Ministerio para crianças - apostila RCC

Talvanes1985 16,986 views 56 slides Jul 18, 2015
Slide 1
Slide 1 of 56
Slide 1
1
Slide 2
2
Slide 3
3
Slide 4
4
Slide 5
5
Slide 6
6
Slide 7
7
Slide 8
8
Slide 9
9
Slide 10
10
Slide 11
11
Slide 12
12
Slide 13
13
Slide 14
14
Slide 15
15
Slide 16
16
Slide 17
17
Slide 18
18
Slide 19
19
Slide 20
20
Slide 21
21
Slide 22
22
Slide 23
23
Slide 24
24
Slide 25
25
Slide 26
26
Slide 27
27
Slide 28
28
Slide 29
29
Slide 30
30
Slide 31
31
Slide 32
32
Slide 33
33
Slide 34
34
Slide 35
35
Slide 36
36
Slide 37
37
Slide 38
38
Slide 39
39
Slide 40
40
Slide 41
41
Slide 42
42
Slide 43
43
Slide 44
44
Slide 45
45
Slide 46
46
Slide 47
47
Slide 48
48
Slide 49
49
Slide 50
50
Slide 51
51
Slide 52
52
Slide 53
53
Slide 54
54
Slide 55
55
Slide 56
56

About This Presentation

No plano de Deus a infância é um momento único no qual se dará a formação do carácter e da personalidade que acompanhará a criança por toda vida. A proposta do Ministério para as Crianças é implantar uma evangelização que vê a criança como capaz de dar o perfeito louvor a Deus. (Sal ...


Slide Content

Hyde FlÀvia Lobato Marinho Dias
e
Myles Alexander de Almeida Elias
M²DULO SERVI¦O
APOSTILA I
2‰ EdiÆÂo

Copyright ˆ 2008 by Hyde FlÀvia Lobato Marinho Dias e Myles Alexander de Almeida Elias
Capa e Arte
Mac Donald Fernandes Bernal
CIP.Brasil. CatalogaÆÂo na Fonte
BIBLIOTECA NACIONAL - FUNDA¦¢O MIGUEL DE CERVANTES
FlÀvia Lovato Marinho Dias, Hyde
Alexander de Almeida Elias, Myles
MinistÈrio para as CrianÆas
RCC Brasil
56p. 2‰ ediÆÂo.
GS1 789892788503
ReligiÂo
IMPRESSO NO BRASIL
Printed in Brazil 2008.
Caro leitor, pessoas cristÂs, ou simplesmente honestas, nÂo necessitam do jugo da lei para fazerem o que È certo.
Pensando nisso, a RCC Brasil estÀ lhe dando cinco bons motivos para nÂo copiar o material contido nesta
publicaÆÂo (fotocopiar, reimprimir, etc), sem permissÂo dos possuidores dos direitos autorais. Ei-los:
1) A RCC precisa do dinheiro obtido com a sua venda para manter as obras de evangelizaÆÂo que o Senhor a tem
chamado a assumir em nosso PaÌs;
2) ¨ desonesto com a RCC que investiu grandes recursos para viabilizar esta publicaÆÂo;
3) ¨ desonesto com relaÆÂo aos autores que investiram tempo e dinheiro para colocar o fruto do seu trabalho ¿
sua disposiÆÂo;
4) ¨ um furto denominado juridicamente de plÀgio com puniÆÂo prevista no artigo 184 do CÒdigo Penal Brasileiro,
por constituir violaÆÂo de direitos autorais (Lei 9610/98);
5) NÂo copiar material literÀrio publicado È prova de maturidade crist e oportunidade de exercer a santidade.
DiagramaÆÂo
Mac Donald Fernandes Bernal
Fabrizio Zandonadi Catenassi

RENOVA¦¢O CARISM TICA CAT²LICA - BRASIL
MINIST¨RIO PARA CRIAN¦AS
#Ensina a crianÆa o caminho que ela deve seguir e mesmo quando for velha,
jamais se desviarÀ dele"
Pv 22,6
Hyde FlÀvia Lobato Marinho Dias
e
Myles Alexander de Almeida Elias
"¨ mais fÀcil deixar-se pregar com Cristo na cruz, do que tornar-se, com Ele,
uma criancinha balbuciante"
Edith Stein
Contatos
Hyde FlÀvia Lobato Marinho Dias
Coordenadora Nacional do MinistÈrio para CrianÆa da RCC
Tel: (31) 3247-3497
e-mail: [email protected]
[email protected]
Myles Alexander de Almeida Elias
Tels: (31) 3462-2461 / 9183-6291
e-mail: [email protected]
#Onde nÂo hÀ crianÆa nÂo hÀ Reino de Deus$
Pe Willamy

¬NDICE
PÀgina
APRESENTA¦¢O
Hyde FlÀvia Lobato Marinho
INTRODU¦¢O
Hyde FlÀvia Lobato Marinho
CAP¬TULO I - O MinistÈrio para CrianÆas
Hyde FlÀvia Lobato Marinho e Myles Alexander de Almeida Elias
CAP¬TULO II - Desenvolvimento das AÆÔes do MinistÈrio para CrianÆas
Hyde FlÀvia Lobato Marinho e Myles Alexander de Almeida Elias
CAP¬TULO III - O Desenvolvimento Emocional e Espiritual da CrianÆa
Hyde FlÀvia Lobato Marinho e Myles Alexander de Almeida Elias
CAP¬TULO IV - A Cura Interior da CrianÆa
Hyde FlÀvia Lobato Marinho e Myles Alexander de Almeida Elias
CAP¬TULO V - As Virtudes e o Desenvolvimento Espiritual da CrianÆa
Myles Alexander de Almeida Elias
CAP¬TULO VI - Brincando, Formando e Evangelizando as CrianÆas
Myles Alexander de Almeida Elias
AP©NDICES
1. Modelo de Projeto de EstruturaÆÂo do MinistÈrio para CrianÆas na Comunidade
2. A EstruturaÆÂo de um Grupo de OraÆÂo para CrianÆas
3. A OraÆÂo com a CrianÆa
4. SugestÔes para a PregaÆÂo QuerigmÀtica Adaptada ¿ Linguagem da CrianÆa
5. A CrianÆa e a Palavra de Deus
6. CelebraÆÂo Durante a Gravidez
7. CelebraÆÂo Preparando para o Parto
6
7
9
17
29
31
33
39
41
41
45
47
49
53
55
57

APRESENTA¦¢O DO EDITOR
1
CNBB. Documento de Aparecida, 226c
A ComissÂo de FormaÆÂo È um ÒrgÂo de
assessoria e consultoria do Conselho Nacional e tem a
finalidade de articular e realizar as atividades de
formaÆÂo de toda RCC do Brasil e vem dar suporte a
todos ministÈrios para que realizem suas formaÆÔes
especÌficas e que possam atender com qualidade os
grupos de oraÆÂo.
#Junto a uma forte experiÉncia religiosa e uma
destacada convivÉncia comunitÀria, nossos fiÈis precisam
aprofundar o conhecimento da Palavra de Deus e os
conteÙdos da fÈ, visto que esta È a Ùnica maneira de
amadurecer sua experiÉncia religiosa$.
A busca de sabedoria e do conhecimento de Deus
È uma constante na vida do ser humano. O homem È
um ser religioso e na sua caminhada busca fazer da
religiÂo um encontro com Deus, conhecer Deus.
A partir do encontro pessoal com Cristo
experimentado ao receber o anÙncio querigmÀtico, o
cristÂo fica entusiasmado e cada vez mais quer crescer
no aprofundamento doutrinal, moral e espiritual.
Buscando viver a experiÉncia pessoal do Batismo no
EspÌrito Santo (identidade de nosso movimento),
sentimos a necessidade de uma formaÆÂo madura e
doutrinÀria para nÂo andarmos ao sopro de qualquer vÂ
doutrina.
Dando seqÛÉncia ao mÒdulo bÀsico de formaÆÂo
Paulo ApÒstolo, ampliado com os trÉs encontros de
formaÆÂo humana, cada ministÈrio na RCC tem a
responsabilidade de aplicar sua formaÆÂo especÌfica,
naquilo que È importante para o funcionamento do
mesmo. E esta deve ser sistemÀtica, adaptada ¿
capacidade dos seus membros para que todos possam
responder cada vez mais a razÂo de sua fÈ. Uma boa
formaÆÂo È a garantia da vida e da forÆa de cada
ministÈrio sendo, portanto, a guardi dos carismas.
A falta de compreenssÂo e conseqÛentemente
nÂo assumir o caminho da formaÆÂo com empenho e
dedicaÆÂo tÉm causado desvios, apatias e atÈ mesmo
abandono da RCC e da Igreja.
HÀ, portanto, uma necessidade incontestÀvel de
que as lideranÆas e os membros da RCC nÂo resistam ¿
formaÆÂo, mas a busquem incessantemente, para
permanecerem no caminho de santidade e serviÆo.
Ressaltamos, ainda, que os ministÈrios sÂo
instÁncias de serviÆo do grupo de oraÆÂo, da diocese,
do estado, etc. Cabe a eles estimular e incentivar a
formaÆÂo, porÈm nÂo tÉm eles autonomia de decisÔes,
devendo se reportar para orientaÆÔes e decisÔes
sempre ao coordenador do grupo de
oraÆÂo/diocesano/estado, dependendo da esfera. Os
ministÈrios nÂo podem criar coordenaÆÔes paralelas,
pois cabe ao coordenador do GO, da diocese ou do
estado o discernimento e pastoreio direto dos servos.
Aos responsÀveis pelos ministÈrios em qualquer esfera
cabe a formaÆÂo especÌfica do mesmo.
Conscientes da importÁncia da formaÆÂo e que
esta nÂo pode estar separada de uma vida de oraÆÂo,
permaneÆam em CenÀculo para um perene Pentecostes.
Nossa Senhora sede da Sabedoria, rogai por nÒs
ComissÂo Nacional de FormaÆÂo

6

7
A infÁncia, hoje em dia, deve ser destinatÀria de
uma aÆÂo prioritÀria da Igreja, da famÌlia e das
instituiÆÔes do Estado, tanto pelas possibilidades que
oferece como pela vulnerabilidade a que se encontra
exposta. A crianÆas sÂo dons e sinal da presenÆa de
Deus em nosso mundo por sua capacidade de aceitar
com simplicidade a mensagem evangÈlica. Jesus as
escolheu com especial ternura (cf Mt19,14), e
apresentou a capacidade que elas tÉm para acolher o
Evangelho como modelos para entrar no Reino de Deus
(cf Mt 18,3) (Documento de Aparecida 438).
Nos direitos mundiais da CrianÆa encontramos:
Em caso de emergÉncia primeiro salvem as crianÆas. E
quando nossa Igreja diz ser a crianÆa PRIORIDADE
talvez seja para nÒs uma alerta de que o mundo esteja
em situaÆÂo de emergÉncia. No tempo de Dom Bosco a
evangelizaÆÂo de crianÆa era preventiva, hoje estamos
trabalhando no resgate, precisamos resgatar a crianÆa e
sua infÁncia para nÂo corrermos o grande risco de
perder nosso MODELO PARA ENTRAR NO REINO
DE DEUS. Entre a crianÆa #ser descartÀvel$ em
laboratÒrios de pesquisa genÈtica e a crianÆa DOM E
SINAL DA PRESEN¦A DE DEUS EM NOSSO
MUNDO hÀ um longo caminho de evangelizaÆÂo.
Louvado seja Deus pela CAPACIDADE da crianÆa
DE ACOLHER O EVANGELHO COM SIMPLICIDADE.
A exemplo de SÂo Domingos SÀvio, santa InÉs, santa
Bernadete e tantos outros santos crianÆas, o menino e a
menina de hoje sÂo capazes de anunciar o Reino e
denunciar o pecado. O mundo jÀ descobriu o poder de
persuasÂo da crianÆa sendo sua presenÆa obrigatÒria
nos programas de TV, nas campanhas publicitÀrias como
agentes transformadores e anunciadores e nÒs Igreja
tambÈm:
Valorizar a capacidade missionÀria dos meninos e
meninas que nÂo sÒ evangelizam seus prÒprios
companheiros, mas que tambÈm podem ser
evangelizadores de seus prÒprios pais. DA441,g
APRESENTA¦¢O
Hyde FlÀvia
Coordenadora Nacional do MinistÈrio para CrianÆas

8

9
#Deixai vir a mim as criancinhas e nÂo as
impeÆais!! (Mt 19,14), disse Jesus aos seus discÌpulos. E
hoje, a quem Ele diria isto?
Talvez aos pais e padrinhos que prometem numa
pia batismal dar uma formaÆÂo catÒlica para suas
crianÆas e nÂo cumprem.
Talvez aos formadores e responsÀveis pela
evangelizaÆÂo nas parÒquias que nÂo promovem a
adesÂo a Jesus afastando a crianÆa da vida sacramental.
Talvez ¿s escolas catÒlicas quando nÂo transmitem
a fÈ e os valores cristÂos.
Talvez ¿queles que nÂo percebem a crianÆa nas
comunidades, nos encontros e nos grupos de oraÆÂo e
deixam de investir na sua evangelizaÆÂo.
Talvez aos que dizem #crianÆa È o futuro$ e se
acham no direito de ignorar a crianÆa e suas obrigaÆÔes
para com ela.
Talvez quando a famÌlia, a escola e a igreja
transferem entre si a responsabilidade de formar a
crianÆa na fÈ cristÂ.
O que pensa da crianÆa Jesus e Maria?
Jesus nos mostra o caminho inverso, em vez de
dizer a crianÆa: #vocÉ È o futuro$, Ele diz aos adultos:
#Torna-te uma crianÆa para entrares no reino dos cÈus!!
(Mc 10,15).
No plano de Deus a infÁncia È um momento Ùnico
onde se darÀ a formaÆÂo do carÀter e da personalidade
que irÀ acompanhar toda uma vida e a Palavra de Deus
promete:
"Ensina a crianÆa o caminho que ela deve seguir e mesmo
quando velha jamais se desviarÀ dele" (Pv 22,6).
O Catecismo da Igreja CatÒlica diz: "A educaÆÂo da
consciÉncia È uma tarefa de toda a vida. Desde os
primeiros anos, alerta a crianÆa para o conhecimento e a
prÀtica da lei interior reconhecida pela consciÉncia moral.
Uma educaÆÂo prudente ensina a virtude, preserva ou cura
do medo, do egoÌsmo e do orgulho, dos sentimentos de
culpabilidade e dos movimentos de complacÉncia, nascidos
da fraqueza e das faltas humanas. A educaÆÂo da
consciÉncia garante a liberdade e gera a paz no coraÆÂo$
(CIC 1784).
Este È o grande salto que o MinistÈrio para
CrianÆa vem implantar. A evangelizaÆÂo que vÉ a crianÆa
capaz de dar o perfeito louvor a Deus (Sal 8,3 e Mt
21,16), modelo para jovens e adultos (Mt 18,3) e
agentes anunciadores dignos de toda confianÆa como
nos ensinou Maria em Lourdes e FÀtima e nos ensina o
Papa ao confiar ¿ crianÆa a salvaÆÂo de suas famÌlias e de
todas as famÌlias do mundo (Carta do Papa ¿s CrianÆas)
e nÒs dizemos: AmÈm!
INTRODU¦¢O
Hyde FlÀvia
A paz do Menininho Jesus!

