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LEITURA
Nos organismos pluricelulares, os grupos de células desempenham funções diferentes,
apresentando divisão de trabalho. Esses diferentes grupos, para trabalhar de maneira coordenada e
eficiente, devem, de alguma forma, conversar entre si. De que maneira uma célula emite uma
mensagem para outra célula, ou para outro grupo de células?
Como as células destinatárias entendem a mensagem que
chega até elas? Vamos lembrar também que nos pluricelulares são
geradas milhares de mensagens diferentes ao mesmo tempo. Cada
mensagem destina-se apenas a um grupo de células e deve chegar
somente a elas. Assim, outro fator importante a entender é, no caso
do organismo, como uma certa mensagem chega apenas a seus
destinatários, sem confusão possível.
A membrana plasmática, além de todas as propriedade s
estudadas neste capítulo, também está envolvida na função de
comunicação entre as células. Vamos tentar entender de forma
simples, como isso ocorre.
Na membrana, você está lembrado, existem duas camadas de
moléculas de lipídios, com moléculas de proteínas embutidas entre elas. Neste capítulo, demos
destaques especialmente às Proteínas transportadoras, que agem na difusão e no transporte ativo,
outra categoria de proteínas na membrana: são os receptores de membrana. Esses receptores, devido
à sua forma, conseguem ser reconhecidos por determinadas substâncias mensageiras, que se
encaixam neles como uma chave se encaixa em uma fechadura, como ocorre com uma enzima e seu
substrato. Uma vez que a substância mensageira se encaixou, são desencadeadas várias reações no
interior da célula, que levam a uma determinada resposta celular.
Cada célula possui receptores de membrana específicos, com uma forma própria. Assim, uma
determinada, mensagem somente poderá ser recebida se a célula tiver o receptor adequado.
O esquema abaixo ilustra um modelo de como as respostas celulares são desencadeadas pela
substância mensageira. A substância se encaixa no receptor de membrana da célula-alvo modifica a
forma da molécula desse receptor (A). A modificação do receptor desencadeia, no interior da célula,
uma série de reações químicas (B) que levam, finalmente, à elaboração de uma resposta (C).
Daremos a você um exemplo concreto da
comunicação entre as células. A adrenalina é um
hormônio fabricado pelas glândulas supra-renais em
situações de emergência, e age sobre diversos órgãos
do nosso corpo. Entre outros efeitos, ela acelera os
batimentos cardíacos, contrai os vasos sanguíneos da
pele e favorece, no fígado, a transformação do glicogênio
em glicose, que é secretada no sangue.