MILAGRES EUCARÍSTICOS NO MUNDO - CARLO ACUTIS

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About This Presentation

MILAGRES EUCARÍSTICOS NO MUNDO - CARLO ACUTIS


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MILAGRES EUCARÍSTICOMILAGRES EUCARÍSTICO S

Em todo o mundo, diversas instituições
religiosas reproduziram esta mostra que foi
iniciada por Carlo Acutis antes de morrer.
Os Milagres Eucarísticos são aqueles que estão
relacionados com a Eucaristia e com a sagrada
hóstia e que foram reconhecidos pela Igreja. Um
exemplo a ser citado é a vida milagrosa de
Marthe Robin, uma mulher que viveu no interior
da França e, durante cinquenta e três anos,
alimentou-se exclusivamente de Eucaristia. Ela
faleceu em 1981 e dedicou sua vida ao amor a
Jesus.
Para Dom Alessandro, esses milagres ajudam a
revigorar a devoção e o respeito pela Eucaristia.
“A partir da hóstia consagrada, aconteceram
fatos interessantes no mundo inteiro”, afirma.
Dom Alessandro ressalta ainda que o
conhecimento destes eventos extraordinários
reconhecidos pela Igreja vivifica a fé dos devotos
no sacrifício do Corpo e Sangue do Senhor
Jesus Cristo. Além disso, Dom Alessandro
reitera que os Milagres Eucarísticos são uma
ação de Deus que prova, por meio da eucaristia,
a sua presença real.

"Os Milagres Eucarísticos pretendem confirmar
esta fé, que se baseia nas Palavras de Jesus,
segundo as quais o que parece pão já não é pão,
e o que parece vinho já não é vinho.
Efetivamente, nos Milagres Eucarísticos figuram
a Carne e o Sangue, ou um ou outro, conforme o

caso. O propósito dos Milagres é provar que não
devemos olhar para a aparência exterior (pão e
vinho), mas para a substância, a verdadeira
realidade da coisa, que é carne e sangue";

Carlo viveu uma vida de amor e devoção a Cristo
e à Eucaristia e utilizou a internet e as
tecnologias para evangelizar e interceder pela
vida daqueles que não conhecem a Jesus.
Faleceu de leucemia em 2006 e foi beatificado em
2020. Em vida, Acutis idealizou uma exposição
sobre os Milagres Eucarísticos ao redor do
mundo. Embora tenha falecido antes de finalizar
a mostra, sua ideia teve continuidade através de
outros fiéis que seguiram o planejamento feito
por Carlo.

LINKS:
https://noticias.cancaonova.com/igreja/santuario-
de-caravaggio-tem-exposicao-idealizada-pelo-
beato-carlo-acutis/

https://caravaggio.org.br/pagina/carlo-acutis

Mostra internacional
Idealizada e realizada por Carlo Acutis
SERVO DE DEUS CARLO ACUTIS 
(*Londres, 3 de maio de 1991 + Milão 2 de outubro de 2006)
OS MILAGRES EUCARÍSTICOS 
NO MUNDO
se locomover continuamente para vê-lo e hoje 
temos muito mais sorte porque podemos 
encontrá-lo em qualquer igreja perto de casa. 
Dizia, “Temos Jerusalém em nossa casa”. 
Como um bom catequista que era, fez seu 
melhor para encontrar formas cada vez mais 
atuais para ajudar os outros a reforçar sua 
própria fé. Por isso, deixou como herança suas 
mostras, entre as quais aquela dos Milagres Eu-
carísticos. Foi em 2002, visitando as exposições 
do Encontro de Rimini, que Carlo decidiu criar 
uma mostra sobre os Milagres Eucarísticos re-
conhecidos pela Igreja. Um trabalho desafador 
em que envolveu também sua família por cerca 
de dois anos e meio. Os efeitos espirituais que a 
mostra está trazendo eram então imprevisíveis. 
Hoje podemos afrmar que a mostra foi hospe-
dada em todos os 5 Continentes. Muitos pasto-
res também pediram para reunir o material em 
um catálogo que tinha o prefácio autorizado 
pelo Cardeal Angelo Comastri, Arcipreste da 
Basílica Papal do Vaticano e Vigário Geral de 
Sua Santidade para a Cidade do Vaticano, e do 
S.E. Mons. Rafaello Martinelli, então Chefe 
do Escritório de Catequese da Congregação 
para a Doutrina da Fé. A partir daquele mo-
mento a mostra, se pudermos dizer assim visto 
os resultados, “está fazendo milagres”. Apenas 
nos Estados Unidos, graças à ajuda dos “Cava -
leiros de Colombo, da “Te Cardinai Newman 
Society e da Te Real Presence Association and 
Education, com o patrocínio do Cardeal 
Edmond Burke, foi hospedada em milhares de 
paróquias, em mais de 100 Universidades. Foi 
também promovida por algumas Conferências 
Episcopais, inclusive a da Filipina, Argentina, 
do Vietnã, etc. Ela chegou até mesmo à China 
e à Indonésia. Importantes Basílicas e San-
tuários hospedaram a mostra de Carlo, entre 
eles o Santuário de Fátima, por ocasião do cen-
tenário de Francisco Marto. 
Nas páginas www.carloacutis.com w 
www.miracolieucaristic.org é possível visitar 
virtualmente os lugares em que estes milagres 
aconteceram e também é possível baixar direta-
mente os painéis. A Mostra é gratuita e é 
possível solicitar sua entrada através do endereço 
de e-mail a seguir: [email protected]
Ou escrevendo para:
Associazione Amici di Carlo Acutis
Via Ariosto 21 - 20145 Milão
Tel: 3396340122
1. (S.E. Card. Angelo Comastri, Prefácio para N. Gori, 
Carlo Acutis. Um jovem para os jovens)
ara seguir em direção a esta Meta, e 
não “morrer como cópia”, Carlo dizia 
que nossa Bússola deve ser a Palavra 
de Deus, com a qual devemos lidar constante-
mente. Mas, para uma Meta alta assim, são ne-
cessários Meios muito especiais: os Sacramen-
tos e a oração. Carlo colocava o Sacramento da 
Eucaristia no centro de sua própria vida, o qual 
chamava de “meu caminho para o Céu”. 
Aceito para a Primeira Comunhão com apenas 
7 anos, até hoje nunca faltou a um compromis-
so diário com a Santa Missa e Reza o Terço. 
Procurava sempre fazer um pouco de Adoração 
Eucarística, uma vez que estava convencido de 
que “ao fcar diante de Jesus na Eucaristia as 
pessoas podem se tornar santos”. Carlo 
sempre se perguntava por que eram vistas flas 
quilométricas de pessoas que fcam horas espe-
rando para ver um show de Rock ou um flme, 
mas essas mesmas flas não eram vistas em 
frente a Jesus na Eucaristia. Dizia que as pessoas 
não tinham ideia do que estavam perdendo, se 
as igrejas estivessem totalmente cheias, imagine 
só o que poderia ser feito. No Santíssimo Sacra-
mento — repetia entusiasmado — Jesus está 
presente da mesma forma como estava presente 
há 2.000 anos, nos tempos dos Apóstolos, só 
que naquele tempo as pessoas eram obrigadas a 
«“Meu objetivo de vida é estar 
sempre junto a Jesus”. Com estas 
poucas palavras, Carlo Acutis, o 
rapaz que morreu de leucemia aos 
15 anos, descreve sua breve existên-
cia: Viver com Jesus, por Jesus e em 
Jesus”»
1
. Para citar as palavras de Carlo: 
“Nossa Meta deve ser o infnito, 
não o fnito. O infnito é nossa 
Pátria. Sempre nos esperam no 
Céu”. É sua a frase: “Todos nascem 
como originais, mas muitos 
morrem como cópias”.
P

Mostra internacional
O que é um Milagre Eucarístico? 
MILAGRES EUCARÍSTICOS 
NO MUNDO
secretamente sob as espécies da carne e do 
sangue. Se na verdade a carne e o sangue que 
aparecem fossem na verdade a carne e o sangue 
de Jesus, deveríamos dizer que Jesus ressuscita-
do, que reina impassível à direita do Pai, perde 
uma parte de sua carne e do seu sangue, aquilo 
que não pode ser de forma alguma admitido. 
Devemos dizer, portanto, que a carne e o sangue 
que aparecem nos milagres estão no gênero das 
espécies ou aparências ou acidentes, nada mais 
nada menos do que a espécie do pão e do vinho. 
O Senhor realiza estes milagres para dar um 
sinal, fácil e visível a todos, de que na Eucaristia 
existe o verdadeiro corpo e o verdadeiro sangue 
do Senhor. Mas este verdadeiro corpo e este ver-
dadeiro sangue não são aqueles que aparecem, 
mas sim aqueles contidos substancialmente sob 
as espécies ou aparências que, antes do milagre, 
eram pão e vinho e, após o milagre, são carne e 
sangue. Sob as aparências da carne e do sangue 
Jesus se mantém verdadeiramente e substancial-
mente como estava antes do milagre. Por isso 
podemos adorar Gestos realmente presentes sob 
as espécies da carne e do sangue.
Padre Roberto Coggi o.p
s Milagres Eucarísticos são milagres 
de Deus que visam confrmar a fé na 
presença real do corpo e do sangue do 
Senhor na Eucaristia. Conhecemos a doutrina 
católica com relação à presença real. Com as pa-
lavras da consagração: “Este é o meu corpo”, 
“Este é o meu sangue”, o pequeno pedaço de 
pão torna-se o corpo de Cristo, e o vinho torna-
se o seu sangue. Esta maravilhosa mudança é 
chamada de Transubstanciação, a passagem da 
substância. Do pão e do vinho restam apenas as 
aparências ou espécies, que com um termo f-
losófco são denominadas acidentes. Permane-
cem então as dimensões, a cor, o sabor, o cheiro 
e também as capacidades nutritivas, mas não a 
substância, a verdadeira realidade, que se tornou 
o corpo e o sangue do Senhor. A transubstan-
ciação não pode ser de forma alguma presencia-
da pelos sentidos, apenas a fé nos garante esta 
maravilhosa alteração.
Os Milagres Eucarísticos 
querem confrmar esta fé, que se baseia nas pala-
vras de Jesus, a qual diz que aquilo que parece 
ser pão, não é mais pão, e aquilo que parece 
vinho, não é mais vinho. Nos Milagres Eu-
carísticos aparecem na verdade a carne e o 
sangue, ou um ou outro, dependendo do caso. 
O objetivo destes milagres é demonstrar que 
não devemos ver a aparência externa (pão e 
vinho), mas a substância, a verdadeira realidade 
daquilo, que é carne e sangue. Os teólogos me-
dievais aprofundaram o tema dos Milagres Eu-
carísticos (muito frequentes em seu tempo), e 
lhes deram diversas interpretações, mas a mais 
bem-fundada e razoável parece ser a do “Doutor 
da Eucaristia” por excelência, ou seja 5. Tomma-
so d’Aquino (cf. Somma Teologica III, q. 76, 
a.8). Ele diz que o corpo e o sangue que apare-
cem após o milagre são devido à transformação 
das espécies eucarísticas, ou seja, dos acidentes, 
e não tocam a verdadeira substância do corpo e 
sangue de Jesus. Ou seja, as espécies do pão e do 
vinho são transformadas milagrosamente em 
espécie de carne e sangue, mas o verdadeiro 
corpo e o verdadeiro sangue de Jesus não são 
aqueles que aparecem, mas aqueles que, antes 
do milagre, estavam escondidos sob as espécies 
do pão e do vinho e que continuam existindo 
O

ALATRI
ITÁLIA, 1228
ilag re Euc aríst ico de
Ainda hoje,se encontra devida-
mente conser vada, na Catedral
de São P aulo na cidade de Alatri,
a relíquia deste Milagre Eucarístico
que se deu no ano de 1228.
Trata-se de um fragmento d e
Partícula convertida em verdadeira
Carne.U ma jovem senhora para
reconquistar o amor do seu
noivo, dirigiu-se a uma feiticeira
que, com o fim de lhe p reparar
um filtr o de amor , lhe ordenou
que roubasse uma Hóstia
Consagrada. D urante uma missa,
a jovem consegue tirar uma Hóstia
que logo esconde no interior d e
um pano, mas, chegada a casa,
apercebe-se que a Hóstia se
trans-
formou em Carne Ensanguentada.
Deste Prodígio nos falam nume-
rosos documentos entr e os quais
a Bula de Papa Gregório IX.
testemunho mais respeitáv el deste Milagre
encontra-se na Bula “FraternitasT uae” escrita
pelo Papa Gregório IX (13 de Março 1228)
na qual o Pontífice dá resposta a uma carta do
Bispo de Alatri, Giovanni V. Eis o texto da Bula
Pontifícia: «Eu, G
regório Bispo, servo dos servos
de Deus, ao Venerável Irmão Bispo de Alatri,
Saúde e Bênçãos Apostólicas. Acabei de receber a
tua carta, irmão caríssimo, que nos informa como
uma certa jovem influenciada pelos maus conselhos
de uma maléfica senhora, depois de ter recebido
do Sacerdote o Sacratíssimo Corpo de Cristo, o
retém na sua boca,até à oportunidade favorável de
o colocar dentro de um pano, de onde, passados
três dias, encontr ou o que tinha recebido em forma
de pão, agora transformado em Carne, como
todos ainda hoje podem constatar com os seus
próprios olhos. Porque tudo isto te foi revelado
humildemente, por várias senhoras, que desejam
o nosso parecer sobre a punição a aplicar às
culpadas. Em primeiro lugar, devemos dar
graças com todas as nossas forças, Àquele que,
trabalhando cada coisa de modo maravilhoso,
todavia, em qualquer ocasião repete os milagres,
e suscita novos prodígios a fim de que, fortifi-
cando a nossa fé na verdade da Igreja Católica,
sustentando a nossa esperança, e reacendendo a
chama da caridade, chamemos a nós os pecador es,
convertamos os pérfidos e confundamos a mal-
dade dos hereges.
Portanto, caríssimo irmão, por meio
desta carta apostólica, ordenamos que seja
infligida uma punição mais leve à jovem que,
convenhamos, terá cometido este delito, mais
por fraqueza do que por maldade, especialmente
porque é de crer que esteja já suficientemente
arrependida só por confessar o seu pecado .
Quanto à instigadora que com a sua perversidade
a levou a cometer o sacrilégio, depois de lhe
aplicar es uma qualquer medida disciplinar , que
achamos oportuno confiar ao teu critério,
impõe-lhe que ao visitar o Bispo mais próximo,
confesse humildemente o seu crime, implorando
com devota submissão, o perdão da sua falta». O
Sumo Pontífice interpr etou o episódio como
sendo um sinal contra a difundida heresia acerca
da presença real de Jesus na Eucaristia e perdoou
às duas mulher es arrependidas. Na ocasião do
750º aniversário foi mandada cunhar uma medalha
comemorativa que represe nta, numa das fac
es, a
fachada da Catedral encimada pelo relicário da
Hóstia Consagrada e na outra, o busto do
Papa Gregório IX com a Bula Pontifícia.
Quadros presentes na Catedral de Alatri que ilustram
as várias fases do Prodígio.
Em 1978 celebrou-se solenemente o 750º aniversário do Prodígio.
Para a ocasião foi cunhada uma medalha que apresenta na frente
uma imagem do Papa Gregório IX com a Bula, e no verso a fachada
da Catedral com a Hóstia por cima.
Relicário onde se guarda
a Relíquia Milagrosa.
Capela no interior da Catedral onde
se guarda a relíquia do Milagre.
Catedral de S. Paulo
de Alatri.
Bula “Fraternitastuae ”
do Papa Gregório IX.
Carta do reitor de S. Maria em
Terme, de 22 de Março de 1888,
na qual agradece pela dádiva
de parte da relíquia da Hóstia
Consagrada conservada
em Alatri.
Pormenor da relíquia.
O
© 2006, Edizioni San Clemente
Capela onde está exposta
a Hóstia Consagrada.

ALBORA YA-ALMÁCERA
ESPANHA, 1348
ilag re Euc aríst ico de
Em 1348, quando um sacer dote
se estava a dirigir até alguns
doentes para lhes levar a
Comunhão, ao atravessar um
pequeno rio escorregou na
água deixando cair a custódia
que continha as Hóstias
Consagradas. O pobre sacerdote
já se tinha enfim resignado,
quando pouco depois sentiu
que o chamav am uns pescador es
um pouco distantes,
convidando-o a ir até à
margem para ver alguns peixes
com pequenos discos na boca
que lembrav am exactamente
as Hóstias. As Partículas
foram logo recuperadas e
transpor tadas para a Igreja
com uma procissão solene na
qual participou toda a aldeia.
o ano de 1348, na aldeia de Alboraya-
Almácera, acontece um Milagre Eucarístico
que parece aludir a episódios da vida de S.
Francisco que demonstram bem que, se os homens
vivem em plena graça de Deus, então todas as cria-
turas vivem em harmonia entre elas. Enquanto um
sacerdote atravessava um rio no dorso de uma mula,
transpor tando uma custódia contendo O Senhor
destinado a alguns enfermos, subitamente vê-se
arrastado por uma enchente. O padre cai na
água
juntamente com a custódia, que libertou assim o
seu precioso conteúdo . As Hóstias deslizaram na
água e foram logo arrastadas pela corrente em
direcção à vizinha foz do rio. O sacerdote salvou-se
a custo, e enquanto se libertava da água e do lodo,
ouve a voz de alguns pescador es que lhe pediram
para ir ver, “no lugar onde as águas do rio se
juntam com as do mar”, três peixes com três
discos brancos na boca. Os pescador es estavam
muito perplex os pois os três discos pareciam
Hóstias da Comunhão .
O sacerdote corre imediatamente
para a igreja para voltar à margem com outra
custódia. Fez tudo tão à pressa que nem sequer
parou para reflectir se a história dos pescador es
seria credível. A alegria foi grande quando viu
que os três peixes prodigiosos estavam ali, quase
completamente fora de água, e elevavam as
Hóstias intactas com a boca, como pequenos
troféus. Então ajoelhou-se e apresentando o
cálice, rezou como jamais na sua vida havia
rezado.
E assim viu os peixes deporem as
Hóstias no cálice, uma após a outra, para depois
mergulhar em na água deslizando velozes até
desapar ecerem no mar. Só agora o padre se
apercebe que fora rodeado por um grupo de
homens e mulher es que tinham seguido toda a
cena. Ainda hoje é possível consultar inúmer os
documentos que testemunham o Milagre. Existe
também uma igrejinha edificada no lugar do
Prodígio: dois peixes esculpidos sobre a porta e
duas pinturas reproduzem todo o acontecimento .
© 2006, Edizioni San Clemente
Ermida de Alboraya
Mosaico exterior da igreja
Escultura comemorativ a do Milagre, no centro da cidade
N

ALBORA YA-ALMÁCERA
ESPANHA, 1348
ilag re Euc aríst ico de
A alegria foi
grande quando viu
que os três peixes
prodigiosos estavam
ali, quase
completamente
fora de água,
e elevavam as
Hóstias intactas
com a boca, como
pequenos troféus.
© 2006, Edizioni San Clemente
Procissão que se faz todos os
anos durante a festa do Corpo
de Deus, onde se recorda
o Milagre
Interior da paróquia
de Almácera
Lápide comemorativ a do Milagre
Detalhe da porta de entrada Igreja construída em memória do Milagre
Afluente do Sierra Calder ona, atravessado pelo Sacerdote
Círio comemorativ o com os
peixes de Alboraya-Almácera
Os peixes depõem as Santas
Hóstias no cálice. Fresco
presente no interior da
paróquia de Almácera

ALCALÁ
ESPANHA, 1597
ilag re Euc aríst ico de
Em 1597, um ladrão roubou
de uma igreja, pouco distante
de Alcalá, Hóstias Consagradas
juntamente com alguns objectos
preciosos. Alguns dias depois,
o ladrão foi tomado de
profundos remorsos e dirigiu-
se de imediato à Igreja dos
Jesuítas para se confessar . O
sacerdote que lhe fez a confissão,
impôs-lhe a restituição das
Hóstias que contudo, por
uma questão de prudência,
preferiu guardar dentro de
uma urna, sem consumá-las.
Após onze anos, as Hóstias
estavam ainda perfeitamente
intactas e depois de análises
atentas, tanto médicas como
teológicas, o facto foi
proclamado miraculoso .
m 1597, um salteador arrependido foi confes-
sar-se na Igreja dos Jesuítas de Alcalá. Disse ter
feito parte de um bando de salteador es mouris-
cos, que, espalhados pelos montes ao redor, tinham
saqueado numerosas igrejas e roubado relicários e
objectos sacros, em diversas aldeias, cometendo inú-
meros sacrilégios. O pecador arrependido levava
consigo algumas Hóstias Consagradas que, entre
lágrimas, confiou ao seu confessor . Este, emocionado,
dirigiu-se logo ao seu superior para informá-lo do
acontecimento . Inicialmente ficou
combinado
consumar as Hóstias durante uma Missa, mas depois,
temendo que as mesmas estivessem envenenadas,
como tinha acontecido recentemente com alguns
sacerdotes em Múrcia e em Segóvia, decidiu-se
conservá-las dentro de um cofre de prata e esperar a
sua decomposição natural. Onze anos depois, as
Partículas, que eram vinte e quatro, foram encontradas
ainda intactas. O ascético padre Luís de la Palma,
na qualidade de Provincial, ordenou que as Hóstias
fossem transferidas para uma cave subterrânea e
que, juntamente com essas, fossem colocadas outras
Hóstias não consagradas. Alguns meses depois, as
não consagradas entraram em decomposição por
causa da humidade, enquanto as outras, as Consagradas,
permaneciam perfeitas. Passados outros seis anos, o
padre Palma decide tornar público o Milagre das
Hóstias Consagradas intactas. Novos exames do
catedrático e médico de cabeceira de Sua Majestade,
Garcia Carrera, tanto quanto a intervenção de ilus-
tres teólogos, consideraram a integridade das
Hóstias como um verdadeiro Milagre.
Em 1619 as autoridades eclesiásticas autori-
zaram oficialmente o culto do Milagre.
As Santas
Hóstias foram adoradas publicamente, até pelo
Rei Filipe III, que em 1620 presidiu a uma solene
procissão na qual participou toda a família real.
Depois que Carlos III expulsa os Jesuítas de Espanha,
as Santas Partículas foram deslocadas para a Igreja
matriz. Em 1936 quando os revolucionários
comunistas incendiaram a igreja, os sacerdotes desta,
pouco antes de saírem, conseguiram esconder
prudentemente as Hóstias Miraculosas. Ainda hoje
porém, não se conseguiu descobrir onde. Foram
efectuadas muitas pesquisas tanto na própria Igreja
como na cripta, mas sem qualquer êxito. Ninguém
assinou e publicou até hoje, a mínima notícia
respeitante às vinte e quatro Hóstias Santas de Alcalá.
«Deus faça de novo um Milagre!», exclama o erudito
biógrafo da cidade D. Anselmo Raymundo Tornero,
que assim transmitiu os dados históricos, minuciosa-
mente descritos na sua obra.
© 2006, Edizioni San Clemente
E
Interior da Igreja dos Jesuítas
Pintura na qual está representada
uma Solene Procissão em honra
das Hóstias do Prodígio
Catedral onde, por um período, foram conservadas as
Hóstias Milagrosas
Igreja dos Jesuítas, onde foram confiadas as Hóstias

ALCOY
ESPANHA, 1568
ilag re Euc aríst ico de
O Milagre Eucarístico
verificado em Alcoy, em 1568,
diz respeito à descober ta
milagrosa de algumas Hóstias
anteriormente roubadas.
Todos os anos o Prodígio é
recordado pelos habitantes de
Alcoy, com uma grande festa,
que se celebra por ocasião
do Corpo de Deus. A casa
do homem que cometeu o
sacrilégio, foi transformada
em oratório e pode ser
visitada a qualquer hora.
29 de Janeiro de 1568, um habitante de
Alcoy de nome Juan Prats e de origem
francesa, tendo necessidade de dinheir o,
entrou ás escondidas na igreja paroquial e roubou
muitos objectos sacros entre os quais havia um
precioso cofrezinho de prata contendo três
Hóstias Consagradas. Juan Prats consumiu
prontamente as três Partículas e esconde depois o
cofrezinho no seu estábulo debaixo de uns toros
de madeira. No dia seguinte o pároco da igreja,
D. António, apercebe-se do furto sacrílego .
Devastado, tocou imediatamente o sino para
advertir o povo do acontecido, e bem depressa
todos os habitantes de Alcoy se reuniram em
oração diante da
igreja. As buscas foram de
imediato iniciadas, mas revelaram-se vãs. Ao lado
da casa de Juan Prats vivia então uma piedosa
viúva, Maria Miralles, que possuía uma estátua
do Menino Jesus. A mulher , profundamente
perturbada pela profanação, começou a rezar
intensamente à estátua de Jesus, suplicando-lhe
que fizesse as Hóstias Consagradas regressarem
aos cidadãos de Alcoy. Haviam transcorrido
poucas horas desde que ela iniciara a sua
fervorosa oração, quando Maria vê mover-se a
mãozinha da estátua apontando o dedo para a
casa do seu vizinho, Juan Prats.
A mulher, desconfiada, pensou
logo em advertir as autoridades civis do aconte-
cido. Nesse preciso momento, o pároco,
movido por uma força misteriosa dirigiu-se
ao jardim da casa de Juan Prats e entrou no
estábulo . Remexeu debaixo de alguns cepos
de madeira e encontr ou logo o cofrezinho
com as três Hóstias dentro. Juan Prats, não
compr eendendo como era possível que as três
Hóstias, que tinha anteriormente consumado,
estivessem de novo presentes no interior do
cofrezinho, arrependeu-se profundamente e
confessou o delito. Os documentos relativos ao
Prodígio e a estátua do Menino Jesus estão
guardados, ainda hoje. no Mosteiro do Santo
Sepulcro de Alcoy.
© 2006, Edizioni San Clemente
Vista de Alcoy
Dança dos “Paloteig ”, que se
desenrola durante a Procissão
de Jesus do Milagre
Altar onde se conserva a
pequena estátua milagrosa
do Menino Jesus do Prodígio
Estátua do M enino Jesus que indicou
o lugar onde se encontrav am as S antas
Partículas fur tadas por J uan Prats
Procissão em honra
do Milagre
Relíquia do Milagre
Eucarístico
Fachada do Mosteiro do Santo
Sepulcro onde estão conservadas
as Relíquias do Prodígio
Igreja construída sobre o lugar onde aconteceu o Milagre
A

ALKMAAR
HOLANDA, 1429
ilag re Euc aríst ico de
Em 1429, em Alkmaar , na
Catedral de S. Lourenço, um
sacerdote de nome Folkert
estava a celebrar a sua
primeira Missa. Depois da
consagração, o padre derramou
inadvertidamente sobre o altar
e sobre a casula sacerdotal,
o vinho consagrado, que
milagrosamente se transformou
em Sangue. Cada tentativ a
para remover as marcas de
Sangue do paramento
litúrgico, foi em vão. A preciosa
Relíquia da casula sacerdotal,
impregnada de Sangue,
conserva-se ainda na Catedral
de S. Lourenço em Alkmaar ,
a Catedral de S. Lourenço em Alkmaar
guarda-se o precioso Relicário em forma
de Anjo que contém a casula sacerdotal
manchada de Sangue, do Milagre Eucarístico que
ocorreu em 1429.
No 1º de Maio de 1429,
um sacerdote de nome Folkert celebrou a sua
primeira Missa na Catedral de S. Lourenço. À
celebração assistia ainda o pároco Volpert Schult.
Pouco depois de ter pronunciado as palavras da
consagração, Folkert, distraidamente, entornou
sobre os seus paramentos, o vinho branco que
continha o cálice, e no seu lugar aparece S
angue
vivo. Terminada a Missa, preso pelo pânico,
cortou o pedaço da casula manchada de Sangue
e queimou-a, depois, pega na parte cortada e
começou a remendá-la. Mal tinha terminado o
remendo, de novo o paramento se manchou de
Sangue. Os dois sacerdotes, não sabendo o que
fazer, dirigiram-se imediatamente ao Bispo de
Utrech com o paramento sacerdotal. Somente
em 1433, o Bispo, depois de inúmeras investi-
gações canónicas, aprovou oficialmente o culto
do Milagre.
N
© 2006, Edizioni San Clemente
Interior da Igreja
Igreja de S. Lourenço
Por gentil concessão de Meertens Instituto
Relicário que contém
o Sangue do Prodígio
Representação existente no
interior da Igreja na qual está
ilustrado o Prodígio
Procissão em honra
do Milagre

AMSTERDAM
HOLANDA, 1345
ilag re Euc aríst ico de
O Milagre Eucarístico de
Amester dão diz respeito a
uma Hóstia Consagrada que
foi protegida das chamas.
Ysbrand Dommer estava
gravemente doente e expeliu
a Comunhão recebida, que
foi depois lançada na lareira
acesa, pela sua empregada. A
Partícula foi encontrada, um
dia depois, completamente
intacta e suspensa no ar, no
meio da lareira. Foram muitas
as testemunhas que assistiram
ao Prodígio, e o Bispo de
Utrech, Jan van Arkel, logo
autoriz ou o culto. Ainda hoje
se realiza em Amester dão,
todos os anos, uma procissão
em honra do Prodígio.
12 de Março de 1345, poucos dias antes da
Páscoa, Ysbrand Dommer , sentindo-se já
no fim da sua vida, mandou chamar o
pároco da Igreja de Oude Kerk para receber o
Senhor. Porém, pouco depois de ter comungado,
o homem vomitou tudo numa bacia, cujo
conteúdo foi depois lançado nas chamas da lareira.
No dia seguinte Ysbrand estava completamente
restabelecido . Uma das camareiras que o cuidavam
acercou-se da lareira para atiçar o fogo e reparou
numa estranha luz com uma Hóstia
no centro. A
mulher começou logo a gritar e toda a vizinhança
acorreu e pôde verificar o Milagre. Ysbrand
recuperou a Hóstia, envolve-a num linho que
coloca dentro de uma caixinha, que foi de imediato
levada ao pároco. O Milagre contudo continuou:
o sacerdote teve de retornar a casa do doente por três
vezes, para recuperar a Hóstia que miraculosamente
regressava sempre à casa de Ysbrand. Decide-se
então transformar a casa de Ysbrand Dommer
numa capela. No dia de Páscoa todas as testemun-
has do Prodígio, juntamente com o presidente
da Câmara da cidade de Amstel, coligiram um
cuidadoso relatório dos acontecimentos, que foi
confiado ao Bispo de Utrech, Jan van Arkel, o
qual autoriz ou o culto do Milagre.
Em 1452, a capela foi destruída por um
incêndio, mas estranhamente o Relicário contendo
a Sagrada Partícula permaneceu intacto . Em 1665
o conselho da cidade autoriz ou o Padre Jan Van
der Mey a transformar em capela, uma das casas
do ex convento das Beghine.
Para aqui foi
transferido o precioso Relicário, que foi infelizmente
roubado pouco depois, por ladrões desconhecidos.
Ainda hoje continua a exposição permanente do
Santíssimo Sacramento, para perpetua memória do
Milagre. Os únicos objectos que restam, para
recordação do Prodígio Eucarístico são, a caixinha
que continha a Hóstia, os documentos que
descrevem o Milagre e algumas pinturas que é
possível ver no Museu histórico de Amester dão.
Cada ano, na noite que precede o domingo de
Ramos, faz-se uma procissão silenciosa (Stille
Omgang), em honra do Prodígio.
A
© 2006, Edizioni San Clemente
Os nove painéis nos quais, o pintor C. Schenk representou as
cenas do Milagre
Caixinha que continha a Hóstia miraculosa
Lápide que narra o Prodígio
Primeira Capela das
Beghine, 1397
Ysbrand Dommer recebe
a Comunhão
Lâmpada na qual está
representado o SS. Sacramento
em honra da 1ª Procissão
«Stille Omgang» que se realizou
para celebrar o Milagre
Representação do Prodígio
Pintura antiga que representa
uma procissão solene em honra
do Milagre
Coluna que restou depois do
incêndio da Igreja
Nieuwezijds, antiga pintura da
Capela do Milagre (1670)

AMSTERDAM
HOLANDA, 1345
ilag re Euc aríst ico de
Em 1452 a
capela foi destruída
por um incêndio,
mas estranhamente
o Relicário que
continha a Sagrada
Partícula perma-
neceu intacto.
© 2006, Edizioni San Clemente
Representação moderna
do Prodígio
Procissão (Stille Omgang) que se faz todos os anos em
memória do Prodígio
Prospecto da Procissão
«Stille Omgang»
Fachada da actual Igreja
das Beghine, Amester dão
O Arquiduque Maximiliano
da Áustria retratado em adoração
diante da Relíquia da Hóstia
do Milagre (1484)
Capela do SS. Sacramento
Escultura que representa o
antigo Relicário que continha
a Hóstia Milagrosa
Monja da Ordem
das Beghine
Pintura representando
o Prodígio
Interior da Igreja
A Capela da Igreja foi de novo destruída em 1908

ASTI
ITÁLIA, 1535-1718
ilag res Euc aríst icos de
Nos dois Milagres Eucarísticos
de Asti, as Hóstias Consagradas
jorraram Sangue vivo.
São inúmer os os documentos
que confirmam os dois
Prodígios. No primeir o
Milagre o Bispo de Asti,
Monsenhor Scipione Roero,
fez redigir imediatamente
um acto notarial e o
Papa Paulo III com um
“Breve Apostólico ”, datado
de 6 de Novembro de 1535,
concedeu a indulgência
plenária a quem visitasse
a Igreja de S.Secondo, no dia
do aniversário do Prodígio.
1535
Em 25 de Julho de 1535, enquanto o piedoso
Sacerdote Domenico Occeli, por volta das 7 horas,
celebrav a a Santa Missa junto ao altar principal
da Colegiada de S. Secondo, no momento de
fraccionar a Hóstia Consagrada, viu, ao longo de
todo o comprimento desta fractura, esta empa-
par-se de sangue vivo. Três gotas caíram no cálice
e uma quarta permaneceu na extremidade da Hóstia.
Inicialmente D. Domenico continuou a celebração
da Missa. Quando destacou a parte da Hóstia que
devia colocar no cálice, viu surgir desta mais
Sangue. Estupefacto dirige-se aos presentes e
convida-os a avizinhar em-se do altar e v
er o
Prodígio. Quando o Sacerdote apresenta a Hóstia
para consumá-la, o sangue tinha desapar ecido e
esta retomou de súbito a sua aparência natural.
Estes foram os desenv olvimentos dos factos,
segundo a tradução do relatório oficial, enviada
pelo Bispo de Asti, monsenhor Scipione Roero,
à Santa Sé e reproduzida no “Breve Apostólico ”,
na data de 6 de Novembro de 1535, com o qual
o Papa Paulo III concede a indulgência plenária
a todos quantos «no dia comemorativ o do
Milagre visitarem a Igreja do Santo e recitarem
três Padres Nossos e Ave Marias em intenção do
Pontífice».
Segundo um outro documento reproduzido
numa inscrição em mármor e, naquela ocasião,
há vista do Milagre, alguns soldados hereges
converteram-se. Naquele tempo, Asti encontrav a-
sesob o domínio do imperador Carlos V e muitos
deles na tropa residiam nesta cidade. Esta narra-
tiva, para além dos arquivos do Vaticano, donde
foi extraída uma cópia em 1884, por solicitação
do Cónego Longo, encontra-se também referida
no livro da Companhia do SS. Sacramento,
instituída no final de 1519 na Colegiada de
S. Secondo . Outros testemunhos do Prodígio
são o quadro presente na Capela do Crucifixo
que representa o Milagre e que remonta ao
XVI século, e a inscrição em mármor e na qual
está escrito: «Hic ubi Christus ex sacro pane
effuso sanguino exteram vi traxit fidem Astensem
roboravit- Eis o Cristo do Sagrado Pão que tendo
derramado o seu Sangue traça com estranha força
a fé e confirma a dos Astigianos».
© 2006, Edizioni San Clemente
Óleo sobre tela (autor desconhecido do século XVII), representando
o Prodígio Eucarístico acontecido na Colegiada de S. Secondo em
1535. A pintura conserva-se na Capela do Milagre.
Interior da Colegiada de S. Secondo .
Colegiada de S. Secondo, Asti.
G.Badarello (fim do XVII século), Colegiada de S. Secondo,
altar do Crucifixo ou do Milagre.

Pormenor do pé do cálice do Milagre da “Opera Pia Milliavacca”.
ASTI
ITÁLIA, 1535-1718
ilag res Euc aríst icos de
O segundo Milagre acontece
por sua vez na antiga capela
da “O pera Pia Milliavacca”
e é documentado por variados
testemunhos recolhidos
por um notário, subscritos
pelo sacerdote celebrante e
por eminentes personalidades
eclesiásticas e laicas.
1718
Na manhã de 10 de Maio de 1718 o sacerdote
Francesco Scotto dirigiu-se à “Opera Pia Milliavacca”
para celebrar a Santa Missa. Eram cerca de 8 horas.
A igreja do Instituto era dividida em duas partes; a
anterior , na qual podiam assistir os de fora, e a pos-
terior, atrás do altar, reservada aos alunos internos.
Na parte anterior , isto é, diante do altar, encontrav a-
se sozinho o notário Scipione Alessandr o Ambrogio,
chanceler do Bispado e tesoureiro do Instituto . Na
parte posterior da igreja encontrav am-se, por sua
vez, os colegiais. Quando o sacerdote estava próximo
à elevação da Hóstia, o Dr. Ambrogio apercebe-se
que a Hóstia estava partida em duas partes. Apenas o
sacerdote tinha elevado o cálice,
o homem convencido
que uma Hóstia partida não fosse matéria válida,
avizinhou-se do altar para prevenir o sacerdote e correu
logo a pegar numa outra Hóstia na sacristia.
Entretanto o celebrante elevou com os dedos a
Hóstia e encontr ou-a realmente dividida em duas
metades e, com infinita admiração, viu o perfil lon-
gitudinal das duas, completamente avermelhadas
de sangue, mais o pé do cálice e o copo, tambem
manchados de sangue, e ainda alguns salpicos
sanguíneos sobre o corporal. Ambrogio entretanto
tinha chegado com a nova Hóstia e apercebe-se
que esta sangrav a. Começou de imediato a chorar.
O notário corre rápido a chamar o cónego
Argenta, confessor do Instituto, o teólogo Vaglio e
o penitencieir o Ferrero, que foram, também esses,
testemunhas directas do Prodígio.
Simultaneamente com este ajuntamento chegaram
também outros sacerdotes e três médicos da cidade,
os doutor es Argenta, Volponi e Vercellone, os quais
atestaram sob juramento, que aquelas manchas
vermelhas eram verdadeiro sangue. Entre os presentes,
um deles foi assaltado pela dúvida de que o sangue
pudesse ser proveniente do nariz ou da boca do
sacerdote, mas alguns cirurgiões presentes, depois de
minuciosa observação, excluíram qualquer dúvida a
esse propósito . Intervieram depois o vigário episcopal,
como secretário da Cúria e o vigário da Inquisição,
R. Bordino, que de comum acordo redigiram um relatório
do Milagre. Uma outra importante prova da auten-
ticidade do Milagre é nos fornecida por um documento
que diz, como Monsenhor Fillipo Artico, Bispo de Asti,
em 1841 fez examinar o cálice e a Hóstia do Milagre
por alguns peritos em Física, que confirmaram a origem
hemática das manchas vermelhas. A “Opera Pia
Milliavacca” conservou ciosamente os testemunhos
do Prodígio: o cálice com manchas de sangue, a Hóstia
da celebração infelizmente corrompida e reduzida a um
véu, a patena, o corporal e o cálice de prata dourado .
Catedral de Asti.
© 2006, Edizioni San Clemente
O cálice do Prodígio está conservado no interior da Catedral de Asti,
na Capela dedicada a S. Filippo Neri.
Opera Pia Milliavacca, cálice do Milagre de 1718.
Observar a correspondência das gotas de Sangue no copo
e no pé do cálice.

AUGSB URG
ALEMANHA, 1194
ilag re Euc aríst ico de
O Milagre Eucarístico de
Augsburg, conhecido pelos
locais com o nome de
«Wunderbarlichen Gutes –
Bem Miraculoso», é descrito
em numer osos livros e
documentos históricos, que se
podem consultar na Biblioteca
estatal e cívica de Augsburg.
Uma Hóstia roubada
transformou-se em Carne
ensanguentada. No decorrer
dos séculos foram realizadas
diversas análises sobre a
Partícula que sempre
confirmaram que se trata
de carne e sangue humano .
Hoje o convento de Heilig
Kreuz é guardado pelos
Padres Dominicanos.
m 1194, uma senhora de Augsburg particu-
larmente devota do Santíssimo Sacramento,
depois de ter comungado, pôs a Hóstia
num lenço, sem se fazer notar, e levou-a depois
para casa colocando-a num invólucr o de cera
dentro de um roupeiro. Naquele tempo era
muito difícil encontrar tabernáculos nas Igrejas
para poder praticar a adoração eucarística.
Somente em 1264, com a introdução da festa
do Corpo de Deus, se difunde esta devoção.
Transcorr eram cinco anos e a 11 de Maio de
1199 a senhora, atormentada pelos remorsos,
confessou-se ao superior do convento de Heilig
Kreuz, o Padr
e Berthold, a quem confiou a Hóstia.
O sacerdote abriu o invólucr o de cera que envolvia
a Partícula e vê que esta se tinha transformado em
carne ensanguentada. A Hóstia apresentav a-se
«dividida em duas partes, unidas uma à outra,
por uma trama de finos fios de carne
sangrenta». O Padre Berthold dirigiu-se imedia-
tamente ao Bispo da cidade, Udalskalk, que
ordenou que a Hóstia prodigiosa fosse «trans-
ferida, acompanhada do clero e do povo, para a
Catedral, e exposta num Relicário de cristal,
para pública adoração».
O Milagre continuou: a Hóstia
começou a crescer e a inchar e este fenómeno
durou, diante os olhos de todos, desde o dia de
Páscoa até à festa de S. João Baptista. Em
seguida o Bispo Udalskalk tornou a transpor tar
a Hóstia para o convento de Heilig Kreuz e
estabeleceu que, «para recordação de um facto
tão memoráv el e extraor dinário», a cada ano
fosse festejado um aniversário especial em honra
da Santa Relíquia. Em 1200, o conde de
Rechber, doou aos Padres agostinianos um escrínio
de
prata, rectangular , provido de uma abertura
anterior , no qual ficou colocada a Hóstia do Milagre.
Para além do Prodígio eucarístico verificaram-se
outros episódios extraor dinários, como a aparição
sobre a Hóstia, do Menino Jesus vestido de
branco, com o rosto radiante e a fronte cingida
por uma coroa de ouro, ou o sangramento do
Crucifixo da Igreja, ou a aparição de Jesus aben-
çoando a assembleia.
E
© 2006, Edizioni San Clemente
Convento de Heilig Kreuz, Augsburg
Relicário que contem a Hóstia do Prodígio conhecida com o
nome de Wunderbarlichen Gutes – Bem Miraculoso .