10

11
Objetivo
O MinistÈrio para CrianÆas visa desenvolver
condiÆÔes ideais de evangelizaÆÂo conforme a realidade
da infÁncia. Precisamos compreender a crianÆa como
pessoa em formaÆÂo, com capacidades que precisam
ser desenvolvidas, estimuladas, organizadas e
estruturadas em todos nÌveis, a saber: fÌsico, mental,
emocional e espiritual.
Estes nÌveis sÂo interligados e representam os
pilares sobre os quais o homem se apÒia da infÁncia ao
fim de sua vida. O MinistÈrio para CrianÆas busca
atender o chamado para a construÆÂo da evangelizaÆÂo
que conduzam a infÁncia em direÆÂo ¿ plenitude
anunciada por Cristo.
Evangelizando crianÆas, este ministÈrio priorizarÀ
projetos que visem:
–Resgatar a descendÉncia eleita: formar a
consciÉncia da comunidade crist a respeito da infÁncia,
quanto ¿s suas necessidades sociais, emocionais e
espirituais;
–Fazer com que a crianÆa seja ouvida: estabelecer
critÈrios de evangelizaÆÂo adequados para o acesso da
crianÆa ¿ mensagem anunciada por Cristo;
–Achar o lugar da crianÆa: orientar e assessorar
aÆÔes de evangelizaÆÂo especÌficas para as crianÆas que
restaurem a sua identidade cristÂ.

Metas
–Evangelizadora: adequar o anÙncio querigmÀtico ¿
realidade e condiÆÂo da crianÆa.
–MissionÀria: ir onde a crianÆa estiver.
–Formadora: dar formaÆÂo ¿ crianÆa e a quem a
evangeliza.
Justificativa
A realidade da infÁncia precisa ser clara para pais,
casais gestantes, docentes, catequistas, monitores,
ministÈrios, pastorais, dentre outros, pois o alicerce
estruturado nesta fase acompanha a vida crist em toda
uma a existÉncia. Nos preocupamos com as seqÛelas, os
#espinhos na carne$, que flagelam em diversos nÌveis da
vida cristÂ, as quais tem sua origem, em quase toda sua
totalidade, na infÁncia ¿ idade adulta e que permanecem
sob diversas formas de sofrimento desde a falta de
entrega, como expressÂo de uma fÈ bloqueada e
esperanÆa limitada, sem compreender a razÂo dessa
deficiÉncia. A infÁncia relegada conduz ¿s limitaÆÔes do
adulto no relacionamento com os irmÂos, com a
comunidade e com Deus.
O MinistÈrio para CrianÆas tem por missÂo gerar
a consciÉncia de toda comunidade a respeito da
infÁncia. Gerar È formar, desenvolver, sensibilizar,
conscientizar e cuidar. Visa oferecer subsÌdios
realmente adequados ¿s suas necessidades e capacidade
de compreensÂo, para darmos ¿s crianÆas as condiÆÔes
para construir, desde cedo, um relacionamento Ìntimo
com Deus.
Uma consciÉncia plena sobre a infÁncia È a
condiÆÂo para o desenvolvimento dos meios de
evangelizaÆÂo. Sem consciÉncia nÂo hÀ compreensÂo e
sem ser compreendida, nÂo hÀ mÈtodo que leve a
crianÆa ¿ fÈ. A crianÆa foi flagelada durante milÉnios por
ser considerada um adulto em miniatura, atÈ na arte era
retratada dessa forma. Os efeitos a humanidade
demonstra em vÀrios tipos de intolerÁncia. Atitudes dos
que nÂo conseguem compreender a si, ao outro e a
Deus e se tornam incapazes de amar e preservar a
crianÆa.
Sem a evangelizaÆÂo, nas dimensÔes querigmÀtica
e catequÈtica, nÂo acontece o encontro pessoal com
Deus Pai, Filho e EspÌrito Santo, e conseqÛentemente a
cura, a libertaÆÂo e o crescimento da fÈ nÂo ocorrem
dificultando assim o amar e o ser um com Cristo, e
mais, impede que se realize na vida de cada um a Sua
proposta de SalvaÆÂo.
O chamado do MinistÈrio para CrianÆas È
evangelizar. ¨ levar o anÙncio evangÈlico sobre a crianÆa
aos pais, catequistas e ministÈrios, aprofundando na
compreensÂo de suas necessidades e capacidades,
cognitivas, emocionais e espirituais, para suscitarmos as
experiÉncias de amor e vida no seu caminho rumo ao
Pai.

HistÒria de Samuel
Elcana era casado com Ana que era estÈril (I Sm
1,5). Um dia no Templo Ana chorava suplicando a Deus
o dom da maternidade. O sacerdote Heli achou que
Ana estava bÉbada e foi chamar sua atenÆÂo. "NÂo È
assim, meu senhor, respondeu Ana, eu sou uma mulher
aflita; nÂo bebi nem vinho, nem Àlcool, mas derramo a
minha alma na presenÆa do Senhor. NÂo tomes a tua
escrava por uma pessoa frÌvola, porque È a grandeza de
O MINIST¨RIO PARA CRIAN¦AS
CapÌtulo I
Hyde FlÀvia Lobato Marinho e Myles Alexander de Almeida Elias

12
minha dor e de minha afliÆÂo que me fez falar atÈ aqui."
Heli respondeu: "Vai em paz, e o Deus de Israel te
conceda o que lhe pedes."
NÂo È esta a missÂo dos evangelizadores de crianÆa
transformar afliÆÔes em esperanÆa?
Ana consagra seu filho a Deus, na verdade a
vocaÆÂo de Samuel comeÆa com a vocaÆÂo de sua mÂe
À maternidade. Assim depois de um ano Ana se
apresenta no templo com seu filho no colo. Quando È
desmamado Ana leva Samuel para morar com Heli, que
escolhe o lugar mais sagrado do Templo para Samuel
dormir e lhe dÀ uma missÂo, a de manter acesa a chama
do fogo que havia caÌdo do cÈu.
NÂo È esta a missÂo de cada crianÆa manter acessa a
chama do amor em seus lares?
NÂo È esta a missÂo dos educadores reservar o lugar mais
sagrado para a crianÆa?
Uma vez por ano Ana tecia uma tÙnica e levava
para Samuel. A tÙnica sempre ficava pequena.
Os pais nunca acham que seus filhos cresceram.
NÂo seria o papel do evangelizador alertÀ-los?
A voz de Deus hÀ muito tempo nÂo era ouvida.
"Os filhos de Heli eram maus; nÂo conheciam o Senhor"
(I Sm 2,12) diferente do menino Samuel que #crescia na
companhia do Senhor", (I Sm 2,21b).
Jesus tambÈm crescia em sabedoria e graÆa diante de
Deus e dos homens.
Um dia estava Samuel dormindo quando escutou
chamar seu nome. Correu atÈ Heli pensando que ele o
chamava. Heli pediu a Samuel que voltasse a se deitar.
"Pela terceira vez o Senhor chamou Samuel, que se
levantou e foi ter com Heli: Eis me aqui, tu me
chamaste. Compreendeu entÂo Heli que era o Senhor
quem chamava o menino e disse: Vai e torna a deitar-te
disse-lhe ele, e se ouvires que te chama de novo,
responde: Falai, Senhor que vosso servo escuta!$ (I Sm
3,10). E assim fez o menino. Desde entÂo a voz de Deus
passou a ser ouvida e anunciada pelo Profeta Samuel.
NÂo seria o papel do evangelizador de CrianÆa ensinar a
distinguir a voz de Deus da voz dos homens?

A ConsciÉncia CristÂ
A consciÉncia crist desenvolve-se. Mesmo sem o
pleno conhecimento de Deus e seu projeto de salvaÆÂo
vamos aos poucos rompendo as seqÛelas do pecado
original e firmando no caminho dado pelo Senhor Jesus.
Se hÀ um desenvolvimento, temos que pensar nas
condiÆÔes que precisam existir para que ele ocorra. Isso
nos chama a atenÆÂo de que tais condiÆÔes
proporcionarÂo nÌveis de desenvolvimento, ou
profundidade, conforme a sua qualidade, intensidade e
devido acompanhamento.
#Desde a primeira infÁncia atÈ ao limiar da
maturidade, a catequese torna-se pois uma escola
permanente de fÈ e segue as grandes linhas da vida, ¿
maneira de um farol que ilumina o caminho da crianÆa,
do adolescente e do jovem$ (ExortaÆÂo apostÒlica
Catechesi Tradendae, 37).
O Catecismo da Igreja CatÒlica, no tÌtulo #A
FormaÆÂo da ConsciÉncia$ (CIC 1784), nos traz o
seguinte:
#A educaÆÂo da consciÉncia È uma tarefa de toda a
vida. Desde os primeiros anos alerta a crianÆa para o
conhecimento e a prÀtica da lei interior reconhecida pela
consciÉncia moral. Uma educaÆÂo prudente ensina a
virtude, preserva ou cura do medo, do egoÌsmo e do
orgulho, dos sentimentos de culpabilidade e dos
movimentos de complacÉncia, nascidos da fraqueza e das
faltas humanas. A educaÆÂo da consciÉncia garante a
liberdade e gera paz no coraÆÂo$.
Precisamos compreender a nossa
responsabilidade no cuidado com o prÒximo desde a
formaÆÂo da famÌlia, na concepÆÂo dos filhos, no
acompanhamento de seu crescimento atÈ sua
maturidade. Somos chamados a evangelizar, a formar a
consciÉncia da descendÉncia, a apresentar o amor
Ùltimo do nosso Pai, que nos chama a formar com Ele a
alianÆa eterna.
Na Carta encÌclica Fides et Ratio (FÈ e RazÂo), o
Papa JoÂo Paulo II apresenta tais dimensÔes da
existÉncia humana dizendo que #constituem como que as
duas asas pelas quais o espÌrito humano se eleva para a
contemplaÆÂo da verdade. Foi Deus quem colocou no
coraÆÂo do homem o desejo de conhecer a verdade e, em
Ùltima anÀlise, de conhecer a ele, para que, conhecendo-o
e amando-o, possa chegar tambÈm ¿ verdade plena
sobre si prÒprio$ (Ex. 33,8; Sl 27/26, 8-9; 63/62, 2-3; Jo
14,8; IJo 3,2).
#Conhecereis a verdade e a verdade vos libertarÀ$ (Jo 8, 32)
#Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue nÂo andarÀ
em trevas, mas terÀ a luz da vida$ (Jo 8, 12)
E ainda o Papa cita a inscriÆÂo #Conhece-te a Ti
Mesmo$, nos dizendo que $tanto no Oriente como no
Ocidente, È possÌvel entrever um caminho que, ao longo
dos sÈculos, levou a humanidade a encontrar-se
progressivamente com a verdade e a confrontar-se com
ela. ¨ um caminho que se realizou þ nem podia ser de
outro modo þ no Ámbito da autoconsciÉncia pessoal:
quanto mais o homem conhece a realidade e o mundo,
tanto mais conhece a si mesmo na sua unicidade, ao
mesmo tempo em que nele se torna cada vez mais
premente a questÂo do sentido das coisas e da sua prÒpria
existÉncia. O que chega a ser objeto do nosso
conhecimento torna-se por isso mesmo parte da nossa
vida$ (Carta encÌclica Fides et Ratio 1).
Vemos aqui o chamado a cuidar e formar como a
expressÂo de amor na vida cristÂ, tendo como meta
ajudar o irmÂo a conhecer a verdade acerca de si
prÒprio e do Senhor da Vida, para a libertaÆÂo do jugo

