Mapear português - A trilha da gramática

InaSouza5 1,132 views 96 slides Mar 03, 2024
Slide 1
Slide 1 of 96
Slide 1
1
Slide 2
2
Slide 3
3
Slide 4
4
Slide 5
5
Slide 6
6
Slide 7
7
Slide 8
8
Slide 9
9
Slide 10
10
Slide 11
11
Slide 12
12
Slide 13
13
Slide 14
14
Slide 15
15
Slide 16
16
Slide 17
17
Slide 18
18
Slide 19
19
Slide 20
20
Slide 21
21
Slide 22
22
Slide 23
23
Slide 24
24
Slide 25
25
Slide 26
26
Slide 27
27
Slide 28
28
Slide 29
29
Slide 30
30
Slide 31
31
Slide 32
32
Slide 33
33
Slide 34
34
Slide 35
35
Slide 36
36
Slide 37
37
Slide 38
38
Slide 39
39
Slide 40
40
Slide 41
41
Slide 42
42
Slide 43
43
Slide 44
44
Slide 45
45
Slide 46
46
Slide 47
47
Slide 48
48
Slide 49
49
Slide 50
50
Slide 51
51
Slide 52
52
Slide 53
53
Slide 54
54
Slide 55
55
Slide 56
56
Slide 57
57
Slide 58
58
Slide 59
59
Slide 60
60
Slide 61
61
Slide 62
62
Slide 63
63
Slide 64
64
Slide 65
65
Slide 66
66
Slide 67
67
Slide 68
68
Slide 69
69
Slide 70
70
Slide 71
71
Slide 72
72
Slide 73
73
Slide 74
74
Slide 75
75
Slide 76
76
Slide 77
77
Slide 78
78
Slide 79
79
Slide 80
80
Slide 81
81
Slide 82
82
Slide 83
83
Slide 84
84
Slide 85
85
Slide 86
86
Slide 87
87
Slide 88
88
Slide 89
89
Slide 90
90
Slide 91
91
Slide 92
92
Slide 93
93
Slide 94
94
Slide 95
95
Slide 96
96

About This Presentation

Mapas mentais de português (Amanda Ribeiro & Marcos Pacco), com a trilha da gramática desde a morfologia até a sintaxe, passando pelas classes gramaticais e sua funcionalidade e adentrando nas funções destas classes dentro da organização oracional.


Slide Content

Amanda Ribeiro & Marcos Pacco
A TRILHA DA GRAMÁTICAA TRILHA DA GRAMÁTICA
2ª Edição
Brasília/2020

2ª Edição – 10/2020
Brasília/DF
Editoração e Revisão
Marcos Pacco
@marcospacco.mp12
Ilustração*
Amanda Ribeiro
@amandinha_estudies
Textos e imagens
Mapear Português
Projeto gráfico e Capa
Rakell Simon
@rakellsimon
Direitos autorais
Criadores do site Mapear Português:
Marcos Pacco e Amanda Ribeiro
Contatos
Instagram: @mapearportugues
Facebook: @mapearportuguês
Gmail: [email protected]
Whatsapp: +55 61 99870-8866
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – De acordo com a Lei nº 9.610, de 19.02.1998,
nenhuma parte deste livro pode ser fotocopiada, gravada, reproduzida ou armazenada
em um sistema de recuperação de informações ou transmitida sob qualquer outra forma
ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico sem o prévio consentimento do detentor
dos direitos autorais e do editor.
*(algumas imagens fazem referência a desenhos de domínio público)
Sabemos que este trabalho nem de longe substitui o estudo sistemático da Gramática
realizado nas escolas e nos cursos preparatórios! Se conseguirmos, por meio do nosso
perfil e deste livro, pelo menos despertar nossas crianças e nossos adolescentes para
o estudo da nossa Língua e levá-los a construírem seus próprios mapas, nosso objetivo
já terá sido alcançado .

Dedicatória
A Deus, por ter feito um sonho se tornar realidade em minha vida, por
me conceder o privilégio de alcançar vidas por meio do meu perfil e ajudá-
las a alcançarem seus objetivos. À minha mãe, Renata, e ao meu pai, Pacco,
por me apoiarem em todos os meus projetos e sonhos. Sem vocês, eu não
teria alcançado tudo o que alcancei. Amo vocês. À minha irmã, Ana Júlia,
que sempre acreditou em mim e me fez superar desafios. Sem o apoio
dela talvez eu não fosse hoje tão determinada. Aos meus professores, que
me ensinaram grande parte do que sei hoje, não só sobre matérias, mas
também sobre a vida! Em especial, às professoras Naeje, Cátia, Angélica,
Erô, Mirian e Rakell. Aos meus queridos seguidores do Insta; vocês são d+.
Amanda
Ao Mestre dos mestres, Jesus Cristo, meu amigo, meu Senhor e meu
Salvador. À minha esposa, Renata, por acreditar que poderíamos fazer algo
criativo, inovador e útil para as pessoas. Você, de fato, tem visão de futuro!
À minha autora e influenciadora digital preferida, minha filha Amanda.
Obrigado pelas ideias, pelo capricho (sua marca registrada desde o berço),
pela sensibilidade e por ter suportado meu perfeccionismo. À minha caçula,
Ana Júlia, pelo incentivo, pela torcida e por tantas vezes me fazer sorrir. Aos
meus alunos e agora aos meus seguidores; na verdade, mais da Amanda do
que meus (risos). Amo a todos vocês!
Pacco

Queremos convidar você para uma aventura! O roteiro já está definido;
os mapas que nos indicarão, com precisão, todos os pontos pelos quais
devemos passar já estão prontos! Se aceitar nosso convite, você conhecerá,
no caminho, vários personagens que nos farão companhia nessa aventura
incrível pelas montanhas e cachoeiras do conhecimento! Quer vir conosco?
Então prepare sua mochila que a Trilha da Gramática vai começar!
Nossa aventura terá três jornadas, e em cada uma delas teremos que
desvendar os segredos de cerca de 40 mapas do tesouro, os mapas mentais
criativos. Com eles, não ficaremos perdidos na floresta!
A primeira jornada, que está completa neste livro-curso, começará no
conceito de Gramática (fase 1) e terminará nos Processos de Formação de
Palavras (fase 42). No percurso, enfrentaremos vários desafios, como os
pronomes e os verbos, os adjetivos e as preposições, o uso do hífen e o uso
dos porquês.
Para cada mapa, temos uma explicação anterior, que nós chamamos de
resumo teórico. Na verdade, esse resumo explica alguns detalhes do mapa e
acrescenta informações importantes. Então, nessa viagem você deve manter
consigo tanto o manual de instruções (o resumo teórico) quanto o mapa (o
mapa mental criativo). Um complementa o outro. Ambos serão sua bússola!
Quando completar a jornada, você ganhará um troféu de muito valor:
dominará os elementos básicos da Fonologia, da Morfologia e alguns
elementos da Sintaxe. Ainda não sabe o que é isso? Não tem problema:
você aprenderá no nosso segundo mapa! Tenha certeza de uma coisa: cada
fase valerá a pena: você desvendará os mistérios da nossa Língua de uma
forma surpreendente!
Bom, coloque muita coragem e disposição na mochila, porque já vamos
entrar na Trilha. E não se esqueça de compartilhar conosco, nas redes sociais
do Mapear Português, suas impressões e experiências nesta jornada.
Um abraço dos seus novos amigos de aventura:
Amanda e Pacco
Sobre este livro

A Turma do Mapear

Mapa da Trilha 9
Mapa 1: O que é Gramática 11
Mapa 2: As partes da Gramática 13
Mapa 3: Sons e Letras 15
Mapa 4: Encontros Vocálicos 17
Mapa 5: Encontros Consonantais 19
Mapa 6: Dígrafos 21
Mapa 7: Acentuação Gráfica 23
Mapa 8: Uso do Hífen: Regra Geral 25
Mapa 9: Uso do Hífen: Casos Particulares 27
Mapa 10: As 10 Classes de Palavras 29
Mapa 11: Como Identificar as Classes Gramaticais 31
Mapa 12: Substantivo 33
Mapa 13: Classificação dos Substantivos 35
Mapa 14: Artigo 37
Mapa 15: Numeral 39
Mapa 16: Adjetivo 41
Mapa 17: Plural dos Adjetivos Compostos 43
Mapa 18: Plural dos Substantivos Compostos 45
Mapa 19: Pronome 47
Mapa 20: Verbo 49
Mapa 21: Termos Essenciais da Oração 51
Mapa 22: Preposição 53
Mapa 23: Transitividade Verbal 55
Mapa 24: Complementos Verbais 57
Mapa 25: Verbos de Ligação 59
Mapa 26: Pronomes Pessoais 61
Mapa 27: Pronomes Demonstrativos 63
Mapa 28: Classificação da Partícula A 65
Mapa 29: Pronome Relativo 67
Mapa 30: Emprego dos Pronomes Relativos 69
Mapa 31: Pronomes Possessivos 71
Mapa 32: Pronomes Indefinidos 73
Mapa 33: Emprego de BASTANTE 75
Mapa 34: Pronomes Interrogativos 77
Mapa 35: Uso dos Porquês 79
Mapa 36: Verbos: Modos e Tempos 81
Mapa 37: Modo Indicativo 83
Mapa 38: Há e A 85
Mapa 39: Modo Subjuntivo 87
Mapa 40: Modo Imperativo 89
Mapa 41: Estrutura das Palavras 91
Mapa 42: Processos de Formação de Palavras 93
Índice

A Trilha da Gramática
Mapear Português 9

A Trilha da Gramática
Mapear Português 10
O que é Gramática?
Muitas vezes pensamos que gramática é um livrinho cheio de regras
que nunca vamos conseguir dominar, não é mesmo?
Mas não é nada disso! Ufa! Na verdade, todos nós temos uma
gramática interna, que vai desenvolver-se de acordo com a cultura em que
estivermos inseridos. Observe que mesmo uma pessoa que não tenha tido
a oportunidade de ir à escola consegue se comunicar por meio da nossa
Língua. Isso ocorre porque ela desenvolve sua competência linguística pela
interação com os pais, com os familiares, com os amigos.
Ora, se nós já nascemos com essa “gramática interna”, por que
precisamos estudar Gramática?
Neste mapa, mostramos pelo menos três conceitos de Gramática.
E o que há em comum entre eles? A clareza de que conhecer os elementos
e os processos gramaticais nos possibilita uma comunicação mais eficaz e
criativa por meio da nossa Língua.
A Gramática que estudamos na escola – que é exigida na comunicação
oficial, no ENEM, em vestibulares ou em concursos – é a Gramática
Normativa. Ela de fato, é um conjunto de prescrições e regras que
determinam o uso considerado correto da língua escrita e falada. Nosso
objetivo, com esse livro de mapas, resumos e esquemas, é ajudar você a
dominá-las.
Estudar Gramática pode ser muito divertido. Vamos juntos?
Scanned by CamScanner

A Trilha da Gramática
Mapear Português 11

A Trilha da Gramática
Mapear Português 12
As partes da Gramática
Muita gente nos pergunta: “Por onde devo começar a estudar
Gramática?” Entendemos que, primeiramente, é fundamental conhecer
as três partes que a compõem. Criamos, então, o triângulo FOMOSIN, que
representa essas três partes:
FO = Fonologia: estuda os SONS das palavras (os fonemas);
MO = Morfologia: estuda a FORMA, a CLASSE das palavras;
SIN = Sintaxe: estuda a ORDEM, a POSIÇÃO das palavras na frase;
estuda a RELAÇÃO entre as palavras na oração e, principalmente,
a FUNÇÃO que as palavras e as orações exercem nos períodos de
um texto.
Existem duas áreas linguísticas que têm profunda relação com a
Gramática:
1) Semântica: estuda os significados literais e contextuais das
palavras. São objetos de estudo da Semântica, por exemplo, os
sinônimos (palavras com significado semelhante – alegria e
prazer), os antônimos (palavras com significado oposto – alegria e
tristeza), os homônimos (palavras com grafia ou pronúncia iguais
e significados diferentes – cela , sela) e os parônimos (palavras
parecidas na grafia e na escrita e com significados diferentes –
retificar e ratificar).
2) Estilística: estuda os recursos de expressividade da língua e as
formas utilizadas para se dar um tom artístico ou expressivo ao texto.
São exemplos de recursos estilísticos as figuras de linguagem.
Agora que você já conhece as três partes da Gramática e as duas
áreas linguísticas que têm relação com ela, que tal se aprofundar em cada
uma delas?
Nós vamos ajudar você! Neste primeiro volume da coleção MAPEAR,
vamos falar de Fonologia, de Morfologia e um pouco de Sintaxe.
Scanned by CamScanner

A Trilha da Gramática
Mapear Português 13

A Trilha da Gramática
Mapear Português 14
Sons e Letras
Muito antes de aprendermos a escrever, aprendemos os sons das
palavras. Por exemplo, uma das primeiras palavras que aprendemos
é “mamãe”. Essa palavra é formada por 5 sons que se juntam para
produzir um sentido, um significado. Cada um desses sons é chamado
de fonema. O fonema é a menor unidade de som distintiva de uma
língua, ou seja, o menor som pelo qual podemos diferenciar palavras.
Veja:
/saco/ /sapo/ /p apo/ /pa to/ /m ato/ /mi to/
Uma criança consegue diferenciar esses sons na fala muito antes de
aprender a escrever. Depois de um tempo — normalmente quando vai para
a escola ou é alfabetizada em casa —, aprende que existe uma forma de
representar os sons: as letras ou grafemas .
As letras são representações visuais dos sons da língua. Na nossa
Língua, temos 26 letras, que formam o nosso alfabeto. De uma maneira
simples, podemos dizer que são símbolos, códigos, desenhos. Cada
letra representa um som (fonema), mas há casos em que o som é
representado por duas letras (dígrafos), um caso em que uma letra
representa dois sons (dífono) e alguns casos em que o mesmo som é
representado por letras diferentes. Veja:
/casa/ /exato / /zebra/
Observe, nos exemplos acima, que o som /z/ é representado por três
letras diferentes: s, x, z, o que pode gerar muitas dificuldades na hora de
escrever. Por isso é importante ler bastante e estudar ortografia (a forma
correta de se escrever as palavras).
Existem três tipos de fonemas:
1) vogais - sons produzidos por uma corrente de ar proveniente dos
pulmões que passa livremente pela cavidade oral (boca) e pela cavidade
nasal (nariz). Existem sete vogais orais e cinco vogais nasais, que são
representadas pelas letras a, e , i, o, u.
• vogais orais: /a/, /é/, /ê/, /i/, /ó/, /ô/, /u/
• vogais nasais: /ã/, /e/, /i/, /õ/, /u/. A nasalidade pode ser representada
pelo sinal ~ (til) ou pelas letras consoantes m e n em final de sílaba.
2) consoantes - sons produzidos por uma corrente de ar proveniente
dos pulmões que encontra obstáculos na sua passagem pela boca ou
pelo nariz; são dependentes de uma vogal para serem pronunciados.
Existem 21 consoantes (b, c, d, f, g, h, j, k, l, m, n, p, q, r, s, t, v, w, x, y, z)
3) semivogais - são sons que se assemelham às vogais e às
consoantes; passam livremente pelas cavidades bucal ou nasal, porém
também precisam de uma vogal na sílaba, ou seja, são sons fracos, que não
têm independência. São semivogais /i/ e /u/, e podem ser representadas
pelas letras i, u, e , o.
/pai/ /mau / /mãe / /mão /
As sílabas são um fonema vocálico ou um grupo de fonemas diversos
pronunciados de uma vez. Não existe sílaba sem vogal, assim como não
existe sílaba com mais de uma vogal.
/a-mor/, /ru-a/, /Pi-au-í/, /tungs-tê-ni-o/
É importante saber tudo isso, porém o que mais importa é conhecer
as palavras. As palavras são a unidade básica de comunicação. São
formadas por fonemas, sílabas e letras que nos levam a um significado.
Nossa aventura pela Trilha está apenas no começo! Ainda temos muito
a desvendar sobre as palavras!
Vamos, juntos, conhecer a Trilha da Gramática!
~
~ ~