AVINHÃO
FRANÇA, 1433
ilag re Euc aríst ico de
Em 30 de Novembro de 1433
o Santíssimo Sacramento fica
exposto para adoração pública
na pequena Capela da
Irmandade dita «dos
Penitentes grigi» De repente
Avinhão foi submersa pela
água que transbor dara do rio
que a atravessa, o Ródano .
Dois membr os da Irmandade
conseguiram com uma barca
alcançar a capela onde
permanecia, não guardado,
o Santíssimo Sacramento
exposto para adoração .
Quando entraram no interior
da capela viram que as águas
se tinham dividido, pela
direita e pela esquerda,
deixando o altar e o Relicário
perfeitamente enxutos.
Milagre Eucarístico de Avinhão aconte-
ceu na Capela da Santa Cruz, sede da
Irmandade, dita dos “Penitentes grigi”, a
qual remonta aos tempos longínquos do piedoso
Rei Luís VIII, que, para celebrar a vitória sobre os
hereges “Albigeses ”, os quais negavam a presença
real de Jesus na Eucaristia, tinha organizado um
acto solene de reparação para o dia 14 de
Setembr o de 1226, festa litúrgica da exaltação da
Santa Cruz. No relatório oficial, ainda hoje guar-
dado na Capela dos “Penitentes grigi”, lê-se que
no 30 de Nov
embro de 1433, enquanto o
Santíssimo estava exposto na pequena capela,
para pública adoração, a vila de Avinhão foi asso-
lada por uma terrível inundação, pelo transbor dar
do rio Ródano, provocada pelas abundantes chu-
vas dos dias precedentes. Na confusão geral
Armand e Jehan de Pouzilhac-F arure, então cabos
da Irmandade, demoraram muito tempo antes
de conseguir em alcançar , com a sua barca, a
capela, a fim de porem a salvo o Relicário
contendo o Santíssimo Sacramento .
Apenas chegados, das cancelas sobran-
ceirasà porta olharam para o altar para ver o
que tinha sido feito do Relicário, e observaram
que a água, que tinha ultrapassado a altura de
quase seis pés dentro da igreja, se tinha dividido
pela direita e pela esquerda do altar, como dois
muros, e entre estes, seco, permanecia protegido
o altar com o Relicário . A notícia do Milagre
espalhou-se rapidamente e todo o povo, bem
como as autoridades acorreram ao sítio entoando
cânticos de louvor e agradecimento ao Senhor.
Várias centenas de pessoas foram testemunhas
deste Milagr
e. Em seguida a Irmandade dos
Penitentes “Grigi” decide que o aniversário do
Milagre seria celebrado todos os anos, na capela,
no dia do Apóstolo Santo Andrea. Ainda hoje, a
cada dia 30 de Novembro, os irmãos, se reúnem
para celebrar a memória do Milagre, e antes da
bênção do Santíssimo Sacramento, executam o
“Cantemos ao Senhor”, o cântico de Moisés,
composto depois da passagem do Mar Vermelho:
«quero cantar em honra do Senhor porque
triunfou admirav elmente (...). Ao sopro da tua ira
as águas acumularam-se, ergueram-se as ondas
como uma barreira (...). Quem é como Tu,
majestoso na santidade, formidáv el nos empreen-
dimentos, obreiro de Prodígios? Guiaste com os
teus favores este povo que resgataste (Êxodo 15,
1-18)».
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Altar onde aconteceu o Prodígio
Lápide que descr eve o Milagre
Vitral no interior da Igreja no qual está representado o Milagre
Vitral da Capela
Estampa antiga do Milagre
de Avinhão
O

AVINHÃO
FRANÇA, 1433
irac le Eucharist iqe d
A notícia do
Milagre difunde-se
rapidamente, e
todo o povo bem
como as autoridades
acorreram ao
lugar, entoando
Cântico s de louvor
e agradecimento,
ao Senhor.
© 2006, Edizioni San Clemente
Gabriel de Vidaud Latour, primeir o Mestre dos penitentes “Grigi”
Hábito dos penitentes “Grigi”
Palácio dos Papas, Avinhão
Fachada da Capela dos Penitentes “Grigi”
Fresco da Capela
Canal que corre próximo
à Capela

BAGNO DE ROMAGNA
ITÁLIA, 1412
ilag re Euc aríst ico de
Em 1412, o então prior da
Basílica de Santa Maria de
Bagno de Romagna, Padre
Lazzaro de Verona, enquanto
celebrav a a Santa Missa, foi
assaltado por fortes dúvidas
acerca da real presença de
Jesus no SS. Sacramento .
Tinha apenas pronunciado
as palavras da consagração do
vinho, quando este se trans-
formou em sangue vivo e
começou a ferver, saindo do
cálice e derramando-se sobre
o corporal. O Padre Lazzaro,
profundamente comovido e
arrependido, confessou aos
fiéis presentes na celebração a
sua incredulidade e o grandioso
Milagre que o Senhor tinha
operado sob o seu olhar.
m Bagno de Romagna, na Basílica de Santa
Maria Assunta, está conservada a Relíquia
do Milagre Eucarístico do “Sacro Lino
intrisodi Sangue” (“Sagrado Linho embeb ido de
Sangue”). O historiador Fortunio descreve assim o
Milagre, na sua obra ”sesnel udlamaCselannA“ :
«Corria o ano de 1412. A Abadia Camaldolese de
Santa Maria em Bagno (nesse tempo priorado)
era go
vernada por D. Lazzar o,originário do
Veneto. Enquanto este um dia celebrav a o Divino
Sacrifício, a sua mente ficou possuída, por obra
do maligno, por uma forte dúvida sobre a real
presença de Jesus no SS. Sacramento; e eis que vê
a sagrada espécie do vinho entrar em ebulição e
derramar-se para fora do cálice, espalhando-se
sobre o corporal, em forma de sangue vivo e pal-
pitante, que logo ficou todo ensopado .É impossív el
descrever a comoção e perturbação mental que o
acolhe naquele momento, diante de um aconte-
cimento tão espantoso . Chorando, voltou-se
para os presentes, confessando a falta de fé e o
Prodígio que então se realizara sob o seu olhar».
O fradeLazzaro foi de seguida
transferido para Bolonha, como capelão do
Mosteiro feminino Camaldolese de Santa
Cristina, onde morre em 1416. Os Camaldoleses,
com altos e baixos, apoiaram Pieve de Bagno,
até à eliminação napoleónica de 1808; desde
então a Paróquia – Basílica de S. Maria Assunta,
depois de ser regida, por um breve período,
pela Diocese de Sansepolcr o, em 1975, passou
definiti
vamente a fazer parte da diocese de Cesena.
Em 1912, o Cardeal Guilio Boschi, Ar cebispo
de Ferrara, fez celebrar o quinto centenário do
Milagre, ao qual se seguiu um congresso de
estudos eucarísticos. Em 1958, S.E. Domenico
Bornigia, mandou executar uma análise química
sobre a mancha do corporal do Milagre, na
Universidade de Florença, que confirmou ser de
origem hematológica. Na Basílica encontra-se
uma incisão em madeira, de 1400, intitulada
“Nossa Senhora do Sangue” colorida e raríssima,
que se encontra na 3° capela à esquerda. Esta
imagem é assim chamada, porque como refere D.
Be nedetto Tenaci, abade de Bagno e testemunha
ocular do Prodígio, em 20 de Maio de 1498, a
imagem verteu sangue do braço esquerdo. Todos
os anos durante a festa do Corpo de Deus, o
corporal é levado em procissão pelas ruas da
cidade e fica exposto todos os domingos, durante
a estação termal que vai de Março a Novembro,
na missa que se celebra às 11 horas.
E
Pormenor das manchas de
Sangue presentes no Corporal
do Prodígio
Basílica de Santa Maria de
Bagno de Romagna
Pintura que representa o Milagre presente na Basílica
Interior da Basílica
Vista panorâmica de
Santa Maria de Bagno
Capela com a urna da Beata Giovanna
© 2006, Edizioni San Clemente
Relíquia do Corporal
Manchado de Sangue

BENNINGE N
ALEMANHA, 1216
ilag re Euc aríst ico de
Em 1216, a aldeia de
Benningen foi teatro de um
Milagre Eucarístico no qual
uma Hóstia sangrou. Poucos
anos depois, em 1221, os
cidadãos de Benningen
iniciaram a construção de
uma capela em honra deste
Prodígio, conhecida com o
nome de Riedkapelle zum
Hochwür digen gut. De 1674
a 1718 a Riedkapelle foi
reestruturada e ampliada para
acolher os numer osos
peregrinos. Durante a festa
do Corpo de Deus, todos os
anos, a paróquia de
Benningen desloca-se em
procissão à Riedkapelle,
para celebrar a comemoração
do Milagre.
m antigo documento de 1216 relata uma
história na qual se narra que dois moleiros
estavam há anos em litígio entre eles. Um
dia, um destes, exasperado por mais uma contro-
vérsia, depois de ter feito a Comunhão roubou
uma Hóstia Consagrada que depois esconde
entre as pedras do moinho do seu vizinho, com
a intençãode caluniá-lo . Durante a festa de
S. Gregório, a Hóstia começou a sangrar tão
abundantemente que toda a aldeia e o Bispo,
disso tomaram consciência.
O moleiro sacrílego arrependeu-se e
confessou o delito. As pinturas da capela
construída em honra do Prodígio foram
executadas
por Johann Friedrich Sichelbein, para se ilustrar a
história. O retrato sobre o altar mostra o Bispo
Federico de Augsburg que deposita a Hóstia num
recipiente precioso, na Igreja de S. Martino em
Memmingen. No decorrer dos séculos, por
causa de adversidades históricas, perderam-se as
pistas da preciosa Relíquia. Por muito tempo se
acreditou que os quadros que ornam a capela,
fossem cópias das expostas no Museu do
Mosteiro de Ottobeur en. Somente durante o
restauro de 1987, se descobriu que se tratava,
pelo contrário, dos originais. No tecto de
madeira estão frescos que ilustram a Paixão de
Cristo e cenas do Antigo e Novo Testamento .
© 2006, Edizioni San Clemente
Fachada externa da Riedkapelle
Interior da Riedkapelle
Johann Friedrich Sibelbein (1640),
Procissão da Hóstia Miraculosa
U

BERGEN
HOLANDA, 1421
ilag re Euc aríst ico de
A cidade de Bergen é famosa,
não só pelos seus característicos
canais, mas também por um
Milagre Eucarístico que se
verificou em 1421. Foram
bastantes os meses que o
Pároco da Igreja de S. Pedro e
Paulo andou na dúvida se, na
Hóstia Consagrada estaria
verdadeiramente presente o
Corpo e o Sangue de Cristo.
O sacerdote não mostrav a
nenhuma devoção para com o
Santíssimo Sacramento, tanto
que um dia, depois de ter
celebrado a Missa, pega nas
Partículas restantes e lança-as
na água do rio. Passados
alguns meses as Hóstias foram
encontradas flutuando na
água e impregnadas de Sangue.
ergen op Zoom (cidade sobre Orlo) situa-se
ao longo do estuário do rio Schelda e é
sulcada por numer osos canais. Em 1421,
no primeir o domingo da festa de Pentecostes, o
Pároco da Igreja S. Pedro e Paulo, incrédulo
sobre a veracidade da transubstanciação, depois
- asnoC saitsóH sa amot ,assiM a odarbelec ret ed
gradas restantes e lança-as num dos canais.
Alguns
meses depois, as Hóstias foram
encontradas por alguns pescador es, boiando na água
e impregnadas de Sangue coagulado . A notícia do
achado das Hóstias prodigiosas propagou-se
velozmente e imediatamente começaram a afluir
numerosos peregrinos. O culto foi aprovado pelo
Bispo e, mesmo que durante a reforma protestante
tivesse sido vetado por um longo período, os
católicos continuaram silenciosamente a manter viva
a sua memória. No século XX o culto foi restabele-
cido e são numerosas as iniciativ as popular es que
recordam o Prodígio.B
© 2006, Edizioni San Clemente
Jules Breton, Procissão do Santíssimo Sacramento, 1857
Vista de uma maqueta da cidade de Bergen no tempo do Prodígio
A Igreja de S. Pedro e Paulo e o rio Schelda
Vista do rio Schelda
Pintura que representa a
procissão em honra do Milagre,
Instituto Meertens

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Milag re Euc arístico d e
BETANIA
VENEZUELA, 8 DE DEZE MBRO DE 1991
No dia 8 de dezembro de 1991,
o padre Otty Ossa Aristiz ábal
celebrava a missa na capela do
Santuário de Betânia em Cúa
e durante a consagração, viu a
hóstia sangrar. A hóstia milagrosa
está guardada n a cidade de
Los Teques, no convento das
Freiras Agostin ianas do Sagrado
Coração de Jesus, no qual é
exibida para adoração dos fiéis
e todos os anos muitos peregrinos,
também estrange iros, vis itam
o local. Ocorreram muitos casos
prodigiosos envolvendo a H óstia
Milagrosa, especialment e o caso
do jovem americano que filmou
a hóstia pulsando como um
coração.
ste Milagre Eucarístico aconteceu na missa
de meia-noite do dia 8 de dezembro de
1991, no Santuário Marian o de Finca
Betânia em Cúa, na Venezuela. Padre Otty
,
Capelão do santuário, descreve o caso:
“Depois de levar à boca uma das partes da
hóstia magna que tinha dividido em 4 partes,
colocou-as no prato. Logo após abaixei meu olhar em
direção do pratinho e não pude acreditar no que eu vi:
uma dos pedaços da hóstia que dividi tinha uma
mancha vermelha uniforme e estava começando a
soltar uma substân cia vermelha, semelhante ao
sangue que flui de uma ferida. Após a missa, sozinho
na sacristia do Santuário, observe i a hóstia com
cuidado. No dia seguinte, às 6 da manhã, voltei à
sacristia para ver a hóstia e continuava a escorrer
sangue que rapidamente começou a secar.
Entretan to, ainda hoje, o sangue parece ser fresco. A
coisa mais estranha é que o sangue saia apenas de um
lado da partícula sem entretanto manchar as demais
peças eucarísticas”. Durante a missa havia muitos
peregrinos que notaram que o sacerdote não
apresentava feridas que derramass em o mesmo
sangue que saía hóstia. Ademais, as análises revelaram
que o sangue do sacerdote não correspondia com
aquele da partícula. A hóstia do milagre foi
submetida a estudos minuciosos , requisitados pelo
então Bispo de Los Teques, S.E. Mons. Pio Bello
Ricardo e os resultados confirmaram que o sangue,
humano e de tipo AB positivo, correspondia com a
amostra sanguínea encontrada no dossel do Sudário
de Turim e na hóstia do Milagre Eucarístico em
Lanciano, Itália, em 750 d.c. e analisada por 500
comissões da Organização Mundial de saúde. A partir
disso, a hóstia transformo u-se em objeto de veneração
e adoração de milhares de peregrinos que vêm não só
da Venezuela, mas também de todo o mundo. É
possível ver a hóstia milagrosa no convento das Freiras
Agostinian as do Sagrado Coração de Jesus em Los
Teques todos os dias do ano, a qualquer hora na
capela dedicada à Adoração Perpétu a. Um jovem fiel
de New Jersey, Daniel J. Senford, foi à peregrinagem
no Convento das Agostinianas para ver a hóstia com
sangue, conseguiu filmar outro episódio milagroso.
Eis a história: Em 12 de novembro de 1998 fiz uma
peregrinagem a Betânia, com um grupo de oração e
levaram-n os para ver a hóstia milagrosa de Betânia na
capela das Freiras Agostinianas em Los Teques. Nosso
diretor espiritual , padre Mazzarella, celebrou a missa.
Após a celebração, abri a porta do Tabernáculo, que
continha a hóstia do milagre. Com grande espanto, vi
que a hóstia era incandescente como se fosse em
chamas e havia um coração pulsante, sangrando no
seu centro. Presenciei a cena por cerca de 30 segundos
ou um pouco menos; logo a seguir, a hóstia voltou ao
estado normal. Consegui filmar uma parte deste
milagre com minha filmadora…”.
E
O Santuário de Finca Betânia onde ocorreu o milagre
Tabernác ulo onde estão guardadas
as relíquias da Hóstia que sangrou
S.E. Monsenhor Pio Bello Ricardo que aprovo u o Milagre
Eucarístico de Betânia
Novo Tabernáculo na Capela da
Adoração Perpétua no Convento
das Freiras Agostinianas do
Sagrado Coração de Jesus em
Los Teques, para onde foram
transferidas as relíquias do Milagre
Eucarístico de Betânia.

BETTBRUNN
ALEMANHA, 1125
ilag re Euc aríst ico de
No Milagre Eucarístico de
Bettbrunn, um camponês
muito piedoso, por excesso
de zelo, roubou uma Hóstia
Consagrada que levou para a
sua quinta de Viehbrunn.
Um dia a Partícula cai por
terra, acidentalmente, mas
ninguém conseguiu recolhê-la.
Tentou-se de tudo, e
finalmente intervém o Bispo
de Regensburg que consegue
apanhar a Partícula, apenas
depois de ter prometido ao
Senhor a construção de uma
Igreja em Sua honra.
A notícia do Prodígio
difunde-se velozmente e
atraiu numer osos peregrinos.
construção da aldeia de Bettbrunn e da
actual Igreja de S. Salvador, deve-se a um
Prodígio Eucarístico que se verificou em
1125. No local em que hoje surge a aldeia e a
igreja, havia naquele tempo somente uma
pequena herdade chamada Viehbrunn, porque ao
lado, havia um poço que era usado para dar de
beber aos animais. O proprietário era um
homem profundamente devoto do Santíssimo
Sacramento, que habitando a uma hora e meia de
distância da Igreja paroquial de Tholling, nem
sempre conseguia deslocar-se à Missa.
Por causa dessa
devoção, e como
solução, decide furtar uma Hóstia Consagrada e
levá-la para casa. O camponês pega no bastão que
trazia sempre consigo e aí fez um furo sobre a
extremidade superior , no qual colocou a Hóstia.
Todos os dias, quando os animais repousav am,
cravava o bastão no terreno, e se ajoelhav a
diante do Santíssimo, por muitas horas. Por
vários meses o homem andou assim, avante, até
que um dia, distraidamente, num impulso
lançou o bastão que continha a Partícula, contra
os animais que se tinham afastado demasiado . A
Hóstia cai por terra e o pastor, profundamente
aflito, inclinou-se para pegá-la. Cada tentativ a
de levantá-la da terra resultou inútil, e não
sabendo o que fazer, foi chamar o pároco de
Tholling. Também ao sacerdote foi impossív el
recolhê-la e então recorreu-se ao Bispo
Hartwich, de Regensburg, que logo se dirigiu
ao lugar do Prodígio com todo o seu clero.
Somente quando prometeu construir naquele
sítio uma capela, o Bispo conseguiu levantar a
Hóstia da terra. Em 1125 a construção da
capela ficou terminada e a preciosa Relíquia foi
guardada nesse lugar até 1330, apesar de um
incêndio, que não destruiu tudo. A capela foi de
imediato reconstr uída, e no seu interior foi posta
uma das colunas que se tinha salvado do incêndio .
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Fiéis em peregrinação em Bettbrunn
Representação antiga da Igreja de S. Salvador
Igreja de S. Salvador
em Bettbrunn
Interior da Igreja
de S. Salvador
A

BLANOT
FRANÇA, 1331
ilag re Euc aríst ico de
No Milagre Eucarístico de
Blanot, durante a M issa pascal
de 1331, no momento da
Comunhão o sacer dote deix ou
cair, por descuido, um fragmento
da Hóstia Consagrada sobr e a
toalha. O pár oco tentou de
imediato r ecuperá-lo mas não
lhe foi possív el. O fragmento,
de facto, tinha-se transformado
em Sangue formando uma
grande mancha sobr e a toalha.
Ainda hoje na aldeia de B lanot
se guar da a Relíquia do tecido
ensanguentado .
o XIV século Blanot era uma pequena
aldeia no centro de França e fazia parte da
diocese de Autun. O Bispo desta cidade,
Pierre Bertrand, mandou fazer um inquérito
canónico ao seu oficial de cúria, Jean Jarossier, no
mesmíssimo ano em que aconteceu o Milagre.
Por esta razão, está hoje disponív el um relatório
detalhado dos factos. «No dia de Páscoa de 1331,
na primeira hora, D. Hugues de la Baume vigário
de Blanot, celebrou a primeira Missa e ao distri-
buir a Comunhão a Jacquette, viúva de Regnaut
de Effour, um fragmento da Hóstia Consagrada
cai sobre a toalha segura por dois “probiviri ”
(honestos cidadãos), um dos quais se chamav a
Thomas Caillot. A senhora Jacquette não se tinha
apercebido de nada, mas Thomas, que segurav a
a toalha, viu a particulazinha caída e avisou o
sacerdote que estava já a colocar o cálice sobr
e o
altar: “Reverendo voltai aqui porque o Corpo
de Nosso Senhor caiu da boca desta senhora sobre
a toalha”. O celebrante corre rápido a recolher a
partícula, mas inesperadamente a fracção que
podiaequivaler a um quinto da Hóstia, desapa-
rece e em seu lugar surge uma gota de sangue.
Vendo o facto, o Vigário levou logo a toalha
para a sacristia e começou a lavar com água, a
parte onde aparecia o sangue. Lavou-a e esfre-
gou-a várias vezes mas esta, misteriosamente,
continuav asempre mais vermelha e mais larga.
O Vigário maravilhado e
comovido, pede uma faca a Thomas Caillot que
rasgou logo ali sobre o altar, a parte da toalha
manchada que pôs num relicário depois de tê-la
mostrado a toda a gente. Depois, comovido,
exclamou: «“Boa gente: aqui está o Preciosíssimo
Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, porque eu
tentei de todos os modos lavá-Lo e esfregá-Lo e
de nenhum modo consegui separá-Lo desta
toalha”». Todos os anos na cidadezinha de Blanot
se r
ende particular honra à Reliquia do Milagre
no dia da festa do Corpo de Deus.
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Vista da aldeia de Blanot
Paróquia de Blanot
Procissão em honra do MilagreAntiga lápide que descreve o Milagre
Relicário contendo a Rélíquia do Prodígio
Pormenor es das pinturas com
que adornaram o Relicário
Estojo do século XVII contendo
o Tecido manchado de Sangue
que se conserva num tubo de
cristal em Blamot.
N

BOIS-SEIGNEUR-ISAA C
BÉLGICA, 1405
ilag re Euc aríst ico de
No Milagre Eucarístico
de Bois-Seigneur-I saac, a
Hóstia Consagrada sangrou
e manchou o Corporal da
Missa. A 3 de Maio de 1413,
o Bispo de Cambrai, Pedro de
Ailly, autoriz ou o culto desta
Sagrada Relíquia do Milagre.
A primeira procissão fez-se
em 1414.A 13 de Janeiro de
1424, o Papa Martino V,
aprovou oficialmente a
construção do Mosteiro de
Bois-Seigneur-I saac. Ainda
hoje, o Mosteiro é meta de
peregrinação, e na sua Capela
é possível venerar a Sagrada
Relíquia do Corporal
manchado de Sangue.
partir da terça-feira que antecede o
Pentecostes do ano de 1405, ao senhor do
lugar, Jean de Huldenberg, por três vezes
consecutiv as lhe aparece Jesus coberto de chagas.
Somente durante a terceira aparição, o Senhor
lhe falou dizendo-lhe: «Vai à Capela de Isaac, ali
me encontrarás». Ao mesmo tempo, também o
pároco, Pedro Ost, ouve uma voz que lhe ordenava
que se dirigisse à Capela de Isaac para celebrar a
Missa da Santa Cruz. No dia seguinte o pár
oco
convocou todos os fiéis para assistir à Missa na
Capela de Isaac, e entre estes estava também Jean
de Huldenberg. O sacerdote começou a celebração
da Missa e quando abriu o Corporal, vê que no
meio deste, tinha ficado, da Missa da terça-feira
precedente, um pedaço da magna Hóstia
Consagrada. Tentou então consumá-la, mas esta
não se destacav a do Corporal e começou a sangrar .
O padre empalideceu e Jean, que se tinha
apercebido de tudo, socorre-o e confor ta-o
dizendo-lhe: «Não tenha medo, esta maravilha vem
de Deus»; e contou-lhe também as suas visões.
Durante quatro dias, até à terça-feira
de Pentecostes, o Sangue continuou a correr,
atingindo a espessura de um dedo por três de
largura. Depois, tendo manchado quase com-
pletamente o Corporal, começou a coagular
lentamente e ficou seco. O Milagre foi visto e
atestado por muitíssimas pessoas. O Bispo de
Cambrai, Pedro de Ailly informado do
aconte cimento, quer examinar pessoalmente o
Corporal manchado de Sangue, que conservou
na sua casa por cerca de dois anos. Cada ten-
tativa de remover
a mancha de Sangue do
Corporal resultav a inútil. O Bispo abriu então
um inquérito, onde foram r ecolhidos testemunhos
a propósito dos prodígios operados por esse
mesmo Preciosíssimo Sangue da Relíquia. A 16 de
Junho de 1410, o Bispo Pedro de Ailly, concedeu
40 dias de indulgências a todos aqueles que
tivessem visitado a Capela de Bois-Seigneur-
Isaac, e a 3 de Março de 1413 declarou que o
Corporal podia ser venerado como Relíquia
Sacra, instituindo uma procissão solene em honra
do Prodígio, com a exposição pública do
Santíssimo Sacramento . Ainda hoje, todos os
anos, no domingo seguinte à festa da Natividade
de Maria, os cidadãos de Bois-Seigneur-I saac
reúnem-se em oração, para festejar a memória do
Prodígio Eucarístico .
A
Pedra do altar, na qual o Cura
de Haut-Ittre celebrou a Santa
Missa onde se verificou o Milagre
Relíquia de um espinho da
coroa de Jesus
Altar-mor , Laurent Delvaux
(XVIII século)
Coro da Capela do Santo Sangue
Santuário do Santo Sangue,
Capela das Relíquias
Abadia Premostratense, Capela do Santo Sangue
Relíquia do Milagre Eucarístico,
o Corporal manchado de Sangue
Pintura antiga do Castelo e da
Abadia de Bois-Seigneur-I saac
© 2006, Edizioni San Clemente
Interior da Capela do Santo Sangue
Relíquia da verdadeira Cruz

BOIS-SEIGNEUR-ISAA C
BÉLGICA, 1405
ilag re Euc aríst ico de
No Milagre Eucarístico
de Bois-Seigneur-I saac, a
Hóstia Consagrada sangrou
e manchou o Corporal da
Missa. A 3 de Maio de 1413,
o Bispo de Cambrai, Pedro de
Ailly, autoriz ou o culto desta
Sagrada Relíquia do Milagre.
A primeira procissão fez-se
em 1414.A 13 de Janeiro de
1424, o Papa Martino V,
aprovou oficialmente a
construção do Mosteiro de
Bois-Seigneur-I saac. Ainda
hoje, o Mosteiro é meta de
peregrinação, e na sua Capela
é possível venerar a Sagrada
Relíquia do Corporal
manchado de Sangue.
partir da terça-feira que antecede o
Pentecostes do ano de 1405, ao senhor do
lugar, Jean de Huldenberg, por três vezes
consecutiv as lhe aparece Jesus coberto de chagas.
Somente durante a terceira aparição, o Senhor
lhe falou dizendo-lhe: «Vai à Capela de Isaac, ali
me encontrarás». Ao mesmo tempo, também o
pároco, Pedro Ost, ouve uma voz que lhe ordenava
que se dirigisse à Capela de Isaac para celebrar a
Missa da Santa Cruz. No dia seguinte o pár
oco
convocou todos os fiéis para assistir à Missa na
Capela de Isaac, e entre estes estava também Jean
de Huldenberg. O sacerdote começou a celebração
da Missa e quando abriu o Corporal, vê que no
meio deste, tinha ficado, da Missa da terça-feira
precedente, um pedaço da magna Hóstia
Consagrada. Tentou então consumá-la, mas esta
não se destacav a do Corporal e começou a sangrar .
O padre empalideceu e Jean, que se tinha
apercebido de tudo, socorre-o e confor ta-o
dizendo-lhe: «Não tenha medo, esta maravilha vem
de Deus»; e contou-lhe também as suas visões.
Durante quatro dias, até à terça-feira
de Pentecostes, o Sangue continuou a correr,
atingindo a espessura de um dedo por três de
largura. Depois, tendo manchado quase com-
pletamente o Corporal, começou a coagular
lentamente e ficou seco. O Milagre foi visto e
atestado por muitíssimas pessoas. O Bispo de
Cambrai, Pedro de Ailly informado do
aconte cimento, quer examinar pessoalmente o
Corporal manchado de Sangue, que conservou
na sua casa por cerca de dois anos. Cada ten-
tativa de remover
a mancha de Sangue do
Corporal resultav a inútil. O Bispo abriu então
um inquérito, onde foram r ecolhidos testemunhos
a propósito dos prodígios operados por esse
mesmo Preciosíssimo Sangue da Relíquia. A 16 de
Junho de 1410, o Bispo Pedro de Ailly, concedeu
40 dias de indulgências a todos aqueles que
tivessem visitado a Capela de Bois-Seigneur-
Isaac, e a 3 de Março de 1413 declarou que o
Corporal podia ser venerado como Relíquia
Sacra, instituindo uma procissão solene em honra
do Prodígio, com a exposição pública do
Santíssimo Sacramento . Ainda hoje, todos os
anos, no domingo seguinte à festa da Natividade
de Maria, os cidadãos de Bois-Seigneur-I saac
reúnem-se em oração, para festejar a memória do
Prodígio Eucarístico .
A
Pedra do altar, na qual o Cura
de Haut-Ittre celebrou a Santa
Missa onde se verificou o Milagre
Relíquia de um espinho da
coroa de Jesus
Altar-mor , Laurent Delvaux
(XVIII século)
Coro da Capela do Santo Sangue
Santuário do Santo Sangue,
Capela das Relíquias
Abadia Premostratense, Capela do Santo Sangue
Relíquia do Milagre Eucarístico,
o Corporal manchado de Sangue
Pintura antiga do Castelo e da
Abadia de Bois-Seigneur-I saac
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Interior da Capela do Santo Sangue
Relíquia da verdadeira Cruz

BOLSENA
ITÁLIA, 1264
ilag re Euc aríst ico de
Um sacerdote de Praga,
que se encontrav a em viagem
por Itália, estava a celebrar
a Missa na Basílica de Bolsena,
quando, no momento da
consagração acontece um pro-
dígio: a Hóstia transformou-se
em carne. Este milagre
sustenta a fé do sacerdote
duvidoso acerca da real presença
de Cristo na Eucaristia.
As Sagradas Espécies foram
imediatamente inspeccionadas
pelo Papa Urbano IV e por
S. Tomás de Aquino. O
Pontífice decide então estender
a toda a Igreja a festa do Corpo
de Cristo «com o intuito
de que este excelso e venerável
sacramento, fosse para todos,
um memorial do extraor dinário
amor de Deus por nós».
s actuais pesquisas históricas confirmam,
tanto quanto reportam as testemunhas mais
antigas, sobre o Milagre que aconteceu
no Verão de 1264. Um sacerdote boémio, Pietro
de Praga, vem a Itália para uma audiência com
o Papa Urbano IV, que durante o Verão se tinha
transferido para Orvieto acompanhado por S. Tomás
de Aquino, e por numer osos outros teólogos e
Cardeais. Pietro de Praga, pouco depois de ser
recebido pelo
Papa, decidiu-se a voltar para a
Boémia. Ao longo do caminho de retorno, parou
em Bolsena, onde celebrou a Missa na Igreja
intitulada de Santa Cristina. No momento da
consagração, quando o sacerdote pronunciou as
palavras que dão origem à transubstanciação,
acontece o Milagre, assim descrito numa lápide
colocada para recordação: «Imprevistamente
aquela Hóstia aparece de modo visível, verdadeira
carne banhada de sangue vermelho, excepto
naquela Partícula segura por ele: que não acredita
que acontecesse sem mistério, mas sobretudo
para
fazer notar a todos, que aquela era a mesma
Hóstia que estava nas mãos do sacerdote
celebrante, elevada acima do cálice.
Graças a este Milagre o Senhor
reforçou a fé do sacerdote que apesar da sua
provada piedade e moralidade nutria grandes
dúvidas acerca da real presença de Cristo nas
Espécies do pão e do vinho consagrados. A
notícia do Milagre difunde-se rápido e quer o
Papa, quer S. Tomás de Aquino, puderam logo
verificar pessoalmente o Prodígio. Depois de
um atento exame Urbano IV apr
ovou o culto.
Ele decidiu então estender a festa do Corpo de
Cristo, que até àquele momento era uma festa
que compr eendia somente a diocese de Liege, a
toda a Igreja universal. O Papa encarregou S. Tomás
de escrever a liturgia que viria a acompanhar a
Bula «Transitur us de hoc mundo ad Patrem»
na qual vêm expostas as razões pelas quais a
Eucaristia é tão importante para a vida da Igreja.
© 2006, Edizioni San Clemente
Tapete de flores em honra do Milagre.
Igreja de Santa Cristina em
Bolsena, altar onde se verificou
o Milagre.
Catedral de Santa Cristina
em Bolsena.
O encontr o sobre a ponte de Riochiar o(Ugolino de Ilario).
Catedral de Orvieto.
A

BOLSENA
ITÁLIA, 1264
ilag re Euc aríst ico de
« Imprevistamente
aquela Hóstia
aparece de modo
visível, verdadeira
carne banhada
de sangue vermelho
(…)».
© 2006, Edizioni San Clemente
Francesco Trevisani.
Milagre de Bolsena,
partcular.
Pergaminho da época sobre
o milagre, do notário
Cesare Severo Durantino .
Detalhe do Relicário .
Relicário do Corporal, Ugolino de Vieri e sócios (1338),
Orvieto.
Tabernáculo onde se conserva uma das pedras manchadas
do Sangue do Prodígio, Bolsena.
Pormenor da pedra manchada de Sangue, Bolsena.
Catedral de Orvieto, capela do Sagrado Corporal.
Interior da Catedral de Orvieto.
Fragmentos da Hóstia do Milagre.
Pormenor da Missa de Bolsena.
Raffaelo (1513), Museu do Vaticano .
Adoração pública em honra da festa do Corpo de Cristo, Orvieto.
Pintura de Francesco Trevisani.
Pintura sobre a Santa Missa
de Bolsena, de Francesco Robbio.
Colecção do Museu Diocesano
de Milão.
João Paulo II durante a visita
pastoral a Orvieto
(17 Junho 1990).

BORDÉUS
FRANÇA, 1822
ilag re Euc aríst ico de
No Milagre Eucarístico de
Bordéus, na Hóstia exposta
para pública adoração, aparece
por mais de vinte minutos,
Jesus, abençoando . Ainda hoje
é possível visitar a Capela do
Milagre e venerar a preciosa
Relíquia do Sacrário da
Aparição, que se conserva em
Martillac, França, na igreja da
comunidade contemplativ a
«La Solitude». («A Solidão»)
Milagre Eucarístico de Bordéus está ligado
estreitamente à Comunidade fundada em
1820, pelo venerável Padre Pierre Noaille,
que ainda hoje está activa sobretudo na Ásia e na
África. O Prodígio acontece vinte meses depois
da fundação da Comunidade, na sua Igreja de
Santa Eulália na Rua Mazarin em Bordéus. Jesus
aparece na Hóstia logo depois que o Abade
Delort, que justamente nesse dia substituía o
Padre Noaille nas celebrações litúrgicas, distri-
buiu a bênção com o Santíssimo Sacramento .
Os numerosos fiéis presentes puderam
contemplar por mais de vinte minutos a aparição de
Jesus, abençoando, impresso na Hóstia exposta à
veneração pública. Alguém testemunhou ter até
ouvido Jesus dizer: «Eu sou Aquele que sou». Este
acontecimento foi
aprovado pelas autoridades
eclesiásticas, entre as quais o Arcebispo de
Bordéus, Monsenhor d'Aviau, que escutou pessoal-
mente os testemunhos dos fiéis que assistiram ao
Prodígio. É possível visitar, ainda hoje, a Capela
do Milagre e venerar a Preciosa Relíquia do
Sacrário da Aparição .
© 2006, Edizioni San Clemente
Retrato de Pierre-Bienvenu Noailles, fundador da Comunidade
religiosa da "Sainte-F amille-D ame de Lorette
Igreja de Santa Eulália em Bordéus
Relicário do Milagre
Interior da Igreja «La Solitude». («A Solidão»)
Madre Rita Bonnat, primeira Madre geral da Comunidade,
com duas órfãs
«La Solitude», Martillac (França), Mosteiro da Santa Família
O

BOXMEER
HOLANDA, 1400
ilag re Euc aríst ico de
Em Boxmeer, na Holanda,
no ano de 1400, as espécies
do vinho transformaram-se
em Sangue e saíram do
cálice, espalhando-se sobre
o Corporal. O padre,
aterrorizado com esta visão,
pede imediatamente perdão
a Deus e o Sangue cessou
imediatamente de sair do
cálice. O Sangue que caiu
sobre o Corporal coagulou,
formando uma massa
do tamanho de uma noz.
É possível ver, ainda hoje,
o Sangue que não sofreu
nenhuma alteração no tempo.
Milagre Eucarístico de Boxmeer verificou-
sena Igreja de S. Pedro e Paulo, em 1400.
O sacerdote Arno ldus
Gro en,
estava a celebrar a Missa e imedia-
tamente depois de ter consagrado as espécies
eucarísticas, duvidou da presença real do Senhor
no pão e no vinho consagrados. As espécies do
vinho começaram inesperadamente como que a
fervilhar, vertendo do cálice e espalhando-se
sobre o corporal. O vinho tinha-se transmutado
em Sangue, que coagulou formando um grande
grumo. A Relíquia do Corporal e do Sangue,
ainda hoje se conserva e o a
niversário do
Prodígio todos os anos se festeja com uma
procissão solene. São numer osos os documentos
que narram o Prodígio, entre os quais estão
muitas lápides e pinturas, e os próprios
Pontífices, Clemente XI, Bento XIV, Pio IX
e Leão XIII manifestaram uma particular
devoção para com o Prodígio.O
© 2006, Edizioni San Clemente
Igreja de S. Pedro e Paulo
em Boxmeer
Relíquia do Sangue
Procissão em honra do Prodígio
Vitral no interior da Igreja no
qual está representado o Prodígio
Interior da Igreja

BOXTEL-HOOGSTRA TEN
HOLANDA, 1380
ilag re Euc aríst ico de
Boxtel é famosa, sobretudo por
um Milagre Eucarístico que se
verificou por volta de 1380.
Um padre de nome Eligio van
der Aker estava a celebrar Missa
diante do altar dos Reis Magos.
Inadvertidamente, logo após a
consagração, derrubou o cálice
com o vinho branco consagrado
lá dentro, o qual se transformou
em Sangue e manchou o
corporal e a toalha do altar.
A Relíquia do corporal
manchado de Sangue conserva-
se ainda agora em Boxtel, e a
toalha, por sua vez, foi dada à
cidadezinha de Hoogstraten.
O documento mais respeitáv el
que relata o Milagre é um
decreto escrito em 1380
pelo Cardeal Pileus.
m 1380, o sacerdote Eligio van der Aker
celebrou a Missa na Igreja de S. Pedro.
Pouco depois de ter consagrado as espécies
do vinho, entornou-o inadvertidamente sobre o
corporal e sobre a toalha do altar. Muito embora
ele tivesse utilizado vinho branco para a Missa,
este transformou-se em Sangue. No final da
celebração o sacerdote corre para a sacristia e
tenta remov
er as manchas de Sangue dos sagrados
linhos, mas cada tentativ a sua resultou inútil.
Não sabendo o que fazer, esconde a toalha e o
corporal numa mala debaixo da cama.
Só à hora da morte, revelou o segredo
ao seu confessor , o Padre Enrico van Meerheim,
que logo informou o Cardeal Pileus, que, naquele
tempo, era o delegado apostólico do Papa
Urbano VI e titular da Igreja de Santa Prassede.
O Cardeal, após ter executado um aprofundado
inquérito sobre como se desenv olveram os
factos, a 25 de Junho de 1380 deu autorização
para o culto, através de um decreto. Em 1652,
por causa de lutas religiosas, as Relíquias foram
transpor tadas para Hoogstraten, nos confins da
Bélgica. Só em 1924, depois de insistentes
pedidos, o corporal manchado de Sangue foi
restituído à pequena cidadezinha de Boxtel.
Todos os anos, por ocasião da festa da
Santíssima Trindade, os cidadãos de Boxtel
organizam uma procissão solene em memória
do Prodígio Eucarístico, e expõem a Relíquia
para veneração pública.
E
© 2006, Edizioni San Clemente
Exterior da Igreja de
S. Catarina, Hoogstraten
Interior da Igreja
A Relíquia levada em Procissão
Relíquia do Corporal
ensanguentado
Por amável concessão
do Instituto Meertens
Representações antigas do Prodígio
Antiga pintura existente na Igreja
na qual está ilustrado o Prodígio
Relíquia do Sangue do Prodígio,
Igreja de Santa Catarina
O Milagre Eucarístico verificou-se
na Igreja de S. Pedro em Boxtel

BREDA-NIER VAART
HOLANDA, 1300
ilag re Euc aríst ico de
O Milagre Eucarístico de
Breda-Niervaart realizou-se
a 24 de Junho de 1300.
Naquele tempo, a Holanda
estava ocupada por tropas do
exército espanhol e, durante
um saque, um soldado roubou
uma Hóstia Consagrada que
foi encontrada, pouco tempo
depois, por um camponês de
nome Jan Bautoen, escondida
sobre um montão de terra e
em perfeito estado. Um dos
documentos mais conceituados
e completos que descrevem
os acontecimentos ligados a
este Milagre é a pesquisa
desenvolvida pelo Bispo de Link.
Do Prodígio ficaram pistas,
não só nos documentos mas
também nas pinturas da Igreja.
24 de Junho de 1300, o camponês Jan
Bautoen está a cavar um terreno situado na
vizinhança da aldeia de Niervaart. Ao levantar
um montão de terra, encontr ou uma Hóstia
completamente intacta, que confiou de imediato
ao pároco da aldeia de Niervaart. A Hóstia foi
colocada numa preciosa custódia, e embora tivessem
transcorrido dez anos, constatou-se que as espécies
do pão se mantinham intactas. A notícia correu
depr
essa entre a gente que começou a venerar
a Hóstia.
Em 1449, a Partícula foi transferida para
a igreja Colegiada de Nossa Senhora de Breda, e
para guardá-la foi construído um artístico
Relicário . Com as lutas religiosas, perdeu-se infe-
lizmente o rasto da Hóstia milagrosa, mesmo que
o povo tenha mantido sempre viva a devoção para
com este Prodígio Eucarístico . Após vicissitudes
alternadas, no século XX o culto foi solenemente
restabelecido por uma Confraria de Breda
dedicada ao Santíssimo Sacramento . Ainda
hoje, a cada ano, durante a festa do Corpo de
Deus, se fazem procissões e orações públicas em
honra do Prodígio.
A
© 2006, Edizioni San Clemente
Igreja Colegiada de Nossa
Senhora, Breda
Interior da Igreja
Artístico Relicário, no qual a
Hóstia milagrosa era levada
em procissão, Breda
Procissão que se realiza todos
os anos em honra do Prodígio
A relíquia da Hóstia do Prodígio é levada em procissão (1535),
Museu Sacro de Breda
Por amável concessão do
Instituto Meertens
Estandar te representando a
descober ta da Hóstia do Milagre

BRUGES
BÉLGICA
O Prec iosíssimo Sang ue de Jesus
Os mais antigos documentos
respeitantes ao Santo Sangue
de Bruges remontam a 1256.
O Santo Sangue, p rovavelmente
fazia parte de um grupo de
Relíquias sobre a Paixão de
Cristo que se conservavam no
Museu Imperial de Bucoleon,
em Constantinopla. Em
1203, Constantinopla foi
sitiada e conquistada pelos
croatas. Balduíno IX, Conde
da Flandres, depois de ter sido
coroado o novo imperador ,
envia a Relíquia do
Preciosíssimo Sangue
para a sua pátria em Bruges.
ecentemente foram realizadas análises na gar-
rafa de cristal de rocha, contendo o Santo
Sangue. A datação da garrafa remonta ao XI
século. É também certo que a garrafa foi executada
numa área próxima de Constantinopla. Mesmo que
na Bíblia nunca tenha sido mencionado explicita-
mente que o Sangue de C risto tenha sido guar dado,
num dos Evangelhos Apócrifos, diz-se que José de
Arimatea conservou algumas gotas de Sangue de
Jesus. Segundo uma antiga tradição, o Conde
Diederik van den Elzas levou a garrafa contendo o
Sangue de Cristo, de Jerusalém
para Bruges na
segunda cruzada. Recentes investigações, porém,
puseram em evidência o facto de que a Relíquia ter
chegado a Bruges mais tarde, possivelmente por
volta de 1250, e que provinha de Constantinopla.
A adoração da Relíquia é a ori-
gem da famosa procissão internacional que se faz
todos os anos, através das ruas da cidade, no dia da
festa da Ascensão . Os cidadãos de Bruges vestem-
se com fatos históricos e reproduzem cenas bíbli-
cas e a chegada do Conde da Flandres que trans-
porta a Santa Relíquia.
R
© 2006, Edizioni San Clemente
século. É também certo que a garrafa foi executada
Relíquia do Preciosíssimo Sangue
O cavaleiro simula ser o Conde
da Flandres que transpor ta o
Preciosíssimo Sangue
Igreja do Preciosíssimo Sangue
Procissão em honra do
Preciosíssimo Sangue
Pormenor de Bruges
Interior da Igreja do
Preciosíssimo Sangue, Bruges

BRUXEL AS
BÉLGICA, 1370
ilag re Euc aríst ico de
Na Catedral de Bruxelas,
encontram-se muitos
testemunhos artísticos do
Milagre Eucarístico que se
verificou em 1370. Hóstias
Consagradas foram roubadas
por profanador es, que, com
cutelos, as apunhalaram num
acto de revolta. Dessas
Partículas começou a correr
Sangue vivo. O Milagre foi
venerado até há poucas dezenas
de anos atrás. Numerosos
Relicários de várias épocas,
utilizados para conter as
Hóstias Prodigiosas do
Milagre do Santo Sacramento,
conservam-se, ainda hoje, no
contíguo Museu da Catedral,
a antiga capela dedicada ao
SS. Sacramento . Estão lá
também tapeçarias do século
XVIII, que evocam o evento
miraculoso .
s cinco vitrais que ornam a nave lateral da
Catedral recordam as várias fases do
Milagre Eucarístico e foram executados em
diversas épocas, entre 1436 e 1870. Os reis da
Bélgica, Leopoldo I e Leopoldo II ofereceram
os dois primeir os vitrais da parte baixa. Os
outros foram presenteados por famílias nobres do
país. Os primeir os dez vitrais (oito na nave
lateral direita, junto ao coro, e dois no
fundo da
nave lateral esquerda), representam a história
do Prodígio, tal como era transmitida em
Bruxelas a partir da metade do XV século. O
antigo documento narra: «No Outono de 1369,
um rico mercador de Enghien, hostil à religião
católica, mandou roubar Hóstias Consagradas.
Para efectuar o furto serviu-se da ajuda de um
jovem de Lovanio (vitrais 1-3). O mercador,
porém, foi assassinado misteriosamente, poucos
dias depois. A sua viúva, então, ao pensar numa
punição do Céu, desembaraçou-se rapidamente
das Partículas, que doa a amigos do marido,
também eles contrários à religião. Estes, na
Sexta-feira Santa de 1370, efectuaram uma
cerimónia privada, na qual golpearam as
Hóstias com cutelos, em sinal de afronta (vitrais
1-5). Das Hóstias floresceu Sangue (vitrais 4-5).
O acontecimento provocou muita
perturbação no ânimo dos profanador es, que,
por sua vez, se desembaraçaram também das
Hóstias e as deram, mediante pagamento, a um
abastado comerciante católico . O homem
contou toda a história ao Cura da Igreja de
Nossa Senhora de La Chapelle, em Bruxelas. O
cura
toma conta das Hóstias (vitrais 6-7), e os
profanador es foram condenados à morte pelo
Duque de Brabant (vitrais 8-9). Em seguida as
Santas Partículas foram transferidas com uma
solene procissão para a Catedral de Santa Gudula
(vitral 10)». O Sacramento do Milagre revestiu-se
de um papel muito importante na história da
cidade e foi considerado um símbolo nacional.
O
Catedral de Santa Gudula
e São Miguel, Bruxelas
Detalhe de um dos vitrais da
Catedral de Santa Gudula e São
Miguel, no qual está representado
o Milagre Eucarístico
Ilustrações antigas que reproduzem o Milagre
O Milagre Eucarístico de
Bruxelas, Museu Hiéron,
Paray-le-M onial.
Interior da Catedral de Santa Gudula e São Miguel, Bruxelas
© 2006, Edizioni San Clemente
Vitrais da Catedral nos quais estão representados os eventos
ligados ao Prodígio Eucarístico

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Milag re Euc arístico d e
BUENO S AIRES
ARGENTI NA, 1992-1994-1996
Na paróquia de Santa Maria
de Buenos Aires ocorreram 3
Milagres Eucarísticos em
1992, 1994 e 1996. O Professor
Ricardo Castañon Gomez foi
chamado pelo então arcebispo
de Buenos Aires, nada menos
do que o atu al Papa Francesco ,
para analisar o mil agre acontecido
em 15 de agosto de 1996.
m 1992, após a missa da sexta-feira 1° de
maio, ao preparar a a reserva eucarís tica,
o ministro da Eucaristia encontrou
pedaços da hóstia consagrada no corporal.
Se-guindo o que a Igreja prescreve em tais
situações, o sacerdote pôs os fragme ntos em um
recipiente com água, que depois foi colocado no
Tabernáculo, até se dissolverem. Uns dias depois,
alguns sacerdotes foram verificar e descobriram
que nada tinha mudado. Após sete dias, na
sexta-feira 8 de maio, o Tabernáculo foi aberto e
os fragmentos da
hóstia tinham uma cor
averme lhada que parecia sangue. No doming o
seguinte, 10 de maio, durante duas missas
vespertinas, aparece ram pequenas gotas de
sangue na patenas, com o qual os sacerdotes
distribuíam a comunh ão. No domingo 24 de
julho de 1994, durante a missa das crianças,
enquanto o ministro da Eucaristia pegava a
píxide do tabernáculo, viu uma gota de sangue
que escorria pela parede do mesmo. No dia 15
de agosto de 1996, durante a missa da Assunção
da Santíssima Virgem, uma hóstia consagrada
teve de ser colocada novamente, que tinha caído
no chão durante a distribuição da comunhã o, em
um recipiente de água para que se dissolvesse.
Alguns dias depois, em 26 de agosto, um
ministro da Eucaristia abriu o Tabernácul o e viu
que a hóstia tinha se transformado e m sangue.
E
Foto em que se vê o Professor Castañon Gomez, que começa a investigar
o milagre e questiona os padres que foram testemunhas diretas dos fatos.
Eles confirmaram que dois pedaço s da hóstia consagrada sangraram em
maio de 1992. Ela foi colocada em água destilada, que infelizmente é a
pior maneira de preservar algo. Depois pediram uma paroqu iana que era
uma químic a para analisar o hóstia que sangrava. A doutora descobriu
que era sangue humano, e que tinha uma fórmula leucocitária completa.
Também disse que ficou muito surpresa em descobrir que os glóbulos
brancos do sangue eram ativos, o que normalmente indica uma infeção.
A doutora, no entanto, não conseguiu realizar o exame genétic o, pois
naquela época não era possível.
Amostra da hóstia que transformou em sangue em 1996
É possível receber informações sobre o milagre a cada 3° sexta-feira
do mês das 20:00 às 22:00 e todos os últimos sábados do mês às 11
horas. Paróquia Santa Maria, Av. La Plata 286. Buenos Aires.
Foto da amo stra da h óstia
que sangrou em 1992
1
O Professor Castañon Gomez
mostra um das amostras
da hóstia que se transformou
em carne em 1992

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Milag re Euc arístico d e
BUENO S AIRES
ARGENTI NA, 1992-1994-1996
Esta é a resen ha feita pe lo Professor
Castañon sobre o milagre eucarístico
ocorrido em 1996, na paróquia
de Santa Maria: «No dia 15 de agosto
de 1996, um fiel recebeu a hóstia
consagrada em suas mãos para
comungar mas inadvertidamen te
deixou-a cair no chão e pensou
que seria melhor não pegá-la
porque parecia-lhe “suja”. Outra
pessoa mais pia percebe u o que
tinha acontecido, recolheu-a
e guardou-a, informando
imediatame nte ao padre Al ejandro
Pezet. O padre, seguindo as diretivas
da Igreja relativas a tais circunstâncias,
colocou a hóstia em um recipiente
com água e guardou-a no
tabernáculo até q ue dissolvesse».
o dia 26 de agosto o tabernác ulo
foi reaberto para que o recipiente
com a hóstia caída fosse retirado e
descobriu-se que dissolveu e
apresentava algumas manchas avermelhadas que
aumentavam a cada dia. Os padres da paróquia foram
imediatame nte procurar ao Arcebispo de Buenos
Aires, para dizer-lhe o que tinha acontecido
. Foi
decidido esperar antes de prosseguir com a
investig ação e em 1999, depois que o Arcebispo soube
que eu estava realizando estas investigações científicas
gratuitamente, me encarregou de cuidar do caso. Em 6
de outubro de 1999, fui para Buenos Aires e entrevistei
os 5 sacerdotes que testemunharam e me disserem que
houve outro caso de hóstia consagrada em maio de
1992. Eles tinham colocado-a em água destilada, que é
a pior maneira de preservar alguma coisa, e por isso
fiquei muito preocupado. Todo mundo sabe que
quando se extrai sangue, pode-se obter a fórmula
leucocitária (gló bulos brancos). No sangue há uma
variedade de glóbulos brancos com características
específicas. Os sacerdotes, no primeiro milagre,
pediram a uma paroquiana, que era uma química, que
analisasse a hóstia que sangrava. A doutora descobriu
que era sangue humano, e que tinha uma fórmula
leucocitária completa. Surpreendeu-se ao descobrir que
os glóbulos brancos eram ativos. A doutora, no
entanto, não tinha sido capaz de realizar o exame
genético, pois naquela época não era um
procedime nto usual. Coletei uma amostra das duas
hóstias que sangraram diante do notário do arcebispo
que certificou a legalidade dessa ação, conforme exigido
pela autoridade da Igreja na Argentina. Gostaria de
salientar que antes que você me convidasse, o então
arcebispo de Buenos Aires já tinha feito contato com a
Santa Sé pedindo as minhas referências. As referências
foram dadas pelo S.E. Mons. Gianfranco Girotti, que
na época era subsecretário junto a Congregação para a
Doutrin a da Fé e assistente direto do Cardeal
Ratzinger. No dia 21 de outubro fui ao Laborató rio de
genética forense analítica de São Francisco, que deveria
realizar a análise de amostras que eu tinha trazido. Em
28 de janeiro de 2000 encontraram os fragmen tos de
DNA humano nas amostras, era sangue humano, que
continha o código genético humano. Em março de
2000, fui informado que participaria da análise, assim
como o famoso médico legista especialista em
histopatologia Robert Lawrence, um dos maiores
especialistas em tecidos. Surpreendi-me também com
a participação do Dr. Robert Lawren ce, porque isso
implicaria importan tes custos que eu deveria sustentar,
mas disseram-me que queriam sua cooperação porque
foram encontradas nas amostras substâncias que se
assemelhavam a tecidos humanos. Dr. Lawrenc e
estudou as amostras e encontrou pele humana e
glóbulos brancos. Em dezembro de 2000. Lawrence
me disse que conseguiria mais amostras de DNA» .
A relíquia da hóstia transformou-se em carne,
em 1996, na freguesia de Santa Maria, em Buenos Aires.
O então arcebispo de Buenos Aires,
o Cardeal Berg oglio, com Dr. Castañon Gomez
e alguns sacerdotes da Paróquia Santa Maria.
2
O pai Ale jandro Pezet, o protagonista
no milagre ocorreu em 1996.
Tabernáculo na Igreja
de Santa Maria onde a relíquia do milagre
«N