13
do pecado, pois nÂo hÀ autÉntica verdade e liberdade
que nÂo venha de Deus.
#A liberdade È no homem uma forÆa de crescimento
e amadurecimento na verdade e na bondade. A liberdade
alcanÆa sua perfeiÆÂo quando estÀ ordenada para Deus,
nossa bem-aventuranÆa$ (CIC 1731)
Somente pelo caminho nos dado por Jesus Cristo
podemos ser livres. Plenitude da imagem e semelhanÆa
com o Pai, eis o objetivo que devemos buscar alcanÆar
pelo Senhor na caminhada de nossas vidas.
Nossas vidas sÂo cheias de experiÉncias do Reino
e do mundo, da graÆa e do pecado, e no caminhar
precisamos a cada momento fazer escolhas. Decidir
com sabedoria requer alicerces firmes, calcados no
amor verdadeiro pela vida nos dada pela graÆa do
Senhor. SÂo nesses momentos que nos deparamos com
as incertezas, dÙvidas, medos e terrores, que se
reavivam de experiÉncias soterradas de desamor, do
desamor sob as mais diversas formas de apresentaÆÂo
das seqÛelas do pecado.
#A liberdade se exerce no relacionamento entre os
seres humanos. Toda pessoa humana, criada ¿ imagem de
Deus, tem o direito natural de ser reconhecida como ser
livre e responsÀvel$ (CIC 1738)
Jamais duvide, a crianÆa È capaz de compreender
o anÙncio evangÈlico. A efusÂo do EspÌrito Santo deve
acontecer desde a primeira infÁncia. A experiÉncia do
amor incondicional de Deus faz a crianÆa sentir-se
amada, aceita e compreendida vencendo o medo e a
culpa. A crianÆa precisa conhecer o amor ilimitado de
Deus.
#Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguÈm vem ao Pai
senÂo por mim$ (Jo 14,6).
O amor sÒ È pleno em Cristo. DaÌ o desamor
pode ser considerado toda forma debilitada de cuidar,
ensinar, atender, escutar ou falar. A proposta que o
Senhor nosso Deus faz È de uma vida de graÆa, da
verdade e do amor revelado a nÒs pela encarnaÆÂo,
paixÂo e morte de seu Filho. Absolutamente ninguÈm
pode ir alÈm, amar com maior profundidade e propor
uma plenitude mais abrangente e verdadeira.
Em virtude de sua alma e de seus poderes
espirituais de inteligÉncia e vontade, o homem È dotado
de liberdade, #sinal eminente da imagem de Deus$ (CIC
1705 þ GS 17)
Crescer em um ambiente totalmente protegido
nos aliena, a desproteÆÂo nos desumaniza. Na liberdade
se forma cristÂos pensantes de consciÉncia crÌtica, capaz
de mudar a sociedade e a realidade com os valores
cristÂos. Os santos tinham consciÉncia do mundo a sua
volta, eram cientes do bem e do mal e sabiam avaliar
bem as conseqÛÉncias de suas atitudes e decisÔes. Jesus
era tÂo livre que podia dizer nÂo a sua prÒpria vontade.
Como a crianÆa percebe Deus? Quais os sinais do
amor de Deus para a crianÆa? A idÈia de Deus È passada
para a crianÆa pequena por aquilo que È real e sensÌvel a
ela.
O primeiro sinal de Deus sÂo os pais. Ela
concebe a idÈia de Deus pai, Deus mÂe, pela
experiÉncia que vive como filho. Se os pais sÂo tiranos,
Deus serÀ hostil. Se os pais nÂo permitirem a liberdade,
Deus È opressor. Se os pais forem fechados, Deus È
inacessÌvel. Se os pais forem severos, Deus È vingador.
Um Deus apagado È herdeiro de pais sem autonomia.
"O papel dos pais na educaÆÂo È tÂo importante que
È quase impossÌvel substituÌ-los. O direito e o dever de
educaÆÂo sÂo primordiais e inalienÀveis para os pais$ (CIC
2221)
O segundo sinal sÂo os laÆos afetivos. A
crianÆa deve estar unida aos outros por uma relaÆÂo de
amor. A idÈia de Deus È marcada na crianÆa muito mais
pelo afeto, do que pelo intelecto, mais pela emoÆÂo (do
relacionamento), do que pela noÆÂo do ensinamento,
mais pelo que a assemelha a Deus do que pelo que
deforma esta semelhanÆa.
"O progresso espiritual tende ¿ uniÂo sempre mais
Ìntima com Cristo$ (CIC 2014)
O terceiro sinal È o clima familiar. A fÈ da
crianÆa se desenvolve num clima de paz, que nÂo ignora
os conflitos; num clima de seguranÆa porque nÂo
descarta o medo; num clima em que a exigÉncia que
conduz aos gestos de perdÂo, e disciplina tem seu
espaÆo porque È condiÆÂo para liberdade. Nisso a
crianÆa pode entrever um pouco a maneira de ser de
Deus.
#A experiÉncia da vida em famÌlia pode alimentar as
disposiÆÔes afetivas que por toda a vida constituirÂo
autÉnticos preÁmbulos e apoios de uma fÈ viva$ (CIC -
2225)
Sobre a catequese na primeira infÁncia: #Momento
muitas vezes decisivo È aquele em que as criancinhas
recebem dos pais e do meio ambiente familiar os primeiros
elementos da catequese... mais do que uma simples
revelaÆÂo do Pai celeste... para o qual as criancinhas hÂo
de aprender logo a voltar o coraÆÂo. BrevÌssimas oraÆÔes,
que elas hÂo de aprender a balbuciar, constituirÂo o inÌcio
de um diÀlogo amoroso com esse Deus escondido cuja
Palavra vÂo comeÆar em breve a ouvir. Nunca È demais
insistir com os pais cristÂos para que faÆam essa iniciaÆÂo
precoce das crianÆas. ¨ por ela que as suas faculdades hÂo
de ser integradas numa revelaÆÂo vital com Deus. Tarefa
fundamental, exige grande amor e profundo respeito para
com as crianÆas, as quais, tÉm direito a uma apresentaÆÂo
simples e verdadeira da fÈ cristÂ$ (ExortaÆÂo apostÒlica
Catechese Tradendae, 36).
O quarto sinal È a contemplaÆÂo da
natureza.A natureza tem o poder de evocar
experiÉncia de Éxtase, elevaÆÂo, reverÉncia, magnitude
e silÉncio que sÂo atitudes dos mÌsticos. Deus se
esqueceu na natureza. Contemplar È usar a natureza
para encontrar-se com seu Criador.

14
#Ensina ¿ crianÆa o caminho que ela deve seguir; mesmo
quando envelhecer, dele nÂo se hÀ de afastar$ (Pv 22, 6)
O quinto sinal È o espÌrito de oraÆÂo, nÂo È a
formula da oraÆÂo, mas a forma com que È feita, evoca
significado, unÆÂo, respeito e o silÉncio como sinal de
Deus.
#Quanto mais praticar o bem, mais a pessoa se torna livre$
(CIC 1733)
Esses sinais sÂo um caminho na graÆa e para a
graÆa no qual pais, famÌlia e evangelizadores devem se
empenhar, em oferta ao Senhor pelo dom recebido. A
graÆa vem exclusivamente de Deus e sem ela nÂo hÀ
evangelizaÆÂo. O Catecismo faz a seguinte referÉncia: #A
graÆa de Cristo È o dom gratuito que Deus nos faz de sua
vida infundida pelo EspÌrito Santo em nossa alma, para
curÀ-la do pecado e santificÀ-la; trata-se da graÆa
santificante ou deificante, recebida no Batismo. Em nÒs ela
È a fonte da obra santificadora$, e ainda #A preparaÆÂo do
homem para acolher a graÆa È jÀ uma obra da graÆa. Esta
È necessÀria para suscitar e manter nossa colaboraÆÂo na
justificaÆÂo pela fÈ e na santificaÆÂo pela caridade. Deus
acaba em nÒs aquilo que Ele mesmo comeÆou, pois
comeÆa, com a sua intervenÆÂo, fazendo com que nÒs
queiramos e acaba cooperando com as moÆÔes da nossa
vontade convertida$ (CIC 2001).
Deus dispÔe sua graÆa desde a concepÆÂo,
portanto, È possÌvel que a crianÆa tenha a vida na graÆa,
haja vista que #A vocaÆÂo para a vida eterna È
sobrenatural. Depende integralmente da iniciativa gratuita
de Deus, pois apenas Ele pode se revelar e dar-se a si
mesmo. Ultrapassa as capacidades da inteligÉncia e as
forÆas da vontade do homem, como tambÈm de qualquer
criatura$ (CIC 1998), ¿ medida que Deus a revela, a
crianÆa se torna capacitada por Ele a fazer sua opÆÂo
desde a infÁncia.
O Senhor quer que caminhemos numa comunhÂo
profunda. ¨ na comunidade que se realiza o Reino, a
graÆa, a virtude, o fruto do EspÌrito.
O Senhor quer que apresentemos a sua face, e
nÂo hÀ como fazer isto a nÂo ser que sejamos a sua
Sagrada Face. O meu irmÂo precisa ver em mim
refletida a face do Senhor, a nossa Bem-AventuranÆa.
Este È o testemunho que converte, cura e liberta.
PorÈm o damos ¿ medida tambÈm daquilo que È a
verdade do Senhor em nÒs.
#O ferro com o ferro se aguÆa, e o homem afina-se ao
contato com os outros$ (Pr 27, 17)
#Assim como o rosto se reflete na Àgua, assim o coraÆÂo do
homem responde ao homem$ (Pr 27, 19)
As notas em diversas versÔes sobre os versÌculos
acima apontam para o conhecimento autÉntico de si
como base para conhecimento do outro, e como este
sempre traz, mesmo que ¿s vezes quase imperceptÌvel,
um reflexo de nÒs prÒprios.
Somos chamados, meu irmÂo e minha irmÂ, a
sermos um reflexo vivo do Senhor para cada um de
nossas famÌlias e comunidades, e muito mais para as
crianÆas, pois este È nÂo sÒ o primeiro, mas o constante
sinal na formaÆÂo da sua auto-imagem e do seu auto-
conceito, caso contrÀrio estaremos indo contra o que o
Senhor nos ordena:
#Deixai vir a mim as criancinhas, nÂo as afasteis, pois a
elas pertence o Reino de Deus$ (Mc 10, 14)
Precisamos resgatar a crianÆa, permitir que seja
desbloqueado o caminho, ajudÀ-la a conhecer e dizer
SIM ao Senhor e N¢O ao pecado e sua seqÛelas.
Creia! As crianÆas que vocÉ evangeliza podem
escolher! Na ConstituiÆÂo DogmÀtica Dei Verbum estÀ
escrito: #o homem, por sua natureza e vocaÆÂo È
'capaz de Deus',quando ouve a mensagem das
criaturas, pode atingir a certeza da existÉncia de Deus
como causa e fim de tudo e que Ele pode se revelar ao
homem (DV 3)$. NÂo estÀ escrito que #o adulto$ È
capaz de Deus, mas sim que #o homem$ em toda a sua
existÉncia! Se assim nÂo fosse Samuel nÂo ouviria a voz
de Deus e JoÂo Batista nÂo saltaria no seio em jÙbilo por
reconhecer o Senhor! A crianÆa È capaz de Deus, È
apontada por Jesus como modelo para se chegar ao cÈu
e escolhida por Maria em Lourdes e FÀtima como
mensageira.
"O perfeito louvor vos È dado pelas crianÆas mais
pequeninas" (Sl 8,3)
CrianÆas agentes transformadores de sua
realidade. Creia nisto e verÀ o que o Senhor tem feito
para as crianÆas e por meio delas, e nÒs estamos aqui
para testemunhar.

