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15 de junho
QUEM SÃO ELES?
E eles Lhe perguntarão: Senhor, quando foi que Te vimos com fome, com sede,
forasteiro, nu, enfermo ou preso e não Te assistimos? Mateus 25:44
M
inha esposa e eu moramos onde, nos tempos bíblicos, foi a terra de Moabe.
Ao viajarmos por esta região, não são raros os momentos em que vemos
os pastores de ovelhas morando em tendas e conduzindo seu rebanho a pastos
mais verdejantes. Essa cena nos faz lembrar a história de Rute, a moabita, que,
apesar das dificuldades e desafios culturais, tomou a decisão de seguir ao Deus
Criador e abandonar os cultos pagãos de seu povo.
Ao chegarem a Belém, na terra prometida, passaram por momentos muito
difíceis, especialmente Rute, por ser mulher moabita (estrangeira), pobre e
viúva. No entanto, pela graça de Deus, ela encontrou um lugar que havia sido
preparado pela providência divina. Ali, casou-se com Boaz, que proveu suas
necessidades e se tornou um tipo de Cristo.
Segundo a percepção dos habitantes da terra, Rute era de pouco ou nenhum
valor, mas, na perspectiva divina, ela era valiosíssima. Deus não vê como o
homem. Rute se tornou a bisavó de Davi e ancestral de Jesus.
Na Bíblia Sagrada, Deus nos ajuda a compreender como Ele vê os menos
favorecidos. Em Deuteronômio 10:17 a 19, nos é dito que Ele defende a causa
dos órfãos e das viúvas e ama os estrangeiros. Em Levíticos 23:22, está revelado
como Ele quer fazer isso por meio de você e de mim. Nós somos as mãos auxi-
liadoras de Deus.
Mas quem são os “estrangeiros” da atualidade? São os refugiados. Os que,
por motivos de guerra, perseguição religiosa ou política, entre outras coisas, tive-
ram que abandonar seus lares, muitas vezes só com a roupa do corpo, para salvar
a vida. Segundo as Nações Unidas, há hoje quase 65 milhões de refugiados que
vivem ao nosso redor. Na região em que minha esposa e eu vivemos, são mais de
10 milhões. Podemos vê-los em quase todos os lugares à procura de pão e ajuda.
Não se esqueça de que, segundo a perspectiva bíblica, esse mundo não é
nossa pátria, somos todos estrangeiros e peregrinos. No juízo divino, segundo
o sermão escatológico de Cristo em Mateus 25:31 a 46, Deus não nos julgará
somente pelas nossas crenças, mas também por nossos atos. Por isso, Ele dirá:
“Sempre que o fizestes a um destes Meus pequeninos irmãos, a Mim o fizes-
tes.” Quem são estes a quem Cristo se refere? Os pobres, nus, doentes, famin-
tos, prisioneiros e estrangeiros.
Todos nós somos refugiados aqui e esperamos uma pátria superior. Por
isso, tratemos com amor aqueles que sonham com um lugar melhor para viver;
assim, poderemos guiá-los de volta para casa: a casa do Pai.