura 58 - Pistão utilizado no motor da motocicleta
Disponível em: http://pt.aliexpress.com

CAPÍTULO 4 / NOÇÕES DA MECÂNICA DA MOTOCICLETA 63
4.2 SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO
Este sistema trata dos componentes que irão
fornecer a energia necessária ao funcionamento do
motor, através da transformação de energia calorífica
em mecânica. No caso específico das motocicletas,
isto se dá através da alimentação por meio de com-
bustíveis com elevada octanagem, em virtude dos
motores utilizados serem a combustão.
Os principais componentes deste sistema são:
4.2.1 Acelerador
Este componente está atrelado à manopla de
aceleração que promoverá a regulagem da velocida-
de através da rotação do motor. Desta forma, o acele-
rador deve se encontrar devidamente regulado para
promover o bom desempenho na utilização do com-
bustível, evitando desperdícios.
Para seu pleno funcionamento, deve existir uma
folga correta do cabo do acelerador de cerca de 3
mm a 6mm na sua posição de repouso. O ideal neste
caso é verificar o manual da motocicleta, para que se
possa fazer o ajuste recomendado desta folga.
Figura 59 - Modelo de válvula utilizado em motocicletas
Disponível em: http://www.motomoura.com.br
Figura 60 - Manopla de aceleração da motocicleta
Disponível em:http://www.krmotopecas.com.br

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 64
4.2.2 Filtro de ar
É sabido que para ocorrer a combustão torna-se
necessária a presença de oxigênio. Para que ocorra
uma combustão com qualidade e resulte num melhor
desempenho do motor, evitando a entrada de impu-
rezas, tem-se o filtro de ar. Este item irá promover
o bloqueio à entrada de partículas, como fuligem e
areia no processo de combustão.
Pode-se dizer que este item está intimamente
ligado à economia do consumo e ao bom trabalho
realizado pelo motor.

4.2.3 Tanque de combustível
Recipiente no qual fica acondicionado o com-
bustível. O tanque de combustível deve estar devida-
mente vedado, devendo-se ter atenção especial ao
realizar abastecimento de combustível, verificando
se foi fechado corretamente. Periodicamente deve
ser esvaziado e limpo, em virtude das impurezas que
acabam por se impregnar e se sedimentar ao fundo
do tanque de combustível.
Figura 61 - Cabo de aceleração da motocicleta
Disponível em: http://pt.aliexpress.com
Figura 62 - Modelo de filtro de ar utilizado em motocicletas
Disponível em:http://blog.masada.com.br

CAPÍTULO 4 / NOÇÕES DA MECÂNICA DA MOTOCICLETA 65
4.3 SISTEMA DE IGNIÇÃO
A função primordial do sistema de ignição é for-
necer uma centelha, por meio de faísca gerada en-
tre os polos da vela. Este componente se localiza
no interior da câmara de combustão, sendo aciona-
do antes do pistão se aproximar do fim do curso de
compressão, a fim de iniciar a queima da mistura ar-
combustível. É este sistema que fornecerá o início de
funcionamento do motor, com vistas a desenvolver o
processo de combustão.
São os principais componentes deste sistema:
4.3.1 Alternador
Esta peça é composta de bobinas e imãs, e tem
como função gerar determinada corrente elétrica, com
a finalidade de produzir energia suficiente para o fun-
cionamento do motor, além de recarregar a bateria.
4.3.2 Automático de partida
Trata-se de uma espécie de interruptor para o
acionamento do sistema de ignição, assemelhando-
se à chave de ignição do automóvel.
Figura 63 - Tanque de combustível utilizado em motocicletas
Disponível em:http://www2.novasuzuki.com.br
Figura 64 - Alternador utilizado em motocicletas
Disponível em:http://www.motonline.com.br

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 66
4.3.3 Bateria
Este componente é responsável por realizar o
armazenamento de energia elétrica, resultado de sua
transformação por meio da energia mecânica para o
sistema de iluminação da motocicleta. Assim, a bate-
ria é de suma importância para fornecer a energia ne-
cessária para a partida do motor.
4.3.4 Bobina de faísca
Elemento responsável por transformar a tensão
elétrica em centelha elétrica.
Figura 65 - Automático de partida utilizado em motocicletas
Disponível em:http://pt.aliexpress.com/honda-starter-relay_reviews.html
Figura 66 - Modelo de bateria empregada em motocicletas
Disponível em:http://www.twenga.es/bateria-moto.html

CAPÍTULO 4 / NOÇÕES DA MECÂNICA DA MOTOCICLETA 67
4.3.5 Ignição por descarga de condensador
Mecanismo responsável por fornecer o controle
exato do momento em que deverá ser liberada a ten-
são elétrica para a bobina da faísca no tempo correto
para o funcionamento do motor.
4.3.6 Motor de partida
Sua exclusiva finalidade é iniciar o funcionamento do
motor. Este mecanismo também é conhecido como pedal.
Figura 67 - Modelo de bobina de faísca empregado em motocicletas
Disponível em:https://www.fraida.com.br
Figura 68 - Modelo de CDI empregado em motocicletas
Disponível em:http://pt.aliexpress.com
Figura 69 - Modelo de motor de partida utilizado em motocicletas
Disponível em:http://www.motomoura.com.br

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 68
4.3.7 Retificador da corrente
Este componente, que compõe o sistema de ig-
nição, ao receber as altas tensões elétricas, tem por
objetivo realizar a correção destas tensões e distribuí-
-las à bateria e ao CDI.
4.3.8 Vela de ignição
Este mecanismo se encontra alocado na câmara
de combustão. Portanto, deve possuir alta resistência
e, ao mesmo tempo, produzir a centelha elétrica, a
qual será utilizada ao processo de combustão. Logo,
a vela de ignição está relacionada ao bom desempe-
nho e à economia do motor da motocicleta.
4.4 SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO
A primeira função deste sistema é reduzir o atrito
entre as peças de metal (componentes metálicos do
motor). Assim, a lubrificação tem um papel fundamen-
tal para o perfeito funcionamento da motocicleta, na
medida em que a maioria das peças mecânicas da
motocicleta é composta de metais e, portanto, neces-
sitam de correta lubrificação, impedindo o resseca-
mento, e, consequentemente, o desgaste prematuro.
A lubrificação ainda possui a finalidade de con-
duzir todas as partículas de impureza encontradas e
retê-las, impedindo que resultem a inoperância ou
ineficiência dos mecanismos que compõem a moto-
Figura 70 - Modelo de retificador de corrente utilizado em motocicletas
Disponível em:http://www.motosblog.com.br
Figura 71 - Modelo de vela de ignição utilizado em motocicletas
Fonte:http://www.masada.com.br

CAPÍTULO 4 / NOÇÕES DA MECÂNICA DA MOTOCICLETA 69
cicleta. É necessário lembrar que a viscosidade e es-
pecificação do óleo devem seguir as recomendações
do fabricante.
Em resumo, o sistema de lubrificação possui fun-
ção tripla: lubrificação, limpeza e refrigeração.
São os principais componentes deste sistema:
4.4.1 Bomba de óleo
Este componente tem como função realizar a
movimentação e distribuição do fluido de óleo para
todas as partes do motor que necessitam serem lubri-
ficadas através da força centrífuga e pressão interna
do motor.
A bomba de óleo geralmente está localizada na
parte inferior do motor.
Figura 72 - Ilustração do sistema de lubrificação da motocicleta
Fonte: Moto Honda da Amazônica LTDA.
Figura 73 - Modelo de bomba de óleo utilizado em motocicletas
Disponível em:http://laquila.com.br

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 70
4.4.2 Filtro de óleo
Sabe-se que a movimentação das diversas pe-
ças no interior do motor acaba por ocasionar o des-
gaste destas, em virtude do constante atrito. Assim,
tal circunstância resulta em produção de partículas,
sujeiras, ou até mesmo na limalha. Estas impurezas
podem afetar o bom desempenho do motor.
Sendo assim, o objetivo do filtro de óleo é jus-
tamente reter toda e qualquer impureza trazida pelo
fluido de óleo, para que possa ocorrer uma lubrifica-
ção eficiente.
4.4.3 Óleo lubrificante
Como já mencionado no sistema de lubrificação,
tem como funções: desenvolver a lubrificação das
peças internas do motor, conduzir as impurezas para
ficarem retidas no filtro de óleo, realizando a limpeza,
e fazer a refrigeração do motor.
É válido atentar ao manual de instrução da moto-
cicleta, para que se possa verificar a espécie de óleo
lubrificante a ser utilizada, a quantidade, bem como
qual a quilometragem ou tempo para ser trocado.
O óleo lubrificante afeta diretamente no desem-
penho da motocicleta.
Figura 74 - Principais modelos de filtros de óleo utilizados em motocicletas
Disponível em: http://www.reidooleo.com.br
Figura 75 - Ilustração de funcionamento do óleo lubrificante nos motores
de motocicletas
Disponível em:http://frangeor29.blogspot.com.br

CAPÍTULO 4 / NOÇÕES DA MECÂNICA DA MOTOCICLETA 71
4.4.5 Radiador
Tem como finalidade realizar a troca de calor en-
tre o ar atmosférico e outra substância que geralmen-
te é o líquido de arrefecimento. Existem radiadores
de óleo e de água, sendo que algumas motocicletas
utilizam ambos os tipos.
Assim, o radiador visa dissipar o calor resultado
da combustão, refletindo num melhor desempenho
do motor.
4.5 SISTEMA DE ARREFECIMENTO
A finalidade deste sistema é proporcionar o res-
friamento do motor e de seus componentes, pois,
como se sabe, o processo de combustão resulta em
elevadas temperaturas.
Este sistema de dissipação de calor reflete numa
maior durabilidade e eficiência das peças, bem como
no conforto da pilotagem.
O fato curioso em relação a este sistema é que,
em geral, as motocicletas norte-americanas e euro-
peias possuem um sistema de arrefecimento contro-
lado, dado as baixas temperaturas daquelas regiões.
Assim, o calor resultante de combustão é aproveitado
para o aquecimento do piloto.
Em geral, o sistema de arrefecimento pode
utilizar como componentes a água, o ar ou o óleo,
que possam auxiliar na dissipação do calor. Alinhado
a este sistema, a lubrificação também possui relevân-
cia como meio, também, de dissipar o calor ocasiona-
do pelo motor. Pois, quando há menor atrito, graças a
uma boa lubrificação, não se produzirá tanto calor.
Figura 76 - Modelo de radiador utilizado em motocicletas
Disponível em:http://pt.aliexpress.com

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 72
transmissão hidramático, automático ou automatiza-
do, que realizam tal função sem intervenção do piloto.
4.6.1 Câmbio
É através deste mecanismo que será possível as
diversas mudanças de marchas, adequando-se à ne-
cessidade de velocidade e rotação. O eixo que vem
do motor é chamado de primário, enquanto que o que
leva a força para a roda denomina-se de secundário,
porque modifica a velocidade a cada troca de marcha.
O eixo primário recebe a força proveniente da
embreagem que, por sua vez, foi movida pela trans-
missão primária.
Figura 77 - Demonstração do sistema do arrefecimento
Fonte: Moto Honda da Amazônica LTDA
4.6 SISTEMA DE TRANSMISSÃO
Este sistema será o responsável por comunicar
ao motor as mudanças de velocidade, torque e ro-
tação. Algumas motocicletas possuem o sistema de
Figura 78 - Ilustração do sistema de transmissão
Disponível em: http://yefersonguti.blogspot.com.br

CAPÍTULO 4 / NOÇÕES DA MECÂNICA DA MOTOCICLETA 73
4.6.2 Embreagem
Este componente tem como função controlar a
transmissão da potência do motor pela força de fric-
ção. Assim, quando a embreagem fica completamen-
te desacoplada, ou seja, quando o manete está acio-
nado, a potência não é transmitida para roda traseira.
Quando o veículo é posto em movimento, a em-
breagem aumenta gradualmente sua força de fricção
entre os discos e transmite a força de forma suave
para a roda traseira. Com a embreagem completa-
mente acoplada, ou seja, quando a manete da em-
breagem está em repouso, a potência da árvore de
manivelas é transmitida diretamente à roda traseira.
4.7 SISTEMA DE FREIO
Este sistema tem por finalidade, ao ser acionado,
promover a redução da velocidade, através da redu-
ção da rotação dos pneus por meio do atrito. Logo,
os freios impõem uma força que tende a imobilizar
as rodas e, então, pelo atrito que as rodas têm com o
solo, a motocicleta diminui a sua velocidade, poden-
do resultar na parada por completo.
Os freios, bem ajustados, promovem maior con-
trole e potência. Ao serem acionados e devidamente
ajustados, conseguem boa redução de velocidade
Figura 79 - Ilustração do câmbio de motocicletas
Fonte:https://www.google.com.br/imghp?hl=pt-PT
Figura 80 - Elementos que compõe a embreagem da motocicleta
Disponível em:http://www.goldenmotoparts.com.br

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 74
com sensibilidade suficiente para que se mantenha a
motocicleta numa situação segura de diminuição da
velocidade, sem perda de controle.
Em geral, existem três espécies de mecanismos
de freio numa motocicletas:
4.7.1 Freio mecânico a tambor
Este sistema é reminiscente dos freios automo-
tivos antigos, contudo, ainda se aplicam em algumas
motocicletas na parte traseira, e ainda, em raros casos,
na dianteira. Uma das vantagens deste sistema é a fácil
regulagem, o que resulta numa melhor eficiência. Por
outro lado, pelo fato de seu acionamento ser mecâ-
nico, a regulagem é facilmente perdida, devendo ser
regulado constantemente. Assim, com a regulagem ex-
cessiva ocorre um desgaste natural das lonas.
Figura 81 - Sistema de freio a disco hidráulico da roda dianteira da motocicleta
Disponível em:http://www.moto.com.br
Figura 82 - Freio a tambor
Disponível em: http://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br

CAPÍTULO 4 / NOÇÕES DA MECÂNICA DA MOTOCICLETA 75
Figura 83 - Ilustração de funcionamento do sistema de freio a tambor
Disponível em:www.fdr.com.br

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 76
4.7.2 Freio a disco hidráulico
Atualmente este mecanismo de freios é o mais
empregado nas motocicletas. Sua atuação é por meio
de acionamento hidráulico, ou seja, há uma bomba
de óleo que, quando acionada a manete ou o pedal
do freio, pressuriza um tubo de óleo que interliga
essa bomba a um jogo de pistões, que, por sua vez,
empurram as pastilhas de atrito que pressionam o dis-
co pelos dois lados.
Figura 84 - Ilustração do sistema de freio a disco hidráulico
Disponível em:www.fdr.com.br
Figura 85 - Freio a disco hidráulico
Disponível em: http://www.treoli.com.br
Cilindro Principal
Reservatório
Alavanca do Freio
Pino de segurança
Pistão
Tubo de freio
Calibrador
Disco
Pistão auxiliar
Válvula de pulverização
CILINDRO DA RODA
CILINDRO MESTRE

CAPÍTULO 4 / NOÇÕES DA MECÂNICA DA MOTOCICLETA 77
4.7.3 Freio ABS
O termo “ABS” é oriundo do inglês Anti-lock Bre-
aking System, e quer dizer “sistema de freio antitrava-
mento”. Por meio de sensores instalados nas rodas,
a informação sobre uma frenagem brusca é encami-
nhada a uma central eletrônica, a qual determina a
soltura do freio gradativamente. Esse movimento per-
mite a roda girar sem travar.
No caso das motocicletas, pequenos discos que
se assemelham ao disco de freio, porém cheios de ra-
nhuras, instalados no cubo das rodas, atuam com os
sensores do ABS. O sistema ABS colabora para man-
ter o comportamento equilibrado da motocicleta em
frenagens em diferentes pisos e, consequentemente,
oferece maior segurança.
Figura 86 - Ilustração do sistema de freio ABS
Disponível em:http://www.americanmotorcyclist.com
Unidade hidráulica
Sensor
Sinal de sensor
Circuito do freio dianteiro
Circuito do freio traseiro

MANUTENÇÃO
PREVENTIVA DA
MOTOCICLETA
CAPÍTULO 5

A manutenção preventiva e periódica da motoci-
cleta é extremamente importante, pois através deste
hábito será possível reduzir o risco de possíveis aci-
dentes e evitar danos à motocicleta. A manutenção co-
tidiana também acaba desenvolvendo uma relação de
intimidade entre a motocicleta e o motociclista policial
militar, promovendo o maior conhecimento dos seus
mecanismos, o que irá resultar em um emprego desta
modalidade de policiamento mais seguro e eficiente.
De acordo com Pinto e Xavier (2001, p.41), a ma-
nutenção preventiva “é a atuação realizada de forma
a reduzir ou evitar a falha ou quebra no desempenho,
obedecendo a um plano previamente elaborado, ba-
seado em intervalos definidos de tempo”.
Corroborando neste sentido, Nassar (2005, p.
38) traz o conceito de manutenção preventiva, um
tanto o mais minucioso:
“A manutenção preventiva consiste na aplicação
de um programa regular de inspeção, ajustes,
limpeza, lubrificação, troca de peças, calibração
e reparo de componentes e equipamentos. Este
método é conhecido como manutenção basea-
da no tempo, sendo aplicada sem considerar as
condições do equipamento”.
Há ao menos cerca de três escalões de manu-
tenção da motocicleta, porém, caberá ao motociclista
policial militar realizar a manutenção de primeiro es-
calão antes de realizar o deslocamento para o servi-
ço operacional. Os demais escalões de manutenção
serão realizados por profissionais especializados, por
se tratar de manutenções mais complexas que reque-
rem maior atenção e cuidado.
CAPÍTULO 5 / MANUTENÇÃO PREVENTIVA DA MOTOCICLETA
Figura 87 - Realização da manutenção preventiva
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
79

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 80
5.1 SETOR DE TRANSPORTES ORGANIZANDO AS
MANUTENÇÕES PREVENTIVAS
Diante do que foi exposto, caberá aos motoci-
clistas, bem como, aos Setores de Transporte da
Unidade, realizarem o controle da quilometragem e
períodos das revisões. É sabido que, quando se re-
aliza revisões fora dos prazos de quilometragem ou
período, acaba por perder a garantia, o que quer di-
zer que as montadoras não irão ser responsabilizadas
por possíveis falhas mecânicas que possivelmente
venham a ocorrer. Por isso, é fundamental possuir um
controle rigoroso de toda a frota de motocicletas.
Neste liame, é fundamental que o Setor de Trans-
porte possua, no mínimo, uma pasta modelo arquivo
com as fichas individuais de toda a sua frota de moto-
cicletas, nominadas por marca/modelo, placa e chas-
si, compondo todo histórico de revisões, bem como
outras informações, como, por exemplo, de possíveis
falhas mecânicas ocorridas, acidentes, entre outras
ocorrências que sejam de relevância. Com vistas a
auxiliar neste controle, tem-se o Anexo A e B como
modelo de planilhas para facilitar e auxiliar no contro-
le das manutenções da motocicleta.
5.2 PASSOS PARA A MANUTENÇÃO DE PRIMEIRO
ESCALÃO
Antes mesmo de o motociclista policial militar as-
sumir o serviço, é necessário realizar a manutenção
em primeiro escalão, com o intuito de verificar possí-
veis anormalidades no desempenho da motocicleta.
O primeiro escalão de manutenção é indispensável
para o desenvolvimento do motopatrulhamento efi-
ciente. Neste diapasão, como o serviço operacional
poderá transcorrer com normalidade, o policial militar
nesta modalidade de policiamento poderá se depa-
rar com ocorrências em que seja necessário ter um
desempenho mais arrojado da motocicleta, e, por tal
motivo, este tipo de viatura deve estar com todos os
seus mecanismos em pleno e eficaz funcionamento.
A importância deste escalão de manutenção
também anula acidentes evitáveis. Assim, tem-se
como um procedimento padrão a realização deste
escalão antes de realizar o deslocamento para a ati-
vidade operacional.

CAPÍTULO 5 / MANUTENÇÃO PREVENTIVA DA MOTOCICLETA 81
5.2.1 O motociclista deve ter os sentidos aguçados
Para que o motociclista policial militar realize a
manutenção de primeiro escalão, deverá utilizar seus
sentidos básicos, quais sejam: VER, OUVIR e SENTIR.
Isto quer dizer que deve estar atento ao aspecto visu-
al geral da motocicleta, ouvir se há alguma anormali-
dade no funcionamento dos seus sistemas, e, através
do toque, notar algum defeito.
5.2.2 Linha do horizonte imaginária sobre a moto-
cicleta
A utilização da linha do horizonte imaginária sobre
a motocicleta

é uma técnica bastante útil para que seja
possível realizar uma vistoria rápida e eficaz, antes de
realizar o deslocamento para a atividade operacional.
Este método tem como escopo que o motociclista crie
mentalmente uma linha imaginária horizontal e que
esta esteja sobre a motocicleta - preferencialmente no
sentido de cima para baixo - para que seja possível ob-
servar todos os componentes que se deve ter atenção
ao realizar a vistoria em primeiro escalão.
Visando facilitar a Manutenção de Primeiro Esca-
lão, tem-se o Anexo C, composto dos principais itens
a serem vistoriados. Entretanto, cabe também expor a
sequência dos equipamentos a serem verificados, bem
como suas especificidades, que devem ser observadas.
5.2.3 Para-brisas
O primeiro ponto que esta linha imaginária toca será
neste item. Assim, caberá ao motociclista verificar se o
para-brisa está com alguma folga, com rachaduras ou
trincas. A folga deste equipamento, além de gerar o des-
conforto na pilotagem, pois ficará em trepidação durante
o deslocamento, poderá soltar e se chocar com o mo-
tociclista, ocasionando acidentes. O mesmo ocorre com
trincas e rachaduras no para-brisa, passando de equipa-
mento de proteção a ocasionador de danos humanos.
Figura 88 - Ilustração de sentido que se deve fazer a manutenção em
primeiro escalão
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 82
5.2.4 Baú ou bauleto
Neste item, é importante checar se o suporte está
bem afixado na churrasqueira da motocicleta
14
, como
também se o baú está devidamente encaixado ao su-
porte, já que em sua maioria este é destacável. Não se
pode esquecer, ainda, de confirmar que a chave per-
tence realmente ao baú ou bauleto, e se este, ao ser fe-
chado, está fazendo realmente o travamento e vedação.
5.2.5 Espelhos retrovisores
Deverá ser observado se estão bem fixados, se
não apresentam rachaduras e se estão com boas
condições de visibilidade. Deverá ser feito o ajuste,
montando na motocicleta, tendo como referência
que a parte interna dos espelhos retrovisores deverá
possibilitar que se visualizem os braços e ombros do
motociclista. Assim, dotará os espelhos retrovisores
de um maior campo de visão, reduzindo-se a possibi-
lidade dos “pontos-cegos
15
”.
Figura 89 - Para-brisa da motocicleta
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 90 - Baú da motocicleta
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
15
Perímetros que não são refletidos pelos espelhos retrovisores,
dada à angulação destes. Assim, um ajuste adequado aos espe-
lhos retrovisores, ampliando a angulação de abertura, pode reduzir
a existência dos pontos cegos.
14
Equipamento geralmente em chapa de aço ou ferro, que vem
logo após o assento do garupa, que tem por objetivo servir de su-
porte para fixação do baú ou bauleto.

CAPÍTULO 5 / MANUTENÇÃO PREVENTIVA DA MOTOCICLETA 83
5.2.6 Antena de corta linha “pipa”
Este equipamento é de extrema relevância para
a proteção do motociclista contra linhas de pipas, em
especial aquelas compostas de cerol. Logo, deverá
estar atento para que esteja afixada firmemente no
guidom, como também que possa se opor com resis-
tência ao cerol, cumprindo sua finalidade.
5.2.7 Manopla de aceleração
Deverá ser observado se a manete de acelera-
ção está em seu pleno funcionamento. Para tanto,
este item não deve estar apresentando resistência ao
ser acionado, impedindo a aceleração e, por conse-
quência, a elevação da rotação do motor.
Figura 92 - Ajuste adequado dos espelhos
retrovisores com vistas à redução dos “pontos
cegos”
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 91 - Espelhos retrovisores
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 93 - Antena de corta linha “pipa”
Disponível em: www.fraida.com.br

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 84
Ainda tem de se verificar a folga entre o cabo de
aceleração e a manopla, pois deve haver uma folga
de 3 a 5 mm em geral, embora o ideal seja consultar o
manual da motocicleta para obter esta informação com
precisão. Assim, não poderá o cabo de aceleração se
encontrar teso nem folgado demais, o que pode difi-
cultar a pilotagem, além de resultar em danos.
5.2.8 Manete do freio dianteiro
Neste equipamento também será necessário
verificar se o seu funcionamento está ocorrendo na
totalidade, ou seja, se quando acionado realiza o tra-
vamento da roda dianteira.
Tanto o nível do óleo de freio como a folga junto ao
cabo de freio devem ser vistoriados. Da mesma forma,
o cabo de freio não poderá estar teso, o que ocasionará
na redução do desempenho da motocicleta, desgaste
das pastilhas ou sapatas de forma desnecessária. De
outra forma, caso o cabo esteja com folgas excessivas,
reduzirá drasticamente a eficiência da frenagem.
5.2.9 Manete de embreagem
Semelhantemente à manopla de aceleração e à
manete de freio dianteiro, deverá ser verificada em es-
pecial se sua folga, em relação ao cabo de embreagem,
atende às especificações do manual da motocicleta.
Se por algum motivo for esticado demasiadamente, re-
Figura 94 - Manopla de aceleração
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 95 - Manete do freio dianteiro
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 5 / MANUTENÇÃO PREVENTIVA DA MOTOCICLETA 85
sultará em danos para o mecanismo de embreagem,
como também se possuir uma folga excessiva.
5.2.10 Sistema de iluminação e sinalização
Ao descer um pouco mais a linha horizontal ima-
ginária, far-se-á uma checagem do farol dianteiro
16
, lan-
terna traseira, setas indicadoras de direção
17
(acionan-
do para ambos os lados, e verificando se tanto a setas
dianteiras quanto as traseiras estão funcionando nor-
malmente), da luz da placa e das luzes de freio (acio-
nando o freio dianteiro e traseiro, cada um por vez).
Também não pode se esquecer de testar a bu-
zina, que tem relevância para sinalização sonora na
condução da motocicleta.
Figura 96 - Manete de embreagem
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 97 - Iluminação e sinalização da motocicleta
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
16
Vide art. 244, inciso IV do Código de Trânsito Brasileiro, que con-
figura como infração de trânsito a condução de motocicleta com
faróis apagados. Deve-se ainda destacar a importância da regula-
gem do farol, de acordo com o fabricante, sendo que tal regulagem
modifica com a presença ou ausência do garupa.
17
Conhecida vulgarmente com “pisca”.

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 86
5.2.11 Sistema luminoso intermitente e sirene
18

Antes de se realizar o deslocamento para a ati-
vidade operacional, esses equipamentos também
deverão ser testados, pois o sistema luminoso inter-
mitente não tem somente notoriedade para se poten-
cializar a ostensividade, mas serve como sinalização
extraordinária, evitando acidentes.
Do mesmo modo, os motociclistas policiais milita-
res podem se envolver em ocorrências em que seja
necessário o emprego da sirene, como, por exemplo,
em situações de operações e intervenções no trânsito.
5.2.12 Tanque de combustível
Cabe ao motociclista atentar para verificar se a
ergonomia do tanque está ilesa, sem deformidades e
bem afixada no chassi da motocicleta. Além disso, é
necessário observar se tampa está devidamente afi-
xada, pois, em caso de quedas, ocorrerá a vedação,
reduzindo que o motociclista tenha contato direto
com o combustível.
Figura 98 - Luminosos intermitentes e sirene
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 99 - Tanque de combustível
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
18
A obrigatoriedade legal deste sistema está disposta no art. 29,
inciso VII, alíneas “a” e “b” do Código de Trânsito Brasileiro. Há
ainda referência acerca do presente tema nos arts. 189, 190 e 222
da referida legislação.

CAPÍTULO 5 / MANUTENÇÃO PREVENTIVA DA MOTOCICLETA 87
5.2.13 Selim
O selim é responsável pela acomodação do mo-
tociclista sobre a motocicleta. Portanto, deve estar
afixado ao chassi da motocicleta, estando com sua
ergonomia sem qualquer tipo de alteração ou irregu-
laridade. Este componente está intimamente ligado
ao conforto do motociclista, além de promover a pos-
tura correta sobre a motocicleta. Portanto, verificar o
selim evitará possíveis lesões ao motociclista.
5.2.14 Freios
Neste item, é necessário verificar as condições
de desgaste das pastilhas de freio ou sapatas, as
condições do disco de freio e se há graxas ou outros
elementos que possuam reduzir a eficiência da frena-
gem. Deve também ser observado o nível do fluído
de freio, no caso de motocicletas que possuem siste-
ma de freio a disco hidráulico.
Figura 100 - Selim
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 101 - Freio da motocicleta
Dispontível em: http://www.globalsuzuki.com/motorcycle

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 88
5.2.15 Corrente de transmissão
Nesse caso, deverá ser observado todo o con-
junto, ou seja, coroa, corrente e pião, verificando o
desgaste destas peças. Especificamente em relação à
corrente de transmissão, além do desgaste, terá impor-
tância observar a limpeza, sua lubrificação, bem como
a folga necessária recomendada pelo fabricante.
Esta folga aproxima-se a cerca de 1 (um) centímetro.
O ideal é que este ajuste seja realizado com o motoci-
clista sentado, para que a corrente de transmissão seja
ajustada, diante dos esforços que ela será submetida.
Cabe ainda destacar o regulador de tensão da cor-
rente, que tem como finalidade manter a corrente estica-
da, evitando a sua saída dos dentes da coroa e pinhão.
5.2.16 Motor
É necessário realizar uma vistoria panorâmica do
motor, observando se há anormalidades. Neste item,
basicamente o motociclista terá como responsabilida-
de verificar o nível do óleo, através da vara indicadora,
tendo o cuidado de deixar a motocicleta perpendicular
ao solo e não inclinada, além de observar se há alguma
espécie de vazamento de fluídos, oriundo do motor.
Figura 102 - Corrente de transmissão da motocicleta.
Dispontível em: http://equipemotomania.com.br/dicas-de-relacao/
Figura 103 - Motor da motocicleta
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 5 / MANUTENÇÃO PREVENTIVA DA MOTOCICLETA 89
5.2.17 Pneus e rodas
Deverá atentar para o desgaste dos pneus, através
da própria indicação que vem no pneu, chamada de TWI
(
Tread Wear Indicator
19
). Este indicativo se trata de uma sa-
liência no sulco de pneu que, quando começa a ter con-
tato direto com o solo, indica que finalizou a sua vida útil.
Os pneus sempre deverão estar calibrados, de acor-
do com o que se recomenda o manual da motocicleta.
Deve-se atentar que em alguns tipos de motocicleta há
variação de calibragem quando o garupa estiver montado.
Em geral, próxima à proteção da corrente de transmissão,
há a informação da calibragem dos pneus da motocicleta.
Por fim, é necessário que o motociclista cheque
as rodas, especialmente aquelas que são raiadas. É
necessário também observar se há alguma irregula-
ridade, como, por exemplo, parafusos, gravilhão ou
pregos. No caso das rodas raiadas, o motociclista de-
verá passar a mão sobre os raios para observar se
possui algum que esteja desafixado ou solto.
Figura 104 - Vareta do óleo
Dispontível em: http://motopecaspadrecicero.com.br/2016/02/22/como-veri-
ficar-o-nivel-de-oleo-de-sua-moto/
Figura 105 - Pneus e rodas da motocicleta
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
19
Termo de origem inglesa, que ao traduzir significa “indicador de
pegada”.