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Milagre Eucarístico de
BUENOS AIRES
ARGENTINA, 1992-1994-1996
«Em 2001, levei as minhas
amostras para o Professor
Linoli que identificou as células
brancas e disse-me que, com
grande probabilidade, essas
correspondiam ao tecido do
coração. Os resultados obtidos
das amostras eram semelhantes
aos estudos realizados sobre a
hóstia do milagre de Lanciano.
Em 2002, mandamos a amostra
para o Professor John Walker,
na Universidade de Sydney na
Austrália, que confirmou que
as amostras tinham glóbulos
brancos e células musculares
intactas e todos sabem que os
glóbulos brancos, fora do
nosso corpo após 15 minutos
se desintegram e já tinham
passado 6 anos».
m setembro de 2003 procurei o
Professor Robert Lawrence que me
confirmou que com as novas pesqui-
sas era possível concluir que a amostra
podia coincidir com o tecido de um coração inflama-
do. Portanto, estudos tinham provado que esses
tecidos eram de um coração inflamado: isso significa-
va que a pessoa a quem pertencia devia ter sofrido
muito. Para esclarecer nossas dúvidas no dia 2 de
março de 2004, encontramos o melhor especialistas
em doenças do coração e medicina forense, Professor
Frederick Zugibe, Nova Iorque, Columbia Universi-
ty O professor não sabia, no entanto, que a amostra
que eu tinha levado pertencesse à hóstia.
"A amostra que ele me trouxe - disse-me Professor
Zugibe - é o músculo do coração, do miocárdio,
exatamente é o ventrículo esquerdo" e confirmei que
meu paciente tinha sofrido muito. Então lhe pergun-
tei: “Doutor, por que meu paciente sofreu muito?”.
Ele respondeu: “Porque seu paciente tinha coágulos,
às vezes, não conseguia respirar, pois não tinha
oxigênio e sofreu muito porque cada aspiração era
dolorosa. Provavelmente levou um golpe na altura do
peito. Também o coração apresentava uma atividade
dinâmica (viva) no momento em que trouxe a amo-
stra”. “Por que?” Lhe perguntei. “Porque encontra-
mos glóbulos brancos intactos e os glóbulos brancos
são transportados apenas pelo sangue e então se
existem glóbulos brancos é porque no momento em
que o senhor me trouxe a amostra, o material estava
pulsando”. O professor então perguntou a quem
pertencia esta amostra e quando lhe dissemos que
provinha de uma hóstia consagrada, exclamou: “Não
acredito”. Ficou muito impressionado. O mesmo
Professor mostrou-nos em um livro o caso de um
paciente que apresentava as mesmas lesões semelhan-
tes àquelas da amostra que havíamos trazido. O
miocárdio é o músculo que dá vida a todo o coração
e ao nosso corpo. Um teólogo, com razão, salientou
que o fato de que tenha sido o miocárdio não foi
aleatório, mas escondia um simbolismo. O senhor
neste milagre quis mostrar o miocárdio, que é o
músculo que dá vida ao coração, assim como a Euca-
ristia faz com a igreja. E por que o ventrículo esquer-
do? Porque dali sai o sangue purificado e Jesus é
aquele que purifica a sua Igreja de seus pecados.
“Doutor- disse-me Professor Zugibe- no momento
em que o senhor trouxe esta amostra, este coração
estava vivo!”. Seu relatório foi enviado em 26 de
março de 2005, 5 anos e meio após o início dos
estudos e as conclusões foram as seguintes: “Trata-se
do tecido do coração que sofre alterações degenerati-
vas do miocárdio e essas alterações são devido ao fato
de que as células estão inflamadas e estão relacionadas
com o ventrículo esquerdo do coração». No dia 17 de
março levei os resultados ao cardeal Maria Bergoglio.
«E
Quando o Professor Zugibe soube que a amostra era originária de uma hóstia consagrada, exclamou: “Não acredito” e ficou muito impressionado. Ele mesmo mostrou-nos em um livro o caso de um paciente que apresentava as mesmas lesões semelhantes àquelas da amostra que havíamos trazido. Dr. Zugibe confirmou que, no momento em que ele entregou a amostra a analisar a mesma apresentava uma atividade vital.
O Professor Zugive confirmou que a amostra correspondia ao músculo O Professor Zugive confirmou que a amostra correspondia ao músculo cardíaco, do miocárdio, o ventrículo esquerdo e que o paciente ao qual pertencia tinham sofrido muito por causa de coágulos de sangue que indicavam que em alguns momentos ele não conseguia respirar devido à falta de oxigênio e cada respiração era muito dolorosa. De acordo com o Professor o paciente tinha levado um golpe no peito. Também o coração teve uma atividade dinâmica (viva) no momento em foi levado ao laboratório visto que foram encontrados glóbulos brancos intactos que são transportados pelo sangue, isso só confirmou que a amostra estava pulsando.
É importante notar que se se extrai o sangue de uma pessoa, depois de 15 minutos os glóbulos brancos se desintegram. Portanto, é absolutamente inexplicável do ponto de vista científico que, em 2005, em 1996 houvesse amostras de glóbulos brancos no sangue Isso mostra que o coração tinha uma atividade dinâmica e viva no momento em que foram recolhidas as amostras.
Em 15 de agosto de 1996, padre Alejandro Pezet, pegou do chão uma hóstia consagrada que depois de ter colocado em um recipiente com água para dissolvê-la, conservou-a no tabernáculo. Quando no dia 26 de agosto reabriu o Tabernáculo a mesma estava coberta por uma substância avermelhada.
3
Em 2001 Professor Edoardo Linoli na Itália, o mesmo que analisou o milagre de Lanciano, confirmou que esta não era pele, mas provavelmente um fragmen- to de tecido do coração humano.
Também oDr. John Walker, professor da Universidade de Sidney, na Austrália, estudou a amostra sem saber de onde veio e concluiu que se tratava de uma amostra de pele humana que continha células musculares, e também que havia glóbulos brancos intactos (é importante evidenciar que os glóbulos brancos, fora do corpo depois de 15 minutos se desintegram e nesse caso já tinham passado 6 anos e eles estavam intactos).
Em 2 de março de 2004, Professor Frederick Zugibe, da Universidade de Colúmbia, Nova York, o especialista em medicina forense do coração recebeu a amostra sem saber que derivava de uma hóstia consagra- da que tinha sangrado.
Aorta
Artéria pulmonar
Veia pulmonar
Átrio esquerdo
Ventrículo esquerdo
Músculo do miocárdio
Átrio direito
Ventrículo direito

CALANDA
ESPANHA, 1640
O “Milag re dos Milag res”
O jovem Miguel-Juan Pellicer
teve a sua perna amputada
por causa de um acidente,
mas graças à sua grande
devoção ao Santíssimo
Sacramento e à Virgem
do Pilar, aconteceu
o grande milagre que foi
imediatamente reconhecido
e aprovado pelo Bispo de
Zaragoza, quem presidiu
o processo canônico . Na
sentença definitiv a ele
escreveu que “a Miguel-Juan
Pellicer de Calanda, foi
restituída milagrosamente
a perna direita, amputada
anos atrás e isso não foi um
fato natural, mas milagroso”.
iguel-J uan Pellicer, nasceu em 1617 em
Calanda, um vilarejo a uns cem quilômetr os
de Zaragoza, numa família de pobres
camponeses. Aos 19 anos decidiu trabalhar com
um tio em Castellon de la Plata. Um dia, durante
os trabalhos do campo, uma carroça cheia de
grãos passou em cima dele e Miguel-Juan foi
levado ao hospital geral de Valença com a perna
direita fraturada.
Juan viu que os médicos daquele hospital não
eram capazes de curá-lo, assim que saiu de lá e
viajou trez
entos quilômetr os para chegar em
Zaragoza e pedir ajuda à Nossa Senhora do Pilar.
Caminhou com muletas, apoiando o joelho da
perna fraturada e infeccionada num pedaço de
madeira. Chegou a Zaragoza em outubr o de
1637 exausto e febril, arrastou-se até o Santuário
do Pilar onde se confessou e recebeu a Eucaristia;
depois foi internado no Real Hospital da Graça.
Dado o estado da gangrena os médicos estabe-
leceram que o único modo de salvar a sua vida
era amputando a perna, assim ela foi cortada
com serra e escalpelo quadro dedos abaixo do
joelho e cauterizada com ferro incandescente.
Um jovem estagiário, Juan Lorenzo
Garcia, recolheu o membr o amputado e enterrou-o
no cemitério anexado ao hospital. Desse dia em
diante, Miguel foi obrigado a sobreviver pedindo
esmola nas portas do Santuário da Virgem do
Pilar. Todas as manhãs estava presente na Missa
e rezava com fervor diante do Santíssimo
Sacramento e tinha o costume de ungir a perna
amputada com o óleo da lâmpada do Tabernáculo .
Depois de três anos fora
de casa, decidiu regressar
e a família o acolheu com afeição .
Em março de 1640, depois de uma vigília
mariana, Miguel-Juan, sentindo-se muito can-
sado, foi a descansar mais cedo e como sempre,
ungiu a sua ferida com o óleo da lâmpada do
Santíssimo Sacramento do Santuário da Virgem
do Pilar.
Quando a mãe de Miguel foi ver se ele estava
bem, obser vando-o enquanto dormia, viu dois pés
debaixo das cobertas e não um só. Miguel-Juan
tinha recuperado milagrosamente a mesma perna
que tinha sido enterrada três anos antes pelo
estagiário Garcia. De acordo com o testemunho
dos presentes e com o processo canônico “a
perna era pálida, menor e com a massa muscular
mais reduzida, mas era perfeitamente viva e
permitia caminhar ”.
M
© 2006, Edizioni San Clemente
De acordo com a lenda, a capela
primitiv a do Santuário foi
construída pelo apóstolo Tiago,
o Maior, no ano 40 em memória
da prodigiosa vinda da Virgem
de Jerusalém a Zaragoza para
consolá-lo, porque ele estava
muito desapontado com os
resultados negativ os da sua
evangelização . “O Pilar” é a
coluna de alabastr o na qual a
Virgem apoiou os seus pés.
Santuário da Virgem do
Pilar, Zaragoza
Pintura antiga que retrata o
Milagre presente no Santuário
do Pilar
Documento original do
notário Miguel Andreu do dia
2 de abril de 1640 no qual se
certifica o Milagre de Calanda
João Paulo II diante
da estátua da Virgem do Pilar
em Zaragoza
O Papa Pio XII rezando
diante de uma estátua da
Virgem do Pilar que tinha
recebido de presente

CANOSIO
ITÁLIA, 1630
ilag re Euc aríst ico de
Este Milagre Eucarístico tem
como protagonista um
pároco, D. António Reinardi,
que graças à sua grande
piedade eucarística, consegue
salvar a aldeia de Canosio,
de uma enchente do rio
Maira, abençoando-o com
o Santíssimo Sacramento .
Numerosos foram aqueles
que se converteram depois
de ter assistido ao prodígio,
e ainda hoje, a cada ano
os cidadãos de Canosio
celebram uma festa na oitava
do Corpo de Cristo em honra
do Prodígio.
anosio é uma pequena aldeia do vale do
Maira, na diocese de Saluzzo. Em 1630 a
população estava muito desinter essada da
prática religiosa por causa da propagação da heresia
calvinista. Um dia, depois da festa do Corpo de
Cristo, o rio Maira transbor dou por causa das
abundantes chuvas. A fúria das águas foi de tal
modo violenta que arrastou atrás de si grossas
massas rochosas, que se destacaram da montanha e
começaram a dirigir-se ameaçadoramente para o
vale e a aldeia.
D. António Reinardi, pároco da
terra, convocou todos os cidadãos, tocando os sinos
da igreja, convidando-os a orar ao Senhor para fazer
parar aquela
enchente. Propõe além disso fazerem
um voto: se a aldeia de Canosio fosse poupada da
fúria devastadora da torrente, os cidadãos fariam
celebrar todos os anos, e para sempre uma festa na
oitava do Corpo de Cristo. D. Reinardi, pega no
Santíssimo Sacramento que coloca no relicário e
dirige-se em procissão até à torrente acompanhado
por alguns fiéis cantando o “Miserere”; dada a
bênção, a chuva cessou imediatamente e o nível
da torrente retomou rápido a sua normalidade.
Este episódio contribuiu para reavivar a fé dos
cidadãos de Canosio e ainda hoje os seus habi-
tantes têm fé neste voto. Infelizmente, muitos dos
documentos que descreviam o Milagre, conservados
até ao fim do século XVII, nos arquivos paroquiais,
foram queimados durante a guerra entre Espanha
e França; possuímos porém uma cópia do relatório
deixado pelo pároco, que foi testemunha directa
do acontecimento .
C
Vista panorâmica
de Canosio .
O rio Maira.
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Igreja paroquial de Canosio .

CARA VACA DE LA CRUZ
ESPANHA, 1231
ilag re Euc aríst ico de
O Milagre Eucarístico de
Caravaca de la Cruz, diz
respeito à celebração de uma
Missa miraculosa, na qual
Jesus aparece no interior
da Hóstia, juntamente com
um crucifixo. Graças a estas
aparições, o Rei Muçulmano
de Múrcia e a sua família
converteram-se ao catolicismo .
O documento mais respeitáv el
que descreve o Prodígio é o
testemunho da época, do
Padre franciscano Gilles de
Zamora, historiador do Rei
S. Ferdinando .
ntre os muitos documentos que reportam o
Milagre, o mais autêntico é o testemunho
contemporâneo fornecido pelo historiador
franciscano do Rei S. Ferdinando, o Padre Gilles
de Zamora. Sabíamos com certeza que um sacerdote
cristão, D.Gínes Pérez Chirinos de Cuenca, se
tinha recolhido entre os mouros no reino de
Múrcia com o propósito de pregar o Evangelho .
Este porém foi capturado e conduzido à presença
do rei mouro Zeyt-Abu-Zeyt que o interrogou
sobre alguns aspectos da religião cristã. O rei queria
aprofundar , em particular
, o significado da Missa.
O sacerdote explicou longamente a importância
da Missa, e o rei, fascinado pela pregação do frade,
ordenou-lhe que celebrasse imediatamente uma.
Como porém o sacerdote não tinha os objectos
necessários para a celebração, o rei mouro mandou
alguns dos seus homens buscá-los na aldeia vizinha
de Cuenca, em território cristão. Todavia a Cruz,
que durante a Missa deve estar presente sobre o
altar, foi esquecida. O sacerdote começou a
celebrar a Missa, mas, a certa altura, apercebe-se
da ausência da Cruz e ficou perturbado .
O rei pergunta-lhe o motivo desta
perturbação e o sacerdote responde-lhe que faltava
a Cruz. Porém, o rei disse-lhe de imediato: «Não
será aquela?». De facto, naquele momento, dois
anjos estavam a depositar sobre o altar uma Cruz.
O sacerdote então comovido agradeceu ao Senhor
e prosseguiu com alegria a celebração . O Milagre
continuou. De facto, no momento da consagração,
o rei “almohade ” contemplou no lugar da Hóstia
um belíssimo menino que o olhava docemente.
De
pois de ter assistido ao evento milagroso o rei e
a sua família converteram-se ao cristianismo e
foram baptizados. Zeyt-Abu-Zeyt tomou o nome de
Vicente e a sua mulher chamou-se Helena. Desde
aquele dia, 3 Maio de 1231, a aldeia passou a chamar-
seCaravaca de la Cruz. Recentemente a Santa Sé
concedeu a Caravaca de la Cruz, o ano jubilar que
dá a esta cidade, a quinta no mundo depois de
Santiago de Compostela, São Toribio de Liébana,
Roma e Jerusalém, o poder de celebrar o Jubileu
Perpétuo (um ano em cada sete, perpetuamente) no
Santuário onde está guardada a Verdadeira Cruz.
E
© 2006, Edizioni San Clemente
Interior da Igreja da Santa Cruz
Fresco da igreja
Cruz de Caravaca
Estandar te que representa
a Cruz de Caravaca
Antiga pintura presente no interior da Igreja na qual está
representado o Milagre
Igreja de Santa Cruz construída
onde acontece o Milagre

A mais antiga representação
de Santa Rita. Basílica de Santa Rita.
CASCIA
ITÁLIA, 1330
ilag re Euc aríst ico de
Em 1330, em Cascia, um
camponês gravemente doente
mandou chamar o padre
para receber a Comunhão .
O sacerdote, um pouco
por incúria e um pouco
por apatia, em vez de levar
consigo o cibório para lá
colocar a Partícula e a levar
a casa do doente, tirou deste
uma Hóstia que enfiou
irreverentemente no livro
de orações. Uma vez junto ao
camponês, o sacerdote abre
o livro e, com espanto, vê que
a Hóstia estava transformada
num coágulo de sangue
que tinha manchado também
as páginas do livro.
m Cascia, na Basílica dedicada a Santa Rita,
conserva-se também a Relíquia de um notável
Milagre Eucarístico, que aconteceu próximo
de Siena no ano de 1330. A um sacerdote foi
pedido que levasse a Comunhão a um camponês
enfermo . O padre, pega numa Partícula consa-
grada, enfia-a irreverentemente entre as páginas
do seu breviário e dirige-se a casa do camponês.
Chegado a casa do doente e depois de tê-lo
confessado, abre o livro para pegar a Hóstia que
lá tinha colocado, mas para sua grande
surpresa
constata que a Partícula estava tingida de sangue
vivo, tanto, que impregnara ambas as páginas
entre as quais havia sido posta. O sacerdote
confuso e arrependido recolheu-se imediatamente
em Siena no Convento agostiniano para pedir
conselho ao Padre Simone Fidate de Cascia,
conhecido de todos por ser um santo homem.
Este, ouvida a História, concede o perdão ao
sacerdote e pede-lhe para conservar consigo
aquelas duas páginas manchadas de sangue.
Numerosos foram os Sumo Pontífices que
propuseram o culto, concedendo a indulgência.
No acto de reconhecimento
da Relíquia do Milagre Eucarístico de Cascia
acontecido em 1687, vem citado também o
texto de um antiquíssimo Código do convento
de Santo Agostinho no qual são descritas nume-
rosas notícias respeitantes ao Prodígio. Para
além deste código, o episódio vem também
mencionado nos Estatutos Comunais de Cascia
de 1387, onde, entre outras coisas, se ordenava
que «todos os anos na festa do Corpo de Cristo,
o Poder, os Cônsules, e todo o povo de Cascia,
fossem obrigados a reunir-se na igreja de Santo
Agostinho e a
seguir o clero que deveria levar
aquela venerável Relíquia do Sacratíssimo Corpo
de Cristo em procissão por toda a cidade». Em
1930, por ocasião do sexto centenário do evento,
foi celebrado em Cascia um Congr esso
Eucarístico para a inteira diocese de Norcia; foi
então inaugurado um precioso e artístico
Relicário e foi publicada toda a documentação
histórica encontrada a esse respeito .
E
Convento de
S. Agostinho em Cascia.
© 2006, Edizioni San Clemente
Antigo Relicário que continha
a Relíquia do Milagre.
Tabernáculo
do Milagre Eucarístico .
Basílica superior com presbitério
(capela-mor) do escultor Manzú.
Capela onde se guarda
a Relíquia na Basílica inferior .
Urna que contém o corpo de
S. Rita que se conserva intacto .
Pintura que representa
o Beato Simone Fidati.
Relíquia do Milagre Eucarístico .
Pode-se claramente distinguir
o rosto de um homem.
Reprodução ampliada do rosto
surgido na página esquerda.
Reprodução ampliada do rosto
surgido na página direita.

CAVA DEI TIRRENI
ITÁLIA, 1656
ilag re Euc aríst ico de
A “Festa di Castello ”
pontualmente comemorada
desde 1657, recorda
a libertação do contágio
da peste da cidade de Cava
que aconteceu no dia
25 de Maio de 1656, dia da
Ascensão . O “mal” acabou
depois da santa procissão
e bênção com o Corpo de
Cristo, em torno do Casale
da SS. Annunziata no terraço
superior do Monte Castello .
m Nápoles, em Maio de 1656 difundiu-se
uma terrív el epidemia de peste por causa da
invasão dos soldados espanhóis prove-
nientes da Sardenha. A epidemia bem depressa
se expandiu pelas aldeias e pelos campos circun-
dantes, chegando até à cidade de Cava dei Tirreni.
Foram milhar es de vítimas, seja na cidade seja no
campo . D. Paolo Franco foi um dos poucos que
se salvou do contagio da peste, e inspirado pelo
Senhor, desafiando todos os perigos, convocou
a população, convidando-a a participar numa
procissão reparadora até ao monte Castello, situado
a poucos quilómetr os de distância. Quando chega-
ram ao cimo do monte, D. Franco abençoou
Cava dei Tirreni com o Santíssimo Sacramento . A
peste cessou milagrosamente e, ainda hoje, todos
os anos no
mês de Junho, a população de Cava
promove procissões solenes em memória do Prodígio.
E
Antiga estampa (ca. XVIII século) representando o Milagre.Vista panorâmica de Cava dei Tirreni.
Durante a “Sagra de Montecastello ” todos os anos se recorda
em Cava o Prodígio Eucarístico .
Fogos de artifícios que se fazem
todos os anos em Cava, em
honra do aniversário do Milagre.
Vista do Monte de onde o Padre benzeu a cidade.
© 2006, Edizioni San Clemente

CIMBALL A
ESPANHA, 1370
ilag re Euc aríst ico de
Em 1370, durante a Missa,
o pároco de Cimballa foi
assaltado por fortes dúvidas
sobre a presença real de Jesus
na Eucaristia. A Hóstia
transformou-se então em
Carne e desta começou a jorrar
Sangue em abundância que se
derramou sobre o corporal.
O episódio reforçou a fé vacilante
do sacerdote celebrante, que
se penitenciou, e se retirou
para um mosteir o para se
dedicar a uma vida de penitên-
cia e de oração. Todos os anos,
a 12 de Setembr o, se celebra a
memória do Milagre na igreja
paroquial onde se conserva
para sempre a Relíquia do
corporal manchado de Sangue.
«Santíssimo Mistério Dúbio» «Santíssimo
Mistério da Dúvida», é o nome com que é
conhecido o Milagre Eucarístico que acon-
teceu em Cimballa em 1370 na Igreja da
Purificação de Nossa Senhora. O pároco da
igreja, D. Tommaso, há já muitos meses era assal-
tado por dúvidas sobre a real presença de Jesus no
Sacramento da Eucaristia. Durante a celebração
de uma Santa Missa dominical, depois de ter pro-
nunciado as palavras da
consagração, D.
Tommaso vê a Hóstia transformar-se em Carne e
o Sangue escorrer copiosamente desta, tanto, que
se derramou sobre o corporal.
O sacerdote arrependido pôs-se a
chorar de remorso e os fiéis vendo-o assim perturbado,
acorreram logo ao altar e aperceberam-se do
Milagre. A Relíquia foi então levada em procissão e
a notícia espalhou-se por toda a parte. Muitos
foram os Milagres atribuídos ao «Santíssimo
Mistério Dúbio» que desde essa altura foi sempre
objecto de grande devoção por parte dos fiéis. A
Relíquia do corporal manchado de Sangue está
exposta todos os anos, a 12 de Setembr o, por
ocasião do aniversário da festa do Milagre.
O
© 2006, Edizioni San Clemente
Interior da igreja
Igreja de Santa Maria, Cimballa
Panorama de Cimballa
Parte da Relíquia do corporal manchado de sangue
Relíquia maior do corporal
impregnado de Sangue

CRACÓVIA
POLÓNIA, 1345
ilag re Euc aríst ico de
O Milagre Eucarístico de
Cracóvia diz respeito à
preservação das Hóstias, do
lodo, e da aparição de estranhos
fenómenos luminosos.
Ladrões desconhecidos
roubaram uma custódia
contendo Partículas Consagradas,
que abandonaram depois nos
pântanos, nos arredores de
Wawel. Na Igreja do Corpo
de Deus em Cracóvia são
ainda visíveis as pinturas
que descrevem o Prodígio
e documentos e os
testemunhos do tempo.
o ano de 1345, o então rei da Polónia,
Casimir o III o Grande, dá ordem para
construir uma igreja intitulada de Corpo de
Deus, em honra de um Milagre Eucarístico que se
verificou no mesmo ano nos campos de Wawel
vizinhos de Cracóvia.
Alguns ladrões penetraram numa igreja
próximo de Cracóvia e depois de terem forçado o
tabernáculo, apoderaram-se da custódia que
continha algumas Hóstias Consagradas. Porém,
rapidamente se aperceberam que a custódia não
era de ouro verdadeiro e assim lançaram-na num
pântano cheio de lixo e lodo. Imediatamente
surge no pântano uma luz fortíssima que se
desprendia do lodo. O clarão continuou, fosse de
noite ou de dia, por di
versos dias. Toda a aldeia
se apercebe do estranho fenómeno e decide-se
unanimemente advertir o Bispo de Cracóvia do
acontecido . O Prelado, não compr eendendo
como podia acontecer que do pântano exalassem
lampejos de luz tão intensos, tanto que eram
visíveis por quilómetr os, ordenou três dias de
jejum e oração. Ao terceiro dia toda a aldeia se
dirigiu em procissão, com o Bispo à cabeça,
para o lugar do pântano luminoso . Revistou-se
por toda a parte e finalmente um homem
recuperou a custódia com as Hóstias dentro, as
quais estavam completamente intactas e ema-
navam uma luz deslumbrante. O povo comovido
começou a louvar o Senhor e a festejar o Prodígio.
Ainda hoje, por ocasião da festa do Corpo de
Deus, todos os anos se recorda o Milagre, na
Igreja do Corpo de Deus, em Cracóvia.
N
© 2006, Edizioni San Clemente
Interior da Igreja do Corpo de Deus, Cracóvia Igreja do Corpo de Deus, Cracóvia
Panorama da zona de Wawel onde acontece o Prodígio,
hoje completamente beneficiada
Quadro presente na Igreja do Corpo de Deus no qual está
representado o fenómeno dos clarões luminosos provenientes
do pântano
Pormenor da pintura
Neste quadro está representada a procissão do Bispo e dos cidadãos
depois de terem encontrado as Hóstias do Milagre, no pântano
Rei Casimir o III o Grande

DAROCA
ESPANHA, 1239
ilag re Euc aríst ico de
O Milagre Eucarístico de
Daroca verificou-se pouco antes
de uma das numerosas batalhas,
sustentada pelos Espanhóis contra
os Mouros. Os comandantes
cristãos pediram ao sacerdote do
campo para celebrar uma Missa,
mas poucos minutos depois
da consagração, um ataque
imprevisto do inimigo, obrigou
o padre a suspender a Missa e a
esconder as Hóstias Consagradas,
embrulhadas nos linhos da
celebração . Os Espanhóis
saíram vitoriosos da batalha e os
comandantes pediram ao padre
para lhes dar a comunhão,
com as Hóstias anteriormente
Consagradas. Porém, estas foram
encontradas completamente
recobertas de Sangue. È
possível, ainda hoje, venerar os
linhos manchados de Sangue.
m 1239 a cidade cristã de Daroca, Teruel e
Calatayud (em Aragão), aliaram-se, para
reconquistar aos mouros o castelo de
Chio Luchente. Antes da batalha, o capelão
D. Mateo Martínez, de Daroca, celebrou a
Santa Missa, no decorrer da qual havia consa-
grado seis Hóstias destinadas à Comunhão dos
seis capitães que guiavam as tropas: D. Jiménez
Pérez, D. Fernando Sánchez, D. Pedro
,
D. Raimundo, D. Guilherme e D. Simone
Carroz. Um ataque imprevisto do inimigo
obrigou o capelão a suspender imediatamente a
Missa e a envolver as seis Partículas Consagradas
no Corporal que esconde debaixo de uma pedra.
As tropas inimigas foram repelidas e os coman-
dantes pediram ao sacerdote para receber a
Comunhão em sinal de agradecimento pela
vitória obtida. D. Mateo dirigiu-se assim ao lugar
onde tinha escondido o Corporal, e encontr ou
as Hóstias ensopadas em Sangue. Os coman-
dantes, interpr etando este acontecimento como
um enorme sinal da predilecção de Deus, e de
bons auspícios, comungaram, e ataram o
Corporal manchado de Sangue a uma lança,
para dele fazer um estandar te. Dirigiram-se
assim à batalha contra os mouros, com este
estandar te, e reconquistaram o castelo de Chio,
obtendo deste modo uma estrondosa vitória.
O mérito deste triunfo foi
atribuído ao milagr e Eucarístico . Os seis
comandantes provinham todos de diversas
regiões de Espanha e cada um deles começou a
reclamar que o Corporal devia ir para a sua
própria cidade. Começou uma acesa discussão .
Por três vezes a
cidade de Daroca foi a escolhida
para ser o lugar de guarda do Milagre. Chegou-se
a uma conclusão de compr omisso: pôr-se-ia o
Corporal sobre o dorso de uma mula que vaguearia
livremente: a cidade onde a mula pararia seria a
eleita pela vontade divina para guardar o Santo
Corporal. A mula vagueou por 12 dias percorrendo
cerca de 200 milhas, até que, extenuada, se prostrou
diante da Igreja de S. Marco em Daroca. Foi
seguidamente construída uma igreja dedicada a
Santa Maria e um precioso Relicário, onde, a
qualquer hora, é possível venerar o Corporal
manchado de Sangue.
© 2006, Edizioni San Clemente
Frescos na Capela de Santa Hijuela, Carboneras
Vista panorâmica da Igreja
de Daroca
A Santa Hijuela (Palla) é um
dos Corporais do Milagre e
conserva-se em Carboneras
Carta de Chiva, pergaminho conservado na Igreja Colegiada
que descreve o Prodígio
E
Relíquia de um dos dois
Corporais ensanguentados que
se conserva na Igreja de Daroca
Antiga reprodução do
Prodígio, do século XVI

DAROCA
ESPANHA, 1239
ilag re Euc aríst ico de
D. Mateo
dirigiu-se então
ao lugar onde
tinha escondido
o Corporal e
encontrou as
Hóstias ensopadas
de Sangue.
© 2006, Edizioni San Clemente
Estampas antigas representando o Milagre
Interior da Igreja
Capela dos Corporais
Altar-mor da Igreja
de Daroca
Procissão que se faz todos os anos em honra do
Milagre de Daroca
Pinturas murais presentes na capela dos Corporais que
descrevem o Milagre
Basílica de Santa Maria,
Daroca
Capela onde se guarda a Santa
Hijuela (Palla), Carboneras

DIJON
FRANÇA, 1430
ilag re Euc aríst ico de
No milagre Eucarístico de
Dijon, uma senhora adquiriu
um relicário, que, por descuido,
continha ainda a magna
Hóstia. A senhora decide
então utilizar uma faca para
remover a Hóstia, a qual
começou a destilar Sangue
vivo, que se enxugou
imediatamente, deixando nela
impressa, a imagem do
Senhor sentado sobre um
trono semicir cular e ladeado
de alguns instrumentos da
Paixão. A Partícula mantém-se
intacta por cerca de 350 anos,
findo os quais acaba destruída
pelos revolucionários, em 1794.
m 1430, em Mónaco, uma senhora com-
prounum adeleir o um Relicário quase
seguramente roubado, pois continha ainda
a sagrada Hóstia para adoração . A mulher , que
sendo muito ignorante no que diz respeito à
presença real de Cristo na Eucaristia, decide
remover com uma faca a Partícula do Relicário .
Inesperadame nte a Hóstia começou a jorrar
Sangue vivo que secou imediatamente, deixando
impressa a imagem do Senhor sentado sobre um
trono semicir cular ladeado de alguns instrumentos
da Paixão.
A mulher perturbada, dirige-se ao
pároco Anelon
que retém a Hóstia na Sé. O
episódio bem depressa chega ao conhecimento,
até do Papa Eugénio IV, que quer doar a Hóstia
milagrosa ao duque Filipe de Borgonha que, por
sua vez, fez doação dela, à cidade de Dijon.
Sabemos, com certeza, que em 1794 a Hóstia
milagrosa ainda se encontrav a na Basílica de S.
Miguel Arcanjo, mas em 9 de Fevereiro daquele
ano, a comuna de Dijon requisita-a à Igreja,
para consagrá-la no templo duma nova seita,
«la Raison», isto é, «deusa Razão». A Hóstia
milagrosa foi queimada. São numer osos os
documentos e as obras de arte que ilustram o
Milagre, como serve de exemplo, um vitral da
Catedral de Dijon no qual está representado, a
cena principal do Prodígio.
© 2006, Edizioni San Clemente
Basílica de S. Miguel,
Dijon
Vitral da Santa Capela na Catedral de Dijon. No primeir o quadro,
um padre apresenta a Hóstia milagrosa que se conservará até ao fim
da Revolução Francesa.
Dijon, Hóstia enviada em 1433 pelo
papa Eugénio IV a Filipe o Belo, Duque
de Borgonha.
Relicário contendo a Santa
Hóstia, doada pela Duquesa
Isabel em 1454
Antiga reprodução,
esmerada, da Santa
Hóstia do Milagre
de Dijon.
E

DOUAI
FRANÇA, 1254
ilag re Euc aríst ico de
No Milagre Eucarístico de
Douai, enquanto um sacerdote
distribuía a Comunhão aos
fiéis, inadvertidamente deixou
cair por terra uma Hóstia
Consagrada. Inclinou-se logo
para recolhê-la, mas esta elevou-
se em voo, sozinha, e foi pousar-
se
no purificador . No seu
lugar, pouco depois, aparece
um esplêndido rapazinho que
todos os fiéis e religiosos pre-
sentes na celebração puderam
contemplar . Apesar de terem
passado mais de 800 anos,
ainda hoje é possível venerar
a Hóstia do Milagre. Todas as
quintas-feiras do mês, na igreja
de S. Pedro de Douai, nume-
rosos fiéis reúnem-se em oração ,
diante da Hóstia Prodigiosa.
onum Universale de Apibus”,é a obra escrita
por uma testemunha ocular do Milagre, o
padre dominicano Thomas de Cantimpré,
doutor em Teologia e Bispo sufragâneo de Cambrai.
No dia de Páscoa de 1254, na igreja de Santo
Amado, em Douai, um sacerdote que estava a
distribuir a Comunhão deixou inadvertidamente
cair por terra, uma Hóstia Consagrada. Inclinou-se
logo para recolhê-la, mas esta elevou-se em voo,
sozinha, e foi pousar-se sobre
o purificador . No seu
lugar, pouco depois, aparece um esplêndido rapa-
zinho que todos os fiéis e religiosos, presentes na
celebração, puderam contemplar . A notícia propa-
gou-se velozmente e o Bispo de Cambrai, Thomas
de Cantimpré, dirigiu-se imediatamente a Douai
para constatar pessoalmente os factos que assim
descreve: «Dirigi-me ao deão da Igreja, seguido de
numer osos fiéis, e pedi-lhe para ver o Milagre. O
deão abriu a caixinha na qual tinha reposto a
Hóstia do Milagre, mas eu, inicialmente, não vi
acontecer nada de especial. Estava consciente que
nada me podia impedir de ver, tal como os
outros, o Sagrado Corpo. Não tive tempo, nem
por um momento, de pôr a mim mesmo, a per-
gunta a esse propósito, pois apenas olhei a Hóstia
avistei o rosto de Cristo coroado de espinhos com
duas gotas de sangue que lhe desciam da fronte.
Ajoelhei-me de imediato, e chorando, comecei a
agradecer a Deus»,
É certo que já no ano de 1356, fazia um
século após a aparição, se celebrav a todos os
anos na quarta-feira de Páscoa, uma fes
ta
em memória do Milagre do Santíssimo
Sacramento, e o documento que disso faz
memória, indica que este costume existia já, há
um longo tempo. A preciosa Relíquia do Milagre
foi conservada e honrada até à Revolução, tendo-se
perdido depois o rasto por muitos anos. Em
Outubro de 1854, o pároco da Igreja de S. Pedro
em Douai, descobr e casualmente, debaixo do
Cristo do altar dos defuntos, uma caixinha de
madeira contendo uma pequena Hóstia, ainda
branca, mas estragada nas bordas. Uma carta
escrita em latim, testemunha que «Eu, abaixo
assinado, pároco, da insigne igreja colegial de
Santo Amado, atesto que é realmente a verdadeira
Hóstia do Santo Milagre que eu subtraí ao perigo
eminente de profanação, e que felizmente recolhi.
Depositei-a nesta pequena caixa e deixei este
testemunho escrito pela minha própria mão para
os fiéis que a descobrirão em seguida (5 de
Janeiro de 1793)».
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Ano de 1975. O Pároco da
Igreja de S.Pedro mostra a
Hóstia de 1254.
Sacrário contendo a relíquia da Hóstia milagrosa
a adraug es edno olucánrebaT
Hóstia do Milagre
Fachada externa da igreja de S.Pedro em Douai
Nossa Senhora de Douai
B“

DRONER O
ITÁLIA, 1631
ilag re Euc aríst ico de
Em 1631 uma jovem
camponesa, pouco prudente-
mente pegou fogo à palha
seca, e desta deflagr ou rápido
um incêndio, que com
o vento forte invadiu todos
os arredores da cidade de
Dronero. Todas as tentativ as
para dominar o fogo
se revelaram inúteis. Só
depois que o Padre Maurício
de Ceva deu a bênção com
o SS. Sacramento, o incêndio
cessou milagrosamente.
SÃO MAURO LA BRUCA
ITÁLIA, 1969
ilag re Euc aríst ico de
Em 1969, em S. Mauro la
Bruca, ladrões desconhecidos
penetraram às escondidas
na igreja paroquial,
e apoderaram-se de alguns
objectos sacros, entre eles
o cibório contendo Partículas
Consagradas. As Hóstias
foram encontradas na manhã
seguinte e ainda hoje
se mantêm intactas.
Dronero.
Paisagem dos arredores
de Dronero.
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o domingo de 3 de Agosto de 1631,
na hora das Vésperas, na cidade de
Dronero, no marquesado de Saluzzo
ateou-se um grande incêndio. Uma jovem
camponesa, imprudentemente, pegou fogo à palha
seca, precisamente no momento em que se
levantou o vento, causado por uma inesperada
tempestade. Em poucos instantes as chamas
espalharam-se rapidamente até atingirem as
habitações do Burgo Maira. A população tentou
de todas as maneiras domar o fogo, mas todas
as tentativ as se revelaram vãs. O fogo entretanto
aumentav a sempre mais. O Padre Maurício de
Ceva, Capuchinho, teve a inspiração de recorrer
ao poder do Salvador velado sobre as espécies
eucarísticas. Rápido, organiz ou uma solene
procissão com o Santíssimo Sacramento, e
seguido pelos cidadãos, caminhou até ao lugar
do incêndio . Ao avançar, miraculosamente o fogo
parou. Uma lápide presente na igrejinha de Santa
Brígida, em Dronero, descreve de modo detalhado
o Milagre e todos os anos por ocasião da festa
do Corpo de Cristo, os cidadãos de Dronero
honram a memória do Prodígio com uma solene
procissão com o Santíssimo Sacramento .
N
Fachada da Igreja
de S. Mauro.
a noite de 25 de Julho de 1969, alguns
ladrões entraram furtivamente dentro da
Igreja paroquial de S. Mauro La Bruca com
o intento de roubar os objectos mais preciosos. Depois
de terem forçado o tabernáculo, retiraram também dele
o cibório que continha numerosas Hóstias Consagradas.
Mal os ladrões saíram da Igreja lançaram as Hóstias
num pequeno atalho. Na manhã seguinte, uma criança
encontr ou, numa ângulo da estradinha, um montão de
Hóstias e depois de tê-las recolhido, confiou-as logo ao
pároco. Só em 1994, 25 anos depois de aprofundadas
análises, Monsenhor Biagio D’Agostino, B ispo de Vallo
da Lucania, reconheceu a conservação milagrosa das
partículas e autorizou o culto. Das análises completadas
por cientistas e químicos, sabe-se já que após seis meses
a farinha ázima se estraga gravemente e, no prazo máximo
de um par de anos, reduz-se a papa e depois a pó.
N
Capela da qual foi levado
o SS. Sacramento .
A lápide descreve o Milagre.
Relicário onde conservam
as Hóstias do Milagre. Interior da Igreja. Vista de S.Mauro La Bruca.

ERDING
ALEMANHA, 1417
ilag re Euc aríst ico de
Na Quinta-feira S anta de
1417, um camponês r oubou
uma Hóstia Consagrada que
durante o caminho lhe fugiu
das mãos e se liber tou no ar .
A tentativ a de recuperá-la
resultou em vão . Foi apenas
graças à inter venção dir ecta
do Bispo que se conseguiu
reaver a Partícula. N o sítio
onde aconteceu o M ilagre foi
imediatamente edificada uma
capela. F oram muitas as curas
e os pr odígios atribuídos à
veneração deste M ilagre.
m pobre camponês de Erding, não conseguia
de modo nenhum melhorar as suas condições
económicas, não obstante trabalhasse mui-
tíssimas horas ao dia. O vizinho de sua casa, que
fazia o mesmo trabalho, conseguia, ao contrário,
viver muito abastadamente. Um dia o camponês
perguntou ao vizinho como conseguia ganhar
assim tanto e o homem confiou-lhe que o seu
sucesso se devia ao facto de guardar em sua casa o
Santíssimo Sacramento . O pobre campon ês,
ignorante nas coisas da Fé, pensou que o SS.
Sacramento fosse uma espécie de amuleto, e
então decide imitar o seu vizinho . Dirigiu-se á
Missa de Quinta-feira Santa e depois de ter
comungado, esconde a Hóstia num pano e sai
com este da Igreja. Quase imediatamente porém,
a sua consciência começou a remoê-lo e assim
decide devolver a Partícula. Durante o caminho
de retorno, a Hóstia escapou-lhe das mãos e
voou no ar. Ele cercou-a por todos
os lados, mas
não conseguiu mais encontrá-la. Aterrorizado
pelos acontecimentos, corre rápido a advertir o
Pároco que imediatamente se deslocou ao lugar
onde tinha desapar ecido a Hóstia.
Logo que chegou, o padre vê que a
Partícula estava pousada sobre um montão de
terra e emanav a uma luz forte. Avizinhou-se
para prendê-la, e esta de novo se libertou no ar
e desapar eceu. O sacerdote avisou então o Bispo
que quis ir pessoalmente ao sítio do Milagre. E
de novo a Partícula pairou no ar. O Bispo e os
cidadãos, decidiram então construir ali uma
capela em honra do Prodígio Eucarístico . Tal
era a multidão de peregrinos que afluía ao lugar,
que em 1675, as autoridades locais, resolveram
erigir um novo Santuário em estilo barroco, com
mais capacidade .O Bispo Kaspar Künner de
Freising, a 19 de Setembr o de 1677, benze a nova
Igreja que foi dedicada ao Preciosíssimo Sangue.
Para o Santuário foram levadas diversas Relíquias,
entre as quais a do
Preciosíssimo Sangue de
Cristo. Em 1992 o Santuário é reitorado pela
Ordem dos monges de S. Paulo do Deserto.
U
© 2006, Edizioni San Clemente
Santuário do Preciosíssimo Sangue, ErdingRelíquia do Santo Sangue
Interior do Santuário

ETEN
PERU, 1649
ilag re Euc aríst ico de
O Milagre Eucarístico de Eten
acontece cerca de 356 anos
atrás, na cidade peruana de
Porto Eten. Na Hóstia
exposta para adoração pública,
apareceu o Menino Jesus e
três corações resplandecentes,
de cor branca, unidos entre
eles. Todos os anos a festa em
honra deste acontecimento
começa a celebrar-se a partir
de 12 de Julho, com a
transladação da estátua
do Divino Menino, do seu
Santuário para o templo
da Cidade de Eten e acaba
a 24 de Julho.
primeira aparição do Divino Menino no
Santíssimo Sacramento acontece na noite de 2
de Junho de 1649, durante a recitação das
Vésperas e da solene exposição em honra da festa do
Corpo de Deus. No fim da cerimónia, o Frade
franciscano Jèrome de Silva Manrique, estava a
repor o Relicário no tabernáculo quando inespera-
damente estacou. Na Hóstia tinha aparecido o vulto
resplandecente de um Menino, emoldurado de
espessos caracóis castanhos que desciam sobre os
ombros. Todos os fiéis presentes na igreja tiveram a
mesma visão.
A segunda aparição verificou-se poucos
dias depois,
a 22 de Julho do mesmo ano, durante
os festejos em honra de Santa Maria Madalena,
Padroeira da cidade. Segundo o testemunho do
Frade Marco Lopez, superior do Convento de
Chiclay o, durante a exposição do Santíssimo
Sacramento «o Divino Menino Jesus, aparece de
novo na Hóstia, vestido com uma túnica de cor
violeta. Debaixo desta, vestia uma camisa que
terminav a no meio do peito, segundo o costume
dos índios». Através deste sinal, o Divino Menino
queria identificar-se com os habitantes “mochicas ”
de Eten, para demonstrar o Seu amor. Durante
todo o tempo desta aparição, que durou cerca de
15 minutos, muitos viram apresentar-se também
na Hóstia, três pequenos corações brancos unidos
entre eles. Estes simbolizav am as três Pessoas da
SS. Trindade: O Pai, o Filho e o Espírito Santo,
presentes na Hóstia Consagrada. Ainda hoje, a
festa em honra do Miraculoso Menino de Eten,
continua a chamar , todos os anos, milhares de fiéis.
A
Socalcos antigos, Peru
Imagem do Divino Menino de Eten
Vale de Colca
uhciP uhcaM
Lago Titicaca
Festejos em honra do Divino Menino
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ETTISWIL
SUÍÇA, 1447
ilag re Euc aríst ico de
Em Ettiswil, há um Santuário
dedicado a um Prodígio
Eucarístico que aconteceu em
1447. Ana Vögtli, pertencente
a uma seita satânica, conseguiu
roubar da Igreja paroquial, a
custódia que continha a magna
Hóstia. Essa Hóstia foi depois
encontrada perto de um valado,
no meio de silvados e urtigas,
elevada no ar, circundada por
uma vivíssima luz, e ainda
dividida em sete pedaços
unidos entre eles, a sugerir uma
flor. Muitos Papas concederam
indulgências aos visitantes do
Santuário; o último foi o Papa
Pio XII, em 1947. A grande
festa da capela do Milagre tem
lugar no domingo «Laetar e» e
nos dois dias seguintes.
documento mais importante que descreve o
Milagre, é o «Protocolo de Justiça», consti-
tuído a 16 de Julho de 1447, por Hermann
von Rüsseg, senhor de Büron. Na tradução lê-se:
«Quarta-feira, 23 de Março de 1447, o SS.
Sacramento foi roubado da Igreja Paroquial de
Ettiswil e, pouco depois, foi encontrado por uma
jovem guardadora de porcos de nome Margherita
Schulmeiste
r, não longe da Igreja paroquial, junto
de um tapume derrubado por terra, no meio das
urtigas; assemelhav a-se a uma flor resplandecente».
Depois de minuciosas investigações, a polícia
prendeu a jovem Ana Vögtli de Bischoffingen,
que espontaneamente confessou logo tudo: «Depois
de ter enfiado a minha mão através da estreita
grade de ferro, apoder ei-me da magna Hóstia,
mas logo que ultrapassei o muro do cemitério, o
SS. Sacramento começou a tornar-se tão pesado
que fui incapaz de levá-lo mais longe. Não
podendo continuar em frente, nem recuar,
desfiz-me da Hóstia que lancei junto de uma
sebe, nas urtigas».
A Partícula foi descoberta
pela senhora Margherita Schulmeister , guarda de
uma criação de porcos, que contou como: «uma
vez chegada com os meus porcos, à vizinhança do
lugar onde tinha sido lançado o Santíssimo
Sacramento, os meus animais não quiseram
continuar a andar. Foi então que pedi ajuda a
dois homens que passavam a cavalo. Esses viram
no meio da erva a Hóstia roubada, dividida em
sete partículas. Seis dessas formav am uma flor,
semelhante
a uma rosa, e uma grande luz as
rodeava» O cura foi logo avisado e prontamente
se apressou a recolher a Hóstia para transpor tá-la
para a Igreja, seguido de todos os paroquianos.
Recolhe os seis pedaços, mas, quando quer apanhar
o central, este cravou-se na terra diante dos olhos
de todos. Esta desaparição foi interpr etada como
um sinal e decide-se logo ali construir uma capela,
justamente no ponto onde essa parte da Hóstia
desapar ecera. As seis partículas foram conservadas
na Igreja de Ettiswil e tornaram-se objecto de
grande veneração por parte dos habitantes da
aldeia e dos forasteir os. E Deus completou isso,
através de numer osas curas. A capela e o altar
foram consagrados a 28 de Dezembro de 1448; um
ano e meio depois dos acontecimentos.
O
Interior do Santuário
Pintura representando o Milagre de Ettiswil, Museu Hiéron,
Paray-le-M onial
Santuário de Ettiswil
Pormenor da pala do altar no
qual estão representadas as fases
do Milagre
Pala do altar onde estão representadas as cenas do MilagreRelíquia do Milagre
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FAVERNE Y
FRANÇA, 1608
ilag re Euc aríst ico de
Na vigília da festa de
Pentecostes, os monges de
Faverney decidiram expor o
Santíssimo Sacramento para
pública adoração . Durante a
noite, rebentou na igreja um
grande incêndio que destrói o
altar e os seus adereços sacros,
mas não o relicário com a
sagrada Hóstia dentro, o qual
foi encontrado, alguns dias
depois, suspenso no ar,
perfeitamente intacto . A
Partícula milagrosa encontra-se
conservada ainda hoje, e são
numer osos os peregrinos que
cada ano acorrem para venerar
o Milagre.
o século XVII o protestantismo e o calvinismo
difundiram-se velozmente em França por
causa das muitas vantagens materiais concedi-
das pelas novas religiões aos membr os da nobreza e
do clero, provenientes da Igreja Católica. Isto punha
em risco a Fé de muitos e criava grandes incertezas,
mesmo nos mosteir os. Na cidade de Faverney havia
uma Abadia beneditina, na qual os monges se tinham
afastado muito, das regras do seu fundador: tinham
apenas honrado o culto da Nossa Senhora de Nôtre-
Dame la Blanche, conhec ida em
toda a zona por ser
muito miraculosa. Por sua intercessão, tinham-se de
facto verificado muitos milagres, entre os quais,
também o de um regresso à vida de duas crianças
ainda não baptizadas. Em 1608, na vigília da festa
de Pentecostes, os monges decidiram preparar um
altar para exposição e adoração do Santíssimo
Sacramento . O óculo do Sacrário era muito largo e
por isso foram lá postas duas Hóstias. Terminadas
as Vésperas, os monges deixaram exposto o
Sacrário sobre o altar provisório . Na manhã
seguinte o sacristão abriu a igreja e encontr ou-a
cheia de fumo, com o altar provisório reduzido
completamente a cinzas. Começou a gritar e logo
acorreram os religiosos e outras pessoas que se
puseram a remover a cinza, com a esperança de
encontrar alguma coisa do Sacrário . Quando o fumo come çou a
desvanecer-se, viram estupefactos que o Sacrário
estava suspenso no ar. A multidão aumentou e
apinhou-se para ver o Prodígio Eucarístico, onde as
Hóstias tinham ficado inteiras
apesar do incêndio .
Os religiosos estavam estupidificados e não conse-
guindo tomar nenhuma decisão, pediram conselho
aos frades Capuchinhos de Vesoul. Estes prepararam
logo um novo altar sobre o que estava queimado, e
celebraram a Santa Missa. Na elevação da Hóstia, o
Sacrário desce lentamente sobre o novo altar. No
final do processo canónico, a 10 de Julho, o
Arcebispo de Besançon declarou autêntico o Milagre
Eucarístico e em 13 de Setembro, o Arcebispo de
Rodi, na qualidade de Núncio em Bruxelas, deu-o a
conhecer ao Papa Paulo V, que concede uma Bula de
indulgência. O Milagre reacende a fé de muitos. Em
1862 a Congregação dos ritos autoriz ou a celebração
do Milagre. Em 1908 foi comemorado solenemente
o terceiro centenário do Milagre com um Congresso
Eucarístico Nacional. Ainda hoje é possível ver e
venerar a Relíquia de uma das duas Hóstias que
permaneceram intactas. A outra Hóstia infelizmente,
depois se ter sido dada à igreja de Dole, acabou
destruída pelos revolucionários de 1794.
N
© 2006, Edizioni San Clemente
Exposição da Hóstia
do Milagre
Antiga estampa que
representa o Milagre
Interior da igreja
Vitral da igreja no qual está representado o Milagre
Relicário contendo a Relíquia da Hóstia milagrosa
Basílica Menor; Faverney