A Trilha da Gramática
Mapear Português 15

A Trilha da Gramática
Mapear Português 16
Encontros Vocálicos
Você sabia que muitas vezes as vogais se encontram com outras
vogais ou semivogais na mesma sílaba ou em sílabas separadas? Esses
encontros são chamados de encontros vocálicos. Eles se classificam de
três formas:
1. Tritongo: significa, de forma literal, três sons. Ocorre quando uma
semivogal, uma vogal e outra semivogal se encontram na mesma sílaba.
/Uruguai / /sag uão/
2. Ditongo: literalmente, significa dois sons. Ocorre quando uma vogal
e uma semivogal se encontram na mesma sílaba. De acordo com a ordem
desses sons na sílaba, o ditongo se classifica em:
a) ditongo crescente: o som vai do mais fraco (semivogal) ao mais
forte (vogal).
/cárie/ /armário/
b) ditongo decrescente: o som vai do mais forte (vogal) para o mais
fraco (semivogal).
/mamãe / /pap ai/
Os ditongos também podem ser orais (os sons saem apenas pela
boca — pai, rói, céu) ou nasais (saem pela boca e pelo nariz — mãe, pão,
ninguém).
Observe que na palavra ninguém, citada acima, a letra “m” funciona
como um sinal de nasalidade e surge a semivogal “i” quando pronunciamos
a palavra. Ou seja, escrevemos de uma forma, mas pronunciamos de
outra forma. A classificação do ditongo leva em conta a forma como
pronunciamos. Temos, portanto, um ditongo nasal decrescente.
ninguém = ni/gei
3. Hiato: essa palavra tem um significado interessante — lacuna,
abertura. Na gramática, é o encontro de duas vogais em sílabas separadas,
ou seja, existe uma lacuna entre elas:
/po-e-ta / /ca-í-mos/ /ru-im/ /ca-a-tin-ga/
Por que é importante conhecermos os encontros vocálicos?
Principalmente por dois motivos:
1) para separar adequadamente as palavras na translineação (quando
passamos de uma linha para outra no texto);
2) para fazer a acentuação gráfica correta de algumas palavras
(veremos esse assunto mais à frente).
Bom, agora para você memorizar com mais facilidade, veja as letras que
estão nos balões que o casal está segurando: TDH, um acróstico para nos
lembrarmos dos três encontros vocálicos — Tritongo, Ditongo e Hiato.
Esperamos que você tenha gostado! Vamos continuar nossa Trilha?
~
~
Scanned by CamScanner

A Trilha da Gramática
Mapear Português 17

A Trilha da Gramática
Mapear Português 18
Encontro Consonantal
Já estudamos que existem sons vocálicos (formados por vogais e
semivogais). Agora vamos estudar os sons consonantais. As palavras,
unidades básicas de comunicação , são formadas por fonemas ou
agrupamento de fonemas (sílabas). Não existem sílabas sem vogais;
normalmente as sílabas são formadas por vogais e consoantes. Numa
palavra, pode haver encontros vocálicos ou encontros consonantais.
Os encontros consonantais são agrupamentos de consoantes
em sequência na palavra; podem fazer parte da mesma sílaba ou não.
Classificam-se em:
• encontros perfeitos, próprios ou puros: as consoantes ficam na
mesma sílaba e geralmente contém “l” ou “r”. Na separação silábica,
eles devem ficar juntos:
pra-to, Plu-tão, fra-se, Cló-vis.
• encontros imperfeitos, impróprios ou disjuntos: são as
consoantes que se encontram na palavra, mas na separação
silábica ficam em sílabas diferentes:
sus-to , ad-mi-nis-trar
É importante observar que numa mesma palavra podemos ter
encontros perfeitos e imperfeitos, como é o caso da palavra plástico:
/plás-ti-co/
Uma consoante não tem independência fonética, ou seja, não pode ser
pronunciada isoladamente. Portanto, na separação silábica, ela não pode
ficar sozinha na sílaba: pneu, mne-mô-ni-co.
~
~
Não podemos, também, confundir encontro consonantal com dígrafo
consonantal: no encontro consonantal temos dois sons consonantais
diferentes; no dígrafo, temos um único som, porém representado por duas letras. Vamos ver?
cacto = cac-to = encontro consonantal
exceção = ex-ce-ção = dígrafo consonantal
Devemos, também, evitar um erro muito comum: M e N ao final de
sílabas não são sons consonantais — funcionam simplesmente como sinais de nasalidade. Fazem parte de dígrafos vocálicos ou ditongos. Veja:
samba = /sam-ba/ = /s/ã/b/a ninguém = /nin-guém/ = /n/i/g/e/i/
Nessas palavras, não temos encontro consonantal, porque a letra M,
neste contexto, não representa um som: simplesmente transmite uma
nasalidade para a vogal anterior; tanto é assim que temos apenas quatro e
cinco fonemas, respectivamente, que seriam assim representados:
/s/ã/b/a /n/i/g/e/i/
Parece um pouco difícil, não é mesmo? Mas são detalhes importantes
da nossa Língua que precisamos conhecer!
Existem muitos desafios nesta Trilha, mas vamos vencê-los!
~~
Scanned by CamScanner

A Trilha da Gramática
Mapear Português 19

A Trilha da Gramática
Mapear Português 20
Dígrafos
Vamos agora passar por mais uma fase da nossa incrível aventura.
Estamos estudando Fonologia, ou seja, a parte da gramática que estuda
os sons da língua. Já aprendemos sobre sons e letras . Vimos, por exemplo,
que o fonema é a menor unidade distintiva de uma palavra. Quando
pronunciamos sapo e saco , observamos que o que diferencia tais palavras
é apenas um som consonantal. Aprendemos também que vogais e
semivogais podem se encontrar numa sílaba; que também há encontros
consonantais, consoantes que se encontram na mesma sílaba ou em
sílabas separadas.
Normalmente, uma letra representa um único som, porém temos na
nossa Língua um fenômeno fonético chamado dígrafo. Essa palavra é a
junção do prefixo “di”, que significa “dois”, mais o radical “grafo”, que de uma
maneira simples significa grafema ou letra ; portanto, dígrafos são duas
letras que representam um único som (fonema). Existem 10 dígrafos
vocálicos e 11 dígrafos consonantais.
Os dígrafos vocálicos são formados pelo encontro das vogais a, e, i,
o, u com as letras consoantes m e n em final de sílabas. Nesse caso, tais
letras consoantes não funcionam como consoantes, mas como sinais de
nasalidade. Observe as seguintes palavras:
samba tempo limpo pombo bumbo
O que há de comum entre elas? As cinco possuem cinco letras e quatro
sons (fonemas). Todas elas podem ser divididas em duas sílabas:
sam-ba tem-po lim-po pom-bo bum-bo
Em todas elas, a letra consoante m não está iniciando uma sílaba (se
isso acontecesse, ela representaria um fonema). Considere o som dessas
palavras. Elas poderiam ser assim representadas:
sãba tepo lipo põbo bubu
Sabemos que elas não são escritas dessa forma, porque nossa Língua
tem uma convenção ortográfica (um acordo) que leva em consideração
a origem das palavras e a tradição de como elas foram escritas. Mas,
considerando apenas o som, a letra m — presente em todas essas palavras
— tem exatamente o mesmo valor do sinal de nasalidade til. Claramente
percebemos, portanto, que essas palavras têm apenas quatro sons. Como
os encontros am, em, im, om e um representam um único som, temos aí os
dígrafos vocálicos.
Além desses grupos vocálicos, temos aqueles com valor consonantal.
Observe as palavras chave e xale. O som inicial dessas palavras é o mesmo,
porém são escritas de formas diferentes: o fonema Inicial dessas palavras é
representado no primeiro caso pelo encontro ch e no segundo caso pela letra
x. Dizemos portanto que o ch é um dígrafo consonantal, já que representa
um único som com valor de consoante.
Existem 11 dígrafos consonantais e, na separação silábica, cinco deles
são inseparáveis: ch, lh,nh,qu, gu.
Então é isso, pessoal. Nosso cachorrinho Dig Dig tem esse nome
porque queremos que você se lembre de que existem dois tipos de dígrafos:
dígrafos vocálicos e dígrafos consonantais. Alíás, quantos dígrafos
existem na frase “Esse é o DIG DIG, um cachorrinho lindo e mansinho”?
Quem respondeu 8 acertou!!
Esperamos que você esteja feliz nessa Grande Aventura. Até a próxima
fase.
~ ~~

A Trilha da Gramática
Mapear Português 21

A Trilha da Gramática
Mapear Português 22
Acentuação Gráfica
Vamos continuar nossa jornada conversando sobre um assunto
de Fonologia, ou seja, a parte da gramática que estuda os sons das
palavras.
A acentuação gráfica trata dos sinais gráficos que nos indicam a
pronúncia das palavras na nossa Língua.
Temos apenas dois acentos gráficos propriamente ditos: o agudo (´) e
o circunflexo (^), que têm como principal função indicar a sílaba mais forte
(a tônica) e se o som da vogal é aberto ou fechado. O acento grave (`) não
indica a sílaba tônica e é chamado de sinal indicativo de crase (assunto que
estudaremos em outra oportunidade). O til (~) também não é considerado
um acento, e sim um sinal de nasalidade, ou seja, um indicador de que o
som sairá também pelo nariz.
Então, depois de entendermos quais são os acentos e para que eles
servem, precisamos lembrar a classificação das palavras quanto à posição
da sílaba tônica, ou seja, da sílaba mais forte. De acordo com esse critério,
as palavras podem ser:
1) Oxítonas: a sílaba mais forte é a última. Ex.: so fá, acarajé, tatu, fé,
açaí, cipó, caju...
2) Paroxítonas: a sílaba mais forte é a penúltima. Ex.: ca deira, copo,
livro, fá cil, táxi...
3) Proparoxítonas: a sílaba mais forte é a antepenúltima. Ex.: médico,
côncavo, colégio...
É importante saber que a maioria das palavras têm acento tônico,
mesmo que não tenham acento gráfico. Acento tônico é a mesma coisa que
sílaba tônica: sol , caju, trovão, sozinha, retra to.
No nosso resumo, indicamos 5 REGRAS de ACENTUAÇÃO. As
três primeiras têm a ver com as palavras oxítonas, paroxítonas e
proparoxítonas. As outras duas são casos especiais. Criamos uma
forma fácil de você memorizá-las: o mnemônico OPA! PRO HIATO TEM
DIFERENCIAL, que significa:
O – Oxítonas: a, e, o - (s), em, ens
PA – Paroxítonas: as não terminadas como as anteriores
PRO – Proparoxítonas: todas
HIATO – regra específica para acentuação das vogais I e U, quando
sozinhas na sílaba ou seguidas de “s”. Lembrando que hiato é o encontro
de vogais em sílabas separadas. Observe, porém, que, se as vogais I e
U estiverem antecedidas por ditongos em palavras paroxítonas, não
receberão acento: Exemplos: ba-ú, I-ta-ú, ba-la-ús-tre, a-ça-í, Ju-í-na,
con-tri-bu-ís-te (hiatos com acento); fei-u-ra, bai-u-ca, Bo-cai-u-va
(hiatos sem acento)
TEM DIFERENCIAL – os casos das palavras que recebem acento
gráfico para serem diferenciadas quanto à classe gramatical e o sentido.
Ex.: Vou pôr o livro na estante. (verbo)
Vou por outro caminho. (preposição).
O Novo Acordo Ortográfico de 1990 não cita, no conjunto das regras
de acentuação, uma regra muito comum: as paroxítonas terminadas
em ditongo crescente. Na verdade, ele coloca tais palavras na regra
das proparoxítonas e as considera proparoxítonas aparentes.
Exemplos: co-lé-gi-o, ar-má-ri-o, san-dá-li-a, A-mé-li-a.
#ficaadica

A Trilha da Gramática
Mapear Português 23

A Trilha da Gramática
Mapear Português 24
1) Se o primeiro elemento terminar com uma letra igual à letra que
inicia o segundo elemento, os dois elementos devem ser separados por
hífen no composto: “iguais se separam”. Veja os exemplos:
micro-ondas anti-inflamatório super-resistente
Observe que o primeiro elemento, nos três casos, termina com uma
letra que é igual à que inicia o segundo elemento. Dessa forma, devem ser
separados.
2) Se o primeiro elemento terminar com uma letra diferente daquela
que inicia o segundo elemento, os dois elementos se atraem, ou seja, não
podem ser separados por hífen: “diferentes se atraem”.
micronutriente anticoncepcional superinteressante
É importante notar que quando houver a junção de alguma vogal com
as consoantes r ou s, deveremos dobrar a consoante, ou seja, usá-la de
forma duplicada:
antissocial autossabotagem autorretrato
Essas duas regrinhas vão servir para a maioria dos casos: iguais
se separam e diferentes se juntam. Porém, na Língua Portuguesa,
normalmente temos exceções, chamadas de casos particulares. É o que
veremos na próxima fase da Trilha, isto é, no próximo mapa.
Mas, antes disso, tenha cuidado com esta exceção: com os prefixos
CO, RE, PRO, os dois elementos do composto estarão juntos, mesmo que
o segundo deles comece com uma vogal igual à vogal final desses prefixos.
Veja:
coobrigar reenviar proótico
Um abraço. A gente se encontra na próxima fase!
Uso do Hífen — Regra Geral
Na Língua Portuguesa, temos palavras primitivas ou derivadas, simples
ou compostas. Palavras primitivas são aquelas que nasceram primeiro e dão
origem a outras (chamadas derivadas). Derivadas são aquelas formadas,
normalmente, a partir do acréscimo de um elemento significativo, chamado
de prefixo (quando vem antes) ou sufixo (quando vem depois do radical).
As palavras simples são aquelas que têm apenas um radical, ou seja,
uma base de significação; já as palavras compostas possuem mais de um
radical e podem ou não estar ligadas entre si por hífen.
Entre os usos do hífen, com certeza se destaca a formação de palavras
compostas. Tais palavras são formadas pela junção de outras duas
palavras ou pela junção de um prefixo ou falso prefixo ao radical. Existem
muitas particularidades para o uso do hífen, por isso teremos dois mapas
para tratar desse assunto. Aqui vamos tratar de duas regras gerais que vão
ajudar você a ter muita segurança na hora de empregar esse sinal.
De forma geral, o uso do hífen depende de como termina a primeira
palavra do composto e de como começa a segunda palavra. Por exemplo,
a palavra autoescola é formada pelos elementos auto e escola; o primeiro
elemento termina na vogal “o” e o segundo começa pela vogal “e”. Você
pode considerar o seguinte: iguais se separam e opostos se atraem!
Quando falamos “opostos”, estamos querendo apenas associar essa regra
a uma expressão popular— opostos se atraem —, mas considere no lugar
da palavra “opostos” a palavra diferentes, ou seja, diferentes se atraem.
Como assim?
Bom, podemos dizer que existem duas regras que, de modo geral,
resolvem quase todos os casos:

