Toltecas.
Os Toltecas habitavam uma ilha do Lago Texcoco no Vale do México
ou Vale Anahuac. De colônia dos Teotihuacan passaram a Metrópole
e de sua capital, Tula, dominaram a maior parte do Norte e do
Centro do México inclusive os Teotihuacan, que nesta época estavam
em decadência.
Na antiguidade a capital do povo Teotihuacan, Tenochcxitlan,
também foi conhecida pelo nome Tollan, e este nome foi usado
séculos depois para designar a capital Tolteca, Tula.
Tula, em Nahuatl "Tollan“, significa “lugar dos tules” - uma árvore
do género Scirpus. Atualmente Tula é conhecida como Tollan-
Xicocotitla, uma cidade com 10.000 habitantes, parte construída
sobre a Tula pré-colombiana, no município de Tula de Allende no
estado de Hidalgo, a 70 km da cidade do México.
Foi a maior cidade do México nos séculos IX e X, cobrindo uma
área de 12 km2 e uma população de cerca de 30.000 habitantes.
Tula foi criada em 980 dC por Ce Ácatl Topiltzin Quetzalcoatl,
soberano que trouxe grande prosperidade à região, mas que se viu
dividida entre os seguidores do deus Quetzalcoatl e o deus
Tezcatlipoca, os quais se confrontaram conforme a mitologia.
Segundo uma das variações da lenda, quando os seguidores de
Quetzalcoatl pararam de fazer sacrifício humano, substituindo por
oferendas de serpentes, pássaros e borboletas. Quetzalcoatl e seus
sacerdotes começaram a ser ridicularizados pelos guerreiros. Então
Quetzalcoatl saiu da cidade e vagou fazendo penitência, de reino em
reino, até que chegou ao Yucatan.
Por fim os seguidores de Tezcatlipoca, “deus da noite ou
Quetzalcoatl Negro”, expulsaram os Toltecas que professavam a sua
crença na “Serpente Emplumada ou Quetzalcoatl Branco”, sendo
obrigados a migrar para o sul em direção ao Golfo do México até a
península do Yucatan.
Depois do expurgo, sob a chefia sanguinária do rei que agora
governava Tula, o império Tolteca atingiu a sua maior extensão,
dominando a maior parte do México Central de costa a costa.
Em 1194 o Estado Tolteca chegava ao fim. Debilitado por lutas
internas e pela destruição de Tula, por uma nova invasão de tribos
Nahuas Chichimecas, que destruíram grande parte das esculturas e
outras obras de arte e possibilitando aos Mexicas, conhecidos hoje
como Aztecas tomassem posse da região depois de 250 anos de
instabilidade na região.
Os Tolteca banidos e recém chegados no Yucatan fundaram cidades
como Chichén Itzá, nome que funde os Itzaes com os Chichimecas e
Maias. Segundo a lenda Quetzalcoatl mudou-se de Tula para
Chichém-Itzá e assumiu o nome de Kukulkán (Kukul - pássaro
serpente) na língua Maia.
A nova Tollan diferentemente da Tolteca, não estava numa vasta
planície sem qualquer defesa, mas sobre uma colina, muito mais fácil
de defender a fronteira com os territórios Chichimecas. Devido aos
ataques recorrentes, em Tollan formou-se um estado militar e
controlador dos povos limítrofes, cobrando-lhes tributos.
Essa nova fase foi marcada pelo aumento do militarismo,
monumentos com a Serpente Emplumada e a metalurgia em ouro,
prata e cobre, além do sacrifício maciço de pessoas, atestado nas
gravuras com desenhos de jaguares, águias devorando crânios
humanos e da plataforma de sacrifícios.
A primeira descrição acadêmica das ruínas da cidade de Tollan foi de
António García Cubas da Sociedade Mexicana de História e
Geografia, em 1873. As primeiras escavações foram levadas a cabo
por Désiré Charnay, um antiquário francês, na década de 1880.
Em 1940 foi iniciado um projeto arqueológico de 20 anos,
conduzido por Jorge Acosta, do Instituto nacional de Antropologia
e História do México. Nos anos 70 efetuaram-se novas escavações e
restaurações. Parte do sítio arqueológico está aberto aos visitantes
existindo um pequeno museu no local.
O governo era exercido sobre os camponeses, por uma aristocracia
guerreira, sacerdotes, mercadores e funcionários da administração
estatal (cobradores de impostos). Possivelmente fosse uma
sociedade de castas.
Politeístas, grandes artesãos e arquitetos, construíram vários
templos pirâmides de terraço usadas para cultuar suas divindades,
e seus reis, considerados deuses, além da Serpente Emplumada, o
deus do fogo e da chuva retratada também em esculturas em relevo
como Chacmool.
Construíram palácios decorados de Jade, ouro e turquesa.
Conceberam o estilo arquitetônico das colunatas que teve muita
influência na Mesoamérica. O templo de Thuzcalpantecuthi era
precedido por cem pilastras e ornados com desenhos de aves e a
representação de Quetzalcoatl.
Introduziram os metais, eram oleiros surpreendentes, dentre as
inúmeras técnicas descobriam que a argila devia descansar longe do
sol e vento, antes da queima. Seus artesanatos tinham grande valor
comercial entre os demais povos.
Na península do Yucatan são raros os sítios tolteca-maia, o que sugere
que os novos governantes despovoaram o território concentrando os
Maias do norte em Chichém Itzá, para melhor controle. O único lugar
importante deste período é Balankanché, uma gruta próxima de
Chichém-Itzá, com uma câmara ritual subterrânea.
Com a destruição da primeira Tula e a desarticulação do Estado
Tolteca provocada pela invasão dos Nahuas Chichimecas, começou
na mesoamérica um período de instabilidade que durou
aproximadamente 250 anos, só terminando com a presença dos
Aztecas.
Após uma aliança feita entre as cidades de Texcoco e Tlacopan,
surgiu o "Império Azteca", tendo como centro a cidade Azteca de
Tenochtitlán em 1325 dC, atual cidade do México, fundada pelo
povo Tenochca .
Cada uma das cidades-estados da confederação Azteca possuía o seu
próprio rei, mas tinham um comando militar na época da ocupação
espanhola em 1519 e o imenso império só reconhecia um chefe:
Montezuma II, o imperador Azteca.
Tenochtitlán tinha uma população de 400.000 habitantes, na época,
maior que qualquer cidade Européia, cercada de água e com um
labirinto de canais que atravessava em todas as direções.