FERRARA
ITÁLIA, 1171
ilag re Euc aríst ico de
Este milagre Eucarístico
aconteceu no dia de Páscoa
(28 Março 1171), na Basílica
de Santa Maria, em Vado,
Ferrara. O Padre Pietro da Verona,
prior da Basílica, celebrav a a
Santa Missa da Ressurreição.
No momento de distribuir o
pão consagrado, quando partiu
a Hóstia, viu jorrar desta uma
grande quantidade de sangue
que foi atingir a pequena abó-
bada acima do altar. A abóbada
manchada de sangue foi encer-
rada, de seguida, num templo
construído em 1595, e é ainda
hoje, visível na monumental
Basílica de S. Maria inVado.
28 Março de 1171, o prior dos Cónegos
Regrantes Portuense, P. Pietro da Verona,
estava a celebrar a Missa da Páscoa assistido
por três irmãos (Bono, Leonar do e Aimone). No
momento de fraccionar a Hóstia Consagrada
soltou-se desta uma grande quantidade de
sangue, que foi tingir com grandes gotas a
pequena abóbada em cima do altar. As histórias
narram do «sagrado terror da celebração e da
imensa maravilha do povo que se encontrav a
amontoado na pequena igreja». Foram muitos os
testemunhos
que afirmaram ter visto a Hóstia
assumir uma cor sanguínea e de ter distinguido
nela a figura de um menino . Do acontecido, foram
informados imediatamente o Bispo Amato de
Ferrara e o Arcebispo Gherardo de Ravenna, os
quais constataram com os seus próprios olhos o
Sangue persistente do Milagre, isto é, «O Sangue
vivíssimo, que avermelhav a a abóbada acima
do altar». A igreja tornou-se imediatamente meta
de peregrinação, e veio sendo sucessiv amente
reestruturada e ampliada por ordem do Duque
Ercole I d’Este, a partir de 1495.
Numerosas são as testemunhas
que lembram o Milagre, entre estas, a mais
importante é a Bula de Papa Eugénio IV
(30 Março 1442), na qual o Pontífice menciona
o Prodígio referindo-se ao testemunhado pelos
fiéis e a antigas fontes históricas. O manuscrito
de Gerardo Cambr ense é o documento mais
antigo (1197) que menciona o Pródigo e está
conservado na Biblioteca Lamberthiana de
Canterbur y. Este, foi recentemente retomado
pelo históriador António Samaritani, numa
obra intitulada “Gemma Eclesiastica ”. U
m
outro documento, que remonta a 6 de Março de
1404, é a Bula do Cardinal Migliorati, na qual se
concedem as indulgências a «quem visite a igreja
e renda homenagem ao Sangue Prodigioso».
Ainda hoje, o dia 28 de cada mês na Basílica,
actualmente oficiada pelos Missionários do
Preciosíssimo Sangue de S. Gaspare de Búfalo, se
pratica a Adoração Eucarística em memória do
milagre e, a cada ano, em preparação da festa
do “Corpus Christi ”, se celebram as solenes
Quarenta Horas. No ano de 1971, foi celebrado
o oitavo centenário do Milagre.
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Igreja de Santa Maria em Vado, Ferrara
Sagrada Abóbada manchada de sangue
Bula de Eugénio IV (1442)
Interior da Basílica
Bodoni, O Milagre do Sangue,
Igreja de Santa Maria em Vado, Ferrara
Templo que contém a sagrada Abóbada (1594).
Lado direito do Cruzeiro.
A
Detalhe da Sagrada Abóbada tingida de sangue
João Paulo II, faz uma pausa em
Ferrara diante da Sagrada Abóbada

FIECHT
ÁUSTRIA, 1310
ilag re Euc aríst ico de
O povoado de São
Georgenberg-F iecht situado
no vale do Inn, é conhecido
principalmente por causa
de um Milagre Eucarístico
ocorrido em 1310. Durante
a Santa Missa, o sacerdote
duvidou da presença real
de Jesus na Eucaristia e
imediatamente depois da
consagração o vinho
transformou-se em Sangue e
começou a borbulhar e a sair
do Cálice. Em 1480, 170 anos
depois, o Santo Sangue ainda
estava “fresco como se tivesse
saído hoje de uma ferida”,
escrevia um cronista da época.
O Sangue continua intacto e
está guardado num Relicário no
Mosteiro de São Georgenberg.
erto do Altar lateral da igreja do mosteir o de
São Georgenberg encontramos uma lápide
que relata: “No ano de 1310 da Graça de
Nosso Senhor Jesus Cristo, sob a jurisdição do
abade Rupert, um sacerdote que celebrav a a Santa
Missa nessa Igreja dedicada ao Santo Mártir Jorge
e ao Santo Apóstolo Tiago, depois de ter consagrado
o vinho, duvidou de que sob essas espécies estivesse
verdadeira e realmente
presente o Sangue de Cristo.
Logo em seguida o vinho transformou-se em
Sangue e começou a borbulhar dentro do Cálice
chegando a derramar-se. O Abade, os monges,
que estavam no coro, e os numer osos peregrinos
que participav am da missa, aproximaram-se do
Altar e viram o que tinha acontecido . O sacerdote
assustado, não conseguiu beber todo o Santo
Sangue, assim o Abade colocou o que restou num
recipiente perto do purificador que secava o
Cálice dentro do Tabernáculo do Altar Maior.
Assim que a notícia desse milagroso aconteci-
mento se espalhou, os peregrinos começaram a
chegar, cada vez mais em maior númer o, para
adorar o Santo Sangue. O númer o dos devotos
ao Santo Sangue era tão elevado que no ano
de 1472 o Bispo Georg von Brixen enviou a
São Georgenberg o Abade de Wilten, Johannes
Lösch e os senhor es párocos Sigmund Thaur e Kaspar di Absam, para analisar bem o fenômeno .
Logo depois da investigação, a Adoração do
Santo Sangue foi promovida e o Milag
re foi
considerado autêntico .
Entre os devotos, estavam altos representantes
da Igreja, como o Bispo de Trieste, Giovanni,
o Bispo de Brixen, George, o Arcebispo de
Colônia e Duque de Baviera, Rupert, o Bispo
de Chiemsee, Federico e outros mais.”
Numa lápide relata-se que a Relíquia do
Santo Sangue ajudou a conservar o credo católico
durante o cisma protestante: “Quando, por volta
do ano de 1593, os dogmas de Lutero se difundiam
por todos os lados no Tirolo, foi pedido aos monges
de São Georgenberg
pregar o Credo a todos. O
Abade Michael Geisser pregava com grande êxito
diante de uma grande multidão na igreja paroquial
de Schwaz e não hesitav a em citar o Milagre do
Santo Sangue como prova da existência da real
presença de Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento
do Altar. Ele respondia em modo tão convincente
que os seus adversários foram obrigados a abandonar
o campo . Esta vitória completa sobre o credo errado
era vista
pelos fiéis como uma graça especial que
o Senhor concedia aos seus devotos, adorador es
do precioso Sangue”.
P
© 2006, Edizioni San Clemente
O antigo Mosteiro de
Georgenberg é formado
por dois complex os: um na
montanha e outro no vale.
Ostensório de 1719 em prata
e ouro no qual é custodiado
o precioso Sangue do Milagre.
Quadro que retrata
o Milagre
Interior da Igreja

FLORENÇA
ITÁLIA, 1230-1595
ilag res Euc aríst icos de
Na igreja de S. Ambrósio em
Florença são conservadas as
Relíquias dos dois Prodígios
Eucarísticos acontecidos em
1230 e 1595. No Milagre de
1230, um padre deixou no
cálice algumas gotas de Vinho
consagrado . No dia seguinte
ao voltar a celebrar a Missa na
mesma Igreja, encontr ou dentro
do cálice algumas gotas de sangue
vivo, coalhado e encarnado .
O Sangue foi imediatamente
recolhido numa ampola
de cristal. O outro Milagre
Eucarístico acontece numa
Sexta Feira Santa do ano de
1595, quando, ao rebentar
um furioso incêndio na igreja,
restaram prodigiosamente intactas,
algumas Partículas Consagradas.
1230
O primeir o Milagre verificou-se em 30 de Dezembro
de 1230. Um sacerdote de nome Uguccione,
terminada a Missa, não se apercebe que algumas
gotas de vinho consagrado tinham ficado no cálice
e se tinham transformado em Sangue. O historiador
Giovanni Villani faz uma apurada descrição do
Milagre: «No dia seguinte, tomando novamente
o dito cálice encontrou dentro deste Sangue
vivo
coagulado(…) e isto foi mostrado a todas as
senhoras daquele mosteir o e a todos os vizinhos
que estavam presentes, e ao Bispo, e a todo o Clero
e depois se revelou a todos os Florentinos, os quais
com grande devoção, os vi reunirem-se à sua volta
para ver e preservar o Sangue do cálice e o colocar
numa ampola de cristal, que, ainda hoje é
mostrado ao povo com grande reverência». O
Bispo Ardingo de Pavia ordenou que levassem
a Relíquia ao Bispado e após poucas semanas
restituiu-a às Irmãs do Mosteiro que a guardaram
na igreja de S. Ambrósio . O Papa Bonifácio IX,
em 1399, concede a mesma indulgência da
Porziuncola, aos fiéis que tivessem visitado a
igreja de S. Ambrósio e tivessem contribuído
para enfeitar a Relíquia do Milagre. Em 1980
celebrou-se o 750º aniversário do Prodígio. A
Relíquia do Milagre (algumas gotas de Sangue
que mediam cerca de um centímetr o quadrado)
conserva-se num precioso Relicário colocado no
interior
de um Tabernáculo em mármor e branco
construído por Mimo de Fiesole.
Relíquia da Hóstia que
sobreviveu ao incêndio .
Interior da Basílica de S. Ambrósio .
Relíquia das gotas de vinho transformadas em Sangue vivo.
Fresco presente na Basílica, que
representa o primeir o Milagre
acontecido em 1230, no qual o
sacerdote Uguccione transpor ta
o Sangue em procissão .
Basílica de Santo Ambrósio, Florença.
© 2006, Edizioni San Clemente
Detalhes da decoração do
Tabernáculo onde estão
guardadas as Relíquias
dos dois Milagres Eucarísticos.
Precioso Tabernáculo, obra
de Mimo de Fiesole, onde
se conservam as Relíquias
dos dois Milagres.
1595
Na Sexta Feira Santa de 1595, uma vela acesa
sobre o altar da Capela lateral, chamada do Sepulcro,
caiu por terra e incendiou-a. As pessoas acorrem
rápido para dominar em o fogo e consegue-se salvar
o Santíssimo Sacramento e o cálice. Na confusão
geral, do cibório que continha algumas Hóstias
Consagradas, caíram seis Partículas sobre o tapete
incandescente, que, não obstante o fogo, foram
reencontradas intactas e unidas entre elas. Em 1628
o Arcebispo de Florença, Marzio Medici, depois
de tê-las examinado, encontr ou-as incorruptas e
fê-las portanto colocar num precioso relicário .
Todos os anos, durante as Quarenta Horas que se
celebram em Maio, as duas Relíquias surgem expostas
em conjunto, num Relicário contendo também
uma Hóstia Consagrada para a adoração pública.

GERONA
ESPANHA, 1297
ilag re Euc aríst ico de
No Milagre Eucarístico de
Gerona, durante a Missa, um
sacerdote duvidou da presença
real de Cristo na Eucaristia,
e quando chega o momento
de comungar não consegue
engolir a Partícula que na sua
boca se tinha transformado
em Carne. A Relíquia da
Hóstia transformada em
Carne por pouco não foi
destruída em 1936, durante
a guerra civil.
Milagre verificou-se na Igreja do antigo
mosteir o dos Beneditinos de S. Daniel
onde até ao fim do século passado estava
guardado um precioso relicário contendo um
pano manchado de Sangue que o povo chamav a
o «Sant Dubt», o «Santo Dúbio». Em 1297
enquanto assistiam á Missa na sua capela, os
monges notaram que no momento de mostrar a
Hóstia consagrada o celebrante estava bloqueado
manifestando perplexidade. Uma religiosa que
seguia o ritual, do coro sobranceir o ao altar, vê o
sacerdote tirar qualquer coisa da boca e, depois de
a ter envolvido no corporal, colocá-la num
ângulo do altar. Terminada a Missa, a monja
dirigiu-se logo ao altar para verificar o que o
sacerdote tinha escondido no pano branco e com
grande estupefacção descobr e que esse continha
um pedaço de carne escorrendo sangue. O
sacerdote então confessou ter duvidado da pre-
sença real de Jesus na Eucaristia. Apenas posta a
Hóstia na boca, esta tinha aumentado de
volume e de consistência, de tal modo que não
podia mais ser engolida.
Por isso a havia envolvido num dos
corporais e deixado sobre o altar. A Partícula
convertida em Carne foi depois colocada num
relicário . Infelizmente muitos dos documentos
relativos ao Milagre perderam-se: o relicário que
continha a Hóstia incarnada e o corporal
impregnado de Sangue foram destruídos
durante a guerra civil de 1936.
O
© 2006, Edizioni San Clemente
Relicário que continha o Corporal manchado de Sangue,
Museu da Catedral de Gerona
Catedral de Gerona

GLOTOWO
POLÓNIA, 1290
ilag re Euc aríst ico de
Em 1290, por causa da invasão
dos Lituanos, um sacerdote da
aldeia de Glotowo tinha
escondido num campo uma
custódia de prata dourada, na
qual, por descuido, tinha
ficado uma Hóstia Consagrada.
As tropas lituanas destruíram
completamente o lugarejo
junto à igreja. Porém, nenhum
dos sobreviventes sabia da
Hóstia escondida. Somente
depois de passados bastantes
anos, durante uma sementeira
primav eril, um camponês
encontr ou-a casualmente, graças
ao estranho compor tamento
dos seus bois. Estes, de facto,
tinham-se inclinado por terra
para adorar a Hóstia, da qual
se soltava uma luz intensíssima.
s documentos mais antigos que descrevem o
Milagre narram, como «bois estavam
arrastando o arado diante do qual, com
passo regular, caminhav a um camponês. O sol
baixava lentamente, para lá do horizonte, criando
longas sombras. O homem levantou o olhar e
incitou as bestas que, depois de uma longa
jornada de trabalho, subiam com fadiga até ao
cimo da colina. Depois de tanto trabalho –
pensav a o camponês – teremos o pão.
Inesperadamente o arado estacou, os bois deram
um puxão mais forte, e sobre o flanco formou-se
um torrão de terra.
Os animais estacaram como
petrificados. Num primeir o momento o camponês
impaciente repreendeu os animais, todavia parou,
admirado, notando uma imprevista mudança no
ambiente. O campo tinha-se iluminado como se
fosse meio-dia e uma luz intensíssima emanav a
do terreno e envolvia os bois ajoelhados. O
camponês começou a escavar e vê que a luz pro-
vinha de uma custódia, suja de terra, contendo
uma Hóstia integra e branca como a neve».
A notícia do fenómeno difunde-se
rapidamente entre as pessoas que acorrem
rapidamente ao local. As autoridades locais
organizaram uma procissão solene para levar a
Partícula para a Igreja de Dobre Miasto. Porém,
segundo uma antiga crónica, a Hóstia é de novo
reencontrada inexplicav elmente, no lugar onde
tinha sido descober ta da primeira vez. O acon-
tecimento foi interpr etado como um sinal de
Deus e no lugar do Milagre foi construída uma
pequena igreja dedicada ao Corpo de Deus. A
popularidade de Glotowo continuou a crescer no
decorrer dos séculos, e no XVIII século, decide-se
ampliar a velha igreja mediev
al que foi consagrada
pelo Bispo Krzysztof Potocki a 24 de Julho de
1726. Ainda hoje, o Santuário da aldeia de
Glotowo atrai todos os anos numer osos peregrinos
que acorrem para venerar a Relíquia da Hóstia que
se mantém intacta desde 1290.
O
© 2006, Edizioni San Clemente
Santuário Eucarístico de Glotowo
Interior do Santuário
A custódia que contém a Relíquia da Hóstia prodigiosa. Ao lado, estão
representados os Bois que se ajoelharam no campo para adorar a Hóstia

GORKUM-EL ESCORIAL
HOLANDA-ESP ANHA, 1572
ilag re Euc aríst ico de
A Relíquia deste Milagre
Eucarístico pode ser venerada
ainda hoje em Espanha, no
Real Mosteiro de El Escorial,
mas o Prodígio verificou-se na
Holanda. Alguns mercenários
protestantes entraram na
igreja católica de Gorkum
para a saquear em. Em sinal de
afronta, um dos mercenários
pisou uma Hóstia Consagrada
com uma bota de pregos, que
a perfurou em três pontas.
Destes orifícios começou
imediatamente a jorrar
Sangue vivo e na Hóstia
formaram-se como que três
pequenas feridas, com a forma
de uma circunferência, que
ainda hoje é possível ver.
«Sagrada Forma», que ainda hoje se conserva
intacta e se venera na sacristia do Real Mosteiro
de S. Lourenço do El Escorial (próximo a
Madrid), foi profanada em Gorkum (na Holanda),
em 1572, por alguns partidários de Zwingli (o pre-
tenso «Guex de la Mer»), a soldo do príncipe de
Orange. Estas pessoas, depois de terem invadido a cidade,
começaram a saqueá-la não poupando nem mesmo a
Catedral. De facto, apenas entraram, atingiram com
barras de ferro o tabernáculo, do qual
retiraram o
Relicário com o Santíssimo Sacramento lá dentro. A
Partícula foi lançada por terra e calcada com uma bota
de pregos que a perfurou em três pontos. De repente,
destes buracos começou a verter Sangue vivo, e na
Hóstia formaram-se como que três pequenas feridas,
em forma de círculo, que ainda hoje é possível ver.
Um dos profanador es, arrependido e confuso com a
visão, avisa o canónico Jean van der Delft que
consegue por a salvo a Hóstia. A Relíquia, depois de
ter atravessado diversas vicissitudes, foi dada em 1594
ao rei Filipe II de Espanha, que a mandou guardar
no Mosteiro de S. Lourenço, em El Escorial. Sobre
o altar no qual se conserva a Hóstia Miraculosa, o
artista italiano Filippo Filippini executou quatro
baixos-relevos em mármor e e bronze, que represen-
tam os eventos prodigiosos. No quadro de Cláudio Coello
(1621-1693) está representada a inauguração do
magnífico tabernáculo, doado pelo rei Carlos
II,
construído propositadamente para conter a preciosa
Relíquia. Todos os anos em “El Escorial ”, a 29 de
Setembr o e a 28 de Outubro, têm lugar festejos solenes
em recordação do Milagre, momentos nos quais está
exposta e é levada em procissão a Partícula mila-
grosa, conhecida com o nome de «Sagrada Forma».
A
© 2006, Edizioni San Clemente
A Sagrada Forma exposta no templo gótico
Rei Filipe II
Pátio da Igreja do Real Mosteiro «Escorial»
A Sagrada Forma
Vista do Mosteiro Real do Escorial
Templo gótico desenhado
por Vincente Lopez
Igreja onde se verificou
o Milagre, Holanda
Altar onde se conserva a pintura
que representa a Sagrada Forma
Procissão em honra do
Milagre. Dignitários da
corte em adoração diante
da Sagrada Forma
Quadro de Cláudio Coello
encomendado por Carlos II
Detalhe da pintura
de Cláudio Coello

GRUARO (VALVASONE)
ITÁLIA, 1294
ilag re Euc aríst ico de
Entre os documentos mais
importantes que descrevem
este Milagre Eucarístico
acontecido em Gruaro no ano
de 1294, está a do historiador
local António Nicoletti
(1765). Uma mulher estava
a lavar num lavadouro,
construído ao longo do canal
de irrigação de Versiola, uma
das toalhas do altar da Igreja
de S. Justo. Inesperadamente,
viu o linho da toalha tingir-se
de sangue. Observando mais
atentamente, notou que o
sangue provinha de uma
Partícula Consagrada que
ficara entre as pregas da toalha.
Relíquia deste Milagre está conservada na
Igreja do Santíssimo Corpo de Cristo em
Valvasone, mas o Prodígio aconteceu em
Gruaro. Em 1294, uma jovem perpétua dirige-se
ao lavadouro público do canal de irrigação de
Versiola, para lavar a toalha do altar da Igreja de
S. Justo de Gruaro. De repente, a mulher apercebe-
se que uma Hóstia Consagrada ficara, por
engano, entre as pregas da toalha e dessa jorrava
sangue. Assustada com aquele acontecimento
inexplicáv el correu rápido a prev
enir o pároco
que, por sua vez, informou o Bispo de Concór dia,
Giacomo de Ottonello da Cividale. Uma vez
confirmados os factos, este pede para ficar com a
toalha do Milagre na sua Catedral de Concór dia.
Mas também o pároco de Gruaro e a família do
Conde de Valvasone, que tinham direitos sobre os
benefícios eclesiásticos da Igreja de Gruaro e da
de Valvasone, queriam ter a toalha. Não se che-
gou a nenhum acordo e assim decide-se recorrer
à Santa Sé, que, por fim, autoriz ou o Conde a
conservar a Relíquia do Milagre em Valvasone,
com a condição de que mandasse construir uma
igreja dedicada ao Santíssimo Corpo de Cristo.
A construção da igreja terminou em 1483.
O documento mais respeitáv el e antigo
que descreve o Milagre é um escrito de 1454
do Papa Niccolò V. Foi nessa altura que o título
da igreja paroquial, precedentemente Santa
Maria e S. João Evangelista, foi mudado por
disposição do mesmo Papa, para I
greja do
Santíssimo Corpo de Cristo (28 de Março
de 1454). Hoje, a toalha está conser vada
num cilindr o de cristal sustentado por um
valiosíssimo relicário de prata do mestre ourives
António Calligari. A festa da Sagrada Toalha
celebra-se na V (quinta-feira) da Quaresma, na
conclusão das jornadas de adoração do SS.
Sacramento, com a participação dos sacerdotes e
da comunidade forânea de Valvasone. Durante a
festa do Corpo de Cristo, a Relíquia é levada em
procissão com o SS. Sacramento .
A
Na Igreja do SS. Corpo de Cristo em Valvasone, está
conservada a toalha de linho ensanguentada
Interior da Igreja do
SS. Corpo de Cristo
Grande marco construído para recordar o Milagre e da
reconciliação entre Gruaro e Valvasone
Relicário construído por um
ourives de Veneza em 1755
© 2006, Edizioni San Clemente
Cópia notarial do rescrito do
Papa Niccolò V, de 1454 que
estabelece que o conde de
Valvasone podia conservar a
Relíquia do Milagre, com a
condição de erguer um templo
em memória do SS. Corpo
de Cristo
O Rio Maira
Lugar exacto do Rio Maira
onde a mulher se pôs a lavar
a toalha do Milagre
Igreja de S. Justo em Gruaro
Detalhe do Corporal
Igreja de Gruaro. Rosácea
que representa o Milagre

GUADAL UPE
ESPANHA, 1420
ilag re Euc aríst ico de
Durante a celebração da
Missa, um sacerdote vê cair da
Hóstia Consagrada numer osas
gotas de Sangue. O Prodígio
contribui para reforçar a fé do
padre, bem como a de muitos
fiéis entre os quais também
estava o Rei de Castela. São
numer osos os documentos
que testemunham o Milagre.
As Relíquias do Prodígio
foram expostas à veneração
dos fiéis durante o Congresso
Eucarístico de Toledo, de
1926 e são, ainda hoje,
objecto de profunda
devoção por parte de todo
o povo espanhol.
o santuário de Guadalupe, na região de Toledo,
é possível admirar ainda hoje a preciosa
Relíquia do Corporal e da Palla ensanguen-
tada (a “Palla” é a pequena tela de linho, de forma
quadrada, engomada, que serve para cobrir o cálice
e a patena), usadas durante a Missa miraculosa do
Venerável D. Pedro Cabañuelas. Ele sempre se
tinha distinguido pela sua profunda devoção à
Eucaristia, e passava muitas horas em adoração
diante do Santíssimo Sacramento, fosse de noite ou
de dia. Não obstante tudo isso, o Senhor permitiu
que
a fé do Padre Cabañuelas, acerca da realidade
da transubstanciação, fosse duramente posta à
prova. No Outono de 1420, durante a Missa, logo
depois de ter proferido as palavras da consagração,
D. Pedro vê descer do alto uma nuvem densa que
se pousou sobre o altar. Não se via mais nada.
Então o Sacerdote começou a suplicar ao Senhor
a etnematneL .sadivúd saus sa essapissid euq
nuvem começou a rarefazer-se e apresentou-se
esta visão: a Hóstia estava erguida sobre o cálice e
dela desciam copiosas, gotas de Sangue que logo
encheram o cálice e caíram deste espalhando-se
sobre o corporal e sobre a pala.
Nest e moment o, o Sacerdote ouve uma
voz que dizia: «Termina a Santa Missa, e por
agora, não deves revelar a ninguém aquilo que
viste». O Milagre foi de seguida divulgado pelos
irmãos confrades de D. Pedro e a notícia difun-
diu-se em
toda a Espanha até chegar ao Rei de
Castela, D. João II e à Rainha, D. Maria de
Aragão, os quais se tornaram tão devotos do
Milagre a ponto de pedir para serem sepultados,
à sua morte, junto ao corpo do Venerável Padre
Pedro Cabañuelas.
N
© 2006, Edizioni San Clemente
Vista de Guadalupe
Igreja de N. S. de Guadalupe
Retábulo da Nossa Senhora de Guadalupe
Francisco de Zurbarán, representação do Milagre
Relíquia do Corporal impregnado de Sangue

HERENT ALS
BÉLGICA, 1412
ilag re Euc aríst ico de
No Milagre Eucarístico de
Herentals, algumas Hóstias
anteriormente roubadas, foram
encontradas oito dias depois,
perfeitamente intactas, não
obstante a chuva. As Partículas
foram descober tas num campo
vizinho a uma toca de coelhos,
circundadas de uma luz viva e
dispostas em forma de cruz.
Todos os anos, duas telas do
pintor Antoon van Ysendy ck,
que descrevem o Milagre, são
levadas em procissão até ao
campo no qual foi erigido
um pequeno Santuário –
“De Hegge”.
Uma Missa comemorativ a é
depois celebrada diante de
numer osos fiéis.
m 1412, um certo Jan van Langerstede, foi
hospedar-se num albergue pouco distante da
cidadezi nha de Herentals. O homem procurava
viver, roubando objectos sacros das igrejas, que
depois revendia, em giro pela Europa. Um dia,
depois da sua chegada a Herentals, dirigiu-se à
vizinha povoação de Poederlee, entrou na igreja
paroquial, e sem se fazer notar, roubou o cálice e o
cibório contendo cinco Partículas Consagradas.
Enquanto retornav a a Herentals,
na zona conhecida
com o nome de «De Hegge», («A sebe»), sentiu-se
possuído por uma força misteriosa que o impedia
de continuar o caminho . Tentou então libertar-se
das Hóstias lançando-as ao rio, mas cada tentativ a
sua, resultou em vão. Jan estava quase a desesperar ,
quando avista, a pouca distância, um campo com
uma grande toca de coelhos, onde, rapidamente,
esconde as Hóstias. A operação desenrola-se sem
impedimento algum e o homem consegue retor-
nar tranquilamente a Herentals. Entretanto, o
juiz da cidade, Gilberto De Pape, tinha já iniciado
a pesquisa para descobrir o autor do furto na
Igreja de Poederlee. Entre os suspeitos, estava
também o nosso Jan. A polícia revistou as suas
bagagens e encontr ou o cálice e o cibório .
Jan então confessou tudo,
excepto o facto de que tinha deitado fora as
Partículas. Foi condenado à forca imediata, e
Jan tinha já saído para o patíbulo, quando,
exortado pelo sacerdote a libertar a sua alma
antes de morrer, confessou completamente a
sua
culpa, indicando o local onde tinha escondido
as
Hóstias roubadas. O juiz
suspende então a exe-
cução e ordenou a Jan que lhes mostrasse o sítio
exacto onde tinha deixado as Partículas. Uma
grande multidão os segue. Mal chegaram ao
campo, viram as Hóstias todas resplandecentes,
dispostas de tal modo que formav am uma cruz.
Estas, estranhamente, tinham permanecido intactas,
não obstante a intempérie e foram imediatamente
levadas em procissão, parte para Herentals, e
parte para Poederlee, onde aí permaneceram até
ao século XVI. A 2 de Janeiro de 1442, o Milagre
foi declarado autêntico pelo magistrado de
Herentals, e sobre o lugar da descober ta das
Hóstias, foi edificada uma pequena capela, que
foi visitada por numer osos prelados; entre estes,
recordamos Jean Malderus, Bispo de Anversa, em
1620, e o Papa Bento XIV, em 1749. A filha de
João de Luxemburgo, Elisabete Van Görlitz,
financiou a ampliação da Capela, que, de seguida,
foi transformada em Santuário . E
Igreja de S. Waldetrudis, Herentals
A. Van Ysendy ck (1801-1875). Série de pinturas «Het wonder
van de Hegge – Santo Milagre da sebe», Igreja de S. Waldetrudis
Interior da Igreja
de S. Waldetrudis
© 2006, Edizioni San Clemente
Capela «De Hegge», construída no
local onde o Prodígio aconteceu
Quadro do pintor Van Ysendy ck,
que representa o Prodígio

Pintura de Jan Van Boeckhorst na qual estão representadas cenas
do Milagre. Catedral de Hasselt
HERKENR ODE-HASSEL T
BÉLGICA, 1317
ilag re Euc aríst ico de
Na Catedral de S. Quintino
em Hasselt, está exposta a
Relíquia do Prodígio
Eucarístico que se verificou
em Herkenrode em 1317.
No decorrer dos séculos foram
feitas numer osas verificações,
para constatar a conservação
milagrosa da Hóstia
Consagrada da qual jorrou
Sangue. Recordamos aquela
que foi realizada no XVIII
século, pelo Núncio
Apostólico Carafa e o Bispo
de Liége, ou, a que foi feita
pelo Arcebispo de Malines,
durante uma visita à
Arquiduquesa Isabel.
m 25 de Julho de 1317, o Pároco da Igreja
de Viversel foi chamado à cabeceira de um
dos seus fiéis gravemente doente, para
receber os Santos Sacramentos. Junto à casa do
doente, pousou, na mesa de entrada, a bolsa
contendo o cálice com a Hóstia Consagrada e foi
confessar o enfermo . Um dos familiar es, cheio de
curiosidade acerca da bolsa, abre-a sem se fazer
notado . Dela tirou o cálice, levantou a cobertura
e enfiou lá dentro a mão. Logo que se apercebe
que no interior estava uma Hóstia, coloca rapida-
mente tudo em ordem. O padre
entretanto saíra
do quarto do doente para pegar na Hóstia, com a
qual lhe daria a comunhão . Pega na bolsa com o
cálice dentro e quando o abre, vê que a Hóstia,
que ele mesmo tinha consagrado durante a Missa,
estava manchada de sangue e encontrav a-se como
que colada ao linho que cobria o fundo do recipiente.
Perturbado e tomado de pânico, com a desculpa
de um esquecimento, sai de corrida da casa e
dirige-se ao pároco da vizinha Lúmen para lhe
contar o acontecido . Este aconselhou-o a levar a
Partícula à Abadia de Herkenrode. Era o 1º dia
de Agosto de 1317.
O sacerdote partiu levando consigo
o cálice, e ao longo da estrada aconteceram
factos extraor dinários. Logo que chegou ao
Mosteiro Beneditino mostrou a Partícula
manchada de sangue a todos os religiosos. Na
Hóstia aparece depois o rosto de Cristo coroado
de espinhos, e foram numer osas as testemunhas
a respeito dessa visão. Na Catedral de Hasselt
encontra-se um quadro no qual está pintado
um rebanho ajoelhado à passagem do padre que
leva
a Santa Relíquia, (nesse lugar denominado
Sacramentsberg, foi construída uma pequena
capela para perpétua memória). De seguida o
«Santo Sacramento do Milagre» que tinha sido
colocado num Relicário e exposto à veneração
dos fiéis, operou várias curas e, pouco depois de
retomado, protege do fogo, o Mosteiro de
Herkenrode. A Relíquia do Milagre foi conservada
na Abadia até 1796, até que, em 1804 foi trans-
ferida para a Igreja de S. Quintino em Hasselt.
Documento antigo
que descreve o Milagre
Relicário utilizado para levar em
procissão a preciosa Relíquia da
Hóstia do Prodígio
Igreja de S. Quintino,
Hasselt
Interior da Igreja
de S. Quintino, Hasselt
Pormenor da Hóstia
miraculosa
Altar onde se encontra parte da
Relíquia da Hóstia miraculosa
Estampa antiga representando o Prodígio
Relicário da Hóstia
do Milagre
Em 1854 a família Palmers
manda construir na zona
chamada Sacramentsberg, esta
pequena Capela em memória
do Prodígio Eucarístico
Altar-mor da Igreja
de S. Quintino, Hasselt
Procissão em honra
do Prodígio
© 2006, Edizioni San Clemente
Pintura guardada na Catedral
de Hasselt, onde se vê o rebanho
ajoelhado respeitosamente à
passagem do padre que leva a
Sagrada Relíquia, num lugar
chamado Sacramentsberg
E

IVORRA
ESPANHA, 1010
ilag re Euc aríst ico de
O pároco desta aldeia
duvidav a da presença
real de Cristo na Eucaristia.
Um dia do ano de 1010,
enquanto estava a celebrar
a Missa acontece o Milagre:
o vinho contido no cálice
converteu-se completamente
em Sangue vivo.
Actualmente as sagradas
Relíquias conservam-se
num Relicário gótico de
1426, que contém a toalha
do altar manchada de sangue
e outra Relíquia doada pelo
Papa Sérgio IV a S. Ermengol.
o século XI começaram a difundir-se em
toda a Europa doutrinas heréticas que nega-
vam a presença real de Jesus na Eucaristia.
O sacerdote de Ivorra, Bernat Oliver, duvidou
também da realidade da transubstanciação .
Justamente quando celebrav a a Missa, imprevista-
mente, acontece o Milagre: o vinho no cálice
converteu-se em Sangue e espalhou-se sobre a
toalha do altar, derramando-se para terra. O Bispo
de Urgell, S. Ermengol, avisado do sucedido,
dirigiu-se imediatamente a Ivorra para constatar
pessoalmente os factos, que foram de imediato,
referidos directamente ao Papa Sérgio IV, em
Roma. Este assinou uma Bula Pontifícia na qual
se certificava, tratar-se de
um verdadeir o
Milagre. As relíquias do Prodígio e o documento
pontifício foram colocados sobre o altar-mor da
Igreja paroquial de Ivorra, dedicada a S. Cugat e
inaugurada no ano de 1055 pelo Bispo Guillem
de Urgell. Actualmente as sagradas Relíquias
conservam-se num relicário gótico de 1426
que contém a toalha do altar manchada de
Sangue e outra Relíquia dada pelo Papa Sérgio IV
a S. Ermengol.
Em 1663, para satisfaz er a exigência de
grande número de peregrinos, que acorriam todos
os anos para venerar o Milagre, foi edificado o
actual santuário . Ainda hoje, no segundo domingo
de Páscoa, celebra-se todos os anos, uma impor-
tante festa conhecida com o nome de «a Santa
Dúvida» em referência à «dúvida» do Sacerdote
de Ivorra, Bernat Oliver e ao grande Milagre.
© 2006, Edizioni San Clemente
Relicário que contém as Relíquias do Prodígio
Pormenor de uma das pinturas
presentes no interior do
Santuário que representa a cena
do derramamento do vinho
que se transforma em sangue
N
3.Santuário onde aconteceu o milagre
Interior do santuário

IVORRA
ESPANHA, 1010
ilag re Euc aríst ico de
O Vinho no
Cálice convert eu-se
em Sangue e
espalho u-se sobre
a toalha do altar
deslizando para
a terra.
© 2006, Edizioni San Clemente
Interior da Igreja de S. Cugat
Pormenor do Sacrário que contém as Sagradas Relíquias
Relíquia de parte do corporal manchado de Sangue
Igreja de S. Cugat, onde estão guardadas as Relíquias do Milagre

KRANENB URG BEI KLEVE
ALEMANHA, 1280
ilag re Euc aríst ico de
Em 1284, na cidadezinha de
Kranenburg bei Klev e,
realizou-se um M ilagre
Eucarístico conhecido com o
nome de «M ilagre do
Crucifixo milagr oso». U ma
Hóstia Consagrada foi atirada
para per to de uma ár vore, por
um pastor que não conseguia
degluti-la por causa de uma
doença. S eguidamente a
árvore foi cor tada pela metade
e desta, cai por terra, um
Crucifixo perfeitamente
entalhado . No local do achado
foi constr uída uma igr eja que
ainda hoje é, todos os anos,
meta de numer osas
peregrinações. P apas e B ispos
encorajaram sempr e o culto
do Crucifixo miraculoso
concedendo privilégios e
indulgências, a última das
quais r emonta ao ano 2000.
uitos documentos descrevem este Milagre
que acontece em 1280. Um pastor de
Kranenburg, depois de ter feito a
Comunhão, não conseguindo engoli-la, lançou-a
para cima de uma árvore do seu jardim. Os
remorsos, contudo, não o abandonav am mais e o
homem resolve contar tudo ao pároco que logo se
deslocou ao lugar do delito para tentar recuperar
a Partícula; porém cada esforço se revelou inútil.
Alguns anos depois decide-se abater a ár vore, que
foi cortada ao meio. Imediatamente após ter sido
ceifada em duas, da árvore cai em terra, um
Crucifixo esculpido com perfeição.
A notícia do Crucifixo «que
tinha crescido de uma Hóstia Consagrada», foi
propagada velozmente. O Bispo de Colónia e o
Conde de Kleve interessaram-se pessoalmente
pelo Milagre e os peregrinos começaram a afluir
em grande númer o. Em 1408 os
cidadãos de
Kranenburg iniciaram a construção de uma Igreja
em honra do Milagre, que ficou terminada por
volta de 1444. A Igreja representa uma das
construções mais significativ as do estilo gótico
da zona do baixo Reno.
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Pormenor da Relíquia
Igreja de S. Pedro e Paulo onde se guarda a preciosa Relíquia
Relíquia do Crucifico
milagroso
Procissão que tem lugar todos
os anos a 14 de Setembr o em
honra do Prodígio.
M
Documento antigo conservado
na Igreja que narra o Milagre
(Século XV)

LA ROCHELLE
FRANÇA, 1461
ilag re Euc aríst ico de
O Milagre Eucarístico de La
Rochelle diz respeito à cura
instantânea de um rapaz
mudo e paralítico desde a
idade de sete anos, que depois
de haver comungado na Missa
Pascal de 1461, se curou
completamente da paralisia e
recuper ou o uso da voz. O
documento mais autorizado
que descreve vivamente este
Milagre, é o quadro manuscrito
conservado ainda hoje na
catedral de La Rochelle.
NEUVY SAINT SÉPUL CRE
FRANÇA, 1257
O preciosíssimo sang ue de Jesus
Na igreja de Neuvy-S aint-
Sépulcr e, nos arredores de
Indre, estão guardadas duas
gotas de Sangue de Nosso
Senhor Jesus Cristo, recolhido
durante a Paixão, no Calvário .
Foram levadas para França,
em 1257, pelo Cardeal Eudes,
de regresso da Terra Santa.
© 2006, Edizioni San Clemente
Durante a Páscoa de 1461, a senhora
Jehan Leclerc conduz na Igreja de S.
Bartolomeu o seu décimo segundo filho
Bertrand, que há sete anos tinha ficado paralisado
e mudo por causa de uma terrível queda. No
momento da Santa Comunhão , o rapaz deu a
entender à mãe que queria receber, também ele,
Jesus na Eucaristia. Inicialmente o sacerdote não
queria comungá-lo por causa da sua impossibili-
dade de falar e por isso de confessar-se. O jovem
porém, continuav a a suplicar ao sacerdote, que
por fim permite ao rapaz receber a Eucaristia.
Mal Bertrand recebeu a Hóstia sente-
secomo que possuído de uma força misteriosa.
Podia movimentar-se e falar, estava curado .
Segundo o documento escrito à mão logo depois
do Prodígio, as primeiras palavras pronunciadas
por Bertrand foram: «Adiutorium nostrum im
nomine Domini!». O documento mais influente
que descreve vivamente este milagre é o quadro-
manuscrito guardado ainda hoje na catedral de
La Rochelle.
sta Relíquia, constituída por Sangue
coagulado e puro, (porque não se há
misturado com água ou terra), está
conservada desde 1257 nesta igreja, edificada na
primeira metade do ano mil, sobre o modelo da
igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém. Para
honrar a Santa Relíquia do Preciosíssimo Sangue
de Jesus, foram concedidas numer osas indulgên-
cias. Em 1621 o Arcebispo de Bruges, André
Frémiot, para favorecer o seu culto, fundou a
Irmandade do Preciosíssimo Sangue e, dois anos
depois, o Papa Gregório XV acordou nove indul-
gências aos devotos do Santo Sangue. Cada
segunda-feira de Páscoa e no 1º de Julho de cada
ano, são celebradas Missas solenes e procissões
para venerar e honrar a Sagrada Relíquia. São
muitas as graças atribuídas à invocação do Santo
Sangue de Neuvy-S aint-Sépulcr e.
L
La Rochelle
Cópia a preto e branco de uma
das páginas do livro manuscrito
que descreve o Prodígio
Exterior da igreja onde acontece
a prodigiosa cura
Relíquia do Preciosíssimo Sangue
Interior da Basílica
Basílica de Santo Stefano, Neuvy-
Saint-Sépulcr e, fundada em 1049,
onde está guardada a preciosa
Relíquia do Santo Sangue de Jesus.
E

LANCIANO
ITÁLIA, 750 D.C.
ilag re Euc aríst ico de
Uma inscrição em mármor e
do século XVII, descreve este
Milagre Eucarístico que
se deu em Lanciano, na igreja
de São Francisco no ano 750.
«Um monge sacerdote pôs
em dúvida que na Hóstia
Consagrada se encontrasse
realmente o Corpo e o Sangue
do Nosso Senhor. Ao celebrar
a Missa e depois de proferir
as palavras da consagração,
viu transformar-se
em Carne
a Hóstia e em Sangue
o Vinho.
Todo este milagre foi
observado pelos presentes.
A Carne está ainda hoje
intacta e o Sangue dividido
em cinco partes desiguais
que pesam tanto todas juntas
quanto cada uma delas».
m 1970, o Arcebispo de Lanciano e o provincial
dos Frades Menores Conventuais de Abruzzo,
com a autorização de Roma solicitam ao
Doutor Edoardo Linoli, Director do Hospital de
Arezzo e Professor de Anatomia, Histologia
Patológica e Química e Microscópica Clínica, para
elaborar um exame cientifico detalhado, sobre as
relíquias do Prodígio de doze séculos atrás. A 4 de
Março
1971, o professor apresentou um relatório
minucioso dos vários estudos feitos.
Eis as conclusões essenciais:
1.A «Carne Milagrosa» é verdadeira carne, consti-
tuída por tecido muscular do miocár dio.
2.O «Sangue Milagroso» é verdadeiro sangue: a
análise cromatográfic a demonstra-o com certeza
absoluta e indiscutív el.
3.
O estudo imunológico prova também que a Carne
e o Sangue são, sem dúvida alguma, de natureza
conclusões a que tinha chegado o Prof. Linoli. Esta
pesquisa, foi exactamente a mesma que efectuou este
Professor, com outros exames complementar es. Os
trabalh os duraram 15 meses e foram realizados
500 exames. Concluiu-se que os fragmentos recolhi-
dos em Lanciano não se assemelhav am a tecidos
mumificados. E quanto à natureza dos fragmentos da
Carne, a comissão declarou que se trata de um tecido
vivo, porque responde rapidamente a todas as
reacções clínicas próprias dos seres vivos. A Carne e o
Sangue do Milagre de Lanciano permanecem com
as características semelhantes às
recém recolhidas
por um ser humano . Este relatório das pesquisas
científicas da Comissão Médica da OMS e da ONU,
publicado em Dezembro de 1976 em Nova York e
em Genebra, concluiu que a ciência, consciente dos
seus limites, se encontra perante a real impossibili-
dade de dar uma explicação para este fenómeno .
E
humana e o exame imunohematológico permite
afirmar com toda a objectividade e segurança que
ambos pertencem ao mesmo grupo sanguíneo AB,
grupo a que pertence o homem do Santo Sudário
e característico das populações do médio oriente.
4.As proteínas contidas no sangue estão
- emes snegatnecrep me ,saditraper etnemlaugi
lhantes às do esquema soro proteico do sangue
fresco normal.
5.Nenhuma secção histológica revelou traços de
infiltração de sais ou de substâncias conservantes, uti-
lizadas na antiguidade para a mumificação dos corpos.
O seu relatório foi publicado nos “Quaderni Sclavodi
diagnostica clinica e dilaboratorio ”, (1971, fasc.3,
“Grafiche Meini”, Siena), e suscitou um enorme
interesse no mundo cientifico . Ainda em 1973, o
Conselho Superior da Organização Mundial de Saúde,
nomeou uma comissão científica para verificar as
© 2006, Edizioni San Clemente
Sacrárioque contém
as Sagradas Relíquias.
Relíquia do vinho que
se transformou em Sangue.
Pintura presente na Capela Valsecca que representa o Milagre.
Lápide de 1631
que descreve o Milagre.