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 90
5.2.18 Pedal de freio traseiro
O pedal de freio é responsável pela realização
da frenagem da roda traseira. Portanto, neste compo-
nente deve ser observado se há a folga recomenda-
da, a fim de que seu funcionamento ocorra somente
através do acionamento. Também deve ser pressio-
nado o pedal de freio para verificar se este está reali-
zando o travamento completo da roda traseira.
5.2.19 Pedal de câmbio de marchas
É importante verificar se o funcionamento do pe-
dal de marchas está operando normalmente. Para tan-
to, é necessário, inicialmente, pressionar a manete de
embreagem e, posteriormente, o pedal de marchas,
tanto no sentido superior quanto no inferior. Deve-se
notar se a passagem de marchas está ocorrendo com
suavidade, bem como sem trancos ou travamentos.
Figura 106 - Pedal de freio traseiro
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 107 - Pedal de câmbio de marchas
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 5 / MANUTENÇÃO PREVENTIVA DA MOTOCICLETA 91
5.2.20 Descanso
Este equipamento é responsável por apoiar a mo-
tocicleta quando esta se encontrar estacionada. Des-
te modo, é relevante verificar se o seu funcionamen-
to está ocorrendo normalmente. Outro aspecto a ser
notado é se a mola responsável pelo recolhimento do
descanso não se encontra folgada ou ineficiente.
Assim, ao desligar a motocicleta, deverá ser acio-
nado o descanso lateral, verificando se realmente ela
está firme e volvendo o guidom para a esquerda, a
fim de dar maior estabilidade no estacionamento.
Algumas motocicletas possuem também o des-
canso central, que dá maior estabilidade. Isto ocorre
em virtude da motocicleta ficar apoiada em três pon-
tos, sendo dois pontos de apoio do próprio descanso
central e um do pneu traseiro.
Para utilizar o descanso central é bastante sim-
ples: a motocicleta deverá estar no neutro. Assim,
apoia-se o pé direito no lado direito da motocicleta, no
descanso central, elevando-se a motocicleta para trás.

Figura 108 - Descanso da motocicleta
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

TÉCNICAS DE
PILOTAGEM
CAPÍTULO 6

A condução da motocicleta, de per si, já impõe
riscos naturais e esta circunstância aumenta ainda
mais quando se trata de seu emprego no policiamen-
to ostensivo. Por tais características, é de extrema
relevância que o motociclista policial militar procure
sempre adotar os procedimentos doutrinários das
técnicas de pilotagem, alinhando-o com o treinamen-
to constante.
Somente desta forma, será possível realizar uma
pilotagem segura e eficiente, compatível para a reali-
zação de atividades operacionais.
6.1 PRINCIPAIS COMANDOS DA MOTOCICLETA
O primeiro aspecto antes mesmo de realizar um
aprofundamento no que se refere às técnicas de pi-
lotagem e quais são prioritariamente empregadas na
modalidade de policiamento com motocicletas, é que
se deve conhecer os comandos do veículo.
Em geral, tais comandos devem ser utilizados
com suavidade, e somente em casos emergentes de-
verão ser empregadas manobras mais arrojadas, que
por si só já potencializam o risco de acidentes.
6.1.1 Chave de ignição
Responsável pelo funcionamento da motocicleta
e que após ser acionada pressionará o botão da parti-
da elétrica, que em geral só funciona se a motocicleta
estiver na posição neutro, inadmite-se o emprego de
pedal para acionamento da ignição na atividade de
motopatrulamento, dada a enorme perda de tempo
para o funcionamento do motor da motocicleta.
CAPÍTULO 6 / TÉCNICAS DE PILOTAGEM
Figura 109 - Chave de ignição
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
93

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 94
6.1.2 Manete de embreagem
Mecanismo que é capaz de conectar e desco-
nectar o motor da caixa de câmbio, permitindo, desta
forma, a partida da motocicleta, bem como a inserção
das relações de marcha.
6.1.3 Manete de freio dianteiro
Comando responsável pela realização da frena-
gem da roda dianteira da motocicleta. Posteriormente,
será visto que este é o freio que tem a maior importância
dentre os demais para realizar a parada da motocicleta.
Figura 110 - Manete de embreagem
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 111 - Manete de freio dianteiro
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 6 / TÉCNICAS DE PILOTAGEM 95
6.1.4 Pedal de câmbio de marcha
Mecanismo desmultiplicador que inclui várias
opções de relação entre velocidades de rotação do
eixo primário, entrada, eixo secundário e saída. As-
sim, as diferentes velocidades resultam dos pares de
engrenagens de cada eixo que resulta em distintas
relações dos números de dentes.
6.1.5 Pedal de freio traseiro
Comando responsável por realizar a frenagem da
roda traseira da motocicleta. Este pedal ao ser aciona-
do realizará a complementação da frenagem dianteira,
promovendo estabilidade para a motocicleta.
Figura 112 - Pedal de câmbio de marchas
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 113 - Pedal de freio traseiro
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 96
6.1.6 Manopla de aceleração
Mecanismo responsável pelo controle da rota-
ção do motor que resultará na movimentação da roda
traseira, por meio do sistema de comando. O empre-
go da manopla de aceleração, alinhada à relação de
marchas, resultará na velocidade e força empregada.
6.1.7 Dispositivo desetas indicadoras de direção
Empregado para realizar sinalização luminosa, com
vistas a que os demais veículos que transitam na via te-
nham conhecimento da manobra que será realizada.
Este dispositivo é utilizado nos casos de acesso
à outra via, tranposição de faixas ou ultrapassagens.
6.1.8 Dispositivo do acionamento de luminosos
Responsável pelo acionamento dos dispositivos
luminosos, como os faróis da motocicleta. No caso
das motocicletas policiais que possuem os luminosos
Figura 114 - Manopla de aceleração
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 115 - Setas indicadoras de direção
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 6 / TÉCNICAS DE PILOTAGEM 97
específicos e adicionais, funcionam como forma de
sinalização extra e potencializa a ostensividade.
6.1.9 Buzina
Dispositivo que tem como finalidade realizar a si-
nalização sonora, utilizado para alertar os demais con-
dutores da via e, portanto, evitar acidentes de trânsito.
Figura 116 - Dispositivo do acionamento de
luminosos da motocicleta policial
20

Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 117 - Botões do acionamento dos faróis da motocicleta
Disponível em: http://www.touratech.com.br
Figura 118 - Buzina da motocicleta
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
20
O botão “1” é responsável pelo acionamento dos luminosos dian-
teiros, enquanto o botão “3” acionará os luminosos traseiros.

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 98
6.1.10 Dispositivo de sirene
Sinais sonoros específicos de motocicletas po-
liciais utilizadas em atividades operacionais, sendo
que seu emprego encontra-se regulamentado no Có-
digo de Trânsito Brasileiro
21
.
6.1.11 Corta corrente
Este botão quando acionado é responsável por
realizar o desligamento do motor, ou seja, neutraliza o
funcionamento mecânico da motocicleta.
Atualmente as motocicletas possuem sensor de
declividade que serve em casos de quedas.
Ao notar que a inclinação da motocicleta supe-
rou o normal, realiza-se o desligamento do motor.
Contudo, antes das motocicletas possuírem este dis-
positivo, o botão de corta corrente era utilizado, prin-
cipalmente para desligar o motor da motocicleta em
casos de acidentes.
Figura 119 - Dispositivo de sirene
22

Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 120 - Corta corrente da motocicleta
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
21
Encontra-se especificamente no art. 29, inciso VII do Código de
Trânsito Brasileiro.
22
O botão “2” é responsável pelo acionamento de apenas um to-
que da sirene, enquanto o botão “4” acionará a sirene intermitente
além de realizar a troca do tipo de sirene.

CAPÍTULO 6 / TÉCNICAS DE PILOTAGEM 99
6.1.12 Partida Elétrica
Dispositivo que realiza o acionamento do mo-
tor, que só funcionará se o sistema de corta corren-
te estiver desativado. As motocicletas mais recentes
também dispõem de um sistema inteligente que só
acionará o motor caso a motocicleta esteja no neutro,
com vistas a evitar acidentes.
sário o emprego de uma postura adequada em rela-
ção à montagem na motocicleta.
Com isso, pode-se dizer que a posição emprega-
da pelo motociclista e o modo de conduzir a motocicle-
ta influenciam na segurança durante a pilotagem. As-
sim, caberá ao motociclista estar atento aos seguintes
aspectos em relação à postura durante a pilotagem:
1. A cabeça deve estar verticalmente posicio-
nada, levemente relaxada, a fim de propiciar uma
maior visibilidade ao motociclista;
2. Os ombros devem se encontrar em posição
ereta, contudo, ligeiramente relaxados;
3. Os braços devem estar relaxados, com os
cotovelos voltados para baixo;
4. Os punhos devem estar abaixados, em rela-
ção às mãos, segurando as manoplas de forma
centralizada;
5. O quadril deve estar próximo ao tanque de
combustível da motocicleta. Isto se dá em virtude
de, em geral, o centro de gravidade da motocicle-
ta estar entre o início do selim e o tanque de com-
bustível. Este posicionamento do quadril também
proporciona que o motociclista realize movimen-
tos no guidom sem gerar esforços aos ombros;
Figura 121 - Botão de partida elétrica
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
6.2 POSTURA NA MOTOCICLETA
Para a realização de uma pilotagem que propicie
conforto e completo dominío da motocicleta, é neces-

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 100
6. Os joelhos devem estar pressionando leve-
mente o tanque de combustível, dando maior
precisão de controle da motocicleta e, por con-
seguinte, facilitando a execução de manobras;
7. Os pés devem estar acondicionados nas pe-
daleiras, posicionados de forma paralela ao solo,
evitando-se toques desnecessários no pedal de
freio ou no pedal do câmbio de marcha.
6.2.1 Posturas incorretas
Figura 122 - Postura incorreta na motocicleta em relação ao posicionamen-
to dos pés no solo
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 123 - Postura incorreta na
motocicleta com pernas abertas e corpo
afastado do tanque
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 124 - Postura incorreto em relação ao pé que se encontra demasia-
damente inclinado
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 6 / TÉCNICAS DE PILOTAGEM 101
6.2.2 Postura correta
6.3 PROCEDIMENTO DE SAÍDA COM A
MOTOCICLETA
Após a adoção da postura adequada a ser em-
pregada na pilotagem para realização do desloca-
mento com a motocicleta, deverá se adotar os se-
guintes procedimentos, de forma gradual:
1. Retirar a motocicleta do descanso;
2. Inclinar ligeiramente a motocicleta para o
lado esquerdo, colocando o pé esquerdo sobre
o solo, enquanto o pé direito estará posicionado
sobre a pedaleira;
3. Ligar a chave de ignição, a qual acionará o
painel da motocicleta;
4. Verificar se a motocicleta encontra-se no
ponto neutro, o que geralmente é sinalizado por
uma luz verde no painel da motocicleta. Caso
não esteja em ponto neutro, o motociclista de-
verá colocar o pé direito sobre o solo e o pé
esquerdo sobre a pedaleira, e acionar a embre-
agem. Posteriormente, deve realizar a mudan-
ça, utilizando o pedal de câmbio de marcha,
posicionando-o em neutro. A posição do neutro
no câmbio de marcha da motocicleta fica entre
a primeira e segunda marcha. Por conseguinte,
colocará o pé esquerdo sobre o solo e o direito
sobre a pedaleira;
5. Deverá ser acionado o botão de partida elé-
trica para realizar o funcionamento do motor da
motocicleta;
6. Feito isto, o motociclista deverá apertar a em-
breagem até o fim;
7. Novamente será realizada a mudança de pés
sobre o solo, a fim de que, com a embreagem
pressionada, possa engatar a primeira marcha, re-
Figura 125 - Postura correta a ser empregada pelo motociclista
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 102
alizando novamente a troca dos pés sobre o solo,
ou seja, o pé esquerdo tornará a apoiar no chão;
8. Com a mão esquerda ainda pressionando
a embreagem, a mão direita, de forma suave e
graudal, realizará a aceleração;
9. Posteriormente, deve o motociclista soltar a
embreagem até que seja notado o ponto de fric-
ção, realizando a aceleração lentamente, com o
objetivo de que se ganhe equilíbrio;
10. Deverá ser liberada a manete da embreagem
quando perceber que a motocicleta está começando
a desenvolvero movimento, colocando o pé esquer-
do sobre a pedaleira.

Figura 126 - Procedimento de
saída com a motocicleta
Fonte: Elaborado pelos auto-
res (2016).

CAPÍTULO 6 / TÉCNICAS DE PILOTAGEM 103
6.4 MUDANÇAS DE MARCHAS
Ao iniciar o deslocamento com a motocicleta, ha-
verá a necessidade de proporcionar uma relação de
força e velocidade que se adeque às necessidades
momentâneas da pilotagem. Por vezes, será neces-
sário empreender uma velocidade maior que não exi-
ja tanta força, como nas vias de trânsito rápido
23
, ou
então, deve-se reduzir a velocidade da motocicleta,
necessitando de maior força para trefegar num aclive.
Nesta perspectiva, compreende-se a importância da
relação de marchas que a motocicleta possui, como
também o seu emprego adequado, a fim de realizar
uma pilotagem segura.
Em geral, o câmbio de marchas da motocicleta pos-
sui somente a sua movimentação vertical, tendo basica-
mente uma relação de cinco marchas. Ao realizar o mo-
vimento para cima, aumentaremos marchas adequadas
para maiores velocidades e menor força. Já ao realizar o
movimento para baixo, terá marchas adequadas a baixas
velocidades, contudo, com maior existência de força.
Outro aspecto do câmbio de marcha das mo-
tocicletas é que elas são escalonadas, ou seja, a
cada movimento vai modificando para uma relação
de marcha.
Desta forma, ao pretender realizar a mudança de
marcha, adotar-se-á o procedimento descrito, na se-
guinte ordem:
1. Realizar a desaceleração;
2. Apertar a embreagem até o fim;
3. Com a embreagem pressionada completa-
mente, engatar a marcha;
4. Liberar a embreagem;
5. Tornar a realizar a aceleração.
6.5 REALIZAÇÃO DE PARADAS
Em casos em que seja necessário realizar para-
das, deverão ser adotadas as seguintes medidas:
1. Desativar a manopla de acelaração;
2. Realizar a redução de marcha;
3. Acionar ambos os freios;
4. Quando a motocicleta estiver próxima a reali-
zar a parada, pressionar a embreagem;
23
Conforme o art. 61, inciso I do Código de Trânsito Brasileiro, as
vias urbanas que possuem velocidade superior a sessenta quilô-
metros por hora, tendo como velocidade máxima oitenta quilôme-
tros por hora, caso não haja sinalização regulamentadora.

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 104
ideia, um emprego da técnica de frenagem adequada
pode reduzir em mais de 50% (cinquenta porcento) a
distância total de parada e, portanto, evitar acidentes.
Deve-se comprender que, ao realizar a frena-
gem, está se exercendo força contrária ao movimen-
to das rodas, predominantemente por meio do atrito.
Contudo, a dosagem da frenagem é essencial para
ser eficiente e não realizar o travamento das rodas,
que fará a motocicleta deslizar pelo solo, continuando
o deslocamento.
Outro aspecto relevante que se deve levar em
consideração, antes mesmo do emprego da frena-
gem, é em relação às condições climáticas, em espe-
cial às chuvas, substâncias sobre a pista (areia, óleo,
entre outros) e às condições da via.
6.6.1 Tipos de freios
Necessário inicialmente apresentar que a motoci-
cleta dispõe de três elementos de frenagem, a saber:
6.6.1.1 Freio dianteiro
É o freio responsável pela realização da parada
efetiva da motocicleta. Por tal motivo, seu acionamento
5. Ao realizar a parada, realizar ligeira inclina-
ção da motocicleta para esquerda, colocando o
pé esquerdo sobre o solo;
6. Colocar a motocicleta, através do câmbio de
marcha, em ponto neutro;
7. Liberar a manete de embreagem;
Figura 127 - Procedimento de parada da motocicleta
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
6.6 TÉCNICA DE FRENAGEM
No que se refere às técnicas de pilotagem de mo-
tocicleta, a frenagem deve ser encarada como um dos
pontos mais relevantes deste tema. Para se ter uma

CAPÍTULO 6 / TÉCNICAS DE PILOTAGEM 105
deve estar em torno de 60% a 70% (sessenta a setenta
porcento). O acionamento deste freio é feito utilizando
todos os dedos, com exceção do polegar. É importante
lembrar que o freio dianteiro deve ser pressionado de
forma gradual, pois seu acionamento de forma brusca
pode ocasionar quedas ou tombamento da motocicleta.
6.6.1.2 Freio traseiro
Pode ser caracterizado como o freio comple-
mentar ao dianteiro e, por tal motivo, realiza-se o seu
emprego em torno de 30% a 40% (trinta a quarenta
porcento). Portanto, este freio jamais terá a eficiência
que o freio dianteiro possui.
Em frenagens emergenciais, a sua utilização pro-
move o maior controle e estabilidade da motocicleta.
Entretanto, em situações de baixa velocidade, pode
ser utilizado sozinho, apenas para realizar uma redu-
ção de velocidade.
6.6.1.3 Freio motor
Pode ser definido como um freio que é empre-
gado ao se realizar a redução de marcha, aliando-se
e auxiliando na redução da velocidade da motocicle-
ta. Deve-se promover a redução de marcha e liberar
imediatamente a embragem, para que o freio motor
possa atuar conjuntamente com os demais freios.
6.6.2 Procedimento de frenagem
Para resultar uma frenagem eficiente, especial-
mente ao se deparar com situações inesperadas, é
necessário adotar o seguinte procedimento, na or-
dem abaixo descriminada:
1. Deve se realizar a redução de marcha o mais
rápido possível, liberando logo após a embreagem;
2. Acionar o freio dianteiro, esmagando-o de
forma progressiva, em torno de 60% a 70% (ses-
senta a setenta porcento) de sua totalidade;
3. Acionar o freio traseiro, esmagando-o de for-
ma progressiva, em torno de 30% a 40% (trinta a
quarenta porcento) de sua totalidade;
4. Manter a motocicleta perpendicular ao solo,
evitando-se realizar inclinações, curvas ou movi-
mentar o guidom;
5. Somente quando a motocicleta estiver próxi-

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 106
ma a realizar a total parada, deverá se acionar a
embreagem;
6. Ao realizar a total parada da motocicleta, o mo-
totciclista inclinará a motocicleta levemente para a
esquerda, colocando o pé esquerdo sobre o solo.

6.7 REALIZANDO CURVAS
É bastante contumaz ocorrer acidentes, em es-
pecial com motocicletas ao se realizar curvas. Isto se
dá principalmente em virtude de não se empregar a
técnica adequada na realização desta manobra.
O primeiro aspecto da realização de curvas em
vias urbanas é que não se deve realizar “curvas ce-
gas”, ou seja, com velocidade e inclinação da mo-
tocicleta excessivas, quase no limite. Há o risco de
se deparar com animais, buracos, outros veículos ou
substâncias escorregadias na via, no interior da curva,
resultando em acidentes.
Existem regras básicas para que se possa reali-
zar uma pilotagem com segurança ao passar por uma
curva. Desta forma, é possível dividir em três fases a
realização de curvas com motocicletas, quais sejam:
6.7.1 Preparação
Quando visualizar a curva, o motociclista irá adequar
a velocidade da motocicleta com o emprego dos freios,
além de realizar a redução de marcha. Não existe uma re-
gra de velocidade ou marcha empregada para acessar a
curva. Entretanto, quanto mais fechada for a curva, maior
Figura 128 - Procedimento de frenagem da motocicleta
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 6 / TÉCNICAS DE PILOTAGEM 107
deverá ser essa redução de velocidade, para se adapatar
ao traçado da via. Caberá ao motociclista utilizar o discer-
nimento a depender da espécie de curva que ingressará.
6.7.2 Execução
Já com a velocidade ajustada ao tipo da curva reali-
zada na fase de preparação, o motociclista realizará a in-
clinação da motocicleta, acompanhando o traçado da via,
todavia, contrabalanceando com o seu corpo no sentido
oposto, para manter a estabilidade da motocicleta.
É necessário lembrar que também já foi feita a re-
dução da marcha na fase de preparação e, por isso,
deverá se manter a acelaração constante. Destaque-
-se que nesta fase a motocicleta encontra-se inclinada
e, assim, não possui a aderência necessária dos pneus
com o solo para a frenagem. Logo, durante este mo-
mento, deve ser evitado o emprego de freios, princi-
palmente o dianteiro, que pode ocasionar quedas.
6.7.3 Retomada
Ao finalizar a curva, primeiramente deverá se
posicionar a motocicleta de forma perpendicular em
relação ao solo, com vistas a promover maior ade-
rência dos pneus ao solo. Por conseguinte, realizará
aceleração e as mudanças de marchas, retornando à
velocidade anterior ao acessar a curva.
Figura 129 - Realização de curvas
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 108
6.8 TRANSPONDO ACLIVES
Ao transitar em vias que possuam aclives, é im-
portante a utilização da marcha adequada em relação
à sua inclinação. Deste modo, deve-se adotar as se-
guintes fases ao se deparar com este tipo de via:
6.8.1 Preparação
Quando visualizar o aclive, o motociclista já de-
verá ficar atento para realizar a redução de marcha
ao iniciar o aclive.
6.8.2 Execução
Ao iniciar o aclive, deverá realizar a redução de
marcha. A depender da inclinação, o motociclista uti-
lizará a marcha adequada, mas sempre empregando
as chamadas marchas de força. Deve ainda lembrar-
se de manter a todo tempo a motocicleta perpendi-
cular em relação ao solo, evitando mudanças bruscas
na direção.
6.8.3 Retomada
Ao finalizar o aclive, será retomada a aceleração
e as mudanças de marchas, retornando à velocidade
anterior ao acessar ao aclive.
Figura 130 - Transpondo aclives
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 6 / TÉCNICAS DE PILOTAGEM 109
6.9 TRANSPONDO DECLIVES
Ao acessar vias que possuam declividade, é im-
portante a utilização do freio motor, realizando o con-
trole da motocicleta com os freios dianteiro e traseiro,
os quais devem ser acionados de forma suave. Assim,
é possível transitar sobre uma declividade com segu-
rança e domínio da motocicleta. Ao se deparar com
este tipo de via, deve-se adotar as seguintes fases:
6.9.1 Preparação
Quando se aproximar do declive, o motociclista
realizará a redução de marcha, liberando imediata-
mente a embreagem para que motocicleta não fique
“solta
24
”. Antes mesmo de se adentrar neste tipo de via,
é importante já se adotar uma velocidade adequada;
6.9.2 Execução
Durante todo o trajeto do declive deverá ser uti-
lizado o freio motor com emprego das marchas de
força. O recomendável é que se empregue a mesma
marcha que se utilizaria se estivesse subindo o refe-
rido declive. A todo tempo a motocicleta deve estar
perpendicular em relação ao solo, evitando mudan-
ças bruscas na direção;
6.9.3 Retomada
Ao finalizar o declive, será retomada a acelera-
ção e as mudanças de marchas, retornando à veloci-
dade anterior.
Figura 131 - Transpondo declives
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
24
Termo empregado para se referir quando a motocicleta não está
com alguma marcha engrenada ou se está pressionando a embre-
agem, que anula a atuação do freio motor.

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 110
6.10 TRANSPONDO LOMBADAS
Quando o motociclista visualisar as lombadas
com antecedência, ou seja, possuindo tempo hábil,
deverá adotar a seguinte conduta:
6.10.1 Situações previsíveis
6.10.1.1 Preparação
Ao se aproximar da lombada, o motociclista rea-
lizará a redução de marcha, liberando imediatamente
a embreagem, para atuação do freio motor. Posterior-
mente, utilizará os freios dianteiro e traseiro, com vista
a adequar a velocidade.
6.10.1.2 Execução
Realizará a transposição da lombada, mantendo
a motocicleta na posição perpendicular em relação
ao solo, evitando manobras ou mudanças de direção.
6.10.1.3 Retomada
Ao transpor a lombada, serão retomadas a ace-
leração e as mudanças de marchas, retornando à ve-
locidade anterior.
6.10.2 Situações imprevisíveis
Ao se deparar de forma inesperada com lomba-
das, dada a falta de sinalização na via, falta de visibi-
lidade ou por outras circunstâncias, deverá adotar as
seguintes medidas:
6.10.2.1 Preparação
Quando possível, utilizar a redução de marcha,
liberando imediatamente a embreagem para atuação
do freio motor.
6.10.2.2 Execução
Ao transpor a lombada, o motociclista erguerá seu
corpo, mantendo-o ereto, com as pernas ligeiramente
flexionadas e pressionadas sobre o tanque do com-
bustível e as mãos firmes, controlando o guidom, pre-

CAPÍTULO 6 / TÉCNICAS DE PILOTAGEM 111
paradas para receber o impacto. A motocicleta deve
estar sempre na posição perpendicular em relação ao
solo, evitando manobras ou mudanças de direção.
6.10.2.3 Retomada
Ao transpor a lombada, retomará a posição de
montado, tomando a aceleração e as mudanças de
marchas, a fim de retornar à velocidade anterior.
6.11 DEPARANDO-SE COM BURACOS
É bastante comum se deparar com este tipo de
obstáculo na via. Nesse caso, deve-se ter o cuidado
necessário para transpô-lo, reduzindo os riscos de
acidente. Assim, os procedimentos empregados ao
se deparar com buracos na via, abaixo descritos, es-
tão elencados em duas hipóteses. A primeira, quando
o motociclista possui tempo hábil para realizar mano-
bra, a segunda, quando não há.
6.11.1 Situações previsíveis
Primeiramente, será apresentada a atitude que o
motociclista deve adotar ao visualizar o buraco com
antecedência, possuindo tempo hábil para realizar
manobras:
6.11.1.1 Preparação
Ao visualizar o buraco, o motociclista realizará a
redução de marcha, liberando imediatamente a em-
breagem, para atuação do freio motor. Aliado a isto,
utilizará os freios dianteiro e traseiro, conforme pre-
ceitua a técnica de frenagem.
Figura 132 - Transpondo lombadas em situações imprevisíveis
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 112
6.11.1.2 Execução
Com a velocidade reduzida, olhará em ambos os
espelhos retrovisores, para observar os demais veí-
culos que circularm na via. Posteriormente, realizará a
manobra, a fim de desviar do buraco.
6.11.1.3 Retomada
Ao superar o citado obstáculo, retomará a acele-
ração e as mudanças de marchas, retornando à velo-
cidade anterior.
6.11.2 Situações imprevisíveis
Entretanto, caso o motociclista se deparar ines-
peradamente com o buraco, e não seja possível des-
viar, deverá adotar as seguintes medidas:
6.11.2.1 Preparação
Realizar frenagem antecipadamente, antes de
acessar o buraco, liberando-os antes de adentar. Des-
te modo, será possível adequar a suspensão, para a
motocicleta absorver o impacto.
6.11.2.2 Execução
Ao transpor o obstáculo, o motociclista erguerá seu
corpo, mantendo-o ereto, com as pernas ligeiramente
flexionadas e pressionadas sobre o tanque do combus-
tível, e as mãos firmes controlando o guidom, prepara-
das para receber o impacto. A motocicleta deve estar
sempre na posição perpendicular em relação ao solo,
evitando manobras ou mudanças de direção.
6.11.2.3 Retomada
Ao superar o obstáculo, retomará a posição de
montado, tomando a aceleração e as mudanças de
marchas, a fim de retornar à velocidade anterior.
Figura 133 - Transpondo buracos em situações imprevisíveis
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 6 / TÉCNICAS DE PILOTAGEM 113
6.12 DEPARANDO-SE COM PISTA ESCORREGADIA
Outra situação que o motociclista pode se de-
parar é a presença de substâncias sobre a via que
possam reduzir a relação de atrito dos pneus com o
piso. Estes elementos podem ser água, óleo, areia,
britas, dentre outros, que podem resultar na perda do
controle da motocicleta.
Diante de tais situações, que quase sempre são
inesperadas, deve-se adotar os seguintes procedi-
mentos:
1. Realizar a redução de marcha, liberando o
quanto antes a embreagem, para evitar que a
motocicleta fique “solta”;
2. Utilizar os freios dianteiro e traseiro, confor-
me a técnica de frenagem. Deve-se lembrar de
que os freios serão acionados de forma gradual,
evitando-se esmagá-los de forma brusca, o que
resultaria no travamento das rodas;
3. A motocicleta deve estar a todo o momento na
posição perpendicular em relação ao solo, buscan-
do maior aderência entre os pneus e o piso.
6.13 TRANSPONDO ESCADARIAS
Outra situação que o motociclista policial militar
pode se deparar é com a transposição de escada-
rias durante determinada ocorrência operacional. Por
isto, é relevante a familiarização com esta espécie de
obstáculo. Neste sentido, não basta somente a vonta-
de de transpor este tipo de obstáculo, mas empregar
técnica correta, para se obter o êxito.
6.13.1 Subida de escadarias
Assim, para realizar a subida de escadarias, é ne-
cessário adotar os seguintes procedimentos:
6.13.1.1 Preparação
Ao visualizar a escadaria, o motociclista realizará
a redução de marcha, empregando a primeira mar-
cha. A motocicleta deve estar alinhada e perpendicu-
lar em relação ao solo.

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 114
6.13.1.2 Execução
Quando a roda dianteira da motocicleta tocar o
primeiro degrau, deverá manter a aceleração cons-
tante, evitando que o motor venha interromper.
O motociclista erguerá seu corpo, mantendo-o
ereto, com as pernas ligeiramente flexionadas e pres-
sionadas sobre o tanque do combustível e as mãos
firmes controlando o guidom, preparadas para rece-
ber o impacto. A todo tempo a motocicleta deve estar
perpendicular em relação ao solo, evitando mudan-
ças bruscas na direção.
6.13.1.3 Retomada
Ao finalizar a transposição da escadaria, serão
retomadas a aceleração e as mudanças de marchas,
retornando à velocidade anterior ao acessar o obs-
táculo.
6.13.2 Descida de escadaria
Nas situações de descida de escadarias, é ne-
cessário realizar as seguintes medidas, com vista a
realizar uma transposição segura e eficiente:
6.13.2.1 Preparação
Quando se aproximar da escadaria, o motociclis-
ta realizará a redução para a primeira marcha, libe-
rando imediatamente a embreagem, para que o freio
motor possa atuar. A motocicleta deve estar alinhada
e perpendicular em relação ao solo.
6.13.2.2 Execução
Durante todo o trajeto de descida da escada-
ria, a atuação do freio motor deve ser permanente.
O motociclista erguerá seu corpo, mantendo-o ereto,
com as pernas ligeiramente flexionadas e pressiona-
das sobre o tanque do combustível e as mãos firmes,
controlando o guidom, preparadas para receber o
impacto. Não deverá ser pressionada a embreagem
durante a descida, sendo que o controle da veloci-
dade deverá ser realizado preferenciamente com o
freio traseiro, de forma bastante suave. A todo tempo,
a motocicleta deve estar perpendicular em relação ao
solo, evitando mudanças bruscas na direção.