A Trilha da Gramática
Mapear Português 25

A Trilha da Gramática
Mapear Português 26
Muito BEM, EM, EM, EM, EM! índio TUPI não quer pão e circo na
fauna e na flora!
1. sufixos de origem TUPI (açu, guaçu, mirim)
2. prefixos PAN, CIRCUM
3. advérbio BEM
4. prefixos terminados em EM: RECÉM ALÉM, SEM, AQUÉM
(acróstico RASA)
5. nomes da zoologia ou da botânica
jacaré-açu Guajará-mirim pan-americano
circum-navegações bem-humorado recém-casado
sem-terra erva-doce tatu-bola
Sabemos que vai dar um pouco de trabalho vencer todos os desafios
desta fase da Trilha, mas vai valer a pena! Com este mapa, encerramos um
ciclo que tem a ver com Fonologia e Ortografia. Vamos, agora, rumo a uma
grande aventura: a casa das palavras!
Uso do Hífen – Casos Particulares
Às vezes, a gente chega a pensar que precisa ser um super-homem ou
uma mulher-maravilha para lembrar tantas regrinhas de Português, não é mesmo?
Por isso criamos um personagem inspirado no Super-Homem:
o Super-Hífen. Ele vai nos ajudar a lembrar os 10 principais casos
particulares, ou seja, as 10 principais exceções ao uso do hífen. Esses casos estão relacionados, em sua maioria, a prefixos que devem ser separados por hífen. Para você memorizar com mais facilidade, dividimos em dois
grupos. O primeiro grupo é representado por um mnemônico esquisito:
Prefeito H, da sub-região, é um mal ex-vice do PPP
Com isso, você memoriza o primeiro grupo com cinco primeiros prefixos
que devem ser separados por hífen.
Pref H = qualquer prefixo + palavra iniciada por H
Sub R = prefixo SUB + palavra iniciada por R
MAL = advérbio MAL + qualquer vogal
EX VICE = prefixos EX e VICE são sempre separados
PPP = prefixos PRÉ, PRÓ, PÓS acentuados são sempre separados
super-higiênico sub-regional mal-amado ex-jogador
vice-presidente pré-candidata pró-animais pós-moderno
O segundo grupo contém prefixos e pode ser memorizado pelo
mnemônico:
Scanned by CamScanner

A Trilha da Gramática
Mapear Português 27

A Trilha da Gramática
Mapear Português 28
As 10 Classes de Palavras
Somos apaixonados por esta casinha. Eu (Amanda) já fiz esse desenho
várias vezes! Essa é a CASA DAS DAS PALAVRAS, a casa das classes
gramaticais. Se vo cê não sabe por onde começar a estudar Morfologia,
fica a dica: comece pelas classes gramaticais. Aprenda a diferenciar, por
exemplo, substantivos de adjetivos; artigo de preposição; pronome de
advérbio. Saber identificar as classes num texto é o início de tudo.
Existem cerca de 500.000 palavras na nossa Língua. E cada uma delas
pertence a uma das 10 classes gramaticais (grupos). Numa linguagem
figurada, cada palavra pertence a uma “tribo”!
Existem três colunas nessa casa gramatical:
1ª: classes variáveis que se referem ao substantivo: ANAP.
2ª: classes variáveis principais: o verbo e o substantivo: VS .
3ª: classes invariáveis: advérbio, conjução, preposição e interjeição: A CPI.
Por que destacamos, no meio da casa, VS (verbo e substantivo)? Porque
são as duas classes mais importantes. Praticamente, toda a gramática gira
em torno dessas duas classes.
Por exemplo, ANAP ( artigo, numeral, adjetivo, pronome) só existem
por causa do substantivo. Essas classes (ANAP) servem para indicar o
gênero (masculino ou feminino), o número (singular ou plural) do substantivo
e expressar inúmeras ideias em relação a ele (qualidade, característica,
posse, indefinição, quantidade etc.). São chamadas de determinantes e
modificadores de substantivo.
Os meus dois amigos mais próximos viajarão comigo.
Já o advérbio, que é uma das classes invariáveis (A CPI), estabelece
relação de sentido com o verbo, mas pode se relacionar, também, com
adjetivos e com outros advérbios. Em alguns casos, pode mudar o sentido
de uma frase inteira.
Ana canta bem.
Ana canta muito bem!
Ana chegou mais feliz.
Atualmente algumas pessoas estão em quarentena.
E quanto à CPI? (calma, não se trata de comissão parlamentar de
inquérito rsrsrs). Trata-se de classes invariáveis. Não estabelecem relação
direta com nenhuma das outras classes. Mas são muito importantes,
principalmente as conjunções (que ligam termos, orações e estabelecem
diversas relações de sentido) e as preposições (que ligam palavras e
estabelecem relações de sentido na frase). As interjeições servem para
expressar, de modo vivo, as emoções e é uma classe independente, ou seja,
não tem praticamente nenhuma relação com as demais. Veremos exemplos
dessas classes posteriormente.
Bom, temos muito trabalho pela frente! Este mapa serve apenas para
dar uma ideia geral das classes. Teremos que estudar uma a uma para
concluir A Trilha da Gramática.
Scanned by CamScanner

A Trilha da Gramática
Mapear Português 29

A Trilha da Gramática
Mapear Português 30
Pelo critério da ideia, as palavras são muito semelhantes, pois ambas
podem ser consideradas qualidade. Há uma pequena diferença, que
poucas pessoas percebem: “inteligência” dá nome a uma qualidade, a algo
que existe de forma abstrata, já “inteligente” é uma característica atribuída
a algo ou alguém.
Pelo critério da variação, podemos notar outra diferença: os adjetivos
possuem a variação em grau superlativo, que serve para intensificar,
amplificar o sentido de uma palavra; os substantivos não possuem essa
variação.
Maria é inteligentíssima.
(grau superlativo absoluto sintético do adjetivo)
Maria é muito inteligente.
(grau superlativo absoluto analítico do adjetivo)
Maria é muito inteligência.
(esta frase estaria incorreta, porque naturalmente o substantivo não aceita o grau
superlativo).
O que nós quisemos demonstrar a você com essa análise? A forma
mais segura de comparar as palavras e definir a que classe elas pertencem
é observá-las pelos critérios R + I + V e não apenas pela ideia. No início,
isso pode dar muito trabalho! Com o tempo se torna algo simples de fazer.
Uma palavra pode pertencer a mais de uma classe? A resposta é SIM!
Na frase “Sabemos que a vida está sujeita a problemas”, temos
duas ocorrências da partícula a. Mas, pelos critérios da relação e
da variação, você já pode perceber que elas têm classificações
diferentes: a primeira é artigo e a segunda é preposição. Segure a
ansiedade que vamos estudar esse assunto mais para a frente!
#ficaadica
Uau! Você já passou por 11 fases da Trilha! Comemore!!!!
Como Identificar as Classes Gramaticais
Já aprendemos que nossa casa gramatical tem 3 colunas: as 4 classes
variáveis “coadjuvantes”; as 2 classes variáveis “protagonistas”; e as 4 classes
invariáveis. Existem cerca de 500.000 palavras no nosso idioma, apesar de
utilizarmos no máximo 10.000 desse conjunto. Cada uma delas, geralmente,
pertence a uma classe gramatical. Mas como podemos identificar a classe
de cada palavra?
Normalmente as pessoas classificam as palavras pela IDEIA que
elas expressam. O problema é que esse critério, sozinho, tem falhas. Por
exemplo: as palavras “inteligência” e “inteligente” indicam qualidade. Na
escola, aprendemos que adjetivo é a palavra que indica qualidade. Mas
“inteligência” é substantivo e “inteligente” é adjetivo. E agora? O ideal é
seguir TRÊS critérios para definir a que classe pertence uma palavra:
Relação + Ideia + Variação (RIV)
Você gosta de Matemática? Vamos criar uma equação para representar
os três critérios: R + I + V= X, em que R é a relação que uma palavra
estabelece com outra na frase, I é a ideia que a palavra transmite, V são as possíveis variações que a palavra pode sofrer na sua forma e X é a classe
gramatical.
Vamos analisar as palavras inteligência e inteligente?
Pelo critério da relação , já se nota a diferença entre as palavras.
Podemos falar “Maria é inteligente”, mas soa muito estranho falar “Maria é
inteligência”. Por que soa estranho? Porque normalmente um substantivo
não qualifica o outro e nessa frase tanto “Maria” quanto “inteligência”
são substantivos. Já na frase “Maria é inteligente”, não há nada estranho: a
palavra “inteligente” estabelece uma relação natural com “Maria” e indica
uma qualidade dela.

A Trilha da Gramática
Mapear Português 31

A Trilha da Gramática
Mapear Português 32
Substantivos
As duas classes mais importantes são os substantivos e os verbos.
Vamos aprender hoje um pouco mais sobre SUBSTANTIVOS?
A palavra substantivo veio de SUBSTÂNCIA. Os latinos chamavam de
SUBSTANTIVO tudo aquilo que tivesse uma substância, uma essência.
Claro que aí cabiam apenas os substantivos concretos, como pessoas,
coisas, objetos etc.
Com o tempo, percebeu-se que algumas coisas existiam, mas não eram
tangíveis, concretas. Daí surgiu o conceito de substantivos abstratos – que
não podem ser vistos, tocados ou mensurados. São normalmente ações
(chegada, fiscalização, implantação), sentimentos (amor , paz, harmonia)
e ideias (imaginação , beleza, ética).
Tudo o que existe tem um NOME. Portanto, substantivo é a palavra
que dá NOME aos seres, a tudo o que você vê, ouve, sente ou imagina.
Os substantivos também podem ser classificados de acordo com
a ideia que expressam e com o processo de formação. Veremos isso
com mais detalhes na próxima fase. Mas, antes disso, vejamos aqui
resumidamente:
Ele trouxe o quebra-cabeça.
Nessa frase, temos claramente um substantivo: quebra-cabeça.
Essa palavra faz referência a um objeto, ou seja, a algo concreto, tangível,
mensurável. De uma maneira simples, indica algo que pode facilmente ser
visto ou tocado, algo que tem natureza independente, pois não precisa da
nossa imaginação para existir. Então dizemos que se trata de um substantivo
concreto. Ao mesmo tempo, o substantivo quebra-cabeça é formado
pela junção de duas palavras; portanto dizemos que é um substantivo
composto. Se fosse apenas uma palavra, seria chamado de substantivo
simples.
Mas o que importa mesmo é que o substantivo (o verbo também)
sempre é a palavra mais importante numa expressão. Por isso dizemos que
ele tem uma função NUCLEAR. Olhe esta frase:
As minhas duas melhores amigas viajaram.
Todas as palavras da frase obrigatoriamente concordam em número
com o substantivo “amigas” e a maioria concorda em gênero.
As palavras que antecedem o substantivo “amigas” pertencem ao
acróstico ANAP – artigo, numeral, adjetivo e pronome. Essas classes que se
referem ao substantivo são os elementos determinantes ou modificadores.
É importante, também, conhecer as flexões (variações) do substantivo.
Ele muda de acordo com:
• gênero (masculino e feminino): cidadão/cidadã
• número (singular e plural): papel/papéis
• grau (aumentativo e diminutivo): homenzarrão/homenzinho
Quer saber se uma palavra é um substantivo? Veja se ela aceita
facilmente a anteposição de um dos artigos: o, os, a, as, um, uma, uns,
umas.
Vamos continuar na Trilha! Na próxima fase, estudaremos a
classificação dos substantivos.

A Trilha da Gramática
Mapear Português 33

A Trilha da Gramática
Mapear Português 34
Classificação dos Substantivos
Tudo bem? Agora que já sabemos o que são substantivos, vamos
estudar a classificação deles quanto à ideia que expressam e ao processo
de formação.
Antes, vamos explicar nosso mnemônico (técnica de memorização):
CASC DP PCC. Em algumas regiões do país, existe, na linguagem popular,
o verbo cascar, no sentido de sair, “dar o fora”, “vazar”. Daí nosso acróstico
CASC. Já o DP pode ser a abreviação de Delegacia de Polícia. E PCC é um
grupo criminoso conhecido.
Como já falamos, a técnica de ASSOCIAÇÃO – que nos ajuda a lembrar
o conteúdo – às vezes ocorre com expressões sem muito sentido. Foi o que
fizemos aqui: CASC pra DP, PCC !!!
Vamos voltar agora à explicação da matéria.
• Quanto à ideia, o substantivo pode ser concreto ou abstrato,
comum ou próprio, e coletivo.
• Quanto ao processo de formação, ele pode ser simples ou
composto, primitivo ou derivado.
• A palavra amor, por exemplo, se classifica como substantivo
abstrato (depende de outro substantivo para existir, ou seja, tem
natureza dependente); comum (porque dá nome a um sentimento
que é comum a vários seres); simples (porque tem apenas um
radical, ou seja, é formado por apenas uma palavra) e primitivo
(porque é uma palavra original, ou seja, dá origem a outras, como
amoroso, desamor...).
• A palavra quero-quero, por exemplo, se classifica como substantivo
concreto (tem natureza independente – é uma ave); comum
(porque dá nome a uma espécie); e composto (porque é formado
pelo processo de composição – junção de duas palavras).
Então é bom ficar atento: uma mesma palavra pode ter diversas
classificações quanto à forma e à ideia que expressa.
Scanned by CamScanner

A Trilha da Gramática
Mapear Português 35

A Trilha da Gramática
Mapear Português 36
Artigos
Tudo bem? E se eu falasse para você que existe uma classe gramatical
que contém apenas 2 palavras?
Seria bom, não é mesmo? Pois ela existe: ARTIGO. As palavras são:
O (artigo definido) e UM (artigo indefinido). No nosso mapa, colocamos 8
porque contamos com as variações de gênero e número: o, a, os, as; um,
uma, uns, umas.
No nosso mapa, temos 3 informações importantes sobre o conceito
de artigo e 3 formas de usá-lo. Além dessas informações, é importante
observar que:
1. O artigo indefinido um se diferencia do numeral um porque este
é usado para indicar quantidade e aquele não. Para saber se é
numeral, use as palavras exatamente (com ideia de quantidade)
ou somente. Além disso, observe se no contexto há ideia de
quantidade. Veja os exemplos:
Ela comprou dois livros; eu comprei um.
(exatamente, somente um = numeral)
Ele era um homem inteligente.
(não podemos usar a expressão exatamente. Portanto, aqui temos
um artigo indefinido).
2. O artigo pode substantivar outras classes, tornando-as
substantivos.
• Ele é justo. (adjetivo)
O justo terá uma vida feliz. (substantivo)
• Quando e por que isso aconteceu? (advérbio e pronome
interrogativo, respectivamente)
Não sabemos o quando nem o porquê. (substantivos)
• Ele leva e traz notícias! (verbos)
Ele é um leva e traz. (substantivo composto)
3. Quando usado com nomes próprios, o artigo indica familiaridade,
mas o uso é opcional. Exemplo:
A Ana não veio hoje.
Ana não veio hoje.
Pela lógica, se existe artigo na frase, existe um substantivo. Aliás, a
maneira mais fácil de saber se uma palavra é substantivo é inserir
um artigo antes dela. Se a palavra aceitar naturalmente o artigo,
ela se classificará como um substantivo.
Scanned by CamScanner