O Contexto Atual
Vivemos na atualidade uma crise que apresenta o
desespero do homem afastado de Deus. A alienaÆÂo de
si, do outro e de Deus È a origem da violÉncia de todas
as espÈcies. O homem tem recorrido ¿s suas prÒprias
forÆas para superar gerando um ciclo que se
retroalimenta e gradativamente continua a afastÀ-lo de
Deus. As polÌticas versam cada vez mais sobre o
modelos que integram inÙmeras soluÆÔes humanas,
fechadas em si, do homem pelo homem, negando o
anÙncio de Cristo. E pensar que somos templo onde o
EspÌrito de Deus habita.
Vemos as escolas promovendo a ascensÂo de
polÌticas pedagÒgicas dedicadas a uma formaÆÂo em
contrÀria aÆÂo ao cristianismo, ao ecumenismo, ao
diÀlogo inter-religioso, numa clara acepÆÂo ateÌsta, de
valoraÆÂo da capacidade pessoal como fim Ùltimo do
homem. PolÌtica È o bem comum e educar È "tirar de
dentro" a plenitude do ser criado por Deus, precisamos
resgatar para Deus a polÌtica e o educar.
Jesus alertou aos seus seguidores: Se vocÉs se
calarem as pedras clamarÂo. Na sociedade as crianÆas
tÉm sido objeto de agressÔes caracterizadas pela
negaÆÂo de suas necessidades bÀsicas, pelas vÀrias

15
espÈcies de rejeiÆÂo desde a indiferenÆa na famÌlia, na
escola, nas igrejas e nos grupos de oraÆÂo (chegam
pedir que tirem as crianÆas porque elas "atrapalham")
atÈ o abandono de recÈm-nascidos, exploraÆÂo sexual,
trÀfico de ÒrgÂos e morte.
Nossas crianÆas estÂo sujeitas a sutis ou claras
aÆÔes anticristÂs, mas o resgate autÉntico da nÂo
violÉncia perpassa pelos valores cristÂos.
O resultado estÀ tambÈm evidente na ascensÂo de
todos os males. O homem vive sob um conjunto de
condiÆÔes extremamente opressivas À sua caminhada
para a plenitude. A vida por si sÒ nÂo alcanÆa seu
sentido Ùltimo. O homem sem a consciÉncia de Deus
sente que suas forÆas se esvaem, torna-se impotente.
O cristÂo estÀ sujeito a tudo isto nÂo pela ausÉncia
de fÈ, mas pelos limites que esta fÈ alcanÆa. Minha
distÁncia de Cristo È a distÁncia que tenho do irmÂo,
quando torno-me seguidamente agente promotor do
amor ao irmÂo, esta È a dimensÂo da vida nova que
habita em mim. SÒ Jesus liberta e somente pela fÈ n!Ele
o cristÂo pode atingir o nÌvel mais profundo da sua
existÉncia, o nÌvel que ultrapassa a ele mesmo na
comunhÂo verdadeira com Deus.
Superar conflitos pessoais, os quais se manifestam
fÌsica, moral, afetiva, social ou espiritualmente, como o
efeito de um desenvolvimento adequado. Tal mudanÆa
se insere em nossas relaÆÔes, e mais fortemente nas
familiares, passando a influenciar no relacionamento
com os filhos. E de geraÆÂo em geraÆÂo, passa-se a
reproduzir todo efeito de vida em abundÁncia. SÒ em
Jesus nos tornamos um com o Pai.
Evangelizar a crianÆa requer consciÉncia e
compromisso.

Um Caminho a Seguir
Conforme o Catecismo da Igreja CatÒlica:
#A liberdade È no homem uma forÆa de crescimento e
amadurecimento na verdade e na bondade. A liberdade
alcanÆa sua perfeiÆÂo quando estÀ ordenada para Deus,
nossa bem-aventuranÆa$ (CIC 1731)
A evangelizaÆÂo necessita da fÈ e a fÈ È uma
adesÂo livre.
Sem a fÈ nÂo hÀ esperanÆa, sem esperanÆa nÂo hÀ
sentido para a vida.
O evangelizador precisa entÂo estar pronto e ir ¿s
Ùltimas conseqÛÉncias para que o evangelizado tenha
condiÆÔes de escolher e aderir verdadeiramente.
A liberdade Ùltima È ser um com Deus. Um com o
Pai, um com o Filho, um com o EspÌrito Santo. SÒ nesse
caminho posso ser um com meu prÒximo.
O MinistÈrio para CrianÆas busca atingir esta
realidade, utilizando meios adequados ¿ condiÆÂo de
assimilaÆÂo da crianÆa: #51. A idade e o
desenvolvimento intelectual dos cristÂos, bem como o
seu grau de maturidade eclesial e espiritual e muitas
outras circunstÁncias pessoais exigem que a catequese
adapte mÈtodos muito diversos, para poder alcanÆar a
sua finalidade especÌfica: a educaÆÂo para a fÈ$
(Catequese Tradendae ref. "Diversidade dos MÈtodos").
Destacamos os seguintes:
(grupos de oraÆÂo com crianÆas;
(estudo bÌblico para crianÆa;
(formaÆÂo de pregadores, intercessores e
mÙsicos infantis;
(dia de louvor com crianÆa;
(retiro com crianÆas;
(liturgia para crianÆa;
( mÙsica, teatro e danÆa para evangelizar crianÆa;
(livros, histÒrias, fantoches brinquedos,
dinÁmicas querigmÀticos;
(arte e artesanato para evangelizar crianÆa;
esporte para evangelizar crianÆa;
(acampamento e colÓnia de fÈrias para crianÆa;
(evangelizaÆÂo em festas infantis;
(evangelizaÆÂo em creches hospitais, escolas,
dentre outros.
Como apresentar a realidade de Deus para
crianÆas? Oferecendo aos evangelizadores:
(curso de formaÆÂo de evangelizadores de
crianÆa;
(recursos didÀticos de evangelizaÆÂo que
atendem as etapas e idades da crianÆa;
(grupo de estudo sobre o desenvolvimento da fÈ,
sexualidade, afetividade, virtudes, etc;
(orientaÆÂo de pais, de casais grÀvidos, de
evangelizadores;
(curso de cura interior para formar equipes de
serviÆos;
(implantaÆÂo e acompanhamento de projetos de
evangelizaÆÂo conforme a realidade local.
HÀ de se considerar que a resposta da crianÆa estÀ
condicionada ¿ sua experiÉncia vivida. Enquanto
evangelizadores, precisamos ampliar a consciÉncia de
que a crianÆa deve ser conduzida ¿ uma experiÉncia
pessoal com Deus, este È o fundamento do anÙncio, da
dimensÂo querigmÀtica da evangelizaÆÂo.
Para que esta dimensÂo possa ser concretizada,
faz-se necessÀrio um modelo de evangelizaÆÂo que
contemple meios para a crianÆa expressar seus
sentimentos e experiÉncias de alegria, tristeza, jÙbilo,
seus medos, anseios, indignaÆÂo ou que a faÆa cair na
gargalhada na presenÆa de Deus.
A evangelizaÆÂo que temos tido notÌcia,
infelizmente, na sua grande maioria, nÂo tem assistido
as crianÆas nesta dimensÂo.
EntÂo como podemos questionar a baixa adesÂo
das crianÆas, jovens ou adultos se para eles, estar na
Igreja nunca se torna SER IGREJA?
Ser discÌpulo È uma conseqÛÉncia, È sobretudo
uma resposta a um chamado, resposta tÂo mais

16
autÉntica quanto mais equilibrada, profunda e real for a
experiÉncia de amor vivida jÀ desde a infÁncia.
E precisamos ter humildade, a qual È fruto da
certeza do amor incondicional de Deus, para
reconhecermos constantemente, o quanto precisamos
crescer, lutar, trabalhar para sermos sensÌveis ¿ aÆÂo de
Deus que nos acolhe na sua graÆa, para conduzirmos as
crianÆas ¿ mesma experiÉncia.
Somos instruÌdos pelas palavras do Papa JoÂo
Paulo II na ExortaÆÂo ApostÒlica Catechese Tradendae, o
qual jÀ vislumbra aqueles que vÂo construir a civilizaÆÂo
do futuro: #Por isso, com solicitude pastoral, temos de pÓr-
nos a pergunta: como apresentar a tantos jovens e crianÆas
Jesus Cristo, Deus feito homem? E apresentar-lh'O nÂo
simplesmente num momento de exaltaÆÂo dum primeiro
encontro fugidio, mas mediante um conhecimento cada vez
mais aprofundado e luminoso da sua Pessoa, da sua
mensagem, do desÌgnio de Deus que Ele quis revelar, do
chamamento que Ele dirige a cada um, do Reino que Ele
quer inaugurar neste mundo com o Špequeno rebanhoš (Lc.
12,32) daqueles que acreditam n'Ele, o qual nÂo ficarÀ
completo senÂo na eternidade$ (35).
O MinistÈrio para CrianÆa È uma aÆÂo, um
movimento suscitado dentro da Igreja, que acumula
homens e mulheres, catequistas, leigos e religiosos,
todos unidos em torno de um sÒ objetivo: tornar Jesus
Cristo reconhecido e amado, resgatando a crianÆa para
a vida na graÆa de Deus. ¨ por isso que o fundamento
de toda e qualquer aÆÂo È conseqÛÉncia de um
movimento anterior, o movimento do EspÌrito Santo de
Deus:
#Ao terminar esta ExortaÆÂo ApostÒlica, o olhar do
coraÆÂo volta-se para Aquele que È o princÌpio inspirador
de todas as atividades catequÈticas e daqueles que as
realizam: o EspÌrito do Pai e do Filho ÿ o EspÌrito Santo...
'Ele ensinar-vos-À todas as coisas e vos recordarÀ tudo o
que eu vos disse' (Jo 14,26). E acrescenta: 'Quando vier o
EspÌrito da Verdade, ele guiar-vos-À por toda a verdade..., e
anunciar-vos-À as coisas vindouras' (Jo 16,13). O EspÌrito
Santo, por conseguinte, È prometido ¿ Igreja e a cada um
dos fiÈis como Mestre interior, que no segredo da
consciÉncia e do coraÆÂo faz compreender aquilo que se
tinha ouvido, sem se estar ainda em condiÆÔes de o captar.
'O EspÌrito Santo instrui doravante os fiÈisÿdizia a este
propÒsito Santo Agostinhoÿsegundo a capacidade
espiritual de cada um. E acende nos seus coraÆÔes um
desejo cada vez mais vivo, ¿ medida que cada um vai
progredindo nesta caridade, que o leva a amar aquilo que
jÀ conhece e a desejar o que ainda nÂo conhece' (In loannis
Evangelium Tractatus, 97 PL 35,1877). A catequese, que È
crescimento na fÈ e amadurecimento da vida crist em
ordem ¿ sua plenitude È, por conseqÛÉncia, obra do
EspÌrito Santo, obra que sÒ Ele pode suscitar e manter na
Igreja$ (72).
Podemos concluir que estar ¿ serviÆo de Deus no
ministÈrio, È atender a um chamado de amor e
compromisso, de humildade e submissÂo, de entrega e
esforÆo, para que Ele prÒprio possa ser correspondido
e a crianÆa resgatada.

17
O MinistÈrio para CrianÆas deve estruturar aÆÔes
evangelizadoras a partir do Catecismo da Igreja
CatÒlica, que È a referÉncia concreta para nossa
direÆÂo. A partir dele È primordial o conhecimento e a
dedicaÆÂo para formular aÆÔes baseadas nas diretrizes
do DiretÒrio Geral de Catequese þ DGC, do DiretÒrio
Nacional de Catequese þ DNC, do Projeto Nacional de
EvangelizaÆÂo - PNE 2004-2007 - #Queremos Ver Jesus þ
Caminho, Verdade e Vida$, da ExortaÆÂo ApostÒlica
#Catechesi Tradendae$, sobre a catequese no nosso
tempo, visto que estes documentos contemplam a
amplitude do anÙncio e formaÆÂo da caminhada cristÂ.
O Catecismo da Igreja CatÒlica (CIC) È descrito no
DGC como #um instrumento metodolÒgico para a sua
aplicaÆÂo concreta$ (120).
O MinistÈrio para CrianÆas deve buscar subsÌdios
para agregar valor ¿s dimensÔes do primeiro anÙncio e
da catequese, aplicÀveis ¿s idades prÒprias da infÁncia,
buscando a iniciaÆÂo e o aproveitamento adequado ¿
condiÆÂo da crianÆa em toda a peculiaridade prÒpria de
cada fase.
Para conhecermos um pouco mais o DGC,
citamos os principais pontos que o compÔe: a natureza
da catequese; normas e critÈrios para a apresentaÆÂo da
mensagem evangÈlica na catequese; o Catecismo da
Igreja CatÒlica como texto de referÉncia para a
transmissÂo da fÈ na catequese e para a redaÆÂo dos
Catecismos locais; as linhas essenciais de uma pedagogia
da fÈ, inspirada ¿ pedagogia divina; os diferentes
contextos das pessoas ¿s quais È dirigida a catequese; a
necessidade e os cuidados na inculturaÆÂo; e ainda
exorta ¿ confianÆa na aÆÂo do EspÌrito Santo e na
eficÀcia da palavra de Deus semeada pela evangelizaÆÂo.
Toda a estrutura da evangelizaÆÂo apÒia-se nas
aÆÔes que apresentam e sustentam a caminhada do
homem centrada em Cristo. Qualquer caminho fora
deste conduz ao secularismo, relativismo, sincretismo e
ateÌsmo e promovem uma ruptura ao encontro com o
Senhor da Vida e impulsiona o homem ¿s diversas
formas de autonomia de Deus.
A Igreja, investida da missÂo de conduzir o homem
a Deus, tem, principalmente desde o Vaticano II,
oferecido muitos subsÌdios para orientaÆÂo e fomento
da formaÆÂo do homem e das aÆÔes que precisam ser
tomadas para levar o homem a um encontro profundo
consigo, com o irmÂo e com Deus.
Para caminhar em consonÁncia com o CIC, as
aÆÔes centrais do MinistÈrio para CrianÆas versam nos
seguintes pontos-chave:
(A EvangelizaÆÂo;
(O Evangelizador;
(A CrianÆa; e
(O Material de Apoio para EvangelizaÆÂo de
CrianÆas.