CAPÍTULO 6 / TÉCNICAS DE PILOTAGEM 115
6.13.2.3 Retomada
Ao finalizar a descida, será retomada a acelera-
ção e as mudanças de marchas, retornando à veloci-
dade anterior.
6.14 DEMAIS PROCEDIMENTOS RELEVANTES
PARA UMA PILOTAGEM SEGURA
6.14.1 Ao realizar paradas
Antes de realizar paradas em vias de trânsito, quer
seja em semáforos ou devido a outras necessidades,
deve-se antes observar, por meio dos espelhos retrovi-
sores, se não há veículos à retaguarda próximos.
Por conseguinte, deve ser realizada a sinalização
por meio de seta indicadora de direção. Esta atitude
evita acidentes resultantes de colisões com veículos
à retaguarda muito aproximados da motocicleta.
6.14.2 Situações de derrapagens
Ao se deparar com situações de derrapagens,
o motociclista deverá evitar pressionar a manete de
embreagem, que deixará a motocicleta “solta”. Tam-
bém nessas situações não se pode esmagar de forma
brusca e total os freios, o que resultaria no travamen-
to das rodas e a motocicleta continuria deslizando na
via. Nesse caso, o ideal é a utilização do freio motor,
através da redução de marcha e emprego dos freios
de forma suave e progressiva, buscando manter a
motocicleta perpendicular em relação ao solo, para
que os pneus possam ter maior aderência ao piso.
Figura 134 - Transpondo escadarias
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 116
6.14.3 Ultrapassagens
O Código de Trânsito Brasileiro traz de forma bastan-
te didática os procedimentos a serem utilizados, quando
for realizar uma ultrapssagem, conforme o art. 29, inciso XI:
XI - todo condutor ao efetuar a ultrapassagem
deverá:
a) indicar com antecedência a manobra pretendi-
da, acionando a luz indicadora de direção do veí-
culo ou por meio de gesto convencional de braço;
b) afastar-se do usuário ou usuários aos quais ul-
trapassa, de tal forma que deixe livre uma distân-
cia lateral de segurança;
c) retomar, após a efetivação da manobra, a faixa
de trânsito de origem, acionando a luz indicadora
de direção do veículo ou fazendo gesto conven-
cional de braço, adotando os cuidados necessá-
rios para não pôr em perigo ou obstruir o trânsito
dos veículos que ultrapassou;

No caso da realização de ultrapassagem com
motocicleta, o cuidado deve ser redobrado, pois
qualquer erro ou desatenção neste tipo de manobra
pode resultar em acidente. Inadimite-se a realização
de ultrapassagens em curvas, ao transpor viaduto e
vias, que possuam por meio de sinalização, tendo a
regulamentação proibido este tipo de manobra.
Figura 135 - Modelos de sinalizações horizontais
Disponível em:http://www.brasiltransito.com.br/

CAPÍTULO 6 / TÉCNICAS DE PILOTAGEM 117
6.14.4 Cruzamentos
Outra situação que o motociclista deve possuir
bastante cuidado e atenção se refere aos cruzamentos.
Mesmo diante da realização de serviços de urgência, é
importante adotar medidas de cuidado nas intersecções
das vias. O próprio art. 29, inciso VII, ao tratar dos veícu-
los policiais, expõe o seguinte, na alínea d: “a prioridade
de passagem na via e no cruzamento deverá se dar com
velocidade reduzida e com os devidos cuidados de se-
gurança, obedecidos as demais normas deste Código”.
Mesmo em casos que o semáforo esteja aberto, é
importante nos cruzamentos reduzir a velocidade e ob-
servar todo o perímetro, a fim de se certificar que não te-
nham veículos circulando em sentido que possam colidir.
6.14.5 Deslocamento em rodovias
O trânsito em rodovias diferencia-se em relação
à ciruclação em vias urbanas, em virude desse pri-
meiro possuir características específicas. O primeiro
aspecto, nas rodovias, se refere a possuirem maiores
velocidades. Nesse tipo de via há maior circulação de
veículos pesados e geralmente ambos os sentidos
são divididos por meio de sinalização horizontal (mar-
cas viárias). Assim, apresentam-se alguns aspectos a
serem levados em consideração nas rodovias:
• Deve-se buscar ocupar o centro da faixa de
trânsito, evitando ficar nas extremidades da via,
pois os demais veículos forçarão a passagem, o
que poderá resultar em acidentes.
• Já no caso de deslocamento em comboio,
deverá utilizar a formação coluna por dois inter-
valada, ocupando toda a faixa de trânsito;
• Deve ser adotada a velocidade estabelecida
por meio de sinalização da via;
• É necessário cuidado especial ao acessar
pontes, viadutos, curvas ou entrocamentos, reali-
zando a redução de velocidade;
• As paradas devem ser realizadas nos acosta-
mentos, precedidas da devida sinalização;
Figura 136 - Modelo de cruzamento
Disponível em: http://www.brasiltransito.com.br/

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 118
• Caso a parada dure um grande período, é
necessário o emprego de luminosos, de forma
intermitente, além de empregar outros meios,
com o fulcro de sinalizar;
• A cada duas horas de deslocamento initer-
rupto, é importante realizar paradas para o des-
canso;
• Devem ser evitadas manobras e frenagens
bruscas ou sem a utilização da devida sinaliza-
ção;
• Deve ser mantida distância de segurança
dos demais veículos, em especial dos veículos
pesados, quer seja na vanguarda, quanto na re-
taguarda.
6.14.6 Levantando a motocicleta ao tombar no solo
É possível, dado ao próprio risco, que a motoci-
cleta possa vir a tombar no solo. Neste sentido, o mo-
tociclista deve saber adotar o procedimento correto
para içar a motocicleta à sua posição original, adotan-
do os seguintes procedimentos:
1. Realizar agachamento ao lado do guidom;
2. Virar o guidom ao sentido oposto;
3. Após virar o guidom, utilizá-lo como alavanca;
4. Caminhar no sentido da motocicleta, elavan-
do o tronco;
5. Retornar à posição original;
6. Colocar a motocicleta no descanso.

CAPÍTULO 6 / TÉCNICAS DE PILOTAGEM 119
Figura 137 - Içamento da motocicleta
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 120
6.15 EXERCÍCIOS PRÁTICOS DE APRIMORAMENTO
DAS TÉCNICAS DE PILOTAGEM
O desenvolvimento de uma pilotagem segura e
eficiente está intimamente relacionado aos conheci-
mentos teorícos e práticos. Deste modo, é de suma
relevância a constância das instruções práticas que
refletirá no aprimoramento das técnicas de pilotagem.
Somente desta forma o motociclista adquirirá o do-
mínio necessário da motocicleta, a fim de que possa
desenvolver a atividade operacional na modalidade
de motopatrulhamento.
6.15.1 Aspectos gerais a serem observados nos
exercícios
Em geral, durante a realização dos exercícios, é
importante estar atento aos seguintes aspectos:
• Os exercícios devem ser sempre demonstra-
dos antes da execução realizada pelos instruen-
dos, dirimindo-se quaisquer dúvidas;
• A postura na montagem da motocileta deve
ser observada a todo tempo;
• O empregoda embreagem somente deve
serrealizadopara mudança de marchas;
• É necessário corrigir o descansodas mãos
sobre as manetes de freio e embreagem, quan-
do não acionados;
• É necessário corrigir os pés que estão apoia-
dos desnecessariamente sobre os pedais de
freio ou câmbio de marcha;
• A depender da quantidade de instruendos, os
exercícios poderão ser feitos em filas indianas.
6.15.2 Principais exercícios utilizados nas técnicas
de pilotagem
6.15.2.1 Slalon simples, duplo e triplo
Este exercício tem como escopo desenvolver no
motociclista o controle sobre a motocicleta, em es-
pecial ao que se refere a mudanças bruscas de di-
reção, como também aprimorar a coordenação mo-
tora. Deve ser realizado em primeira marcha, sem o
emprego da embreagem. Em relação à distância dos
cones, será reduzida à medida que o motociclista ad-
quira habilidade.

CAPÍTULO 6 / TÉCNICAS DE PILOTAGEM 121
Figura 138 - Ilustração da pista do slalon simples
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 139 - Ilustração da pista do slalon duplo
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 140 - Ilustração da pista do slalon triplo
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 122
6.15.2.2 Alameda
Tem como objetivo o aprimoramento da realiza-
ção de curvas, empregando as técnicas adequadas-
no que se refere ao posicionamento da motocicleta e
à postura. Este exercício será iniciado com a primeira
marcha, realizando a mudança para a segunda mar-
cha e, ao se aproximar da curva, será reduzida nova-
mente para a primeira marcha; realizando-se a curva,
reinciará o mencionado procedimento.
6.15.2.3 Frenagem
Este exercício tem como finalidade o aperfeiçoa-
mento das técnicas de frenagem, empregando os três
freios existentes na motocicleta (freio dianteiro, freio
traseiro e freio motor), com a sua correta aplicação e
dosagem. O exercício se inciará com a primeira mar-
cha, realizando a mudança de marcha e, ao se aproxi-
mar dos cones finais, deverá ser realizada a frenagem.Figura 141 - Ilustração da pista de alameda com espaço reduzido
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 142 - Ilustração da pista de alameda com maior espaçamento
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 6 / TÉCNICAS DE PILOTAGEM 123
A depender do espaço que se possua para a
montagem desta pista, é possível o emprego até da
terceira marcha.
Figura 143 - Ilustração da pista de frenagem
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
6.15.2.4 Prancha de equilíbrio
Tem como objetivo desenvolver o equilíbrio do
motociclista, em especial em locais que sejam estrei-
tos para transpor com a motocicleta. Este exercício
também promoverá o controle da trajetória da moto-
cicleta em situações de baixa velocidade. Portanto,
deverá ser realizado em primeira marcha.

Figura 144 - Ilustração da transposição da prancha de equilíbrio
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 124
6.15.2.5 Labirinto
Esta pista visa aperfeiçoar o controle da motoci-
cleta ao se realizar manobras que ensejem mudan-
ça de direção em espaços reduzidos. Esse exercício
deve ser realizado em primeira marcha. A distância
entre os cones será ajustada a depender da desen-
voltura do motociclista.
6.15.2.6 Oito
Este exercício visa aprimorar a realização de cur-
vas longas e abertas, se diferenciando do exercício
de alameda que, de forma contrária, foca na execu-
ção de curvas curtas e fechadas. Pode ser realizado
incialmente com um espaçamento curto de posicio-
namento dos cones, utilizando-se a primeira marcha.
Após uma evolução do instruendo, poderá ser
realizado o distanciamento dos cones, empregando-
-se a primeira e segunda marcha da motocicleta, alia-
das às técnicas de redução de marcha, execução da
curva e retomada.
Figura 145 - Ilustração da pista de labirinto
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 146 - Ilustração da pista oito
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 6 / TÉCNICAS DE PILOTAGEM 125
6.15.2.7 Zerinho
Neste exercício a finalidade é aperfeiçoar o con-
trole da motocicleta, bem como a postura do motoci-
clista ao realizar curvas. Esta pista deve ser realizada
em ambos os sentidos.
A primeira marcha deve ser empregada nesta
pista e, à medida que o instruendo aprimore a execu-
ção, realizará a redução do espaçamento dos cones
que formam a circunferência em relação ao cone po-
sicionado no centro.
Figura 147 - Ilustração da pista zerinho
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

DOUTRINA DE
POLICIAMENTO COM
MOTOCICLETAS
CAPÍTULO 7

7.1 PROCEDIMENTOS BÁSICOS ADOTADOS NA
ATIVIDADE OPERACIONAL
A doutrina no meio castrense pode ser conceitu-
ada como um conjunto coerente de procedimentos,
previamente estudados e analisados, com o intuito de
ser transmitido ou ensinado, com vistas a padronizar
condutas ou atitudes.
Neste sentido, a doutrina não possui apenas
como relevante a uniformidade de procedimentos
adotados, mas é resultado de estudos acadêmicos
e práticas ao longo de diversos anos, vislumbrando
promover a segurança, aliada à realização de um po-
liciamento ostensivo e coeso.
7.1.1 Menor fração de tropa no emprego de motocicle-
tas: 02 (dois) motociclistas em 02 (duas) motocicletas
A menor fração de tropa para se realizar o servi-
ço operacional são de 02 (dois) motociclistas, cada um
em uma motocicleta. Assim, o emprego mínimo para
realização da atividade operativa na modalidade de
motopatrulhamento serão de 02 (duas) motocicletas.
Esta modalidade de policiamento possui alto risco,
em especial em situações de acidente de trânsito. Assim,
quando se possui no mínimo 02 (dois) motociclistas em
02 (duas) motocicletas, caso um destes sofra um acidente
de trânsito, haverá o outro para prestar o apoio necessá-
rio. Contudo, se ambos estiverem apenas em uma única
motocicleta (motociclista e o garupeiro), se acidentarão.
Corroborando neste sentido, tem-se ainda a im-
portância deste procedimento, dado à ostensividade:
gradua-se quando se possui policiamento sendo rea-
lizado por duas motocicletas. Sabe-se que a motoci-
cleta é um veículo discreto, ante aos demais veículos.
Entretanto, ao se realizar o policiamento com duas
motocicletas, dá-se um destaque maior, até mesmo
quando se realiza pontos-base.
CAPÍTULO 7 / DOUTRINA DE POLICIAMENTO COM MOTOCICLETAS
Figura 148 - Menor fração empregada no policiamento com
motocicletas
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
127

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 128
7.1.2 Deslocamento de patrulhamento: coluna por
dois intervaladas
O deslocamento convencional a ser empregado
durante a realização de motopatrulhamento deve ser
por meio de coluna por dois intervalada, sendo que
o comandante do grupamento permanecerá à fren-
te do comboio, intervalado para a ala da direita, e o
subcomandante permanecerá à retaguarda de todo o
comboio, também seguindo a ordem dos intervalos.
Assim, o terceiro em precedência estará à retaguarda
do comandante, porém, na ala da esquerda; o quarto
em precedência à retaguarda do terceiro, na ala da
direita, e assim sucessivamente.
Entre os componentes do comboio, deverá ser
guardada uma distância média de uma motocicleta e
meia, dependendo da velocidade do deslocamento.
Caso o comandante do comboio necessite realizar
mudança de formação durante o deslocamento, este
fará por meio de gestos, como, por exemplo, ao pas-
sar por um corredor, onde se utiliza a formação de
coluna por um.
Por vezes, durante ocorrências policiais pecu-
liares, será necessário adotar formações diversas a
esta. Logo, o que se pretende é expor a formação
adotada como regra geral, sendo que em situações
atípicas será possível usar formação diversa a esta,
como, por exemplo, no caso de manifestação, quan-
do se tem a finalidade de recuar os manifestantes,
utilizando-se para tal a formação em linha.
Este procedimento objetiva principalmente ze-
lar pela segurança dos motociclistas, pois a coluna
por dois é intervalada. Assim, em caso de frenagens
bruscas, será reduzida a probabilidade de acidentes
entres os componentes do comboio. Esta formação
também possui como finalidade a ocupação total da
faixa de trânsito, evitando que outros veículos pos-
sam penetrar no comboio.
Figura 149 - Ilustração do posicionamento das motocicletas
em deslocamento
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 7 / DOUTRINA DE POLICIAMENTO COM MOTOCICLETAS 129
7.1.3 Posicionamento de parada: caracol para che-
cagem do efetivo
Quando estiver em deslocamento e for necessário
realizar a parada do comboio, caberá ao comandante
do grupamento realizar a sinalização através de gesto,
direcionando para o local onde o comboio deverá parar.
Logo após, o comandante realizará a parada de sua mo-
tocicleta, sendo que os demais componentes do com-
boio passarão na formação em coluna por um sobre
sua vanguarda, no sentido da esquerda para direita, em
relação ao comandante do comboio. Assim, realizarão
a curva pelo lado direito do comandante e, fazendo o
trajeto por sua retaguarda, irão parar as motocicletas, na
ordem da direita para a esquerda, respectivamente, de
forma hierárquica, ou seja, segundo postos, graduações
e precedência – no caso do mesmo posto.
Caso o comboio possua 03 (três) ou mais componen-
tes, deve-se atentar para deixar o espaço do subcoman-
dante imediatamente ao lado esquerdo do comandante,
já que este está posicionado no comboio como cerra-fila.
Este procedimento de parada tem como função a organi-
zação e uniformidade, ainda mais quando há comboios
maiores, facilitando o posicionamento rápido das motoci-
cletas, bem como o seu alinhamento e organização.
Esta forma de parada também serve para que o
comandante do comboio possa checar seu efetivo,
já que os motociclistas passam pela sua vanguarda.
Figura 150 - Procedimento de parada de motocicletas
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
7.1.4 Posicionamento de motocicletas em ponto
base: alinhadas, com os guidões voltados à esquer-
da, com luminosos acionados à noite.
É bastante natural que haja a necessidade da re-
alização de pontos base, com o intuito de reforçar a
ideia de ostensividade no policiamento. A necessida-
de de se fazer pontos base se avoluma principalmen-

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 130
te em grandes corredores de tráfego, em especial
nos horários de grandes fluxos, além de ser eficiente
em outras circunstâncias.
Deste modo, quando houver a necessidade de
efetuar pontos base na modalidade de motopatrulha-
mento, os motociclistas deverão atentar para que as
motocicletas estejam devidamente alinhadas lateral-
mente na formação em linha, tomando-se como base
os pneus dianteiros, com os guidons voltados para a
esquerda. Este alinhamento será feito com base na
motocicleta do comandante do comboio.
Nos casos de realização de pontos base por lon-
go período, o motociclista poderá retirar o capacete,
colocando-o sobre o selim da motocicleta. O capa-
cete deve ser posicionando no sentido longitudinal.
Neste caso, o motociclista deverá, de imediato, pôr
sua cobertura. Em situações em que ocorram os pon-
tos base à noite, os motociclistas deverão acionar os
luminosos das motocicletas.
Em situações em que haja a necessidade de se
promover pontos base em canalizações da via, ou em
locais que não possuam anteparo ou perímetro míni-
mo de segurança para a retaguarda dos motociclistas,
Figura 151 - Realização do ponto base
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 152 - Posicionamento do capacete sobre a motocicleta
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 7 / DOUTRINA DE POLICIAMENTO COM MOTOCICLETAS 131
poderá ser realizado posicionamento das motocicle-
tas em sentidos alternados com vistas a promover a
segurança em ambos os sentidos. Assim, deverão os
motociclistas se posicionar para ambos os sentidos,
objetivando promoção da segurança do grupamento.
Contudo, mesmo em diferentes sentidos, deverão as
motocicletas adotar o posicionamento dos guidons
voltados para a esquerda, estarem alinhadas e, du-
rante a noite, os luminosos deverão estar acionados.
Em relação à sobreposição dos capacetes no selim,
adota-se o mesmo procedimento.
A padronização das motocicletas ao realizar pon-
to base, estando devidamente alinhadas na formação
em linha, promove maior ostensividade e destaque
nesta espécie de policiamento. Espera-se também
retratar senso de organização, à medida que as mo-
tocicletas estão alinhadas. O direcionamento dos
guidons à esquerda objetiva dar maior estabilidade
à motocicleta, visto que o descanso se encontra na
lateral esquerda, evitando assim tombamentos ou
quedas, preservando as viaturas.
O posicionamento do capacete não serve so-
mente como padronização, mas também para pro-
teger o selim, principalmente da exposição solar,
evitando desconfortos e doenças aos motociclistas.
Entende-se que é inviável colocar o capacete sobre o
retrovisor, pois, além de desregulá-lo, não fará a pro-
teção adequada ao selim.
7.1.5 Paradas em semáforos: motocicletas em
coluna por um, sendo que o cerra-fila se posiciona
transversalmente.
Durante o patrulhamento com o emprego de
motocicletas, ou até mesmo ao se realizar um deslo-
camento administrativo para uma missão específica,
Figura 153 - Posicionamento de ponto base em canalizações
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 132
como, por exemplo, uma escolta, é possível se depa-
rar com situações de semáforos fechados, situação
em que o comandante realizará o gesto de redução
de velocidade do comboio, sinalizando a parada bre-
ve. Neste caso, as motocicletas realizarão a formação
de coluna por um; contudo, o cerra-fila, que também
é o subcomandante do comboio, irá posicionar trans-
versalmente sua motocicleta.
Durante a parada, os motociclistas poderão em-
punhar a pistola, contudo, sem retirá-las do coldre,
para situação de pronto emprego. Quando o semáfo-
ro estiver aberto, o comandante acionará a buzina de
forma breve, para que o comboio reinicie o desloca-
mento. Assim, cabe aos motociclistas ficarem atentos,
utilizando os espelhos retrovisores, para se certifica-
rem que o motociclista à sua retaguarda notou o rei-
nício do deslocamento.
Este procedimento é adotado para paradas em
semáforo se baseia-se na segurança do comboio. Por
tal motivo, é adotada a formação de coluna por um,
com vistas a agrupar os motociclistas em uma única
coluna, dando maior poder de fogo ao efetivo. Cabe-
rá ao comandante do comboio fazer a segurança da
vanguarda, sendo que os demais componentes alter-
narão a segurança dos flancos (esquerdo e direito).
Já o cerra-fila será responsável pela segurança da
retaguarda do comboio.
7.1.6 Jornada de serviço
O ideal é que a jornada de serviço do motociclis-
ta seja de 06 (seis) horas diárias. Contudo, é admissí-
vel uma jornada contínua para o motociclista de até 12
(doze) horas. Em virtude da modalidade de motopa-
trulhamento ser bastante desgastante pelas próprias
Figura 154 - Parada em semáforo
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 7 / DOUTRINA DE POLICIAMENTO COM MOTOCICLETAS 133
condições que o motociclista se submete ao realizar
a pilotagem, aliado à exposição às intempéries da na-
tureza, como também pela concentração e atenção
que se deve ter.
Também se deve destacar a maior probabilidade
de se envolver em acidentes neste tipo de policia-
mento. Assim, deve o motociclista possuir uma jorna-
da de serviço menor, em relação às demais modalida-
des de policiamento.
7.1.7 Horários para emprego do motopatrulhamento
O emprego da modalidade de motopatrulhamen-
to deve ocorrer somente diurnamente, em situações
excepcionais é que se deverá utilizar o policiamento
com motocicletas à noite e, mesmo assim, até deter-
minado horário, recomendando-se que não ultrapas-
se da meia-noite.
Em virtude da modalidade de motopatrulha-
mento ter maior exposição a acidentes e no período
noturno tais riscos se potencializarem, por conta da
redução de visibilidade à noite, tanto pelos demais
condutores, como pelo próprio motociclista.
7.1.8 Transposição de faixas durante o deslocamento

Quando o comandante do comboio necessitar
realizar transposição de faixa, deverá realizar a ges-
ticulação, apontando e direcionando para qual faixa
o grupamento deslocará. O comandante do comboio
também deverá utilizar a sinalização luminosa, atra-
vés da seta indicadora de direção, informando para
qual lado irá transpor, o que deverá ser repetido por
todos os demais motociclistas.
Após todo grupamento ter conhecimento da
transposição de faixa, o cerra-fila (que também é o
subcomandante do comboio) utilizará os espelhos re-
trovisores para verificar a possibilidade da transposi-
ção de faixa e, quando assim houver, será o primeiro
a fazer a citada manobra. Por conseguinte, o penúlti-
mo motociclista do comboio realizará a transposição
de faixa, seguido do antepenúltimo, e assim sucessi-
vamente, até que o comandante a realize.
Este procedimento tem como objetivo realizar
a transposição de faixa, priorizando a segurança do
grupamento, na medida em que o último motociclis-
ta (cerra-fila) é o primeiro a transpor, para bloquear a
faixa pretendida a se posicionar o grupamento, evi-
tando que outros veículos possam se infiltrar durante

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 134
a manobra. Assim, os demais motociclistas realizarão
a dita manobra com maior segurança. Outro aspecto
intrínseco nesta medida é a manutenção da unidade
do comboio durante o deslocamento.
7.2 GESTOS UTILIZADOS DURANTE DESLOCA -
MENTOS
Uma das peculiaridades na realização do policia-
mento ostensivo na modalidade motopatrulhamento
se dá acerca da dificuldade da comunicação entre
os componentes do comboio. Enquanto no patrulha-
mento convencional os componentes da guarnição
se encontram embarcados numa mesma viatura, essa
modalidade, cada componente está montado numa
motocicleta. Assim, o máximo que pode ocorrer é que
determinada motocicleta possua além do motociclis-
ta, um garupeiro. Mesmo neste
modus operandi, é di-
fícil a realização da comunicação.
Neste sentido, na modalidade com emprego de
motocicletas surgiu à necessidade de se uniformi-
zar gestos, para se realizar a comunicação entre os
componentes do comboio. Em geral, estes gestos
são realizados com as mãos e pés e, em sua maioria,
são emanados pelo comandante do comboio, para
conhecimento e cumprimento de determinações. En-
tretanto, isso não quer dizer que outros componentes
do comboio não possam realizá-los, no sentido de
transmitir alguma informação que seja relevante para
o comboio, como, por exemplo, a visualização de um
obstáculo na pista.
Convém lembrar que todos os gestos proferidos
deverão ser repetidos pelos demais componentes do
grupamento, para que o motociclista que esteja de
cerra-fila possa tomar conhecimento da determinação.
Figura 155 - Procedimento de transposição de faixa de trânsito
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 7 / DOUTRINA DE POLICIAMENTO COM MOTOCICLETAS 135
7.2.1 Formação em coluna por um
Este gesto será realizado com o braço esquerdo
elevado, representando o numeral “um”. Logo que o
comboio tomar conhecimento do gesto, irá realizar
imediatamente a formação coluna por um, ou seja, os
motociclistas ficarão enfileirados numa única coluna.
7.2.2 Formação em coluna por dois
Este gesto será realizado com o braço esquerdo
elevado, representando o numeral “dois”. Logo que
o comboio tomar conhecimento do gesto, irá realizar
imediatamente a formação coluna por dois intervala-
da, a qual é empregada durante os deslocamentos
em patrulhamento.
Figura 156 - Gesto para formação em coluna por um
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 157 - Gesto para formação em coluna por dois
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 136
7.2.3 Formação em coluna por três
Este gesto será realizado com o braço esquerdo
elevado, representando o numeral “três”. Logo que o
comboio tomar conhecimento do gesto, irá realizar
imediatamente a formação coluna por três, alinhando
as colunas. Esta formação é geralmente empregada
durante solenidades, desfiles e formaturas.
7.2.4 Animal na pista
Este gesto será realizado com o braço esquerdo
elevado, representando o numeral “quatro”, contudo,
com a palma da mão voltada para a retaguarda e tem
como objetivo alertar ao comboio acerca de animal
na via, para que se evitem acidentes.
Figura 158 - Gesto para formação em coluna por três
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 159 - Gesto para indicação de animal na pista
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 7 / DOUTRINA DE POLICIAMENTO COM MOTOCICLETAS 137
7.2.5 Obstáculos na pista
Nesta situação, é possível gesticular com o dedo
indicador ou com os pés, apontando ou direcionando
para o local onde se localiza o obstáculo. Caso o obs-
táculo se localize ao lado esquerdo do motociclista,
este deverá gesticular com o braço ou pé esquerdo.
Se o obstáculo estiver na lateral direita, deverá indicar
com o braço ou pé direto.
Adotando este procedimento de gesticular, o
motociclista não perde o controle da viatura, bem
como facilita a rápida identificação do obstáculo.
7.2.6 Pista escorregadia
Deverá ser gesticulado, mantendo-se a palma da
mão esquerda paralela à via, na altura do quadril, rea-
lizando movimentos cíclicos. Assim este gesto servirá
para atentar a existência de substâncias que diminu-
am a aderência dos pneus sobre a pista e possam
ocasionar acidentes, como água, óleo, brita, areia,
dentre outros elementos.
Figura 160 - Gesto para indicação de obstáculo na pista
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 161 - Gesto para indicação de pista escorregadia
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 138
7.2.7 Presença de lombadas
É gesticulado mantendo-se a palma da mão es-
querda paralela à via, na altura do quadril, realizando
movimento de arco no sentido da retaguarda para a
vanguarda, lembrando a forma de uma lombada.
7.2.8 Mantendo contato próximo
Deve se cerrar o punho esquerdo, fazendo movi-
mentos no sentido da esquerda para a direita, tocando
na parte externa da coxa esquerda. Este gesto tem como
objetivo realizar contato próximo com o motociclista que
está logo à retaguarda de quem o efetuou. Assim, ao ob-
servar esta gesticulação, o motociclista que se encontra
imediatamente à retaguarda avançará e permanecerá
paralelamente à esquerda daquele que realizou ges-
to, mantendo contato verbal. Geralmente este gesto é
empregado para se transmitir informações bastante es-
pecíficas, já que não podem ser atendidas pelos outros
gestos.
Figura 162 - Gesto para indicação de lombadas
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 163 - Gesto para indicar que deseja manter contato próximo
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 7 / DOUTRINA DE POLICIAMENTO COM MOTOCICLETAS 139
7.2.9 Reduzir a velocidade
Deverá esticar o braço esquerdo, mantendo a
palma da mão voltada para o solo e realizando movi-
mentos oscilantes de forma lenta, no sentido superior
para inferior. Em geral este gesto é empregado quan-
do o comboio é surpreendido com situações em que
haja a necessidade de se reduzir a velocidade, como,
por exemplo, ao se deparar com semáforos que es-
tão fechados ou quando há congestionamentos, den-
tre outras situações.
7.2.10 Desligar sirenes
O comandante erguerá o braço esquerdo, man-
tendo o punho cerrado. Esta gesticulação é empre-
gada quando o comboio se encontra com as sirenes
acionadas e deseja-se que sejam desligadas. Deste
modo, quando o comboio visualizar este gesto, deve-
rá de imediato desligar as sirenes.
Figura 164 - Gesto para indicar redução de velocidade
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 165 - Gesto para indicar o desligamento de sirenes
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 140
7.2.11 Dobrar à esquerda
O braço esquerdo deverá ser esticado, paralelo
ao solo, com a palma da mão paralela à linha do hori-
zonte. Este gesto é utilizado para orientar o comboio
a dobrar a esquerda.
7.2.12 Dobrar à direita
O braço esquerdo ser levantado, sobre as cos-
tas, formando com o cotovelo o ângulo de noventa
graus direcionado para a direita. Emprega-se este
gesto para orientar o comboio a dobrar para direita.
Figura 166 - Gesto para dobrar à esquerda
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 167 - Gesto para dobrar à direita
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 7 / DOUTRINA DE POLICIAMENTO COM MOTOCICLETAS 141
7.3 PRINCIPAIS FORMAÇÕES UTILIZADAS
Os diversos tipos de formações serão adotados
a depender das circunstâncias e necessidades de se-
rem empregadas. Neste liame, cada componente do
comboio deve ter a percepção de sua importância
para a formação que será empregada. Em geral, as di-
versas formações aqui apresentadas serão emprega-
das nas atividades operacionais, quer sejam ordinárias
ou especificas, como também em eventos de repre-
sentação, como desfiles, solenidades e formaturas.
Nos casos de formações bastante específicas,
geralmente adotadas em eventos representativos, é
de fundamental importância a realização de treina-
mentos para que não haja qualquer espécie de dúvi-
da, como também, que cada motociclista possa reco-
nhecer a sua função dentro da formação.
7.3.1. Coluna por um
Os motociclistas ficarão enfileirados em uma úni-
ca coluna, na chamada fila indiana. Esta formação é
utilizada para realização de deslocamentos rápidos
ou quando há a necessidade de ser realizar infiltra-
ções em congestionamentos.
7.3.2 Coluna por dois intervalada
Formação do comboio através de duas colunas
intervalada, ou seja, as colunas não estarão alinha-
das, mas haverá uma distância de afastamento de
aproximadamente uma motocicleta e meia entre as
motocicletas mais próximas, ocupando toda a exten-
são de uma faixa de rolamento.
O fato de esta formação ser intervalada cria um
espaçamento maior, reduzindo a possibilidade de
acidentes, por exemplo, para casos de situações em
que seja necessária a realização de frenagens brus-
Figura 168 - Formação em coluna por um
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 142
cas. Este modelo de formação é empregado para os
deslocamentos de patrulhamento convencional, pelo
fato de ocupar toda uma faixa de rolamento.
Além de potencializar a ostensividade, promove
a segurança do comboio. Isto se dá à medida que au-
menta a visibilidade do comboio por parte dos outros
usuários da via, como também ao evitar que outros
veículos se infiltrem para dentro do comboio.
7.3.3 Coluna por dois
Formação do comboio através de duas colunas
alinhadas, ocupando toda a extensão de uma faixa
de rolamento. Esta formação pode ser empregada
em deslocamentos, como também em solenidades.
As vantagens estão no fato de se ocupar toda
uma faixa de rolamento, evidenciando maior osten-
sividade, bem como promover a segurança do com-
boio, evitando-se que outros veículos se infiltrem para
dentro do comboio.