LANCIANO
ITÁLIA, 750 D.C.
ilag re Euc aríst ico de
A Carne
e o Sangue
do Milagre
de Lanciano
permanecem com
as características
semelhantes
às recém
recolhidas por
um ser humano.
Proteinogramaelectr oforético das proteínas do sangue do
Milagre. O perfil das fracções proteicas do soro é comparáv el
às de uma amostra de sangue fresco.
O relicário do século XVIII, contendo a Hóstia e o Sangue
coagulado, doação do cidadão Domenico Coli.
A Carne faz parte do miocár dio
do ventrículo esquerdo. Podem
identificar-se bem os vasos
arteriais e venosos e uma dupla
e fina ramificação do nervo vago.
No momento do Milagre,
a Carne estava viva e depois
seguiu a lei do “rigor mortis”.
Os 5 grumos de Sangue vistos
com uma lente de aumento . No
Sangue do Prodígio identificam-se
todos os componentes presentes
no Sangue fresco e, Milagre dos
Milagres, cada um dos 5 grumos
pesa separadamente 15,85grs,
que é igual ao peso dos 5 grumos
pesados juntos!
Análise da Hóstia.
Estrutura endocár dica.Um nervo vago.
Um lóbulo do tecido adiposo
Grade cúbica em ferro batido
dourado, no qual foram
conservadas as Relíquias
durante cerca de 266 anos.
O Milagre foi objecto de vários
reconhecimentos por parte
das autoridades eclesiásticas
entre 1574 e 1886, sendo
que por último, em 1970,
foi submetido a um exame
científico elaborado pelos
professor es da Universidade
de Siena, que concluíram:
«A Carne é verdadeira carne
humana (constituída por
tecido muscular do coração);
o Sangue é verdadeiro sangue
(pertencendo ao mesmo grupo
sanguíneo AB da Carne); as
substâncias que o compõem são
as dos tecidos humanos normais,
frescos; a conservação da carne
e do sangue deixada no estado
natural durante doze séculos
ficou exposta à acção dos agentes
atmosféricos e biológicos,
tornando-se assim num
fenómeno extraor dinário»
(Relaz. Linoli 41311971).
A Igreja de S. Francisco foi
construída cerca de quinhentos
anos depois, em 1258, sobre
a capela onde se deu o milagre.
Pintura antiga representando o Milagre.
Célulasfibr o-muscular es
Vista histológica da Carne.
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O Sumo Pontífice João Paulo II,
naquela data Cardeal
de Cracóvia, diante das
SS. Relíquias, exprimindo assim
a sua devoção.

© 2006,  Edizioni  San Clemente
LEGNICA
POLONIA, 2013
1Milagre Eucarístico de
LEGNICA
POLÓNIA, 2013
A 25 de dezembro de 2013, na 
igreja dedicada a São Jacinto em 
Legnica, durante a Santa Missa, 
no momento de distribuição da 
Comunhão, uma Hóstia caiu 
inadvertidamente no chão. Foi 
colocada de imediato dentro de 
um recipiente com água e 
fechada no tabernáculo, 
conforme estabelecido pelo 
Código de Direito Canónico 
nestes casos. Alguns dias mais 
tarde, surgiu na sua superfície 
uma mancha vermelha. O bispo 
de Legnica, Stefan Cichy, 
decidiu instituir uma comissão 
para a análise científica. Os 
resultados foram surpreendentes 
e confirmaram tratar-se de um 
tecido semelhando ao “músculo 
cardíaco humano com alterações 
que surgem frequentemente 
durante uma agonia”.
25 de dezembro de 2013, na igreja de 
São Jacinto em Legnica, durante a 
Celebração Eucarística, no momento 
da distribuição da Comunhão, uma 
Hóstiaconsagradacaiu inadvertidamente 
no chão, sendo imediatamente colocada 
num recipiente com água. O pároco da igreja de 
São Jacinto, Padre Andrzej Ziombra, afirmou que 
a 4 de janeiro, juntamente com outros padres, foi 
verificar se a Hóstia consagrada caída no chão se 
tinha dissolvido na água após quase 2 semanas: 
“Reparámos de imediato que a Hóstia não se tinha 
dissolvido e que tinha surgido uma mancha 
vermelha que cobria 1/5 da sua superfície. 
Decidimos informar o bispo que decidiu instituir 
uma comissão teológica e científica para analisar o 
evento. Observámos que, ao longo do tempo, a 
mancha na Hóstia mudou de cor de vermelho 
profundo para vermelho acastanhado (...). A 
amostra da Hóstia foi recolhida diretamente pelos 
cientistas a 26 de janeiro de 2014. Para os padres, o 
milagre era evidente. A comissão verificou se se 
tratava de um fungo, bolor ou outro agente externo 
(...). O Instituto de Medicina Forense de Wrocław 
excluiu de imediato a presença de bactérias ou 
fungos como causa para a Hóstia ter ficado 
vermelha. Uma segunda análise histopatológica 
indicou que alguns fragmentos pareciam pertencer 
a tecido miocárdico. Foi procurada uma opinião 
adicional usando as mesmas amostras no Instituto 
de Medicina Forense em Szczecin sem porém 
especificar a origem das amostras. O Instituto 
utilizou um método de análise diferente. Após a 
análise, o Departamento de Histopatologia da 
Pomeranian Medical University de Szczecin, 
anunciou que “foram encontrados na imagem 
histopatológica fragmentos de tecido contendo 
peças fragmentadas de músculo estriado 
transversal”. Isto é “semelhante ao músculo 
cardíaco humano com alterações que surgem 
frequentemente durante a agonia”. Não testámos o 
sangue encontrado na Hóstia, apenas sabemos que 
foi encontrado ADN humano”. Os resultados da 
análise foram apresentados à Congregação para 
Doutrina da Fé do Vaticano, que reconheceu a 
natureza sobrenatural do evento. É impressionante 
como os resultados do exame foram semelhantes 
aos do Milagre Eucarístico de Lanciano em 700 
d.C. e outros Milagres que ocorreram 
recentemente, tais como o de Sokolka em 2008, 
na Polónia; Tixtla em 2006, no México; ou 
Buenos Aires, na Argentina em 1996. A 17 de 
abril de 2016, o Mons. Zbigniew 
Kiernikowskiego, novo bispo de Legnica, 
anunciou durante a Missa que, segundo a 
indicação da Santa Sé, o pároco Andrzej Ziombra 
deveria “preparar um local adequado para a 
exposição da preciosa relíquia, para que os fiéis 
pudessem expressar a sua adoração 
adequadamente”.
A
A 10 de abril de 2016, o bispo Zbigniew 
Kiernikowski anunciou oficialmente aos fiéis os 
resultados da análise do Milagre Eucarístico que 
ocorreu em Legnica em 2013
Comunicado de imprensa original
Uma das cientistas envolvidas na análise 
científica, a professora Barbara Engel, médica 
e cardiologista, afirmou durante a conferência 
de imprensa: “O material foi analisado usando 
raios UV com um filtro laranja e os resultados 
foram unívocos. Identificámos fibras 
miocárdicas, típicas do tecido miocárdico com 
alterações que surgem frequentemente 
durante a agonia”.
Foto que apresenta o momento de recolha da 
amostra da Hóstia
A 25 de dezembro de 2013, o sacerdote que distribuía a Comunhão deixou cair 
inadvertidamente do cibório uma das Hóstias. O sacerdote recolheu-a e colocou-a de 
imediato num recipiente com água, fechando-a dentro do tabernáculo.

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Milagre Eucarístico de
POLÓNIA, 2013
2
Relativamente à amostra analisada, a
professora Barbara Engel afirmou: “A
conclusão dos cientistas é de que se trata de
tecido miocárdico de natureza humana”.
A 5 de janeiro de 2014, os padres repararam numa mancha na Hóstia imersa na água. Era semelhante a uma mancha de sangue. O bispo de Legnica, Mons. Stefan Cichy, foi informado de imediato. Instituiu uma comissão científica para analisar o fenómeno.
Interior da Igreja
Fachada da Igreja onde ocorreu o milagre
Pormenor da Hóstia manchada de sangue
1 2
3 4
É muito significativo que o Milagre de Legnica tenha ocorrido na igreja dedicada a São Jacinto (1185-1257), santo dominicano muito devoto da Eucaristia, tendo sido ele próprio protagonista de um Milagre ligado à Eucaristia. Quando as ferozes tropas mongóis chegaram às fronteiras de Kiev, São Jacinto levou o cibório que continha as Hóstias consagradas para levá-las para um local seguro. Quando chegou à parte posterior da igreja, ouviu uma voz que vinha de uma estátua da Nossa Senhora perto do altar e que o chamava: “Jacinto, Jacinto. Vejo que levas o meu filho para um local seguro, mas não quererás deixar a sua mãe nas mãos de bárbaros profanos?”. O Santo desculpou-se dizendo que era impossível para ele erguer um peso tão grande, mas a Nossa Senhora respondeu: “Se tivesses um pouco mais de fé e um pouco mais de amor por mim, ser-te-ia muito fácil carregar este peso”. “Não desejo nada mais senão amá-la e confiar em si”, respondeu São Jacinto. De súbito, a estátua tornou-se leve como uma pena e São Jacinto, acompanhado dos seus frades, atravessou o largo rio de Dnieper e passou despercebido às ferozes tropas mongóis.
LEGNICA

LES ULMES
FRANÇA, 1668
ilag re de
No Milagre Eucarístico de Les
Ulmes, durante a exposição do
Santíssimo Sacramento para
adoração pública, no lugar da
Hóstia aparece a silhueta de
um homem com os cabelos
castanhos claros que lhe caíam
sobre as ombros, o rosto
luminoso, as mãos cruzadas
uma sobre a outra, e o corpo
coberto por uma túnica branca.
Depois de atento exame, o Bispo
autoriz ou o culto, de imediato .
Na igreja, pode ver-se ainda
hoje, o nicho que, por cerca de
150 anos, conteve a Hóstia
milagrosa. Esta foi devotamente
consumida, durante a revolução
francesa, pelo vigário de
Puy-Notre-Dame que temia
a sua profanação .
m 2 de Junho de 1668, no sábado da oitava
do Corpo de Deus, na pequena igreja de
Les Ulmes, foi exposto o Santíssimo
Sacramento para adoração do público . O pároco
da igreja, Nicolas Nezan, começou a incensar o
Relicário, enquanto se cantava o hino “Pange
lingua”, e, «junto à estrofe “Verbun caro Panem
verum”, aparece no
Relicário, no lugar da Hóstia,
a silhueta de um homem, com os cabelos
castanho claros caídos sobre os ombros, o rosto
luminoso, as mãos cruzadas uma sobre a outra, o
corpo coberto por uma túnica branca. Esta
aparição durou mais de um quarto de hora, tanto
sobre o tabernáculo onde estava exposto o SS.
Sacramento, como no altar, onde o sacerdote a
havia exposto para ser vista mais de perto por
todos os presentes». Em 13 de Junho, o pároco
enviou logo um comunicado do acontecido ao
seu Bispo, Henry Arnauld, que de imediato
ordenou um inquérito . Em 25 Junho foi publi-
cada a carta pastoral contendo “a fiel narrativ a”
do Prodígio. Entre as várias obras que de
seguida fizeram a descrição objectiv a contida na
carta, recordamo s a do padre dominican o
Gonet, que nela fala, no tomo VIII da sua obra
Clypeus theologiae, publicada pela primeira v ez
em 1669 pelo editor francês Bertier.
O Bispo ordenou que divulgassem
largamente este facto e por isso foram logo
encomendadas três
gravuras: a de Edelynck, de
óptima qualidade, que se conserva em Paris, a
de Jean Bidault de Saumur, e por fim a do
editor Ernou de Paris. Até ao século XVIII na
paróquia de Les Ulmes, todos os anos era
celebrado solenemente o aniversário da apariçã o.
Em 1901 desenr ola-se nesta paróquia o
Congresso Eucarístico Internacional de Angers e
em Julho de 1933, durante o Congr esso
Eucarístico Nacional, uma sessão inteira de
estudo foi dedicada ao Milagre de 1668. Ainda
hoje, nesta igreja, se pode ver o nicho que por
cerca de 150 anos contev e a Hóstia milagrosa.
Esta foi devotamente consumida durante a revo-
lução francesa, pelo vigário de Puy-Notre-Dame
que temia a sua profanação .
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Ilustração antiga que representa o Milagre, Paris
Igreja paroquial de Les Ulmes
E

CORPUS CHRISTI
LIÈGE, BÉLGICA, 1374
Instituição da Festa de
«Por mais que a Eucaristia seja
solenemente celebrada todos
os dias, acreditamos ser justo
que, ao menos uma vez ao ano,
seja comemorada com mais
honra. Outras coisas que nós
recordamos, as apreendemos
com o espírito e com a mente,
mas nem por isso obtemos a
real presença delas. Mas, nesta
comemoração sacramental
do Cristo, ainda que sob outra
forma, Jesus está presente no
meio de nós com a sua própria
substância. De fato, antes
de subir aos céus disse: Eis que
estou convosco todos os dias,
até o fim do mundo.
(Mt28,20)».
BULATRANSITURUS DE HOC MUNDO
oi Santa Juliana de Liégi, uma monja do
Mosteiro de Mont Cornillon, quem impulsou
a instituição da festa de Corpus Christi. A
santa, desde a sua adolescência, tinha visões
misteriosas relacionadas à instituição de uma festa
para homenagear o Santíssimo Sacramento: em
particular ela via uma lua cheia, que apresentava
uma rachadura no disco. O Senhor revelou-lhe
que a lua representava a Igreja do seu tempo e a
rachadura a ausência de uma solenidade no ciclo
litúrgico dedicada ao Santíssimo Corpo e Sangue
de Nosso Senhor Jesus Cristo. Santa Juliana contou
as autoridades sobre a sua visão depois de 1230.
No Sínodo de 1246, Roberto de Thourotte,
Bispo de Liégi, estabeleceu na sua diocese uma
festa em homenagem ao Santíssimo Sacramento
que foi celebrada pela primeira vez no dia 5 de
junho de 1249.
Alguns anos depois da morte
de Santa Juliana, a festa se difundiu no mundo católico graças ao Papa Urbano IV, que com a Bula Transiturus de hoc mundo(11 de agosto),
estendeu a festa a toda a Igreja Universal.F
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Ostensório conservado no Santuário de Santa Juliana, Liegi
Santa JulianaVitral que retrata a visão de Santa Juliana

LUDBREG
CROÁCIA, 1411
ilag re Euc aríst ico de
Em 1411, em Ludbreg,
durante a Missa um sacerdote
duvidou estarem verdadeira-
mente presentes nas espécies
eucarísticas consagradas, o
Corpo e o Sangue de Cristo.
De repente, após a consagração
do vinho, este transformou-se
em Sangue. Ainda hoje, a
preciosa Relíquia do Sangue
do Milagre atrai milhar es de
fiéis e, no início do mês de
Setembr o de cada ano, durante
uma semana inteira é celebrada
a, assim denominada, “Sveta
Nedilja”- “Santo Domingo ”,
em honra do Milagre
Eucarístico acontecido em 1411.
m 1411, em Ludbreg, na capela do castelo
dos condes de Batthyany , um sacerdote
celebrou a Missa. Durante a consagração do
vinho, o padre pôs em dúvida a veracidade da
transubstanciação e assim, o vinho do cálice
transformou-se em Sangue. O sacerdote, não
sabendo o que fazer, mandou trancar esta Relíquia
por detrás do altar principal. O operário que
executou o trabalho foi obrigado ao silêncio .
Também o padre mantém o segredo, que revelou
somente à hora da sua morte. Depois desta
revelação do Padre,
a notícia espalha-se velozmente,
e as pessoas começaram a chegar a Ludbreg, em
peregrinação . Seguidamente, a Santa Sé manda
levar a Relíquia do Milagre para Roma, onde aí
ficou por alguns anos. O povo de Ludbreg e dos
arredores, porém, continuou a fazer peregrinações
à capela do castelo . No início de 1500, durante o
pontificado do Papa Júlio II, foi convocada em
Ludbreg, uma comissão de inquérito sobre os
factos ligados ao Milagre Eucarístico . Várias
pessoas testemunharam ter havido curas
prodigiosas durante a oração em presença da
Relíquia. Em 14 de Abril de 1513, o Papa Leão
X publicou uma Bula com a qual permitia a
veneração da Santa Relíquia, que ele mesmo
tinha transpor tado por diversas vezes, em
procissão, pelas ruas de Roma. A Relíquia foi
depois restituída à Croácia.
Durante o século XVIII, a
Croácia setentrional foi devastada pela peste. O
povo volta-se para Deus, para invocar a sua
ajuda, e o mesmo faz o Parlamento Croata, que,
durante a sessão levada a efeito
na cidade de
Varazdin, a 15 de Dezembro de 1739, faz a
promessa de, se a peste acabasse, construir uma
capela em Ludbreg, em honra do Milagre. A peste
foi esconjurada, mas o voto prometido, apenas foi
cumprido em 1994, com o restabelecimento da
democracia na Croácia. Em 2005, na capela
votiva, o pintor Marijan Jakubin, pintou um
grande fresco sobre a Última Ceia, no qual estão
inseridos os Santos e os Beatos Croatas. No lugar
do Apóstolo S. Giovanni encontra-se o Beato
Ivan Merz, que durante o Sínodo dos Bispos
sobre a Eucaristia, levado a cabo em Roma, em
2005, foi incluído entre os 18 Santos Eucarísticos
mais importantes da história da Igreja. Na
pintura, Cristo tem na mão o Relicário que
contém a Relíquia do Milagre Eucarístico .
E
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A Relíquia do Preciosíssimo Sangue conserva-se desde 1721 num
precioso Relicário da escola de ourives de Augsburg, encomendado
pela condessa Eleanora Batthyany-S trattman que o doou à Igreja
de Ludbreg.
Fresco no qual está representada a cena do Milagre
A família Batthyany , em 1753, mandou pintar por Mihael Peck a
capela do castelo onde aconteceu o Milagre, com frescos que
descrevem as fases do Prodígio.
Capela do castelo da família
Batthyany onde foi realizado
o Milagre.
Interior da capela do castelo da
família Batthyany .
Fresco reproduzindo a procissão levada a cabo em Roma,
em 1513, na qual o Papa Leão X transpor ta a preciosa Relíquia
pelas ruas da cidade.

LUDBREG
CROÁCIA, 1411
ilag re Euc aríst ico de
A relíquia do
Sangue conserva-se
perfeitamente
intacta e está
guardada num
precioso Relicário
mandado construir
pela Condessa
Eleanora
Batthyany-
Strattman,
em 1721.
© 2006, Edizioni San Clemente
Marijan Jakubin, A Última Ceia, Santuário do Milagre do
Preciosíssimo Sangue, Ludbreg
Santuário do Milagre do Preciosíssimo Sangue, Ludbreg
Interior do Santuário
Procissão que se faz todos os anos em Setembr o, durante a semana em
que se festeja o Milagre, chamada “Sveta Nedilja”

MACERA TA
ITÁLIA, 1356
ilag re Euc aríst ico de
A 25 de Abril de 1356, em
Macerata, um sacerdote do
qual não se conhece o nome,
estava a celebrar a missa na
capelinha da Igreja de Santa
Catarina, propriedade das
freiras beneditinas. Antes
da comunhão, durante a
fragmentação do pão, o padre
duvidou da real presença de
Jesus na Hóstia Consagrada.
Foi justamente no momento
em que partia a Hóstia que,
para seu grande espanto, viu
jorrar desta um abundante fio
de sangue, que manchou
parte do linho e do cálice
colocados sobre o altar.
atnaS ed lardetaC ajergI an ,atarecaM m
Maria Assunta e S. Giuliano, sob o altar do
Santíssimo Sacramento, é possível venerar a
Relíquia do “Corporal Manchado de Sangue”.
Conser va-se, nesta mesma Igreja, um perga-
minho desse período, no qual vem descrito o
Prodígio. Também o historiador Ferdinando
Ughelli cita este Milagre Eucarístico na sua
obra “Itália Sacra” de 1647 e descreve como,
desde o século XIV , o “Corporal era levado em
procissão solene pela cidade,
fechado numa urna
de cristal e de prata com a participação de todo o
Piceno”. Todos os documentos, porém, concor-
dam na descrição de como se desenrolaram os
factos prodigiosos. Um sacerdote anónimo foi
acometido, durante a missa, de fortes dúvidas
acerca da realidade da transubstanciação, e
quando partiu a Magna Hóstia viu desta jorrar
sangue que ao cair manchou o Corporal e o
Cálice sobre o altar. O sacerdote informou de
imediato o Bispo Niccolò de S. Martino, que
ordenou que levassem a Relíquia do linho
ensanguentado à Catedral, e iniciou um
processo canónico regular.
Em 1494 foi instituída em Macerata
uma das primeiras Irmandades em honra do SS.
Sacramento (1494) e foi aqui mesmo que
nasceu a devota prática das Quarenta Horas no
ano de 1556. Todos os anos por ocasião da festa
do Corpo de Deus, o corporal do Milagre é
levado em procissão atrás do SS. Sacramento .
E
Relíquia do Corporal Ensanguentado
Vista de Macerata
Catedral de Macerata
© 2006, Edizioni San Clemente
Pequeno pergaminho de 1356,no qual está escrito: «aqui aconteceu a
aspersão do Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, do cálice, no dia
25 do mês de Abril, no ano do Senhor 1356».
Capela do SS. Sacramento onde está guardada a Relíquia

Vista panorâmica da Basílica
MEERSSEN
HOLANDA, 1222-1465
ilag re Euc aríst ico de
Na cidadezinha de Meerssen,
em 1222 e em 1465, efectuaram-
se dois importantes Milagres
Eucarísticos. No primeir o
Prodígio, durante a Santa
Missa, da magna Hóstia
Consagrada jorrou Sangue
vivo que manchou o corporal.
No segundo Milagre, em 1465,
um camponês conseguiu
salvar a Relíquia do Milagre,
de um incêndio que destrói
toda a Igreja. Em seguida a
Igreja é reconstr uída, e em
1938, o Papa Pio XI elevou-a
à categoria de Basílica Menor.
São numer osos os peregrinos
que todos os anos se deslocam
em peregrinação a Meerssen,
para venerar a Relíquia
do Milagre.
antiga capela de Meerssen, graças também
às ajudas de Gerberga de Sassonia, mulher
do rei de França Luís IV de Outremer, a
meio do século X foi ampliada e tornou-se uma
importante Igreja. Em 1222, verificou-se um
importante Milagre Eucarístico nesta Igreja, que
foi reconhecido pelas autoridades eclesiásticas.
Durante a celebração da Missa dominical, o
sacerdote consagr ou as espécies eucarísticas, e da
magna Hóstia começou a correr Sangue vi
vo que
manchou o corporal da Missa.
Em 1465 rebentou um grande
incêndio que destrói a Igreja, mas um camponês
consegue salvar a Relíquia da Hóstia ensan-
guentada que fica perfeitamente intacta. Este
episódio é recordado pelos habitantes com o
nome de «Milagre do fogo». Não obstante o
incêndio, a Igreja foi logo reconstr uída, e em
1938, Pio XI elevou-a à categoria de Basílica
Menor. Ainda hoje é um dos maiores centros de
peregrinação na Holanda, e a preciosa Relíquia
do Prodígio é levada em procissão todos os anos
na oitava do Corpo de Deus.
A
© 2006, Edizioni San Clemente
Interior da Basílica
Medalhas comemorativ as do Milagre
Pintura antiga existente no
interior da Basílica, na qual
o Prodígio está ilustrado
,otnemarcaS omissítnaS od acilísaB
Altar do Milagre

MIDDLEB URG-LOVANIO
BÉLGICA, 1374
ilag re Euc aríst ico de
Este Milagre Eucarístico
remonta a 1347. Na Igreja
de S. Pedro em Middleburg,
durante a Comunhão, a
Hóstia Consagrada transformou-
seem Carne ensanguentada.
Uma parte da Hóstia, ainda
hoje, se encontra conservada
em Lovanio pelos Padres
Agostinianos. Foi o monge
Jean de Gheest, confessor do
Arcebispo que dela autoriz ou
o culto, que lha pediu de presente.
A outra parte encontra-se, por
sua vez, na Igreja de S. Pedro
em Middleburg.
xiste uma abundante documentação
respeitante a este Milagre Eucarístico . Na
monografia escrita em 1905 pelo historiador
Jos Wils, docente da Universidade Católica de
Lovanio, intitulada “O Sacramento do Milagre
de Lovanio”, são referidos quase todos os
documentos e testemunh os da época. Em
Middleburg vivia uma nobre dama, conhecida
por todos, pela sua grande fé e devoção. A dama
era muito atenta até na formação espiritual dos
seus familiar es e dos seus domésticos. Durante a
Quaresma de 1374, como todos os anos, iniciou-
se na sua casa a penitência,
em preparação da
Páscoa que se aproximav a. Desde há poucos dias
fora contratado um novo doméstico, de nome
Jean, que há anos não se confessav a, não obstante
a vida dissoluta que levava. A senhora convidou
os criados a ir à Missa. Jean não ousou opor-se a
este convite para não a desiludir . Participou em
toda a celebração eucarística, e quando chegou
a sua vez de comungar , o homem aproximou-se
com muita superficialidade do altar.
Apenas recebida a Hóstia
sobre a língua, esta transformou-se em Carne
sangrenta. Jean tirou então rapidamente, para
fora da boca, a Partícula, da qual brotou Sangue
sobre o pano que cobria a balaustrada situada
diante do altar. O sacerdote compr eendeu logo
o que estava a suceder e, com grande emoção,
repõe com cuidado a Hóstia miraculosa, sobre
uma bandeja dentro do Tabernáculo . Jean,
arrependido, confessou diante de todos o seu
pecado . Desde aquele dia leva uma vida exemplar
e conservou até ao fim uma grande devoção
pelo Santíssimo Sacramento . Todas as autoridades
eclesiásticas
e civis da cidade foram informadas
do evento prodigioso e o Arcebispo, depois de
minuciosas pesquisas, logo autoriz ou o seu culto.
E
Quadro no qual está reproduzido
o Prodígio, Igreja de S. Giacomo,
Lovanio
Altar onde se verificou
o Prodígio
Igreja de S. Giacomo, Lovanio
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Marca da primeira Hóstia Marca da segunda Hóstia
MOGOR O
ITÁLIA, 1604
ilag re Euc aríst ico de
Em Abril de 1604 verificou-
se em Mogoro um Milagre
Eucarístico, descrito pelo
historiador Pietro M. Cossu.
Durante a Santa Missa, dois
homens em pecado mortal
fizeram cair por terra duas
Hóstias, que deixaram as suas
marcas impressas sobre o
pavimento . Por este prodigioso
acontecimento e em reparação
por aquele acto sacrílego,
todos os anos, no domingo
a seguir ao da Páscoa, em
Mogoro celebra-se uma solene
procissão eucarística.
m Mogoro, na Sardenha, na segunda-feira
de Páscoa de 1604, D. Salvador Spiga,
Pároco da Igreja de S. Bernardino, estava a
celebrar a missa e, após a consagração, começou a
distribuir a Comunhão aos fiéis. A certa altura,
viu aproximar em-se para a Comunhão dois
homens conhecidos de todos pela vida dissoluta
que levavam. O Pároco deu-lhes a Comunhão e
estes, assim que receberam as Partículas na boca,
cuspiram-nas para o chão sobre a pedra da balaus-
trada. Os dois homens justificaram o acontecido,
afirmando que as Hóstias se tinham tornado
quentes, como carvões ardentes, e lhes tinham
queimado a língua. Depois, tomados pelo
r
emorso por não se terem confessado antes, puse-
ram-se em fuga. D. Salvador fez recolher as
- it ardep an euq uiv e sadíac saitsóH sadargaS
nham ficado, como que esculpidas as marcas das
duas Partículas. Ordenou logo que lavassem
cuidadosamente a pedra, esperando que as mar-
cas pudessem ser apagadas. Mas cada tentativ a
foi inútil. Numerosos historiador es, entre os
quais o Sacerdote Pietro Cossu e o Padre Casu,
descreveram os factos apurados pelo Bispo da
época, Monsenhor Antonio Surredo, e seus
sucessor es.
Entre os documentos mais importantes
que confirmam o Milagre, temos o acto público
outorgado pelo notário Pedro Antonio Escano,
em 25 de Maio de 1686, com o qual o Reitor de
Mogoro estipulou um contrato para a edificação
de um pequeno templo de madeira dourada,
sobre o vértice do altar maior, templo que na base
devia conter uma cavidade para acolher a «Pedra
do Milagre», que deveria estar encerrada numa
decorativ
a caixa, e colocada de modo a poder ser
vista pelos fiéis. A Pedra Milagrosa apresenta, ainda
hoje as marcas redondas das duas Hóstias.E
Vista de Mogoro
Milagre Eucarístico de Mogoro, FrancescoP inna (1604-1607)
Paróquia de S.Bernardino,
Mogoro
Custódia da Pedra do Milagre,
Paróquia de S. Bernardino
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MONCADA
ESPANHA, 1392
ilag re Euc aríst ico de
No Milagre Eucarístico de
Moncada o Menino Jesus
aparece na Hóstia Consagrada
para dissipar as dúvidas de um
sacerdote com inseguranças
sobre a validade da sua
Ordenação Sacerdotal. Pelos
fins do século XIV, de facto,
os Cardeais franceses tinham
decidido eleger um anti papa
na esperança que este
transferisse novamente a sede
papal para Avinhão . Este
episódio criou um clima de
grande confusão no clero,
tanto que muitos sacerdotes
começaram a duvidar de
terem sido validamente
ordenados. O episódio é
reportado nos Anais
Eclesiásticos do padre
Odorico Raynaldi e em outros
numer osos documentos
guardados no arquivo
comunal de Moncada.
eleição do Papa Urbano VI (18 de Abril
de 1378) é duramente contrariada pelos
Cardeais franceses que queriam um Papa
francês na esperança de transferir de novo a sede
papal para A vinhão . Depois de muitas vicissitudes,
em 20 de Setembr o de 1378, elegeram o anti
papa Clemente VII. Eles os cismáticos tentaram
imediatamente apoderar-se de Roma, com o uso
das armas, mas não o conseguiram, e por isso
retiraram-se para Avinhão onde Clemente VII
continuou a agir como se fosse o legítimo Papa.
Neste
período de grandes incertezas um sacerdote
de Moncada, Mosén Jaime Carros, vivia no tormento
de que a sua Ordenação Sacerdotal não fosse
valida,pois tinha sido consagrado por um Bispo
nomeado pelo anti papa Clemente VII. Cada vez
que celebrav a a Missa era assaltado pelo temor de
estar a enganar os fiéis e de distribuir hóstias não
consagradas e temia que não fossem válidos, nem
sequer os outros sacramentos administrados por
ele. O sacerdote rezava ao Senhor que lhe desse
qualquer sinal de confirmação . Recebeu a resposta
no dia de Natal de 1392. Naquele dia participou
também na Missa a nobre dama Ângela Alpicat,
juntamente com a filha de cinco anos, de nome
Inês (a futura Santa Inês de Moncada). Terminada
a Missa, a criança recusou-se a sair da igreja,
dizendo à mãe querer ficar a jogar com aquele
menino maravilhoso que o Pároco tinha tido
nos braços durante a consagração .
No dia 26, a senhora Ângela assistiu
novamente à Santa Missa e quando o sacerdote
elevou a Hóstia, a criança vê novamente o menino
entre as mãos do sacerdote. No fim da Missa a
Dona Ângela referiu ao sacerdote a visão da
menina que logo foi interrogada por ele. A
pequena
Inês consegue responder sem dificuldade
a todas as difíceis perguntas, mas o sacerdote quer
pô-la à prova mais uma vez, convidando-a a voltar
à Santa Missa também no dia seguinte. O religioso
pega então em duas Hóstias, mas tendo consagrado
somente uma, depois, pega na Hóstia Consagrada,
e pergunta à menina o que vê nas suas mãos. Esta
responde: «Vejo o Menino Jesus». Depois elevou
a hóstia não consagrada e fez a mesma pergunta.
Inês responde: «Vejo um disco branco». O sacerdote
não conseguia senão falar da sua alegria e toda a
assembleia presente exultou porque tinha ficado
demonstrada a validade do sacerdócio do seu
pároco. Apesar do Bispo que ordenou o pároco de
Moncada ter sido consagrado por um anti papa,
Deus tinha permanecido fiel à sucessão apostólica
determinada pela imposição das mãos.
© 2006, Edizioni San Clemente
Estampa antiga representando o Milagre
Inês viveu toda a sua vida como eremita e penitente na gruta
conhecida com o nome de “El Rodeno”, que é ainda hoje meta
de peregrinação
Inês na gruta onde viveu
como eremita
La cartuja de Porta-Coeli no vale de Lullén, antiga propriedade
da família de Inês depois cedida aos monges
A
Igreja onde aconteceu o Milagre

MONT SERRA T
ESPANHA, 1657
ilag re Euc aríst ico de
O Milagre Eucarístico de
Montserrat leva-nos a reflectir
sobre a realidade do
Purgatório e recorda-nos que
cada Missa tem um valor
infinito porque torna actual o
único Sacrifício que Cristo
padeceu no Calvário .
Este Prodígio Eucarístico è
narrado pelo padre beneditino
R. P. Francio de Paula
Crusellas, no seu texto
“Nova História do Santuário
e Mosteiro de Nossa Senhora
de Montserrat ”.
m 1657, o reverendíssimo padre D. Bernardo
de Ontevier os, Geral da Ordem Beneditina
em Espanha, e o Abade D. Millán de
Mirando encontram-se no mosteiro de Nossa
Senhora de Montserrat, para participar em algumas
conferências. Durante uma destas, apresentou-se no
convento uma senhora com a sua menina, que
implor ou ao Abade Millán que celebrasse três
Missas em memória do seu defunto pai, convencida
intimamente que, com estas Missas, a alma do seu
pai seria libertada das penas do Purgatório . O bom
Abade, comovido com as lágrimas da menina, logo
no dia seguinte iniciou a celebração da
primeira
Missa de sufrágio, e a menina que se encontrav a
presente com a mãe, durante a consagração,
começou a afirmar ver o seu pai inclinado sobre o
degrau do altar principal, r odeado de chamas assus-
tadoras. O Padre Geral, em dúvida, e para certificar-se
que a história da menina correspondia à verdade,
disse-lhe para aproximar um lenço das chamas que
circundav am o pai. A menina, seguindo o convite,
pousou o lenço naquele misterioso fogo que só ela
conseguia ver, e de súbito todos os monges viram
arder o lenço com uma chama vivíssima.
Durante a segunda Missa a
menina afirmou ter visto o seu pai em pé, ao lado
do diácono, vestido com um fato de cores
vivíssimas. Na terceira e última Missa, o pai
mostrou-se à filha vestido com um fato cândido
como a neve. Logo que a Missa acabou a menina
exclamou: «Eis que o meu pai vai embora e está
subindo ao Céu!». A menina agradeceu depois a
toda comunidade dos monges, por parte do seu
pai, que assim lhe tinha recomendado que
fizesse. Estavam
presentes ao acontecimento, o
reverendíssimo Padre Geral da Ordem Beneditina
de Espanha, o Bispo de Astorga e numer osos
habitantes da aldeia.
© 2006, Edizioni San Clemente
E
Interior da Igreja onde acontece o Milagre
A Senhora milagrosa
de Montserrat
Santuário da N. Senhora de Montserrat

MORNE-R OUGE
ILHA DA MARTINICA, 1902
ilag re Euc aríst ico de
Na manhã do dia 8 de Maio
de 1902, o Vulcão da
Montanha Pelée entrou em
erupção inesperadamente.
A lava atinge imediatamente
a cidade de Saint-Pierre
que ficou completamente
destruída enquanto a aldeia
de Morne-R ouge, situada
justamente nas encostas do
Vulcão, naquele dia fica
misteriosamente poupada.
O facto prodigioso foi
acompanhado pela aparição
de Jesus e do Sagrado Coração
no SS. Sacramento exposto
para adoração pública. Foram
inúmeras as testemunhas que
assistiram ao Prodígio.
oito de Maio de 1902, festa da Ascensão, o
vulcão da montanha Pelée começou a expelir
lava e cinzas. A população de Morne-R ouge,
muito devota ao Sagrado Coração de Jesus, lançou-
se subitamente na igreja paroquial para implorar
a Nossa Senhora da Déliverance para poupar a
aldeia da catástrofe.
Em perigo eminente, a gente dividida
começou a reconciliar-se e a confessar os seus
próprios pecados. O pároco, Padre Mary, distribuiu
a absolvição geral a todos os fiéis, deu a Santa
Comunhão e expôs depois o SS. Sacramento para
adoração pública. A certa altura uma mulher
começou a gritar: “O Sagrado Coração de Jesus
está dentro da
Hóstia!”. Um grande númer o de
pessoas, foram testemunhas da aparição de Jesus
na Hóstia que mostrav a o seu Sagrado Coração
coroado de espinhos. Outros, disseram ter visto
também correr Sangue do Coração de Jesus. A
visão durou bastantes horas, e cessou somente
quando o Sacrário foi reposto no tabernáculo .
A 8 de Maio a aldeia de Morne-R ouge foi
poupada da fúria devastadora do Vulcão e isto
permitiu à população reconciliar-se com Deus e
receber os Santos Sacramentos preparando-se
assim para morrer na graça de Deus.
A 30 de Agosto do mesmo ano uma violenta
erupção do vulcão destrói também a aldeia de
Morne-R ouge.
A
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Igreja de Morne-R ouge
Vista de Morne-R ouge

MORR OVALLE
ITÁLIA, 1560
ilag re Euc aríst ico de
Em 1560, em Morrovalle um
grande incêndio destrói toda
a Igreja dos Franciscanos,
salvo a Hóstia Consagrada
encerrada num cibório,
(também esse completamente
queimado à excepção da
tampa). Em 1960 celebrou-se
solenemente o quarto
centenário do Milagre
Eucarístico de Morrovalle
e o Conselho Municipal, por
unanimidade, deliber ou afixar
sobre a fachada da porta
principal de Morrovalle a
inscrição «Civitas Eucaristica».
m Morrovalle, na noite de 16 para 17 de
Abril de 1560, na oitava da Páscoa, por
volta das duas da manhã, o irmão leigo
Angelo Blasi foi acordado em sobressalto pelo
rumor de um violento crepitar. Olhando pela
janela da sua cela, viu a igreja completamente
rodeada pelas chamas e correu rápido a avisar os
outros frades. O incêndio foi dominado após 7
horas e só dias depois se iniciaram os trabalhos de
remoção da imensa massa de detritos. Qual não
foi a maravilha, quando, a 27 de Abril, o Padre
Battista de Ascoli, ao remover um pedaço de
mármor e daquele que tinha sido o altar principal,
descobr e na cavidade do mur
o o cibório e o
corporal, um pouco queimados, sobre o qual se
conser vava ainda intacta e íntegra a magna
Hóstia Consagrada. O Padre Battista gritou por
Milagre e muita gente acorreu logo ao lugar, para
admirar o Prodígio. Por três dias inteiros, o
SS. Sacramento permaneceu exposto para a
adoração dos fiéis. Quando finalmente chegou
o Padre Provincial Evangelista de Morro de
Alba, a Hóstia Miraculosa foi colocada numa
caixa de marfim.
O então Bispo de Bertinoro,
Monsenhor Ludovico de Forli, foi imediata-
mente enviado pelo Papa Pio IV a Morrovalle
para indagar da veracidade dos factos. O Papa
Pio IV apenas recebeu a descrição do Bispo,
julgou o evento superior a qualquer causa
natural e logo autoriz ou o culto com indicação
na “Bolla Sacrosanta Romana Ecclesia (1560)”.
Segundo disposição contida na Bula Pontifícia,
os dias do aniversário do incêndio e da desco-
berta da Santíssima Hóstia (17 e 27 de Abril)
tornaram-se festivos e foram chamados os dias
«dos dois perdões». A igreja foi seguidamente
ampliada por causa
da multidão de fiéis que
acorria às celebrações. Actualmente, a ocorrência
das duas datas é festejada com a exposição do
Santíssimo Sacramento, o cibório sobre o altar
principal, e “os Perdões”, isto é, as indulgências
plenárias podem ser ganhas na Igreja de S.
Bartolomeu. A té 1600 a Hóstia Miraculosa
conser vou-se intacta, mas por vicissitudes
históricas, depois dessa data perde-se o seu rasto.
Hoje restam somente a custódia e a tampa do
cibório sobreviventes às chamas do incêndio .
E
“Bolla Sacrosanta Romana
Ecclesia” promulgada pelo Papa
Pio IV (1560) a favor do Milagre
Convento anexado à Igreja de S. Francisco, onde aconteceu
o Milagre
Igreja de S. Bartolomeu Relíquia do Milagre
Morrovalle, procissão em honra do Milagre
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Mostra Internacional Eucarística de Carlo Acutis -Mostra Internacional Eucarística de Carlo Acutis -
Santuário de Caravaggio -Santuário de Caravaggio -

Farroupilha - RSFarroupilha - RS
Uma vida só é verdadeiramente bela seUma vida só é verdadeiramente bela se
passamos a amar a Deus acima de tudo e aopassamos a amar a Deus acima de tudo e ao
nosso próximo como a nós mesmos.nosso próximo como a nós mesmos.
Beato Carlo Acutis

Carlo nasceu em Londres no dia 3 de maio de 1991 e morreu em
Milão, no dia 12 de outubro de 2006. Seus pais, Andrea Acutis e
Antônia Salzano, trabalharam por um curto período em Londres, sendo
originários de Milão, na Itália, para onde voltaram pouco depois do
nascimento do filho, em setembro de 1991.
A mãe e o pai não eram católicos praticantes, porém, o menino
descobriu a fé, graças a sua babá polonesa, uma católica muito devota
de São João Paulo II. A jovem se chamava Beata. Carlo tornou-se
grande devoto da Santíssima Virgem Maria. Guardava particular
devoção por Nossa Senhora de Lourdes e Nossa Senhora de Fátima.
A partir da recepção de sua Primeira Comunhão (com sete anos)
comungava diariamente e fazia o esforço de refletir, antes ou depois
da Missa, diante do Sacrário.
O jovem Carlo também se confessava frequentemente.
Se preocupava com aqueles amigos cujos pais estavam se divorciando
e os convidava para sua casa para apoiá-los. Defendeu os direitos das
pessoas com deficiência e protegeu os colegas deficientes na escola,
quando zombadores frívolos os importunavam.
Adorava viajar, visitava Assis mais do que outros lugares.
Com 15 anos de idade desenvolveu leucemia. O médico que o tratou
perguntou se ele estava sofrendo muita dor e respondeu: "há pessoas
que sofrem mais do que eu”. Ofereceu sua dor pelo Senhor, pelo Papa
e pela Igreja.
Biografia de Carlo Acutis
1

2
Morreu, em 12 de outubro de 2006, às 6h45 de leucemia fulminante M3
e foi enterrado em Assis, de acordo com seus desejos.
A Conferência Episcopal Lombarda aprovou a petição para a causa da
canonização, que foi introduzida, em 15 de fevereiro de 2013, com a
presença do Cardeal Ângelo Scola. O processo foi concluído, em 24 de
novembro de 2016.
Depois que a causa começou ele se tornou intitulado como "Servo de
Deus" - primeiro estágio no caminho para a santidade. Mais tarde o
Papa Francisco o declarou Venerável, em 5 de julho de 2018.
Em 23 de janeiro de 2019, seu corpo foi exumado e, tratado com
técnicas de conservação, foi transferido para a Igreja de Santa Maria
Maior (também chamada de Santuário da Espoliação) em Assis, onde
aguardou a beatificação para finalmente ser exposto à veneração
pública.
Sua beatificação aconteceu, no dia 10 de outubro 2020, em Assis, na
Itália.
Sua paixão por computadores o levou a criar um site dedicado à
catalogação cuidadosa de cada milagre eucarístico e ele fez isso a
partir dos 11 anos. Usava a mídia para evangelizar e proclamar o
Evangelho. Ele também gostava de edição de filmes e quadrinhos.
Tanto Mons. Raffaello Martinelli, como o Card. Ângelo Comastri
ajudaram na organização dessa exposição fotográfica em sua
homenagem. Desde então, esta exposição viajou para dezenas de
países diferentes nos cinco continentes.
Biografia de Carlo Acutis

É possível ser santo e jovem ao mesmo tempo.
Em apenas 15 anos de idade e marcado pelo sofrimento, Carlo Acutis
viveu intensamente o amor, a misericórdia e a caridade. Na vida do
Beato Carlo Acutis, não encontramos fatos mirabolantes ou de caráter
espetaculoso, mas um exemplo de vida que provoca alegria e que nos
encoraja a sermos autênticos e coerentes com nossa fé diante de
tantos valores relativos de nossa sociedade. Com uma grande devoção
à Santíssima Eucaristia, um amor fiel e verdadeiro à Virgem Maria e
uma entrega pela Igreja de Cristo, Carlo mostrou que o sentido de
nossa existência é amar e se doar acima de todas as coisas pela causa
do Reino de Deus. Foi um adolescente alegre e de bem com a vida,
mesmo diante de sua enfermidade.
Foi um jovem que gostava de brincar com os amigos. Demonstrou que
é possível viver a santidade sendo autentico, despertando nos jovens
esse desejo de viver com alegria e com a busca de uma vida de
intimidade com Deus.
Não por acaso o chamamos de anjo da juventude! Indubitavelmente
este Beato do ano de "2020" mostra com sua própria vida como é
possível ser jovem e ser santo ao mesmo tempo.
3
Biografia de Carlo Acutis

4
Biografia de Carlo Acutis
Olhemos para o Carlo com admiração e com certeza de que vale a
pena buscarmos a santidade com calça jeans, praticando esportes,
hobbys, trabalhando, e, acima de tudo, contemplando o amor de Deus e
unir-nos a Ele no que fazemos, desejamos e esperamos.
“A Eucaristia é minha via expressa para o Céu.”
Aos 7 anos de idade Carlo Acustis depois da primeira comunhão, inicia
um processo de descoberta do valor inestimável da participação diária
na Santa Missa e da adoração ao Santíssimo Sacramento.
Viveu um amor eucarístico a partir do que se celebra na santa missa e
do que significa aquele pão, que é o próprio Cristo e não uma mera
simbolização. Para um menino de 12 anos ter esta consciência, só é
possível:
Pelo fato de sua vida ser uma oração,
Pela devoção a Nossa Senhora, a única mulher de sua vida.
Por ele cada dia mais contemplar o amor de Deus que não cessa de
resplandecer por nós, principalmente quando se faz Eucaristia.

5
Biografia de Carlo Acutis
Um anjo da modernidade
Carlo é um gênio da informática no céu.
"Ele sabia usar as novas técnicas de comunicação para transmitir o
Evangelho, comunicar valores e beleza" (Papa Francisco – Cristo vive).
Em tempo de redes sociais disseminando o mal e de fake news, Carlo
dá uma lição de que a Rede Mundial de Computadores deve ser espaço
para divulgar o amor a Deus e promover a evangelização. Tornou-se
um especialista no uso dos computadores e pode ser considerado o
Anjo da Modernidade e patrono da Internet. E essa missão do jovem é
um exemplo para todas as gerações.
Foi um grande apóstolo digital. Pela primeira vez na Igreja temos um
beato quase youtuber. Certamente este é um sinal para que
reconheçamos as mídias sociais como campo obrigatório de
evangelização. Carlo nos clareia a possibilidade de sermos santos
também nestes meios, quando não cultivamos sites que não nos levam
a nada; quando não compartilhamos fake news e principalmente
quando nossos posts, vídeos e publicações são sinais visíveis do nosso
ser cristão, e não de uma falsa pessoa, que muitas vezes criamos nas
redes. A internet pode ser um caminho para o Cristo e para evangelizar,
sobretudo, os jovens.