I - A EvangelizaÆÂo
HistÒria "O Templo"
TrÉs operÀrios trabalhavam na construÆÂo de um
Templo feito de pedras. Uma crianÆa curiosa chegou e
perguntou ao primeiro operÀrio o que ele estava
fazendo. "Carregando pedras, nÂo estÀ vendo?
Respondeu impaciente. A crianÆa fez a mesma pergunta
ao segundo operÀrio que respondeu: "Estou ganhando o
pÂo de cada dia. Trabalho muito, mas no final do mÉs
nÂo falta alimento em minha casa." Mas o terceiro teve
como resposta: "Estou construindo um Templo onde
muitas pessoas virÂo em busca de Deus e O
encontrarÂo$.
Evangelizar tem sido carregar pedras para muitos,
para outros tem sido "ganhar o cÈu de cada dia", mas a
verdadeira evangelizaÆÂo È saber que se estÀ
construindo Templos. "NÂo sabeis que sois o templo de
Deus e que o EspÌrito de Deus habita em vÒs?" (I Cor
3,16).
Evangelizar crianÆas hoje È uma prioridade porque
È ao homem integral e em toda a sua existÉncia que
Deus quer se fazer pleno.
Evangelizar crianÆas nÂo seria uma necessidade se
o homem tivesse a consciÉncia plena de si, do irmÂo e
de Deus e abominasse o pecado. PorÈm È o pecado
que busca a cada instante fechar o homem em si e
apartÀ-lo da verdade.
"Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda
criatura" (Mc 16,15)
"Ide, portanto, e fazei que todas as naÆÔes se tornem
discÌpulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do
EspÌrito Santo e ensinando-as a observar tudo quanto vos
ordenei" (Mt 28,19-20)
"Recebereis uma forÆa, a do EspÌrito Santo que descerÀ
sobre vÒs, e sereis minhas testemunhas... atÈ os confins
da terra" (At 1,8)
O DGC cita os pontos importantes para os quais a
evangelizaÆÂo deve se voltar a fim de que sejam claros
os princÌpios que a devem nortear. Citaremos uns
poucos para que o presente projeto possa apresentar-
se e gerar uma primeira consciÉncia nos
DESENVOLVIMENTO DAS A¦´ES DO MINIST¨RIO
PARA CRIAN¦AS
CapÌtulo II
Hyde FlÀvia Lobato Marinho e Myles Alexander de Almeida Elias

18
evangelizadores a respeito de sua fundamentaÆÂo,
objetivos e mÈtodos.
Primeiramente temos que ter claro: #que o
homem, por sua natureza e vocaÆÂo È capaz de Deus,
quando ouve a mensagem das criaturas, pode atingir a
certeza da existÉncia de Deus como causa e fim de tudo e
que Ele pode se revelar ao homem" (DV 3). Os termos
#quando ouve$ e #pode ter a certeza$ mostra duas
possibilidades, duas direÆÔes opostas: o homem pode
ouvir ou nÂo, pode ter a certeza ou nÂo. A
evangelizaÆÂo se refere a toda atividade que leva o
homem a professar a sua fÈ, caracterizada: #antes de
mais nada, conversÂo a Jesus Cristo, adesÂo plena e
sincera ¿ sua pessoa, e decisÂo de caminhar na sua
seqÛela$ (53).
Apresenta os elementos essenciais da
evangelizaÆÂo: #O mandato missionÀrio de Jesus comporta
vÀrios aspectos intimamente conexos entre si: 'proclamai'
(Mc 16,15), 'fazei discÌpulos e ensinai', (Mt 28, 19-20)
'sereis minhas testemunhas', (At 1,8) 'batizai', (Mt 28,19)
'fazei isto em minha memÒria' (Lc 22,19), 'amai-vos uns
aos outros' (Jo 15,12). AnÙncio, testemunho,
ensinamento, sacramentos, amor ao prÒximo, fazer
discÌpulos: todos estes aspectos sÂo via e meios para a
transmissÂo do Ùnico Evangelho, e constituem os
elementos da evangelizaÆÂo$ (DGC þ 1971 - 6).
Vemos que a evangelizaÆÂo abrange aspectos
diversificados. CompreendÉ-la como processo nos leva
a pensar que acontece gradativamente. Jesus È O
Caminho, onde o homem encontra A Verdade e aÌ pode
declarar A Vida na plenitude. Sendo caminho, a
evangelizaÆÂo È a construÆÂo de um encontro com
Cristo cada vez mais profundo, cada vez mais apartado
do pecado.
O evangelizador, portanto, È aquele que se dispÔe
a caminhar junto do irmÂo, e na comunhÂo fraterna,
trilhar nesta direÆÂo.
Podemos entender a partir disso que a
evangelizaÆÂo:
(¨ um processo de amadurecimento que
contempla a individualidade humana, com suas
possibilidades e necessidades;
( ¨ o processo de assunÆÂo da adesÂo e decisÂo
de Cristo, como resposta livre, consciente e
Ùltima; e
( ¨ o processo de adesÂo a tudo que emana d!Ele.
O DGC se apresenta como a diretriz que nos
deve levar a concretizar o Catecismo da Igreja CatÒlica
þ CIC. Assim sendo, aborda de forma clara a repeito do
uso das ciÉncias humanas, ¿ luz do evangelho. A ciÉncia
constrÒi suas teorias a partir da observaÆÂo de um
objeto, seja o homem, a terra ou qualquer outro. ¨ daÌ
que nasce e cresce o conhecimento, e tal deve ser
utilizado em favor da evangelizaÆÂo, desde que
observados alguns critÈrios na sua adoÆÂo, dentre os
quais o DGC destaca:
243. a) O respeito pela autonomia das ciÉncias:
"(a Igreja) afirma a legÌtima autonomia da cultura humana
e particularmente das ciÉncias".
b) O discernimento evangÈlico das diferentes
tendÉncias ou escolas psicolÒgicas, sociolÒgicas e
pedagÒgicas: os seus valores e os seus limites.
c) O estudo das ciÉncias humanas, na formaÆÂo do
catequista, nÂo È uma finalidade em si prÒpria. A tomada
de consciÉncia da situaÆÂo existencial, psicolÒgica, cultural
e social do homem, se obtÈm com os olhos voltados para a
fÈ na qual se deve educÀ-lo.
d) A teologia e as ciÉncias humanas, na
formaÆÂo dos catequistas, devem se fecundar
reciprocamente. Por conseguinte, È preciso evitar que estas
ciÉncias se convertam na Ùnica norma para a pedagogia da
fÈ, prescindindo dos critÈrios teolÒgicos que derivam da
prÒpria pedagogia da fÈ. SÂo disciplinas fundamentais e
necessÀrias, todavia, sempre a serviÆo de uma aÆÂo
evangelizadora que nÂo È apenas humana.
Aqui estamos convocando as comunidades a
fazerem uso de seus talentos. O dom e a graÆa vÉm de
Deus, Ele nos chama e capacita, quando nos dispomos a
orar e ouvi-lo, e È assim que vamos crescendo no seu
conhecimento. A ciÉncia À luz da fÈ nÂo È diferente e È
um instrumento muito Ùtil. Precisamos fazer uso de
toda capacitaÆÂo que a teologia, pedagogia, psicologia,
sociologia, filosofia, possam nos oferecer e auxiliar a
trilhar O Caminho de Cristo.
A verdade da ciÉncia jamais ultrapassarÀ a verdade
de Deus. Quando a colocamos ¿ frente do evangelho,
desprezamos a aÆÂo do Pai, rompemos com Ele. Mas
quando a ciÉncia e a fÈ caminham juntas, tornam-se
testemunho da onisciÉncia de Deus. Ele È a raiz de todo
conhecimento.
Na EncÌclica Fides et Ratio, temos tambÈm outros
subsÌdios para o uso das ciÉncias À luz da fÈ cristÂ.
A DimensÂo QuerigmÀtica no MinistÈrio de
CrianÆas
A evangelizaÆÂo È constituÌda em duas dimensÔes
essenciais: a catequese e o querigma, a respeito dos
quais precisamos buscar conhecer bem. A catequese È
uma pastoral com temas prÒprios, os trabalhos do
MinistÈrio para CrianÆa nunca poderÂo ser substitutivos
da catequese e sim complementares. A crianÆa que
participar do ministÈrio deve ser a primeira a buscar a
Eucaristia, e todos os outros sacramentos alicerÆados
pela catequese, por isto precisamos ter claro as
dimensÔes do querigma e da catequese.
Vejamos o que diz a ExortaÆÂo ApostÒlica
Catechesi Tradendae þ #A especificidade da catequese,
distinta do primeiro anÙncio do Evangelho que suscita
conversÂo, visa o duplo objetivo de fazer amadurecer a fÈ
inicial e de educar o verdadeiro discÌpulo de Cristo,
mediante um conhecimento mais aprofundado e

19
sistemÀtico da Pessoa e da mensagem de Nosso Senhor
Jesus Cristo. Na prÀtica, porÈm, a catequese, mantendo
embora esta ordem normal, deve ter em conta que muitas
vezes nÂo se verificou a primeira evangelizaÆÂo.
Certo nÙmero de crianÆas batizadas na primeira infÁncia
chegam ¿ catequese paroquial sem terem recebido
qualquer outra iniciaÆÂo na fÈ, e sem terem ainda uma
adesÂo explÌcita e pessoal a Jesus Cristo; tÉm somente
a capacidade para acreditar que lhes foi conferida pelo
Batismo e pela presenÆa do EspÌrito Santo. A Šcatequeseš
muitas vezes hÀ de ter a preocupaÆÂo, nÂo sÒ de alimentar
e esclarecer a fÈ, mas tambÈm de a avivar
incessantemente com a ajuda da graÆa, de lhe abrir os
coraÆÔes, de converter e preparar aqueles que ainda estÂo
no limiar da fÈ para uma adesÂo global a Jesus Cristo. Tal
cuidado ditarÀ, pelo menos em parte, o tom, a linguagem
e o mÈtodo da catequese$ (19).
Podemos perceber que a distinÆÂo dessas
dimensÔes nÂo as separa, mas sim mostram como estÂo
interligadas e o quÂo se faz necessÀrio que coexistam
em harmonia, sem a qual È impossÌvel acontecer umaa
evangelizaÆÂo sistemÀtica e profunda.
Querigma e Catequese
Evangelizar È uma ordem de Jesus: #Ide por todo
o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura$ (Mc
16,15). #A fÈ provÈm da pregaÆÂo e a pregÂo se exerce
em razÂo da palavra de Cristo$ (Rm10,14-15.17) A
palavra proclamada È, portanto, o meio indispensÀvel
para a evangelizaÆÂo e insere-se junto da catequese no
impulsionar o evangelizando ao encontro com O Cristo.
Evangelizar È estabelecer um vÌnculo consciente
com Aquele que estÀ na origem da prÒpria vida, como
tambÈm direcionar e acompanhar o evangelizando ¿
caminho da casa do Pai, sob a aÆÂo do EspÌrito Santo
por meio da verdade anunciada pelo Filho e dentro
dessa dinÁmica podemos perceber o acontecimento de
fases distintas e complementares na fundaÆÂo de
alicerces sÒlidos: #Se È verdade, portanto, que ser cristÂo
significa dizer 'sim' a Jesus Cristo, convÈm recordar que tal
'sim' se situa a dois nÌveis: consiste, antes de mais, em
abandonar-se ¿ Palavra de Deus e apoiar-se nela; mas
comporta tambÈm, num segundo momento, o esforÆar-se
por conhecer cada vez melhor o sentido profundo dessa
Palavra$ (Catechesi Tradendae þ 20).
Aprofundar no tema da evangelizaÆÂo focalizando
as dimensÔes querigmÀtica e catequÈtica, torna-se
extremamente necessÀrio se quisermos fomentar junto
aos agentes evangelizadores de crianÆa, uma atualizaÆÂo
de toda aÆÂo do evangelho sobre a vida, que deve ser
anunciada e acompanhada para que possa crescer,
penetrar em todas as Àreas da vida e frutificar, verdades
da qual a Igreja È mestra e a partir da qual deseja
impulsionar a evangelizaÆÂo. Contemplando tais
dimensÔes podemos ver que: #GraÆas, pois, ¿ catequese,
È que o querigma evangÈlico ÿ aquele primeiro anÙncio
cheio de ardor que a dada altura transforma uma pessoa e
a leva ¿ decisÂo de se entregar a Jesus Cristo pela fÈ ÿ
serÀ pouco a pouco aprofundado, desenvolvido nos seus
corolÀrios implÌcitos, explicado mediante explanaÆÂo que
apele tambÈm ¿ razÂo e oriente ¿ prÀtica crist na Igreja e
no mundo. E tudo isto nÂo È menos evangÈlico do que o
querigma, embora nÂo falte quem diga que a catequese
tende forÆosamente a racionalizar, ressequir e atÈ a matar
o que hÀ de vivo, espontÁneo e vibrante no querigma. As
verdades que se aprofundam na catequese sÂo as mesmas
que tocaram o coraÆÂo do homem, quando este as ouviu
pela primeira vez. O fato de as conhecer melhor, longe de
as embotar ou de as fazer ressequir, torna-as ainda mais
estimulantes e decisivas para a vida$ .
Podemos perceber assim que anunciar,
acompanhar, aprofundar, compreender sÂo movimentos
constantes na espiral de crescimento e
amadurecimento da fÈ e da relaÆÂo com Deus.
Em toda evangelizaÆÂo precisamos destacar a
funÆÂo fundamental da palavra, que pode ser
considerada em trÉs aspectos:
ProfÈtica þ palavra proclamada: o anÙncio verbal e
testemunho da Boa Nova.
Sacerdotal þ Palavra celebrada: a Liturgia que È a
celebraÆÂo da obra salvÌfica.
RÈgia þ Palavra vivida: instauraÆÂo do Reino de Deus
no mundo.
Na evangelizaÆÂo profÈtica, por sua vez, a palavra pode
ser contemplada em dois momentos sucessivos e
complementares:
A) QUERIGMA þ #A partir da situaÆÂo generalizada de
muitos batizados na AmÈrica Latina, que nÂo deram sua
adesÂo pessoal a Jesus Cristo pela conversÂo primeira,
impÔe-se, no MinistÈrio profÈtico da Igreja, de modo
prioritÀrio e fundamental, a proclamaÆÂo vigorosa do
anÙncio de Jesus morto e ressuscitado$ (Querigma, in:
Redemptoris Missio, 44), que estÀ na: #raiz de toda
evangelizaÆÂo, fundamento de toda promoÆÂo humana e
princÌpio de toda autÉntica cultura cristÂ$ (JoÂo Paulo II,
Discurso Inaugural - 25).
Significado: grita, proclama.
Objetivo:Nascer de novo. Ter vida em Jesus.
MÈtodo: Proclamar Jesus como a Boa Nova. Leva ao
testemunho pessoal.
O Evangelizador:Testemunha cheia do EspÌrito Santo.
Meta: Encontro Pessoal com Jesus pela fÈ e pela
conversÂo e proclamaÆÂo de Jesus como Salvador e
Senhor.
Tempo: Hoje.
B) CATEQUESE þ Este mistÈrio da igreja compreende
tambÈm a catequese que, #atualizando incessantemente
a revelaÆÂo amorosa de Deus manifesta em Jesus Cristo,
leva a fÈ inicial ¿ sua maturidade e educa o verdadeiro
discÌpulo de Jesus Cristo$ (Catechese Tradendae - 19) e
ainda, #Ela deve nutrir-se da Palavra de Deus, lida e