Figura 169 - Formação em coluna por duas intervalada
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 170 - Formação em coluna por dois
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 7 / DOUTRINA DE POLICIAMENTO COM MOTOCICLETAS 143
7.3.4 Coluna por três
O grupamento de motociclistas formará três co-
lunas devidamente alinhadas. Esta formação é geral-
mente utilizada em desfiles, solenidades e formaturas.
Neste caso, a formação ocorrerá da seguinte for-
ma: o comandante irá à frente do comboio, posiciona-
do na coluna do centro (segunda coluna); os gradua-
dos virão logo após a sua retaguarda, respeitando-se
o posicionamento de acordo com o Regulamento de
Continências
25
.
7.3.5 Em linha
É realizada empregando-se uma linha e as moto-
cicletas devem se encontrar devidamente alinhadas.
Esta formação é empregada geralmente para
realização de fechamento de comboios, acompanha-
mento de manifestações, procissões, intervenções
de vias, dentre outras situações.
Com esta formação, o objetivo é que toda a via
seja ocupada, evitando-se que veículos ou pedestres
(a depender do caso) possam nela penetrar.
Figura 171 - Formação em coluna por três
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 172 - Formação em linha
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
25
Decreto no 2.243, de 3 de junho de 1997.

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 144
7.3.6 Em cunha
Esta formação terá como base o primeiro moto-
ciclista, o qual ficará ao centro e à vanguarda, reali-
zando os demais motociclistas o afastamento longi-
tudinal e transversal, em ambos os lados, lembrando
o formato da simbologia matemática “menor que” (<).
Este modelo de formação pode ser empregado
em desfiles, escoltas de honra durante solenidades,
como também em intervenções operacionais em que
seja necessária a demonstração do poder de força.
Cabe lembrar que a distância entre as motocicle-
tas dependerá da velocidade do deslocamento.
7.3.7 Em cunha invertida
É semelhante a formação em cunha, contudo, mu-
da-se o sentido do deslocamento, sendo que quem
estará na vanguarda serão os motociclistas das extre-
midades, e o último motociclista será o que estará ao
centro, ligando-se às alas direita e esquerda, lembran-
do o formato da simbologia matemática “maior que” (>).
A formação em cunha invertida é empregada, em ge-
ral, para desfiles, demonstrações e escoltas de honra.
Semelhantemente a formação em cunha, a dis-
tância entre as motocicletas dependerá da velocida-
de do comboio.
Figura 173 - Formação em cunha
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 174 - Formação em cunha invertida
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 7 / DOUTRINA DE POLICIAMENTO COM MOTOCICLETAS 145
7.3.8 Em losango
Trata-se da junção entre a formação em cunha
com a cunha invertida, ou simplesmente o formato do
losango. Esta formação é empregada em desfiles e
escoltas de honra.
Figura 175 - Formação em losango
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
7.4 COMANDOS DE ORDEM UNIDA APÓS PARADA
PARA DESMONTAGEM DOS MOTOCICLISTAS
Realizada a parada das motocicletas que com-
põem o comboio, conforme preceitua a doutrina, o
comandante realizará a desmontagem de sua moto-
cicleta e adotará a seguintes medidas:
7.4.1 Desligar motores
O comandante se postará a vanguarda no senti-
do do efetivo, de forma centralizada. Após isto, cerrará
ambos os punhos e erguerá os braços, cruzando-os.
Este gesto emanado pelo comandante é a ordem para
que os motociclistas desliguem os motores. Deste
modo, os motociclistas desligarão a chave de ignição.
7.4.2 Preparar para desmontar
Posteriormente à ordem de desligar motores, o
comandante do grupamento de motociclistas tomará
a posição de sentido, e dará o comando: “preparar
para desmontar!”. Após este comando, os motociclis-
tas volverão o guidom da motocicleta para o lado es-
querdo e se prepararão para desmontar.

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 146
Figura 176 - Ilustração de comandos de ordem unida montado
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 7 / DOUTRINA DE POLICIAMENTO COM MOTOCICLETAS 147
7.4.3 Desmontar
Logo após, o comandante do comboio de moto-
cicletas dará a ordem: “desmontar!”. Os motociclistas
realizarão a desmontagem da motocicleta pelo lado
esquerdo, e estrarão posicionados em “descansar” à
esquerda da sua motocicleta.
7.4.4 Demais comandos
Os demais comandos emanados aos motociclistas
desmontados seguirão o Manual de Ordem Unida, con-
forme estabelecido pelo Exército Brasileiro, de acordo
com a Portaria nº 079-EME, de 13 de julho de 2000.

TÉCNICAS DE ABORDAGEM
NA MODALIDADE DE
MOTOPATRULHAMENTO
CAPÍTULO 8

TÉCNICAS DE ABORDAGEM
NA MODALIDADE DE
MOTOPATRULHAMENTO
8.1 DEFINIÇÃO
O Manual Básico de Abordagem Policial (2000,
p. 60) traz uma definição bastante esclarecedora, afir-
mando que a “abordagem para a técnica policial é
o ato de aproximar-se e interpelar uma pessoa a pé,
motorizada ou montada, com o intuito de identificar,
orientar, advertir, assistir, revistar, prender”.
Neste sentido, percebe-se que o fim a ser alcan-
çado na realização da abordagem policial será o mes-
mo, independente da modalidade de policiamento.
Entretanto, as técnicas e procedimentos empregados
na modalidade de motopatrulhamento tem suas pe-
culiaridades. Isso se dá em virtude da própria espe-
cificidade da atividade operacional sobre duas rodas.
Porém, apesar das características próprias e in-
trínsecas do policiamento com a utilização da moto-
cicleta, deve-se pautar nos alicerces que compõem
as técnicas de abordagem policial. Deste modo, os
princípios, fases e níveis da abordagem policial, de-
vem estar presentes neste tipo de atuação operativa.
Na verdade, o que há são adequações dos procedi-
mentos de abordagem policial para o seu emprego
no motopatrulhamento.
8.2 ASPECTOS LEGAIS
Os princípios que regem a administração pública
devem nortear a atuação policial militar, conforme es-
tabelece a Constituição Federal (1988), em seu art. 37:
“A administração pública direta e indireta de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Fe-
deral e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade
e eficiência”.
Em especial, dentre os princípios constitucionais
ora mencionados, é possível destacar o princípio da
legalidade. Assim, diante da premissa da legalidade,
a atuação miliciana deve estar pautada somente na-
quilo que foi estabelecido pelas normas.
Esta situação se amplia na medida em que se
fala acerca de abordagem policial, posto represen-
tar uma intervenção direta do Estado por meio de
seus agentes públicos na vida do cidadão. Por este
motivo, é importante elencar o arcabouço legislativo
que subsidiará a atuação do policial militar no ato de
abordagem.
Neste liame, o primeiro aspecto que deve ser
enfatizado é que a abordagem policial reduz o di-
reito individual em prol das garantias de direitos co-
CAPÍTULO 8 / TÉCNICAS DE ABORDAGEM NA MODALIDADE DE MOTOPATRULHAMENTO
149

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 150
letivos. Está patente no caput
26
do art. 5º da Magna
Carta, que expõe a respeito dos direitos e garantias,
afirmando que “todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igual-
dade, à segurança (...)”.
Neste aspecto, percebe-se que, para se propor-
cionar esta segurança, deve haver intervenções por
meio dos órgãos de segurança pública. Assim, em
caráter preventivo, vislumbrando promover essa se-
gurança, realizam-se as abordagens.
Por conseguinte, o Código de Processo Penal
traz no art. 240 o subsídio legal necessário para este
tipo de atuação:
Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.
§ 1o Proceder-se-á à busca domiciliar, quando
fundadas razões a autorizarem, para:
a) prender criminosos;
b) apreender coisas achadas ou obtidas por
meios criminosos;
c) apreender instrumentos de falsificação ou de
contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos;
d) apreender armas e munições, instrumentos
utilizados na prática de crime ou destinados a fim
delituoso;
e) descobrir objetos necessários à prova de in-
fração ou à defesa do réu;
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas
ao acusado ou em seu poder, quando haja sus-
peita de que o conhecimento do seu conteúdo
possa ser útil à elucidação do fato;
g) apreender pessoas vítimas de crimes;
h) colher qualquer elemento de convicção.
§ 2o Proceder-se-á à busca pessoal quando hou-
ver fundada suspeita de que alguém oculte con-
sigo arma proibida ou objetos mencionados nas
letras b a f e letra h do parágrafo anterior.
Ainda na sobredita legislação, especificamente
no art. 244, é trazido o critério legal, no que se refere
à busca pessoal:
Art. 244. A busca pessoal independerá de man-
dado, no caso de prisão ou quando houver fun-
dada suspeita de que a pessoa esteja na posse
de arma proibida ou de objetos ou papéis que
constituam corpo de delito, ou quando a medida
for determinada no curso de busca domiciliar.
26
Termo de origem latim que significa “cabeça”, ou seja, no campo
jurídico traduz-se como a “cabeça do artigo”.

CAPÍTULO 8 / TÉCNICAS DE ABORDAGEM NA MODALIDADE DE MOTOPATRULHAMENTO 151
O Código de Processo Penal traz ainda consigo
situações em que seja necessário a realização de
abordagem policial em mulheres, conforme o art. 249,
afirmando que “a busca em mulher será feita por ou-
tra mulher, se não importar retardamento ou prejuízo
da diligência”.
Assim, é possível depreender que, em situações
que necessitem busca pessoal em mulher, deve-se
priorizar que seja realizada por uma policial militar fe-
minina. Logo, a intervenção por meio de busca pes-
soal realizada por um policial militar masculino numa
mulher deve ocorrer em situações de extrema sus-
peição que configurem claramente a necessidade
imperiosa do uso de tal procedimento que deverá ser
realizado com, podendo o policial militar, inclusive,
por solicitação, utilizar-se do auxílio de mulheres não
policiais nos casos em que haja aceitação e garantia
de segurança para tal mister.
É importante ainda fazer alusão aos artigos do
Código de Processo Penal Militar, que tratam acerca
desta temática também:
Busca pessoal
Art. 180. A busca pessoal consistirá na procura
material feita nas vestes, pastas, malas e outros
objetos que estejam com a pessoa revistada e,
quando necessário, no próprio corpo.
Revista pessoal
Art. 181. Proceder-se-á à revista, quando houver
fundada suspeita de que alguém oculte consigo:
a) instrumento ou produto do crime;
b) elementos de prova.
Revista independentemente de mandado
Art. 182. A revista independe de mandado:
a) quando feita no ato da captura de pessoa que
deve ser presa;
b) quando determinada no curso da busca do-
miciliar;
c) quando ocorrer o caso previsto na alínea a do
artigo anterior;
d) quando houver fundada suspeita de que o
revistando traz consigo objetos ou papéis que
constituam corpo de delito;
e) quando feita na presença da autoridade judici-
ária ou do presidente do inquérito.
Nesta perspectiva, a legislação pátria, tanto na
esfera do Código de Processo Penal como no Código

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 152
de Processo Penal Militar, fazem alusão aos conceitos
de busca pessoal e revista. Assim, nota-se o amparo
legal para a atuação da Polícia Militar.
Outro conceito bastante relevante no âmbito do
Direito Administrativo que serve de subsídio à Polícia
Militar é do poder de polícia tratado pelo Código Tri-
butário Nacional. Assim, tal conceito releva, inclusive,
atributos do poder de polícia, tais como a autoexecu-
toriedade, discricionariedade e coercibilidade:
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da
administração pública que, limitando ou disciplinan-
do direito, interesse ou liberdade, regula a prática
de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse
público concernente à segurança, à higiene, à or-
dem, aos costumes, à disciplina da produção e do
mercado, ao exercício de atividades econômicas
dependentes de concessão ou autorização do Po-
der Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Correlacionando-se a tal temática jurídica, é ne-
cessário trazer à baila a Constituição do Estado da
Bahia que regulamenta a função da Polícia Militar no
âmbito estadual, no seu art. 148:
Art. 148 - À Polícia Militar, força pública estadual,
instituição permanente, organizada com base na
hierarquia e disciplina militares, compete, entre
outras, as seguintes atividades:
I - polícia ostensiva de segurança, de trânsito ur-
bano e rodoviário, de florestas e mananciais e a
relacionada com a prevenção criminal, preserva-
ção e restauração da ordem pública;
Expostas tais normas, fica evidente que a realiza-
ção de abordagens pela Polícia Militar se trata de um
serviço rotineiro, destacando-se particularmente a intitu-
ladas blitzes
2 7,
podendo ocorrer em situações de reforço
ou apoio a outras unidades militares ou órgãos públicos.
Estas atividades operacionais vislumbram o exer-
cício do poder de polícia almejando-se a manutenção
da ordem pública, podendo ocorrer por meio de lei,
convênio ou em situações de interesse público.
Reside ainda a necessidade, mesmo que de for-
ma concisa, de tratar do amparo jurídico do emprego
de algemas. Os arts. 234 e 242 do Código de Proces-
so Penal Militar trazem:
27
Expressão estrangeira já incorporada à língua portuguesa que
significa operações policiais de abordagens com o objetivo de
combater ilegalidades.

CAPÍTULO 8 / TÉCNICAS DE ABORDAGEM NA MODALIDADE DE MOTOPATRULHAMENTO 153
Art. 234. O emprego de força só é permitido
quando indispensável, no caso de desobediên-
cia, resistência ou tentativa de fuga. Se houver
resistência da parte de terceiros, poderão ser
usados os meios necessários para vencê-la ou
para defesa do executor e seus auxiliares, inclu-
sive a prisão do ofensor. De tudo se lavrará auto
subscrito pelo executor e por duas testemunhas.
Emprego de algemas
§ 1º O emprego de algemas deve ser evitado, des-
de que não haja perigo de fuga ou de agressão
da parte do preso, e de modo algum será permiti-
do, nos presos a que se refere o art. 242. [...]
Prisão especial
Art. 242. Serão recolhidos a quartel ou a prisão
especial, à disposição da autoridade competen-
te, quando sujeitos a prisão, antes de condena-
ção irrecorrível:
a) os ministros de Estado;
b) os governadores ou interventores de Estados,
ou Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus
respectivos secretários e chefes de Polícia;
c) os membros do Congresso Nacional, dos Con-
selhos da União e das Assembleias Legislativas
dos Estados;
d) os cidadãos inscritos no Livro de Mérito das
ordens militares ou civis reconhecidas em lei;
e) os magistrados;
f) os oficiais das Forças Armadas, das Polícias e
dos Corpos de Bombeiros, Militares, inclusive os
da reserva, remunerada ou não, e os reformados;
g) os oficiais da Marinha Mercante Nacional;
h) os diplomados por faculdade ou instituto supe-
rior de ensino nacional;
i) os ministros do Tribunal de Contas;
j) os ministros de confissão religiosa.
Prisão de praças
Parágrafo único. A prisão de praças especiais e
a de graduados atenderá aos respectivos graus
de hierarquia.
A Lei de Execução Penal
28
também trata da uti-
lização de algemas em seu art. 199, afirmando que
o emprego de algemas será regulamentado por de-
creto federal. Acerca do referido tema, existe ainda a
Súmula Vinculante nº 11, expedida pelo Supremo Tri-
bunal Federal, estabelecendo o seguinte:
28
Lei Federal nº 7.210, de 11 de julho de 1984.

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 154
“Só é lícito o uso de algemas em casos de resis-
tência e de fundado receio de fuga ou de perigo
à integridade física própria ou alheia, por parte
do preso ou de terceiros, justificada a excepcio-
nalidade por escrito, sob pena de responsabili-
dade disciplinar, civil e penal do agente ou da
autoridade e de nulidade da prisão ou do ato
processual a que se refere, sem prejuízo da res-
ponsabilidade civil do Estado”.
Em que pese o Estatuto da Criança e do Adolescen-
te
29
não fazer qualquer menção ao emprego de alge-
mas em adolescente infrator, fazendo somente alusão à
proibição de condução em compartimento fechado de
veículo policial, conforme o art. 178 da sobredita lei:
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria
de ato infracional não poderá ser conduzido ou
transportado em compartimento fechado de veí-
culo policial, em condições atentatórias à sua dig-
nidade, ou que impliquem risco à sua integridade
física ou mental, sob pena de responsabilidade.
Deste modo, vê-se que a atuação da Polícia Militar
por meio da realização da abordagem policial encon-
tra-se abarcada na legislação pátria e não poderia ser
diferente, na medida em que o desenvolvimento destas
atividades reflete na promoção da segurança social.
Assim, superados os aspectos jurídicos que fun-
damentam este tipo de atuação, é necessário com-
preender demais conceitos teóricos e práticos que
permeiam a abordagem policial. Somente desta for-
ma poderá ser realizado o citado procedimento pau-
tado na técnica e na doutrina.
8.3 DIFERENÇAS ENTRE ABORDAGEM POLICIAL E
BUSCA PESSOAL
Como se vislumbra o aprimoramento técnico, bem
como a especialização na atuação operativa, é impor-
tante distinguir estes dois termos, que por muitas vezes
são citados como sinônimos, contudo, são distintos.
8.3.1 Abordagem policial
Pode ser compreendida como o processo de
atuação e intervenção que se busca interceptar al-
guém, lastreado em princípios, fases e níveis.
29
Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990.

CAPÍTULO 8 / TÉCNICAS DE ABORDAGEM NA MODALIDADE DE MOTOPATRULHAMENTO 155
8.3.2 Busca pessoal
É o momento correspondente à realização da
abordagem policial com inspeção de bens particula-
res e individuais, tais como mochilas, bolsas, sacolas
e veículos, no sentido de notar se há algum instru-
mento, elemento ou produto que se configure ou es-
teja relacionado ao cometimento de delito.
Saliente-se ainda que a busca pessoal, baseada
na fundada suspeita, poderá ser realizada no próprio
corpo de indivíduo.
8.4 PRINCÍPIOS DA ABORDAGEM POLICIAL
Trata-se de regras básicas que irão nortear a
realização de todo o procedimento da abordagem
policial. Portanto, estes elementos devem compor o
trajeto da abordagem policial.
Desta maneira, quando não se atenta para tais
princípios, potencializam-se os riscos. Assim, o Manual
Básico de Abordagem Policial (2000, p.60) traz os se-
guintes princípios da abordagem policial:
• Segurança;
• Surpresa;
• Rapidez;
• Ação vigorosa;
• Unidade de Comando.
8.5 FASES DA ABORDAGEM POLICIAL
Também é necessário trazer à baila as fases que
compõem todo o procedimento de uma abordagem
policial, além de imprescindível sempre destacar,
independente de qual seja o nível ou objetivo da
abordagem policial, que deverá ser seguida a ordem
cronológica, a fim de uniformizar os procedimentos
adotados, como também, reduzir os riscos durante
sua realização:
8.5.1 Abordagem policial
É o momento da intervenção que o comandante
inicia com o planejamento mental e, posteriormente,
resulta na ordem de parada (verbalização), quer seja
direcionada a transeunte ou veículo.

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 156
8.5.2 Busca pessoal
Etapa que tem como escopo inspecionar e veri-
ficar objetos, elementos ou substâncias que estejam
relacionados a ilícitos penais. Desta maneira, a bus-
ca pessoal será realizada primeiramente no próprio
corpo do indivíduo, e, por conseguinte, em bens que
encontrem sob sua posse, como mochilas, sacolas,
bolsas ou outros. Posteriormente, a busca pessoal se
estenderá aos veículos.
8.5.3 Identificação
Depois de realizada a busca pessoal e não ter
sido constatadas irregularidades no campo penal, os
abordados apresentarão suas identificações pesso-
ais. No caso dos condutores de veículos automoto-
res, apresentarão o documento de habilitação e do
veículo (ambos originais).
8.6 PROCEDIMENTOS EM CADA FASE DA ABOR-
DAGEM POLICIAL
Com vistas a padronizar as ações durante todo o
desenvolvimento da abordagem policial, primando-se
pelos princípios que regem esta espécie de atuação,
deverão ser adotadas as medidas abaixo descritas,
na seguinte ordem:
8.6.1 Abordagem
1. Prévio planejamento mental realizado pelo
comandante, com o intuito de realizar a aborda-
gem policial a determinado indivíduo ou veículo;
2. O comandante comunicará aos demais com-
ponentes do comboio, de forma verbal ou por
meio de gestos, a intenção de realizar a aborda-
gem policial a determinado indivíduo ou veículo;
3. O comboio se aproximará, sendo que o coman-
dante, por meio de gestos ou emprego de sirene,
ordenará a parada do veículo ou indivíduo suspeito;
4. Quando possível, o comandante ordenará
ainda que os suspeitos se posicionem voltados
para frente de anteparo e, caso estes não exis-
tam, posicionará em algum local, no espaço físico
da abordagem policial, que ofereça maior segu-
rança para realização da busca pessoal;
5. Realizada a parada, o comandante desmon-
tará da motocicleta e continuará a emitir as or-
dens, a depender de cada caso:

CAPÍTULO 8 / TÉCNICAS DE ABORDAGEM NA MODALIDADE DE MOTOPATRULHAMENTO 157
8.6.1.1 Transeunte
“Bom dia/boa tarde/boa noite, cidadão/cidadã”;
“Polícia Militar, abordagem policial”; “Coloque as
mãos sobre a cabeça com os dedos entrelaçados, e
afaste as pernas”.
8.6.1.2 Motocicleta
“Bom dia/boa tarde/boa noite, cidadão/cidadã”;
“Polícia Militar, abordagem policial”; “Desligue o veículo”;
“Não retirem os capacetes”; “Desmontem da motocicle-
ta: primeiramente o condutor e depois o garupa”; “Colo-
quem as mãos sobre o capacete com os dedos entrela-
çados, e afastem as pernas”; “Afastem-se da motocicleta”.
8.6.1.3 Demais veículos
“Bom dia/boa tarde/boa noite, cidadão/cidadã”;
“Polícia Militar, abordagem policial”; “Desligue o ve-
ículo”; “Abaixe todos os vidros do veículo”; “Desem-
barque do veículo, condutor”; “Desembarquem do
veículos, passageiros, um de cada vez”; “Coloquem
as mãos sobre a cabeça com os dedos entrelaçados
e afastem as pernas”; “Afastem-se do veículo”.
8.6.2 Busca pessoal
1. Caso exista mais de um suspeito, estes fica-
rão à direita, alinhados, porém afastados, na po-
sição determinada pelo comandante (mãos so-
bre a cabeça com os dedos entrelaçados e com
as pernas afastadas);
2. Deverá ser realizada a busca pessoal em cada
indivíduo por vez e, após a sua realização, não sen-
do constatada nenhuma irregularidade ou ilícito
penal, este deslocará para a esquerda, permane-
cendo na posição (mãos sobre a cabeça com os
dedos entrelaçados e pernas afastadas), até que
seja feita a busca pessoal em todos pelo policial
militar designado para segurança de custódia;
3. A busca pessoal se dará da seguinte forma:
- Inicialmente será realizada no corpo do suspei-
to, dividindo-o em duas partes.
- Primeiramente, realizará do lado direito, e, pos-
teriormente, do lado esquerdo. A busca pessoal
seguirá o sentido de cima para baixo;
- Finalizada a busca pessoal no corpo do sus-
peito, e caso esteja com mochila, sacola, bolsa,
dentre outros bens sob sua posse, ordenará que
mantenha os braços flexionados e as palmas das

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 158
mãos voltadas para cima, a fim de colocar os per-
tences. Apoiados sobre as palmas das mãos do
suspeito, o policial militar os inspecionará;
- Posteriormente, caso o suspeito esteja embar-
cado num veículo, também deverá ser realizada
a busca pessoal deste, na presença do suspeito,
que já foi realizada a busca pessoal.
4. Caso seja constada presença de arma de
fogo, esta será imediatamente retirada da posse
do suspeito, sendo este imobilizado e deitado ao
solo na posição de decúbito ventral. Será realiza-
da mais uma busca pessoal, contudo minuciosa,
a fim de verificar se o suspeito não está em pos-
se de outros elementos ilícitos, além de alertar
por meio de gestos e sons aos outros policiais
militares, com vistas a elevar o nível de atenção;
5. Em caso de localizar outros elementos ou
substâncias que não seja arma de fogo, porém
se enquadrando como ilícito penal será retirado
da posse do suspeito imediatamente, e realiza-
da a sua imobilização, além de realizar alerta por
meio de sons ou gestos, para que os demais po-
liciais militares elevem o seu nível de atenção.
8.6.3 Identificação
1. Depois de realizada a busca pessoal, e tendo
a certeza que existe segurança para tal procedi-
mento, os documentos sempre devem ser apre-
sentados fora de porta documentos ou plásticos
de proteção, a fim de que se possa verificar a sua
autenticidade e legibilidade
30
;
2. Se for transeunte, deverá ser requerido do-
cumento de identificação com fotografia, emitido
por órgãos públicos ou oriundo de entidades
de classe que possuam fé pública. Temos como
exemplo, Carteira de Identidade, Carteira Nacio-
nal de Habilitação, Carteira de Trabalho, Carteira
de Reservista, dentre outros;
30
Ao solicitar o documento fora do porta-documentos ou plásticos
de proteção, através do tato é possível verificar a autenticidade.
Por isso, o ideal é unicamente a entrega do documento, facilitando
e dando rapidez ao trabalho do policial militar.

CAPÍTULO 8 / TÉCNICAS DE ABORDAGEM NA MODALIDADE DE MOTOPATRULHAMENTO 159
3. Entretanto, se a abordagem policial for dire-
cionada a veículos, deverá ser exigido do conduto-
ra Autorização para Conduzir Ciclomotor, Permissão
para Dirigir ou Carteira Nacional de Habilitação e o
Certificado de Registro e Licenciamento Anual, con-
forme estabelece a Resolução nº 205 de 20 de ou-
tubro de 2006 do Conselho Nacional de Trânsito.
Saliente-se que estes documentos somente serão
aceitos se originais.
Se o condutor não possuir um destes documen-
tos ou ambos, ou se houver alguma irregularidade,
serão empregadas as medidas administrativas defini-
das pelo Código de Trânsito Brasileiro. No caso de
ilícito criminal, deverá adotar as medidas previstas na
legislação penal.
Figura 177 - Modelo de documentos de identificação
Disponível em: http://www.folhavitoria.com.br
Figura 178 - Modelo do CRLV e CNH
Fonte: Resoluções nº 511 e 512 do Conselho Nacional de Trânsito

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 160
8.7 NÍVEIS DA ABORDAGEM POLICIAL
A apostila do Curso de Patrulhamento Tático da
Polícia Militar de Goiás (2002, p. 49) traz quatro níveis
de abordagens, os quais devem ser adotados, a de-
pender das circunstâncias:
- Nível I: São aquelas realizadas somente por Uni-
dade de Área para fins de fiscalização de docu-
mentos.
- Nível II: São aquelas que durante o patrulha-
mento, o indivíduo é abordado por estar em ati-
tude suspeita (arma pronto baixo).
- Nível III: São aquelas em que a equipe depa-
ra com o indivíduo infrator da lei, nesse caso o
mesmo deve deitar-se no chão para em ser al-
gemado.
- Nível IV: É aquela em que a equipe depara com
indivíduo infrator da lei empunhando arma de
fogo e não obedece a determinação legal e efe-
tua disparos contra a equipe (troca de tiro).
Contudo, tem sido adotado pela Polícia Militar da
Bahia, como
práxis corporativa, o ciclo de níveis do
Manual Básico de Abordagem Policial (2000, p. 62):
NÍVEL DE
ABORDAGEM
SITUAÇÃO
TIPO DE
BUSCA
PESSOAL
POSTURA DE
SEGURANÇA
1
SUSPEITA/
CONFIRMADA
MINUCIOSA MÁXIMA
2 PREVENTIVA LIGEIRA BÁSICA
3 ORDINÁRIA - BÁSICA
Tabela 1 - Níveis de abordagem policial
Fonte: Manual Básico de Abordagem Policial (2000).
8.8 TÉCNICAS DE ABORDAGEM POLICIAL NA MO-
DALIDADE DE MOTOPATRULHAMENTO
Antes mesmo de adentrar ao que se refere às
técnicas de abordagem policial, é importante trazer à
baila o procedimento de posturas e sua relação com
as circunstâncias apresentadas, conforme o Manual
Básico de Abordagem Policial (2000, p. 63):
POSTURA DESCRIÇÃO
Máxima
O policial aponta a arma para o abordado. Todas
as armas apontadas para o(s) suspeito(s).
Relativa
Arma de porte na mão apontada para baixo em
posição de segurança. Arma portátil cruzada à
altura do peito.