6
Carissimos irmão e irmã.
A finalidade deste manual é de ajudar o visitante a entender melhor o
sentido e a importância da mostra Eucarística, concebida e levada a cabo
pelo Beato Carlo Acutis e agora apresentada no Santuário de Caravaggio,
Farroupilha, RS.
Esta mostra diocesana foi pensada para oferecer a oportunidade aos
catequistas e catequizandos e demais pessoas de conhecer estes
eventos extraordinários, chamados “milagres Eucarísticos”, que
ocorreram, ao longo dos séculos, após a instituição da Eucaristia por
Cristo na última ceia.
Os milagres Eucarísticos podem ajudar a viver a fé, que tem o seu centro
em Cristo\Eucaristia. Não podemos confundir os Milagres Eucarísticos
com a Eucaristia que é o verdadeiro e grande Milagre quotidiano.
A mostra é composta de uma faixa e de 184 paineis divididos na seguinte
ordem:
5 painéis introdutórios: explicam como entender e qual a importância
dos milagres eucarísticos acontecidos em vários Países (19) do mundo.
Recomendamos a leitura atenta desses cinco painéis.
134 painéis: apresentam as cidades, onde aconteceram estes eventos
milagrosos.
Orientações Gerais
Dom Alessandro Ruffinoni

19 painéis: falam dos santos e místicos e a devoção à Eucaristia.
06 painéis: narram as aparições de Nossa Senhora e a Eucaristia
02 painéis: relatam as comunhões prodigiosas de alguns santos.
12 painéis: Fotos de Carlo Acutis
06 painéis: Frases de Carlo Acutis
Este trabalho exigiu trabalho e esforço da equipe do Santuário e visa
unicamente levar a todos, sobretudo os jovens, a apreciar e adorar a
Eucaristia, centro e ápice de toda vida cristã.
Vale a pena dar uma olhada a esta mostra “para ouvir o grito do amor de
Deus que ressoa em cada celebração eucarística”.
7
Dom Alessandro Ruffinoni

Há alguns anos publiquei uma pesquisa sobre Milagres
Eucarísticos, mas, para minha surpresa, recebi uma carta que
contestava a documentação recolhida, argumentando que os
“sangramentos” eucarísticos eram nada mais que o resultado de
uma época ingênua e com tendência a criar prodígios.
Sofri muito com esta afirmação. E o motivo era simples: as coisas
não se passaram assim, os fatos falam inequivocamente.
Padre Pio, homem do século XX, não foi ele um milagre eucarístico
vivo? A sua extraordinária existência foi inteiramente ligada ao Altar,
à Missa, ao Sangue.
E quem pode afirmar que o Padre Pio foi apenas uma invenção de
ingénuos e visionários do século XX?
Teresa Neumann, falecida em 1962, portanto, em pleno século XX,
alimentou-se durante trinta e seis anos... apenas de Eucaristia.
Equipes de médicos revezavam-se junto dela e vigiavam-na noite e
dia: no final, foram obrigados a reconhecer o fato humanamente
inexplicável.
Este também é um milagre eucarístico: quem pode argumentar
contra isso?
8
Card. Angelo ComastriCard. Angelo Comastri
Prefácio

Marthe Robin, que morreu em 1981, alimentou-se exclusivamente de
Eucaristia durante cinquenta e três anos e, às vezes, para o espanto
das testemunhas, quando já não conseguia deglutir, aspirava a
Eucaristia num gesto de profundo amor a Jesus presente no
Santíssimo Sacramento.
Jean Guitton, famoso pensador, escreveu sobre Marthe Robin: “A
mulher que vou retratar era uma camponesa do interior da França.
Uma mulher que talvez fosse a mais estranha, extraordinária e
intrigante da nossa época. Logo no primeiro encontro com ela,
pressenti que um dia não poderia deixar de, pelo menos, falar sobre
ela”. Porquê? Simplesmente porque a sua vida é um prodígio
retumbante... ligado à Santíssima Eucaristia.
Com grande sobriedade, estes painéis descrevem e dão voz a muitos
Milagres Eucarísticos: vale a pena dar uma olhada... para ouvir o
grito do amor de Deus que ressoa em cada celebração eucarística.
Hoje... como ontem!
9
Card. Angelo ComastriCard. Angelo Comastri

presumir que Deus se esqueceu de nos dizer algo na instituição
da Eucaristia;
colocar em segundo plano a Eucaristia Dominical;
atribuir uma importância exagerada ao aspeto milagroso e
extraordinário, com a consequente desvalorização do quotidiano
na vida do crente e da Igreja;
dar crédito fácil a sugestões, fraudes, etc.
1) Limitações:
– A nossa fé não se baseia em Milagres Eucarísticos, mas no
anúncio de Cristo Nosso Senhor, contido na fé graças à ação do
Espírito Santo.
– Também não há qualquer obrigação para o cristão de acreditar em
Milagres Eucarísticos. Estes não exigem necessariamente a fé dos
fiéis, embora sejam oficialmente reconhecidos pela Igreja. Todos os
fiéis mantêm a sua liberdade de julgamento: nenhum cristão é
obrigado a acreditar em qualquer revelação privada, mesmo quando
é aprovada pela Igreja.
– A prudência da Igreja face a fenómenos extraordinários (como os
Milagres Eucarísticos) é plenamente justificada porque, entre outras
coisas, é possível depararmo-nos com os seguintes riscos:
Embora ninguém seja forçado a acreditar, o crente deverá ter uma
atitude respeitosa relativamente aos Milagres Eucarísticos cuja
autenticidade tenha sido reconhecida pela Igreja.
10
Mons. Raffaello MartinelliMons. Raffaello Martinelli
OS MILAGRES EUCARÍSTICOS: LIMITAÇÕES E
ASPETOS POSITIVOS

2) Aspetos positivos:
–Ajudam-nos a ir além do visível, do sensível, para admitir que há
algo que é incompreensível, humanamente inexplicável meramente à
luz da razão humana, e cientificamente não comprovável.
– Oferecer a oportunidade de falar, na catequese, sobre os Milagres
Eucarísticos eventos extraordinários que ocorreram após a
instituição da Eucaristia por Cristo, depois do fim do Novo
Testamento.
– Os Milagres Eucarísticos podem ajudar a conhecer e viver a fé, que
tem o seu centro em Cristo e em Cristo-Eucaristia:
São, portanto, uma ajuda à sua fé, porque apontam para a
Eucaristia, instituída por Cristo e celebrada na Igreja a cada
domingo.
11
Mons. Raffaello MartinelliMons. Raffaello Martinelli

– Os Milagres Eucarísticos podem convidar, para conhecer, apreciar,
adorar a Eucaristia.
que “é a fonte e o culminar de toda a vida cristã.
– Nunca devemos esquecer nem ignorar que a Eucaristia é o
verdadeiro, grande e inesgotável Milagre quotidiano. A Eucaristia:
◦ É um sacramento: os Sacramentos “são sinais sensíveis e eficazes
da graça, instituídos por Cristo e confiados à igreja, através dos
quais nos é concedida a vida divina.
◦ É o sacramento dominical por excelência, que se verifica nas
nossas igrejas quando se celebra a Santa Missa.
◦ “É o próprio sacrifício do Corpo e Sangue do Senhor Jesus, que
ele instituiu para perpetuar nos séculos, até ao seu retorno, o
sacrifício da Cruz, confiando assim à sua Igreja o Memorial da sua
Morte e Ressurreição.
– Na celebração da Missa Jesus Cristo está presente, sob as
espécies do pão e do vinho, em modo único, incomparável,
verdadeiro e real.
– São ainda de realçar os Santuários dos Milagres Eucarísticos,
reconhecidos pela Igreja, como lugares de celebrações litúrgicas
(particularmente do Sacramento da Reconciliação), lugares de
oração e espiritualidade eucarística, catequese e de atuação da
caridade.
– Os Milagres Eucarísticos, manifestam e refletem a piedade .
12
Mons. Raffaello MartinelliMons. Raffaello Martinelli

Os Milagres Eucarísticos são intervenções prodigiosas de Deus, que
visam confirmar a fé na presença real do corpo e sangue do Senhor
na Eucaristia. Conhecemos a doutrina católica no diz respeito à
presença real. Nas palavras da consagração: “Este é o meu Corpo”,
“Este é o meu Sangue”, a substância do pão torna-se o Corpo de
Cristo, e a substância do vinho o seu Sangue. Esta notável mutação
é designada por transubstanciação, ou seja, mudança de substância.
Do pão e do vinho permanecem as aparências ou espécies que,
filosoficamente, se chamam acidentes. Permanecem o tamanho, a
cor, o sabor, o cheiro e também as capacidades nutritivas, mas
continua a ser a substância, ou seja, a verdadeira realidade, que se
tornou o Corpo e o Sangue do Senhor.
A Transubstanciação não poderá ser de modo algum vivida pelos
sentidos, apenas a fé nos assegura desta maravilhosa mutação.
Os Milagres Eucarísticos pretendem confirmar esta fé, que se baseia
nas Palavras de Jesus, segundo as quais o que parece pão já não é
pão, e o que parece vinho já não é vinho. Efetivamente, nos Milagres
Eucarísticos figuram a Carne e o Sangue, ou um ou outro, conforme
o caso. O propósito dos Milagres é provar que não devemos olhar
para a aparência exterior (pão e vinho), mas para a substância, a
verdadeira realidade da coisa, que é carne e sangue.
13
Padre Roberto Coggi, O.P.)Padre Roberto Coggi, O.P.)
Os Milagres Eucarísticos

Os teólogos medievais aprofundaram o tema dos Milagres
Eucarísticos (muito frequentes na época), para os quais forneceram
várias interpretações, mas a mais fundada e razoável parece ser a do
“Doutor Eucarístico” por excelência, ou seja, São Tomás de Aquino
(Suma Teológica III, q.76, a.8).
Ele afirma que o Corpo e o Sangue que aparecem após o Milagre se
devem à transformação das espécies eucarísticas, ou seja, dos
acidentes, e não tocam a verdadeira substância do Corpo e Sangue
de Jesus. As espécies do pão e do vinho são milagrosamente
transmutadas em espécies de carne e sangue, mas o verdadeiro
Corpo e o verdadeiro Sangue de Jesus não são aqueles que
aparecem, mas aqueles que, antes ainda do Milagre, estavam ocultos
sob as espécies do pão e do vinho e que ainda existem secretamente
sob a espécie da carne e do sangue.
Se, efetivamente, a carne e o sangue que aparecem fossem
verdadeiramente a carne e o sangue de Jesus, deveríamos dizer que
Jesus ressuscitado, que reina impassível à direita do Pai, perdera
uma parte da sua carne ou do seu sangue, o que não poderá, de
forma alguma, ser admitido.
Devemos dizer que a carne e o sangue que aparecem nos milagres
são do mesmo tipo das espécies ou aparências, ou acidentes – nem
mais nem menos do que as espécies do pão e do vinho.
O Senhor realiza estes milagres para dar um sinal, claro e visível a
todos, de que a Eucaristia é o verdadeiro Corpo e verdadeiro Sangue
do Senhor.
14
Padre Roberto Coggi, O.P.)Padre Roberto Coggi, O.P.)

Porém, este verdadeiro Corpo e Sangue não são aqueles que
aparecem, mas aqueles que estão substancialmente contidos sob as
espécies ou aparências – espécies ou aparências estas que, antes do
Milagre, eram as do pão e do vinho, e depois do Milagre são as da
carne e do sangue.
Jesus está realmente e substancialmente contido sob as aparências
da carne e do sangue, tal como antes do Milagre. Por isso, podemos
adorar Jesus realmente presente sob a espécie da carne e do
sangue.

15
Padre Roberto Coggi, O.P.)Padre Roberto Coggi, O.P.)

+ DESEJAR DE SER SANTO
+ MISSA (possivelmente diária)
+ ADORAÇÃO (alguns momentos)
+ CONFISSÃO (frequente)
+ AJUDAR OS OUTROS (CARIDADE)
+TERÇO À MÃE MARIA
+ LER A PALAVRA DE DEUS
+ PEDIR AJUDA AO ANJO DA GUARDA
16
"A Eucaristia é a minha via expressa para o Céu"."A Eucaristia é a minha via expressa para o Céu".

KIT PARA SER SANTO

Infinito, não o finito. O Infinito é a nossa Pátria.Infinito, não o finito. O Infinito é a nossa Pátria.
O Céu está esperando por nós desde sempre."O Céu está esperando por nós desde sempre."

Prece para solicitar a Canonização do Beato
Carlo Acutis

Ó Pai,
que nos deste o testemunho apaixonado
do jovem Beato Carlo Acutis,
que fez da Eucaristia o centro de sua vida
e a força de seu empenho diário,
porque também os outros Te amassem
acima de todas as coisas,
faz com que possa ser em breve
considerado um dos Santos de Tua Igreja.
Confirma a minha Fé,
alimenta a minha Esperança,
revigora a minha Caridade,

17
à imagem do jovem Carlo,
que, ao crescer com essas virtudes,
agora vive perto de Ti.
Concede a graça que tanto desejo...
Confio em Ti , Pai,
e em Teu amadíssimo Filho Jesus,
na Virgem Maria, nossa doce Mãe,
e na intercessão de Teu Beato Carlo Acutis.
Pai nosso... Ave Maria... Gloria ao Pai...

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Eucarística de Carlo AcutisEucarística de Carlo Acutis
Santuário de CaravaggioSantuário de Caravaggio
https://caravaggio.org.br/pagina/carlo-acutis

O’CEBREIR O
ESPANHA, 1300
ilag re Euc aríst ico de
No Milagre Eucarístico de
O’Cebr eiro, durante a Missa,
a Hóstia converteu-se em
Carne e o vinho em Sangue,
que saiu do cálice manchando
o corporal. O Senhor realizou
este Prodígio para sustentar a
pouca fé do sacerdote que não
acreditava na presença real de
Jesus na Eucaristia.
As Sagradas Relíquias do
Milagre estão ainda hoje
guardadas na Igreja onde
acontece o Prodígio e são
numer osos os peregrinos que
todos os anos acorrem para
venerá-lo .
um gélido Inverno de 1300, um sacerdote
beneditino estava a celebrar a Santa Missa
numa capela lateral da igreja do convento
de O’Cebr eiro. Ele pensav a que naquele rude dia
em que a neve caia abundantemente e o vento era
insupor tável, ninguém ousaria apresentar-se na
igreja para assistir à Missa. Enganav a-se. Um
camponês de Barxamaior , de nome Juan Santín,
saiu direito ao convento para participar na Missa.
O sacerdote celebrante que não acreditava na
presença verdadeira de Cristo no Santíssimo
Sacramento,
no seu coração, desprezou o sacrifício
e a boa vontade do camponês. Começou então a
celebrar a Missa quando, de repente, depois de
proferidas as palavras da consagração, a Hóstia se
converteu em Carne e o vinho em Sangue que
saiu do cálice manchando o corporal. Parece que,
até a testa da estátua em madeira da Nossa
Senhora se inclinara em sinal de adoração no
momento do Prodígio. O povo chama-a hoje a
«Senhora do Santo Milagre». O Senhor quis
abrir os olhos do incrédulo sacerdote que tinha
duvidado, e recompensar a grande devoção do
camponês. Por quase duzentos anos a Hóstia
transformada em Carne foi deixada sobre a
patena, até que a Rainha Isabel, enquanto se
dirigia em peregrinação a Santiago de
Compostela, passasse por O’Cebr eiro e tomasse
consciência do Milagre.
A Rainha mandou logo construir
um precioso relicário de cristal, apropriado
para conter a Hóstia miraculosa. Todos os anos,
no dia da festa do Corpo de Deus, em 15 de
Agosto e 8 de Setembr o, são levadas em procissão
as Relíquias do Prodígio, juntamente com a estátua
de Nossa Senhora. Entre os inúmer os documentos
que testemunham o Milagre recordamos a Bula do
Papa Inocêncio VIII de 1487 e a do Papa Alexandr e
VI de 1496, e um relatório do Padre Yepes.
© 2006, Edizioni San Clemente
Santuário de O’Cebr eiro
Relíquia do Cálice, da Patena e do Santo Sangue do Milagre
Altar onde se verificou
o Milagre
N
Montanha onde se retirava para
orar Juan Santín
“A Senhora do Prodígio”
Capela onde se conservam
as Relíquias do Prodígio
Interior da Igreja de
Santa Maria
Vista panorâmica do Mosteiro de O’Cebr eiro

OFFIDA
ITÁLIA, 1273-1280
ilag re Euc aríst ico de
Em Offida, na Igreja de Santo
Agostinho conservam-se as
Relíquias do Milagre Eucarístico
acontecido em 1273, no qual a
Hóstia se converteu em carne
sangrenta. São numerosos os
documentos que descrevem o
Prodígio, entre os quais a cópia
autêntica de um pergaminho do
séc. XIII, escrito pelo notário
Giovanni Battista Doria em
1788. Além disso, são inúmeras
as Bulas de Papas, a começar pela
de Bonifácio VIII (1295), e pela
de Sisto V (1585) intervenções
de Congregações romanas,
decretos bispais, estatutos
comunais, etc., e testemunhos
insignes de ilustres historiador es,
entre os quais recordamos o
“Antinori e o Fella”.
o ano de 1273, em Lanciano, uma mulher
de nome Ricciar ella, para reconquistar o
afecto do marido Giacomo Stasio, por
conselho de uma feiticeira, apresentou-se na
Comunhão para roubar uma Hóstia Consagrada.
Regressada a casa colocou-a sobre o fogo num
copo, com o intento de pulverizá-la e metê-la
depois nos alimentos do marido . Em vez disso, a
Partícula transformou-se em carne ensanguen-
tada.
Ricciar ella aterrorizada pelo acontecido,
embrulha o copo e a Hóstia em sangue, numa
toalha de linho, que sepultou depois num buraco
debaixo do estrume no estábulo do marido .
Estranhos acontecimentos se seguiram no interior
do estábulo: a jumenta de Giacomo cada vez que
ali entrava prostrava-se de joelhos na direcção do
lugar onde estava enterrada a Hóstia Milagrosa,
tanto que persuadiu Giacomo a pensar que a
mulher tivesse feito um malefício à besta. Sete
anos depois Ricciar ella, tomada pelos remorsos,
confessou o seu horrível sacrilégio ao então
prior do Convento Agostiniano de Lanciano,
Giacomo Diotallevi , natural de Offida. Como
contam as crónicas mais antigas, a mulher em
lágrimas começou a gritar ao sacerdote: «Matei
Deus! Matei Deus!» O sacerdote dirigiu-se ao
lugar e encontr ou intacto o embrulho com as
relíquias que depois foram dadas aos seus
concidadões. Para conservar a Sagrada Hóstia,
os habitantes de Offida fizeram construir um
relicário em forma de cruz.
Como narra uma antiga crónica
de um ourives de Veneza, foram-lhe enviados, o
frade Michele e um confrade. Juntos
na cidade,
obrigaram o ourives a prometer , com juramento
de fidelidade «que não revelaria a ninguém tudo
quanto veria e colocaria dentro da cruz. Depois
disto, o ourives tentou prender o Relicário com a
Hóstia Milagrosa, mas possuído por uma febre
repentina exclamou: “o que me trouxeram, ó frades
meus?”. O religioso pergunta-lhe então se está em
pecado mortal. Refeito de si, o ourives confessa-se
então ao frade e, já sem febre pega no relicário,
extrai dele a Hóstia, e fecha-a juntamente com o
sagrado lenho, na cruz encimada por um cristal,
como se pode ver». O relicário do copo e da
toalha manchada de sangue com a cruz contendo
a Hóstia Milagrosa estão expostas na Igreja de
Santo Agostinho, em Offida. A casa de Ricciar ella
em Lanciano foi, por sua vez, transformada numa
pequena capela. Em 1973 celebrou-se o VII cen-
tenário do Milagre e todos os anos, a 3 de Maio,
os cidadãos de Offida festejam do Prodígio.
Frescos presentes na igreja, que ilustram o Milagre
Detalhe do linho ensanguentado
Fachada da Igreja de Santo
Agostinho, Offida
Relíquia do Milagre
N
© 2006, Edizioni San Clemente
Copo onde se verificou o
milagre, Offida
Relíquia do linho ensanguentado
onde Ricciar ella esconde a
Hóstia Milagrosa
Imagem aumentada da Relíquia da Hóstia contida nesta
preciosa Cruz,obra de um ourives veneziano (XIII século)

ONIL
ESPANHA, 1824
ilag re Euc aríst ico de
No Milagre Eucarístico
de Onil, um Relicário que
continha uma Hóstia
Consagrada foi roubado da
igreja paroquial. Alguns dias
depois, uma mulher da aldeia
vizinha, de Tibi, encontr ou o
Relicário com a Partícula
roubada lá dentro, no meio de
um campo de verdura.
Exactamente 119 anos depois,
em 28 de Novembro de 1943,
D. Guillermo Hijarrubia,
delegado do Arcebispo de
Valência, confirmou a
autenticidade do Milagre ao
verificar a conservação
incorrupta da Hóstia. Ainda
hoje a Partícula se mantém
intacta não obstante terem
transcorrido mais de 182 anos.
m 15 de Novembro de 1824 o Relicário que
continha o Santíssimo Sacramento e alguns
objectos dedicados ao culto foram roubados
na igreja de Onil por Nicolás Bernabeu que desde
criança tinha sido menino do coro justamente
naquela Igreja. A notícia do roubo
sacrílego
difundiu-se bem depressa em toda a região.
Quando
o ladrão tentou revender os objectos roubados em
Alicante, provocou súbitas desconfianças no
negociante que decide advertir as autoridades.
Nicolás Bernabeu foi preso, mas não queria r
evelar
onde tinha escondido o Relicário que ainda
continha o Santíssimo . Os fiéis e as autoridades
civis procuraram por vários dias, até mesmo no
campo, mas foi justamente na aldeia vizinha, em
Tibi, onde o ladrou se tinha estabelecido para
viver, que a senhora Teresa Carbonell, a 28 de
Novembro de 1824, encontr ou o Relicário
roubado na zona chamada de “La Pedrera”. A
mulher logo o restituiu a Onil onde foi acolhido
com grandes festejos. Exactamente 119 anos
depois, em 28 de Novembro de 1943, D.
Guillermo H ijarrubia, delegado do Ar cebispo de
Valência, confirmou a autenticidade do Milagre
ao constatar a perfeita conservação da Partícula
contida no R elicário r oubado .
Ainda hoje se pode admirar na Igreja
paroquial de S. Giacomo Apóstolo, em Onil, a
Hóstia milagrosa que permaneceu intacta depois
de quase dois séculos. Celebra-se todos os anos a
Festa de Nosso Senhor “Robat” para comemorar
o Prodígio E ucarístico e a descober ta da Hóstia.
© 2006, Edizioni San Clemente
Relíquia da Hóstia Milagrosa
Relíquia da Hóstia que se conserva intacta
Festa em honra do Prodígio chamada “La Pedredia”, em memória
do lugar onde foi encontrada a Hóstia
E

ONIL
ESPANHA, 1824
ilag re Euc aríst ico de
Logo a mulher o
transportou para
Onil onde foi
acolhido com
grandes festividades.
© 2006, Edizioni San Clemente
Igreja de S. Giacomo Apóstolo
em Onil onde se conserva a
Hóstia milagrosa
Vitrais presentes na igreja S. Giacomo, nos quais estão representadas as cenas do Milagre
Interior da Igreja de
S. Giacomo
Capela construída no lugar onde
foi encontrada a Hóstia

Antiga estampa que
representa o Milagre
PATIERNO (NÁPOLES)
ITÁLIA, 1772
ilag re Euc aríst ico de
Em 29 de Agosto de 1774,
a Cúria Arcebispal expressa-se
favoravelmente em relação ao
miraculoso achado e à
inexplicáv el preservação das
Hóstias furtadas da igreja de
S. Pedro em Patierno, a 24 de
Fevereiro de 1772. O ano de
1971 foi nomeado Ano
Eucarístico diocesano, para
dar expressão á comunidade
diocesana, de tomar
consciência do Milagre
Eucarístico . Porém em 1978
alguns ladrões desconhecidos
conseguiram roubar também
o Relicário com as miraculosas
Partículas de 1772.
m 1772, ladrões desconhecidos roubaram
um certo númer o de Hóstias Consagradas,
que acabaram por ser encontradas nos
terre
nos do Duque de Grottolelle, um mês
depois, sobre um montão de estrume, completa-
mente intactas. Foi possível encontrá-las, graças à
aparição de luzes misteriosas, e de uma pomba
sobre o lugar onde estavam sepultadas. Santo
Afonso Maria de Liguori, descreve detalhada-
mente este Milagre. A circunferência da Partícula
roubada na igreja de S. Pedro em Patierno, além
disso, correspondia perfeitamente à do ferro
usado para as suas composições e incisões, de
propriedade
da mesma igreja de S. Pedro. O
Vigário Geral, Monsenhor Onorati, redige o
relatório do processo diocesano que durou 2
anos, de 1772 a 1774, e põe o sinete, com cera de
Espanha, de cor vermelha, sobre o nó do laço que
apertava as «duas pequenas garrafas encastradas
em prata». No relato lê-se: «Digamos, decrete-
mos, e declaremos que a mencionada aparição
das luzes e a intacta conservação das Sagradas
Partículas, por tantos dias sob o terreno, foi e é,
um autêntico e notabilíssimo Milagre operado
por Deus.
Entre as várias testemunhas,
havia também a de três afamados cientistas do
tempo, entre os quais também se encontrav a o
notável Dr. Domenico Cotugno, da Régia
Universidade de Nápoles, que assim se expr essou
a respeito: decididamente a extraor dinária aparição
das luzes, de tantas maneiras variada, e a conser-
vação intacta das desenterradas Partículas, não
podem explicar-se senão por princípios físicos, e
superam a força dos agentes naturais: por estas
razões devem ser consideradas miraculosas. Em
1972 o Prof. Pedro de Franciscis, docente de
fisiologia humana na Univ
ersidade dos Estudos
de Nápoles, confirmav a esta sentença, no seu
«Relatório sobre o achado das Sagradas Hóstias,
acontecido em 24 de Fevereiro de 1772, em
S. Pedro em Patierno». Em 1967, o Cardeal
Arcebispo Corrado Ursi, escrevia na Bula a esse
propósito, indexada por ocasião da elevação da
igreja de S. Pedro a Santuário Diocesano
Eucarístico: «O Prodígio de S. Pedro em Patierno
é um dom e uma advertência divina, para toda a
arquidiocese. A sua voz não deve enfraquecer mas
deve eficazmente impelir os fiéis de todos os tem-
pos, a considerar a mensagem respeitante ao “Pão
da vida, para a salvação do mundo», lançado por
Jesus em Cafarnaum.
E
Igreja de S. Pedro, Patierno
Lápide erigida no lugar onde foram encontradas as Hóstias
Relicário do Prodígio
© 2006, Edizioni San Clemente
Documento no qual o Cardeal Ursi eleva a Igreja de S. Pedro
a Santuário Diocesano Eucarístico

PONFERRADA
ESPANHA, 1533
ilag re Euc aríst ico de
No Milagre Eucarístico de
Ponferrada, Juan de
Benavente decide roubar o
tabernáculo da sua própria
paróquia, que continha
dentro um precioso Relicário
de prata, com numer osas
Hóstias Consagradas.
Apenas a distância de muito
tempo e as circunstâncias
Miraculosas possibilitaram a
recuperação das Hóstias
roubadas que se tinham
mantido perfeitamente intactas.
uan de Benavente vivia em Ponferrada com a
mulher . Aparentemente era muito devoto e
religioso; de facto todas as tardes fechava-se
na igreja a rezar. Um dia, durante a hora de oração,
cedeu à ganância e apossou-se do tabernáculo, um
simples contentor em madeira, dentro do qual
estava guardado um precioso relicário de prata com
as Partículas Consagradas. Saído da igreja dirigiu-se
até ao rio Sil, para lançar na água o tabernáculo de
madeira sem valor comercial, mas junto à margem
não consegue atirá-lo, pois este se tinha tornado
pesadíssimo, tanto, que se tornou impossív el deitá-lo
à água. Voltou então para casa onde esconde tudo
sem dizer nada à mulher . Durante a noite porém,
contínuos clarões provenientes do tabernáculo
fizeram suspeitar
a mulher e assim, Juan decide sair
e desfazer-se definitiv amente do furto sacrílego .
Junto a um lugar chamado campo do Arenal arre-
messou o tabernáculo e as Partículas no meio das
silvas. A descober ta do furto suscitou o pasmo entre
toda a população e Juan tornou-se cada vez mais
nervoso e ansioso, também porque não sabia como
revender o relicário de prata sem ser descober to.
Vizinho ao campo do Arenal o
proprietário do terreno, Diego Nuñez de
Losada, preparara um tiro ao alvo, divertimento
- etseT .setnatibah so arap atsef ed said sod
munhas oculares referiram que, no período em
que as santas Partículas se encontrav am ainda
entre as silvas, de noite se viram muitas vezes
clarões de luz, enquanto que de dia, se notavam
pombas estranhas que se pousav am em cima.
Os besteiros tentaram de todos os modos atingir
as pombas mas em vão. O moleiro Nogaledo,
decide então capturar as pombas com as mãos e
embrenhando-se entre as silvas, descobr e o taber-
náculo e as santas Hóstias das quais provinham
raios de luz intensíssima. Admirado, dirige-se a
correr para a igreja onde se põe a tocar os sinos.
Foi logo organizado o regresso das Sagradas
Espécies à Igreja, com uma procissão solene. Juan
foi tomado pelos remorsos e assim decide confessar
a sua própria culpa. No lugar em que as Hóstias
miraculosas foram descober tas, foi de imediato
construída uma capela. Em 1570, o pároco projec-
tou
a ampliação do edifício e instituiu uma
procissão solene anual, em memória do Milagre,
que se fazia ao oitavo dia da festa do Corpo de Deus.
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Igreja de Santa Maria onde acontece o Milagre, PonferradaA Virgem de La Encina
J
Antiga Igreja de S. Pedro,
demolida no século XX onde
continuav a conservado o
quadro do Milagre, Ponferrada
Lugar exacto onde foram
encontradas as Hóstias
Estrada chamada assim, em honra da descober ta do Milagre
Pintura que representa o Milagre, hoje conservada na nova
Igreja de S. Pedro
Rio Sil (vizinho ao Campo do Arenal), onde Juan de Benavente
queria lançar o tabernáculo com as Hóstias dentro
Igreja de S. Pedro Nova,
Ponferrada

POZNAN
POLÓNIA, 1399
ilag re Euc aríst ico de
Na cidade de Poznan, em
1399, foram roubadas três
Hóstias Consagradas, por
profanador es que, por afronta,
as golpearam com furador es.
Subitamente das Hóstias
destilou sangue e cada
tentativ a para destruí-las
resultou inútil. Então os
malfeitor es, para não serem
descober tos, decidiram
lançá-las dentro de um
lodaçal. Porém, as Partículas
ergueram-se no ar emanando
fortes raios de luz.
Somente depois de fervorosas
orações, o Bispo consegue
recuperar as Partículas que,
ainda hoje, é possível venerar
na igreja do Corpo de Deus
em Poznan.
m 1399, na cidade de Poznan, um grupo de
amigos particularmente adversos à Fé cristã,
convenceram uma doméstica a retirar da Igreja
dos Dominicanos (hoje dos Jesuítas), três Hóstias
Consagradas. A mulher , seduzida pela grande recom-
pensa, consegue roubar as três Hóstias. Mal os mal-
feitores as receberam, desceram rapidamente ao sub-
terrâneo de um dos seus palácios, puseram-nas sobre
uma mesa e macularam-nas, golpeando-as com um
furador . Inesperadamente, das Partículas começou a
verter sangue copiosamente, o qual molhou a cara de
uma rapariga do grupo, afectada
de cegueira, que
recuperou imediatamente a visão. Os profanador es
tomados pelo pânico e pela angústia tentaram des-
truir as Hóstias que, pelo contrário, continuav am
íntegras. Não conseguindo assim livrarem-se delas,
decidiram finalmente levá-las para fora da cidade e
atiraram-nas a um pântano na vizinhança do rio
Warta. No entanto, um jovem pastor que se encon-
trava a passar junto do lamaçal, vê as três Hóstias,
luminosíssimas, erguerem-se no ar. Dominando a
emoção, o rapaz voltou a casa e contou tudo ao
padre e às autoridades locais.
O burgomestre mostrou-se indife-
rente à narrativ a do jovem e crendo encontrar-se
perante um impostor , logo ordenou a sua prisão. O
jovem pastor consegue porém libertar-se misterio-
samente e apresentou-se de novo ao burgomestr e,
que finalmente se convenceu dos factos e se deslo-
cou ao lugar do Prodígio. Entretanto, toda a popu-
lação estava já reunida ao redor das três Hóstias
luminosas, suspensas no ar. Somente depois do
Bispo Wojgiech Jastrzebiec ter dirigido
ardentes
orações ao Céu, consegue recuperar as Partículas
que deslizaram para a custódia que tinha entre as
mãos. O Bispo ordenou de imediato que se fizesse
uma procissão solene para acompanhar as Hóstias
prodigiosas, para a igreja dedicada a Santa Maria
Madalena. No local do Milagre foi construída uma
capela de madeira que se tornou meta de peregrina-
ções. Também o rei Wladysl aw Jagiello tomou
consciência do Milagre e dirigiu-se pessoalmente a
Poznan para reverenciar as Hóstias prodigiosas. Em
sinal de devoção, o rei mandou edificar uma igreja
dedicada ao Corpo de Deus justamente no sítio onde
tinha acontecido o Prodígio. No século XIX, no
lugar do velho palácio onde tinha sido cometida a
profanação das Partículas, foi construído um
Santuário onde ainda hoje está conservada a mesa
com a marca do Sangue exalado das Hóstias.
Cada quinta-feira, na igreja do Corpo de Deus, de
Poznan, faz-se uma procissão com o Santíssimo
Sacramento, para recordar o Milagre.
E
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Interior do Santuário
Antiga Capela na qual foram
guardadas as Hóstias até ao
século transacto
Vitral onde se encontram
representadas as três Hóstias
milagrosas
Santuário Eucarístico
Fresco existente no tecto da
Sacristia do Santuário Eucarístico
no qual está representada uma
cena do Milagre
Na nave central, por cima do altar onde está guardada a relíquia de
S. Onufry, encontram-se três esculturas do século XVIII que
representam os profanador es que tentam desembaraçar-se das Hóstias
No Santuário Eucarístico conservam-se os preciosos relicários
presenteados pelo rei Jagiello, a toda a hora utilizados para exposição
do Santíssimo Sacramento
Sacristia do Santuário Eucarístico construída a meio
do XVIII século

REGENSB URG
ALEMANHA, 1255
ilag re Euc aríst ico de
No Milagre Eucarístico de
Regensburg, um sacerdote,
durante a Santa Missa, foi
assaltado por dúvidas acerca
da presença real de Jesus na
Eucaristia. No momento em
que estava a levantar o cálice,
o Crucifixo de madeira sobre
o tabernáculo animou-se, o
Senhor estende lentamente os
braços para o sacerdote e
toma das suas mãos o cálice
que expõe à adoração dos fiéis.
25 de Março de 1255, Quinta-feira Santa,
um sacerdote de Ratisbonne estava a levar o
Senhor a um moribundo, quando inespera-
damente, entrando na cidade, se encontr ou
diante de um riacho que transbor dava por causa
de um temporal imprevisto. Para permitir a
passagem das pessoas foi posta entre as margens
do rio uma simples prancha de madeira. Ao
atravessá-lo o padre escorregou e deixou cair a
custódia com as Hóstias Consagradas lá dentro.
O sacerdote, os fiéis e as autoridades da cidade
deliberaram, no próprio dia, como acto reparatório,
erigir uma capela no local do incidente. A 8 de
Setembr o de 1255, o Bispo Albert, em honra do
Salvador, consagr
ou a capela para onde foi
levado, em solene procissão, o Santíssimo
Sacramento . Desde esse momento o Santuário
começou a ser frequentado por numer osos fiéis.
Dois anos mais tarde, um episódio extraor dinário
confirmou a santidade do lugar. Um sacerdote
estava a celebrar a Santa Missa na pequena
capela, quando foi acometido de dúvidas acerca
da presença verdadeira de Jesus na Eucaristia.
Protelou portanto a elevação do cálice,
e de súbito, sentiu um ligeiro murmúrio prove-
niente do altar: do Crucifixo de madeira que
encimav a o tabernáculo, o Senhor estende lenta-
mente os braços para o sacerdote e toma das suas
mãos o cálice que expõe à adoração dos fiéis. O
padre, arrependido, ajoelhou-se e pede perdão
por ter duvidado . O Senhor devolve-lhe o cálice
em sinal de per dão. O Crucifixo milagr oso ainda
hoje está conservado na vizinha cidade de Regensburg
e são em grande número os fiéis que todos os
anos se deslocam em peregrinação a este lugar.
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A
Estampa antiga que
representa o Milagre

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Milagre Eucarístico de
REGENSBURG
ALEMANHA, 1255

RIMINI
ITÁLIA, 1227
ilag re Euc aríst ico de
Este Milagre Eucarístico, foi
realizado por Santo António,
despois de ter sido desafiado
por um herético cátaro, de
nome Bonovillo, a demonstrar
a real presença de Jesus Cristo
na Eucaristia. A mais antiga
e importante biografia de
Santo Antonio, “A Assidua”,
refere
as exactas palavras com
que Bono villo o desafiou:
«Frade! Falo-te na presença de
todos: acreditarei na Eucaristia
se a minha mula, que mantev e
jejum por três dias, preferir
comer a Hóstia que lhe ofere-
cerás tu, ao invés da cevada
que puser eu». A mula mesmo
no limite das suas forças,
ajoelhou-se defronte da Hóstia
Consagrada e recusou a cevada.
a cidade de Rimini, ainda hoje é possível
visitar a igreja construída em honra do
Milagre Eucarístico, operado por Santo
António de Pádua no ano de 1227. Este episódio
é citado também na “Begninitas ” obra das mais
consideradas, entre as fontes mais antigas sobre
a vida de Santo António . «Este Santo homem
discutia com um herético cátaro que era contrá-
rio ao Sacramento da Eucaristia e o Santo quase
o conduziu à
fé Católica. Mas este herético,
depois de vários e numer osos argumentos
declar ou: “Se tu, António, conseguir es com um
prodígio demonstrar que na Comunhão está
realmente o Corpo de Cristo, então eu, depois
de ter renegado totalmente a heresia, converter-
me-ei imediatamente á fé Católica ”. “Porque
não fazemos uma aposta? Terei fechada por
três dias, uma das minhas bestas e fá-la-ei sentir
o tormento da fome. Depois de três dias
apresentá-la-ei em publico e mostrar-lhe-ei
comida pronta.
Tu estarás diante dela com aquilo que afirmas
ser o Corpo de Cristo. Se o animal, desdenhar a
forragem, e se apressar a adorar o seu Deus, eu
converter-me-ei à fé da tua Igreja”». Santo António,
iluminado e inspirado pelo Senhor, aceitou o
desafio . O encontr o foi fixado na Praça Grande
(a actual praça dos Três Mártires), atraindo uma
imensa multidão de curiosos. No dia fixado, à hora
combinada, os protagonistas do insólito desafio
fizeram a sua entrada na praça, seguidos pelos
seus simpatizantes. Santo António com os seus
fieis católicos, Bonovillo (era
este o nome do herético
cátaro) com os seus aliados na descrença. O Santo
apresentou-se tendo nas mãos a Hóstia Consagrada
fechada no relicário, o herético levando pela mão a
mula cheia de fome. O Santo depois de ter pedido
e obtido o silencio dos presentes dirigiu-se à mula
com estas palavras: «Em virtude e em nome do
Criador,
que, embora me seja indigno, tê-lo nas minhas
mãos,
te digo e ordeno: avança prontamente e
rende
homenagem ao Senhor com o respeito devido,
afim
de que os malvados e os heréticos compreendam
que
todas as criaturas se devem humilhar defronteao
Criador que os sacerdotes têm na mão sobre o
altar ». E logo o animal, recusou o alimento do
patrão, e se aproximou docilmente do religioso:
dobrou as patas anterior es diante da Hóstia e assim
ficou de modo reverente. António não se tinha enga-
nado ao julgar a lealdade do seu adversário, que se lançou
imediatamente a seus pés e renegou publi camente
os seus erros
, transforman do-se desde aquele dia num
dos mais zelosos cooperador es do Santo milagreiro.
N
Milagre do Santo António. Colecção do Museu Diocesano,
Milão, Itália
Templum SS. Eucharistiae,
Rimini, Itália
Milagre Eucarístico de Santo
António, Salvaterra de Magos,
Igreja Matriz, Portugal.
Altar construído sobre a coluna onde o Santo António
operou o Milagre.
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Donatello di Niccolò di Betto Bardi, chamado Donatello,
Milagre da mula, (1446-1448) Pada, Basílica do Santo
Domenico Beccafumi, Santo António e o Milagre da mula(1537),
Louvre, Paris
Fresco de Girolamo Tessari
(1511). Basílica
de Santo António, Pádua.
Igreja de S. António,
Tonara, Itália.

ROMA
ITÁLIA, VI-VII SÉCUL O
A relíquia deste Milagre
Eucarístico encontra-se preser-
vada no mosteir o beneditino,
em Andechs, na Alemanha.
Aconteceu em Roma no ano
de 595 durante uma celebração
eucarística presidida pelo
Papa S. Gregório Magno. No
momento de receber a Sagrada
Comunhão, uma nobre dama
romana começou a rir porque foi
assaltada pela dúvida acerca da
verdadeira presença real de Cristo
no Pão e no Vinho consagrados.
O Santo Padre, então, per turbado
pela incredulidade, decidiu que
ela não podia receber a
Comunhão, e logo as espécies
do pão e do vinho se transformaram
em Carne e em Sangue de
Nosso Senhor Jesus Cristo.
ntre as obras mais importantes nas quais
vem mencionado este Milagre Eucarístico,
que aconteceu em Roma no ano de 595,
está a “Vita Beati Gregorii Papae” da autoria do
Diácono Paulo no ano de 787.
Era costume naquela época,
que o pão utilizado para a celebração da missa
fosse preparado pelos fiéis. O Papa S. Gregório
Magno foi testemunha directa deste P
rodígio. Um
domingo enquanto celebrav a a Santa Missa na
antiga igreja dedicada a São Pedro, no momento
de distribuir a Comunhão, apercebeu-se que
entre os fiéis em fila para a Comunhão estava pre-
sente uma das mulher es que tinham preparado o
pão para a consagração . Esta ria sonoramente. O
Pontífice perturbado com a situação, interrogou-
a, pedindo-lhe explicação para o motivo daquele
compor tamento . A mulher justificou-se, dizendo
que lhe era impossív el acreditar que naquele
pão, que ela mesma tinha preparado pelas suas
mãos, apenas graças às palavras da consagração
se transformasse no verdadeiro Corpo e o Sangue
de Cristo. São Gregório proibiu-lhe então que
fizesse a Sagrada Comunhão e começou a implorar
a Deus para que a iluminasse. Tinha apenas acabado
de orar quando viu transformar-se em verdadeira
Carne e Sangue, aquela fracção de pão preparada
pela mulher . Então esta, arrependida, ajoelhou-se
e começou a chorar. Ainda hoje, parte da Relíquia
deste Milagre está guardada em Andechs, na
Alemanha, no Mosteiro Beneditino .
E
Relicário que contém a Hóstia do Milagre que se conserva
hoje em Andechs
AdrienYsenbrandt. Século XVI. Aparição de Jesus marcado
pela Paixão durante uma Missa de S. Gregório
Capela onde a Relíquia
de Andechs está guardada
Antigo Missal com a
gravura de S. Gregório
celebrando a Missa
Missa miraculosa de S. Gregório Magno,
Domenico Cresti (1559 -1638)
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Igreja do Mosteiro
Beneditino de Andechs
Missa de S. Gregório, Museu
Hiéron, Paray-le-M onial
Missa milagrosa na qual
S. Gregório livra numer osas
almas do Purgatório
ilag re Euc aríst ico de

ROMA
ITÁLIA, VI-VII SÉCUL O
Tinha apenas
acabado de orar
quando viu
transformar-se em
verdadeira Carne
e Sangue, aquela
fracção de pão
preparada
pela mulher.
Nicolò Circignani, dito o Pomarancio, O Milagre Eucarístico de S. Gregório Magno. Luneta do pórtico do átrio da Igreja de S. Gregório
Magno no Célio, Roma
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Ícone de S. Gregório
Igreja de S. Gregório Magno no Celio, Roma
ilag re Euc aríst ico de

ROMA
ITÁLIA, 1610
ilag re Euc aríst ico de
Ainda hoje é possível ver a
marca milagrosa deixada pela
Hóstia, caída sobre o degrau
do altar da Capela Caetani,
na Igreja de Santa Pudenziana
em Roma. A marca sobre o
degrau, ali ficou impressa
após a queda da Hóstia, das
mãos de um sacerdote que
enquanto estava a celebrar a
Missa foi assaltado pela
dúvida sobre a presença
real de Jesus no Sacramento
da Eucaristia.
anta Pudenziana é uma das mais antigas
Igrejas de Roma. Segundo a maior parte dos
historiador es, o senador romano Pudente
deu hospitalidade ao Apóstolo Pedro na sua casa,
que surgia onde hoje a Igreja apoia os seus
fundamentos. O nome da Igreja derivou do
nome da filha do senador: Pudenziana.
Pudenziana e a sua irmã Prassede, apesar
de não terem sido martirizadas, tornaram-se
célebres porque lavavam o sangue dos mártires
após a sua execução . A Igreja está ornamentada,
por numer osos mosaicos romanos, da era cristã e
foi construída sob o pontificado do Papa Pio I,
em 145 d.C., no lugar onde
antes surgira a casa
do senador Pudente, por vontade das filhas
Prassede e Pudenziana. Nos degraus do altar da
Capela Caetani, construída pela família Caetani,
ainda hoje se encontra a marca e a mancha de
Sangue de uma Hóstia deixada cair por um
sacerdote enquanto celebrav a a Missa. O
homem foi acometido por dúvidas acerca da
presença real de Jesus na espécie consagrada e de
súbito depois de ter consagrado a Hóstia,
deixou-a cair, inadvertidamente, no pavimento
no qual ficou o sinal da marca da Partícula.
S
Igreja de Santa Pudenziana, Roma Interior da Igreja
Detalhe da marca deixada pela Hóstia caída sobre o pavimento
de mármor e
Degraus da Capela Caetani onde se vêem claramente as marcas da
Hóstia caída e da mancha de Sangue deixada por esta
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Detalhe da mancha de Sangue deixada pela Hóstia caída

ROSANO
ITÁLIA, 1948
Milagre Eucarístico de
Na igreja do Mosteiro de
Rosano venera-se a estátua do
Sagrado Coração, que sangrou
e lacrimejou em diversas
ocasiões. A estátua, que é de
tamanho natural, foi dada em
1498 por uma piedosa
criatura, como cumprimento
de uma promessa, feita
durante o segundo conflito
mundial. O rosto de Cristo
possui uma expressão intensa
de viril doçura que convida à
oração e ao recolhimento . O
Coração sobressai no meio do
peito circundado de uma
coroa de espinhos.
a carta do Bispo Luciano
Giovanetti, 4 de Abril
de 1998
«A tarde de 4 de Abril de 1948, Domingo em Albis,
durante o canto das Vésperas, observou-se pela
primeira vez que dos olhos da estátua caíam gotas,
como lágrimas. Em Junho do mesmo ano junta-se
um outro prodígio “impressionante e inesperado”:
a efusão de
sangue. Tais factos verificaram-s e repeti-
damen te entre 1948 e 1950 e são avalizados por
numerosos testemunhos oculares desse Mosteiro, e
em particular pela Reverenda Madre Abadessa M.
Ildegarde Cabitza de v.m. No arquivo do mosteiro
conservam-se muitos testemun hos, avaliados também
por sacerdotes, pregadores e visitante s ocasionais,
juntament e com análises médicas do sangue, a toalhas
e lenços purificadores, embeb idos de sangue. Entre
estes preciosos testemunhos salienta-se a de
Monsenhor Ângelo Scapecchi, tornado depois
Bispo Auxiliar da Diocese de Arezzo. Dos arquivos,
vem-nos a consciência com que foi feito o
inquérito do Visitado r, P. Luigi Romoli o.p.,
enviado pelo S. Ofício, o qual interrogou pessoal-
mente todo o Mosteiro, impondo à comunidade
o mais absoluto silêncio. Em seguida, em 14 de
Novembro de 1950, o mesmo S. Ofício ordenou
a remoção da estátua para guardá-la em lugar
secreto. Esta retornou a Rosano em 1952. A
comunidade de Rosano viveu este acontecimento
com grande alegria e emoção, mas com extrema
reserva, tanto é verdade que – como ressalta da
crónica – não foi distraída das suas ocupações
quotidianas, mas pelo contrário , a vida monástica
prosseguiu mais intensa , segundo o mote bene-
ditino “Reza e Trabalha”. O episódio das lágrimas
e da efusão de sangue ficou inexplicá vel, do ponto
de vista natural e humano. O meu venerado prede-
cessor Monsenhor Giovanni Giorgio viu nos factos
de Rosano um apelo do Senhor “à fidelidade, à
reparação , à oração” […]. Caríssimo s irmãos e
irmãs, pensemos com comoção em tudo o que
aconteceu nestes cinquenta anos, na nossa Diocese,
e vejamo-lo como um sinal da benevolência e do
amor de Deus, e como convite a uma séria e
profunda reflexão. Renovemos com alegria a nossa
ardente devoção ao Sagrado Coração de Jesus, e
acolhendo esta mensagem peçamo s o dom de uma
sempre mais profunda conversão ao Seu amor, a
graça de um crescente fervor apostólico e ainda, o
dom de numerosas e santas vocações sacerdotais e
religiosas, para fazer de Cristo o coração do mundo.
Olhando o Coração de Jesus atingiremos, com
alegria, o renascimento da salvação!».
N
Estátua do Sagrado Coração que sangrou e lacrimejou
Refeitório da Abadia
Claustr o
A cripta
Entrada da Abadia de
S. Maria de Rosano
© 2006, Edizioni San Clemente
Segundo uma inscrição setecentista posta na fachada da Igreja,
a Abadia de S. Maria de Rosano foi fundada em 780

S. JUAN DE LAS ABADESAS
ESPANHA, 1251
ilag re Euc aríst ico de
O Conde Vifredo, em 887,
fundou um mosteir o nos
Pirenéus catalães, em torno
do qual surge imediatamente
um lugarejo, que tem hoje o
nome de “S. Juan de las
Abadesas ”. Aqui se conserva,
ainda hoje, um crucifixo com
a estátua de Jesus, em cuja
fronte está guardada uma
Hóstia que se mantém intacta
desde 1251.
m 1251 foram realizados na igreja do
mosteir o trabalhos artísticos em madeira,
que representam a descida de Jesus da Santa
Cruz: havia reproduções das imagens de Jesus e
de sua Mãe, de José de Arimatea, Nicodemos, S.
João, o discípulo amado, e dos dois ladrões. Estas
belíssimas estátuas, que escaparam à destruição
da guerra civil de 1936, pela sua expressividade,
suscitam em muitos uma grande emoção .
Especialmente a cabeça de Jesus é de uma beleza
imponente.
Quando foi esculpida, sobre a sua
fronte, o artista cavou um buraco de 6 centímetr os
de diâmetr o, com o propósito de se guardar a
sagrada Eucaristia. Em 1251 colocou-se aí uma
Partícula. Mas a memória daquela Hóstia oculta
na fronte do Crucifixo perde-se no tempo .
Somente em
1426, durante os trabalhos de
restauro da estátua, foi descober to o orifício,
na fronte do Crucifixo, lacrado com uma
pequena placa de prata. No seu interior , envolta
em linho branco, encontr ou-se a Hóstia
Consagrada de 1251, totalmente incorrupta.
Desde então aquela Hóstia, conhecida como o
“Santíssimo Mistério de S. Juan de las
Abadesas ”, é adorada e visitada todos os anos
por numer osos peregrinos.
© 2006, Edizioni San Clemente
Rosto da estátua em madeira, de Jesus, na qual está conservada
a Hóstia miraculosa
Mosteiro de S. Juan de las Abadesas
E