A Trilha da Gramática
Mapear Português 37

A Trilha da Gramática
Mapear Português 38
Numeral
Apresentamos a você agora o NUMERAL! Vamos estudá-lo quanto à
relação, à classificação e à flexão.
• Relação: O numeral faz parte do acróstico P.A.U.L.A, ou seja,
faz parte das classes ou expressões que se referem diretamente
ao substantivo, para especificá-lo, determiná-lo. É, também, um
modificador do sentido do substantivo ao indicar quantidade exata.
Pronome
Artigo
NUmeral
Locução Adjetiva
Adjetivo
É importante ressaltar que o numeral pode ter valor substantivo
(substitui o substantivo) ou adjetivo (acompanha o substantivo –
neste caso, exerce geralmente a função de adjunto adnominal).
João e Antônio estudam na mesma escola. Os dois gostam
exatamente das mesmas matérias. (numeral substantivo)
Tenho dois amigos leais. (numeral adjetivo)
• Classificação: existem quatro tipos de numerais:
Cardinais: indicam, de maneira direta, a quantidade: dois, duas,
vinte, trinta ...
Ordinais: indicam quantidade de maneira indireta, ou seja, pela
posição que o substantivo ocupa num conjunto de elementos:
primeiro, segundo, terceiro ...
Multiplicativos: indicam o número de vezes que uma determinada
quantidade foi multiplicada, um aumento proporcional dessa
mesma quantidade: dobro, triplo, quádruplo ...
Fracionários: indicam o fracionamento de uma unidade, de um
todo, indicando assim suas frações, divisões e partes: um terço,
dois décimos, meio ...
• Flexão: os numerais pertencem às classes variáveis.
Um, por exemplo, é variável, em gênero, mas não em número:
Comprei um caderno.
Comprei uma caneta.
Se quisermos indicar o plural desses numerais, teremos que usar
outras palavras: Comprei dois cadernos / Comprei duas canetas.
Como podemos ver, o numeral dois varia apenas em gênero: duas .
Curiosidade: a palavra meio pode pertencer a várias classes, entre
elas numeral. Pode ser classificada como substantivo (com o sentido
de maneira ou recurso ) e até advérbio (equivalendo a um pouco).
Vou providenciar um meio (uma maneira) de sairmos daqui! =
substantivo;
Estou meio sonolenta hoje! (um pouco = advérbio);
Agora é meio-dia e meia (metade da hora) = numeral. Observe que,
neste caso, meio concorda com “dia” e meia concorda com “hora”.
As palavras ambos e ambas são numerais substantivos e
equivalem às expressões os dois e as duas , respectivamente.
#ficaadica
Estela e Júlia visitaram o Ceará. Ambas adoraram as praias de lá.
(numeral substantivo)
Esperamos que você tenha entendido tudo! Vamos avançar para a
próxima fase?

A Trilha da Gramática
Mapear Português 39

A Trilha da Gramática
Mapear Português 40
Uma flexão muito importante do adjetivo é a flexão de GRAU. Vamos ver?
1. Comparativo: ocorre quando comparamos dois seres ou duas
qualidades de um mesmo ser.
• Comparativo de igualdade: Ela é tão inteligente quanto você.
• Comparativo de inferioridade: Ele é menos arrogante que você.
• Comparativo de superioridade: Ela é mais preguiçosa que você.
Curiosidade: nos dois últimos exemplos (“menos arrogante” e “mais
preguiçosa”), parece que erramos na explicação. Não erramos. Fique atento
aos advérbios “menos” e “mais”, porque são eles que definem o que é
inferioridade e superioridade, e não simplesmente a ideia da oração.
Os adjetivos bom, ruim, grande e pequeno não podem ser usados com
o advérbio mais quando compararmos dois seres. Nesse caso, temos que
usar formas sintéticas (melhor, pior, maior e menor):
Pedro é mais grande que Antônio. ( errado)
Pedro é maior que Antônio. ( certo)
2. Superlativo: ocorre quando intensificamos, aumentamos a
qualidade de um ser sem compará-lo, individualmente, a outro
ser. Lembre-se: “super” (de superlativo) significa “acima de”,
“abundância”.
Divide-se em dois:
• Absoluto: refere-se a um ser, intensificando sua qualidade.
Ela é inteligentíssima. (forma sintética)
Ela é muito inteligente. (forma analítica)
• Relativo: refere-se a um ser, relacionando-o a um conjunto.
Ela é a mais inteligente da turma. (superioridade)
Ela é a menos inteligente da turma. (inferioridade)
Para concluir nossos estudos nesta fase, precisamos entender que
um adjetivo normalmente estabelece uma relação com o substantivo e
exerce duas funções numa oração: predicativo ou adjunto adnominal.
Neste momento, basta você memorizar essas duas funções. Nós vamos
estudá-las detalhadamente na Trilha Mapear 2.
Adjetivos
A maioria das pessoas pensa que adjetivo é a palavra que indica
qualidade. E não é! Calma... vou explicar!
Não é só qualidade: é característica, estado, classificação também.
Além disso, há palavras que indicam qualidade e NÃO são adjetivos!
Por exemplo: inteligência, beleza, sensibilidade, habilidade, competência
indicam qualidade, mas não são adjetivos; são substantivos, já que, entre
outras coisas, admitem naturalmente o artigo a .
Quando se fala, por exemplo, O ensino médio tem piorado, a palavra
“médio” indica qualidade? Claro que não, mas é um adjetivo: indica
classificação. Existe ensino fundamental, ensino médio e ensino superior.
As palavras que especificam o substantivo “ensino” indicam classificação
(não qualidade) e são adjetivos.
Então, a partir de agora, você já sabe que o adjetivo é muito mais que
qualidade e que sua principal finalidade é modificar o substantivo,
acrescentando-lhe estado (físico, emocional, psicológico), característica,
classificação e... qualidade.
Literalmente, a palavra adjetivo significa “que vem junto”. Isso já
demonstra que essa classe gramatical precisa se relacionar com outra
classe, que no caso será o substantivo. Não podemos esquecer, portanto,
que o adjetivo se refere a um termo substantivo.
O adjetivo pode sofrer três tipos de variações (flexões): gênero
(masculino e feminino); número (singular e plural); grau (comparativo e
superlativo).

A Trilha da Gramática
Mapear Português 41

A Trilha da Gramática
Mapear Português 42
Plural dos Adjetivos Compostos
Vamos descobrir agora que o adjetivo, assim como o substantivo, pode
ser classificado de acordo com o processo de formação:
• simples ou composto: povos selvagens, povos semisselvagens
• primitivo ou derivado: cauda larga , cauda gigantesca
Ora, quer dizer que o adjetivo também tem a forma composta?
Sim. E o plural dos adjetivos compostos segue as mesmas regras dos
substantivos compostos? Não.
As regras são diferentes.
É importante dar bastante atenção à Regra Geral, pois ela, como o
próprio nome diz, envolve o maior número de palavras. Sabemos que o
adjetivo serve para especificar um substantivo. Então, todas as vezes que
citamos um adjetivo composto, também citamos o substantivo que ele
especifica. A regra geral diz que, nos adjetivos compostos, varia apenas
o último elemento. Por exemplo:
questões socioeconômicas / parcerias público-privadas
Não podemos esquecer as exceções: azul-marinho e azul-celeste ficam
invariáveis; no caso de surdo-mudo, os dois elementos variam: surdos-
mudos.
Dicas importantes:
1) Várias palavras que se classificam como adjetivos compostos
podem ser consideradas, em outros contextos, substantivos compostos.
Neste caso, seguirão as regras dos substantivos compostos. Veja a diferença:
Comprei dois ternos azul-marinho.

(adjetivo composto)
Os azuis-marinhos são mais bonitos que os azuis-celestes
(substantivos compostos; observe que estão antecedidos por artigos)
2) As palavras pastel , cinza, rosa, violeta e laranja são substantivos.
Quando empregadas em referência a cor, ficam invariáveis:
camisas rosa
sapatos cinza
blusas violeta
cores pastel
vestidos laranja
3) Lembre-se: raios ultravioleta (invariável)
raios infravermelhos (variável)

4) Nossa personagem, a PAC cor-de-rosa, nos faz lembrar duas
coisas: a primeira é que um adjetivo composto é formado por duas ou
mais palavras, geralmente ligadas por hífen; a segunda é que os adjetivos
compostos formados pela expressão COR DE... são sempre invariáveis.
Vestidos cor de abóbora
Cor-de-rosa é o único adjetivo formado pela expressão COR DE que
é ligado por hífen
#ficaadica
Vamos avançar mais um ponto na nossa Trilha? Aguardo você!

A Trilha da Gramática
Mapear Português 43

A Trilha da Gramática
Mapear Português 44
Plural dos Substantivos Compostos
Provavelmente, você já teve dúvidas sobre o plural de palavras
compostas (normalmente ligadas por hífen). Neste mapa, falamos das
regras para colocar no plural os substantivos compostos – aqueles
formados por mais de um radical, mais de uma palavra.
No mapa, explicamos as 5 regras principais. Uma delas – a regra geral
– pode resolver a maioria dos seus problemas! Mas para isso você precisa
conhecer a classe de cada palavra que forma o substantivo composto.
Criamos o mnemônico TIO SAN – cujo objetivo é fazer você se lembrar
da regra geral: Substantivos, Adjetivos e Numerais geralmente variam nos
compostos. Se no composto houver essas classes, elas irão para plural.
Vamos aos exemplos?
• guarda-roupa: é formado pela forma verbal guarda + o substantivo
roupa. Nos substantivos compostos, o verbo geralmente não varia.
Então o plural é guarda-roupas.
• guarda-noturno: é formado pelo substantivo guarda (sinônimo de
vigilante; quando essa palavra equivale a uma pessoa, é substantivo
e não verbo) + o adjetivo noturno. Pela regra do TIO SAN, os dois
variam. Então o plural é guardas-noturnos.
• quinta-feira: é formado pelo numeral quinta + o substantivo feira .
Pela regra do TIO SAN, variam substantivos, adjetivos e numerais.
Então, os dois termos variam: quintas-feiras.
Memorize as 5 regrinhas do mapa, e dê maior atenção à regra geral, que alcança o maior número de palavras da Língua.
#ficaadica
Scanned by CamScanner

A Trilha da Gramática
Mapear Português 45

A Trilha da Gramática
Mapear Português 46
Pronome
E aí? Como está a jornada gramatical? Esperamos que você
esteja feliz com esta aventura. Agora vamos falar sobre uma classe
importantíssima: o PRONOME! Quem vai ajudar-nos nessa aula é o DR.
PIPI (veja o desenho na página seguinte).
Literalmente, PRO significa em função de ou no lugar de. Já
aprendemos que NOME é a mesma coisa que substantivo. Então, podemos
deduzir que pronome é uma palavra que existe em função do nome
(substantivo) ou que ocupa o seu lugar. Pode substituir o nome (pronome
substantivo) ou acompanhá-lo (pronome adjetivo). Então, resumindo,
para que serve o pronome?
O pronome SAE , substantivo!!!!!! Porque o pronome Substitui,
Acompanha e Evita repetições!
#ficaadica
Estela é muito inteligente.
Estela adora ler.
Podemos substituir tranquilamente a segunda ocorrência de
“Estela” pelo pronome ela :
Ela adora ler.
No caso da frase Nossos bosques têm mais vida (do nosso Hino
Nacional), o substantivo “bosques” é acompanhado pelo pronome “Nossos”,
que dá ideia de POSSE. Ao acrescentar a ideia de posse, o pronome modifica
o sentido de “bosques”, que deixa de ser qualquer bosque para ser aquele
pertencente a nós. Por isso, dizemos que o pronome é um modificador de
substantivos quando os acompanha.
Aliás, além de posse, o DR. PIPI nos lembra que existem vários tipos de
pronome e que eles se classificam de acordo com a função ou com a ideia
que expressam:
Demonstrativos: indicam localização no tempo, no espaço físico ou no
texto.
Relativos: alguns indicam posse, lugar ou tempo
Possessivos: indicam posse
Interrogativos: expressam perguntas
Pessoais: substituem as pessoas do discurso, mas alguns podem
indicar posse
Indefinidos: indicam ideias indefinidas, genéricas, imprecisas
Todos os pronomes são importantes, porém merecem mais atenção os
pessoais, os relativos e os demonstrativos. Nas próximas fases da Trilha da
Gramática, falaremos detalhadamente deles.
Em casos raros, um pronome pode se referir a adjetivos e até mesmo
a uma oração inteira para substituí-los. Veja:
#ficaadica
Ele é muito inteligente, e o é porque estuda bastante.
(o pronome “o” retoma o adjetivo ‘inteligente)
Ana estuda bastante, e o faz porque precisa.
(o pronome “o”, juntamente com o verbo “faz”, retoma a oração “estuda
bastante”)
Para concluir, lembre-se de que a maioria dos pronomes varia em
gênero (feminino e masculino), número (singular e plural) e pessoa
(1ª, 2ª e 3ª)

A Trilha da Gramática
Mapear Português 47

A Trilha da Gramática
Mapear Português 48
Verbo
Você se lembra da nossa Casa das Palavras (mapa 10)? Lá nós
aprendemos que o VERBO é uma das classes mais importantes, lembra?
Precisamos entender, principalmente, três aspectos do verbo:
1. O conceito (ideia que expressa)
2. As flexões (mudanças na forma)
3. As relações (funções que ele exerce na oração)
• Ideia: o verbo pode indicar ação (correr), estado (permanecer),
processo (imaginar) e fenômenos da natureza (chover).
Criamos um acróstico para você memorizar:
P rocesso
A ção
F enômeno
E stado
• Flexões: verbo é a classe que mais sofre variações na nossa língua:
muda de acordo com número, pessoa , modo, tempo e voz .
Vejamos a flexão de tempo numa das frases do mapa:
Ela está doente. A forma verbal está foi flexionada no tempo
presente. Mas poderia estar no passado (Ela esteve doente) ou no
futuro (Ela estará doente).
O mais importante é entender que o verbo é a única palavra que
sofre mudanças (variações) de acordo com o TEMPO — presente,
passado e futuro.
Nenhuma das outras classes gramaticais varia de acordo com o
TEMPO. Essa é uma exclusividade dos VERBOS. Teremos outros
mapas, logo à frente, que falarão detalhadamente dos tempos,
modos e vozes verbais.