CAPÍTULO 8 / TÉCNICAS DE ABORDAGEM NA MODALIDADE DE MOTOPATRULHAMENTO 161
Básica
O policial tomará a posição diagonal em relação
ao abordado, ficando a arma no coldre no lado
oposto ao abordado, com a mão sobre o cabo da
arma. Arma portátil voltada para baixo.
Tabela 2 – Posturas em abordagem policial
Fonte: Manual Básico de Abordagem Policial (2000)
Exposto o devido conhecimento acerca de to-
dos os fundamentos gerais pertinentes à abordagem
policial, serão explanados os procedimentos a serem
realizados na modalidade de motopatrulhamento.
Convém destacar que as técnicas apresentadas
partirão da premissa que se trata de motociclistas
policiais militares, e que os mesmos se encontram
montados em motocicletas, realizando patrulhamento
sobre duas rodas. Assim, caso o motociclista não es-
teja em deslocamento, ou seja, no momento da abor-
dagem policial, realize ponto-base adote as técnicas
de abordagem policial empregadas no policiamento
convencional. Desta maneira, as técnicas de aborda-
gem policial, ora demonstradas, serão traçadas dian-
te das peculiaridades do policiamento com o empre-
go de motocicletas.
Diante do exposto, um aspecto a ser levado em
consideração é que a motocicleta, diferentemente
dos demais tipos de viatura, não possui o anteparo
para realizar a proteção necessária aos motociclistas.
Esta proteção, aqui tratada, não se refere somente
em relação aos indivíduos que serão abordados, mas
também em relação a demais pessoas que circulam
na via, assim como em relação aos acidentes de trân-
sito. Portanto, é extremamente importante a atenção
quanto ao cumprimento dos procedimentos.
8.8.1 Abordagem policial a transeuntes
8.8.1.1 Com dois motociclistas
1. Ao verificar os indivíduos em atitude suspei-
ta, o comandante informará ao patrulheiro;
2. O comandante emitirá a ordem de parada para
o suspeito, através de gestos e sinais sonoros;
3. O comandante deverá realizar a parada das
motocicletas no local que melhor se adeque, evi-
tando locais de grande fluxo de pessoas e veícu-
los, quando possível. Devem-se manter os faróis
e luminosos das motocicletas acionados, a fim de
realizar a sinalização na via;
4. Ao realizar a parada, a motocicleta do co-
mandante se posicionará no sentido da via, de
forma longitudinal, enquanto a motocicleta do

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 162
patrulheiro à retaguarda da motocicleta do co-
mandante se posicionará de forma oblíqua (apro-
ximadamente a 45º), direcionada para o sentido
da via, com o objetivo de proporcionar anteparo
de proteção;
5. Primeiramente, o comandante realizará a
desmontagem da motocicleta, já realizando o
enquadramento do suspeito e a linha de visada
com a arma em punho, porém com o dedo fora
do gatilho. Por conseguinte, o patrulheiro realiza-
rá a desmontagem, se aproximando do suspeito.
Logo após, o comandante fará a verbalização,
conforme estabelecido nos procedimentos de
abordagem policial;
6. O comandante deve se posicionar de forma
oblíqua diante do suspeito (aproximadamente a
45º em relação ao suspeito), com vistas a rea-
lizar, simultaneamente, a segurança de busca
e segurança externa, enquanto o garupeiro se
aproxima, realizando uma aproximação triangu-
lar, sob a ótica externa;
7. O patrulheiro realizará a busca pessoal, ba-
seada nos procedimentos de busca pessoal;
8. Posteriormente, o patrulheiro solicitará docu-
mentação de identificação do indivíduo;
9. Caso não seja constatada nenhuma irregu-
laridade, o indivíduo será liberado, tomando os
dados do abordado.
Figura 179 - Abordagem policial à transeuntes com dois motociclistas
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 8 / TÉCNICAS DE ABORDAGEM NA MODALIDADE DE MOTOPATRULHAMENTO 163
8.8.1.2 Com dois motociclistas e um garupeiro
1. Ao verificar os indivíduos em atitude suspei-
ta, o comandante informará os demais compo-
nentes do comboio;
2. O comandante emitirá a ordem de parada
para o suspeito, através de gestos e sinais so-
noros. Neste momento o garupeiro já fará o en-
quadramento e a linha de visada em direção ao
suspeito, contudo, com o dedo fora do gatilho;
3. O comandante deverá realizar a parada das
motocicletas no local que melhor se adeque, evi-
tando locais de grande fluxo de pessoas e veícu-
los, quando possível. Devem-se manter os faróis
e luminosos das motocicletas acionados, a fim de
realizar a sinalização na via;
4. Ao realizar a parada, a motocicleta do coman-
dante se posicionará no sentido da via, de forma
longitudinal, enquanto a outra motocicleta se po-
sicionará de forma oblíqua (aproximadamente a
45º), direcionada para o sentido da via, com o
objetivo de proporcionar anteparo de proteção;
5. Enquanto o garupeiro realiza o enquadra-
mento do suspeito, o comandante realizará a
desmontagem da motocicleta e realizará tam-
bém o enquadramento do suspeito e a linha de
visada com a arma em punho, com o dedo fora
do gatilho. Posteriormente, o garupeiro desmon-
tará, realizando a aproximação do suspeito. Nes-
te momento o outro motociclista desmontará e
fará a segurança externa. Logo após, o coman-
dante fará a verbalização, conforme estabeleci-
do nos procedimentos de abordagem policial;
6. O comandante deve se posicionar de forma
oblíqua diante dos suspeitos (aproximadamente
45º em relação a estes), com vistas a realizar a
segurança de busca;
7. O garupeiro realizará a busca pessoal, base-
ada nos procedimentos de busca pessoal;
8. Posteriormente, o garupeiro solicitará docu-
mentação de identificação do indivíduo;
9. Caso não seja constatada nenhuma irregu-
laridade, o indivíduo será liberado, tomados os
dados do abordado.

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 164
8.8.1.3 Com três motociclistas
1. Ao verificar os indivíduos em atitude suspei-
ta, o comandante informará aos demais compo-
nentes do comboio;
2. O comandante emitirá a ordem de parada para
o suspeito, através de gestos e sinais sonoros;
3. O comandante deverá realizar a parada das mo-
tocicletas no local que melhor se adeque, evitando
locais de grande fluxo de pessoas e veículos, quan-
do possível. Devem-se manter os faróis e luminosos
das motocicletas acionados, a fim de realizar a sina-
lização na via;
4. Ao realizar a parada, a motocicleta do co-
mandante e do segundo motociclista se posicio-
narão no sentido da via, de forma longitudinal,
enquanto a motocicleta cerra-fila se posicionará
de forma oblíqua (aproximadamente 45º), com o
objetivo de proporcionar anteparo de proteção;
5. O comandante realizará a desmontagem da
motocicleta, fazendo o enquadramento do sus-
peito e a linha de visada com a arma em punho,
porém com o dedo fora do gatilho. Posteriormen-
te, o segundo motociclista desmontará, realizan-
do a aproximação do suspeito. Neste momento
o motociclista cerra-fila fará a segurança externa.
Logo após, o comandante fará a verbalização,
conforme estabelecido nos procedimentos de
abordagem policial;
6. O comandante deve se posicionar de forma
oblíqua diante dos suspeitos (aproximadamente
45º em relação a estes), com vistas a realizar a
Figura 180 - Abordagem policial à transeuntes com dois motoci-
clistas e um garupeiro
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 8 / TÉCNICAS DE ABORDAGEM NA MODALIDADE DE MOTOPATRULHAMENTO 165
segurança de busca, enquanto o segundo moto-
ciclista se aproxima para realizar a busca pessoal;
7. O segundo motociclista realizará a busca pesso-
al, baseada nos procedimentos de busca pessoal;
8. Posteriormente, o segundo motociclista solici-
tará documentação de identificação do indivíduo;
9. Caso não seja constatada nenhuma irregu-
laridade, o indivíduo será liberado, tomados os
dados do abordado.
8.8.2 Abordagem policial a motocicletas
31
8.8.2.1 Com dois motociclistas
1. Ao verificar a motocicleta em atitude suspei-
ta, o comandante informará ao patrulheiro;
2. O comandante emitirá a ordem de parada
para a motocicleta suspeita, através de gestos e
sinais sonoros;
3. O comandante deverá realizar a parada das
motocicletas no local que melhor se adeque, evi-
tando locais de grande fluxo de pessoas e veícu-
los, quando possível. Devem-se manter os faróis
e luminosos das motocicletas acionados, a fim de
realizar a sinalização na via;
4. Ao realizar a parada, a motocicleta do coman-
dante se posicionará no sentido da via, de forma
longitudinal, à retaguarda da motocicleta suspei-
ta, porém com um espaçamento à esquerda. Já a
motocicleta do patrulheiro à retaguarda da moto-
cicleta do comandante, se posicionará de forma
oblíqua (aproximadamente 45º), contudo estará
direcionada para o sentido da via, com o objetivo
de proporcionar anteparo de proteção;
Figura 181 - Abordagem policial à transeuntes com três moto-
ciclistas
Fonte: Elaborado pelos autores (2016). 31
O Anexo 4 dispõe as ilustrações do posicionamento dos motoci-
clistas e das motocicletas.

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 166
5. Primeiramente, o comandante realizará a
desmontagem da motocicleta, já realizando o en-
quadramento para a motocicleta suspeita e a li-
nha de visada com a arma em punho, porém com
o dedo fora do gatilho. Por conseguinte, o patru-
lheiro realizará a desmontagem, aproximando-se
do veículo suspeito. Logo após, o comandante
fará a verbalização, conforme estabelecido nos
procedimentos de abordagem policial;
6. O comandante deve se posicionar de forma
oblíqua diante dos suspeitos (aproximadamen-
te 45º em relação a estes), com vistas a realizar
simultaneamente a segurança de busca e segu-
rança externa, enquanto o outro motociclista se
aproxima;
7. O patrulheiro realizará a busca pessoal, ba-
seada nos procedimentos de busca pessoal;
8. Posteriormente, o patrulheiro solicitará os do-
cumentos de habilitação e do veículo, conforme
o procedimento de identificação;
9. Caso não seja constatada nenhuma irregu-
laridade, o indivíduo será liberado, tomados os
dados do abordado.
8.8.2.2 Com dois motociclistas e um garupeiro
1. Ao verificar a motocicleta em atitude suspei-
ta, o comandante informará os demais compo-
nentes do comboio;
Figura 182 - Abordagem policial à motocicleta com dois motociclistas
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 8 / TÉCNICAS DE ABORDAGEM NA MODALIDADE DE MOTOPATRULHAMENTO 167
2. O comandante emitirá a ordem de parada
para a motocicleta suspeita, através de gestos
e sinais sonoros. Neste momento o garupeiro já
fará o enquadramento e a linha de visada em di-
reção ao veículo suspeito, contudo, com o dedo
fora do gatilho;
3. O comandante deverá realizar a parada das
motocicletas no local que melhor se adeque, evi-
tando locais de grande fluxo de pessoas e veícu-
los, quando possível. Devem-se manter os faróis
e luminosos das motocicletas acionados, a fim de
realizar a sinalização na via;
4. Ao realizar a parada, a motocicleta do co-
mandante se posicionará no sentido da via, de
forma longitudinal, à retaguarda da motocicleta
suspeita, porém com um espaçamento à esquer-
da. Já a outra motocicleta se posicionará de for-
ma oblíqua (aproximadamente 45º), direcionada
para o sentido da via, com o objetivo de propor-
cionar anteparo de proteção;
5. Enquanto o garupeiro realiza o enquadra-
mento da motocicleta suspeita, o comandante
realizará a desmontagem da motocicleta, e rea-
lizará também o enquadramento do suspeito e
a linha de visada com a arma em punho, porém
com o dedo fora do gatilho. Posteriormente, o
garupeiro desmontará, realizando a aproximação
do veículo suspeito. Neste momento o outro mo-
tociclista desmontará e fará a segurança externa.
Logo após, o comandante fará a verbalização,
conforme estabelecido nos procedimentos de
abordagem policial;
6. O comandante deve se posicionar de forma
oblíqua diante dos suspeitos (aproximadamente
45º em relação a estes), com vistas a realizar a
segurança de busca;
7. O garupeiro realizará a busca pessoal, base-
ada nos procedimentos de busca pessoal;
8. Posteriormente, o patrulheiro solicitará os do-
cumentos de habilitação e do veículo, conforme
o procedimento de identificação;
9. Caso não seja constatada nenhuma irregu-
laridade, o indivíduo será liberado, tomados os
dados do abordado.

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 168
8.8.2.3 Com três motociclistas
1. Ao verificar a motocicleta em atitude suspei-
ta, o comandante informará aos demais compo-
nentes do comboio;
2. O comandante emitirá a ordem de parada
para a motocicleta suspeita, através de gestos e
sinais sonoros;
3. O comandante deverá realizar a parada das
motocicletas no local que melhor se adeque, evi-
tando locais de grande fluxo de pessoas e veícu-
los, quando possível. Devem-se manter os faróis
e luminosos das motocicletas acionados, a fim de
realizar a sinalização na via;
4. Ao realizar a parada, a motocicleta do coman-
dante se posicionará no sentido da via, de forma
longitudinal, à retaguarda da motocicleta suspei-
ta, porém, com um espaçamento à esquerda. A
segunda motocicleta se posicionará no sentido
da via, de forma longitudinal, à retaguarda da mo-
tocicleta do comandante, com um espaçamento
à direita em relação à motocicleta suspeita. Já a
motocicleta do cerra-fila se posicionará de forma
oblíqua (aproximadamente 45º), com o objetivo
de proporcionar anteparo de proteção;
5. O comandante realizará a desmontagem da
motocicleta, fazendo o enquadramento à motoci-
cleta suspeita e a linha de visada com a arma em
punho, com o dedo fora do gatilho.
Posteriormente, o segundo motociclista desmon-
tará, realizando a aproximação do veículo suspei-
to. Neste momento, o motociclista cerra-fila fará
a segurança externa. Logo após, o comandante
fará a verbalização, conforme estabelecido nos
procedimentos de abordagem policial;
6. O comandante deve se posicionar de forma
oblíqua diante dos suspeitos (aproximadamente
45º em relação a estes), com vistas a realizar a
Figura 183 - Abordagem policial à motocicleta com dois
motociclistas e um garupeiro
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 8 / TÉCNICAS DE ABORDAGEM NA MODALIDADE DE MOTOPATRULHAMENTO 169
segurança de busca, enquanto o segundo moto-
ciclista se aproxima para realizar a busca pessoal;
7. O segundo motociclista realizará a busca pesso-
al, baseada nos procedimentos de busca pessoal;
8. Posteriormente, o patrulheiro solicitará os do-
cumentos de habilitação e do veículo, conforme
o procedimento de identificação;
9. Caso não seja constatada nenhuma irregu-
laridade, o indivíduo será liberado, tomados os
dados do abordado.
8.8.3 Abordagem policial a veículos
8.8.3.1 Com dois motociclistas
1. Ao verificar o automóvel em atitude suspeita,
o comandante informará ao patrulheiro;
2. O comandante emitirá a ordem de parada
para o automóvel suspeito, através de gestos e
sinais sonoros;
3. O comandante deverá realizar a parada das
motocicletas no local que melhor se adeque, evi-
tando locais de grande fluxo de pessoas e veícu-
los, quando possível. Devem-se manter os faróis
e luminosos das motocicletas acionados, a fim de
realizar a sinalização na via;
4. Ao realizar a parada, a motocicleta do co-
mandante se posicionará no sentido da via, de
forma longitudinal, à retaguarda do automóvel
suspeito, porém com um espaçamento à esquer-
da. Já a motocicleta do patrulheiro à retaguarda
da motocicleta do comandante se posicionará
de forma oblíqua (aproximadamente a 45º), dire-
cionada para o sentido da via, com o objetivo de
proporcionar anteparo de proteção. É necessário
manter uma distância de segurança entre as mo-
Figura 184 - Abordagem policial à motocicleta com três
motociclistas
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 170
tocicletas e o automóvel suspeito, a fim de evitar
que este realize manobras bruscas que possam
lesionar os motociclistas;
5. Primeiramente, o comandante realizará a
desmontagem da motocicleta, já realizando a
enquadramento para o veículo suspeito e a linha
de visada com a arma em punho, porém com o
dedo fora do gatilho. Por conseguinte, o patru-
lheiro realizará a desmontagem, aproximando do
automóvel suspeito. Logo após, o comandante
fará a verbalização, conforme estabelecido nos
procedimentos de abordagem policial;
6. O comandante deve se posicionar de forma
oblíqua diante dos suspeitos (aproximadamente
a 45º em relação a estes), com vistas a realizar,
simultaneamente, a segurança de busca e segu-
rança externa, enquanto o outro motociclista se
aproxima, sendo que o comandante realizará o
comando por voz ou gestos;
7. O patrulheiro realizará a busca pessoal, ba-
seada nos procedimentos de busca pessoal;
8. Posteriormente, o patrulheiro solicitará os do-
cumentos de habilitação e do veículo, conforme
o procedimento de identificação;
9. Caso não seja constatada nenhuma irregu-
laridade, o indivíduo será liberado, tomados os
dados do abordado.
8.8.3.2 Com dois motociclistas e um garupeiro
1. Ao verificar o automóvel em atitude suspeita,
o comandante informará os demais componen-
tes do comboio;
2. O comandante emitirá a ordem de parada
para o automóvel suspeito, através de gestos e
sinais sonoros. Neste momento o garupeiro já
fará o enquadramento e a linha de visada em di-
Figura 185 - Abordagem policial a veículos com
dois motociclistas
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 8 / TÉCNICAS DE ABORDAGEM NA MODALIDADE DE MOTOPATRULHAMENTO 171
reção ao veículo suspeito, contudo, com o dedo
fora do gatilho;
3. O comandante deverá realizar a parada das
motocicletas no local que melhor se adeque, evi-
tando locais de grande fluxo de pessoas e veícu-
los, quando possível. Devem-se manter os faróis
e luminosos das motocicletas acionados, a fim de
realizar a sinalização na via;
4. Ao realizar a parada, a motocicleta do coman-
dante se posicionará no sentido da via, de forma
longitudinal, à retaguarda do automóvel suspei-
to, porém com um espaçamento à esquerda. Já
a outra motocicleta se posicionará de forma oblí-
qua (aproximadamente a 45º), direcionada para
o sentido da via, com o objetivo de proporcionar
anteparo de proteção. É necessário manter uma
distância de segurança entre as motocicletas e
o automóvel suspeito, a fim de evitar que este
realize manobras bruscas que possam lesionar
os motociclistas;
5. Enquanto o garupeiro realiza o enquadra-
mento do automóvel suspeito, o comandante
realizará a desmontagem da motocicleta, e rea-
lizará também o enquadramento do suspeito e
a linha de visada com a arma em punho, porém
com o dedo fora do gatilho. Posteriormente, o
garupeiro desmontará, realizando a aproximação
do veículo suspeito. Neste momento o outro mo-
tociclista desmontará e fará a segurança externa.
Logo após, o comandante fará a verbalização,
conforme estabelecido nos procedimentos de
abordagem policial;
6. O comandante deve se posicionar de forma
oblíqua diante dos suspeitos (aproximadamente
45º em relação a estes), com vistas a realizar a
segurança de busca;
7. O garupeiro realizará a busca pessoal, base-
ada nos procedimentos de busca pessoal;
8. Posteriormente, o patrulheiro solicitará os do-
cumentos de habilitação e do veículo, conforme
o procedimento de identificação;
9. Caso não seja constatada nenhuma irregu-
laridade, o indivíduo será liberado, tomados os
dados do abordado.

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 172
8.8.3.3 Com três motociclistas
1. Ao verificar o automóvel em atitude suspeita,
o comandante informará aos demais componen-
tes do comboio;
2. O comandante emitirá a ordem de parada
para o automóvel suspeito, através de gestos e
sinais sonoros;
3. O comandante deverá realizar a parada das
motocicletas no local que melhor se adeque, evi-
tando locais de grande fluxo de pessoas e veícu-
los, quando possível. Devem-se manter os faróis
e luminosos das motocicletas acionados, a fim de
realizar a sinalização na via;
4. Ao realizar a parada, a motocicleta do coman-
dante se posicionará no sentido da via, de forma
longitudinal, à retaguarda o automóvel suspeito,
porém com um espaçamento à esquerda. A se-
gunda motocicleta se posicionará no sentido da
via, de forma longitudinal, à retaguarda da moto-
cicleta do comandante, com um espaçamento à
direita em relação ao automóvel suspeito. Já a
motocicleta do cerra-fila se posicionará de forma
oblíqua (aproximadamente a 45º), com o objetivo
de proporcionar anteparo de proteção. É neces-
sário manter uma distância de segurança entre
as motocicletas e o automóvel suspeito, a fim de
evitar que este realize manobras bruscas que
possam lesionar os motociclistas;
5. O comandante realizará a desmontagem da
motocicleta, fazendo o enquadramento à motoci-
cleta suspeita e a linha de visada com a arma em
punho, porém, com o dedo fora do gatilho. Pos-
teriormente, o segundo motociclista desmontará,
realizando a aproximação do veículo suspeito.
Figura 186 - Abordagem policial à veículos com dois
motociclistas e um garupeiro
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 8 / TÉCNICAS DE ABORDAGEM NA MODALIDADE DE MOTOPATRULHAMENTO 173
Neste momento, o motociclista cerra-fila fará a
segurança externa. Logo após, o comandante
fará a verbalização, conforme estabelecido nos
procedimentos de abordagem policial;
6. O comandante deve se posicionar de forma
oblíqua diante dos suspeitos (aproximadamente
45º em relação a estes), com vistas a realizar a
segurança de busca, enquanto o segundo moto-
ciclista se aproxima para realizar a busca pesso-
al;
7. O segundo motociclista realizará a busca
pessoal, baseada nos procedimentos de busca
pessoal;
8. Posteriormente, o patrulheiro solicitará os do-
cumentos de habilitação e do veículo, conforme
o procedimento de identificação;
9. Caso não seja constatada nenhuma irregu-
laridade, o indivíduo será liberado, tomados os
dados do abordado.
8.9 ATITUDES QUE PODEM ENSEJAR NA REALIZA -
ÇÃO DE ABORDAGEM POLICIAL
Durante a realização do motopatrulhamento
é importante que os motociclistas estejam sempre
atentos a todas as situações que ocorrem no períme-
Figura 187 - Abordagem policial à veículos com três motociclistas
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
tro que se realiza a ronda. Deste modo, expõem-se
aqui algumas situações que podem evidenciar sus-
peição de delitos, e, portanto, necessária à realização
de abordagens, para se ter uma confirmação.

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 174
Tais situações são suposições que podem evi-
denciar ilícitos penais. Porém, isto não quer dizer que
pessoas dotadas de aparência, a princípio, isenta
de qualquer suspeita sob a ótica do senso comum,
não possam estar em cometimento de delitos. Assim,
qualquer pessoa pode estar em cometimento de con-
travenção penal ou crime.
8.9.1 Transeuntes
• Mudança de atitudes ao visualizar a ronda do
motopatrulhamento (mudança de trajeto, olhar para
a guarnição repetidamente, evadir, tentar se escon-
der, se separar se estiver com outras pessoas);
• Aspectos visuais atípicos (roupas rasgadas,
sangramentos, lesões recentes);
• Vestes inapropriadas para as condições cli-
máticas, que visem esconder armas e substân-
cias psicotrópicas (jaquetas ou roupas de frio
num dia ensolarado);
• Objetos ou substâncias que são dispersas ao
visualizar a guarnição;
• Existência de volumes localizados na cintura,
na coxa, no tórax, na região axilar e nos torno-
zelos, ou então carregados consigo (mochilas,
pochetes, sacolas e outros).
8.9.2 Em veículos
• Veículos sem uma das placas ou sem ambas;
• Veículos velhos com placas novas ou vice-
-versa;
• Veículos que realizam manobras bruscas ao
visualizar o policiamento;
• Veículos que, ao perceberem a presença do
policiamento, fazem mudanças de direção ou
sentido de forma abrupta;
• Veículos que sinalizam com faróis altos ao vi-
sualizar o policiamento;
• Veículo com passageiros masculinos que uti-
lizam somente os bancos traseiros;
• Veículo com um único passageiro que se po-
siciona a retaguarda do motorista;
• Táxi ou ônibus com passageiros que acionam
o pisca alerta
32
ou faróis altos.
8.9.3 Estabelecimentos comerciais
• Veículos mal estacionados próximos a esta-
belecimentos comerciais;
32
De acordo com o Anexo I do Código de Trânsito Brasileiro, o
pisca-alerta é a “luz intermitente do veículo, utilizada em caráter de
advertência, destinada a indicar aos demais usuários da via que o
veículo está imobilizado ou em situação de emergência”.

CAPÍTULO 8 / TÉCNICAS DE ABORDAGEM NA MODALIDADE DE MOTOPATRULHAMENTO 175
• Veículos estacionados com indivíduos em-
barcados, como se estivessem aguardando al-
guém, olhando a todo tempo pelos espelhos re-
trovisores e para os lados;
• Pessoas próximas à entrada do estabeleci-
mento, que não sejam vigilantes, olhando cons-
tantemente para todo o perímetro;
• Portas ou portões entreabertos em horários
de funcionamento;
• Pessoas que saem bruscamente do estabe-
lecimento, olhando para todos os lados.
8.10 LOCAIS DE ATENÇÃO PRIORITÁRIA DURANTE
A BUSCA PESSOAL
8.10.1 No corpo dos suspeitos
• Verificar bonés, chapéus, gorros e capace-
tes, especialmente no interior destes;
• Busca minuciosa em bolsos de jaquetas, cal-
ças e bermudas;
• Verificar a presença de volumes que estejam
localizados na cintura, em todo o seu perímetro, na
coxa, no tórax, na região axilar e nos tornozelos;
• Em cada compartimento de mochilas, poche-
tes, sacolas, dentre outros.
8.10.2 Em motocicletas
• Abaixo do selim;
• Nas carenagens laterais;
• Dentro dos punhos do guidom;
• No compartimento de caixa de ferramentas;
• Na região do tanque de combustível;
• No interior de baús ou bauletos;
• Verificação do chassi.
8.10.3 Em automóveis
• Porta-luvas;
• Porta-objetos, no painel e nas laterais das
portas;
• Porta-malas, em especial no local que acon-
diciona ferramentas e o estepe
33
;
• Debaixo dos bancos;
• Debaixo dos tapetes;
• Debaixo do capô;
• Nas caixas de rodas;
• Verificação do chassi.
33
Roda sobressalente, compreendendo o aro e o pneu, que todos
os veículos automotores devem possuir, conforme estabelece a
Resolução nº 14/98 do Conselho Nacional de Trânsito.

ATIVIDADES
OPERACIONAIS
COM EMPREGO DE
MOTOCICLETAS
CAPÍTULO 9

É notável que a cada dia torna-se mais relevan-
te a realização do policiamento com o emprego de
motocicletas. Alguns entusiastas chegam a dizer que
o motopatrulhamento será o policiamento do futuro.
Esta afirmação ganha evidência, na medida em que
se vivencia uma mobilidade urbana caótica ante as
necessidades ilimitadas de se atender ocorrências
com um tempo de resposta adequado.
Também existe destaque na eficiência do empre-
go de motocicletas em situações de manifestações
que realizam bloqueio de vias, onde outras espécies
de modalidades não poderiam atender com preste-
za. Outra demanda, pode ser um acidente de trânsito
que acaba refletindo em congestionamentos, sendo
necessária a intervenção de motociclistas para pres-
tar os primeiros socorros, realizar o acompanhamento
da ambulância e garantir fluidez à via.
Nota-se que o emprego de motocicletas na ativi-
dade operacional possui diversas finalidades e des-
dobramentos para sua aplicação. Sendo assim, será
exposta a aplicação da modalidade de motopatrulha-
mento nas principais situações operativas. Isto não
quer dizer que não haja outras possibilidades, inclusi-
ve criadas pela própria dinâmica social.
Em relação à utilização de motocicleta em policia-
mento de trânsito, bem como em escolta e segurança,
serão destinados capítulos específicos. Isto se dá em
virtude destas atividades possuírem peculiaridades in-
trínsecas, como também maior complexidade, e, por-
tanto, demandando uma exposição mais minuciosa.
9.1 POLICIAMENTO CONVENCIONAL
Indubitavelmente, é o modus operandi mais utili-
zado dentre todos e retrata com maior clareza a fun-
ção constitucional da Polícia Militar, através do art. 144,
CAPÍTULO 9 / ATIVIDADES OPERACIONAIS COM EMPREGO DE MOTOCICLETAS
Figura 188 - Policiamento com emprego de motocicleta
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
177

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 178
§ 5º, ao expor o policiamento ostensivo e a manu-
tenção da ordem pública. Contudo, até mesmo diante
do policiamento convencional, que é tão contumaz,
necessita-se conhecer as potencialidades que o mo-
topatrulhamento pode oferecer, para que se possa
utilizar de uma forma mais adequada e eficiente.
É pertinente relembrar que a menor fração de
tropa é com o emprego de, ao menos, duas motoci-
cletas. Neste sentido, o primeiro a se adotar será tra-
zer à baila a relação entre as principais vantagens e
desvantagens para o emprego de policiamento com
motocicletas:
VANTAGENS DESVANTAGENS
Grande Mobilidade Sujeição a Intempéries
Tempo resposta bastante
eficiente
Risco de Acidente
Facilidade de Estacionamento Pouco Conforto
Menor Custo Maior Preparo de motociclista
Maior amplitude de perímetro Vulnerabilidade
Tabela 3 - Relação de vantagens e desvantagens no policiamento com
motocicletas
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Conhecidos e superados os aspectos supramen-
cionados, é possível elencar em que situações ou va-
riáveis será possível à utilização da modalidade de
motopatrulhamento no policiamento convencional,
com vistas a se extrair o que de melhor se tem nesta
forma de policiamento.
9.1.1 Locais de grande fluxo de trânsito de veículos
Deve-se posicionar de forma estratégica, lastreada
em primeiro plano na segurança dos motociclistas e, por
conseguinte, no que concerne à ostensividade. Neste
tipo de local é possível desenvolver um policiamento
preventivo bastante eficiente, pois as vias de trânsito
rápido são utilizadas para evasão após cometimento de
delitos e, antes mesmo da realização de crimes, é natu-
ral que se faça uma leitura por parte dos criminosos de
como se encontra o policiamento naquela região.
Também, o posicionamento de motociclistas em lo-
cais de grande fluxo de veículos reflete numa interven-
ção rápida em caso de bloqueio de vias ou acidentes,
promovendo fluidez e evitando maiores transtornos.
9.1.2 Locais de incidência de congestionamento
O motopatrulhamento se demonstra bastante efi-
ciente em locais onde há incidência de congestiona-

CAPÍTULO 9 / ATIVIDADES OPERACIONAIS COM EMPREGO DE MOTOCICLETAS 179
mentos. Isto se dá em virtude de novas modalidades
criminosas, com o emprego ou não de motocicletas,
onde os indivíduos se aproveitam desta situação para
realizarem assaltos e “arrastões”
34
.
Diante deste cenário, é impossível o deslocamento
de viaturas do tipo quatro rodas, o que acaba motivan-
do ainda mais a prática deste delito, dada a inoperância
da supracitada espécie de viatura nesta circunstância
de congestionamento. Porém, empregando-se o moto-
patrulhamento, este poderá realizar os deslocamentos
pelos corredores, inibindo tais condutas criminosas.
9.1.3 Locais que necessitam de policiamento,
contudo, sem espaço adequado de circulação ou
estacionamento de viaturas quatro rodas.
Por vezes, há determinados locais onde não há
a possibilidade de circular ou de estacionar viaturas
quatro rodas, seja pelo fato de ser bastante estreito,
possuir obstáculos, ou até mesmo ser exclusivo para
pedestres. Como exemplo, temos as feiras livres, cal-
çadões, centros comerciais exclusivamente com vias
para pedestres.
Em geral, estes locais possuem grande concen-
tração de transeuntes, o que pode potencializar a re-
alização de delitos como o furto. Neste particular, a
depender do perímetro e do raio de concentração de
pessoas, o policiamento convencional a pé não tem
tanta eficácia, dada a limitada mobilidade. Já com em-
prego de motocicletas neste tipo de local apresenta-
-se bastante eficaz, inclusive podendo se empregar
cartão programa
35
, criando-se um policiamento dinâ-
mico, dado à agilidade e mobilidade.
Assim, o que se deseja deixar claro é que, ao se
empregar a modalidade de motopatrulhamento, por
exemplo, empregando-se uma dupla de motocicletas,
esta poderá ter um raio de ação maior do que duas
ou três duplas de policiamento convencional a pé,
desenvolvendo-se quase o mesmo resultado.
9.2 POLICIAMENTO EM EVENTOS ESPECIAIS
Esta espécie de policiamento pode ser compre-
endida como o serviço operacional específico ou
peculiar, o qual vislumbra promover o policiamento
34
Trata-se de método de roubo coletivo urbano.
35
Cartão que fica em posse da guarnição, com a programação dos
locais que se deve realizar o policiamento nos horários especifi-
cados.