SANT O ANDRE DE REUNIÃO
ILHA DE REUNIÃO, 1902
ilag re Euc aríst ico de
A 26 de Janeiro de 1902,
junto da Igreja paroquial
da cidade de Santo André,
na ilha de Reunião (colónia
francesa), o Abade Henry
Lacombe, Pároco daquela
igreja, foi testemunha do
Milagre que ele mesmo pôde
narrar a milhar es de pessoas
durante o Congresso
Eucarístico de Angoulême
(1904), para além de o
contar a grupos de sacerdotes
reunidos num retiro espiritual
na cidadezinha de Périgueux.
Na Hóstia aparece o rosto
de Jesus por bastantes horas
e o fenómeno foi visto e
testemunhado por milhar es
de pessoas.
as vejamos a narrativ a do Abade Lacombe:
«Estávamos a 26 de Janeiro de 1902. Era para
nós a festa da adoração perpétua, (as Quarenta
Horas). O Santíssimo Sacramento tinha ficado
exposto no tabernáculo . Começou a Missa. Depois
da elevação, no momento do Pai-Nosso, os meus
olhos elevaram-se para a Hóstia e vi uma auréola
luminosa em volta dos raios do Sacrário . Continuei
a recitar as orações da Missa, com uma forte
perturbação na alma que, contudo, tentei dominar .
Chegamos ao momento da Comunhão e de n
ovo
olhei para o Sacrário . Desta vez vi na Hóstia uma
cara humana, com os olhos baixos, e uma coroa de
espinhos sobre a fronte. Aquilo que mais me
comoveu foi a expressão dolorosa estampada no
rosto. Os cílios dos seus olhos eram longos e
espessos. Tentei não fazer notar aos presentes todo
o tumulto que se agitava dentro de mim e terminada
a celebração dirigi-me à sacristia, chamei logo os
rapazes mais adultos do coro, e ordenei-lhes que
se dirigissem para junto do altar e observassem
atentamente o Sacrário .
Os rapazes voltaram e disseram-me:
“Padre meu, nós vimos a cabeça de um homem na
Hóstia. É o bom Deus que se mostra!” Compr eendi
então que a visão era autêntica. Chegou também
um rapaz de dezasseis anos, Adam de Villiers, que
tinha estudado num colégio em França. Disse-lhe
igualmente a ele: Entra também tu na igreja e
repara se vês qualquer coisa de extraor dinário no
tabernáculo ”. O jovem estudante encaminhou-se
para o Santuário e retornou imediatamente
dizendo-me: “Padre, é o
bom Deus que aparece
na Hóstia, vejo o seu rosto divino”. Desde aquele
momento desapar eceram todas as minhas dúvidas.
Pouco a pouco, toda a aldeia, em vagas, se derramou
na igreja para ver o Milagre. Chegaram também
jornalistas, e gente da capital Saint Denis.
Inesperadamente o rosto na Hóstia animou-se, a
coroa de espinhos desapar ecera. Usei de todas as
precauções possíveis e temendo o efeito de qualquer
reflexo de luzes, fiz apagar todas as velas e fechar as
persianas. O fenómeno surge ainda mais nítido.
Pelo contrário, na obscuridade os traços daquele
rosto emanav am verdadeir os clarões. Entre os
visitantes havia ainda uma jovem pintora que
reproduziu fielmente o rosto surgido na Hóstia,
Alguns dos visitantes levaram também lentes de
aumento, mas não foi necessário usá-las. Mais tarde
a aparição mudou ainda e na Hóstia surge um
crucifixo que cobria toda a Hóstia, de alto a baixo.
Depois da bênção eucarística e da récita do
“Tantum Ergo” a visão desapar ece».
M
Ilha de Reunião
Estampa antiga que
reproduz o Prodígio
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Milagre Eucarístico de
SALZANO
ITÁLIA, 1517
Em Salzano acontece um fato
extraordinário em 1517. Um
padre foi chamado com
urgência para levar o Viático
a um doente em perigo de
morte. A estação e a hora não
eram adequadas para fazer
uma procissão e, assim, o
sacerdote teve de se contentar
com apenas um coroinha. Ao
chegar nos prados em torno
do rio Muson, alguns burros
que estavam pastando foram
em direção ao comboio
piedoso e, ao chegar perto do
sacerdote, se ajoelharam e,
em seguida, seguiram o SS.
Sacramento até a casa do
doente, renovando a
genuflexão e, depois, sempre
com o sacerdote retornaram
parando no pasto.
m 1536, quando S. Inácio de Loyola
seus companheiros pararam em
Veneza e nas cidades vizinhas
esperando pela partida para a Terra
Santa, passaram alguns dias no Castelo
episcopal de Stigliano e, assim, puderam
conhecer e controlar pessoalmente o Milagre que
foi descrito em um documento pelo jesuíta Servo
de Deus, Simone Rodriguez. Aqui, se narra de
como um certo «Padre de nome Lorenzo foi
chamado com urgência para administrar o Santo
Viático nas fronteiras ocidentais da paróquia
entre Zeminiana e Briana, a um doente
moribundo. A estação e a hora não eram
adequadas para fazer uma procissão e, assim, o
sacerdote teve de se contentar com apenas um
coroinha. Ao chegar nos prados em torno do rio
Muson, comumente chamado Cime, alguns
burros que estavam pastando foram em direção
ao comboio piedoso e, ao chegar perto do
sacerdote, se ajoelharam e, em seguida, seguiram
o Viático até a casa do doente, renovando a
genuflexão e, depois, sempre com o Padre
Lorenzo, retornaram parando no pasto... A
notícia se repete dos idosos aos filhos e dos
sacerdotes nos catecismos aos paroquianos». Do
Milagre se fala também os Bollandisti, o Gerola
“Livro para todos”, o P. Beccaro “Próximo a
Jesus” e o P. Sanna Solaro S. I. em uma impressão
dos eventos Eucarísticos ocorridos na Itália.
O milagre também foi mencionado
ao Congresso Eucarístico de Milão e também era
intenção ilustrá-lo naquele de Veneza, conforme
as correspondências de 1897, conservadas no
arquivo paroquial. Na História da Sociedade de
Jesus, de Nicolò Orlandino, impressa em
Bologna por Bartolomeo Zanetti em 1615, o
episódio é novamente narrado. Esta história foi
escrita pelo Servo de Deus, Simone Rodriguez,
homem dotado de ampla doutrina, falecido em
Lisboa em odor de santidade, no dia 15 de julho
de 1579. A este documento, a Cúria também
acrescentou uma notícia na qual se confirma o
nome do sacerdote espectador do Milagre, que
serviu para determinar mais ainda a data do
Milagre. De fato, o Padre Lorenzo era Capelão da
Igreja de Salzano, exatamente em agosto de 1517,
e foi convocado pela cúria para testemunhar
sobre questões referentes a paróquia, que naquela
época era mantida por Dom Francesco Artuso,
que era pároco naquele local até 1550
aproximadamente. Concluindo, o Milagre
ocorreu no ano de 1517 e o Padre Rodriguez, que
certamente falou com Dom Artuso, pode
examinar o processo verbal, redigido pelas
autoridades competentes daquela época.
Gian Maria Lepscky, afresco que representa o milagre, igreja de São Bartolomeu.
Igreja dedicada a São Bartolomeu,
onde é conservado o afresco do milagre.
Museu de S. Pio X em Salzano, onde são conservadas relíquias, documentos, lembranças e objetos preciosos, entre estes as lindas plantas e as estolas doadas pelo próprio Papa.
E

SAN PIER DAMIANI
ITÁLIA, XI SECUL O
ilag re Euc aríst ico de
Uma feiticeira para fazer um
malefício pede a uma mulher
para lhe trazer uma Hóstia
Consagrada.Esta logo se
encaminha para uma igreja e
durante a missa, no momento
da Comunhão, esconde a
Partícula num lenço. O
sacerdote porém apercebe-se de
tudo, persegue-a até fora da
igreja e ordena-lhe que lhe mostr e
o conteúdo do lenço. A mulher
abre-o e maravilhados vêem que
metade da Hóstia roubada
estava transformada em Carne.
SCAL A
ITÁLIA, 1732
ilag re Euc aríst ico de
Em 1732, por três meses
consecutiv os, no Mosteiro do
Santíssimo Redentor de Scala,
durante a exposição do
Santíssimo Sacramento,
apareceram sinais da Paixão
de Nosso Senhor Jesus Cristo,
na Hóstia Consagrada. Tudo
isto se verificou na presença
de inúmeras testemunhas,
entre as quais o grande Doutor
da Igreja, Santo Afonso Maria
de Liguori.
Pier Damiani, Doutor da Igreja descreve
um importante Milagre Eucarístico, do
qual ele dá testemunho directo na sua obra
«Opuscul. XXXIV ; Patrol.lat., tom. CXLV,col.573».
Reportemos a tradução italiana do episódio, exacta-
mente como o descreve este mesmo Santo: «Este é
um acontecimento Eucarístico de grande importân-
cia. Aconteceu no ano de 1050. Uma mulher
cedendo a abomináv eis sugestões, estava prestes a
levar para casa o Pão Eucarístico a fim de servir para
um malefício . Porém, um sacerdote apercebe-se a
tempo, persegue-a, e exige o despojo sacrílego . Ele
então desenrola o branco linho onde a mulher tinha
embrulhado a Hóstia Santa e apercebem-se que esta
se tinha transformado de tal modo, que uma das
metades se tornara visivelmente no Corpo do Senhor,
enquanto a outra metade conservava o aspecto habi-
tual da Partícula. Deus quis com um testemunho tão
evidente vencer a incredulidade e a heresia daqueles
que se recusavam a aceitar a Presença Real no misté-
rio eucarístico: na metade do Pão Consagrado tinha-
se apresentado visível o Corpo do Senhor, deixando
na outra a sua forma natural, de modo a evidenciar a
realidade da transubstanciação sacramental que se
completa na consagração».
Venerável Maria
Celeste Crostar osa
Interior da Igreja
do Mosteiro
Relicário do Milagre
Mosteiro do Santíssimo
Redentor , Scala
Venerável Irmã Maria Celeste Crostar osa,
fundou juntamente com Santo Afonso
Maria de Liguori, o Mosteiro do
Santíssimo Redentor. Em cada quinta-feira, no
Mosteiro, ficava exposto o Santíssimo Sacramento
para a adoração pública. A partir de 11 de Setembro
de 1732 , por três meses consecutiv os, durante essa
exposição solene do Santíssimo Sacramento,
aparecemna Partícula contida no Relicário sinais
da Paixão de Cristo.
Tudo isto pôde ser verificado, não só pelas irmãs
freiras e pelo povo, como também pelo Bispo de
Scala, Monsenhor Santoro e pelo Bispo de
Castellamar e. A aparição acontece também na
presença de Santo Afonso Maria de Liguori.
Monsenhor Santoro escreveu uma carta ao Núncio
Apostólico de Nápoles, Monsenhor Simonetti, na
qual descrevia todos os pormenor es relativos às
visões que surgiram na Santa Hóstia exposta: por
sua vez o Núncio transmite essa carta ao, na altura,
Secretário de Estado, o Cardeal Barbieri.
A
S.Pier Damiani
Ermida de Fonte Avellana, onde viveu S. PierDamiani
S
© 2006, Edizioni San Clemente

SANT ARÉM
PORTUGAL, 1247
ilag re Euc aríst ico de
O Milagre Eucarístico de
Santarém, juntamente com o
de Lanciano, está considerado
entre os mais importantes.
Inúmer os estudos e análises
canónicas foram realizados
sobre a Relíquia. A Hóstia
transformou-se em carne
sangrenta e desta brotava
Sangue. Ambas as Relíquias se
conservam ainda em Santarém
na igreja de Santo Estêvão .
A casa dos esposos tornou-se
numa capela a partir de 1684.
oncederam indulgências plenárias a este
Milagre Eucarístico diversos pontífices: Pio
IV, S. Pio V, Pio VI e o Papa Gregório XIV.
Ainda hoje na igreja de Santo Estêvão, em
Santarém, é possível admirar estas preciosas
Relíquias. Segundo a data registada na cópia do
documento encomendado pelo rei D. Afonso IV
em 1346, a 16 de Fevereiro de 1226, em
Santarém, uma jovem mulher acometida por ciúmes
do marido, dirige-se a uma feiticeira que lhe
sugere ir à igreja e roubar uma Hóstia Consagrada
para fazer um filtro de amor. A mulher roubou a
Hóstia e escondeu-a num pano de linho que logo
se manchou
de sangue. Aterrorizada recolhe-se
imediatamente em casa onde abre o lenço para
ver o que tinha sucedido . Vê, maravilhada que o
Sangue jorrava da própria Hóstia. Confusa a
mulher colocou a Partícula numa caixa do seu
quarto mas desta, durante a noite começaram a
soltar-se raios de luz que iluminaram o aposento
como se fosse dia. Também o marido se apercebeu
do estranho fenómeno e começou a interrogar a
mulher que foi obrigada a contar-lhe tudo.
No dia seguinte os dois esposos infor-
maram o Pároco, que se apresentou em casa
deles para levar a Hóstia e transpor tá-la em
solene pr ocissão, para a igr eja de S anto Estêvão,
acompanhado de muitos religiosos e laicos. A
Hóstia sangrou por três dias consecutiv os. Foi
colocada em seguida num magnífico relicário
de cera de abelha. Em 1340 verificou-se um
outro Milagre. O sacerdote abriu o tabernáculo
e encontr ou o vaso de cera rasgado em muitos
pedaços: em seu lugar estava um vaso de cristal
com o sangue da Hóstia misturado com a cera.
Ainda hoje a Sagrada Partícula se guarda num
Trono Eucarístico do século XVIII, sobr
e o altar
principal. A igreja de Santo Estêvão é conhecida
como o Santuário do Santo Milagre. A Hóstia
destilou Sangue através dos séculos em diversas
ocasiões e nessas se viram aparecer várias imagens
- umetset so ertnE .otsirC suseJ rohneS ossoNed
nhos do Prodígio está também o de Francisco
Saverio, o apóstolo da Índia, que visitou o
Santuário antes de se deslocar em missão . Desde
que aconteceu o Milagre, todos os anos no
segundo domingo de Abril, a preciosa Relíquia é
levada em procissão da casa dos esposos até à
igreja de Santo Estêvão
C
Interior do Santuário do Santíssimo Milagre, Santarém
Santuário do Santíssimo Milagre, Santarém
A Ermida, casa onde
aconteceu o Milagre
Altar onde se conserva
a Relíquia do Milagre
© 2006, Edizioni San Clemente
Relíquia do Hóstia
do Milagre
Interior da Igreja
Pedro Crasbeeck. Estampa
de 1612 que reproduz
exactamente a pequena ampola
de vidro na qual foi encontrada
milagrosamente a Hóstia
do Prodígio
Ampola que contém o Sangue
que emanou da Hóstia

SANT ARÉM
PORTUGAL, 1247
ilag re Euc aríst ico de
A mulher roubou
a Hóstia e
escondeu-a num
pano de linho
que subitamente
se manchou
de Sangue.
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Medalha comemorativ a do Milagre de Santarém
A mulher dirige-se a uma feiticeira que a aconselha a roubar
uma Hóstia consagrada
A mulher comunga e rouba depois a Hóstia sem se fazer notar
As autoridades locais acorreram para transpor tar a Hóstia
milagrosa para a Igreja
O marido descobr e o furto notando que da arca se soltam fortes
feixes de luz. Abre-a e vê que a Hóstia ensanguentada, estava
transformada em Carne
Casa da mulher sacrílega transformada em Capela, Santarém

SARA GOÇA
ESPANHA, 1427
ilag re Euc aríst ico de
No Milagre Eucarístico de
Saragoça, aparece o Menino
Jesus, na Hóstia Consagrada
roubada por uma mulher
cristã, para fazer um filtro de
amor. No arquivo da Câmara
da cidade de Saragoça está
guardado, ainda hoje, o
documento que contém o
relatório, que descreve
detalhadamente o Milagre,
e na Catedral, na capela de
S. Dominguito del Val,
encontra-se uma antiga
pintura que representa o
Prodígio que tem, ao lado,
uma descrição minuciosa
de tudo o que aconteceu.
ste Milagre Eucarístico realizou-se na cidade
de Saragoça, em 1427, quando era Bispo D.
Alonso Arhuello . D. Dorner, arquidiácono
da cidade, deixou um relatório escrito dos factos:
«Uma mulher casada consultou nesta cidade, um
feiticeir o mouro, herege, para lhe pedir um remédio,
a fim de que o seu marido, que era de índole
muito violenta, não mais a tratasse com tanta
dureza. O mago disse-lhe que, para conseguir
mudar o temperamento do marido, devia então
procurar-lhe uma Hóstia Consagrada. A mulher ,
que era muito supersticiosa, dirigiu-se à igreja
de S. Miguel, confessou-se e comungou. Com
diabólica astúcia toma a Hóstia
da sua boca e
esconde-a num pequeno cofre que levou logo a
casa do bruxo. Quando abriram a caixa, com
grande espanto, viram que no lugar da Hóstia
estava deitada uma pequena criança rodeada de
luz. O feiticeir o disse então á mulher , que
levasse a caixinha com o menino para sua
casa, que a queimasse e lhe levasse as cinzas. A
mulher , sem escrúpulos, fez como lhe tinha sido
ordenado, mas viu, para sua grande admiração,
que embora a pequena caixa tivesse ficado
completamente queimada, a criancinha
permanecia ilesa. Aterrorizada e fora de si,
correu rapidamente a casa do feiticeir o para
contar-lhe o sucedido .
O mouro ouvindo as palavras da mulher
começou a tremer, receando uma vingança do
Céu. Decidiram deslocar-se à Catedral, para
informar o Bispo D. Alonso e para confessar-se e
implorar o Santo Baptismo . O Bispo consultou
diversos prelados e teólogos da diocese para
esclarecer o facto, decidindo finalmente levar o
Menino Miraculoso, em solene procissão, da casa
da mulher à Catedral. Toda a cidade se espalhou
pela estrada para se
unir à procissão e em cada um,
era grande a comoção e a alegria por ver aquele
maravilhoso menino .
Chegados à Catedral, colocaram o Menino
Maravilhoso sobre o altar da capela de S. Valério,
para permitir ao povo de Saragoça admirá-lo e
venerá-lo . No dia seguinte, enquanto o Bispo
celebrav a a Santa Missa junto ao altar de S. Valério,
verificou-se um outro Prodígio: pronunciadas as
palavras da consagração, no lugar do Menino
aparece, de facto, uma Hóstia, que foi logo
consumada pelo prelado. Graças a este Milagre
Eucarístico, reavivou-se, em todo a população de
Saragoça, a devoção pelo Santíssimo Sacramento».
Este documento está guardado no arquivo
da Câmara.
E
© 2006, Edizioni San Clemente
O coro da SEO
Capela do Santo Cristo
Altar-mor
Catedral da SEO, Saragoça
Exterior lateral da Catedral da SEO
Pintura antiga p resente na Catedral da SEO, que r epresenta o Milagre,
Capela de S. D ominguito del Val. Há também uma lápide defr onte do
muro que descr eve o Prodígio

SARA GOÇA
ESPANHA, 1427
ilag re Euc aríst ico de
No Milagre Eucarístico de
Saragoça, aparece o Menino
Jesus, na Hóstia Consagrada
roubada por uma mulher
cristã, para fazer um filtro de
amor. No arquivo da Câmara
da cidade de Saragoça está
guardado, ainda hoje, o
documento que contém o
relatório, que descreve
detalhadamente o Milagre,
e na Catedral, na capela de
S. Dominguito del Val,
encontra-se uma antiga
pintura que representa o
Prodígio que tem, ao lado,
uma descrição minuciosa
de tudo o que aconteceu.
ste Milagre Eucarístico realizou-se na cidade
de Saragoça, em 1427, quando era Bispo D.
Alonso Arhuello . D. Dorner, arquidiácono
da cidade, deixou um relatório escrito dos factos:
«Uma mulher casada consultou nesta cidade, um
feiticeir o mouro, herege, para lhe pedir um remédio,
a fim de que o seu marido, que era de índole
muito violenta, não mais a tratasse com tanta
dureza. O mago disse-lhe que, para conseguir
mudar o temperamento do marido, devia então
procurar-lhe uma Hóstia Consagrada. A mulher ,
que era muito supersticiosa, dirigiu-se à igreja
de S. Miguel, confessou-se e comungou. Com
diabólica astúcia toma a Hóstia
da sua boca e
esconde-a num pequeno cofre que levou logo a
casa do bruxo. Quando abriram a caixa, com
grande espanto, viram que no lugar da Hóstia
estava deitada uma pequena criança rodeada de
luz. O feiticeir o disse então á mulher , que
levasse a caixinha com o menino para sua
casa, que a queimasse e lhe levasse as cinzas. A
mulher , sem escrúpulos, fez como lhe tinha sido
ordenado, mas viu, para sua grande admiração,
que embora a pequena caixa tivesse ficado
completamente queimada, a criancinha
permanecia ilesa. Aterrorizada e fora de si,
correu rapidamente a casa do feiticeir o para
contar-lhe o sucedido .
O mouro ouvindo as palavras da mulher
começou a tremer, receando uma vingança do
Céu. Decidiram deslocar-se à Catedral, para
informar o Bispo D. Alonso e para confessar-se e
implorar o Santo Baptismo . O Bispo consultou
diversos prelados e teólogos da diocese para
esclarecer o facto, decidindo finalmente levar o
Menino Miraculoso, em solene procissão, da casa
da mulher à Catedral. Toda a cidade se espalhou
pela estrada para se
unir à procissão e em cada um,
era grande a comoção e a alegria por ver aquele
maravilhoso menino .
Chegados à Catedral, colocaram o Menino
Maravilhoso sobre o altar da capela de S. Valério,
para permitir ao povo de Saragoça admirá-lo e
venerá-lo . No dia seguinte, enquanto o Bispo
celebrav a a Santa Missa junto ao altar de S. Valério,
verificou-se um outro Prodígio: pronunciadas as
palavras da consagração, no lugar do Menino
aparece, de facto, uma Hóstia, que foi logo
consumada pelo prelado. Graças a este Milagre
Eucarístico, reavivou-se, em todo a população de
Saragoça, a devoção pelo Santíssimo Sacramento».
Este documento está guardado no arquivo
da Câmara.
E
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O coro da SEO
Capela do Santo Cristo
Altar-mor
Catedral da SEO, Saragoça
Exterior lateral da Catedral da SEO
Pintura antiga p resente na Catedral da SEO, que r epresenta o Milagre,
Capela de S. D ominguito del Val. Há também uma lápide defr onte do
muro que descr eve o Prodígio

SCETE
EGIPT O, SÉCUL OS III-V
ilag re Euc aríst ico de
A história deste Milagre
Eucarístico remonta aos
primeir os séculos do
cristianismo e faz parte da
recolha de apotegmas (*) dos
Padres do deserto, que viviam
no Egipto como eremitas,
para seguir o exemplo de
Santo António Abade. Um
monge foi assaltado por
dúvidas acerca da presença
real de Jesus no pão e no
vinho consagrados e, durante
a Missa, depois da consagração,
no lugar do pão aparece o
Menino Jesus. À Missa
assistiam também outros
três monges que tiveram
a mesma visão.
Apotegma (*) – Sentença geralmente curta e graciosa,
em linguagem figurativ a, na qual sobressai o seu
conteúdo educativ o e moral.
os Ditos e feitos dos Padres do Deserto,
encontramos a descrição de um antiquís-
simo Milagre Eucarístico . Narra o Padre
Daniele, o Faranita: «Dizia-se de um monge de
Scete, o nosso Padre Arsénio, que era muito
trabalhador , mas tosco nas coisas da fé. Por
ignorância ele enganav a-se e dizia: “O pão que
comemos não é na realidade o Corpo de Cristo,
mas um símbolo ”. Dois anciões
ouviram esta
sua afirmação e, sabendo que na sua vida ele
era um homem piedoso e bom, pensaram que
ele falasse, por ignorância, sem culpa. Então
aproximaram-se dele e disseram: «Padre,
ouvimos dizer que alguém terá enunciado uma
tese contrária à Fé: que o pão que recebemos
não seria realmente o Corpo de Cristo, mas um
símbolo ”. Respondeu o ancião:”S ou eu que o
digo!». Começaram então a exortá-lo: “Tu não
deves crer nisso, mas no que nos foi transmitido
pela Igreja Católica. Nós acreditamos que este
pão é realmente o Corpo de Cristo e este
Cálice é realmente o Seu Sangue, e não um
símbolo ”. […] Mas o ancião assim lhes responde:
“Se não acontece um facto que me convença,
não me persuadire i”. Os dois padres disseram-
lhe então:”N esta semana rezaremos a Deus a
respeito deste mistério, e cremos que Deus
no-lo revelará”. […]
No fim da semana, no domingo,
foram à Igreja e estiveram os três separada-
mente;
o velho estava no meio de dois frades,
sobre um degrau. Os seus olhos abriram-se de
espanto: quando sobre o santo altar foi posto o
pão em sacrifício, apenas os três, viram no seu
lugar um rapazinho; quando o sacerdote
estende a mão para partir o pão, eis que desce
do céu um anjo do Senhor com uma espada,
que sacrificou o menino e verteu o seu sangue
no Cálice; quando o sacerdote parte o pão
em pequenos pedaços, também o anjo talhou
do rapazinho pequenos bocados, e quando se
avizinharam para receber as santas dádivas, ao
velho é oferecida carne sangrenta. À vista
daquilo, ele foi tomado pelo terror e gritou:
“Creio, ó Senhor, que o pão é o teu Corpo e o
Cálice o teu Sangue!”. Rapidamente a carne
que tinha na mão assume a aparência de
pão, segundo o mistério, e ele comungou
agradecendo a Deus».
N
Cristo que abraça o Abade
Mena (Século VI)
Pormenor do Mosteiro de
Santo António Abade, aos
pés do Monte Qulzum
Detalhe da pintura do Frade
Beato Angélico: Santo António
Abade, no deserto
Cristo sentado sobre o trono
e a Virgem Maria circundada
de Santos no Mosteiro de
Apolo em Bawit
Mosteiro de Santo António
Abade, no Egipto
São Mosé, monge
do deserto
© 2006, Edizioni San Clemente
Antigo mosteir o copta dedicado
a S. Paulo, sobre a costa do
Mar Vermelho
Mosteiro de S. Paulo

Estandar te da Igreja de Santo Oswald, no qual está representada
a cena do Milagre
SEEFELD
ÁUSTRIA, 1384
ilag re Euc aríst ico de
A cidadezinha de Seefeld
é meta de numer osas
peregrinações cujo motivo
é um Milagre Eucarístico
realizado em 1384. O
cavaleiro Oswald Milser,
durante a Missa de Quinta-feira
Santa, exige que o sacerdote o
comungasse com a magna
Hóstia. No momento em que
estava para receber a
Comunhão, o pavimento
começou a tremer e por
causa disso, Oswald sentiu-se
como que num remoinho .
O sacerdote retira então a
Hóstia para o altar, e desta
começou a cair Sangue.
a cidadezinha de Seefeld, Oswald Milser,
castelão de SchloB erg, durante a Missa de
Quinta-feira Santa de 25 de Março de
1384, pretende receber a magna Hóstia, tal e qual
a do sacerdote celebrante. Porém, no momento
em que estava para comungá-la, o chão começou
a tremer e fende. Oswald agarrou-se ao altar para
não cair, e o sacerdote retirou imediatamente a
Hóstia, da boca do homem. O tremor então
cessou e da Hóstia começou a destilar Sangue
vivo. Foram numer osas as testemunhas que
assistiram ao Milagre e bem depressa a notícia se
espalha por
toda a nação. Mesmo o imperador
Massimiliano I, dele foi muito devoto. Hoje é
possível visitar a Igreja de Santo Oswald onde está
exposta a preciosa Relíquia da Hóstia manchada
de Sangue, para além de inúmeras pinturas que
reproduzem o Prodígio.
N
Igreja de Santo Oswald
Altar-mor da Igreja de Santo Oswald, Seefeld
Antiga representação
do Prodígio
Altar do Milagre
Frescos da Igreja que descrevem
o Milagre
Pintura do Milagre Eucarístico
de Seefeld
A Elsbethenkapelle em
Hopfgarten, no Brixental, Tirol,
erigida em 1494 pelo Presbíter o
Bartholomäus Hamersbach
Representação do Milagre de
Seefeld. Detalhe da campainha
gótica, Igreja de Santo Oswald
(1470)
© 2006, Edizioni San Clemente
Milagre de Seefeld, pormenor do tecto

SIENA
ITÁLIA, 1730
ilag re Euc aríst ico de
Na Basílica de S. Francisco em
Siena, 223 Hóstias conservam-se
intactas por 276 anos. O
Arcebispo Tiberio Borghese fez
encerrar durante dez anos,
numa caixa de lata lacrada,
algumas hóstias não consagradas.
A comissão científica proposta,
quando reabriu a caixa
encontr ou somente vermes e
fragmentos putrefactos. O facto
contradiz, todas as leis físicas e
biológicas, assim se expressou o
cientista Enrico Medi ao
observa-las: «esta intervenção
directa de Deus, é o Milagre
(…) completado e mantido tão
miraculosamente por séculos,
a testemunhar a realidade
permanente de Cristo no
Sacramento Eucarístico».
ntre os documentos mais importantes que
descrevem o Prodígio há um memorial escrito
por um certo Macchi em 1730, no qual se
conta que em 14 de Agosto de 1730, alguns ladrões
conseguiram entrar na Igreja de S. Francisco em
Siena, e roubaram o cálice contendo 351 Partículas
Consagradas. Após 3 dias, a 17 de Agosto, na caixa
das esmolas do Santuário de Santa Maria em
Provenzano, no
meio de toda a poeira, foram
encontradas as 351 Hóstias intactas. Todo o povo
acorre logo a festejar o achado das Santas Hóstias
que foram levadas em solene procissão para a Igreja
de S. Francisco . O passar dos anos não causou
quaisquer sinais de alteração nas Partículas. Por
diversas vezes, homens ilustres examinaram-nas,
com todos os meios, e a conclusão foi sempre a
mesma: «As Sagradas Partículas estão ainda frescas,
intactas, fisicamente incorruptas, quimicamente
puras, e não apresentam qualquer indício de cor-
rosão». Em 1914, o Papa S. Pio X autoriz ou um
exame no qual participaram inúmer os professor es
de bromatologia, higiene, química e farmacêutica,
entre os quais o notável Professor Siro Grimaldi.
A conclusão final do relatório que
redigiram dizia: «As Santas Partículas de Siena são
um exemplo clássico da perfeita conservação das
Partículas de pão ázimo consagradas no ano de 1730,
e constituem um fenómeno singular , palpitante
de actualidade, que inverte as leis
naturais da
conservação da matéria orgânica. (…) é estranho,
é surpreendente, é anormal: as leis da natureza
foram invertidas, o vidro torna-se lugar de
bolores, o pão ázimo torna-se mais refractário ao
cristal. (…) É um facto único consagrado nos
anais da ciência». Outras análises foram feitas em
1922 por ocasião da transferência das Partículas
para um cilindro de cristal de rocha puro, em 1950
e em 1951. O Papa João Paulo II, no decorrer
da visita pastoral efectuada à cidade de Siena, em
14 de Setembro de 1980, expressa-se assim diante
da Hóstia prodigiosa: «É a Presença!». O Milagre
permanente das Santíssimas Partículas guarda-se na
Capela Piccolomini nos meses estivais, e na capela
Martinozzi nos meses de inverno. São numer osas as
iniciativ as que nos indicam os cidadãos de Siena em
honra das Santas Hóstias: a homenagem da
“Contrade ”, o obséquio dos meninos da primeira
comunhão, a solene procissão na festa do Corpo
de Deus , o “Settenario Eucarístico ”do fim de
Setembr o, e a jornada de adoração eucarística a
17 de cada mês em memória do achado, acontecido
a 17 de Agosto de 1730.
E
Sua Santidade João Paulo II, em
1980, em Siena, em adoração
diante das Hóstias do Milagre
Interior da Igreja de
S. Francisco em Siena
Basílica de S. Francisco, Siena
Pormenor da pintura que representa as Hóstias do Milagre
em Santa Maria, Provenzano
© 2006, Edizioni San Clemente
As sagradas Partículas no
relicário da procissão
As Sagradas Hóstias de Siena
Fizeram-se 14 reconhecimentos para verificar o estado das
Partículas, a mais significativ a das quais feita por S. Pio X,
em 1914, na presença de inúmer os cientistas
Esta pintura do mestre Stefano de Giovanni, dito o “Sasseta”
(1392-1450), está conservada em Inglaterra no Museu Bowes em
Barnard Castle. Representa a cena de um outro Milagre Eucarístico,
que aconteceu nos arredores de Siena num mosteir o carmelita. Na
pintura está representado um frade carmelita que, assaltado por
dúvidas acerca da real presença de Jesus no SS. Sacramento , depois
de ter feito a Comunhão foi libertado do demónio .

SILLA
ESPANHA, 1907
ilag re Euc aríst ico de
No Milagre Eucarístico de
Silla, que aconteceu em 1907,
algumas Hóstias roubadas por
ladrões desconhecidos, foram
reencontradas, completamente
intactas, escondidas sob uma
pedra, numa pequena horta
pouco distante da cidade.
Ainda hoje é possível adorar
as Partículas miraculosas que
se mantiv eram incorruptas
cerca de 100 anos. As Hóstias
estão guardadas na Igreja de
Nossa Senhora dos Anjos
em Silla.
urante a Missa de 25 de Março de 1907,
festividade da Anunciação, Fernando
Gómez, pároco da Igreja de Nossa Senhora
dos Anjos de Silla, dirigiu-se ao tabernáculo para
trazer as Hóstias para a Comunhão dos fiéis.
Com grande estupefacção encontr ou aberta a
pequena portinha do tabernáculo e viu que tinha
desapar ecido a preciosa píxide de prata, contendo
as Hóstias Consagradas. As Sagradas Partículas
foram encontradas, dois dias depois, numa
pequena horta fora da cidade, escondidas sobre
uma pedra.
O pároco levou-as então numa solene
procissão para a igreja. Em 1934, constatando que
as Hóstias permaneciam «no mesmo estado em
que tinham sido encontradas sob a pedra, e que
mantinham inalteradas as condições originais», o
Arcebispo de Valência iniciou um processo para
declarar
miraculosa a sua conservação e lacrou
com cera, o relicário que as continha, coligindo
um documento detalhado sobre o Prodígio.
Infelizmente, dois anos depois, o palácio bispal
foi queimado pelos anarquistas comunistas e o
valioso documento perdeu-se. Finalmente em
1982, o então Bispo de Valência, Monsenhor
Miguel R oca, iniciou um no vo processo canónico
com o qual autoriz ou oficialmente o culto das
Sacras Hóstias.
D
© 2006, Edizioni San Clemente
Nossa Senhora dos Anjos, Silla
Hóstias do Milagre

© 2006,  Edizioni  San Clemente
Milag re Euc aríst ico de 1
SOKÓŁKA
POLÔNIA,  12 OUTUBRO DE  2008
No 12  de outubro de 2008, 
junto à igreja dedicada a Santo 
Antônio de S okółka, a San ta Missa  
das 8:30 é celebrada por um jovem 
vicário, Filip Zdrodows ki. Durante  
a Comunhã o, a hóstia caiu das 
mãos de um dos padres. Mas o  
sacerdote não percebeu nada.  
Uma senhora de joelhos, pronta 
para receber a Eucaris tia, avisa-lhe. 
O sacerdo te perman eceu paralisado  
pelo susto e p ensando que a hóstia 
estivesse suja, colocou-a  e m um vaso, 
um peq ueno recipiente de prata que 
contém a água utilizada pelos 
sacerdotes para lavar os dedos 
depois de distribuir a comunhão. 
No fim da Santa Missa, a sacristã, 
freira Julia Dubow ska pegou o 
vaso com  a hóstia e para  ter maior 
seguran ça, derramou-a e m outro 
recipient e que depois trancou na  
caixa forte ond e eram con servados 
os cálices.
ma semana  depois, no domingo dia 19 de outubro, 
pelas 8:00 , a freira abriu a caixa forte e viu a hóstia 
quase dissolvida mas com estranhos  coágulos no 
centro. Imediatament e convocou os sacerdotes para 
mostrar o que descobriu.  A maior parte da hóstia tinha se 
dissolvido  . Sobrou apenas um pedacinho do pão 
consagrado estritament e interligado à substância que 
apareceu  na sua superfície.  Ou seja, parte da hóstia estava 
unida àquele “estranho coágulo vermelho”. Então o padre de 
Sokółka  procurou  a Cúria Metropolitana de Białystok. O 
arcebispo Edward  Ozorowski  junto com o secretário da 
Cúria, os padres e os 
professor es examinaram a hóstia e, 
espantados, decidiram esperar o desenrolar dos eventos e  
observar  o  que aconteceria em futuro. No dia 29 de outubro 
o recipiente que continha a hóstia foi levado para capela 
paroquial  e trancado no tabernáculo; no dia seguinte,  sob a 
autorização  d o arcebispo, dom Gniedziejko, com uma 
colherzinha retirou-se delicadament e parte da hóstia 
dissolvida com  a substância c or sangue na parte interna da 
mesma e a depositou em um corporal branquíssimo,  com 
uma cruz vermelha bordada  no centro. O corporal foi 
posicionado na custódia apropriada para conservar  e 
transportar as hóstias, para em seguida  ser novament e 
fechado  no tabernáculo. Com o passar do tempo, a hóstia 
“fundiu-se” com o corporal e “o coágulo” vermelho secou-se. 
Só então foram consultados dois cientistas de fama mundial 
e especialistas  em   anatomia  patológica  da  Universidade 
Médica  de Białystok. A Cúria Metropolitana de Bialystok 
fez a seguinte declaração cerca do Milagre Eucarístico 
ocorrido em  Sokółka:
«1. No dia 12 de outubro de 2008, uma hóstia 
consagrada caiu das mãos do sacerdote durante a Santa 
Comunhão.  Ele recolheu-a  colocando-a em um recipiente 
cheio d'água no tabernáculo. Após a Missa, o recipiente que 
continha a hóstia, foi colocado em uma caixa forte presente 
na sacristia.
2. No dia 19 de outubro de 2008, após a abertura da caixa 
de segurança, se via clarament e uma mancha  vermelha na 
hóstia que tinha caído, que a olhos nus dava a impressã o que 
era uma mancha de sangue. 
3. Em 29 de outubro  d e 2008 o recipiente que continha a 
hóstia foi transferido no tabernáculo da capela da canônica. 
No dia seguinte a hóstia foi retirada da água contida  no 
recipiente e colocada em um corporal dentro do tabernác ulo.
4. No dia 7 de janeiro de 2009, a amostra  da hóstia foi 
colhida  e examinada independentemente por dois 
especialistas em histopatologia  da Universidade de Medicina 
de Bialystok. Com uma única declaração,  eles  disseram:  “A 
amostra  enviada  para avaliação  apresenta-se  como tecido 
miocárdico. Na nossa opinião, dentre todos os tipos de 
tecidos dos organismos vivos é aquele que mais se aparece 
com o material examin ado”.
5. A Comissão constatou  que a hóstia analisada é a mesma 
que foi transferida à sacristia no tabernáculo na capela da 
canônica . Não foi  confirmada a intervenção de terceiros.
6. O caso de Sokolka não se opõe a fé da Igreja, mas 
confirmá-l a».
U
A caixa  forte na qual foi colocada a h óstia milagrosa
Tabernáculo onde inicialmente foi colocada a h óstia mil agrosa que caiu no chão.
Relíquia posicionada  no corporal  
branco com cruz vermelha bordada 
no qual foi colocado o fragmento  
da hóstia  parcialmente  dissolvida  
com a substân cia de cor  san gue 
que  saiu  da parte  interna.
Foto da Freira Julia Dubowska, a primeira  pessoa que viu a transformação 
da hóstia em carne, exatamente  no tecido do múscu lo do mio cárdio.
Igreja dedicada  a 
Santo Antô nio de Sokółka
IParte interna da C apela onde 
foi guardada a precios a Relíquia

© 2006,  Edizioni  San Clemente
Milag re Euc arístico d e
SOKÓŁKA
POLÔNIA,  12 OUTUBRO DE  2008
No início de janeiro de
2009 a Cúria de Białysto 
pediu a dois importantes 
especialistas em anatomia 
patológica da Universidade 
Médica de Białystok – 
a Professora Maria Elżbi 
Sobaniec-Łotowska e 
o professor Stanislaw 
Sulkowski, que analisassem
o material retirado da hóstia
que sangrou. No  dia 7 
de janeiro a professora 
Sobaniec–Łotowska foi à 
Sokółka e colheu do corporal 
uma pequena amostra 
do misteriosa substância 
presente na hóstia.
s professores da Universidade UMB evidencia-
ram que , no caso da hóstia  examin ada,  na 
amostra foram encontrados  vários indicadores 
biomorfológicos típicos  do tecido muscular 
cardíaco como, por exemplo,  o fenômeno  da segmen-
tação, ou seja, danos às fibras do tecido do músculo 
cardíaco no trecho no qual há as junções interligadas 
[estruturas  característic as do músculo  cardíaco], e o  
fenômeno  da fragmentação. Tais danos são visíveis 
apresentam-se como numerosas  minúscul as lesões no 
local. Estas alterações  podem  ser observadas  só em 
fibras não necróticas , ou seja viventes, e mo stram sinais 
de espasmos rápidos  do   múscul o cardíaco típicos da 
fase extrema  precedente  à morte. Outra  evidência 
importan te do fato que o material  analisado  correspon
-
dia ao tecido muscular cardíaco humano  era a posição 
central do núcleo celular  nas fibras observadas,  
característica típica das fibras musculares  cardíacas… 
“No local no qual encontram-se  algumas  fibras 
também há alguns sinais que podem corresponder aos 
nós da contração. No entanto, durante a análise no 
microscópio eletrônico, eram visíveis as formas das 
junções comunicantes e os sutis filamentos  das miofi-
brilhas”, disseram  os dois cientistas de Białystok. 
Ademais, o tecido cardíaco estava unido à hóstia consa-
grada em modo indissolúvel. No relatório da perícia 
realizada pela professora  Sobaniec-Łotowska  e pelo 
professor  Sulkowski, encontramos  a seguinte decla-
ração: “O material  resultou ser suficiente para a perícia; 
indica que se trata de tecido muscular cardíaco, ou pelo 
menos, o mais parecido  com ele dentre todos os tecidos 
vivos de um organismo”. “E, coisa muito importante, 
o  material analisado é constituído  completamente  por 
tecido muscular cardíaco ”. Esta afirmação  foi citada no 
“Comun icado  da  Cúria Metropol itana de Białystok” 
do dia 14 de outubro de 2009, relativo aos fenômenos 
eucarísticos em Sokółka. Os professore s descobriram 
também outros elementos inexplicáveis. “A hóstia 
permaneceu  na água por muito tempo e ficou no 
corporal por um arco de tempo ainda mais longo. O 
tecido que apareceu na hóstia deveria entretanto  passar 
por um processo de autólise, ou seja o  processo  de 
autodestruição  por ação das enzimas  intracelulares;  no 
material  analizado não foram observa  dos sinais dessas 
alterações!”  confirmaram  os  dois luminares. O outro 
evento observado  muito interessante  é  o fato que a 
substância encontrada no corporal, embora tenha tido 
uma leve alteração após ser retirda da água (que simple-
smente secou-se) alguns anos depois, não sofreu 
alteração em seu aspeto mesmo que não tenha se 
estabiliz ado nem conservada a uma temperatura 
especial. “Isso significa que se o milagre fosse atribuído  
a uma bactéria, o material  teria se desintegrado, espati-
fado e teria sofrido  mudança de aspeto. Uma simples 
cultura  microbial, também realizada no material mais 
limpo possível, após uma única semana é completa-
mente diferente” disse o professor  Sulkowski.
Professora Sobaniec-ŁotowskaProfessor Sulkowski
Na figura ao lado, uma fotografia no microscópio eletrônico  e um desenho 
que explica a minucios a união entre as células musculares do miocárdio. 
Uma caraterística peculiar das células do miocárdio é que entre essas há 
algumas uniões, para permitir ao potencial de ação que as fazem contrair, 
difundin do-se de uma célula a outra, para o inteiro volume do músculo. 
A contração  de uma célula muscular logo a seguir é propagada a todas as 
outras células. O responsável dessa  “contração em cadeia” é um grupo de 
células localizadas no nó sinoatrial.  O no sinoatrial está localizado no átrio 
direito próximo  ao ingresso da veia cava superior. O potencial de ação que 
provoca a contração do miocárdio parte do no sinoatrial e se difunde primeiro 
na direção dos átrios, e a  seguir nos  ventrículos.
2
O
Linha Z
Túbulos T   Sarcoplasma,  o líquido celular 
Retículo  sarcoplasmático 
sarcômero 
Miofbrilha
Núcleo
Linha Z
Miocár dio

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Milag re Euc arístic o de
SOKÓŁKA
POLÔNIA,  12 OUTUBRO DE  2008
“Inicialmente  estava certa
que fosse um c oágulo” – disse 
a professora Soba niec-Łoto wska. 
Na verdade, era  mais surpreend ente! 
Os dois pesquisadores de Białystok, 
que de acordo com suas pesquisas 
independen tes, usaram  instrumentos 
como micros cópios óticos mais 
modernos e microscópio el etrônico 
por transmissão, chegaram à 
mesma conclusão (o professor 
Sulkowski não sabia que a amostra 
que estava examinando de rivava de 
uma hóstia): a amostra e xaminada 
não era n em um coágulo, nem 
sangue … era um tecido muscular 
cardíaco humano ainda vivo. E, a 
coisa ainda mais incrível, era  um 
músculo cardíaco com in dicações 
típicas da fase extrema que prec ede 
a morte.
mesmo assim, algumas pessoas, que nunca 
tinham analisado o material  nem nunca tinham 
visto com os próprios  olhos , c
onfirmaram  que a 
cor vermelha da hóstia era devido à prodigiosina, 
um pigmento vermelho produzido pela bactéria 
Serratia  marcescens. “Obviamente, isso é absurdo” 
afirmaram os especialistas de Białystok, mesmo porque 
o material  observado corresponde a músculo cardíaco  e 
não a uma bactéria. Os cientistas de Białystok 
analisaram  a amostra  colhida em termos meramente 
científicos e não fideísticos. Algumas acusações eram 
ainda mais absurdas, como aquela feita pelo grupo dos 
chamado s “racionalistas” segundo os quais o tecido 
analisado  pertencia a um homem  assassinado.  Os 
professores reagiram realizando uma declaração na qual 
expressam  “uma profunda indignação pelo fato que a 
opinião  pública tivesse sido induzida a erros por falsas 
hipóteses  pseudocientíficas sobre o fenômeno 
analisado,  especialmente  por parte de pessoas que  
ignoram os detalhes relativos  à análise, e não tiveram 
acesso ao material analisado, nem aos documentação 
recolhida  e, geralmente não conhecem as técnicas de 
analises  aplicada”.  A  redação do protocolo  realizado 
pelos dois cientistas de Białysto k levou duas semanas. 
Quando a Cúria de Białystok  ficou ciente dos incríveis 
resultados  de análise, foi formada  uma Comissão 
especial de igreja convocada pelo Arcebispo em 30 de 
março de 2009. Sua tarefa era examinar  o milagre do 
ponto de vista teológico e ouvir todos aqueles que 
tinham  visto a hóstia ou foram testemunhas desses 
eventos. A Comissão  também  foi responsáve l por evitar 
dúvidas de mistificação e por garantir que ninguém  às 
escondidas substituísse  a hóstia tabernáculo. Os 
representan tes da Comissão – os eminentes professores 
do seminário em Białystok  – interrogaram todas as 
testemunhas, verificando a veracidade do testemunho 
dos mesmos. O trabalho realizado pela Comissão 
Eclesiástica emitiu a seguinte declaração:  “A hóstia da 
qual foi retirada  a amostra para a perícia é a mesma que 
foi transferida da sacristia ao tabernáculo  da capela na 
canônica. Não foi constatada  a intervenção de pessoas 
estranhas”. O que entretanto foi categoricamente 
excluído também pelos dois cientistas  de Białystok. 
Não era possível que alguém tivesse depositado  um 
fragmento de corpo humano no tabernác ulo. O que o 
levou a pensar? Os fragmen tos que compunham  a 
hóstia eram estreitamente  interligados  às fibras do 
tecido humano, penetravam  um de cada vez, como se 
um fragmento  de “pão” de uma camada  tivesse se 
transformado em “corpo”. Não é possível manipular 
um evento  igual a esse. Ninguém, absolutamen te 
ninguém,  teria sido capaz de fazê-lo. “Até mesmo os 
cientistas da NASA, que dispõem das mais modernas 
técnicas de analise, não seriam  capazes de recriar 
artificialmente  uma coisa parecida”,  afirmou  a 
professora Sobaniec-Łotowska, adicionando que este 
fato teve  no âmbito ju dicial um grande  significado .
A preciosa Relíquia participa de uma procissão
A Igreja  acredita  que   as  palavras 
da consagração,  para a potência 
do Espírito  Santo,  transformam  
as partes  do pão no Corpo  de 
Cristo  e as partes  do vinho  no 
seu Sangue.  Essa faz também 
um apelo  aos ministros  da  
Santa  Comunhão para distribuir   
o Corpo  de Cristo  com fé e 
atenção  e aos fiéis - para 
recebê-lo com reverência.
Os dois cientistas  afirmaram  que não é possível  que alguém  tenha 
colocado  um  fragmento  de   corpo  humano  no  tabernáculo  visto  
os fragmentos  que   formavam  a hóstia  eram realmente  interligados   
às fibras do tecido  humano,  penetravam  uma no outro,  como se um 
fragmento de “pão” que de  repente fosse transformado em “corpo”.
As autoridades civis presentes durante a cerimônia 
para festejar o Milagre da hóstia milagros a de Sokółka
A multidão presente durante a cerimônia
S.E. Edward Ozorowski Arcebispo 
Metropo lita de Bialostocki
E
3