O verbo, na forma original (não flexionada), possui as seguintes
terminações: AR, ER, IR e OR. Exemplos: AMAR, COMER, SUMIR,
PROPOR. Essas formas são chamadas de INFINITIVO.
• Relações: nós nos comunicamos por meio de frases, orações,
períodos. Orações são enunciados com verbo. Não existe oração
sem verbo; portanto ele é o centro da oração – também chamado
de núcleo do predicado.
A maioria das orações em Língua Portuguesa seguem a estrutura
SVC = Sujeito + Verbo + Complemento. Nessa estrutura, o verbo
tem uma relação de concordância (número e pessoa) com o
sujeito e uma relação de regência (dependência, subordinação)
com o complemento. Veja:
Raimundo venceu as eleições!
Raimundo = sujeito no singular
venceu = verbo no singular – núcleo da oração (palavra mais
importante)
as eleições = complemento do verbo
Os jogadores do Flamengo precisam de garra.
Os jogadores do Flamengo = sujeito no plural
precisam = verbo no plural – núcleo do predicado
de garra = complemento do verbo
Avançando na Trilha da Gramática, teremos a oportunidade de estudar
esses tópicos com mais profundidade! Vamos nessa?

A Trilha da Gramática
Mapear Português 49

A Trilha da Gramática
Mapear Português 50
Já o predicado é a parte da oração que contém verbo e uma
informação sobre o sujeito. Literalmente, significa “aquilo que se declara
em público”. Não existe predicado sem verbo, por isso o verbo geralmente
inicia o predicado.
A vida é maravilhosa.
Mudaram as estações...
DIMP
Apesar de o sujeito ser considerado um termo essencial, existem alguns
poucos casos de orações que vêm sem sujeito (veremos na próxima fase).
Neste caso, o predicado será toda a oração . Exemplo:
Fez muito calor hoje.
A oração anterior tem apenas predicado, porque o verbo indica
fenômeno da natureza. Esse tipo de verbo não possui sujeito.
Scanned by CamScanner
Termos Essenciais da Oração
Vamos conhecer agora mais um personagem da Turma do Mapear: o
TEO.
O TEO é piloto de avião e comanda duas aeronaves muito especiais,
que veremos na Trilha 2: a TAV e a TAN .
TEO – Termos Essenciais da Oração
TAV – Termos Associados ao Verbo
TAN – Termos Associados ao Nome
Além desses termos, temos o TIV, que é um termo independente,
chamado vocativo.
Todos eles formam a ORAÇÃO — ou seja, o enunciado que contém
verbo!
E o que é essencial a uma oração? As duas partes essenciais da oração
são o Sujeito e o Predicado!
Sujeito é o termo sobre o qual se declara algo e com o qual o verbo
geralmente concorda. Pode vir antes ou depois do verbo; pode praticar ou
receber a ação, ou nem praticar nem receber a ação ou processo do verbo.
As aulas começaram cedo . (sujeito anteposto – antes do verbo)
Ela é uma ótima professora. (sujeito anteposto – não pratica nem
recebe ação)
Chegaram as encomendas. (sujeito posposto – depois do verbo)
O assaltante foi preso. (sujeito anteposto paciente – sofre a ação)

A Trilha da Gramática
Mapear Português 51

A Trilha da Gramática
Mapear Português 52
Preposição
Nós gostamos demais das preposições! Primeiramente porque é fácil
memorizá-las: são apenas 18 (as essenciais). Em segundo lugar, porque
elas estão presentes em quase todas as frases e são capazes de mudar
completamente o sentido destas. Mas o que significa preposição?
Preposição literalmente significa “ato de colocar à frente”. Sempre à
frente de uma preposição, haverá uma palavra subordinada a algum termo
da oração.
Gramaticalmente, preposição é uma palavra invariável que introduz
complementos ou adjuntos para verbos e nomes. Ou seja, ela coloca
complementos ou adjuntos numa posição à frente dos verbos e dos nomes.
Gosto de você – introduz um objeto indireto
Moro em São Paulo – introduz um adjunto adverbial.
Sou fiel a você – introduz um complemento nominal.
Ele é um homem sem caráter – introduz um adjunto adnominal.
Semanticamente, ou seja, em relação ao sentido, a preposição também
é importantíssima. Veja:
Falei a você. Falei para você
Falei após você. Falei perante você
Falei com você Falei por você
Falei contra você. Falei sem você
Falei de você. Falei sobre você
Falei em você. Falei diante de você
Cada preposição empregada nas frases anteriores introduz uma ideia
diferente. Aliás, esta é uma das características da preposição: expressar
diversas relações semânticas.
As preposições se classificam em essenciais (palavras que já
nasceram como preposições, ou seja, na essência já são preposições) e
acidentais — palavras que pertencem originariamente a outras classes,
mas que funcionam como preposição em alguns contextos.
A palavra de sempre será preposição: liga termos e introduz
complementos. Já a palavra menos tradicionalmente é advérbio ou
pronome indefinido, mas pode funcionar como preposição acidental. Ou
seja, num contexto, pode ligar termos:
“Todos foram embora, menos eu.” (preposição)
Gastei menos que você. (advérbio)
Ele gastou menos dinheiro. (pronome)
Outra informação importante: muitas vezes, os termos são introduzidos
por um conjunto de palavras com valor de preposição. São as chamadas
loucuções prepositivas.
De acordo com o professor, haverá aula.
Apesar de tudo, estamos bem.
Falei diante de você.
Espero você no próximo ponto da Trilha!
Scanned by CamScanner

A Trilha da Gramática
Mapear Português 53

A Trilha da Gramática
Mapear Português 54
Transitividade Verbal
O que temos agora? Um esquema para você entender melhor a
TRANSITIVIDADE VERBAL! Mas o que é transitividade?
Os gregos tinham uma concepção muito interessante: transitividade
vinha de “transitar”, de “trânsito”. Mas de maneira particular significava
PASSAR. Ou seja, a capacidade de alguns verbos passarem para um
objeto uma ação ou um processo praticados pelo sujeito! Então, se
houvesse essa “transmissão”, o verbo seria TRANSITIVO. Se não houvesse,
INTRANSITIVO. Simples assim!
Com o tempo, os gramáticos passaram a afirmar que verbos transitivos
são aqueles que precisam de complemento e intransitivos os que não
precisam. Como o ser humano gosta de complicar as coisas (risos), com
o passar do tempo, os estudiosos fizeram uma subclassificação dos
transitivos, considerando-os:
• Transitivos Diretos = exigem complemento sem conector
(preposição)
• Transitivos Indiretos = exigem complemento ligado por preposição
• Transitivos Diretos e Indiretos = uma mistura dos dois anteriores:
exigem um complemento sem e outro com preposição
Qual a melhor forma de saber a transitividade de um verbo? O
esquema que apresentamos é uma boa forma. Você preenche o retângulo
com o verbo, em seguida o repete e vê se ele precisa de um complemento
representado genericamente pelos pronomes indefinidos ALGO ou
ALGUÉM. Vamos praticar com alguns verbos? Vejamos se um verbo é
transitivo direto (sem preposição):
Estela procurava emprego, e aceitou aquela proposta porque
precisava de recursos.
procurar: quem procura, procura algo ou alguém.
Deu certo? Sim. Então é VTD.
aceitar: quem aceita, aceita algo ou alguém.
Deu certo? Sim. Então é VTD.
precisar: quem precisa, precisa algo ou alguém.
Deu certo? Não. Então não é VTD.
No último caso, o verbo precisar exige uma preposição: quem precisa,
precisa de algo ou de alguém. Ou seja, o verbo é transitivo porque exige
ALGO ou ALGUÉM, porém é indireto, porque exige a preposição de.
E os intransitivos? São assim chamados porque a ação expressa pelo
verbo não passa do sujeito para um alvo. Os gramáticos perceberam que
esses verbos não precisam de complemento (objeto direto ou indireto),
mas alguns deles precisam de adjunto adverbial – termo que modifica o
sentido dos verbos, acrescentando-lhes circunstâncias. Veja:
Pedro viajou mais cedo porque mora em Manaus.
Quem viaja, viaja! (Não precisa falar mais nada – verbo intransitivo)
Quem mora, mora em algum lugar (precisa de um adjunto adverbial
de lugar, mas continua sendo intransitivo porque a ação não passa para um
alvo). Muitas pessoas, erroneamente, diriam que a expressão em Manaus
é objeto indireto e que, por isso, o verbo seria transitivo indireto. Mas tal
análise seria incorreta. Essa expressão é um adjunto adverbial.
Por fim, temos os verbos de ligação, que, como o nome diz, servem
para ligar. Ligar o sujeito a um atributo, qualidade ou estado que fica no
predicado!
Eu sou feliz.
Eu (sujeito)
sou (verbo de ligação)
feliz predicativo do sujeito

A Trilha da Gramática
Mapear Português 55

A Trilha da Gramática
Mapear Português 56
Complementos Verbais
Depois que estudamos o assunto Transitividade Verbal, fica mais fácil
estudarmos os complementos verbais.
Os verbos podem ser
T – transitivos
I – intransitivos
L – de ligação
Existem dois termos que funcionam como complementos verbais
propriamente ditos (obrigatórios): o objeto direto e o objeto indireto.
Eles se relacionam exclusivamente com verbos transitivos.
E por que são chamados de objeto? Literalmente, objeto significa
“qualquer coisa (física ou mental) para qual uma ação, um pensamento
ou um sentimento se dirige”. Os verbos transitivos transmitem uma ação
do sujeito para um objeto – que também é chamado de alvo.
Eu valorizo as amizades verdadeiras. (O.D)
Preciso de bastante água. (O.I)
Com verbos intransitivos e verbos de ligação, não existe objeto
direto nem indireto, mas existem alguns termos que se assemelham a
complementos verbais, já que, em alguns contextos, completam sintática e
semanticamente o verbo. São os adjuntos adverbiais e os predicativos. Veja:
Eu moro em Porto Velho.
(adjunto adverbial)
O verbo “morar” é intransitivo porque não transmite uma ação do sujeito
para um alvo, mas exige um adjunto adverbial de lugar, neste contexto o
termo “Porto Velho”. Como o adjunto adverbial não é um termo obrigatório
em outros casos, a gramática não o classifica como um complemento verbal. Mas neste contexto ele é necessário, e não simplesmente um termo acessório.
Algo semelhante ocorre com os verbos de ligação:
Isabella é feliz.
(predicativo do sujeito)
A forma verbal “é” também não transmite uma ação do sujeito para um
alvo, mas exige um predicativo do sujeito, neste contexto o termo “feliz”.
Como o predicativo não é um termo obrigatório em outros casos,
a gramática não o classifica como um complemento verbal. Mas neste
contexto ele é necessário, não simplesmente para indicar um estado do
sujeito, mas para completar o sentido do verbo.
DIMP
1) Objeto pleonástico é uma repetição do objeto direto ou do indireto
em forma de pronome oblíquo; não é usado no dia a dia, mas aparece em
textos literários.
O dinheiro, Pedro o deixou no banco.
2) Objeto direto interno ocorre com verbos que originalmente seriam
intransitivos, mas admitem um complemento cognato, ou seja, da mesma
raiz, origem, ou da mesma família semântica:
Dormi um sono leve.
Ele vive uma vida desregrada.
3) Objeto direto preposicionado é introduzido por uma preposição
não obrigatória e ocorre com verbos transitivos diretos, por uma questão
de estilo ou de adequação semântica (sentido). Na maioria dos casos, a
preposição pode ser retirada ou o complemento modificado:
Cumpra com o seu dever ou Cumpra o seu dever.
Eles comeram de tudo ou Eles comeram tudo.
Eles excluíram a nós ou Eles nos excluíram.

A Trilha da Gramática
Mapear Português 57

A Trilha da Gramática
Mapear Português 58
Verbos de ligação
Os verbos de ligação são assim chamados porque não indicam
ação, nem processo, nem fenômeno da natureza: indicam estado físico,
emocional ou psicológico do sujeito da oração. São também chamados
de verbos não-nocionais. Costumamos dizer que eles servem para ligar o
sujeito a uma característica ou estado .
Esse estado tem vários aspectos. Veja:
Amanda está calma. (estado transitório)
Amanda é calma. (estado permanente)
Amanda parece calma. (estado aparente)
Amanda permanece calma. (estado de continuidade)
Amanda ficou calma (estado mutatório)
Nas frases anteriores, o adjetivo calma indica um estado do sujeito
“Amanda”. É chamado de predicativo do sujeito. A função dos verbos de
ligação é esta: ligar o sujeito a um predicativo (termo que indica qualidade,
característica ou estado.)
No mapa, citamos os principais verbos de ligação com o acróstico
TV CAFE SP2. Outras palavras semelhantes aos verbos citados também
podem ser verbos de ligação: encontrar-se, fazer-se, achar-se, viver:
Ana encontra-se alegre.
Ana vive alegre.
Ana se fez alegre.
Ana acha-se alegre.
O predicativo é um dos termos que se relacionam com o substantivo,
mas é inegável que ele serve como um complemento do verbo de ligação,
apesar de a maioria dos gramáticos afirmarem o contrário.
É importante observar, também, que a transitividade de um verbo
depende do contexto, ou seja, depende da oração em que ele é empregado.
Os verbos listados anteriormente podem ter outras classificações. Veja:
Maria anda meio triste. (no sentido de estar = verbo de ligação)
Maria andou devagar. (no sentido de caminhar = verbo intransitivo)
Maria andou dez quilômetros (no sentido de percorrer = verbo transitivo
direto).
Verbos de ligação não possuem objeto direto ou indireto.
#ficaadica
Scanned by CamScanner

A Trilha da Gramática
Mapear Português 59

A Trilha da Gramática
Mapear Português 60
Pronomes Pessoais
Olá! Hoje quereremos apresentar a você a FAMÍLIA PP! Essa turminha
de outro planeta (rsrsrs) nos ajudará a memorizar os pronomes pessoais!
Os pronomes pessoais servem para indicar as pessoas gramaticais,
ou seja, as pessoas do discurso, do processo de comunicação. Eles têm
profunda relação com a estrutura da oração: SVC = Sujeito +Verbo +
Complemento.
Temos 4 tipos de pronomes pessoais:
• do caso reto: funcionam normalmente como sujeito (eu, tu, ele,
ela, nós, vós, eles, elas)
• oblíquos átonos: não aceitam preposição e funcionam
principalmente como complemento verbal (o , os, a, as, lhe, lhes,
vos, se, nos, te, me)
• oblíquos tônicos: exigem preposição e funcionam principalmente
como complemento verbal ou adjunto adverbial (mim, comigo, ti,
contigo, si, consigo, conosco, convosco)
• de tratamento: funcionam como sujeito ou complemento (Vossa
Senhoria, Vossa Excelência, Vossa Majestade etc.)
Na frase Eu te amo, temos dois pronomes pessoais:
Eu = pronome do caso reto – funciona como sujeito.
te = pronome oblíquo átono – funciona como complemento (O.D.)
amo = verbo transitivo direto – exige complemento sem preposição
Na frase Ela precisa de mim, também temos dois pronomes pessoais:
Ela = pronome do caso reto – funciona como sujeito.
precisa = verbo transitivo indireto – exige complemento com preposição.
de mim = pronome oblíquo tônico – funciona como complemento (O.I.
com a preposição de).
Uma pergunta quanto ao emprego de pronomes: o certo é “Eu lhe
encontrei” ou “Eu te encontrei”?
Como o verbo é transitivo direto — não exige preposição — o certo é
usar um pronome oblíquo que funcione como objeto direto. Nesse caso, o
certo é Eu te encontrei, em que o pronome te funciona como objeto direto.
O pronome lhe, quando complementar verbos, sempre será objeto indireto.
Observe que os pronomes que estão na saia da OLÍVIA OBLÍQUA
(nossa personagem) podem exercer tanto a função de objeto direto quanto
de indireto. Vai depender da transitividade do verbo e do contexto. Veja:
Eu te valorizo = o pronome te funciona como O.D.
Eu te dei o recado = o pronome te funciona como objeto indireto.
Qual a diferença? No primeiro caso, valorizar é VTD; portanto só exige
O.D.
No segundo caso, dar é VTDI — exige O.D. e O.I. Como a expressão o
recado já funciona como O.D., então o pronome te só pode ser O.I.
Outra informação: os pronomes do caso reto, com exceção de EU e TU,
podem tornar-se oblíquos tônicos.
Dei o recado a ela. Observe que agora o pronome ela está preposicionado
(com a preposição a) e funciona como objeto indireto do verbo dar.
Os pronomes eu e tu (explicados por nosso personagem BETO RETO)
não aceitam preposição. Logo, expressões como entre eu e ela ou
Eles não vão sem eu e você estão incorretas. O certo seria entre mim
e ela e Eles não vão sem mim e você, respectivamente. Ou seja, com
preposição devem ser usados os pronomes oblíquos tônicos mim e ti.
#ficaadica
Bons estudos!