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 180
ostensivo e a manutenção da ordem pública em de-
terminado evento público. Isto quer dizer que neste
tipo de policiamento há um foco para o evento em si.
Têm-se como exemplo destes eventos especiais as
praças desportivas, o carnaval, os shows em espaços
públicos, dentre outros.
Neste âmbito, o emprego da modalidade de mo-
topatrulhamento é bastante útil na realização o policia-
mento ostensivo. Contudo, cabe atentar, conforme já
mencionado, que é inapropriada a utilização de moto-
cicletas em serviços noturnos, já que durante este perí-
odo eleva-se o risco de acidentes envolvendo viaturas
de duas rodas. Assim, o limite máximo que é possível
estender o policiamento com motocicletas deve ser
até a meia-noite, no caso de eventos especiais.
Por certo pode existir situações excepcionais e
bem específicas que possam ultrapassar este limite de
horário, como é o caso dos festejos momescos. Aliás,
o evento carnavalesco tem sido a única exceção onde
o motociclista cumpre escala noturna, em virtude da
grande importância que tem tido este evento.
Em relação ao emprego do motopatrulhamento
em eventos especiais, no que se refere ao policiamen-
to ostensivo, é possível adotar as seguintes variáveis:
• Posicionamento dos motociclistas, realizando
ponto base em pontos estratégicos nas proximida-
des das vias que dão acesso ao local do evento;
• Motopatrulhamento nas vias que dão acesso
ao local do evento, em especial nas situações de
congestionamento;
• Posicionamento dos motociclistas realizando
ponto base próximo ao acesso ao local do evento;
• Posicionamento dos motociclistas realizando
ponto base próximo às áreas de transbordo.
Também nos eventos especiais, é possível a reali-
zação de operações viárias, as quais serão detalhadas
em relação aos procedimentos no capítulo de opera-
ções de trânsito. Contudo, existe a possibilidade das
seguintes operações viárias em eventos especiais:
• Promoção de fluidez da via, especificamente
nos gargalos
36
, filas duplas ou em outras situa-
ções que comprometam o fluxo do trânsito;
• Realização de varreduras;
• Posto de controle de trânsito, também co-
nhecido como bloqueio.
36
Trata-se da designação de ponto de estrangulamento que limita
ou compromete a capacidade de fluidez da via.

CAPÍTULO 9 / ATIVIDADES OPERACIONAIS COM EMPREGO DE MOTOCICLETAS 181
O emprego de motocicletas em corridas de rua
já pode ser considerado histórico. É possível até se
arriscar a dizer que a utilização de batedores se con-
funde até mesmo com a evolução neste tipo de even-
to. Notou-se a necessidade, nas corridas de rua, de
motociclistas que realizassem bloqueio em determi-
nadas vias, para que os atletas pudessem correr sem
preocupação, como também, que pudessem realizar
a escolta dos primeiros colocados.
Diante de todo este percurso histórico de íntima
relação entre corredores e batedores, foi desenvol-
vida uma doutrina específica para o policiamento de
corridas de ruas. É certo que a cada dia há desenvol-
vimento no campo da logística de provas, como, por
exemplo, a utilização dos gradis, cones, chips, entre
outros tantos.
Todavia, este tipo de evento não ocorre em toda
sua beleza e potencialidade com a ausência dos mo-
tociclistas que dão o brilhantismo, através da promo-
ção da segurança para todos os envolvidos neste
evento.
Dito isto, apresenta-se agora os procedimentos
a serem adotados ao se tomar conhecimento da ne-
cessidade do policiamento com emprego de motoci-
cletas em corrida de rua:
Figura 189 - Policiamento em eventos especiais
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
9.3 POLICIAMENTO EM CORRIDAS DE RUA
Figura 190 - Policiamento em corrida de rua
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 182
9.3.1 Fase de planejamento
• Deve-se ter conhecimento do local, data e
horário em que o evento ocorrerá com vistas à
preparação de ordem de serviço;
• Obrigatoriamente os organizadores deverão
fornecer um mapa, demonstrando os itinerários
da corrida, com as respectivas quilometragens,
modalidades e categorias. Se necessário for, po-
derá solicitar outras informações, com vistas a
facilitar o planejamento;
• É sempre relevante possuir o nome do res-
ponsável, os contatos telefônicos, e-mail, para se
dirimir qualquer dúvida;
• É importante mensurar junto aos organiza-
dores a quantidade de atletas que participarão
do evento, com o intuito de fazer uma análise de
quantos motociclistas serão necessários a serem
empregados;
• Sempre que possível, os motociclistas que
participarão do evento deverão realizar o reco-
nhecimento dos itinerários, com o objetivo de se
familiarizar com o circuito e conhecer suas pe-
culiaridades. Caso seja possível, é preferível que
este reconhecimento seja feito com 48 (quarenta
e oito) horas de antecedência da data do evento;
• Deve-se solicitar dos organizadores a auto-
rização para realização do evento, através do
órgão que possui responsabilidade sobre a cir-
cunscrição a via.
9.3.2 Fase de execução
9.3.2.1 Horário de chegada ao evento
O grupamento de motociclistas deverá chegar
ao local do evento com 1 (uma) hora de antecedên-
cia, evitando atrasos, além de realizar novo reconhe-
cimento, se necessário, proceder
briefing
37
com os
motociclistas, como também fazer os ajustes finos
necessários.
9.3.2.2 Manter contato com o responsável
Ao chegar ao local, o comandante do grupamen-
to de motociclistas deverá imediatamente manter
contato com o responsável do evento, para verificar
se há algum tipo de mudança nos horários de larga-
da, itinerários, dentre outras informações.
37
Fornecer informações e instruções concisas e objetivas acerca
da missão a ser executada.

CAPÍTULO 9 / ATIVIDADES OPERACIONAIS COM EMPREGO DE MOTOCICLETAS 183
9.3.2.3 Doutrina de acompanhamentos de determi-
nados atletas
Na corrida de rua há a padronização dos acom-
panhamentos de atletas específicos, a serem realiza-
dos seguindo a seguinte forma:
• O comandante do grupamento será respon-
sável pelo acompanhamento do primeiro coloca-
do na categoria masculina;
• O subcomandante será responsável pelo
acompanhamento da primeira colocada na cate-
goria feminina;
• O terceiro motociclista em precedência será
responsável pelo acompanhamento de pessoas
com mobilidade reduzida;
• O quarto motociclista em precedência reali-
zará o acompanhamento do último colocado;
• Os demais motociclistas realizarão o policia-
mento da corrida, no intitulado efeito caracol ou
carrossel, que será esposado abaixo.
Por vezes, é possível se deparar com corridas de
ruas em que haja apenas uma categoria (masculina
ou feminina). Neste caso, o comandante do grupa-
mento continuará a realizar o acompanhamento do
primeiro ou da primeira colocada.
É possível também inexistir pessoas com mobi-
lidade reduzida no evento. Logo, nesta situação, o
terceiro motociclista em precedência passará a ser
responsável pelo acompanhamento do último coloca-
do, enquanto o quarto motociclista em precedência
passará a compor, desde o início da prova, o policia-
mento no estilo caracol.
Deve-se destacar que, ao se realizar o acompa-
nhamento do atleta, o motociclista se posicionará à
retaguarda deste, evitando assim que os gases pro-
venientes da combustão da motocicleta possam difi-
cultar sua respiração e, consequentemente, afetar o
seu desempenho.
Contudo, esta distância à retaguarda do primei-
ro colocado não deve ultrapassar a distância de 02
(dois) metros, preferencialmente, ao lado direito ou
esquerdo do atleta, dependendo da topografia da
via. Isto se dá em virtude de o motociclista ser respon-
sável pela segurança do primeiro colocado, e, por tal
motivo, se justifica sua aproximação, ou seja, para que
possa intervir em qualquer intercorrência em desfa-
vor do atleta.

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 184
Ao acompanhar os primeiros colocados, quando
estiverem próximos da linha de chegada, ou seja, a
cerca de 200 (duzentos) metros, o motociclista que
realiza o acompanhamento deverá acionar a sirene
e os dispositivos luminosos. Tal procedimento é uma
forma de homenagear o vencedor da prova, em reco-
nhecimento ao seu esforço durante toda prova, dan-
do assim, um destaque à sua chegada.
É importante que o comandante do grupamen-
to realize o briefing antes do início da prova. Caberá,
desta maneira, informar a cada componente do gru-
pamento acerca de sua missão, retirando possíveis
dúvidas. Este procedimento evitará que ocorram pos-
síveis falhas durante o policiamento do evento.
9.3.2.4 Efeito caracol ou carrossel
O chamado efeito caracol é como se intitula o
modus operandi de se realizar o policiamento du-
rante as corridas de ruas, o qual é um tanto peculiar.
Este tipo de policiamento, excepcionalmente, não é
realizado por duplas ou trios de motociclistas, mas de
forma individual, em virtude do perímetro bastante li-
mitado, e com o objetivo de dar maior ostensividade
durante a prova.
Desta forma, este estilo de policiamento nada
mais é que os motociclistas realizarem o mesmo itine-
rário da corrida em baixas velocidades, entre 20 (vin-
te) e 30 (trinta) quilômetros por hora. Ao se aproximar
da chegada, os motociclistas devem reiniciar o trajeto
novamente, realizando este itinerário até a finalização
da prova.
Inicialmente, cabe asseverar que neste tipo de
evento não serão realizados pontos bases ao iniciar
a corrida. Excepcionalmente, em casos de presta-
ção de socorro ou outras situações de força maior,
o motociclista realizará paradas. Neste particular, é
Figura 191 - Acompanhamento do primeiro colocado
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 9 / ATIVIDADES OPERACIONAIS COM EMPREGO DE MOTOCICLETAS 185
de extrema relevância que os motociclistas tenham
conhecimento de onde estarão posicionadas as am-
bulâncias. Esta importância se dá no caso de algum
atleta se acidentar ou passar mal. Assim, caberá ao
motociclista que visualizar esta situação, imediata-
mente deslocar-se ao encontro da ambulância e fazer
o seu acompanhamento até o local onde se encontra
o atleta, para a realização dos primeiros socorros.
Os motociclistas devem evitar permanecer tão
próximos um dos outros, tendo como objetivo aumen-
tar a extensão do policiamento. O que se deve ter em
mente, nesta espécie de policiamento, analogamente,
é que as motocicletas funcionarão como parte de um
carrossel, que, mesmo completando o trajeto, continu-
ará cíclico. Esta técnica dá a impressão de que há mais
motociclistas do que realmente se tem, além de ajudar
a promover a segurança em todo perímetro da prova.
É válido lembrar que aqueles motociclistas que
estejam realizando acompanhamento de determi-
nado atleta, como, por exemplo, o comandante do
grupamento que acompanha o primeiro colocado,
quando este transpor a linha de chegada, o coman-
dante do comboio comporá o policiamento ao estilo
caracol ou carrossel. Somente o motociclista que re-
aliza o acompanhamento do último colocado é que
permanecerá até ao fim da prova com este, pois a
prova somente se encerrará com a chegada do últi-
mo colocado.
Figura 192 - Execução do efeito caracol ou carrossel
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 186
9.3.2.5 Encerramento da prova
Conforme supramencionado, o encerramento da
prova se dá somente com a chegada do último coloca-
do. E, para tanto, quando o último colocado se aproximar
da linha de chegada, ou seja, a cerca de 200 (duzentos)
metros de distância da chegada, todo grupamento de
motociclistas empregado na corrida realizará, em sua
retaguarda, a formação em linha ou em cunha.
Após a realização da formação, todos os moto-
ciclistas empregados no evento acionarão imediata-
mente os dispositivos luminosos e as sirenes, acom-
panhando o último colocado até a linha de chegada. À
retaguarda da formação de motociclistas poderá vir a
ambulância empregada no evento. Este procedimento
tem por objetivo homenagear o último colocado, pois,
mesmo diante de todas as adversidades, concluiu a
prova, além de realizar um destaque, para que todos
tenham conhecimento da finalização da prova.
Quando o último colocado cruzar a linha de che-
gada, o comandante realizará o comando de formação
de coluna por um. Logo após este comando, será re-
alizado o retorno, no sentido contrário à linha de che-
gada, para se fazer a parada das motocicletas, devi-
damente alinhadas, conforme se preceitua a doutrina.
9.4 POLICIAMENTO EM PASSEIOS CICLÍSTICOS
OU CAVALGADAS
Também tem sido muito comum o emprego de
motocicletas para realização do policiamento e acom-
panhamento de passeios ciclísticos ou cavalgadas.
Isto se dá em razão destes eventos ocorrerem predo-
minantemente em vias públicas e por ser necessária
a realização de bloqueios viários, com vistas a evitar
trânsito de veículos no perímetro onde há a concen-
tração dos participantes do evento. Diante disto, o
motopatrulhamento revela-se como melhor modali-
dade para desempenhar esta missão.
Assim, semelhante ao policiamento em corridas
de rua, devem ser adotadas algumas precauções,
também dividindo em duas etapas, quais sejam, a
fase de planejamento e a fase de execução:
9.4.1 Fase de planejamento
• Deve-se ter conhecimento do local, data e
horário em que o evento ocorrerá com vistas à
preparação de ordem de serviço;
• Obrigatoriamente, os organizadores deverão
fornecer um mapa, demonstrando os itinerários

CAPÍTULO 9 / ATIVIDADES OPERACIONAIS COM EMPREGO DE MOTOCICLETAS 187
do passeio ciclístico ou cavalgada, pontos de pa-
rada, dentre outros. Se necessário for, poderão
ser solicitadas outras informações, com vistas a
facilitar o planejamento;
• É sempre relevante possuir o nome do res-
ponsável, os contatos telefônicos, e-mails, para
dirimir quaisquer dúvidas;
• É importante mensurar junto aos organiza-
dores a quantidade de participantes do evento,
com o intuito de fazer uma análise de quantos
motociclistas serão necessários a serem empre-
gados;
• Sempre que possível, os motociclistas que
participarão do evento deverão realizar o reco-
nhecimento dos itinerários, com o objetivo de se
familiarizar com o trajeto e conhecer suas pecu-
liaridades. Caso seja possível, é preferível que
este reconhecimento seja feito com 48 (quarenta
e oito) horas de antecedência da data do evento;
• Deve-se solicitar dos organizadores a autori-
zação para realização do evento, através do ór-
gão que possui responsabilidade e circunscrição
sobre a via.
9.4.2 Fase de execução
9.4.2.1 Horário de chegada ao evento
O grupamento de motociclistas deverá chegar
ao local do evento com 1 (uma) hora de antecedên-
cia, evitando atrasos, além de realizar novo reconhe-
cimento, se necessário, proceder
briefing com os
motociclistas, como também, fazer os ajustes finos
necessários.
9.4.2.2 Manter contato com o responsável
Ao chegar no local o comandante do grupamen-
to de motociclistas deverá imediatamente manter
contato com o responsável do evento, com vistas a
verificar se há algum tipo de mudança nos horários do
início de saída, itinerários, dentre outras informações.
9.4.3 Doutrina em passeios ciclísticos ou cavalgadas
Nesta espécie de evento, o ideal é que, no míni-
mo, haja dois motociclistas à vanguarda do comboio
dos participantes, e outros dois à retaguarda. Os de-
mais motociclistas deverão estar avançados, realizan-

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 188
Figura 193 - Policiamento em passeio ciclístico
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 9 / ATIVIDADES OPERACIONAIS COM EMPREGO DE MOTOCICLETAS 189
do a varredura, como também os bloqueios das vias
que se ligam por onde o passará o comboio. Neste
sentido, deve haver uma comunicação, através de
rádios transceptores, entre os motociclistas que es-
tão na vanguarda e os avançados, com o objetivo de
informar por onde os participantes estão passando,
ou então acerca de possíveis situações de conges-
tionamentos, engarrafamentos, com vistas a reduzir a
velocidade do deslocamento.
No que se refere ao acompanhamento de caval-
gadas, os motociclistas que acompanham o comboio
devem ter uma atenção especial, não realizando um
acompanhamento muito aproximado. Pois, pelo fato
de haver animais, o emprego de motocicletas tão pró-
ximo pode causar reações indesejáveis nos equinos.
Também se deve ter muito cuidado com o emprego
dos luminosos e sirenes, nestas situações.
9.5 POLICIAMENTO EM PROCISSÕES, MANIFES-
TAÇÕES E CAMINHADAS
Tem sido comum, também, o emprego do moto-
patrulhamento em eventos de caráter religioso, mani-
festações pacíficas e caminhadas em prol de algum
interesse. Necessário se faz dizer que, para que haja
a atuação do Estado na promoção da segurança, con-
forme responsabilizou a Magna Carta, estas devem
ocorrer nos espaços públicos.
Deste modo, estabelece a Carta Federal, em seu
art. 5º, inciso XVI, ao tratar dos direitos e garantias
fundamentais:
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem
armas, em locais abertos ao público, indepen-
dentemente de autorização, desde que não
frustrem outra reunião anteriormente convocada
para o mesmo local, sendo apenas exigido pré-
vio aviso à autoridade competente.
No mesmo sentido, a Constituição Federal con-
ceitua o Estado Brasileiro como sendo laico, na me-
dida em que o art. 5º, inciso VI expõe que: “é invio-
lável a liberdade de consciência e de crença, sendo
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de
culto e suas liturgias”.
Conhecidas as peculiaridades referentes a esses
tipos de eventos, deve-se ater aos procedimentos de
planejamento e execução do policiamento com moto-
cicletas nestas situações:

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 190
9.5.1 Fase planejamento
• Deve-se ter conhecimento do local, data e
horário em que o evento ocorrerá, com vistas à
preparação de ordem de serviço;
• Obrigatoriamente, os organizadores deverão
fornecer um mapa, demonstrando os itinerários
do evento, pontos de parada, dentre outros. Se
necessário for, poderão ser solicitadas outras in-
formações, com vistas a facilitar o planejamento;
• É sempre relevante possuir o nome do res-
ponsável, os contatos telefônicos, e-mails, para
se dirimir qualquer dúvida;
• É importante mensurar junto aos organizado-
res a quantidade de participantes do evento, com
o intuito de fazer uma análise de quantos motoci-
clistas serão necessários a serem empregados;
• Sempre que possível, os motociclistas que
participarão do evento deverão realizar o reco-
nhecimento dos itinerários, com o objetivo de se
familiarizar com o trajeto e conhecer suas pecu-
liaridades. Caso seja possível, é preferível que
este reconhecimento seja feito com 48 (quarenta
e oito) horas de antecedência da data do evento;
• Deve-se solicitar dos organizadores a devida
autorização à realização do evento, através do
órgão que possui responsabilidade e circunscri-
ção sobre a via.
9.5.2 Fase de execução
9.5.2.1 Horário de chegada ao evento
O grupamento de motociclistas deverá chegar ao
local do evento com 1 (uma) hora de antecedência, evi-
tando atrasos, além de realizar novo reconhecimento,
se necessário, proceder
briefing com os motociclistas,
como também fazer os ajustes finos necessários.
9.5.2.2 Manter contato com o responsável
Ao chegar ao local, o comandante do grupamen-
to de motociclistas deverá imediatamente manter
contato com o responsável do evento para verificar
se há algum tipo de mudança nos horários do início
de saída, itinerários, entre outras informações.

CAPÍTULO 9 / ATIVIDADES OPERACIONAIS COM EMPREGO DE MOTOCICLETAS 191
9.5.3 Doutrina em procissões, manifestações e
caminhadas
Nesta espécie de evento, o ideal é que no mí-
nimo haja dois motociclistas à vanguarda dos parti-
cipantes do evento e outros dois à retaguarda. Os
demais motociclistas deverão estar avançados, rea-
lizando a varredura, como também, os bloqueios das
vias que se ligam por onde os participantes passarão.
Deve-se aumentar ainda mais a atenção nestas
situações, pois estes eventos são compostos em sua
maioria por pedestres. Neste sentido, deve haver uma
comunicação, através de rádios transceptores, entre
o motociclista que está à vanguarda com os avança-
dos, com o objetivo de informar por onde o comboio
dos participantes está passando, ou então, de possí-
veis situações de congestionamentos, engarrafamen-
tos, com vistas a reduzir a velocidade do comboio.

POLICIAMENTO DE
TRÂNSITO COM
EMPREGO DE
MOTOCICLETAS
CAPÍTULO 10

10.1 ASPECTOS JURÍDICOS
Uma das ideias relacionadas com o emprego de
motocicletas no policiamento é o aspecto de fiscali-
zação de trânsito. Em verdade, historicamente, ao se
rememorar ao conceito de motocicleta no ambiente
policial militar, lembra-se da sua funcionalidade bifur-
cada em duas atividades: escolta e policiamento os-
tensivo de trânsito.
Isto se dá em virtude do grande período em que
só a Polícia Militar era responsável pela fiscalização e
ordenamento do trânsito. Com o advento da municipa-
lização do trânsito, em virtude da entrada em vigor do
novo Código de Trânsito Brasileiro, Lei nº 9.503, de 23
de setembro de 1997, passou a ser responsabilidade
dos munícipes o ordenamento e fiscalização do trân-
sito, ao que se refere à sua circunscrição, conforme
pode se depreender do art. 8º do Código de Trânsito
Brasileiro: “Os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
cípios organizarão os respectivos órgãos e entidades
executivos de trânsito e executivos rodoviários, esta-
belecendo os limites circunscricionais de suas atua-
ções” [grifo nosso]. Corroborando neste sentido, o art.
24 da referida norma, deixa claro o viés de competên-
cia intrínseca ao município, através de suas atribuições:
Art. 24. Compete aos órgãos e entidades exe-
cutivos de trânsito dos Municípios, no âmbito de
sua circunscrição.
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as nor-
mas de trânsito, no âmbito de suas atribuições;
II - planejar, projetar, regulamentar e operar o
trânsito de veículos, de pedestres e de animais,
e promover o desenvolvimento da circulação e
da segurança de ciclistas;
III - implantar, manter e operar o sistema de si-
nalização, os dispositivos e os equipamentos de
controle viário; [...].
VI - executar a fiscalização de trânsito, autuar e
aplicar as medidas administrativas cabíveis, por
infrações de circulação, estacionamento e para-
da previstas neste Código, no exercício regular
do Poder de Polícia de Trânsito.
Apesar de ter ocorrido esta alteração, a Polícia
Militar continuou a possuir atribuições no âmbito da
legislação de trânsito, sendo integrada ao Sistema
Nacional de Trânsito, com a missão constitucional de
realizar, com exclusividade, o policiamento ostensi-
vo de trânsito, nos termos do art. 7º do Código de
Trânsito Brasileiro: “Compõem o Sistema Nacional de
CAPÍTULO 10 / POLICIAMENTO DE TRÂNSITO COM EMPREGO DE MOTOCICLETAS
193

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 194
Trânsito os seguintes órgãos e entidades: [...] VI - as
Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal”.
Entretanto, no quesito fiscalização, o legislador res-
tringiu a competência das Polícias Militares, conforme
previsão do art. 23, do Código de Trânsito Brasileiro:
Art. 23. Compete às Polícias Militares dos Esta-
dos e do Distrito Federal: [...].
III - executar a fiscalização de trânsito, quando
e conforme convênio firmado, como agente do
órgão ou entidade executivos de trânsito ou exe-
cutivos rodoviários, concomitantemente com os
demais agentes credenciados.
Nesta perspectiva, é patente a competência da
Polícia Militar de realizar a fiscalização de trânsito.
Todavia, se faz necessário realizar uma interpreta-
ção extensiva, aliando o Código de Trânsito Brasilei-
ro à Constituição Federal, nesta última em relação à
competência da Polícia Militar, esculpida no art. 144,
acerca do policiamento ostensivo e preservação da
ordem pública. Logo, é possível compreender que o
ato de fiscalizar está intimamente atrelado ao policia-
mento ostensivo, e, por conseguinte, com a manuten-
ção da ordem pública.
Outros elementos, que irão robustecer o enten-
dimento acerca da atuação do policial militar na esfe-
ra de trânsito, se apresentam no anexo do Código de
Trânsito Brasileiro, o qual parece deixar cristalinas as
afirmações ora demonstradas. Conforme já exposto no
art. 23 do Código de Trânsito Brasileiro, trata-se a Polí-
cia Militar como agente do órgão de trânsito. O referido
anexo traz o seguinte conceito acerca de agente da
autoridade de trânsito: a “pessoa, civil ou policial militar,
credenciada pela autoridade de trânsito para o exer-
cício das atividades de fiscalização, operação, policia-
mento ostensivo de trânsito ou patrulhamento” (Anexo
I do Código de Trânsito Brasileiro, 1997).
Na análise do referido conceito, são bastante es-
clarecedores os diversos desdobramentos que exis-
tem acerca da extensão da atuação da Polícia Militar
na seara do trânsito.
Também trazido à baila pelo Código de Trânsito
Brasileiro, o conceito de policiamento ostensivo de
trânsito é definido como “função exercida pelas Po-
lícias Militares com o objetivo de prevenir e reprimir
atos relacionados com a segurança pública e de ga-
rantir obediência às normas relativas à segurança de
trânsito, assegurando a livre circulação e evitando aci-
dentes”(Anexo I do Código de Trânsito Brasileiro, 1997).

CAPÍTULO 10 / POLICIAMENTO DE TRÂNSITO COM EMPREGO DE MOTOCICLETAS 195
Nesta vertente, tem-se um conceito bastante
abrangente onde se pode depreender que o legisla-
dor se preocupou com a segurança de todos aqueles
que utilizam as vias públicas, além de ter sido enfati-
zado que este policiamento é realizado unicamente
pela Polícia Militar por meio de seus agentes, poden-
do realizar intervenções necessárias, no que se refe-
re às operações de trânsito, abalizadas inclusive nas
escoltas, corridas rústicas, procissões, dentre outras
atividades, a fim de promover a segurança pública,
no sentido lato.
Isto quer dizer que, compete a ela atuar em pri-
meiro plano, visando coibir a prática de infrações e
delitos, notadamente os de trânsito, promovendo as-
sim uma segurança pública plena.
10.2 NOMENCLATURAS USUAIS NO POLICIAMEN-
TO DE TRÂNSITO
38

• Policiamento ostensivo: atuação por meio
dos agentes da Polícia Militar, no sentido de rea-
lização a manutenção da ordem pública;
• Policiamento ostensivo de trânsito: função
exercida pelas Polícias Militares com o objetivo
de prevenir e reprimir atos relacionados com a
segurança pública e de garantir obediência às
normas relativas à segurança de trânsito, asse-
gurando a livre circulação e evitando acidentes;
• Agente da autoridade de trânsito: pessoa, ci-
vil ou policial militar, credenciada pela autoridade
de trânsito para o exercício das atividades de fis-
calização, operação, policiamento ostensivo de
trânsito ou patrulhamento;
• Acostamento: parte da via diferenciada da pis-
ta de rolamento destinada à parada ou estaciona-
mento de veículos, em caso de emergência, e à
circulação de pedestres e bicicletas, quando não
houver local apropriado para esse fim;
• Calçada: parte da via, normalmente segrega-
da e em nível diferente, não destinada à circulação
de veículos, reservada ao trânsito de pedestres e,
quando possível, à implantação de mobiliário ur-
bano, sinalização, vegetação e outros fins.
• Canteiro central: obstáculo físico construído
como separador de duas pistas de rolamento,
eventualmente substituído por marcas viárias
(canteiro fictício);
38
Todos os conceitos foram extraídos do Anexo I do Código de
Trânsito Brasileiro, Lei nº 9.503, exceto Policiamento Ostensivo,
Desfazer Caixa e Formação de Caixa.

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 196
• Ciclomotor: veículo de duas ou três rodas,
provido de um motor de combustão interna, cuja
cilindrada não exceda a cinquenta centímetros
cúbicos (3,05 polegadas cúbicas) e cuja veloci-
dade máxima de fabricação não exceda a cin-
quenta quilômetros por hora;
• Conversão: movimento em ângulo, à esquer-
da ou à direita, de mudança da direção original
do veículo;
• Cruzamento: interseção de duas vias em nível;
• Desfazer caixa: quando se adota procedi-
mentos de intervenção na via, com vistas a des-
fazer o congestionamento, deixando-a livre e
promovendo fluidez;
• Faixas de trânsito: qualquer uma das áreas
longitudinais em que a pista pode ser subdivi-
dida, sinalizada ou não por marcas viárias lon-
gitudinais que tenham uma largura suficiente
para permitir a circulação de veículos automo-
tores;
• Fiscalização: ato de controlar o cumprimento
das normas estabelecidas na legislação de trânsi-
to, por meio do poder de polícia administrativa de
trânsito, no âmbito de circunscrição dos órgãos e
entidades executivos de trânsito e de acordo com
as competências definidas neste Código;
• Formação de caixa: Quando determinada via
está formando congestionamento de veículos
automotores, dificultando a sua fluidez;
• Ilha: obstáculo físico colocado na pista de
rolamento, destinado à ordenação dos fluxos de
trânsito em uma interseção;
• Infração: Inobservância a qualquer preceito
da legislação de trânsito, às normas emanadas
do Código de Trânsito, do Conselho Nacional de
Trânsito e a regulamentação estabelecida pelo
órgão ou entidade executiva do trânsito;
• Marcas Viárias: Conjunto de sinais constituídos
de linhas, marcações, símbolos ou legendas em ti-
pos e cores diversas, apostos ao pavimento da via;
• Operação de Trânsito: Monitoramento téc-
nico baseado nos conceitos de Engenharia de
Tráfego, das condições de fluidez, de estacio-
namento e parada na via, de forma a reduzir as
interferências, tais como veículos quebrados,
acidentados, estacionados irregularmente atra-
palhando o trânsito, prestando socorros imedia-
tos e informações aos pedestres e condutores.

CAPÍTULO 10 / POLICIAMENTO DE TRÂNSITO COM EMPREGO DE MOTOCICLETAS 197
10.3 EMPREGO DE MOTOCICLETAS NO POLICIA -
MENTO DE TRÂNSITO
O emprego de motocicletas na realização do po-
liciamento de trânsito possui eficácia, em especial em
vias de intenso fluxo, como também, em locais onde
normalmente ocorrem congestionamentos, ou em ho-
rários de
rush
39
. Deste modo, a motocicleta possui a
facilidade para intervenção nestas situações, princi-
palmente com o objetivo de solucionar, na medida do
possível, situações que possam reduzir a fluidez da via.
Além disso, o policiamento de trânsito, com a utili-
zação das motocicletas pode se desdobrar em outras
atividades operativas, tais como: escolta de autorida-
des, dignitários, cargas perigosas, praças desportivas
e outros eventos. Neste aspecto, a função principal é
realizar os deslocamentos em segurança, como tam-
bém promover a mobilidade necessária na via.
Nesta vertente, é possível elencar as principais
vantagens para realização do policiamento de trânsi-
to com o uso de motocicletas:
• Facilidade de deslocamento e infiltração,
mesmo em vias congestionadas, facilitando sua
mobilidade;
• Possibilidade de estacionar em qualquer lo-
cal, como em locais de canalização, canteiros, ou
mesmo na via, sem afetar a fluidez da via;
• Eficiência e rapidez em deslocamentos para
realização de intervenções e atendimento em
ocorrências operacionais.
10.4 ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS NO
POLICIAMENTO DE TRÂNSITO COM EMPREGO DE
MOTOCICLETAS
Para que seja possível propiciar um policiamento
de trânsito com uso de motocicletas, é necessário le-
var em consideração, no mínimo, o seguinte trinômio:
10.4.1 Segurança
Este aspecto deve ser considerado o primeiro
em ordem de prioridade. Assim, cabe aos motoci-
clistas ao se posicionarem, ou mesmo realizarem o
motopatrulhamento, desenvolvê-lo com segurança.
Isto quer dizer que ao se realizar paradas para ponto
base, deve-se buscar locais que propiciem a seguran-
ça dos motociclistas. Em relação aos deslocamentos,
39
Horários em que as pessoas normalmente vão ou voltam do tra-
balho e, portanto, excede a carga de fluidez que a via suporta, cau-
sando congestionamento.