20
interpretada na igreja e celebrada na comunidade, para
que, ao esquadrinhar o mistÈrio de Cristo, ajude a
apresentÀ-lo como Boa Nova nas situaÆÔes histÒricas de
nossos povos$ (Santo Domingo - 33).
Significado:Ensinar, reter.
Objetivo: Crescer em Cristo. Ter vida em abundÁncia.
MÈtodo: Ensina-se ordenada e progressivamente. FÈ
de toda a igreja.
O Catequista:Mestre cheio do EspÌrito Santo.
Metas: encontro com o Corpo de Cristo: a
comunidade e santidade do povo de Deus.
Tempo: È a partir de hoje.
#O objeto essencial e primordial da catequese... È 'o
MistÈrio de Cristo'. Catequizar È, de certa maneira, levar
alguÈm a perscrutar este MistÈrio em todas as suas
dimensÔes: 'expor ¿ luz, diante de todos, qual seja a
disposiÆÂo divina, o MistÈrio ... Compreender, com todos os
santos, qual seja a largura, o comprimento, a altura e a
profundidade ... conhecer a caridade de Cristo, que
ultrapassa qualquer conhecimento... (e entrar em) toda a
plenitude de Deus' (Ef. 3,9. 18 s)... a finalidade definitiva
da catequese È a de fazer que alguÈm se ponha, nÂo
apenas em contato, mas em comunhÂo, em intimidade
com Jesus Cristo: somente Ele pode levar ao amor do Pai
no EspÌrito e fazer-nos participar na vida da SantÌssima
Trindade$ (Catechesi Tradendae þ 5).
#Precisa a catequese de uma renovaÆÂo contÌnua, mesmo
em certo alargamento do seu prÒprio conceito, nos seus
mÈtodos, na busca de uma linguagem adaptada e na
tÈcnica dos novos meios para a transmissÂo da
mensagem... A repetiÆÂo rotineira leva ¿ estagnaÆÂo, ¿
letargia e, por fim, ¿ paralisia$ (Catechesi Tradendae þ 17).

II - O Evangelizador
HistÒria "O Menino de Rua"
Um cristÂo estava no ponto do Ónibus, quando
chegou um menino de rua e comeÆou a mexer no lixo
ao seu lado. Mexeu, remexeu e quando encontrou
comida, mesmo estando com mau cheiro, colocou-a na
boca e comeu. O cristÂo sentiu nojo e indignado gritou
para Deus: "Deus, faÆa alguma coisa! E Deus na sua
misericÒrdia respondeu: "JÀ fiz, criei vocÉ!"
"Para a glÒria de Deus, o Pai, toda lÌngua confesse: Jesus
Cristo È o Senhor" (Fl 2,11)
Em Mateus 18,1-14 encontramos que os
pequeninos sÂo os preferidos de Jesus. Que nÂo se
perca um sÒ destes pequeninos por falta de quem os
acolha!
Estamos nos preocupando em formar pastores
que irÂo atrÀs destes pequeninos para lhes dar o pÂo da
Palavra?
Assim, perguntamos: Qual o perfil do
evangelizador? Pesquisemos os requisitos na BÌblia e
documentos de nossa Igreja:
Requisitos de Ordem Humana
(que seja sensato, equilibrado emocio-nalmente, de
vida regular;
(que seja prudente AA29;
(que nÂo seja alienado da realidade PUEBLA 35 ao
50 (Realidade da AmÈrica Latina);
(que tenha bom senso e seja perseverante Mt
10,20;
(paciente I Cor 12,11-13 a paciÉncia È o distintivo
do Formador e onde falta (aciÉncia È porque nÂo
estÀ havendo amor.
Requisitos de Ordem Espiritual
(amor I Jo 3,16 ; EN 79; I Co 13;
(intimidade com Deus - oraÆÂo pessoal,
conhecimento de Deus;
(anciÂo - que seja maduro na fÈ - que nÂo seja neo-
convertido;
(desprendido de bens materiais Mc 10,17,27;
(nÂo busca seus prÒprios interesses CT 6; EN 32; I
Co 10,24;
(que usa de verdade EN 78;
(que busca estar cheio do EspÌrito Santo Ef 5,18ss;–
(que busca estar cheio do EspÌrito Santo Ef
5,18ss;–
(que tem visÂo e responsabilidade II Tm 2,1ss;
(que nÂo seja dado as improvisaÆÔes CT 17;
(que seja convertido verdadeiramente PUEBLA
437;
(que tenha espÌrito de servo como AndrÈ e Ananias
- Jo 1,40ss e Atos 9;
(que tenha vida exemplar AG 11 e II Co3,1-3;
(vida familiar saudÀvel e evangelizadora I Tm 5,8;
(alegre Nm 8,9-10 e Jo 16,24;
(que tenha unÆÂo e fervor EN 80 e Jo 2,16-24;
(que seja integrado ¿ comunidade At 3,14-20;
(reto, justo Mt 5,20;
(que sinta chamado;
(obediente Fl 2,5ss;
(que perdoa e nÂo discrimina; Eclo 28,1-6 e
PUEBLA 205; E
(que dÀ testemunho, que È testemunha EN 76.
Requisitos para MinistÈrio
(que esteja vivendo o que estÀ pregando EN 26 EN
39;
(fÈ contagiosa e nÂo apenas crenÆa Tg 2,19;
(dedicado CT 62;
(que estuda aprofunda e lÉ CT 49;
(criativo; e
(que goste de crianÆas.
"A Majestade de Cristo quando ensinava, a coerÉncia
e a forÆa persuasiva Ùnicas do seu ensino, nÂo se
conseguem explicar senÂo porque as suas palavras,
parÀbolas e raciocÌnios nunca sÂo separÀveis da sua vida e
do seu prÒprio ser. ¨ somente em profunda comunhÂo com
Ele que os catequistas encontrarÂo luz e forÆa para uma
desejÀvel renovaÆÂo autÉntica da catequese" (Catechesi

21
Tradendae þ 9).
Evangelizar È a missÂo de todos os batizados.
Frente a isso, voltemos o olhar para o nosso prÒximo e
vejamos em que nÌvel a missÂo estÀ sendo cumprida. O
evangelizador sÒ È capaz de ver, discernir e agir nesse
caminho, somente se caminhar sob a aÆÂo do EspÌrito
Santo.
Quais ideologias estÂo por trÀs de tudo que È
dirigido ¿ crianÆa nos meios de comunicaÆÂo?
Nas escolas as diretrizes da educaÆÂo infantil tÉm
bases cristÂs dando Énfase nÂo ao desenvolvimento de
capacidades tidas e voltadas para ele prÒprio, mas ¿
transcendÉncia, ao outro e a Deus?
A partir da verdade revelada por Cristo temos O
Caminho. E revelÀ-lo ao outro È o exercÌcio do maior
mandamento: amar a Deus na sua plenitude com todas
as nossas forÆas e ao nosso irmÂo como a nÒs mesmos.
Ÿ medida que o revelamos Ele se revela a nÒs.
Jesus È o Caminho, a Verdade e a vida que precisa
ser proclamado. Mas como ir ao encontro da crianÆa?
Como resgatar e encontrar o lugar da infÁncia? A
resposta estÀ no resgate da nossa prÒpria infÁncia. A
maior parte dos traumas afetivos que interferem na vida
espiritual, tem sua origem ou eclosÂo na infÁncia. Sob
diversas formas estas marcas se mantÉm ao longo da
vida.
Mas mesmo tendo o evangelizador experienciado
a dor de toda espÈcie de desamor, a remissÂo, a cura, a
libertaÆÂo que o Senhor da Vida nos deu pelo seu Filho
nos resgata e o seu EspÌrito Santo nos capacita.
Portanto, nos tornamos melhores evangelizadores ¿
medida que progredimos na caminhada pessoal em
direÆÂo ¿ plenitude anunciada por Jesus e a
testemunhamos.
Ser evangelizador È ter Maria como modelo. Maria
a estrela da evangelizaÆÂo. Maria foi escolhida para ser a
evangelizadora do Filho de Deus. Maria modelo de
Igreja. Deus cuida de seu povo. Maria cuida de Jesus. A
Ètica do cuidado do nascimento ¿ morte È resgatada em
Maria.
O evangelizador È o homem que conhece, vive e
celebra Deus, mas atentemos que È um homem, com
uma histÒria particular, com seqÛelas e vitÒrias, a
caminho, jamais pleno, em busca de ser, em busca de
Deus. OraÆÂo, Palavra de Deus, Eucaristia, a ConfissÂo
e exercÌcios de mortificaÆÂo formam este caminhar.
Quem sÂo os evangelizadores de crianÆa?
(pais, padrinhos e familiares;
(sacerdotes, catequistas, lideres da comunidade,
coordenadores de G. O. infantil e adulto;
(os educadores infantis (de centros infantis ou
escolas);
(as pessoas que lidam com a crianÆa no seu dia a
dia -babÀs, agentes da Àrea de saÙde, etc
pastorais que direta ou indiretamente trabalham
com a crianÆa.
NÂo hÀ tempo a perder porque a alienaÆÂo de
Deus tambÈm que se dÀ ininterruptamente. Os agentes
alienantes nÂo param de criar programas, brincadeiras,
Ìdolos e Ìcones idolatrÀveis de um mundo que insiste no
pecado, na divisÂo, na independÉncia de Deus.
Diante da urgÉncia da evangelizaÆÂo para
apresentar a revelaÆÂo divina que È a maior necessidade
do homem, faz-se necessÀrio o estudo e elaboraÆÂo de
subsÌdios que contemplem:
(a crianÆa como sujeito de todo processo e
nunca objeto;
(a crianÆa vista como capaz de Deus;
(a ampliaÆÂo da visÂo da infÁncia como fase
evitando "queimar" etapas;
(as necessidades evolutivas: fÌsicas, mentais,
emocionais e espirituais;
(o respeito ¿ condiÆÂo da crianÆa -linguagem,
estÀgio da fÈ e vivÉncia;
(os brinquedos, jogos, dinÁmicas como meios de
comunicaÆÂo com a crianÆa, dentre outros.
Conforme o DGC: H156. [ ] a adesÂo crente das
pessoas È fruto da graÆa e da liberdade e, portanto, faz
com que sua atividade seja sempre amparada pela fÈ no
EspÌrito Santo e pela oraÆÂo$, graÆa e liberdade andam
juntas, sÂo pressupostos na caminhada rumo ao Pai. O
evangelizador È instrumento de Deus, fornece meios
para um fim que o ultrapassa. Sua missÂo È: "139 [ ]
colocar no centro e fazer prÒpria, a relaÆÂo que Deus tem
com a pessoa e deixar-se guiar por Ele$, fazendo uso da
pedagogia de Cristo.
A pedagogia de Cristo È a grande referÉncia:
#DGC 140. Vinda a plenitude dos tempos, Deus
mandou ¿ humanidade Seu Filho, Jesus Cristo. Ele trouxe
ao mundo o supremo dom da salvaÆÂo, realizando a sua
missÂo de redentor, no Ámbito de um processo que
continuava a 'pedagogia de Deus' com a perfeiÆÂo e a
eficÀcia intrÌnsecas ¿ novidade de sua pessoa. Das suas
palavras, sinais e obras, ao longo de toda a sua breve mas
intensa vida, os discÌpulos fizeram experiÉncia direta das
diretrizes fundamentais da 'pedagogia de Jesus', indicando-
as, depois, nos Evangelhos: o acolhimento do outro, em
particular do pobre, da crianÆa, do pecador, como pessoa
amada e querida por Deus; o anÙncio genuÌno do Reino de
Deus como boa nova da verdade e da consolaÆÂo do Pai;
um estilo de amor delicado e forte, que livra do mal e
promove a vida; o convite premente a uma conduta
amparada pela fÈ em Deus, pela esperanÆa no reino e
pela caridade para com o prÒximo; o emprego de todos
os recursos da comunicaÆÂo interpessoal tais como a
palavra, o silÉncio, a metÀfora, a imagem, o exemplo e
tantos sinais diversos, como o faziam os profetas bÌblicos.
Convidando os discÌpulos a segui-Lo totalmente e sem
nostalgias, Cristo entrega-lhes a sua pedagogia da fÈ como
plena compartilha da sua causa e do seu destino."
Queremos ressaltar que a evangelizaÆÂo È ato de
fÈ, esperanÆa e caridade, È exercÌcio das virtudes
teologais que caminha em direÆÂo da formaÆÂo integral