A Trilha da Gramática
Mapear Português 61

A Trilha da Gramática
Mapear Português 62
Pronome Demonstrativo
No nosso mapa, há dois personagens, aos quais não demos nenhum
nome especial. Nós os chamamos apenas de EMISSOR e RECEPTOR. Eles
são importantes principalmente para entendermos a função espacial dos
pronomes demonstrativos.
Pronomes Demonstrativos indicam a posição, a localização das
pessoas, das coisas e das ideias (substantivos) em relação ao tempo,
ao espaço físico e ao texto. Podemos dizer que eles exercem uma função
temporal, espacial e cognoscitiva, respectivamente. A natureza dos
pronomes demonstrativos é dêitica, ou seja, têm a função de mostrar,
apontar algo.
• Em relação ao tempo, o pronome AQUELE indica um passado
ou um futuro distante. Exemplo: Em 1960, JK inaugurou Brasília.
Naquele momento, começou um novo tempo de desenvolvimento
e prosperidade para o Centro-Oeste.

Em 2050, provavelmente a população mundial chegará a 8 bilhões
de pessoas; naquele ano, o desafio em relação aos recursos
naturais será enorme.
Já o pronome ESSE se refere a um passado ou futuro próximos. Em
dezembro, o comércio se anima com as vendas, porque nesse mês
se comemora o Natal.

Não fique desanimado; estamos em abril, mas logo chegará maio.
Nesse mês venderemos bastante, porque se comemora o Dia das
Mães.
O pronome ESTE sempre deve ser usado em relação ao presente,
ao tempo em que o falante estiver na hora de produção da fala:
Nesta semana, teremos feriado.
Neste ano, passarei em um concurso.
• Já a função COGNOSCITIVA do pronome demonstrativo tem a
ver com o prévio ou posterior conhecimento que o receptor terá da
informação que o emissor transmitirá no TEXTO.
Se a informação estiver sendo retomada pelo demonstrativo, a
função é anafórica, e devem ser usados os pronomes ESSE (e suas
variações) e ISSO .
Ele foi humilde e isso foi fundamental para a sua contratação.
Se a informação for citada depois do demonstrativo, a função é
catafórica e deve-se usar ESTE (e suas variações) e ISTO .
Entenda isto de uma vez por todas: vale a pena ser honesto.

Os pronomes AQUILO e AQUELE (e suas variações) podem ser
usados tanto de forma anafórica quanto de forma catafórica.
Ele sempre fala aquela frase: “Tudo passa”.
Caso a função cognoscitiva seja distributiva, não se usará o
pronome esse (e suas variações) nem o pronome isso. Nesse
caso, os pronome este (e suas variações) e isto retomarão o
elemento mais próximo e terão função anafórica.
#ficaadica

Pedro e Paulo foram amigos de faculdade. Este se tornou
presidente de uma grande empresa e aquele se tornou juiz federal.
• Quanto à função ESPACIAL, observe com atenção o mapa seguinte.
Vamos continuar na Trilha da Gramática? Aguardamos você na próxima
fase!

A Trilha da Gramática
Mapear Português 63

A Trilha da Gramática
Mapear Português 64
Classificação da Partícula A
Você percebeu que a partícula “A” aparece constantemente nas frases?
Realmente ela é muito comum. O mais interessante é que essa palavrinha
pode pertencer a três classes diferentes. Convidamos a nossa amiguinha
PAP para nos explicar.
P reposição
A rtigo
P ronome
Com certeza, o uso mais comum é como artigo, até porque o artigo
geralmente acompanha o substantivo e esta é a classe com mais palavras
na Língua Portuguesa. Como artigo, a partícula a sempre antecede
substantivo feminino e com ele concorda em gênero e número. Observe:
Você viu a Ester?
Compre as canetas para a aula.
Na primeira oração, a partícula “a” se refere ao substantivo próprio
“Ester”, no feminino e no singular. Na segunda oração, temos dois artigos
femininos: “as ” e “a”; ambos concordam com os substantivos a que se
referem, respectivamente “canetas” e “ aula”. Em todos esses exemplos, a
partícula a é artigo definido feminino, uma vez que determina o gênero, o
número e a ideia de um substantivo.
A partícula a também pode pertencer à classe dos pronomes; nesse
caso pode ser pronome pessoal ou demonstrativo. Também varia em
gênero e número de acordo com o substantivo a que se refere. Difere-se do
artigo porque substitui o substantivo, e não o acompanha.
“Convidei a Estela para a festa, mas não a vi lá.
Veja as fotos e escolha a que achar melhor.
Na primeira oração, temos três ocorrências da partícula a. As duas
primeiras funcionam como artigos, determinantes, já que antecedem
substantivos e indicam claramente o gênero, o número e a ideia definida
deles. Já a terceira ocorrência não antecede substantivo, e sim substitui o
substantivo “Estela”, evitando a repetição dessa palavra. Neste caso, temos
um pronome pessoal. Na segunda oração, a partícula a evita a repetição
do substantivo “foto” e pode ser substituída por aquela, que é um pronome
demonstrativo. Dessa forma, classifica-se como pronome demonstrativo.
A preposição se diferencia do artigo ou do pronome por vários
motivos; primeiramente, ela é invariável, ou seja, não possui flexão
nenhuma; em segundo lugar, a preposição pode anteceder diversas
classes de palavras e não concorda gramaticalmente com nenhuma delas.
Já aprendemos que a principal função de uma preposição é introduzir
complementos ou adjuntos (estes também são chamados de termos
modificadores). Observe:
Eu me referi a vocês.
Estou disposto a vencer.
Ela tem aversão a ratos.
Nas três orações, a partícula a não estabelece nenhum tipo de
concordância com a palavra posterior a ela e introduzir complemento para
a palavra imediatamente anterior. No primeiro caso, introduz um pronome
pessoal de tratamento; no segundo, introduz um verbo; no terceiro, introduz
um substantivo masculino no plural. Nos três casos, permanece invariável.
Das três classificações da partícula a, a única invariável é a preposição.
Esta Trilha está cada vez mais interessante!! Não desanime! Pare um
pouquinho, beba água e vamos em frente!

A Trilha da Gramática
Mapear Português 65

A Trilha da Gramática
Mapear Português 66
A palavra “livro” é antecedente e referente do pronome relativo “que” e
exerce a função de objeto direto da forma verbal “viu”. Já o pronome “que”
funciona como sujeito de “estava”. Repita a palavra “livro” na segunda
oração (no lugar do “que”) que você perceberá isso.
2ª oração: “o livro” estava aqui.
Um pouquinho difícil, não é? Mas tenha calma que, em outro momento
da nossa trilha, vamos explicar isso melhor.
O pronome relativo sempre INTRODUZ uma oração subordinada
adjetiva — aquela que restringe ou explica um termo substantivo da oração
principal. Portanto, se há pronome relativo, há oração adjetiva. Lembrando
que a função de um adjetivo nem sempre é qualificar um substantivo, mas
sim restringir ou explicar o seu sentido. Veja:
Os alunos que estudam bastante passam.
A oração “...que estudam bastante” está especificando, restringindo o
substantivo “alunos”. Observe que não são todos os alunos que passam, mas
apenas “os que estudam bastante”. Essa oração introduzida pelo pronome
relativo “que” se classifica como oração subordinada adjetiva restritiva.
Sabemos que esse conteúdo (funções sintáticas e orações
subordinadas) é um pouco complexo e será estudado na Trilha 3. Por
enquanto, basta você memorizar o conceito de pronome relativo.
Fase difícil, não é mesmo? Mas estamos juntos: não desanime! Vamos
continuar na Trilha.
Pronome Relativo – Conceito
O Presidente da República é REI. Calma! Não voltamos à Monarquia!
Essa é uma forma de memorizarmos o conceito de pronome relativo: o PR
é REI!!!
E o que significa REI? São as letras iniciais dos três verbos que compõem
o conceito de pronome relativo.
O pronome relativo sempre se REFERE a um termo substantivo da
oração anterior e o substitui numa oração posterior. Ele funciona como um
CONECTOR entre duas orações.
Gostei bastante dos livros que você me deu.
1ª oração: “Gostei bastante dos livros”
2ª oração: “... você me deu os livros”.
Juntando as duas e empregando o conectivo que, temos:
Gostei bastante dos livros que você me deu.
O pronome relativo sempre EXERCE uma função sintática na oração
que ele inicia. Como ele evita na segunda oração a repetição de um
termo da 1ª oração (termo antecedente), passa a exercer a função que
o termo substituído exerceria se ali estivesse. Atenção: essa função não
necessariamente é a mesma que o termo antecedente exerce na 1ª oração.
No período Você viu o livro que estava aqui?, temos duas orações:
1ª oração: Você viu o livro
2ª oração: que estava aqui
Scanned by CamScanner

A Trilha da Gramática
Mapear Português 67

A Trilha da Gramática
Mapear Português 68
Pronome Relativo – Classificação
Agora que você já sabe o que é pronome relativo, vamos conhecer
as cinco principais palavras que pertencem a essa classe. Vamos começar
pelas invariáveis: que, quem, onde. Agora as variáveis: o qual, cujo.
Os cinco pronomes relativos mais usados estão representados na
nossa estrela (no mapa). Vamos estudá-los?
• QUE: é o mais comum. Refere-se a um termo antecedente, que
pode ser pessoa, coisa ou lugar. Geralmente pode ser substituído
por o qual e suas variações.
A criança gostou dos brinquedos que ganhou.

O pronome que poderia facilment e ser trocado por os quais: A
criança gostou dos brinquedos os quais ganhou.
• CUJO: é o menos usado. Refere-se a dois termos substantivos
(antecedente e consequente), que podem ser pessoas, coisas ou
lugares. Estabelece ideia de posse entre eles.
A jornalista cujas ideias elogiei é nordestina.
Nessa frase, o pronome “cujas” se refere aos substantivos
jornalista e ideias. Podemos analisar melhor esse período:

1ª oração: A jornalista é inteligente.
2ª oração: elogiei as ideias da jornalista.
O pronome cujas conecta as palavras jornalista e ideias com ideia
de posse e evita a repetição da expressão da jornalista.
Os outros relativos referem-se apenas a um termo antecedente.
Por esse motivo, cujo não pode ser substituído por nenhum deles,
a não ser que se faça uma alteração em outras palavras da frase.

Os alunos cujas notas forem baixas deverão ter aula extra.
(certo)
Os alunos que tiverem notas baixas deverão ter aula extra.
(certo)
Os alunos que as notas forem baixas deverão ter aula extra.
(errado)
Outra informação importante sobre cujo: ele não aceita a
companhia de artigos:

O jogador cujo o gol foi anulado protestou. (errado)
O jogador cujo gol foi anulado protestou. (certo)
• ONDE: sempre se refere a lugares. Aceita substituição pelos
pronomes que e o qual (ou suas variações). Porém, nesse caso,
exigirá preposição:
A escola onde estudo é muito boa. (certo)
A escola em que estudo é muito boa. (certo)
• QUEM: sempre se refere a pessoas. Pode ser substituído por que
ou por o qual. Geralmente vem preposicionado.
Os funcionários a quem elogiei ficaram motivados. (certo)
Os funcionários que elogiei ficaram motivados. (certo)
Os funcionários os quais elogiei ficaram motivados. (certo)
• O QUAL: é variável, ou seja, pode ir para o feminino e para o plural
(a qual, as quais, os quais). Refere-se a um termo antecedente,
que pode ser pessoas, coisas ou lugares. É o substituto natural do
pronome QUE . Pode ser preposicionado, dependendo do verbo.
As revistas as quais li são interessantes. (sem preposição)
Os apartamentos nos quais morei eram pequenos.
(com preposição)

A Trilha da Gramática
Mapear Português 69

A Trilha da Gramática
Mapear Português 70
Pronomes Possessivos
Desde pequenos, aprendemos a ideia de POSSE. Quando falamos, por
exemplo, “meu carrinho”, “minha roupa”, “meus amigos”, “ minhas coisas”,
estamos deixando clara uma ideia de POSSE por meio de pronomes que
acompanham substantivos.
Essas palavrinhas que acompanham substantivos e expressam
ideia de posse são chamadas de pronomes possessivos. No nosso
discurso (qualquer ato de fala), existem três elementos, que são as três
pessoas gramaticais: o emissor da mensagem (1ª pessoa); o receptor
ou intelector da mensagem (2ª pessoa) e o referente da mensagem (3ª
pessoa); pronomes possessivos podem se referir a cada uma dessas
pessoas.
A ideia de posse precisa de pelo menos dois elementos: o possuidor
e o possuído, ou seja, um termo que possua algo e um termo que
seja a posse de algo ou de alguém. Por isso dizemos que os pronomes
possessivos funcionam como elementos de coesão , isto é, estabelecem
ligação, conexão entre termos. Veja:
Ana, seu cabelo está muito bonito.

Nessa frase, o pronome seu estabelece coesão (ligação) entre o
substantivo Ana e o substantivo cabelo e indica posse, ou seja, indica que o
cabelo é dela (Ana).
Porém temos que ter muito cuidado com os pronomes seu , sua, seus,
suas, porque eles podem gerar ambiguidade (duplo sentido). Observe:
Carlos, Maria vai trazer seus jogos para brincarmos.