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 198
deve-se cumprir fielmente os procedimentos técnicos
e doutrinários, evitando os acidentes.
10.4.2 Visibilidade
O estacionamento das motocicletas, após cum-
prindo o requisito de segurança, deve-se preocupar
com a sua visualização, promovendo desta forma a
ostensividade necessária no local empregado.
10.4.3 Mobilidade
O local utilizado e empregado pelos motociclis-
tas deve também ter atenção especial quanto à mo-
bilidade. Isto quer dizer que em caso de necessidade
de deslocamentos rápidos, o local onde as motoci-
cletas estão estacionadas deverão ser de fácil saída.
10.5 GESTOS E SINAIS SONOROS UTILIZADOS NO
POLICIAMENTO DE TRÂNSITO
Em muitas situações é necessário utilizar-se de
gestos e sinais sonoros para que o motociclista pos-
sa emanar as ordens necessárias para os condutores.
Contudo, antes de iniciarmos as apresentações sobre
gestos e sinais sonoros, faz-se necessário referenciar
o art. 89 do Código de Trânsito Brasileiro:
Art. 89. A sinalização terá a seguinte ordem de
prevalência:
I - as ordens do agente de trânsito sobre as nor-
mas de circulação e outros sinais;
II - as indicações do semáforo sobre os demais
sinais;
III - as indicações dos sinais sobre as demais nor-
mas de trânsito.
Deste modo, antes mesmo de iniciarmos as apre-
sentações sobre os gestos e sinais sonoros emprega-
dos, cumpre-nos salientar que durante as intervenções
de trânsito as ordens emanadas pelo policial militar, na
condição de agente de trânsito, se sobre porão aos de-
mais meios de sinalização da via. Assim, a gesticulação
de “siga”, por exemplo, realizada pelo policial militar pró-
ximo a um semáforo fechado, terá prevalência. Logo, os
condutores deverão obedecer em ordem de priorida-
de sempre os gestos ou sinais sonoros realizados pelo
agente de trânsito, nesse caso, um policial militar.
Nesta circunstância, deve o policial militar se po-
sicionar, conforme já abordado, em local que priorita-

CAPÍTULO 10 / POLICIAMENTO DE TRÂNSITO COM EMPREGO DE MOTOCICLETAS 199
riamente preserve sua segurança e, por conseguinte,
der a visibilidade necessária para que os condutores
possam perceber com clareza os sinais realizados.
Em casos de intervenções que ocorram próximas
a sinais fechados que possuam foto sensores de fis-
calização de trânsito, o policial militar deverá se posi-
cionar em local que possa ser fotografado pelo equi-
pamento, a fim de que evite autuações aos veículos
que passam naquele momento da intervenção.
Abaixo, seguemos gestos e sinais sonoros em-
pregados, de acordo com Anexo B do Código de
Trânsito Brasileiro:
Sinais de
Apito
Significado Emprego
Um silvo breveSiga
Liberar o trânsito em direção/
sentido indicado pelo agente.
Dois silvos
breves
Pare Indicar parada obrigatória
Um silvo longo
Diminuir a
marcha
Quando for necessário
fazer diminuir a marcha dos
veículos.
Tabela 4 - Silvos de apito que podem ser empregados pelos agentes de
trânsito
Fonte: Anexo II do Código de Trânsito Brasileiro, 1997.
Caberá ao policial militar aliar o gesto ao sinal so-
noro, de forma sincronizada, para que haja compre-
ensão maior dos condutores e utilizam a via durante
o momento de intervenção. Evita-se, desse modo, dú-
vidas na compreensão da informação que se deseja
transmitir, reduzindo-se parada desnecessária dos
veículos, o que afeta a fluidez da via.
Figura 194 - Gestos do agente de trânsito
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 200
Figura 195 - Gesto de siga
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 196 - Gesto de pare
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 197 - Gesto de redução de marcha
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 10 / POLICIAMENTO DE TRÂNSITO COM EMPREGO DE MOTOCICLETAS 201
10.6 PRINCIPAIS INTERVENÇÕES REALIZADAS NO
TRÂNSITO COM EMPREGO DE MOTOCICLETAS
10.6.1 Planejadas
10.6.1.1 Bloqueio viário
Trata-se intervenção em determinada via, reali-
zando o bloqueio de seu fluxo, evitando que os veícu-
los automotores possam transpor. Serve para realizar
a limpeza da via, ou desfazer a caixa, promovendo
maior fluidez na via desejada.
Neste caso, se realizará o bloqueio das vias que
se conectam com a via que se pretende dar fluidez.
Este procedimento é realizado durante escoltas,
eventos realizados em vias públicas, dentre outros.
10.6.1.2 Varredura
Procedimento de retirada de todos os veículos
automotores que circulam ou estão estacionados
em determinada via, quando se deseja retirar todos
os veículos daquele perímetro. Para uma varredura
eficiente, antes mesmo de começar, é necessário ini-
cialmente realizar os bloqueios de todos os acessos
à via para veículos automotores, para depois retira-
rem-se os veículos que ainda se encontram na via.
Este procedimento é muito utilizado em festas de
ruas, como o carnaval.
10.6.2 Intercorrentes
Situações de congestionamento ou formações
de caixa são bastantes comuns, principalmente nas
grandes cidades, dado em especial a falta de plane-
jamento urbano e carência de transportes públicos
de qualidade. Desta maneira, ao notar o congestio-
namento, caberá ao motociclista realizar o motopatru-
lhamento, estando atento a qual possível motivo está
reduzindo a fluidez da via.
Por certo que na maioria das vezes trata-se da
capacidade da via que não suporta a quantidade de
veículos automotores, o que limita um resultado efi-
ciente de intervenção por prepostos da Polícia Militar.
Entretanto, existem outras situações que ocasionam
formação de caixa que com atuação do motociclista
é bastante eficaz, como nos casos abaixo elencados:

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 202
10.6.2.1 Acidente de trânsito
Ao identificar que a causa da formação de caixa
se trata de um acidente de trânsito, caberá aos moto-
ciclistas realizar o isolamento do local, no caso de ha-
ver vítimas que necessitem de atendimento médico.
Nesta situação, será acionado o serviço de primeiros
socorros para atender as vítimas.
Caso haja vítimas, deverá ser realizado o regis-
tro fotográfico dos envolvidos no acidente e imedia-
tamente retirar os veículos, com vista a dar fluidez,
conforme estabelecia a Lei nº 5970/73, em seu art. 1º:
Art. 1º Em caso de acidente de trânsito, a autorida-
de ou agente policial que primeiro tomar conhe-
cimento do fato poderá autorizar, independente-
mente de exame do local, a imediata remoção das
pessoas que tenham sofrido lesão, bem como dos
veículos nele envolvidos, se estiverem no leito da
via pública e prejudicarem o tráfego.
10.6.2.2 Acesso a retorno
Uma das causas da formação de caixa em mo-
mentos de grande fluxo da via se trata do acesso a
retornos através das faixas de desaceleração e for-
mação de filas duplas, o que acaba ocasionando o
esmagamento da via principal.
Nesta situação, é possível realizar o bloqueio do
retorno que esta ocasionando o congestionamento,
obrigando os condutores a utilizarem o próximo retor-
no, dando fluidez aquele ponto.
10.6.2.3 Semáforos danificados ou com ciclos des-
regulados
Neste caso é possível a atuação do preposto da
Polícia Militar no lugar do semáforo, conforme precei-
tua o art. 89 do Código de Trânsito Brasileiro, confor-
me exposto.
Neste caso, o motociclista realizará, através dos
gestos e silvos de apito, os ciclos do semáforo, resu-
mido em “siga” e “pare”.
Caso se depare em situações de cruzamento,
deverá observar a via que se encontra com maior
congestionamento, priorizando esta, dando-lhe um
clico maior de “siga”. Também é possível se depa-
rar com ciclos de semáforos que estejam desregu-
lados ou inadequados para via, ocasionado forma-
ção de caixa.

CAPÍTULO 10 / POLICIAMENTO DE TRÂNSITO COM EMPREGO DE MOTOCICLETAS 203
Assim, é possível que o motociclista possa tam-
bém, abalizado no art. 89 do Código de Trânsito Bra-
sileiro, intervir, fazendo a mudança de ciclos, conhe-
cidas como 2:1 (dois por um) ou 3:1 (três por um). Isto
quer dizer que a cada sinal vermelho, deveremos ter
dois ciclos de sinal verde, no caso 2:1 e três ciclos de
verde no 3:1. Neste sentido, aumenta-se a quantidade
de ciclos de sinal verde em relação ao vermelho, pro-
movendo maior fluidez na via.
10.6.2.4 Manifestações que bloqueiam a via
Acredita-se que de todas as situações esta seja
a mais complexa de lidar. Por esse motivo, deve-se
possuir bastante cautela nesta espécie de situação.
Assim, a palavra de ordem deve ser o diálogo, por
meio de negociação, no sentido de se liberar ao me-
nos uma faixa para se possibilitar uma fluidez, mesmo
que precariamente.
Nesse diálogo é importante demonstrar a impor-
tância de viabilizar a passagem dos veículos, promo-
vendo o direito dos usuários das vias.
Nessa situação os motociclistas realizarão o po-
liciamento ostensivo no perímetro do bloqueio, pre-
ferencialmente realizando formação em linha. Caso
haja ordem de intervenção para realização da disper-
são através de agentes químicos esta será realizada
por tropa especializada, cabendo aos motociclistas
realizar apenas o policiamento ostensivo no períme-
tro da situação.
10.7 ESPÉCIES DE POLICIAMENTO DE TRÂNSITO
No que se refere as operações de trânsito, elas
podem ser divididas em três espécies, a depender da
sua finalidade:
10.7.1 Rotineiras

São aquelas realizadas costumeiramente com o
objetivo da promoção da segurança pública, como o
retrato da própria essência do policiamento ostensivo
de trânsito. Assim, este tipo de operação é realizada
diariamente, semanalmente ou mensalmente, já in-
corporada ao policiamento convencional.
10.7.2 Programadas
Caracteriza-se em virtude de haver um plane-
jamento específico, relacionado à determinada fina-

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 204
lidade que se deseja alcançar. Assim, por exemplo,
o festejo momesco pode ser considerado como uma
operação de trânsito programada, posto que durante
aquele período carnavalesco será necessário a reali-
zação de intervenções de bloqueios viários.
10.7.3 Emergenciais
São aquelas que ocorrem de forma imprevista ou
inesperada. É o caso, por exemplo, da ocorrência de
um acidente de trânsito ou um desastre natural onde
é necessário realizar uma intervenção no trânsito.
10.8 DIFERENCIANDO POSTO DE CONTROLE DE
TRÂNSITO (PCTRAN) DE POSTO DE FISCALIZA-
ÇÃO DE TRÂNSITO (PFTRAN)
Antes mesmo de apresentar as diversas formas
de atuação de policiamento ostensivo de trânsito, é
necessário compreender a diferença entre Posto de
Controle de Trânsito (PCTran), de Posto de Fiscaliza-
ção de Trânsito (PFTran). Por vezes, se utiliza esses
dois termos, dando a impressão de serem palavras si-
nônimas. Entretanto, existem especificidades nessas
modalidades, conforme apresentado a seguir.
10.8.1 Posto de Controle de Trânsito (PCTran)
Quando se refere ao Posto de Controle de Trân-
sito (PCTran) trata-se de atividade de policiamento
ostensivo de trânsito tendo como função prioritária
o controle de acesso de determinada via, que pode
ser referente ao acesso de veículos automotores ou
de pedestres. Para facilitar a compreensão, é possível
exemplificar como sendo Posto de Controle de Trân-
sito (PCTran) as barreiras colocadas nos circuitos do
carnaval, para impedir acesso de veículo automotor
ou o isolamento de determinado local em virtude de
ocorrência de um acidente. Assim, quando se refere a
Posto de Controle de Trânsito (PCTran), deve-se ter em
mente que há de alguma forma uma limitação acesso e
que é controlado por prepostos da Polícia Militar.
10.8.2 Posto de Fiscalização de Trânsito (PFTran)
Em relação ao Posto de Fiscalização de Trânsito
(PFTran), trata-se de local determinado para realiza-
ção de abordagens, com vistas a realização da fiscali-
zação de irregularidades atinentes ao trânsito. Assim,
esse termo traz a noção das montagens das blitzes
policiais. Nesse caso, por questões de procedimento

CAPÍTULO 10 / POLICIAMENTO DE TRÂNSITO COM EMPREGO DE MOTOCICLETAS 205
de segurança, será realizada busca pessoal, para a
posteriori ser realizada a fiscalização de trânsito. Nes-
te sentido, o que se deseja com o Posto de Fiscali-
zação de Trânsito (PFTran) é desenvolver ações de
forma preventiva, a fiscalizar o fiel cumprimento das
normas emanadas pelo Código de Trânsito Brasileiro
pelos condutores de veículos automotores.
10.9 REALIZAÇÃO DE POSTO DE FISCALIZAÇÃO
DE TRÂNSITO
Conforme já mencionado, o posto de fiscalização
de trânsito tem como escopo a realização de aborda-
gens, com o
animus, no primeiro momento, de verifi-
car ilícitos penais e posteriormente a fiscalização de
irregularidades de trânsito. Todavia, deve-se levar em
consideração as diretrizes à execução de um Posto
de Fiscalização de Trânsito, conforme os aspectos
abaixo apresentados:
10.9.1 Equipamentos empregados no posto de fis-
calização de trânsito
Materiais básicos
Equipamentos
Pessoais
Outros materiais
Caneta
Coletes
Refletivos
Rádio Transceptor
Auto de Infração de
Trânsito
Apito Giz de cera
Formulário de Acidente
de Trânsito
Rádio PortátilFitas de isolamento
Relatório de Serviço Lanterna Cones
Código de Trânsito
Brasileiro
Sinalizador
Formulário de Recibo de
Documentação
Mesa e cadeira
Termo de Remoção de
Veículo
Lixeira
Tabela 5 - Equipamentos empregados no posto de fiscalização de
trânsito
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 206
10.9.2 Funções no posto de fiscalização de trânsito
10.9.2.1 Comando
Responsável direto pela realização do Posto de
Fiscalização de Trânsito, quer seja pela montagem,
disciplina da tropa e ao fiel cumprimento da operação.
10.9.2.2 Subcomando

Imediato substituto do comandante da opera-
ção, em situação que ele se ausente ou por motivo
de força maior não possua condições de comandar.
Contudo, em condições normais, atua auxiliando o
comandante no que se fizer necessário.
10.9.2.3 Sinalização
Equipe responsável por realizar a sinalização
na via, com o intuito de que os condutores possam
reduzir a velocidade ao passar pelo posto de fiscali-
zação de trânsito.
10.9.2.4 Seleção
Responsável pela realização da seleção dos ve-
ículos que serão abordados e fiscalizados. Esta fun-
ção é de fundamental relevância, à medida que se
trata do primeiro contato entre o preposto da Polícia
Militar e o condutor. O selecionador, prioritariamente,
deve ser um policial militar experiente. Ele deve sem-
pre ter em mente qual o objetivo do posto de fiscali-
zação de trânsito e, de acordo com isto, qual o tipo de
veículo deve ser prioritariamente parado.
10.9.2.5 Segurança externa
Equipe responsável pela segurança externa dos
policiais militares envolvidos na operação, como tam-
bém dos condutores que estão sendo abordados.
10.9.2.6 Abordagem (baias)
Policiais militares responsáveis pelas abordagens
dos condutores. Estes devem possuir o cuidado de es-
colher um local adequado para realizar a abordagem,

CAPÍTULO 10 / POLICIAMENTO DE TRÂNSITO COM EMPREGO DE MOTOCICLETAS 207
priorizando o aspecto de segurança. É necessário lem-
brar que para cada policial militar que realiza a busca
pessoal, tem de se ter, no mínimo, um segundo policial
realizando a segurança desse miliciano.
10.9.2.7 Escrituração e estatística
São os milicianos que tem como missão realizar
o preenchimento dos documentos relacionados às
possíveis infrações de trânsito cometidas por con-
dutores abordados, como, por exemplo: o Auto de
Infração de Trânsito, Termo de Remoção de Veículo
e Recibo de Recolhimento de Documento. Também
cabe a este efetivo o preenchimento dos dados esta-
tísticos da operação.
10.9.2.8 Custódia
Equipe responsável pela custódia dos veícu-
los que serão removidos ao pátio do órgão de trân-
sito, nos casos em que a infração de trânsito admite
esta medida administrativa.
10.9.3 Aspectos relevantes no posto de fiscalização
de trânsito
10.9.3.1 Local
Ao selecionar o local no qual será realizado
o Posto de Fiscalização de Trânsito (PFTran), caberá
atentar para os seguintes requisitos:
1. Segurança para realização da operação
Esta segurança deve ser compreendida no senti-
do
latu, ou seja, a segurança dos policiais militares en-
volvidos na operação, os condutores que serão abor-
dados e a segurança ante aos acidentes de trânsito.
2. Espaço adequado para a montagem de toda
a logística do Posto de Fiscalização de Trânsito
É necessário possuir o espaço mínimo para sub-
dividir na área de seleção, baias de abordagem, área
de escrituração e local de custódia. Deve-se evitar a
montagem da operação próxima a pontos de ônibus,
áreas de transbordo, faixas de pedestres e cruzamen-
tos muito movimentados.

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 208
3. Visibilidade
Este tipo de operação deve estar posicionada de
forma que possa ser visível, demonstrando ostensi-
vidade. É necessário lembrar que, acima de tudo, a
execução do Posto de Fiscalização de Trânsito possui
um caráter preventivo.
4. Não causará congestionamento no trecho da
via escolhida
A operação deve ser alocada, sem ocasionar
congestionamento, pois, desta tende a perder a sua
funcionalidade facilitando, inclusive, a evasão de pes-
soas e veículos em cometimento de delitos ou infra-
ções de trânsito.
10.9.3.2 Montagem
Superado o posicionamento do Posto de Fisca-
lização de Trânsito (PFTran), caberá ater-se à monta-
gem, atentando-se aos seguintes aspectos:
1. Canalização
Deve ser adequada para o local. É necessário
lembrar que a canalização concentra-se em três ob-
jetivos: dar a visibilidade à operação; reduzir a velo-
cidade dos veículos que transitam na via e direcionar
todos os veículos para uma única faixa, a fim de que
possam ser selecionados.
Assim, quando se tratar de uma via de trânsito
rápido, maior deverá ser a extensão da canalização
para que os condutores tenham espaço mais hábil
para realizar a redução da velocidade. Em geral, são
empregados cones para realizar a canalização, onde
o posicionamento é fundamental.
Isto posto, em vias com fluxos de maior intensi-
dade deve-se empregar uma canalização mais dinâ-
mica, com vistas a evitar formação de caixas. Já nos
casos de vias mais desertas, é recomendável utilizar
uma canalização mais sinuosa, como por exemplo, os
posicionamentos em “ziguezague”.
2. Posicionamento das seções
É importante seguir uma ordem lógica na monta-
gem das subdivisões, seguindo-se o sentido da via,

CAPÍTULO 10 / POLICIAMENTO DE TR?NSITO COM EMPREGO DE MOTOCICLETAS 209
ou seja, primeiramente a área de seleção, posterior-
mente as baias de abordagem, setor de escrituração
e por último o local de custódia.
3. Posicionamento e postura dos policiais militares
A atenção a este item é indispensável, pois o
posicionamento dos policiais militares envolvidos na
operação reflete diretamente na segurança de todos.
Por isso, antes mesmo de deslocar, deve-se realizar
um briefing, orientando a função de cada policial mi-
litar durante a operação, o seu posicionamento e o
cuidado com a postura no posto de serviço. Deve ser
evitado durante a operação a utilização de aparelhos
celulares, conversas desnecessárias e desatenção.
10.9.3.3 Execução
Indubitavelmente, este é o momento mais impor-
tante, pois retrata a atuação da Polícia Militar, através
de seus prepostos:
• Objetivos

É necessário ter em mente qual o objetivo da ope-
ração, ou seja, o que se deseja coibir ou prevenir, e
esta informação deve ser transmitida aos demais poli-
ciais que fazem parte da operação; qual tipo de veículo
prioritariamente será parado (motocicletas, automóveis
particulares, ônibus ou táxi). Com isso, não se quer dizer
que outros tipos de veículos não possam ser aborda-
dos, mas que há um foco específico para a operação.
4. Abordagem e busca pessoal

Sempre ao abordar o condutor, o policial militar
deve agir de forma cordial. Contudo, sem esquecer
dos procedimentos técnicos de abordagem e busca
pessoal, conforme tratado no capítulo de Técnicas de
Abordagem.
Oportuno lembrar que as ordens devem ser cla-
ras, e que, primeiramente, será realizada a busca pes-
soal nos ocupantes do veículo e depois no veículo.
Somente após ultrapassar esta etapa, serão solicita-
das as documentações que devem ser apresentadas
sem a plastificação de proteção.
5. Situações de infração de trânsito

Após a realização de abordagem e busca pesso-
al e caso seja constatado o cometimento de infração
de trânsito, o veículo deverá ser conduzido ao local

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 210
de custódia e as documentações de condutor e do
veículo serão encaminhadas para a escrituração, já
anotada e identificada a infração. Se por acaso se tra-
tar somente do preenchimento de auto de infração
de trânsito, sem medidas administrativas, após a en-
trega desse ao condutor, o veículo será liberado. No
caso de retenção, o veículo somente será liberado
após a regularização. Já no caso de remoção, o veí-
culo será conduzido para o pátio do órgão de trânsito.
6. Situações de flagrante

Nos casos em que seja constatado o flagrante
delito, o indivíduo deverá ser encaminhado imedia-
tamente à autoridade policial, conforme preceitua o
Código de Processo Penal, nos arts. 302 e 304:
Art. 302. Considera-se em flagrante delito que:
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade,
pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situa-
ção que faça presumir ser autor da infração; [...].
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade compe-
tente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo,
sua assinatura, entregando a este cópia do termo e
recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá
à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao
interrogatório do acusado sobre a imputação que
lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respecti-
vas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto.
10.9.3.4 Finalização da operação
Cumprindo-se o objetivo da operação ou alcan-
çando o horário, será finalizada a operação, tendo-se
os seguintes cuidados:
1. Controle das documentações e veículos re-
movidos

Ao final, deverá ser realizada a contagem de do-
cumentações produzidas no âmbito das infrações de
trânsito, bem como a quantidade de veículos removi-
dos, além das estatísticas.
2. Remoção dos veículos

Esta poderá ser realizada através de caminhão
guincho e deslocando em comboio, escoltado pelos

CAPÍTULO 10 / POLICIAMENTO DE TRÂNSITO COM EMPREGO DE MOTOCICLETAS 211
motociclistas. No caso de remoção por meio de com-
boio, devem todos os veículos automotores serem
enfileirados numa única coluna, no caso de dos ve-
ículos de quatro rodas e os de duas rodas, em duas
colunas, ocupando uma única faixa. Neste comboio,
primeiramente virá os veículos mais pesados à frente
e os mais leves à retaguarda.
10.9.4 Documentos utilizados para realização de
autuações de trânsito

Ao se pensar na execução de posto de fiscali-
zação de trânsito, é importante realizar a carga das
documentações necessárias, caso se depare com fla-
grância de infrações de trânsito. Nestes casos, caberá
aos policiais militares responsáveis pela escrituração,
realizar a extração do auto de infração de trânsito,
bem como, preenchimento dos demais documentos,
a depender do tipo da infração de transito.
10.9.4.1 Auto de infração de trânsito (AIT)
Documento que tem por finalidade comunicar
ao órgão de trânsito acerca de infração de trânsito
cometida por determinado condutor. O conceito de
infração de trânsito é trazido pelo Código de Trânsito
Brasileiro, em seu art. 161:
Art. 161. Constitui infração de trânsito a inobser-
vância de qualquer preceito deste Código, da
legislação complementar ou das resoluções do
CONTRAN, sendo o infrator sujeito às penali-
dades e medidas administrativas indicadas em
cada artigo, além das punições previstas no Ca-
pítulo XIX.

Assim, é no auto de infração de trânsito que
constará a infração de trânsito em flagrância, bem
como, dados do condutor e do veículo.
10.9.4.2 Recibo de Recolhimento de Documento
(RRD)
Por vezes existem infrações de trânsito que pos-
suem como medida administrativa recolhimento da
Carteira Nacional de Habilitação ou do Certificado
de Registro e Licenciamento de Veículo. Nessas si-
tuações, será utilizado o Recibo de Recolhimento de
Documento.

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 212
Como exemplo, existem algumas situações de
condução de motocicleta que podem incidir no reco-
lhimento da Carteira Nacional de Habilitação, capitula-
da no art. 244, inciso I do Código de Trânsito Brasileiro:
Art. 244. Conduzir motocicleta, motoneta e ciclo-
motor:
I - sem usar capacete de segurança com visei-
ra ou óculos de proteção e vestuário de acordo
com as normas e especificações aprovadas pelo
CONTRAN;
II - transportando passageiro sem o capacete de
segurança, na forma estabelecida no inciso an-
terior, ou fora do assento suplementar colocado
atrás do condutor ou em carro lateral;
III - fazendo malabarismo ou equilibrando-se
apenas em uma roda;
IV - com os faróis apagados;
V - transportando criança menor de sete anos ou
que não tenha, nas circunstâncias, condições de
cuidar de sua própria segurança:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir;
Medida administrativa - Recolhimento do do-
cumento de habilitação; [grifo nosso].

Existe também a possibilidade de se deparar
com a situação de o condutor com a Carteira Nacio-
nal de Habilitação vencida há mais de 30 (trinta dias)
que também resulta no recolhimento deste, conforme
o art. 162, inciso V, do Código de Trânsito Brasileiro:
Art. 162. Dirigir veículo: [...]
V - com validade da Carteira Nacional de Habili-
tação vencida há mais de trinta dias:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - recolhimento da Car-
teira Nacional de Habilitação e retenção do
veículo até a apresentação de condutor habi-
litado; [grifo nosso].
10.9.4.3 Termo de remoção/ retenção/ apreensão
de veículo (TRRAV)
Este documento é empregado em situações em
que a infração de trânsito estabelece como medida
administrativa a remoção ou retenção do veículo, no
momento dos agentes de trânsito no exercício da fis-
calização. Deve-se lembrar que a apreensão de veí-
culo não competirá ao policial militar na condição de

CAPÍTULO 10 / POLICIAMENTO DE TRÂNSITO COM EMPREGO DE MOTOCICLETAS 213
agente de trânsito, conforme estabelece o art. 269 do
Código de Trânsito Brasileiro:
Art. 269. A autoridade de trânsito ou seus agen-
tes, na esfera das competências estabelecidas
neste Código e dentro de sua circunscrição, de-
verá adotar as seguintes medidas administrativas:
I - retenção do veículo;
II - remoção do veículo;
III - recolhimento da Carteira Nacional de Habi-
litação;
IV - recolhimento da Permissão para Dirigir;
V - recolhimento do Certificado de Registro;
VI - recolhimento do Certificado de Licenciamen-
to Anual;
VII - (VETADO)
VIII - transbordo do excesso de carga;
IX - realização de teste de dosagem de alcoo-
lemia ou perícia de substância entorpecente ou
que determine dependência física ou psíquica;
X - recolhimento de animais que se encontrem
soltos nas vias e na faixa de domínio das vias de
circulação, restituindo-os aos seus proprietários,
após o pagamento de multas e encargos devidos.
XI - realização de exames de aptidão física, men-
tal, de legislação, de prática de primeiros socor-
ros e de direção veicular.
Este termo tem por finalidade atuar como uma
espécie de recibo numa via que será fornecida ao
condutor infrator, ao agente de trânsito que realizou
a autuação e o responsável pelo pátio do órgão de
trânsito que assinará confirmando o recebimento do
veículo.
Também deve-se diferenciar a retenção (que
ocorre no caso de situação de irregularidade que
pode ser sanada no local) e a remoção (que é a con-
dução do veículo para o órgão de trânsito).

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 214
Figura 198 - Documentos necessários para realização de autuações de trânsito
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 10 / POLICIAMENTO DE TRÂNSITO COM EMPREGO DE MOTOCICLETAS 215
10.9.5 Alocação no terreno do posto de fiscalização
de trânsito
Figura 199 - Alocação no terreno do posto de fiscalização de trânsito
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

ESCOLTA E
SEGURANÇA
CAPÍTULO 11

11.1 CONCEITO
A atividade de escolta e segurança pode ser de-
finida como a realização do policiamento ostensivo,
por meio de acompanhamento aproximado duran-
te todo o trajeto, propiciado por policiais militares a
autoridades, dignitários e cargas delicadas (valores,
produtos perigosos, armamentos, munições) que ne-
cessite de segurança durante todo o deslocamento,
com o objetivo de se anular possíveis interferências
ou ameaças externas.
11.2 ASPECTOS LEGAIS
Ao que se refere ao âmbito da escolta, em que
pese não haver uma legislação específica que trate de
forma minuciosa a respeito desta atividade, existem
normas que servem de alicerce para o seu desempe-
nho. Portanto, é relevante apresentar seus aspectos
jurídicos, na medida em que ela acaba por interferir de
alguma forma na normalidade do espaço público.
Nesta sistemática, o Código de Trânsito Brasilei-
ro, expõe o seguinte, no art. 29, incisos VI e VII:
Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres
abertas à circulação obedecerá às seguintes
normas: [...].
VI - os veículos precedidos de batedores terão
prioridade de passagem, respeitadas as demais
normas de circulação;
VII - os veículos destinados a socorro de incêndio
e salvamento, os de polícia, os de fiscalização e
operação de trânsito e as ambulâncias, além de
prioridade de trânsito, gozam de livre circulação,
estacionamento e parada, quando em serviço de
urgência e devidamente identificados por dispo-
sitivos regulamentares de alarme sonoro e ilumi-
nação vermelha intermitente [...].
CAPÍTULO 11 / ESCOLTA E SEGURANÇA
Figura 200 - Escolta realizada durante a copa do mundo
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
217

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 218
Logo, a mencionada legislação evidencia que a
atuação de motociclistas na condição de batedores,
que é o que ocorre nos casos de escolta onde os ve-
ículos precedidos por estes gozarão de precedência
em sua passagem.
O inciso subsequente complementa-o ao afirmar
que as viaturas policiais terão livre circulação, estacio-
namento e parada, situação também que é intrínseca
no desenvolvimento da escolta.
Ainda diante dessa messe da legislação de trân-
sito, tem-se o art. 89 que faz alusão ao agente de
trânsito, referente à sua prevalência sobre as demais
normas de circulação. Por vezes, o motociclista em-
pregado na escolta realizará intervenções na via, no
sentido de promover a livre circulação do comboio,
abalizando legalmente sua conduta no citado artigo:
Art. 89. A sinalização terá a seguinte ordem de
prevalência:
I - as ordens do agente de trânsito sobre as nor-
mas de circulação e outros sinais;
II - as indicações do semáforo sobre os demais
sinais;
III - as indicações dos sinais sobre as demais nor-
mas de trânsito.
Deste modo, o descumprimento das ordens ema-
nadas pelo policial militar na condição de agente de
trânsito, é tipificado como infração de trânsito, conforme
exposto no art. 195 do Código de Trânsito Brasileiro:
Art. 195. Desobedecer às ordens emanadas da
autoridade competente de trânsito ou de seus
agentes:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Ao que tange aos aspectos legais, o Decreto nº
2.243 de 03 de junho de 1997, especificamente em
seu art. 110, elenca as autoridades que teriam direito à
intitulada escolta de honra:
Art.. 110. Têm direito à Guarda e à Escolta de Honra:
I - o Presidente da República;
Il - o Vice-Presidente de República;
III - o Congresso Nacional é o Supremo Tribunal
Federal nas sessões de abertura e encerramen-
to de seus trabalhos;
IV - Chefe de Estado Estrangeiro, quando de sua
chegada à Capital Federal, e os Embaixadores,
quando da entrega de suas credenciais;

CAPÍTULO 11 / ESCOLTA E SEGURANÇA 219
V - os Ministros de Estado e, quando incorpora-
do, o Superior Tribunal Militar;
VI - os Ministros Plenipotenciários de Nações Es-
trangeiras e os Enviados Especiais;
VII - os Almirantes-de-Esquadra, Generais-de-
-Exército e Tenentes-Brigadeiros, nos casos pre-
vistos no § 2º do Art. 103, ou quando, por motivo
de serviço, desembarcarem em uma Guarnição
Militar e forem hierarquicamente superiores ao
Comandante da mesma;
VIII - os Governadores de Estado, Territórios Fe-
derais e do Distrito Federal, quando em visita de
caráter oficial a uma Organização Militar; [...].
Todavia, conforme estabelece a Portaria nº 316,
de 04 de julho de 2001, da lavra do Exército Brasileiro,
a referida escolta de honra não deve ser confundida
com a escolta e segurança, desenvolvida operacional-
mente, mas, será somente em desfiles e solenidades.
11.3 DISTINÇÕES EM ESCOLTA E ACOMPANHA-
MENTO COM EMPREGO DE MOTOCICLETAS
Também é de extrema relevância realizar a dis-
tinção entre escolta e acompanhamento, posto que
esses termos se assemelham, parecendo até serem
sinônimos.
11.3.1 Acompanhamento

É a realização do policiamento ostensivo aproxi-
mado de determinado veículo até o seu trajeto final.
Neste caso, não há intervenções na via pública, como
bloqueios viários, a fim proporcionar trânsito livre ao
comboio. O único objetivo do acompanhamento e a
promoção da segurança.
Existem atividades operativas intituladas de “es-
coltas” que se empregam unicamente viaturas qua-
tro rodas.
Nesta situação, caso só haja viaturas quatro ro-
das realizando a segurança aproximada, tratar-se-á
de deslocamento motorizado de acompanhamento,
pois, não terá intervenções no trânsito. Quanto ao
efetivo de motociclistas empregados no acompa-
nhamento, há uma variação de 02 (dois) a 04 (qua-
tro) motociclistas.