22
e tem sua conclusÂo na adesÂo ao plano salvÌfico de
Deus. SÒ em Deus ela pode se dar. Neste sentido a
oraÆÂo, a vida comunitÀria em suas dimensÔes de
formaÆÂo, correÆÂo, partilha e comunhÂo, sÂo fatores
anunciados por Deus para a formaÆÂo do seu povo. O
evangelizador, portanto, necessita estar sob estas
condiÆÔes, visto que sÂo o terreno onde ele pode se
nutrir, germinar e frutificar, produzindo os frutos
advindos da aÆÂo de Deus.
Citando o DGC:
"238. A formaÆÂo dos catequistas compreende
diversas dimensÔes. A mais profunda se refere ao prÒprio
ser do catequista, ¿ sua dimensÂo humana e cristÂ. A
formaÆÂo, de fato, deve ajudÀ-lo a amadurecer, antes de
mais nada, como pessoa, como crente e como apÒstolo.
Depois, hÀ o que o catequista deve saber para cumprir
bem a sua tarefa. Esta dimensÂo, permeada pela dÙplice
fidelidade ¿ mensagem e ao homem, requer que o
catequistas conheÆa adequadamente a mensagem
que transmite e, ao mesmo tempo, o destinatÀrio que a
recebe, alÈm do contexto social em que vive. Enfim, hÀ a
dimensÂo do saber fazer, jÀ que a catequese È um ato de
comunicaÆÂo. A formaÆÂo tende a fazer do catequista um
'educador do homem e da vida do homem' ".
E na sua formaÆÂo bÌblico-teolÒgica o DGC aponta
para a Cristocentricidade, cuja formaÆÂo doutrinal
para evangelizaÆÂo passa necessariamente pelo seguinte
conteÙdo: o mistÈrio central da fÈ È Jesus Cristo, a
partir d!Ele a evangelizaÆÂo deve seguir o seguinte
percurso:
þ as trÉs grandes etapas da histÒria da salvaÆÂo:
Antigo Testamento, vida de Jesus Cristo e histÒria
da Igreja;
þ os grandes nÙcleos da mensagem cristÂ;
sÌmbolo, liturgia, vida moral e oraÆÂo. (DGC 240)
#O cristocentrismo na catequese significa tambÈm
que, mediante ela, se deseja transmitir, nÂo jÀ cada um a
sua prÒpria doutrina ou entÂo a de um mestre qualquer,
mas os ensinamentos de Jesus Cristo, a Verdade que Ele
comunica, ou, mais exatamente, a Verdade que Ele È (Jo
14, 6). Tem que se dizer, portanto, que na catequese È
Cristo, Verbo Encarnado e Filho de Deus, que È ensinado$
(Catechesi Tradendae þ 6).
Finalizemos com a palavra do Papa JoÂo Paulo II:
"Agora, carÌssimos IrmÂos e Filhos, desejaria que as
minhas palavras, escritas ¿ maneira de grave e ardente
exortaÆÂo, ditada pelo meu ministÈrio de Pastor da Igreja
universal, inflamassem os vossos coraÆÔes, como as Cartas
de SÂo Paulo inflamaram seus companheiros de Evangelho
Tito e TimÒteo; ou entÂo, vos alentassem como Santo
Agostinho, quando escreveu esse verdadeiro tratado em
ponto pequeno, sobre a alegria de catequizar (De
catechizandis rudibus: PL 40,310-347), dirigido ao DiÀcono
Deogratias, que andava desalentado com a sua tarefa de
catequista. Sim, desejaria semear abundantemente nos
coraÆÔes de tÂo numerosos e diversos responsÀveis pelo
ensino religioso e pela preparaÆÂo para uma vida conforme
ao Evangelho, a coragem, a esperanÆa e o entusiasmo$
(Catechesi Tradendae þ 62).

III - A CrianÆa
HistÒria
Um jovem professor ganhou bolsa de estudo no
exterior. Morando sozinho percebeu que nÂo sabia
cuidar da casa, de sua roupa, de sua alimentaÆÂo e se
questionou: Que escola È esta que me deu diploma sem
me preparar para a vida?
Assim tambÈm a evangelizaÆÂo deve preparar a
crianÆa para vida.
¨ preciso ter claro que a infÁncia, perÌodo que
decorre do conceber a idade adulta, passa muito rÀpida,
mas nela acontece um processo enorme de
desenvolvimento. A condensaÆÂo de valores e
dimensÔes humanas, a saber: do conhecimento, das
emoÆÔes, do carÀter, da personalidade e da
espiritualidade, acontecem nesta fase.
Precisaremos fazer um paralelo entre o DGC e
algumas caracterÌsticas da infÁncia, para que possam ser
compreendidas as diretrizes e pontos-chaves propostos
neste projeto.
O DGC apresenta que a finalidade da catequese È
a profissÂo de fÈ em Deus, e que tal atitude implica que
"o cristÂo renuncia a servir qualquer absoluto
humano: poder, prazer, raÆa, antepassados, Estado,
dinheiro..., libertando-se de qualquer Ìdolo que o escravize.
¨ a proclamaÆÂo da sua vontade de servir a Deus e aos
homens, sem nenhum laÆo. Proclamando a fÈ na Trindade,
comunhÂo de pessoas, o discÌpulo de Jesus Cristo
manifesta contemporaneamente que o amor a Deus e ao
prÒximo È o princÌpio que informa o seu ser e o seu agir"
(Cf. CIC 2113).
A renÙncia se faz frente ¿ consciÉncia de Deus,
que pode ser testemunhada e celebrada, onde tudo que
Cristo anunciou torna-se a Ùnica referÉncia. O ato de
renunciar somente pode se dar frente ¿ assunÆÂo da
verdade. Se o homem nÂo renuncia totalmente aos
absolutos humanos, isto se dÀ porque a verdade que se
impÔem a este nÂo superou os valores do Reino, ou
seja, ainda estÀ no combate para ser afirmada.
O ser humano, desde a sua concepÆÂo, estÀ
defronte ¿ missÂo de crescer, desenvolver capacidades
de sobrevivÉncia e de erguimento de condiÆÔes que lhe
permitam chegar a uma plenitude. Tal plenitude, ¿ luz
da fÈ cristÂ, È o trajeto percorrido na incessante luta
entre o pecado e a santidade.
A infÁncia apresenta o esboÆo do trajeto humano.
Desde sua concepÆÂo participa de um processo de
diferenciaÆÂo progressiva em direÆÂo a uma
constituiÆÂo prÒpria. Para ser o que chamamos "fruto
do amor" do casal, È necessÀrio que consiga ter
condiÆÔes

23
condiÆÔes de caminhar por si e ser capaz de dar
continuidade ¿ vida numa condiÆÂo plena. Os fracassos
neste transcurso serÂo reapresentados sob a forma de
diversos bloqueios no processo evolutivo, como
distÙrbios, dificuldades, impedimentos, vÌcios,
distanciamentos, alienaÆÔes e limitaÆÔes, que se
ramificam sob diversas formas patolÒgicas de posiÆÂo
frente ¿ existÉncia.
Voltando ¿ citaÆÂo do Santo Padre, na EncÌclica
Fides et Ratio, relativa ao OrÀculo de Delfos: #Conhece-
te a ti mesmo$, traz em si a grande questÂo humana,
englobando outros questionamentos tais como: quem
sou, a que vim, para onde vou, traduzindo alguns dos
principais dilemas humanos, os quais, para nÒs cristÂos,
sÂo respondidas pelo Pai, atravÈs de seu Filho.
A evangelizaÆÂo tem na sua missÂo, a
responsabilidade de ser a apresentaÆÂo da realidade
inaugurada por Cristo. Isso implica que seja libertadora,
formadora e sustentadora da caminhada. Ela precisa
fechar um ciclo completo de retorno a Deus.
A infÁncia foi por sÈculos desconsiderada, apesar
do alerta de Jesus de que buscÀssemos ser como as
crianÆas, que entre outras coisas, tem a capacidade de
receber o Reino irrestritamente, sem objeÆÔes ao
anÙncio, numa expressÂo autÉntica de fÈ. "CrianÆa È
futuro" dizem aqueles que tem a infÁncia, como fase
caracterizada pela dependÉncia e incapacidade. Ver a
crianÆa como ser sem alma, adulto em miniatura,
totalmente incapaz, cujos sentimentos nÂo tem
significaÆÂo e as vivÉncias nessa fase nÂo trazem
seqÛelas, sÂo formas de negar a vida, a dignidade e a
escolha de Deus por ela.
Desde a concepÆÂo, vamos sendo formados.
Nascer È um evento marcante, fecha um momento e
inaugura outro, mas nÂo interrompe a seqÛÉncia. Da
concepÆÂo ¿ morte, independentemente do quanto
dure, temos a vida, dom de Deus em seu infinito amor.
A infÁncia inicia uma fase que possui um significado
imprescindÌvel. ¨ a fase em que necessitamos
inicialmente de cuidados totais, mas que vÂo,
gradativamente, sendo suprimidos pela autonomia nesta
subsistÉncia. Da dependÉncia absoluta À independÉncia,
na realidade a crianÆa necessita somente de quem as
acompanhe adequadamente, de quem dÉ, À medida de
sua necessidade, aquilo que ela precisa.
Mas aos atos de amor e cuidado, interferem
diversas seqÛelas das vivÉncias parentais. As mÀs
formaÆÔes vÉm de cuidados limitados, deformados,
recusados dentre outros advindos e repassados pelas
geraÆÔes passadas. Se no presente podemos observar o
convÌvio entre netos, pais e avÒs, poderemos avistar, jÀ
neste pequeno nÙcleo diversos desvios, quanto mais
poderemos constatar ao longo dos novos
relacionamentos que serÂo formados ao longo da vida.
Especificamente na infÁncia, quando as necessidades e o
referencial realizam uma intensa movimentaÆÂo entre o
eu e o outro, quanto melhor forem as condiÆÔes que o
cuidador puder oferecer, mais a crianÆa se beneficiarÀ.
Como algumas boas condiÆÔes citamos a
capacidade de compreensÂo do que a crianÆa sente, a
diferenciaÆÂo entre o que ela quer e o que precisa, a
aceitaÆÂo dela como È, seus reais limites e
necessidades, a aceitaÆÂo de sua independÉncia, a
estimulaÆÂo que desenvolva as capacidades sem
sobrestimaÆÂo (cuja nÂo-correspondÉncia ¿s
expectativas esperadas da crianÆa, gere nela um senso
de incapacidade), nem subestimaÆÂo (cuja fraca
exigÉncia nÂo atinja o desenvolvimento pleno da suas
capacidades).
Discorrer um pouco sobre a infÁncia, nos ajudarÀ
a compreender a fundamentaÆÂo do DGC relativa a
alguns pontos significativos, os quais transcrevemos e
comentamos a seguir:
Com relaÆÂo ¿s necessidades especÌficas para
cada fase do processo evolutivo
"DGC 171. A catequese, segundo as diferentes
idades, È uma exigÉncia essencial para a comunidade
cristÂ. Por um lado, de fato, a fÈ participa do
desenvolvimento da pessoa; por outro lado, cada fase
da vida È exposta ao desafio da descristianizaÆÂo e
deve, acima de tudo, aceitar como um desafio, as tarefas
sempre novas da vocaÆÂo cristÂ. Oferecem-se, pois, por
direito, catequeses por idades, diversificadas e
complementares, provocadas pelas necessidades e
capacidades dos destinatÀrios. Para tanto, È indispensÀvel
prestar atenÆÂo a todos os elementos em jogo,
antropolÒgico-evolutivos e teolÒgico-pastorais,
valendo-se tambÈm dos dados atualizados da ciÉncias
humanas e pedagÒgicas, relativos a cada idade. Tratar-se-À
tambÈm de integrar sabiamente as diversas etapas do
caminho de fÈ, prestando particular atenÆÂo para que a
catequese dirigida ¿ infÁncia encontre harmonioso
cumprimento nas fases posteriores".
Com relaÆÂo ¿ condiÆÂo ¿s principais fases de
formaÆÂo humana
"DGC 177. Esta fase de idade, tradicionalmente
dividida em primeira infÁncia ou idade prÈ-escolar e
adolescÉncia, aos olhos da fÈ e da prÒpria razÂo, tem como
prÒpria a graÆa do inÌcio da vida. Nesta idade, '...nascem
preciosas possibilidades para a edificaÆÂo da Igreja e
para a humanizaÆÂo da sociedade', a serem
assumidas. Filha de Deus graÆas ao dom do Batismo, a
crianÆa È proclamada por Cristo membro privilegiado do
Reino de Deus.
Por diversas razÔes, hoje talvez mais do que ontem, a
crianÆa requer pleno respeito e ajuda nas suas
exigÉncias de crescimento humano e espiritual,
tambÈm atravÈs da catequese, que nÂo pode jamais faltar
¿s crianÆas cristÂs. Quem, de fato, deu-lhe a vida,
enriquecendo-a com o dom do Batismo, tem o dever de
alimentÀ-la em sua continuidade".