Podemos entender, por essa frase, que os jogos são de Carlos ou de
Maria. Essa confusão se deve ao emprego do pronome “seus”. Para evitar
o duplo sentido, podemos mudar o pronome ou usar uma contração que
também tem valor de pronome possessivo. veja:
Carlos, Maria vai trazer teus jogos para brincarmos.
(os jogos são de Carlos)
Carlos, Maria vai trazer os jogos dela para brincarmos.
(fica claro que os jogos são de Maria).
As expressões dele, dela, deles, delas são a junção da preposição
de mais os pronomes pessoais ele , ela, eles, elas. São chamadas de
contrações e têm valor de pronomes possessivos.
É interessante notar, também, que esses pronomes podem expressar
outras ideias num determinado contexto. Criamos o acróstico RAIO para
você memorizar algumas delas:
R espeito: Obrigado por vir, meu senhor!
A feto: Meu querido vizinho!
I ndefinição: Ela deve ter seus trinta anos!
O fensa: Seu vagabundo!
Outra dica: Na expressão Seu Antônio, por exemplo, o pronome seu é
uma forma popular reduzida do pronome senhor e funciona como pronome
de tratamento. Nas expressões atuais “Sua linda!”, “Seu lindo!”, o pronome
possessivo tem valor de afeto e de intensificação.

Seguimos firmes na Trilha! Vamos à próxima fase?

A Trilha da Gramática
Mapear Português 71

A Trilha da Gramática
Mapear Português 72
Pronomes Indefinidos
Você deve estar pensando: “São muitos os tipos de pronomes!”.
Realmente. E todos eles são importantes. Você se lembra do nosso
personagem DR. PIPI? Ele nos ensinou que os pronomes se classificam
em demonstrativos, relativos, pessoais, indefinidos, possessivos
e interrogativos. É uma classe muito rica, pois, além de conter muitas
palavras, elas são muito usadas no dia a dia. Mas agora vamos conhecer
especificamente os pronomes indefinidos!
Pronome indefinido é uma palavra que se refere ao substantivo de
uma maneira vaga, imprecisa; indica, algumas vezes, uma quantidade
indeterminada; refere-se a pessoas ou coisas e pode substituir ou
acompanhar o substantivo. Refere-se sempre à 3ª pessoa. Observe:
Maria esteve aqui. Mário esteve aqui. Ele esteve aqui.
Em todas essas frases, é possível determinar o agente do processo
verbal. Quando usamos a palavra alguém no lugar dos substantivos e do
pronome pessoal acima, a ideia de quem efetuou o processo verbal fica
indefinida, apesar de a frase continuar com sujeito:
Alguém esteve aqui
Na frase “Alguém esteve aqui”, a palavra alguém é um pronome
indefinido substantivo, porque substitui um substantivo e expressa uma
ideia indeterminada.
O pronome indefinido pode exercer as mesmas funções de um
substantivo, e muitas vezes exerce a função de sujeito simples. Não o
confunda com sujeito indeterminado.
Alguém esteve aqui. Estiveram aqui.
A ideia de indefinição de quem praticou a ação verbal está presente
nas duas orações anteriores. Porém, na primeira delas, temos o pronome
indefinido alguém funcionando como sujeito simples; observe que o
verbo concorda em número (singular) e pessoa (3ª) com o pronome. Já
na segunda oração, o sujeito é indeterminado, porque não há nenhuma
palavra com a qual o verbo concorda.
É muito importante notar também que palavras como certo e
determinado mudam de classe e de sentido dependendo da posição em
que estiverem em relação ao substantivo: se estiverem antes dele, serão
pronomes indefinidos; se estiverem depois, serão adjetivos.
Certos funcionários não são os funcionários certos.
Determinadas pessoas não são pessoas determinadas.
Outro ponto a que devemos dar atenção é o emprego do M3: os
pronomes mais, muito e menos. Essas palavras, dependendo do contexto,
também podem se classificar como advérbios. Você precisa observar com
qual termos essas palavras estabelecem relação e a ideia que expressam.
Como pronomes, expressam ideia de quantidade indeterminada; como
advérbios expressam ideia de intensidade. Como pronomes, referem-
se ao substantivo; como advérbios referem-se a verbos, adjetivos e até
mesmo a outros advérbios.
“Nossos bosques têm mais vida, nossa vida em teu seio mais amores.”
Nas duas ocorrências anteriores, a palavra mais é um pronome
indefinido, porque se refere respectivamente aos substantivos “vida” e
“amores”.
Já na frase Ela é mais inteligente que você, mais é um advérbio de
intensidade, porque se refere ao adjetivo inteligente e intensifica sua ideia.
É bom ter sua companhia aqui na Trilha. Vencemos mais uma fase!

A Trilha da Gramática
Mapear Português 73

A Trilha da Gramática
Mapear Português 74
3. Pronome Indefinido: o que pouca gente sabe é que bastante
também pode ser pronome indefinido e que deve concordar em número
(singular ou plural) com o substantivo a que se refere.
Temos bastante dinheiro para viajar.
Temos bastantes desafios na escola.
Havia bastante gente na reunião.
Havia bastantes pessoas na reunião.
DIMP
Bastante vai para o plural se puder ser substituído por muitas ou
muitos.
4. Advérbio: é o uso mais comum.
Elas correram bastante.
Ela estava bastante emocionada.
Ele mora bastante longe.
No primeiro exemplo, a palavra bastante se refere à forma verbal
“correram” e intensifica sua ideia; no segundo, refere-se ao adjetivo
“emocionada”; no terceiro, ao advérbio “longe”. Advérbios naturalmente
modificam o sentido do verbo, mas também podem modificar o sentido de
adjetivos ou de outros advérbios. Nas três orações, bastante é um advérbio
de intensidade, que sempre será invariável.
Quantas coisas diferentes aprendemos nessa Trilha, não é mesmo?
Uau!!!
Emprego de BASTANTE
Hoje trouxemos uma nova personagem para nos ajudar a explicar uma
regrinha de concordância nominal: a SAPA , que vai ensinar o emprego da
palavra BASTANTE! Muitas pessoas pensam que essa palavra é sempre
invariável, o que não é verdade. Além disso, pouca gente sabe que ela pode pertencer a diversas classes gramaticais. Nossa amiguinha SAPA apareceu
em nossa Trilha para ensinar que existem quatro empregos para BASTANTE:
S ubstantivo A djetivo P ronome A dvérbio.
1. Substantivo: ocorre quando a palavra bastante está antecedida
pelo artigo o:
Eles já têm o bastante.
Nesse caso, bastante equivale a “suficiente”. Mesmo sendo substantivo,
nesse contexto se torna invariá vel.
2. Adjetivo: para funcionar como adjetivo, a palavra “bastante” precisa
ser equivalente a “suficiente” e vir depois do substantivo a que se refere.
Temos provas bastantes de que ele é inocente.
DIMP
Quando a palavra bastante puder ser substituída por suficientes,
deverá ir para o plural, concordando com o substantivo a que se referir.

A Trilha da Gramática
Mapear Português 75

A Trilha da Gramática
Mapear Português 76
Pronomes Interrogativos
Estes são os últimos pronomes que vamos estudar! Ufa! Como
vimos na fase anterior, a classe dos pronomes é bem abrangente e muito
utilizada no dia a dia. Constantemente, por exemplo, fazemos perguntas
às pessoas. Normalmente essas perguntas são iniciadas por um pronome
interrogativo. Na verdade, pronomes interrogativos são pronomes
indefinidos usados em interrogações. São apenas 4, que vamos memorizar
pelo mnemônico Q4, já que todos eles são iniciados pela consoante
Q: QUE, QUEM, QUAL, QUANTO.
Antes disso, precisamos saber que existem interrogações diretas (que
são finalizadas por ponto de interrogação) e indiretas (finalizadas por ponto
final ou ponto de exclamação). E os quatro pronomes interrogativos podem
ser usados em ambas. Veja
Quantos alunos fizeram a prova? (interrogação direta)
Não se sabe quantos alunos fizeram a prova. (interrogação indireta)
Os pronomes que, qual e quanto podem ser usados tanto para substituir
quanto para acompanhar substantivo. O pronome quem sempre vai fazer
referência a pessoas e só pode ser usado como pronome substantivo, ou
seja, como um pronome que substitui termos substantivos. Os pronomes
que e quem são invariáveis; qual e quanto são variáveis.
Que dia é hoje?
Qual o seu problema?
Você ganha quanto?
Quem te disse?
Quais as chances de ele ganhar?
Quantas lojas foram abertas?
Os pronomes interrogativos expressam a ideia de indeterminação.
Mas quando estiverem na posição de sujeito, em uma oração, serão
classificados como sujeito simples, e não sujeito indeterminado:
Que aconteceu com você?
Quem avisou você sobre a festa?
Quanto será necessário?
Nas orações acima, os pronomes destacados estão substituindo o
nome de algo ou de alguma pessoa que desconhecemos, mas o verbo
concorda com esse pronome no singular. Portanto, o pronome, neste caso,
funciona como sujeito simples. Lembre-se de que orações exclamativas e
orações interrogativas também têm sujeito.
O desenho que ilustra o nosso mapa de pronomes interrogativos é um
carro chamado X6. Você pode se perguntar: “Que carro é esse?” Nessa
pergunta, temos o pronome interrogativo que. Quando esse pronome
substitui o substantivo, pode, facultativamente, ser antecedido pelo artigo o :
Que aconteceu? O que aconteceu?
Aliás, o pronome que é bastante usado em perguntas. É comum,
por exemplo, ele vir repetido: “O que que aconteceu?” ou “O que é que
aconteceu?” Em ambos os casos temos expressões de realce, também
chamadas de partículas expletivas: no primeiro caso, o segundo que; no
segundo caso, a expressão é que. Essas expressões podem ser retiradas
sem causar erro gramatical.
Por fim, o pronome interrogativo que é muito utilizado, com acento
ou sem acento, com a preposição por, mas esse uso vamos ver com mais
detalhes na próxima fase.
Depois de estudar o mapa seguinte com as seis informações mais
importantes sobre os pronomes interrogativos, vá para a próxima página
e conheça o novo personagem da nossa Trilha!

A Trilha da Gramática
Mapear Português 77

A Trilha da Gramática
Mapear Português 78
Sabemos que é comum o uso de por que e por quê em interrogações
diretas ou indiretas, mas está errado afirmar, por exemplo, que por que só
pode ser usado em início de perguntas e por quê no final.
Você sabe por que ela não veio?
Eu sei por quê; porém não vou dizer.
O pronome quê recebe acento porque se torna tônico ao ser usado
junto de ponto (. ; ! ?)
Já as formas PORQUE e PORQUÊ são usadas essencialmente em
explicações:
PORQUE é uma conjunção que indica causa, explicação e geralmente
pode ser substituída por JÁ QUE ou POIS. Em alguns contextos, essa
conjunção também pode ser usada em perguntas. Mas isso só acontece
quando a pergunta já traz uma possível explicação ou já indica uma causa
provável.
Ele trabalha porque gosta!
Porque se atrasou, perdeu a vaga.
Porque o ônibus se atrasou (causa), você decidiu ir a pé
(consequência)?
Só porque você gosta de abacaxi (causa), eu também tenho de gostar
(consequência)?
PORQUÊ é um substantivo e vem antecedido, na oração, por um artigo.
Pode ser facilmente substituído pela palavra motivo. Pode vir em qualquer lugar
da frase, mas sempre antecedido por um determinante (artigo ou pronome).
As pessoas querem saber o porquê de tanta demora no atendimento.
POR QUE = por qual razão, pelo qual.
POR QUÊ = por qual razão (junto de ponto: . ; ! ?)
PORQUE = pois, já que.
PORQUÊ = motivo.
#ficaadica
Uso dos Porquês
Vemos muitas dicas sobre o uso dos porquês na internet. Mas a maioria
acaba falando de maneira incompleta e até equivocada sobre como usar
essas palavrinhas.
Criamos então o CEP. Inclusive ilustramos nosso mapa com a figura de
um carteiro. Tudo isso para você se lembrar de uma coisa: para o carteiro
entregar alguma encomenda na sua casa, é essencial o CEP. Da mesma
forma, para você acertar o uso dos porquês, é necessário observar
C – classe
E – equivalência
P – posição da expressão na frase.
Muita gente diz, por exemplo, que POR QUE só pode ser usado em
início de PERGUNTA. Isso nããããão é verdade. Há uma música antiga do Tim
Maia, que diz assim:
“Não sei por que você se foi, quanta saudade eu senti...”.
A expressão “por que” está corretíssima, e não está em início de pergunta.
Se usar a dica da equivalência, você acerta: por que = por qual razão
E quanto à posição na frase? POR QUE pode vir no início ou no meio da
frase, que não precisa ser interrogativa. Aliás, quando por que é a junção da
preposição POR + o pronome relativo QUE, não há interrogação nenhuma.
Nesse caso, por que equivale a pelo qual, pelos quais, pela qual ou pelas
quais.
Só eu sei as dificuldades por que (pelas quais) passei .