STIPHOUT
HOLANDA, 1342
ilag re Euc aríst ico de
No Milagre Eucarístico de
Stiphout, as Hóstias Consagrada s
foram preservadas de um
violento incêndio que destrói
toda a Igreja que foi depois
reconstr uída. Para além de
numer osos documentos que
descrevem o Prodígio, na
igreja paroquial onde este
Prodígio aconteceu, pode-se
admirar uma pintura na qual
está representado o episódio
miraculoso . Todos os anos, o
culto deste acontecimento é
recordado pelos cidadãos de
Stiphout sobretudo por oca-
sião da festa do Corpo de
Deus.
o ano de 1342, na aldeia de Stiphout
rebentou inesperadamente um violento
temporal. Um raio atingiu a paróquia que
se incendiou. As chamas rapidamente se propa-
garam por toda a parte e invadiram até o interior
da igreja. O antigo pároco Jan Hocaerts, não
sabendo o que fazer, correu rapidamente a avisar
a vizinhança. Um grupo de fiéis, comandados por
Jan Balloys, decide tentar o salvamento do
Santíssimo Sacramento .
Era impo ssível entrar lá dentro
e a única solução que restava, consistia em descer
do alto através da janela. Jan Balloys oferece-se
como voluntário,
destrói com uma barra o vidro
da grande janela situada junto ao altar e desceu
para o interior . Com grande espanto, vê que as
chamas que tinham já devastado toda a igreja se
mantinham longe da zona do tabernáculo . Jan
abre então o tabernáculo, pega a custódia com
as Partículas Consagradas dentro e coloca-as a
salvo. Logo se gritou Milagre. A Igreja foi de
seguida reconstr uída e as Hóstias mantiv eram-se
intactas até 1557. Seguidamente, e por causa de
vicissitudes históricas e de lutas religiosas, perde-
ram-se todas as pistas das Hóstias miraculosas.
N
© 2006, Edizioni San Clemente
Interior da Igreja de S. Trudo
Igreja de S. Trudo, Stiphout
Quadro em que está representado o Milagre. Em fundo
vê-se Jan Balloys que traz a salvo o Santíssimo Sacramento

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Milag re Euc arístico d e
TIXTLA
MÉXIC O, 21 DE OUTUB RO DE 2006
No dia 12 de outubro de
2013, S.E. M ons. Alejo Zavala
Castro, Bispo da Diocese de
Chilpancingo-Chilapa, anunciou
através de carta pastoral
o reconhecimento do Milagre
Eucarís tico ocorrido em Tixtla,
21 de outubro de 2006. Na
carta lê-se: “Este evento nos
proporc iona um sinal maravilh oso
do amor de Deus, que confirma
a presença real de Jesus na
Eucaristia... Em meu papel
como Bispo da diocese rec onheço
o caráter sobrenatural da série
de eventos encontrados na
hóstia sangrando de Tixtla.
Declaro o caso como um
“Sinal divino …”.
o dia 26 de outubro de 2006, de uma hóstia
consagrada, observou-se o derramame nto de
uma substânc ia avermelhada durante a
celebração eucarística em Tixtla, pertencente na
Diocese de Chilpancingo-Chilapa. O Bispo do
lugar, Arcebispo Alejo Zavala Castro convocou uma
investigação e a Comissão teológica de pesquisa, em
outubro de 2009. Ele convidou o Dr. Ricardo
Gómez, para assumir o programa de investigação
científica cujo objetivo era precisamente determinar
o referido evento. As au
toridades de igreja mexicana
procuraram o Dr. Castañón Gómez, porque
estavam cientes de que, nos anos 1999-2006, o
cientista tinha conduzido est udos sobre duas hóstias
que tinham sangrado na paroquia de Santa Maria,
em Buenos Aires. O caso mexicano começou em
outubro de 2006, quando o pai Leopold Roque,
pároco da paróquia de St. Martin de Tours convidou
o padre Raymun do Reyna Esteban para coordenar
um retiro aos seus paroquiano s. Enquanto padre
Leopold e outro padre estavam realizando a
comunhã o, ajudados por uma religiosa que estava no
lado esquerdo do padre Raymu ndo, este último
dirigiu-se a ele com a “píxide” contendo as hóstias
sagradas, porém viu o padre com os olhos úmidos de
lágrimas, o que chamou a atenção do celebrante: a
hóstia que usou na comunhão de um fiel tinha
começado a soltar uma substânc ia avermelhada. A hóstia que sangr ou
N
1

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Milag re Euc arístic o de
TIXTLA
MÉXICO, 21 DE OUTUBRO DE 2006
«A autoridade eclesiás tica
quis evidenciar que no amb iente
católico o mil agre se dife rencia
pelos seguintes aspectos:
1. Teológico:
A intervenção provém de Deus.
Tem uma origem divina.
2. Objetividade:
É evidente a “alteração” das
causas ou leis naturais.
3. Subjetividade:
Aqueles que a ceitam o mil agre
“reconhecem ou concordam”
com um ato de fé que o
evento extraordinário deriva
da vontade de amar de Deus.
4. Finalidade:
A finalidade é o bem de uma
ou muitas pessoas».
A investigação científica realizada entre outubro de
2009 e outubro de 2012 chegou às seguintes
conclusõ es apresentadas em 25 de maio de 2013
dia durante um Simpósio Internacional organiza-
do pela Diocese de Chilpancingo, por ocasião do ano
da fé, e presenci ou a participação de milhares de pessoas
de quatro continentes:
«1. A substância avermelhada analisada correspond e
ao sangue o qual contém hemoglobina e DNA de origem
humana.
2. Dois estudos realizados por eminentes peritos
forenses com diferentes metodologias mostraram que a
substânci a provém da parte interna, o que exclui possibili-
dade de que p ossa ter sido inserida pela parte externa.
3. O tipo de sangue é AB, semelhante ao encontrado
na hóstia de Lanciano e no Sudário de Turim.
Uma análise microscópica de ampliação e pene-
tração revela que a parte superior do sangue é coagulada
desde outubro de 2006. No entanto, as camadas subja-
centes internas revelaram, em fevereiro de 2010, a presença
de sangue fresco.
5.Também foram encontrados glóbulos brancos
intactos, glóbulos vermelhos, os macrófagos em ação que
englobam lipídios. O tecido em questão aparece rasgado e
com mecanismos de recuperação, exatamente como aconte-
ce em um tecido vivo.
6. Ainda mais a análise histopatológi ca determina a
presença de estruturas de proteína em estado de deterio-
ração, sugerindo células mesenquimáticas, células muitos
especiais, caracter izadas por alto dinamis mo biofisiológico.
7. Os estudos imunocito química revelam que o tecido
encontrado corresponde com àquele músculo do coração.
(Miocárdio).
Perante aos resultados científicos e às conclusões da
Comissã o teológica, em 12 de outubro, o Bispo de
Chilpancingo, sua Eminência Alejo Zavala Castro,
anunciou o segui nte:
- O evento não tem uma expl icação natural.
- Não há origem paranormal.
- Não é atribuível a manipulaç ão do inimigo».
No gráfico, no desenho c você vê claramente como o sangue de
dentro para fora. O desenho a mostra como seria se alguém tivesse
injetado sangue. Se expandiria em todos os canais. Há uma situação
b onde alguém poderia colocar o líquido que entrava apenas por dois
canais e o r esto permanecia na super fície sem ser absor vido.
Gráfico que mostra como o sangue é derramado da hóstia, como
uma ferida.
Quando há DNA humano, pode-se obter automaticamente o perfil
genético . Curiosamente, em todos os estudos realizados nas imagens
que derramaram sangue ou nas hóstias consagradas que sangraram
apresentam DNA, mas quando foi realizada a sequenciação do perfil
genético, nunca conseguiu obtê-lo . Os teólogos dizem que porque
Jesus não tem um pai, seu pai é o Espírito Santo, por isso não é
possível obter o per fil genético .
O laboratório de genética de
Gene Ex na Bolívia fez outro
estudo e confirmou que era
material humano , grupo sanguíneo
AB como aquele encontrado
no tecido do Sudário de Turim
e o milagre eucarístico ocorr eu
em 700 D.C.
Foto do Padre Raymondo
Reyna Esteban, protagonista
do Milagre Eucarístico de Tixtla.
Analisando a hóstia confirmou -se
que o sangue era humano, de tipo
AB e que correspondia ao tecido.
A seguir foi feita uma analise dos
marcadores fitoquímicos que con
firmaram que tratava-se de
músculo cardíaco vivo. Não há
nenhum estudo que possa
manter um tecido cardíaco nesta
situação. Normalmente após 48
horas, o tecido morre, assim o
resultado foi obtido apenas apos três
meses e isso é realmente inexplicáv el
para a ciência.
O professor John, um dos melhores
patologis tas que tratam de tecidos,
descobriu que havia a presença de
células mesenq uimais e células
brancas e células vermelhas do
sangue, mas para dizer que o
músculo do coração tinham que
fazer mais testes e o resultado veio
somente depois de 2 anos.
Em 2010, através de um estudo de penetração microscópica digital
através do disparo de raios ultraviole tas e de luz branca foi demonstrado
que o tecido que é visto na parte superior do hóstia apresentav a
sangue coagulado seco. A análise mostrou que, sob o sangue já coagulado,
bem como estruturas da hóstia branca, também havia a presença de
sangue fresco. Esta análise também confirmou o fato de que o
sangue não foi colocado por alguém a partir do externo porque se
fosse assim não poderia ficar fresco durante tanto tempo (de 2006 a
2010) apenas na par te interna da hóstia.
O Professor Carlos Parellada, de
Francisco Marroquín Universidade
da Guatemala, mostra uma foto
da amostra da hóstia milagrosa,
como é evidente a presença de
estruturas de fibrilas longitudinais.
Observando bem a a foto, a
bifurcação é bem clara, que é
típica das fibras do músculo
cardíaco, ou seja, do coração .
2
L
4.
Centro médico for ense

TURIM
ITÁLIA, 1453
ilag re Euc aríst ico de
Na Basílica do Corpo de Deus,
em Turim, encontra-se uma
grade em ferro que cerca o lugar
onde se verificou o primeir o
Milagre Eucarístico acontecido
- etni oN .3541 me ,miruTme
riordessa grade encontra-se
uma inscrição sobr e o pavimento
que descreve o Prodígio: « Aqui
caiu prostrado o jumento que
transpor tava o Corpo Divino –
aqui a Sagrada Hóstia ao liber-
tar-se do saco que a encerrav a
elevou-se a si mesma ao alto –
aqui, clemente, desceu sobre as
mãos em súplica dos Turineses
– eis aqui, o lugar feito santo
pelo Prodígio – e recordando-o,
orando de joelhos, ele te seja de
veneração e te incuta um santo
temor (6 de Junho, 1453)».
a Alta ValSusa, em Exilles, as tropas de
Renato de Angiò combateram contra as
milícias do Duque Ludovico de Savóia. Aqui,
os soldados abandonaram-se ao saque do país e
alguns deles entraram na igr eja. Um deles, forçou
a portinha do tabernáculo e roubou o relicário
com a Hóstia Consagrada. Embrulhou todo o
fu
rto num saco e no dorso de um jumento dirige-
se para a cidade de Turim. Na praça maior junto
à Igreja de S. Silvestre, agora do Espírito Santo,
no lugar onde em seguida foi erigida a igreja do
Corpo de Deus, o jumento tropeçou e caiu. Eis
então o saco a abrir-se e o relicário com a Hóstia
Consagrada a elevar-se acima das casas circun-
dantes, perante o espanto da multidão . Entreos
presentes estava também D. Bartolomeu Coccolo,
que corre a dar a notícia ao Bispo, Ludovico dos
Marqueses de Romagnano . O Bispo,acompanhado
por um cortejo de povo e do clero,transpor tou-
se para a praça, e prostrando-se em adoração,
orou com as palavras dos discípulos de Emmaus:
«Fica connosco, S enhor». Nesse instante verificou-
se um novo prodígio: o relicário estava caído
por terra, deixando livre e resplandecente, como
um segundo sol, a Hóstia Consagrada. O Bispo
que tinha nas mãos um cálice, elevou-o em
direcção ao alto e lentamente a Hóstia Consagrada
começou a descer, pousando-se dentro do cálice.
A devoção pelo Milagre Eucarístico de 1453
foi logo assumida pela Cidade, que promoveu,
em primeir o lugar, a construção de um nicho sobre
o lugar do Prodígio, rapidamente substituído
pela Igreja dedicada ao Corpo de Deus. Mas a
expressão mais significativ a é constituída pelas
festas organizadas por ocasião dos centenários e
dos cinquentenários (de 1653, 1703, 1753, 1853
e – em parte 1803). Muitos são os documentos
que descrevem o Milagre: os mais antigos são os
três Actos Capitular es de 1454, 1455, e 1456 e
alguns escritos da época do Município de Turim.
Em 1853, o Beato Papa Pio IX celebrou solene-
mente o quarto centenário do Milagre, cerimónia
na qual participaram também S. João Bosco e
Padre Rua. Pio IX nesta ocasião aprovou, além
disso, o Ofício e a Missa próprias do Milagre para
a arquidiocese de Turim. Em 1928, Pio XI elevou
a Igreja do Corpus Domini à dignidade de Basílica
Menor.
A Hóstia do Milagre foi conservada até ao
século XVI, enquanto a Santa Sé não ordenou que
fosse consumada «para não obrigar Deus a fazer
eternos Milagres como o de manter sempre incor-
ruptas, como se mantiv eram, aquelas mesmas
espécies eucarísticas».
N
Entrando na Basílica do Corpus Domini em Turim, vê-se claramente
sobre o altar um quadro, do pintor Bartolomeo Garavaglia,
discípulo do grande Guercino. Este quadro mostra o grande Milagre
Eucarístico de 1453.
Interior da Basílica do Corpo de Deus
Lápide comemorativ a do Milagre, Turim.
© 2006, Edizioni San Clemente
Imagens do Milagre de Turim. Basílica do Corpus Christi, Turim
Impressões da Hóstia do Milagre

TURIM
ITÁLIA, 1453
ilag re Euc aríst ico de
O ferro com o qual foi impressa a Miraculosa Partícula que foi transpor-
tadapara Turim de Exilles em 1673, e em 1684 doado ao Município,
que ainda hoje a conserva nos depósitos do Arquivo Histórico da Cidade.
Reprodução da Hóstia
Milagrosa tratada em “O
Milagre de Turim ilustrado na
ocasião do primeir o Congresso
Eucarístico Internacional ”,
Turim. Tipografia
FratelliCanonica, 1894
(Colecção Sincom, C9200).
Baú de cipreste solicitado pelo Município de Turim em 1672
para guardar os documentos relativos ao Milagre
Para hospedar a Partícula
Miraculosa em 1455, erigiu-seum
Tabernáculo na Sé, transferido
em 1492, quando tiveram início
os trabalhos para a construção
do novo edifício projectado
porMeo de Caprino . Em 1528,
no local onde aconteceu o
episódio miraculoso foi edificado
o nicho de MatteoSanmicheli,
ornamentado de pinturas que
recordam as fases mais significa-
tivas do acontecimento, depois
substituído pela actual Igreja do
Corpo de Deus, iniciada por
AscanioV ittozzi em 1604. A
edificação do Corpo de Deus foi
decidida pela municipalidade em
1598 durante a epidemia da
peste, correspondendo assim a
um pedido da Irmandade do
Espírito Santo.
Anónimo, Milagre do Santíssimo Sacramento, ocorrido na Ilustríssima
e Ínclita Cidade de Turim, no ano de 1453 dia 6 de Junho,
aproximadamente às 20:00.M esa cortada anexada ao Ano Secular
(Colecção Simenon C 2412).O tríptico ilustra as fases importantes do
acontecimento: o furto da Partícula Consagrada em Exilles, a queda
do jumento, a ascensão da Hóstia, e sua colocação espontânea no
cálice. Os arcos laterais são encimados peloemblema da cidade.
G. A. Recchi, frescos que descrevem o Prodígio, presentes no
Município de Turim
Lápide na qual se diz que a Hóstia do Milagre se consumou «para não
obrigar Deus a fazer eternos Milagres…».
Eis então que o
saco se abre e o
relicário com a
Hóstia sagrada
se elevou acima
das casas circun-
dantes perante o
espanto da
multidão.
Interior da Basílica do
Corpo de Deus
Cálice do Milagre
de Turim
LuigiVacca (1853), frescos que decoram a abóbada da Basílica
e ilustram as fases do Prodígio
Lápide onde caiu o jumento
© 2006, Edizioni San Clemente

TURIM
ITÁLIA, 1640
ilag re Euc aríst ico de
Durante a invasão por parte
das tropas do Conde de
Harcourt, os soldados
introduziram-se na Igreja
de Santa Maria do Monte
e mataram numer osos civis. A
vida dos Frades Capuchinhos
foi, porém, poupada. Um
soldado francês consegue abrir
o Tabernáculo contendo o
Sacrário com algumas
Partículas consagradas lá
dentro, e, milagrosamente,
deste saiu como que uma
linha de fogo, que investe
contra ele e lhe queima a cara
e as vestes. A pequena porta
do Tabernáculo,decorada a
ágatas e lápis-lazúli, apresenta
ainda os traços da violação
por parte do soldado .
m 1640 a armada francesa do Conde de
Harcourt ultrapassou o Pó conquistando o
reduto do Monte dos Capuchinhos. O
Padre Capuchinho Pier Maria de Cambiano
descreve pormenorizadamente um Milagre
Eucarístico que aconteceu durante a ocupação da
Igreja de Santa Maria do Monte, por parte das
tropas francesas:
«O Piemonte foi inundado por exércitos
estrangeir os, entre os quais os franceses que,
deixada Casale Monferrato libertada dos
Espanhóis, marcharam sobre Turim. A 6 de Maio
de 1640 encontram-se em Chieri, a
7 em Moncalieri
e a 10 chegam a Turim, e passando rente ao
sinistrorio Pó, atacaram a ponte com ímpeto,
apoderaram-se dela, não obstante a valente defesa
dos nossos, e recolheram-se no Convento dos
Capuc hinhos do Monte. Mas ninguém se
encontrav a seguro. Na manhã de 12 de Maio os
franceses deram dois potentes e enérgicos
assaltos às trincheiras e, se bem que por duas
vezes fossem repelidos, à terceira, porém,
obrigaram os nossos a depor as armas e a
refugiar-se com o povo esperando a salvação, no
lugar santo, a Igreja. Os invasores entraram
então na Igreja, mataram homens e mulher es,
jovens e velhos, burgueses e soldados, e até
aqueles que se tinham agarrado ao sagrado altar
ou que se haviam refugiado entre os braços dos
Frades Capuchinhos, e pediam piedade e a sua
liberdade. Nenhum dos religiosos foi ferido:
todos porém se encontrav am com o coração
despedaçado à vista de semelhante massacr e.
Derramado o sangue, roubaram as decorações
sacras e saquearam o convento, porque neste,
como asilo seguro, tinham sido postas, pelos
fugitiv os, algumas mobílias. De seguida na
própria igreja (horrív el para se contar) abandona-
ram-se à brutalidade e à libertinagem. Mas isso
ainda não bastou. Um soldado francês, herético,
subiu ao altar, e depois de ter arrombado a porta
do Tabernáculo tentou agarrar o Sacrário
contendo as Sacrossantas Partículas, para o
destruir! Mas Milagre! Uma linha de fogo saída
do Santo Sacrário foi colher em pleno peito o
sacrílego francês e queimou-lhe as vestes e a cara.
O soldado, admirado, lançou-se por terra gritando
e pedindo perdão a Deus. Subitamente a Igreja
ficou coberta de denso fumo e, entre a admiração
e o terror de todos, o vandalismo cessou»
E
Igreja do Monte dos Capuchinhos
Antiga representação do Monte
dos Capuchinhos em Turim
Pormenor do Tabernáculo
ergaliM od Interior da Igreja
© 2006, Edizioni San Clemente
Pintura antiga presente na
Igreja que descreve o Milagre

Igreja Catedral de Nossa Senhora da Assunção, emTrani.
Aqui, por vários anos, foram conservadas as Relíquias do Milagre.
TRANI
ITÁLIA, XI SÉCUL O
ilag re Euc aríst ico de
Uma mulher não cristã,
incrédula acerca da verdade
do dogma católico, da presen-
çareal de Jesus na Eucaristia,
com a ajuda de uma sua
amiga cristã, e durante
a celebração da Santa Missa,
conseguiu roubar uma Hóstia
consagrada. A mulher , quase
desafiando Deus, colocou
depois a Partícula Consagrada
dentro de uma panela com
azeite, sobre o fogo.
Inesperadamente da Hóstia
alastrou uma grande
quantidade de sangue que se
derramou sobre o pavimento
até sair pela porta de casa.
m Trani, na Puglia, ainda hoje está conser-
vada a relíquia deste Milagre Eucarístico na
Catedral denominada de Nossa Senhora da
Assunção que se deu por volta do ano mil. Muitos
são os documentos que mencionam o Prodígio,
entre os quais alguns monogramas eucarísticos
reproduzidos sobre as antigas ruas da cidade.
Frei Bartolomeo Campi, descreve na sua obra
«L’innamorato di Gesù Cristo» (1625), um apu-
rado resumo de como se desenrolou este facto:
«Fingindo-se cristã, a mulher comungou com as
outras... e tomada a Partícula, retirou-a da boca,
e
colocou-a num lenço. De regresso a casa, querendo
experimentar se era pão ou não, colocou aquela
bendita Partícula dentro de uma panela cheia de
azeite para fritar... Em contacto com o azeite a
ferver, a Partícula transformou-se milagrosamente
em carne sanguínea e a hemorragia de sangue,
chamemos-lhe assim, não cessou imediatamente,
muito pelo contrário, continuou a derramar tanto
sangue pela panela fora, que corria e alagava, por
todo o lado, aquela maldita e abomináv el casa.
Assustada e aterrorizada, a mulher começou a
gritar... e as vizinhas correram rápido para ver
qual era o motivo daquela gritaria...».
O Arcebispo foi logo informado do
acontecido e ordenou que voltassem a pôr
reverentemente a Partícula na igreja. O mesmo
abade cisterciense Ferdinando Ugheli (1670), na
sua muito conhecida obra enciclopédica «Italia
sacra», numa nota do sétimo volume escrevia:
«Em Trani venera-se uma Sagrada Hóstia, frita
por desprezo à nossa fé… na qual, desvendado o
pão ázimo, aparece a verdadeira Carne
e o verda-
deiro Sangue de Cristo, que caiu por terra». Uma
confirmação indirecta deste Milagre encontramo-la
também numa afirmação de S. Pio de Pietrelcina
que exclamou: «Trani é afortunada, porque, por
duas vezes, o Sangue de Cristo banhou a sua terra».
A referência dizia respeito ao Milagre Eucarístico
do qual nos estamos a ocupar , mas também ao
milagre do Crucifixo de Colonna, que tinha o nariz
desfigurado e do qual saiu um abundante fluxo
de Sangue. No ano de 1706, a casa da mulher foi
transformada em capela, graças à generosa oferta
do nobre Ottaviano Campitelli. Em 1616, a relíquia
da Hóstia foi colocada dentro de um antigo relicário
de prata, dado por Fabrício de Cunio. Esta Santa
Relíquia em diversas épocas, saiu, a última das
quais no ano de 1924, por ocasião do Congresso
Eucarístico interdiocesano e da obra de Monsenhor
Giuseppe Maria Leo.
E
© 2006, Edizioni San Clemente
Interior da Catedral de Trani
Panela que a mulher
usou para fritar a Hóstia
Antiga representação do Prodígio
Relicário do XVII século que
contém a Hóstia Milagrosa.
Capela dedicada ao Milagre onde
está conservada a preciosa relíquia,
na Igreja de Santo André.
Igreja de S anto André, onde a mulher
sacrílega tir ou a Hóstia Consagrada
Casa onde se deu o Milagre,
hoje transformada em capela
Interior da casa da mulher
sacrílega, transformada
em capela no ano de 1706
Detalhe de uma pintura dePaoloUccelo que evoca o Prodígio.
Museu de Urbino

TUMA CO
COLÔMBIA, 1906
ilag re Euc aríst ico de
O maremoto que atingiu em
1906 a costa do Pacífico causou
enormes estragos e destruições
em diversas zonas. O Padre
Bernardino Garcia de la
Conceptión, que naquele
momento se encontrav a na
cidade de Panamá, deu este
testemunho relativo ao terrível
cataclismo que afectou a zona:
«Inesperadamente uma onda
enorme atravessa o porto, entra
no mercado levantando todas as
coisas, e as embarcações que
estavam em seco foram lançadas
a grande distância, causando
inúmeras desgraças» A ilhota de
Tumaco foi poupada milagrosa-
mente daquela terrível catástrofe,
graças à fé dos seus habitantes
pelo Santíssimo Sacramento .
m 31 de Janeiro de 1906, pelas dez da
manhã, na pequeníssima ilha de Tumaco no
Oceano Pacífico, sentiu-se tremer a terra
aparatosamente, durante cerca de dez minutos.
Todos os habitantes da aldeia se reuniram diante
da igreja, suplicando ao Pároco, o Padre Gerardo
Larrondo e ao Padre Julián, para organizar
imediatamente uma procissão com o Santíssimo
Sacramento . O mar estava a aumentar e tinha já
cobe
rto uma parte do litoral. Tendo avançado
cerca de quilómetr o e meio, tinha-se já formado
uma enorme montanha de água, que bem
depressa se transformaria numa imensa onda.
O Padre Gerardo, atónito, consumiu rapidamente
todas as Hóstias Consagradas do cálice, tendo
deixado de parte, somente a magna Hóstia.
Dirigindo-se depois à população exclamou:
«Vamos, meus filhos, vamos todos para a praia e
que Deus tenha piedade de nós!». Como que
tranquilizados pela presença de Jesus
Eucarístico todos caminharam chorando e
aclamando Deus.
Mal o Padre Larrondo atinge
a praia, desce corajosamente, com o Relicário
na mão, sobre a linha de rebentação das ondas,
e precisamente quando a onda estava para
chegar, ergueu diante de todos, com mão firme
e o coração repleto de fé a Hóstia Consagrada e
traçou no ar o sinal da cruz. Foi um momento
de enorme solenidade. A onda avançou ainda
um pouquinho . Porém, ainda antes que o padre
Larrondo e o padre Julián, que estava ao seu
lado, se dessem conta do que tinha acontecido,
a população, comovida e estupefacta gritou:
“Milagre,
Milagre!”. De facto, como que presa
por uma força invisível, superior à da natureza, a
poderosa onda, que ameaçav a eliminar da terra a
aldeia de Tumaco, tinha parado inesperadamente
e tinha começado a retroceder, enquanto o mar
retornav a velozmente ao seu curso normal. Os
habitantes de Tumaco foram tomados por um
indescritível entusiasmo e alegria, por terem
sido salvos da morte por Jesus Sacramentado, ao
qual todos dirigiram o seu fervoroso agradeci-
mento. Falou-se muito do Milagre de Tumaco em
todo o mundo, tanto que enviaram ao Padre
Larrondo, até da Europa, numer osas cartas com
pedidos de oração.
E
Tumaco como se apresentav a no tempo do Milagre em 1906
Praia de Tumaco
© 2006, Edizioni San Clemente

VALENCIA
ESPANHA
Milag re Euc aríst ico de
Este precioso objecto esteve
sempre no centro de histórias
e romances fantásticos como
a “Lenda dos Cavaleiros
da Távola Redonda ” em
Inglaterra, “Os contos de
Perceval” em França e de
“Parzival na Alemanha, nos
séculos XII-XIII. Este género
foi também retomado por
Wagner sob a perspectiv a
esotérica cristã, e no fim
do século XX, os romances
fantásticos escritos por B.
Cornw ell favoreceram
o nascimento de movimentos
editoriais que duram
até agora.
Santo Graal de Valência é o cálice que Jesus
usou na Última Ceia com os seus
Apóstolos, para consagrar e oferecer o
Vinho Eucarístico, isto é, o Seu Sangue, mas foi
também reconhecido como o copo no qual José
de Arimatea recolhe o Sangue de Cristo Crucificado .
Existem muitas variantes para indicar o Graal:
“San Grëal”, “Holy Grail”, “Sangreal” em
Inglaterra, “Sanct Graal” e “Saint Graal” no francês
antigo e moderno, “Gral” e “Graal” em alemão . A
“grolla” valenciana é parente lexicalmente est
reita
de Graal e semelhante ao latino “gradalis ” ou
“gratalis ”, “vaso”. De muitas fontes, sabíamos que
alguns séculos depois da morte de Cristo, em
Jerusalém, foi mostrado o Santo Graal aos
peregrinos cristãos. Segundo o relatório de
Arculfo, Bispo francês que viveu na Terra Santa
em 720 d.C., na igreja do Santo Sepulcro em
Jerusalém estava guardado o Cálice do Senhor,
onde ele mesmo consagrou o seu próprio
Sangue. O Venerável Beda acrescenta que a taça
estava protegida por uma rede e que se podia
tocar e beijar, somente através de uma abertura
aí feita. Não se conhece bem a data em que o
Cálice foi trazido de Jerusalém, e é muito
provável que a data remonte ao século VII.
Hoje em Valência, na capela gótica
do Santo Cálice, na Catedral da cidade, está
conservado e exposto à veneração dos fiéis, um
cálice miraculoso que a tradição identifica com o
Santo Graal. A base deste precioso objecto é
formada de
diversas porções: a parte superior de
um cálice de cornalina invertido, constitui a base,
a haste está enriquecida com pedras preciosas
e a parte superior é uma taça também essa de
cornalina. Estas partes são atribuídas a diversas
épocas; a taça é a mais antiga e a mais difícil de
datar e constituiu a fracção mais interessante. Sobre
a base está por outro lado uma inscrição árabe de
uma interpr etação controversa, mas que poderia
fornecer uma ulterior prova para a datação .
Segundo o professor Salvador Antuñano, «quando
se conhece o mistério do Cálice do Santo Graal,
damo-nos conta que nisso não há nada de enigmá-
tico ou esotérico .
A história deste precioso Cálice diz respeito ao
episódio da história mais dramático, mais sublime
que a humanidade terá alguma vez vivido: a
História do Verbo que se fez Homem e Eucaristia».
© 2006, Edizioni San Clemente
Texto da nota escrita por Juan
de Ribera, no qual ele certifica
que «até hoje se conserva na
nossa Catedral o Santo Cálice»
João Paulo II beija o Santo Graal
de Valência
A Sagrada Ceia, J uan de J uanes,
Museu do P rado (Madrid)
Documento de entrada do
Santo Cálice na Catedral de
Valência, em 1437
O Santo Cálice de Valência
Percurso completado pelo Santo Cálice
Catedral de Valência
O

VALENCIA
ESPANHA
Milag re Euc aríst ico de
O Santo Graal
de Valência é o
cálice que Jesus
usou na Última
Ceia com os seus
Apóstolos para
consagrar e oferecer
o Vinho
Eucarístico, isto
é, o seu Sangue,
mas foi também
identificado como
o copo em que
José de Arimatea
recolhe o Sangue
de Cristo
Crucificado.
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Precioso Relicário que se conserva
na Catedral de Valência

VEROLI
ITÁLIA, 1570
ilag re Euc aríst ico de
Na Páscoa de 1570, na Igreja
de Santo Erasmo em Veroli,
durante a exposição do
SS. Sacramento (que naquele
tempo se apresentav a
encerrado num relicário
cilíndrico colocado dentro de
um grande cálice ministerial,
coberto pela patena), durante
as Quarenta Horas de
adoração pública, o Menino
Jesus surge na Hóstia exposta
e concede numer osas graças.
Hoje, o cálice onde foi
exposto o SS. Sacramento está
guardado na Igreja de Santo
Erasmo, e é utilizado uma vez
por ano, na terça-feira de
Páscoa para a celebração da
Santa Missa.
a Páscoa de 1570, na Igreja de Santo
Erasmo, a Hóstia Consagrada segundo o rito
tradicional, estava fechada num relicário de
prata de forma cilíndrica com tampa de fecho,
que por sua vez é colocado dentro de um grande
cálice ministerial, também esse de prata e coberto
com a patena. Tudo isto, por fim é envolto num
elegante tecido de seda. É necessário realçar que
no século XV, a exposição do Santíssimo no reli-
cário era pouco difundida, apesar de no Concílio
de Colónia (1452) se ter já falado sobre este
assunto . Era habitual
que cada Irmandade da
cidade fosse adorar o SS. Sacramento exposto,
por uma hora. Assim, se inscreveu a Irmandade
da Misericór dia , que precedia a do Corpo de
Deus e da Nossa Senhora, vestidas com os seus
hábitos negros, que se ajoelhav am a rezar.
O documento mais autorizado sobre
este Milagre Eucarístico foi redigido pela Cúria
imediatamente após os factos, e está conservado
no arquivo da Igreja de Santo Erasmo. Muito
detalhado é o depoimento de um certo
Giacomo Meloni, que estava entre as primeiras
testemunhas que assistiram ao Prodígio: «E
assim elevando os seus olhos para o cálice, viu,
do pé ao copo do cálice, uma resplandecente
estrela e sobre a estrela aparecia o SS.
Sacramento de tamanho similar ao que costuma
usar o sacerdote na Missa, e a estrela estava
pegada ao SS. Sacramento(…). Esta maravilha,
completou-se no momento em que se viram em
torno da Hóstia Consagrada adoráv eis crianças,
semelhantes a pequenos anjos …». Ainda hoje,
na terça-feira de Páscoa, o Prodígio é recordado
todos os
anos com uma solene cerimónia, na
qual participa também o Bispo. O cálice com a
patena onde foi exposto o SS. Sacramento,
continua sempre guardado entre as relíquias dos
santos, tal como a custódia de prata. As sagradas
espécies da Hóstia Milagrosa de Veroli, cerca de
112 anos depois foram consumadas. Em 1970,
por ocasião do quarto centenário do Prodígio,
celebrou-se o terceiro Congresso Eucarístico da
Diocese de Veroli – Frosinone. Cada primeira
sexta-feira do mês, na Igreja do Milagre
Eucarístico, faz-se a adoração do SS. Sacramento
e permanecem fechadas todas as outras igrejas.
N
Antiga pintura que representa o Milagre
Capela onde aparece a prodigiosa aparição
Igreja de Santo Erasmo, Veroli
Lápide comemorativ a que recorda o Milagre
Documento que transcr eve os testemunhos escritos e juramentadosde
cada um dos presentes na aparição
Cálice e patena do Milagre
© 2006, Edizioni San Clemente

VOLTERRA
ITÁLIA, 1472
ilag re Euc aríst ico de
Em 1472, durante a guerra
que rebentou entre Volterra e
Florença, um soldado floren-
tino, entrado na Catedral de
Volterra, consegue apoderar-se
da preciosa custódia de marfim
contendo numer osas Hóstias
Consagradas. Após ter saído
da igreja, tomado por um
acesso de ira em confronto com
Jesus Sacramentado, lançou a
custódia com o seu precioso
conteúdo contra uma parede
da igreja. Desta saíram todas
as Partículas que, iluminadas
por uma luz misteriosa, se
elevaram miraculosamente no
vazio e permaneceram bastante
tempo suspensas no ar.
Numerosas foram as testemunhas
que presenciaram o acontecido .
ntre as principais causas que desencadearam
a inútil guerra da Allumier e, terminada com
o saque de Volterra em 1492, por obra das
milícias do duque de Montefeltr o, estavam
sobretudo as diferenças que surgiram entre as
classes sociais e os interesses pessoais de Lorenzo
de Medici. Absorvida pelo Estado Florentino,
Volterra foi submetida a um duro tratamento
que provocou a emigração de muitas famílias
abastadas e a consequente alienação dos bens a
preço de falência.
Foi neste cenário histórico que, em
1472 se
verificou o nosso Milagre Eucarístico .
Entre as testemunhas mais acreditadas, que
descrevem o Milagre, temos a relação escrita pelo
Frade Biagio Lisci, do qual foi testemunha
directa, que hoje está conservada nos arquivos da
Igreja de S. Francisco, e também alguns actos
comunais guardados na Biblioteca Municipal
de Volterra. Um soldado florentino entrou na
Igreja Catedral e dirigiu-se de imediato ao
tabernáculo do qual retirou a custódia com as
Hóstias Consagradas, para além de numer osos
objectos sacros. Logo que saiu da Igreja,
tomado de um ódio fortíssimo por Jesus
Eucarístico, rebentou a custódia contra uma das
paredes exterior es da Igreja e desta saíram todas
as Hóstias que, como que seguradas por uma
mão invisív el, se elevaram no vazio todas
cintilantes de luz. O soldado caiu por terra com
o espanto, e arrependido começou a chorar.
Inúmeras foram as testemunhas que assistiram
ao Prodígio.
E
Interior da Catedral
Vista de Volterra
Igreja de S. Francisco
Panorama da cidade de Volterra
© 2006, Edizioni San Clemente

WALLDÜRN
ALEMANHA, 1330
ilag re Euc aríst ico de
Um dos documentos mais
- ocer oãtse lauq on sotelpmoc
lhidos todos os testemunhos
sobre o Milagre Eucarístico
que aconteceu em Walldürn,
em 1330, é o que escreveu em
1589, o monge Hoffius.
Durante a Missa um sacerdote
derrubou acidentalmente as
espécies do vinho consagrado
que se transformaram em
Sangue e formaram sobre o
corporal uma imagem de
Cristo crucificado . A Relíquia
do corporal ensanguentado
guarda-se, ainda hoje, junto
do altar lateral da Basílica
Menor de S. Jorge em
Walldürn. Todos os anos,
muitos milhar es de romeiros
deslocam-se em peregrinação
a Walldürn para venerar a
Sacra Relíquia.
nquanto o sacerdote Heinrich O tto estava a
celebrar a Santa Missa, entornou por
descuido o cálice, com as espécies do vinho
consagrado que se encontrav am dentro, as quais
se transformaram em Sangue. Imediatamente se
formou sobre o corporal uma imagem de Cristo
crucificado, de cor vermelha, contornado por
onze cabeças de Cristo coroado de espinhos,
todas iguais. O sacerdote não teve coragem de
revelar o Milagre e por muitos
anos escondeu o
corporal debaixo do altar. Foi somente quando se
encontr ou à beira da morte, que em confissão
narrou ao sacerdote a quem confiou o corporal,
tudo o que lhe acontecera.
Desde o início, a Relíquia do corporal
foi muito venerada, e a ela se atribuíram muitas
curas e conversões milagrosas. O Papa Eugénio IV
confirmou o Milagre em 1445 a que concedeu
algumas indulgências. O Prodígio tornou-se
famoso em toda a Europa e através dos séculos
foi interpr etado por muitos artistas. A actual
Basílica foi construída entre 1698 e 1728, por
Franz Lothar von Schönborn, Arcebispo de
Mainz. Em 1962, o Papa João XXIII elevou-a à
categoria de Basílica Menor. Em 1938 os
monges agostinianos orientaram a Basílica.
© 2006, Edizioni San Clemente
Estandar te da Igreja de S. Jorge no qual está representado
o Milagre
Interior da Igreja
Igreja de S. Jorge
O Padre Otto esconde o
Corporal miraculoso . Pintura
de 1732, conservada na igreja
de S. Jorge.
O Padre Agostinho apresenta o
Corporal aos peregrinos
Jesus crucificado distingue-se bem, na tela vista aos raios
ultravioletas
Igreja de S. Jorge
Procissão em honra
do Prodígio
E

WEINGA RTEN
ALEMANH A
O preciosíssi mo San gue de Jesus
Em Weingarten, no mosteir o
beneditino, é possível venerar,
há mais de 900 anos, a
Relíquia de uma parte do
Preciosíssimo Sangue de Jesus.
Segundo muitos historiador es,
o soldado Longino, levou
para Mântua a Relíquia do
Preciosíssimo Sangue de
Cristo, que de seguida foi
dividida em muitas partes e
dada aos vários potentados
do tempo, (o mais conhecido
é o de Carlos Magno) e a
diversos Papas.
Relíquia do Preciosíssimo Sangue chegou
também a Weingarten. Segundo um
documento antigo, no ano de 1055, foi
doada ao Imperador Enriço III de Francónia,
parte da preciosa Relíquia. Em seguida, este
deixou-a por hereditariedade ao conde
Baldowino de Fiandra, que por sua vez a doou a
sua filha Giuditta.
Quando Guelfo IV, da Baviera
pede em casamento Giuditta, esta deu-lhe de
presente a preciosa Relíquia, que em seguida, ele
mesmo, doou ao convento beneditino de
Weingarten, dirigido naquele tempo pelo abade
Wilichon. A solene cerimónia aconteceu a 4 de
Março de 1094.
A Abadia beneditina recebeu por
este motivo numer osas indulgências de diversos
Papas, tanto, que aquela Igreja se tornou um
centro religioso de extraor dinária importância.
Todos os anos em Weingarten é organizada em
honra da Relíquia, uma cerimónia conhecida com
o nome de Cavalgada de Sangue. Trata-se de uma
desfilada à qual participam quase 3000 cavalos
montados pelos maiorais de cada uma das paróquia s
do condado, e pelo clero de cada uma das Igrejas.
© 2006, Edizioni San Clemente
Relíquia do Preciosíssimo Sangue
Urna que contém a Sagrada Relíquia
O Papa Pio II venera a Preciosa Relíquia
Relíquia de um Pregoda Cruz,
Hofburg, Viena.
Relíquia de um fragmento
da Santa Cruz que se guarda em
Roma, na Basílica da Santa Cruz
em Jerusalém
Pintura antiga na qual está representada a Cavalgada do
Preciosíssimo Sangue, que se realiza em Weingarten
Procissão em honra da
Preciosa Relíquia
Na Igreja de S. Martino em Weingarten, guarda-se a Relíquia
do Preciosíssimo Sangue
A

WEINGAR TEN
ALEMANHA
O preciosíssimo Sang ue de Jesus
Todos os anos,
em Weingarten,
em honra da
Relíquia, é
organizada uma
cerimónia conhe-
cida com o nome
de “Cavalgada
de Sang ue”
Na Basílica de Santa Andreia em
Mântua guarda-se a Relíquia do
Preciosíssimo Sangue de Jesus
© 2006, Edizioni San Clemente
Carta de 1278, datada de 1 de Março, na qual Alberto, abade do
Mosteiro Beneditino de Santa Andreia em Mântua, confirma a
origem “mantovana” da Relíquia do Sangue Precioso de Jesus,
conservada no Mosteiro de Weingarten.
Relicários que contêm
algumas Relíquias da Paixão
de Cristo, Museu
Kunsthistorisches, Viena
Relíquia da Sagrada Lança
com a qual o soldado romano
golpeou as costas de Jesus.
Museu Kunsthistorisches, Viena
Relíquias de Sangue Santo, Mântua
Procissão em honra do Santo Sangue. Mântua
Geminação entre as cidades
de Mântua e Weingarten
A Relíquia do Sangue Precioso (XVII século).
Município de Weingarten
Relicário que encerra a terra na qual caiu o Preciosíssimo Sangue
de Cristo da Cruz, Czestocho wa, Polónia
Museu Kunsthistorisches, Viena

WEITEN-RA VENDORF
ÁUSTRIA, 1411
No século XV, na Áustria,
realizaram-se diversos furtos de
Hóstias Consagradas e por esse
motivo, os religiosos do lugar,
tomaram o hábito de guardar
as Partículas nas sacristias.
Não obstante essas precauções,
em 1411, um ladrão conseguiu
roubar uma Hóstia Consagrada
da Igreja Paroquial de Weiten.
A Partícula escorregou inadver-
tidamente para terra durante
a viagem, e foi encontrada,
alguns dias depois, por uma
devota senhora. A Hóstia, toda
resplandecente, estava dividida
em duas par tes, as quais contudo,
se apresentav am unidas entre
si, graças a filamentos de
carne ensanguentada.
a Igreja Paroquial de Weiten, um ladrão
conseguiu atingir a sacristia e apoderar-se de
uma Hóstia Consagrada que enfiou numa
das suas luvas. Nas crónicas da aldeia de Weiten,
ressalta que este furto acontece em 1411. O ladrão
montou depois a cavalo com a intenção de dirigir-
se à aldeia vizinha de Spitz. Em vez de tomar a
estrada principal, escolhe a lateral que passa atra-
vés da fossa de Mühldor f e é conhecida com o
nome de «Am SchuB». Quando o homem chegou
ao ponto, no qual ainda hoje
se encontra uma das
capelas construídas em honra do Milagre, o seu
cavalo parou e não se moveu mais, não obstante o
restante percurso. Alguns camponeses que estavam
a trabalhar nos campos circundantes viram a cena
e acorreram a ajudá-lo . O cavalo estava como
que petrificado e não havia maneira de fazê-lo
mover-se. Inesperadamente o animal partiu a
galope com o dono e a Hóstia escondida na luva
deslizou para terra, sem que ninguém disso se
tivesse apercebido .
Poucos dias depois, a senhora Scheck
de Mannersdor f encontrav a-se a passar por
aquele sítio e descobr e junto de uma sebe, uma
luz fortíssima com uma Hóstia no centro. A
mulher recolhe-a e para sua grande admiração,
notou que a Partícula estava partida em duas
partes, que contudo, continuav am unidas entre
si, graças a fios de carne sangrenta. A senhora,
comovida, mandou erigir exactamente naquele
ponto, e a expensas suas, uma pequena capela
em sinal de agradecimento . Logo que a notícia
se espalha, começaram a convergir àquele local,
numer osos fiéis. Seguidamente foi necessário
const
ruir uma igreja com maior capacidade,
capaz de conter as grandes multidões que vinham
todos os anos em peregrinação, para honrar a
Preciosa Relíquia.N
© 2006, Edizioni San Clemente
Igreja Paroquial de Weiten
Vista panorâmica de Weiten
Pintura antiga presente na Paróquia de Weiten, na qual
o Milagre está representado
Capelinha construída no lugar onde foi encontrada a Hóstia
ilag re Euc aríst ico de

WILSNA CK
ALEMANHA, 1383
ilag re Euc aríst ico de
Durante um terrível incêndio
que rebentou na aldeia de
Wilsnack em 1383, entre
os restos da igreja paroquial
foram encontradas três
Hóstias completamente
intactas, que sangrav am
repetidamente. Os peregrinos
começaram a afluir em
grande númer o e por isso foi
construída um Igreja em
honra do Milagre. O culto foi
aprovado com duas Bulas do
Papa Eugénio IV em 1447.
m Agosto de 1383 a aldeia de Wilsnack foi
saqueada, vítima de roubo, e atirada ao fogo
pelo Cavaleiro Heinrich von Bülow. Entre
os escombr os da Igreja paroquial encontraram-se
três Hóstias Consagradas, perfeitamente intactas,
das quais corria Sangue. Depois da descober ta
das Hóstias ensanguentadas, principiaram a
verificar-se numer osos milagres. Por exemplo, o
cavaleiro Dietrich von Wenckstern, que tinha
muitas dúvidas sobre o sangramento das Hóstias,
perde a vista, que lhe foi devolvida somente
quando se arrependeu de ter duvidado da verdade
do Milagre. A notícia espalha-se rapidamente, e
logo em 1384 o Bispo de Havelburg certificou o
Milagre das Hóstias “ensanguentadas ” de
W
ilsnack. O Papa Urbano VI concedeu um dote
para a reconstr ução da Igreja, ao qual se juntaram
as ofertas do Arcebispo de Magdeburg, e dos
Bispos de Brandenburg, Havelberg e Levus.
Wilsnack tornou-se até quinhentos, um dos lugares
de peregrinação, mais importantes na Europa.
Graças às numerosas ofertas deixadas
pelos romeiros que vinham venerar as Hóstias
milagrosas, consegue-se financiar a construção da
enorme Igreja de S. Nicolau, dedicada ao Milagre.
A Igreja representa ainda hoje um dos mais
importantes testemunhos do estilo gótico, em
tijolo cozido, típico da Alemanha setentrional. O
Sacrário que guarda as Relíquias das três Hóstias
foi destruído num incêndio que rebentou em 1522.
Do Milagre restam porém numer osos testemunhos
escritos, e obras de arte que reproduzem o Prodígio.
E
© 2006, Edizioni San Clemente
Estampa antiga que representa as fases do Milagre
O Cavaleiro Dietrich von Wenckstern recuper ou a vista, depois
de se ter arrependido de haver duvidado da verdade, sobre as Hóstias
ensanguentadas
Igreja de S. Nicolau, Wilsnack
Interior da Igreja
Lápide em honra das
Três Hóstias miraculosas
de Wilsnack