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 220
11.3.2 Escolta

Trata-se da realização do policiamento aproxi-
mado, destinado a realizar a segurança do comboio,
como também a intervenção das vias públicas, com
o objetivo de dar a mobilidade necessária do com-
boio. Nesta situação há dois objetivos a que devem
ser alcançados: a promoção da segurança e fluidez
do deslocamento.
11.4 MODALIDADES DE ESCOLTAS

Basicamente existem duas modalidades de es-
colta na atividade operativa:
11.4.1 A Pé

Conhecida também como segurança aproxima-
da, esta modalidade de escolta é utilizada em opera-
ções de segurança e proteção de autoridades, pelo
fato de ser realizada o mais próximo da pessoa que
se deseja proteger.
11.4.2 Motorizada

É a modalidade em que se emprega veículos
automotores para realização da proteção do deslo-
camento. A modalidade motorizada é a espécie em-
pregada na escolta e segurança, com a utilização de
motocicletas. Por certo, aliado ao emprego de motoci-
cletas, poderá compor também a esta modalidade as
viaturas quatro rodas, que terão funções específicas.
11.5 TIPOS DE ESCOLTAS
A seguir serão apresentados os principais tipos
de escoltas realizadas, ao passo em que não se ex-
Figura 201 - Posicionamento de acompanhamento
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 11 / ESCOLTA E SEGURANÇA 221
clui a possibilidade de sua realização em outras cir-
cunstâncias, a depender das necessidades:
11.5.1 Escolta de autoridades ou dignitários

Realizada com objetivo de prover a segurança
da integridade física e mobilidade necessária durante
os deslocamentos. Estas autoridades ou dignitários
podem ser nacionais ou estrangeiras e/ou em virtude
do cargo que ocupam ou da relevância social neces-
sitam de proteção.
11.5.2 Escolta fúnebre

Tem como aspecto promover a segurança e flui-
dez de cortejos fúnebres de autoridades ou persona-
lidades civis, proporcionando o livre trânsito durante
todo o trajeto.
11.5.3 Escolta de valores
Realizar a escolta de veículos contendo valores,
com vistas a facilitar o deslocamento em vias públi-
cas, bem como promover a segurança da menciona-
da carga até o seu destino.
11.5.4 Escolta de produtos perigosos

Dado aos riscos à vida humana destes tipos de
substâncias, com o objetivo de assegurar um desloca-
mento adequado, realizará a escolta com vistas prote-
ção deste tipo de carga até seu destino final, promo-
vendo também a segurança dos demais usuários da via.
11.5.5 Escolta em eventos esportivos ou cívicos
Promover o deslocamento das delegações par-
ticipantes, de organizares e envolvidos que neces-
sitem de segurança à sua integridade física, como
também que seja necessário propiciar prioridade de
trânsito durante todo o percurso.
11.6 FUNÇÃO E EMPREGO DOS MOTOCICLISTAS
NA ESCOLTA
11.6.1 Varredura

Além de ter por finalidade estar avançada em
relação ao comboio, com vistas a verificar a fluidez
da via, intervindo em possíveis situações que possa
comprometer o deslocamento da escolta, também

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 222
tem como função transmitir informações de relevân-
cia ao comandante da escolta.
Em geral, a equipe de varredura adota uma dis-
tância de aproximadamente 500 (quinhentos) metros
em relação ao comboio.
De todas as funções apresentadas, esta é a úni-
ca que não é obrigatória na composição da escolta,
contudo, trata-se de uma função importante, na me-
dida em que será um preposto avançado da escolta,
antecipando ações que sejam necessárias.
11.6.2 Pontas-de-lança
Motociclistas militares que tem como função pri-
mordial o fechamento das vias transversais que aces-
sem a via definida como trajeto do comboio, promo-
vendo segurança no deslocamento, como também a
fluidez necessária para que o comboio não pare, nem
haja formação de “caixas”.
Os policiais militares nesta função devem tam-
bém estar atentos às faixas de pedestres, saídas de
postos de combustíveis e demais estabelecimentos
comerciais que acessem o trajeto do comboio.
11.6.3 Regulador de velocidade
Responsável pela manutenção da velocidade do
comboio, bem como por guiá-lo pelo trajeto definido
previamente.
Apesar de não existir regra de “velocidade pa-
drão”, esta será definida pelo comandante da escolta,
estabelecida de acordo com estado da via, condi-
ções climáticas, horário do deslocamento entre ou-
tras circunstâncias.
Deverá o regulador de velocidade sempre quan-
do possível realizar o deslocamento na faixa central
para haver espaço necessário para a recuperação
dos “pontas-de-lança”.
A referida velocidade deverá ser reduzida, mas
jamais parar, ao ser percebido formação de “caixas”,
objetivando que o comboio não acesse o congestio-
namento. Em geral, nesta função, empregam-se mo-
tocicletas. Entretanto, quando se tratar de comboio
composto de veículos maiores, como caminhões ou
ônibus, deve-se priorizar a utilização de viatura quatro
rodas como regulador de velocidade.

CAPÍTULO 11 / ESCOLTA E SEGURANÇA 223
11.6.4 Comandante da escolta
Deverá deslocar ao lado direito do comboio, acom-
panhando o deslocamento, devendo interferir quando
necessário no que tange a velocidade do comboio, mu-
dança para trajeto alternativo (quando necessário), entre
outras deliberações que sejam necessárias.
Deve o comandante realizar instrução com o
efetivo empregado na operação para que não haja
dúvidas, bem como sintonia entre todos os envolvi-
dos, em virtude do dinamismo da operação. Quando
se tratar de escolta de autoridades ou dignitários, o
comandante se posicionará ao lado direito da porta
da autoridade ou dignitários, contudo, ligeiramente
recuado, a fim de promover privacidade.
11.6.5 Subcomandante da escolta
Deverá deslocar ao lado esquerdo do comboio,
acompanhando o deslocamento. Tem o papel primor-
dial de auxiliar o comandante da escolta, no que for
necessário, em especial ao que se refere à disciplina
da tropa que compõe a escolta, como também tratar-
se do elo de comunicação entre o efetivo e o coman-
dante da escolta.
Assumirá o comando da escolta nas situações
que o comandante se encontrar impossibilitado.
Quando se tratar de escolta de autoridades ou
dignitários, o subcomandante também se posicionará
ao lado da porta da autoridade ou dignitários (lado
esquerdo) ligeiramente recuado, a fim de promover
privacidade.
11.6.6 Fecha-comboio
Responsável por manter a segurança do com-
boio ao que tange à retaguarda. Deste modo, em
hipótese alguma, veículos que não façam parte da
escolta poderão penetrar na estrutura do comboio.
Isto se dá a fim de se propiciar a segurança do com-
boio, mas também, para evitar acidentes, na medida
em que há motociclistas que estão constantemente
realizando a recuperação.
É possível deparar-se com situações em que
veículos oficiais, viaturas, ambulâncias, dentre outros
veículos que não compõe a escolta queiram penetrar
no comboio. Situação em que, por questões de segu-
rança, não será admitido.
Caso haja uma circunstância de urgência envol-
vendo os tais veículos, os policiais militares responsá-

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 224
veis pelo fecha-comboio informarão ao comandante
da escolta e, caso este delibere autorizando que o ve-
ículo transponha o comboio, será feito com o acompa-
nhamento de uma motociclista até a saída do comboio.
Nesta função, deverá se utilizar prioritariamente
viaturas quatro rodas, o que possibilita um maior blo-
queio ao acesso do comboio. No plano ideal deve-se
empregar duas viaturas quatro rodas para se limitar
qualquer acesso ao comboio.
Cabe também salientar que em tal função é pos-
sível o emprego de viaturas de patrulhamento tático,
tendo-se o cuidado de realizar as orientações neces-
sárias para o bom desempenho de tal atividade.
11.7 DOUTRINA DE ESCOLTA
11.7.1 O Comboio nunca deve parar

Uma vez iniciado o deslocamento do comboio,
em hipótese alguma poderá parar, pois a parada do
comboio resulta na extrema vulnerabilidade da es-
colta, expondo a segurança de todos que a compõe.
Deste modo, o último eixo do último de veículo que
compõe não poderá parar.
Por vezes, será possível se deparar em conges-
tionamentos, onde não houve tempo hábil para des-
fazer a caixa. Neste caso, o regulador reduzirá a velo-
cidade, porém, jamais realizará a parada do comboio.
Assim, ao se ter novamente o trânsito livre, o comboio
retornará à velocidade definida.
11.7.2 Pontas-de-lança não devem realizam ultra-
passagem entre si de forma desnecessária
Este procedimento tem como escopo a promo-
ção da segurança dos pontas-de-lança, evitando-se
acidentes, como também promovendo maior eficácia
nos bloqueios viários. Desta maneira, o ponta-de-lan-
ça que estiver à frente bloqueará o próximo ponto vi-
ário. Já o ponta-de-lança à retaguarda desse fechará
o ponto subsequente e assim sucessivamente.
Com isso, não se quer dar a ideia que os proce-
dimentos da escolta fiquem engessados, mas que os
pontos sejam fechados, na medida do possível, de
forma cíclica.
Portanto, não é necessário que o ponta-de-lança
de forma afoita ultrapasse outro ponta-de-lança que
já está a sua frente. Deve-se lembrar que os moto-
ciclistas que exercem essa função se encontram em
altas velocidades e por isso deve-se realizar esta ati-
vidade com técnica e de forma harmônica.

CAPÍTULO 11 / ESCOLTA E SEGURANÇA 225
11.7.3 A recuperação pode ser realizada por ambos
os flancos
É possível durante a recuperação dos pontas-
de-lança realizar a recuperação tanto pela ala direita
quanto pela esquerda. O que irá definir por qual lado
recuperar é a posição que o ponta-de-lança se en-
contre, como também de quais lados ficam os próxi-
mos pontos a serem bloqueados.
Por este motivo, o ideal é que o regulador de ve-
locidade posicione o comboio ao centro da via, dando
a facilidade para que as recuperações sejam feitas por
ambos os lados. Cabe ainda ressaltar que quando da
realização das recuperações os pontas-de-lança não
deverão utilizar sirenes intermitentes, mas quando ne-
cessário, deverá ser de forma discreta, ou mesmo o
emprego da buzina que também deve ser discreto.
11.7.4 Fechamento e posicionamento do ponta-de-
-lança na via bloqueada
Ao visualizar a via que será bloqueada, o ponta-
de-lança acionará a sirene e de forma gradual avan-
çará até que o ponto seja bloqueado completamente.
Entretanto, deve-se ter bastante cuidado ao que
se refere a locais de canalização e vias com diversas
faixas de trânsito. Nesta situação, caberá ao ponta-de-
-lança bloquear a via pouco a pouco, até que esteja
totalmente dominada e bloqueada.
Outro ponto que requer especial atenção é o
fato de que a motocicleta deverá estar posicionada
de forma que possa bloquear a via com o intuito de fa-
cilitar o deslocamento para o fechamento do próximo
ponto. Assim, ao posicionar a motocicleta, quando a
via estiver totalmente bloqueada, o motociclista des-
montará realizando o gesto de sinalização de parada
com o auxílio do apito (sinal sonoro), somente mon-
tando novamente ao deslocar do ponto bloqueado.
Esta medida se justifica para proteção da integri-
dade física do motociclista, pois a motocicleta nesta
situação acaba se transformando numa barreira de
bloqueio viário. Desta maneira, pode ocorrer o cho-
que de veículos que trafegam na via sem a atenção
devida se chocando com a motocicleta.
11.7.5 Saída dos pontas-de-lança dos pontos blo-
queados
O momento adequado para se realizar a saída
do ponto bloqueado está intimamente ligado à passa-
gem do fecha-comboio. Neste liame, caberá ao pon-

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 226
ta-de-lança possuir a sensatez
in locu, pois não pode-
rá sair antecipadamente, antes do fecha-comboio já
ter neutralizado o acesso do ponto bloqueado, possi-
bilitando que veículos possam infiltrar-se no comboio.
Também não deverá o ponta-de-lança atrasar
a sua saída do ponto, pois ficará junto com o lixo
40
,
dificultando sua recuperação para realizar o próximo
fechamento.
11.7.6 Mudança de itinerário
Existem situações que há necessidade da mu-
dança do trajeto, como no caso de uma manifestação
que realiza bloqueio numa das vias em que se passa-
ria, ou um acidente que ocasionará congestionamen-
to, entre outras situações.
Até mesmo durante o deslocamento, é possível
surgirem circunstâncias que haja a necessidade de
mudar o itinerário. Diante deste caso, caberá ao co-
mandante da escolta emanar a ordem por meio do
rádio transceptor, cientificando-se que todos os com-
ponentes da escolta tomaram conhecimento da mu-
dança de itinerário.
11.7.7 Emprego de sirene e luminosos
Ao iniciar a escolta, quer sejam com motocicletas
ou automóveis, os luminosos de todas as viaturas deve-
rão ser acionados. No caso dos veículos quatro rodas,
que sejam as viaturas empregadas na escolta, como
também os demais veículos que compõe o comboio,
deverão estar com os faróis e pisca-alertas acionados.
Seguindo-se este procedimento, a estrutura do
comboio realizará a sinalização necessária por meio
destes luminosos, evidenciando a formação do com-
boio para que os demais veículos que circulam na via
possam facilitar na prioridade de trânsito.
Em relação ao emprego de sirenes intermitentes,
estas jamais poderão ser empregadas pelos pontas-
de-lança durante a recuperação.
Caso seja necessária a sinalização por meio so-
noro, deverá utilizar a buzina de forma discreta. Da
mesma forma, o comandante e o subcomandante da
escolta não deverão utilizar este tipo de sirene, por
conta do seu posicionamento, ainda mais quando se
tratar de autoridade ou dignitário.
Retornando-se ao emprego de sirene por parte
do ponta-de-lança, esta deverá ser utilizada quando
for realizar o bloqueio viário como forma de alertar os
condutores para realizarem a parada.
40
Termo empregado para conceituar os veículos que ficam à reta-
guarda do fecha-comboio, dado à escolta, que impede sua pene-
tração no comboio e por isso normalmente se formam caixas.

CAPÍTULO 11 / ESCOLTA E SEGURANÇA 227
11.7.8 O itinerário é sugerido pelo comandante da
escolta
A definição do itinerário a ser realizado é sugeri-
do pelo comandante da escolta.
O grupamento de escolta deve realizar o reco-
nhecimento do itinerário, além de conhecer as pe-
culiaridades, pontos críticos e adversidades que se
pode encontrar durante o trajeto.
Destaque-se que o grupamento de escolta pos-
sui a especialidade e expertise no
modus operandi
deste tipo de missão. Por tal motivo, o itinerário será
sugerido pelo comandante da escolta, o que não
significa dizer que não possa aceitar opiniões ou su-
gestões dos outros componentes da escolta, como
também de outros envolvidos na missão, analisando
e levando ao conhecimento dos responsáveis pelo
comboio ou do chefe da segurança da autoridade.
Ao realizar tal sugestão, cabe ao comandante
informar aos responsáveis o motivo da escolha dos
itinerários, persuadindo-os, expondo especificidades
das circunstâncias das vias, relacionando, por exem-
plo, as questões de horários e riscos.
11.8 PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DA ESCOLTA
Para a realização de uma escolta a contento, ou
seja, que possa cumprir os requisitos necessários de
forma técnica é de fundamental relevância realizar
um planejamento que possa abordar todas as pecu-
liaridades que a circundam.
Desta forma, serão esclarecidos de forma crono-
lógica os procedimentos a serem adotados:
11.8.1. Recebimento da missão
Talvez seja a etapa de planejamento mais impor-
tante, pois é neste momento que serão coletadas to-
das as informações acerca da missão. Desta maneira,
ao receber a informação da missão, deverão ser diri-
midas todas as dúvidas, buscando-se esclarecer as
peculiaridades.
Assim, as principais informações a serem coleta-
das são:
1. Qual o tipo de escolta (autoridade, dignitário,
valores, produtos perigosos);
2. Data e horário de início e término da missão;
3. Agenda oficial, caso se tratar de autoridade

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 228
ou dignitário, com a localização do hotel que fi-
cará hospedado, locais para o qual se deslocará,
horários de saída e chegada;
4. Catalogar contatos dos responsáveis diretos
pela missão;
5. Outras informações que sejam pertinentes.
11.8.2 Escolha do efetivo e viaturas empregadas
11.8.2.1 Escolha do efetivo
Neste tópico, ao que se refere a escolha do efe-
tivo a ser empregado na missão, deve-se atentar aos
seguintes aspectos:
1. Realizar a delegação das funções a serem exe-
cutadas na escolta por cada componente, deta-
lhando e dirimindo possíveis dúvidas;
2. A escolha do efetivo em relação à função a ser
exercida, preferencialmente, deve estar relacio-
nada à afinidade e experiência de atuação;
3. Deverá se especificar o uniforme a ser utiliza-
do durante a missão, como também os equipa-
mentos individuais;
4. Quando possível, possuir motociclistas reser-
vas, para no caso de haver a necessidade de
substituição, devido a circunstâncias que impos-
sibilitem um dos motociclistas de serem empre-
gados na missão.
11.8.2.3 Viaturas empregadas
Em relação às viaturas, quer sejam de duas ou
quatro rodas, deverá se ter os seguintes cuidados:
1. As viaturas deverão apresentar o bom funcio-
namento mecânico, conforme estabelecido na
manutenção em primeiro escalão;
2. Caberá atenção especial à verificação do fun-
cionamento dos rádios de comunicação, sirene
e luminosos;
3. Realização do abastecimento, como também a
calibragem dos pneus de todas as viaturas que
serão empregadas na missão;
4. Realizar a lavagem, limpeza e higienização das
viaturas empregadas na missão;
5. Quando possível, deixar viaturas reservas, obe-
decendo aos critérios supramencionados para
substituição, caso ocorra algum tipo de inoperân-
cia de uma das viaturas empregadas na missão;

CAPÍTULO 11 / ESCOLTA E SEGURANÇA 229
6. Em caso de escoltas de chefes de Estado
ou delegações internacionais, quando possível,
será utilizada ao lado direito da roda dianteira a
bandeira do Brasil e do lado esquerdo bandeira
da nação de seus representantes.
Já em situações de escolta de chefes de unida-
des federativas do Brasil, ao lado direito da roda dian-
teira será utilizada a bandeira do Brasil e à esquerda
a bandeira da respectiva unidade federativa.
11.8.3 Logística da escolta
Faz-se necessário também, durante o plane-
jamento da escolta, verificar todos os materiais ou
equipamentos que serão necessários à realização
da escolta, bem como o aprovisionamento do efeti-
vo. Deste modo, pode-se elencar como os principais
aspectos de logística da escolta:
1. Equipamentos individuais dos motociclistas,
tais como: colete refletivo, apito, rádio transcep-
tor, lanterna, armamento, munição, dentre outros;
2. Questões referentes à alimentação do efeti-
vo, além do fornecimento de água para hidrata-
ção da tropa;
3. Demais matérias de uso da escolta que se-
rão utilizados como cones, fitas de isolamento,
maleta de primeiros socorros, dentre outros;
4. Colocação das bandeiras nas motocicletas,
no caso de se tratar de chefes de Estado ou de-
legações;
5. Local em que serão realizados os abasteci-
mentos e calibragem dos pneus durante todo
período da missão.
Figura 202 - Emprego de bandeiras durante a realização de
escolta
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 230
11.8.4 Definição de Itinerários (oficial e alternativo)
Possuindo todas as informações coletadas na
primeira etapa do planejamento da escolta (recebi-
mento da missão), deverá ser realizado um estudo
prévio para a escolha de, no mínimo, dois itinerários.
Assim, terá o itinerário oficial que será utilizado caso
não ocorram anormalidades, e outro alternativo, em
situações que seja necessário a mudança de trajeto.
Neste sentido, ao realizar a escolha de ambos iti-
nerários, em ordem de prioridade, é importante levar
em consideração as seguintes circunstâncias:
1. Principais vias que podem ser empregadas;
2. Escolher vias que possuam menor complexi-
dade de deslocamento;
3. Distância do trajeto;
4. Relação do trajeto com o tempo (quanto tem-
po durará para ser cumprido o deslocamento);
5. Identificação de pontos críticos do tráfego da
via (cruzamentos, retornos, canalizações, entre
outros);
6. Relação entre os horários de deslocamento
com a fluidez da via (causa formação de caixa,
congestionamentos);
7. Preferência em escolher itinerários de fácil
fluxo;
8. Quando possível, evitar locais que possam
expor a riscos desnecessários.
11.8.5 Reconhecimento dos itinerários
Após a definição de, no mínimo, dois itinerários
(oficial e alternativo), é necessário reunir todo o efeti-
vo que será empregado na escolta, a fim de que pos-
sa apresentar os itinerários definidos, dirimindo dúvi-
das, expondo pontos críticos do trajeto, entre outras
especificidades relevantes.
Por conseguinte, é necessário realizar o reco-
nhecimento tanto do itinerário oficial, quanto do al-
ternativo, preferencialmente com 48 (quarenta e oito)
horas de antecedência do início da escolta como
todo o efetivo empregado.
Durante o reconhecimento, quando for neces-
sário, deverão ser realizadas paradas com vistas a
apresentar explicações acerca de determinados pon-
tos do trajeto que sejam mais complexos ou que pos-
suam detalhes que se julguem interessantes para os
demais componentes da escolta ter conhecimento.

CAPÍTULO 11 / ESCOLTA E SEGURANÇA 231
11.8.6 Execução da escolta
Durante esta etapa da escolta, que é propriamen-
te a execução, é possível dividir em dois momentos:
11.8.6.1 Antes do deslocamento
1. Checagem do efetivo;
2. Verificar se toda logística necessária encontra-
se sob carga;
3. Inspeção das viaturas.
11.8.6.2 Ao chegar no local que se iniciará a escolta
1. O grupamento de escolta deverá chegar ao lo-
cal com uma hora de antecedência, para evitar
atrasos;
2. Quando necessário, proceder
briefing com o
efetivo, como também fazer os ajustes finos ne-
cessários;
3. Ao chegar ao local, o comandante da escolta
deverá imediatamente contatar com o responsá-
vel para verificar se há algum tipo de mudança
nos horários do início de saída, itinerários, entre
outras informações;
4. Tendo-se conhecimento dos veículos que irão
compor a escolta, caberá ao comandante da es-
colta já realizar o posicionamento dos veículos
que estarão no comboio, bem como, das viatu-
ras, no dispositivo de escolta;
5. Ao se aproximar do início do deslocamento
da escolta, o comandante determinará que os
pontas-de-lança já desloquem e fiquem próxi-
mos aos pontos que devem ser bloqueados. Ao
receberem a ordem do comandante da escolta
assim o farão;
6. Com início da escolta, deverão ser adotados
os procedimentos doutrinários de escolta.
11.8.6.3 Finalização da escolta
Ao finalizar a missão de escolta, ao menos deve-
rá se atentar aos seguintes aspectos:
1. Realizar o
debriefing como todo efetivo, em es-
pecial, fazendo uma análise de aspectos positi-
vos e negativos;
2. Inspeção das viaturas utilizadas na missão;
3. Confecção de Relatório de Serviço.

MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR 232
11.9 ESTRUTURA DE ESCOLTA DE AUTORIDADE OU DIGNITÁRIO
Figura 203 - Formação do comboio de escolta de autoridade ou dignitário
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

CAPÍTULO 11 / ESCOLTA E SEGURANÇA 233
11.10 ESTRUTURA DE ESCOLTA DE CARGA DE VALORES
Figura 204 - Formação do comboio de escolta de carga de valores
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).

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Anexo A - Controle individual da frota
ANEXOS

CONTROLE INDIVIDUAL DE FROTA
Marca:____________________ Modelo:_______________________
Cor:______________________ Ano de Fabricação:______________
Placa:____________________ CHASSI:_______________________
ITEM OPERAÇÕES
PERÍODO
1000KM Data:4000KM Data: 8000KM Data: A CADA... KM DATA:
Tanque de tubulações Verificar
Filtro de combustível Limpar
Acelerador Verificar e Ajustar
Filtro de ar Limpar
Vela de ignição
LimparFolga de válvulas Ajustar
Óleo do motor Trocar
Filtro de tela de óleo Limpar / Trocar
Tensor da corrente de comando Ajustar
Corrente de transmissão Verificar/Ajustar/ Lubrificar
Pneus Verificar/Trocar
Pastilhas/sapatas dos freios Verificar/Trocar
Bateria Verificar/Trocar
Aros e raios das rodas Verificar/Trocar
Rolamentos da coluna de direção Verificar/Ajustar
Parafusos, porcas e fixações Verificar/Reapertar
Ocorrências:
Falhas Mecânicas
Data:____/____/______ Relato:________________________________________________________
______________________________________Acidentes/Danos
Data:____/____/______ Relato:________________________________________________________
________________________________________________________________________________

Anexo B - Controle geral da revisão da frota

CONTROLE GERAL DE REVISÃO DA FROTA
Motocicleta Observações
Revisões
1000KM Data: 4000KM Data: 8000 km Data: A CADA... KM DATA:
Próxima revisão em:
___/___/__
Próxima revisão em:
___/___/__
Próxima revisão em:
___/___/__
Próxima revisão em:
___/___/__
Placa/modelo
Placa/modelo
Placa/modelo
Placa/modelo
Placa/modelo
Placa/modelo
Placa/modelo
Placa/modelo
Placa/modelo
Placa/modelo
Placa/modelo

Anexo C - Manutenção de primeiro escalão

Manutenção de Primeiro Escalão – Data: ____/_____/_______
GH NOME MATRÍCULA
Marca:____________________ Modelo:_______________________
Cor:______________________ Ano de Fabricação:______________
Placa:____________________ CHASSI:_______________________
ITEM OPERANTE INOPERANTE OBSERVAÇÕES
Para-brisa
Baú ou bauleto
Espelhos retrovisores
Antena de corta pipa
Manopla de aceleração
Manete do freio dianteiro
Manete de embreagem
Sist. de Ilum. e sinalização
Sist. de luminosos e sirene
Tanque de combustível
Selim
Freios
Corrente de transmissão
Motor
Pedal do freio traseiro
Pedal de câmbio
Pneus e rodas
Descanso
Outras Observações:

SOBRE OS AUTORES
MAJ PM RICARDO PASSOS CONCEIÇÃO
Curso de Formação de Oficiais PM, 1991, Academia de Polícia Militar da Bahia.
Bacharel em Economia, 2000, pela Universidade Federal da Bahia.
Pós Graduado em Metodologia do Ensino Superior, 2003, pela Faculdade Batista Brasileira.
Pós Graduado em Relações Públicas com ênfase em Ouvidoria, 2006, pela Universidade do Estado da Bahia.
Pós Graduado em Gestão de Segurança Pública, 2007, pela Universidade do Estado da Bahia.
Curso de Motociclista Militar Escolta e Segurança, 1999, na PMBA.
Curso de Pilotagem de Motos em Situação de Alto Risco, 2001, na PMGO.
Curso de Pilotagem de Motos Honda, 1999, Salvador, Ba.
Curso de Trânsito Urbano para Oficiais, 1997, na PMBA.
Curso de Formação de Examinadores de Trânsito, 1997, pelo DETRAN/BA.
Conselheiro Titular do CETRAN, representando a PMBA.
Instrutor dos Cursos de Pilotagem de Motocicleta e Motopatrulhamento na PMBA e PMSE.
Criador do Grupo de Ações Rápidas e Repressivas do Águia (GARRA) na PMBA, em 2002, primeiro grupo tático com
utilização de motocicletas, na região Norte e Nordeste do Brasil.
Comandante do Esquadrão de Motociclistas Águia, entre 2012 e 2016.
MAJ PM RICARDO PASSOS

CAP PM LUCAS DÃ SANTANA BARRETO
Curso de Formação de Oficiais, 2006, Academia de Policia Militar da Bahia
Bacharel em Direito, 2012, Universidade Católica do Salvador
Curso de Segurança e Proteção de Autoridades, 2013, Exército Brasileiro
Curso de Motociclista Militar Escolta e Segurança, 2014, PMBA
Curso de Instrutor de Trânsito, 2016, Escola Baiana de Tecnologia Transporte e Trânsito
Curso Intermediário de Comando Operacional, 2017, PMBA
Instrutor dos Cursos de Motociclismo Militar na PMBA
CAP PM LUCAS DÃ

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Qualquer parte desta publicação poderá ser reproduzida desde que citada a fonte.
Ficha catalográfica elaborada por Sílvia Vieira do Sacramento Cunha CRB-5/1488
C744 Conceição, Ricardo Passos. Barreto, Lucas Dã Santana.
Manual do motociclista policial militar / Ricardo Passos Conceição e
Lucas Dã Santana Barreto. – Salvador, 2018

244f. : il. , color.
Inclui anexos.
1. Segurança pública. 2. Policiais militares. 3. Honda (motocicleta). 4.
I. Policia Militar da Bahia – PM-Ba. II.Título.

CDU 030.355

O Manual do Motociclista Policial Militar tem por
finalidade apresentar doutrinariamente a aplicação
do policiamento com emprego de motocicletas,
vislumbrando promover a uniformidade em relação
a esta modalidade de policiamento, apresentando
a padronização dos procedimentos operacionais
a serem aplicados no motopatrulhamento, bem
como criar diretrizes no Policiamento de Trânsito
e realização de escoltas; estas últimas, atividades
intrínsecas da utilização de motocicletas.
Didaticamente, o presente trabalho está dividido
em capítulos e tópicos, que vão das características
técnicas e mecânicas da motocicleta, passando
pela técnica de pilotagem, até alcançar o
desenvolvimento operativo na citada modalidade.
Neste diapasão, almeja-se difundir o conhecimento
técnico do policiamento com motocicletas, em
relação aos diversos aspectos que o permeiam.