A Trilha da Gramática
Mapear Português 79

A Trilha da Gramática
Mapear Português 80
I ndicativo: fato certo, real (acróstico CRE = Certo, REAL)
S ubjuntivo: fato duvidoso, hipotético (acróstico PHD = possibilidade,
hipótese, dúvida)
I mperativo:, conselho, ordem, pedido (acróstico COP)
A flexão verbal mais importante, porém, é a flexão de tempo, porque
toda ação, todo processo, todo fenômeno, todo estado se situam no tempo,
que tem três categorias básicas: presente, passado e futuro. Essas 3
(três) categorias de tempo se transformam em 6 (seis), porque o passado
(também chamado de pretérito) e o futuro têm subdivisões:
Vamos ver alguns exemplos no modo indicativo:
1. presente Amo a natureza
2. pretérito perfeito Cumpri mais uma fase da Trilha
3. pretérito imperfeito Eu passava lá todos os dias
4. pretérito mais-que-perfeitoQuando cheguei, ela adormecera
5. futuro do presente Estaremos lá às 22h
6. futuro do pretérito Teria uma boa nota, se estivesse atento
No momento, o que importa é você “subir na montanha” e ter essa visão
panorâmica dos modos e tempos verbais. Depois desta fase, teremos outras que irão detalhar esse tema tão importante. Agora faça uma pausa para o lanche, respire, descanse e vamos em frente! Estamos quase lá!
Modos e Tempos Verbais
Vamos voltar agora ao estudo dos verbos. Já aprendemos, com o
mapa das classes gramaticais, que as duas classes mais importantes são
verbos e substantivos! No mapa de verbos, aprendemos, de uma maneira
bem direta, o conceito, as flexões e as relações verbais. Agora precisamos
detalhar as flexões. Vamos iniciar por aquelas flexões que são privativas do
verbo, ou seja, que só ele tem: modo e tempo.
A flexão de modo indica a maneira de um falante se expressar diante
de um fato.
• O falante (emissor) pode ter a atitude de indicar algo real, algo
do qual se tem certeza. Neste caso, temos o modo indicativo.
Sonhos grandes mobilizam o universo.
• Ele pode, também, se expressar sobre um fato hipotético,
duvidoso; neste caso, teremos o modo subjuntivo.
Talvez eu encontre você lá.
• Por último, o falante pode ter a atitude de dar uma ordem, um
conselho, uma advertência ou simplesmente fazer um pedido
ou um convite. Aí teremos o modo imperativo.
Aproveitem nossas promoções!
Então existem três modos verbais, que podem ser memorizados pelo
acróstico ISI:
Scanned by CamScanner

A Trilha da Gramática
Mapear Português 81

A Trilha da Gramática
Mapear Português 82
Verbo - modo indicativo
Olá! Neste ponto da Trilha, voltamos a falar de verbos, especificamente
dos tempos verbais do modo Indicativo.
Você pode se expressar por meio do verbo de três maneiras: com
certeza, com dúvida ou emitindo uma ordem, um conselho, um pedido.
Dessa forma, temos três MODOS verbais:
Indicativo: um fato certo, real
Subjuntivo: um fato duvidoso, hipotético
Imperativo: um conselho, uma ordem, um pedido, uma sugestão
Na vida, temos três categorias de TEMPO: presente, passado e futuro.
Na nossa Língua, porém, temos algumas subdivisões em dois desses
tempos: o passado (pretérito) se subdivide em três; o futuro em dois.
No modo indicativo, temos 6 categorias de tempo:
• Presente: ação atual ou habitual
Sonhos grandes motivam.
• Pretérito perfeito: ação concluída
Ele chegou cedo.
• Pretérito imperfeito: ação habitual, inacabada ou em realização
no passado
O padre sempre ia lá.
O matuto trabalhava tranquilamente quando o padre chegou.
Eles sempre tinham uma desculpa.
• Pretérito mais-que-perfeito: ação concluída anterior a outra
também concluída
As pessoas perguntavam como ele conseguira aquilo.
• Futuro do presente: ação futura em relação ao presente
O projeto trará benefícios à população.
• Futuro do pretérito: ação futura em relação ao passado
Se o agricultor não trabalhasse duro, a plantação não floresceria.
É muito importante memorizar as terminações mais comuns da 1ª
pessoa do singular (eu), pois normalmente quando se sabe conjugar um
verbo na primeira pessoa do singular, fica mais fácil conjugar nas outras.
Scanned by CamScanner

A Trilha da Gramática
Mapear Português 83

A Trilha da Gramática
Mapear Português 84
Emprego de Há e A
Um dos erros mais comuns na Língua Portuguesa é a confusão que se
faz entre a forma verbal “HÁ” e a preposição “A”. Observe que são palavras
completamente diferentes, que pertencem a classes completamente
diferentes.
Estou a 10 metros da farmácia.
Estamos a 20 minutos da cidade.
Daqui a três meses, viajaremos.
Nas frases anteriores, a partícula a, que nesse caso é uma preposição,
introduz uma expressão de lugar e tempo respectivamente; essas
expressões exercem a função de adjunto adverbial, ou seja, termos
que geralmente se colocam junto a verbos para modificar o sentido,
acrescentando uma informação. Quando estudamos preposições, no
nosso mapa do PEPI LEAL, aprendemos que as preposições introduzem
complementos ou adjuntos.
Agora vamos ver as seguintes frases:
Mário mora aqui há dez anos.
Estela trabalha naquela loja há cinco meses.
A forma verbal “há” introduz uma oração que também indica tempo.
Então qual a diferença para a preposição “a”? São duas diferenças básicas:
1) A primeira delas é que a forma verbal há é usada para indicar tempo
decorrido, ou seja, tempo passado, apesar de ser uma forma do tempo
presente. Pode parecer estranho, mas é isso que ocorre: “há” é uma forma
do presente (porque indica algo que está ocorrendo no tempo presente),
mas, em conjunto com outra expressão que indique tempo, acaba se
referindo ao passado.
2) A segunda diferença é que a forma verbal “há” pode ser substituída
por sua equivalente “faz ”:
Mário mora aqui há dez anos.
Estela trabalha naquela loja faz cinco meses.
Outro uso da forma verbal há é como sinônimo de existe ou existem.
Neste caso, não há a indicação de tempo:
Há uma solução para esse problema.
(existe)
Há três pessoas aqui.
(existem)
Qual a melhor forma de não confundirmos mais essas expressões?
1. A partícula a deve ser usada quando estiver subentendida a
expressão daqui a ou a distância.
2. A forma verbal há deve ser empregada quando puder ser substituída
por faz ou existe.
Vencemos mais uma fase. Estamos quase no fim desta Trilha. Força,
trilheiro!
Scanned by CamScanner

A Trilha da Gramática
Mapear Português 85

A Trilha da Gramática
Mapear Português 86
Verbo - modo subjuntivo
Esperamos que tudo esteja colorido como o mapa seguinte!
Estamos estudando TEMPOS VERBAIS. No mapa anterior, vimos os
tempos do modo indicativo. Agora, veremos os tempos do SUBJUNTIVO.
• A palavra subjuntivo significa SUBORDINADO, que vem junto de
algo e é hierarquicamente inferior. O que isso significa? Que ao usar
este tempo verbal, deveremos empregar outro verbo no mesmo
período (frase).
Gostaria de que você estivesse aqui no meu aniversário.
O primeiro verbo (gostaria) está no futuro do pretérito do modo
indicativo. Ele representa a oração principal do período. O segundo
verbo (estivesse) está no pretérito imperfeito do modo subjuntivo.
Este tempo verbal representa a oração subordinada — um assunto que
estudaremos na Trilha 3.
• Ao empregar um verbo no subjuntivo (que expressa dúvida,
possibilidade), você deverá empregar outro verbo no indicativo ou
um advérbio de dúvida.
Quando você se decidir, estarei aqui.
Talvez você esteja cansado.
• No modo subjuntivo, temos apenas três tempos simples e —
uma curiosidade — todos podem se referir ao futuro. Além disso,
normalmente são acompanhados pelas conjunções quando, que
ou se.
Espero que você esteja aqui no próximo mês. (presente do subjuntivo)
Gostaria de que você estivesse aqui no próximo mês. (pretérito
imperfeito do subjuntivo).
Vou comemorar, se você estiver aqui no próximo mês. (futuro do
subjuntivo)
Vamos fazer uma festa, quando você estiver aqui. (futuro do
subjuntivo)
É muito importante memorizar as terminações:
• a e e: presente. Que eu entenda | que eu estude.
• sse: pretérito imperfeito. Se eu entendesse ...
• r: futuro. Quando eu entender...
#ficaadica
Bons estudos!!
Scanned by CamScanner

A Trilha da Gramática
Mapear Português 87

A Trilha da Gramática
Mapear Português 88
Verbo - modo imperativo
Para concluir nossos estudos sobre modos e tempos verbais, falaremos
de outro modo verbal: IMPERATIVO.
A palavra imperativo significa que impõe. Portanto tem, na origem, um
sentido de autoridade. Porém, atualmente, expressa muito mais que ordem:
expressa conselho, pedido, recomendação, sugestão , desejo, proibição.
O que mais importa estudarmos sobre esse modo?
1. Ele não se divide, como os outros, em tempos verbais. Classifica-se
apenas em imperativo afirmativo e imperativo negativo.
2. Ele não possui a 1ª pessoa do singular, porque você não pode dar
uma ordem a si mesmo.
3. O imperativo afirmativo é derivado do presente do indicativo e
do presente do subjuntivo. O imperativo negativo é derivado do
presente do subjuntivo. Basta, neste caso, acrescentar o advérbio
não.
Presente do
indicativo
Imperativo
afirmativo
Presente do
subjuntivo (que)
Imperativo
negativo
eu estudo ---- estude ----
tu estudas >estuda (sem s) estudes >Não estude
ele estuda estude < estude >Não estudes
nós estudamos estudemos < estudemos >Não estudemos
vós estudais > estudai (sem s) estudeis >Não estudeis
eles estudam estudem < estudem >Não estudem
4. O sujeito de um verbo no imperativo será um pronome do caso reto ou os pronomes de tratamento você e vocês, que podem aparecer
depois do verbo ou não.
Venha você! (sujeito simples determinado = você)
Venha amanhã cedo! (sujeito simples oculto ou elíptico)
5. Algumas vezes o imperativo é seguido de vocativo, um
chamamento que sempre será separado por vírgula. Cuidado para não confundi-lo com o sujeito. (Lembre-se da regra anterior)
Venha logo, Carlos!
Nessa frase, o sujeito está oculto ou elíptico (você) e o substantivo “Carlos” se classifica como vocativo. Lembre-se de que o sujeito não pode ser separado por vírgula. Já a vírgula com o vocativo é obrigatória.
Estamos quase chegando ao fim da jornada. Faltam apenas 2 fases. Força!

A Trilha da Gramática
Mapear Português 89

A Trilha da Gramática
Mapear Português 90
Estrutura das palavras
O corpo humano tem uma estrutura básica, formada por cabeça, tronco
e membros. A palavra estrutura significa
organização, disposição dos
elementos que compõem um corpo, aquilo que dá sustentação a alguma
coisa
. As palavras, assim como o corpo humano, também têm uma estrutura,
e os elementos que a compõem se chamam elementos mórficos.
No nosso mapa, representamos a palavra como se fosse uma árvore.
O que sustenta uma árvore? A raiz. Em estudos avançados, costuma-
se diferenciar raiz de radical, porém, de uma maneira simples, vamos
considerar aqui como se tivessem o mesmo sentido. O radical é o elemento
que contém o sentido básico da palavra, ou seja, é a base da árvore. Numa
família de palavras, é a parte que se repete. Observe que, nas palavras
abaixo, há um elemento comum, o radical livr-:
livro livreiro livraria
Quando queremos formar novas palavras a partir de um radical,
normalmente acrescentamos os afixos, palavra que literalmente significa
“colocado nas extremidades”. Se o afixo vier antes do radical, recebe o
nome de prefixo. Se vier depois, recebe o nome de sufixo. Mas qual a lógica
desses nomes? Considera-se que o radical é o elemento fixo de uma
palavra, ou seja o elemento que dificilmente sofre modificação. A palavra
prefixo, literalmente, quer dizer antes do fixo, ou seja, antes do radical. Já a
palavra sufixo literalmente significa subsequente ao fixo, ou seja, sucede
o radical, vem depois dele. Veja:
deslealdade = des + leal + dade
prefixo + radical + sufixo
Nas palavras oxítonas que não possuam afixos, o radical normalmente
representa toda a palavra: arroz, café, sol, refém, anzol. Nas palavras
paroxítonas ou proparoxítonas, o radical se liga a outros elementos
mórficos importantes por meio de uma vogal temática ou por meio de
vogais e consoantes de ligação.
jog + a + dor
radical + vogal temática + sufixo
cafe + i + cultor
radical + vogal de ligação + sufixo
cafe + t + eira
radical + consoante de ligação + sufixo
Qual a diferença básica entre vogal temática e vogal de ligação?
Quando usamos uma vogal de ligação, o elemento anterior a ela já faz
sentido sozinho. Quando é vogal temática, não. Ao juntarmos o radical
com a vogal temática, temos um elemento mórfico chamado tema, que já
dá significado à palavra.
Além desses elementos, temos as desinências. Desinências são
terminações que indicam as flexões (variações) das palavras. Há desinências
nominais e verbais:
Desinências nominais: gênero (o, a ) / número (s)
Desinências verbais: número-pessoais (s, mos, is, m, ste, stes ...)
modo-temporais (va, ia, nha, ra,re, ria, sse...)
alunas = alun / a / s
radical + desinência de gênero + desinência de número
amávamos = am / á / va / mos
radical + vogal temática + desinência modo-temporal + desinência número-pessoal
Felizmente, este é um assunto pouco exigido em provas, devido à
complexidade. Para um estudo efetivo, teríamos que conhecer a origem de
inúmeras palavras. Mas vale a pena saber, mesmo que de forma simples,
as partes que formam uma palavra. Vamos em frente!!

A Trilha da Gramática
Mapear Português 91

A Trilha da Gramática
Mapear Português 92
Processos de Formação de Palavras
Você já parou para pensar em como as palavras surgiram na nossa
Língua? Sabemos que a Língua Portuguesa é originada do latim, língua que
se falou durante muitos séculos, mas que hoje é considerada uma “língua
morta”. Novas palavras surgiram e continuam a surgir em nossa Língua. E
como isso acontece? Ah, para falar desse assunto, chamamos nosso amigo
Derivaldo Compositor!
Existem principalmente dois processos, ou seja, duas formas como as
palavras surgem no nosso idioma: derivação e composição.
Na fase anterior, estudamos a estrutura das palavras, ou seja, os
elementos mórficos, as partes que se juntam para formar uma palavra.
Aprendemos, por exemplo, que existem os afixos, elementos que se
colocam antes ou depois de um radical para formar novas palavras.
Quando uma palavra recebe um prefixo ou sufixo, dizemos que ela
é formada pelo processo de derivação. Por exemplo: da palavra primitiva
“leal”, surgem as palavras lealdade (com acréscimo do sufixo dade ao
radical) e desleal (com acréscimo do prefixo de negação des antes do
radical).
Existem seis tipos de derivação e em dois deles não há o acréscimo
de afixos: derivação regressiva (em que a redução de uma palavra forma
uma nova palavra, como é o caso de encontrar e o encontro) e derivação
imprópria, em que a palavra muda de classe gramatical (como é o caso do
verbo jantar, que pode se transformar no substantivo o “jantar”).
Há outro processo tão importante quanto a derivação: a COMPOSIÇÃO.
Podemos juntar duas palavras que já existem na nossa Língua, formando
uma nova palavra, com novo significado. Por exemplo, temos as palavras
“beija” e “ flor”. Unindo as duas com hífen, temos uma nova palavra, com
um novo significado: beija-flor. Como houve a junção de dois radicais,
isto é, duas palavras que já existiam, dizemos que o processo se chama
composição. Beija-flor é um substantivo composto.
Existem dois tipos de composição: por justaposição (quando dois
radicais se juntam sem nenhuma mudança na grafia ou no som, como é o
caso de beija-flor); por aglutinação (quando duas palavras se juntam, mas
ocorrem mudanças na grafia e na pronúncia, como é o caso de aguardente
e pernilongo).
Existem, ainda, outros processos menos comuns, que podem ser
memorizados com a ajuda do acróstico HORAS:
H ibridismo (junção de radicais de línguas diferentes): motoboy, televisão
O nomatopeia (imitação de sons): tique-taque, reco-reco
R edução refri, em vez de refrigerante
A breviação (o mesmo que redução) moto em vez de motocicleta
S igla ONU, MEC, CBF
Já descobriu por que nosso personagem se chama Derivaldo
Compositor? Porque queremos que você se lembre dos dois principais processos de formação: derivação e composição!
Nós, Pacco e Amanda, queremos parabenizar você que chegou até
aqui. Você concluiu uma jornada muito importante na direção do domínio dos elementos gramaticais da nossa Língua. Temos certeza de que foi uma aventura emocionante. Agora é hora de descansar, celebrar esta vitória e fechar este ciclo. Vemos você do outro lado, na segunda jornada, chamada Trilha Mapear 2.
Um grande abraço!

A Trilha da Gramática
Mapear Português 93

Para conhecer outros livros e programas de aprendizagem, visite
nosso site: www.mapearportugues.com.br