24
(Com relaÆÂo ¿ evangelizaÆÂo inserida no
contexto das crianÆas e dos adolescentes
Catechese Tradendae: #A idade e o desenvolvimento
intelectual dos cristÂos, bem como o seu grau de
maturidade eclesial e espiritual e muitas outras
circunstÁncias pessoais exigem que a catequese adapte
mÈtodos muito diversos, para poder alcanÆar a sua
finalidade especÌfica: a educaÆÂo para a fÈ$ (51) e ainda
#Em qualquer hipÒtese, importa que o mÈtodo escolhido se
atenha acima de tudo a uma lei fundamental para toda a
vida da Igreja: a lei da fidelidade a Deus e da fidelidade ao
homem, numa Ùnica atitude de amor$ (52).
DGC 178. "A catequese das crianÆas È
necessariamente conexa com a sua situaÆÂo e condiÆÂo
de vida, e È obra de diversos agentes educativos,
complementares entre si".
Podem ser indicados alguns fatores que revestem
uma particular importÁncia e tÉm extensÂo universal:
A infÁncia e a adolescÉncia, cada qual
compreendida e tratada segundo a peculiaridade que lhes È
prÒpria, representam o tempo da primeira socializaÆÂo e
da educaÆÂo humana e crist na famÌlia, na escola e
na Igreja e, portanto, devem ser compreendidas como um
momento decisivo para o futuro sucessivo da fÈ.
Segundo uma tradiÆÂo consolidada, este È,
habitualmente, o perÌodo em que se cumpre a iniciaÆÂo
crist inaugurada pelo Batismo. Com o recebimento dos
sacramentos, se visa a primeira formaÆÂo orgÁnica da fÈ da
crianÆa e a sua introduÆÂo na vida da Igreja.
No perÌodo da infÁncia, o processo catequÈtico serÀ,
por isso, eminentemente educativo, atento a desenvolver
aqueles recursos humanos que formam o substrato
antropolÒgico da vida de fÈ, tais como o senso da
confianÆa, da gratuidade, do dom de si, da
invocaÆÂo, da alegre participaÆÂo... A educaÆÂo ¿
oraÆÂo e a iniciaÆÂo ¿ Sagrada Escritura sÂo aspectos
centrais da formaÆÂo crist das crianÆas.
Enfim, deve-se estar atentos ¿ importÁncia de dois
lugares educativos vitais: a famÌlia e a escola. A
catequese familiar È, de certo modo, insubstituÌvel, antes
de mais nada, pelo ambiente positivo e acolhedor,
persuasivo pelo exemplo dos adultos, e pela primeira
explÌcita sensibilizaÆÂo e prÀtica da fÈ".
DGC 179. "O ingresso na escola significa, para a
crianÆa, a entrada numa sociedade mais ampla do que a
famÌlia, com a possibilidade de desenvolver muito mais as
suas capacidades intelectivas, afetivas e comportamentais.
Na escola, freqÛentemente, È ministrado um especÌfico
ensino religioso. Tudo isso requer que a catequese e os
catequistas mantenham uma colaboraÆÂo constante
com os genitores e tambÈm com os professores da
escola, segundo as oportunidades fornecidas pelo
contexto. Os pastores devem recordar-se que quando
ajudam os genitores e os educadores a bem desempenhar a
missÂo que lhes cabe, È a Igreja que estÀ sendo edificada.
AlÈm disso, este trabalho oferece uma Òtima ocasiÂo para
a catequese dos adultos".
(Com relaÆÂo aos recursos e mÈtodos
utilizados para uma evangelizaÆÂo fecunda
DGC 15. "Esta parÀbola (O Semeador, Mc 4,3) È
fonte inspiradora para a evangelizaÆÂo. 'A semente È a
palavra de Deus' (Lc 8,11). O semeador È Jesus Cristo. Ele
anunciou o Evangelho na Palestina hÀ dois mil anos e
enviou os seus discÌpulos a semeÀ-lo pelo mundo. Jesus
Cristo hoje, presente na Igreja por meio do Seu EspÌrito,
continua a divulgar amplamente a palavra do Pai no campo
do mundo. A qualidade do terreno È sempre muito variada.
O Evangelho cai 'beira do caminho' (Mc 4,4), quando nÂo
È realmente escutado; cai 'em solo pedregoso' (Mc 4,5),
sem penetrar profundamente na terra; ou 'entre os
espinhos' (Mc 4,7), e È imediatamente sufocado no
coraÆÂo dos homens, distraÌdos por muitas preocupaÆÔes.
Mas uma parte cai 'em terra boa' (Mc 4,8), isto È, em
homens e mulheres abertos ¿ relaÆÂo pessoal com Deus e
solidÀrios com o prÒximo, e produz frutos abundantes.
Jesus, na parÀbola, comunica a boa notÌcia de que o
Reino de Deus chega, nÂo obstante as dificuldades do
terreno, as tensÔes, os conflitos e os problemas do mundo.
A semente do Evangelho fecunda a histÒria dos homens e
preanuncia uma colheita abundante. Jesus faz tambÈm
uma advertÉncia: somente no coraÆÂo bem disposto a
Palavra de Deus germina (Mateus 13, 23)."
Vemos nessas orientaÆÔes parte do que deve ser a
formaÆÂo para estruturar um diÀlogo adequado com a
crianÆa, caracterizado por:
(ParticipaÆÂo Ativa: a crianÆa deve ser sujeito e
nÂo objeto na construÆÂo de sua relaÆÂo com
Deus.
(Pluridimensional e Integrado: que contemple as
diversas dimensÔes em formaÆÂo na crianÆa e
ofereÆa condiÆÔes para a que se integrem,
visando uma saÙde completa, reflexo nÌtido da
imagem e semelhanÆa de Deus.
IV - O Material de Apoio ¿ EvangelizaÆÂo
de CrianÆas
HistÒria do desenho
Ilustrando um dia de evangelizaÆÂo, uma crianÆa
desenhou meninos e meninas sem corpo com mochilas
enormes numa sala de aula. O evangelizador perguntou
porque as crianÆas nÂo tinham corpos e ela explicou:
Pra que corpo? Aqui a gente sÒ precisa da cabeÆa
se o corpo ficasse em casa seria muito melhor.
Jesus crescia em estatura, graÆa e sabedoria.
Jesus veio para o homem todo e todo o homem.
O material de apoio proposto para o querigma,
conversÂo, adesÂo e formaÆÂo, deve possuir uma
aplicabilidade simples, dinÁmica e inserida nos
contextos sociais em que a crianÆa se encontra inserida
como a famÌlia, o grupo de oraÆÂo, a escola, a creche,
levando a uma elaboraÆÂo de critÈrios mais apurados
para a formulaÆÂo de programas educacionais e

25
formadores incluindo os meios de comunicaÆÂo,
principalmente a TV, que falem uma linguagem
compreensÌvel ¿ crianÆa e que dÉem subsÌdios de
formaÆÂo e estÌmulo das mÙltiplas capacidades. A
mensagem evangÈlica o permite, mas nos falta ainda
muita consciÉncia do que fazer.
Um bom material traz em si um conteÙdo
interessante ¿ crianÆa, ¿s dimensÔes de formaÆÂo da
consciÉncia pessoal, consciÉncia do outro e consciÉncia
de Deus, assim o serÀ se for um material elaborado a
partir da oraÆÂo e formaÆÂo, que integram a escuta de
Deus e do homem.
A ExortaÆÂo ApostÒlica #Catechese Tradendae$ dÀ
algumas referÉncias concretas quanto ao conteÙdo e
estrutura de livros catequÈticos, os quais devem se
aplicar aos demais materiais a serem utilizados na
evangelizaÆÂo:
49. #NÂo basta, pois, que se multipliquem os livros
de catequese. Para que estes correspondam ¿ sua
finalidade sÂo indispensÀveis condiÆÔes, como por exemplo:
- que sejam adaptados ¿ vida concreta da geraÆÂo a
que sÂo destinados, tendo bem presentes as suas
inquietudes e interrogaÆÔes, bem como as suas lutas e
esperanÆas;
- que se esforcem por encontrar a linguagem
compreensÌvel a essa mesma geraÆÂo;
- que se esmerem em ser a expressÂo de toda a
mensagem de Cristo e da sua Igreja, sem nada descurar ou
deformar, procurando expÓ-la inteiramente e segundo um
centro de referÉncia e uma estrutura que faÆam ressaltar o
essencial;
- que intentem verdadeiramente provocar maior
conhecimento dos mistÈrios de Cristo naqueles que deles
se servirem, em vista de uma autÉntica conversÂo e de
uma vida mais conforme ¿ vontade de Deus.$
O DGC traz a sÌntese da evangelizaÆÂo, nos
pilares atravÈs dos quais apresenta a Boa-Nova.
(Quanto ¿s funÆÔes do conjunto primeiro
anÙncio - catequese, no processo de
evangelizaÆÂo:
"DGC 61. O primeiro anÙncio se dirige aos nÂo
crentes e ¿queles que, de fato, vivem na indiferenÆa
religiosa. Ele tem a funÆÂo de anunciar o Evangelho e de
chamar ¿ conversÂo. A catequese, 'distinta do primeiro
anÙncio do Evangelho' promove e faz amadurecer esta
conversÂo inicial, educando ¿ fÈ o convertido e
incorporando-o na comunidade cristÂ. A relaÆÂo entre
estas duas formas do ministÈrio da Palavra È, portanto,
uma relaÆÂo de distinÆÂo na complementariedade. O
primeiro anÙncio, que cada cristÂo È chamado a realizar,
participa do 'ide' que Jesus propÓs a seus discÌpulos:
implica, portanto, o sair, o apressar-se, o propor. A
catequese, ao invÈs, parte da condiÆÂo que o prÒprio Jesus
indicou, 'aquele que crer', aquele que se converter, aquele
que se decidir. As duas aÆÔes sÂo essenciais e se atraem
mutuamente: ir e acolher, anunciar e educar, chamar e
incorporar".
"DGC 62. Na prÀtica pastoral, todavia, as fronteiras
entre as duas aÆÔes nÂo sÂo facilmente delimitÀveis.
FreqÛentemente, as pessoas que acedem ¿ catequese,
necessitam, de fato, de uma verdadeira conversÂo. Por isso,
a Igreja deseja que, ordinariamente, uma primeira
etapa do processo catequÈtico seja dedicada a
assegurar a conversÂo. Na 'missÂo ad gentes', esta
tarefa se realiza no 'prÈ-catecumenato'. Na situaÆÂo
requerida pela 'nova evangelizaÆÂo' esta tarefa se realiza
por meio da 'catequese querigmÀtica', que alguns
chamam de 'prÈ-catequese', porque, inspirada no prÈ-
catecumenato, È uma proposta da Boa Nova em ordem a
uma sÒlida opÆÂo de fÈ. Somente a partir da conversÂo,
isto È, apostando na atitude interior 'daquele que crer', a
catequese propriamente dita poderÀ desenvolver a sua
tarefa especÌfica de educaÆÂo da fÈ. O fato de que a
catequese, num primeiro momento, assuma estas tarefas
missionÀrias, nÂo dispensa a Igreja particular de promover
uma intervenÆÂo institucionalizada de primeiro anÙncio,
como atuaÆÂo mais direta do mandato missionÀrio de
Jesus. A renovaÆÂo catequÈtica deve basear-se nesta
evangelizaÆÂo missionÀria prÈvia".
(Quanto ao querigma traÆa alguns pilares de
sua constituiÆÂo:
"DGC 102. Nesta explicitaÆÂo do querigma
evangÈlico de Jesus, a catequese sublinha os seguintes
aspectos fundamentais:
þ Jesus, com o advento do Reino, anuncia e revela
que Deus nÂo È um ser distante e inacessÌvel, 'uma
potÉncia anÓnima e longÌnqua', (331) mas sim o Pai, que
estÀ presente em meio ¿s suas criaturas, operando com o
seu amor e o seu poder.
þ Jesus ensina que Deus, com o seu Reino, oferece o
dom da salvaÆÂo integral, liberta do pecado,
introduz na comunhÂo com o Pai, concede a filiaÆÂo
divina e promete a vida eterna, vencendo a morte.
þ Jesus, ao anunciar o Reino, anuncia a justiÆa de
Deus: proclama o juÌzo divino e a nossa
responsabilidade. O anÙncio do juÌzo de Deus, com o seu
poder de formaÆÂo das consciÉncias, È um conteÙdo
central do Evangelho e uma boa nova para o mundo. E que
È possÌvel a penitÉncia e o perdÂo, jÀ que na cruz de Cristo
obtemos a redenÆÂo do pecado.
þ Jesus declara que o Reino de Deus se inaugura
com Ele, na sua prÒpria pessoa.
þ Jesus ensina, igualmente, que a comunidade dos
seus discÌpulos, a sua Igreja, 'constitui o germe e o inÌcio
deste Reino'
þ Jesus ensina, finalmente, que a histÒria da
humanidade nÂo caminha rumo ao nada, mas sim
que, com os seus aspectos de graÆa e pecado, È n'Ele
assumida por Deus, para ser transformada."

26
(Quanto ¿ metodologa:
"DGC 148. Na transmissÂo da fÈ, a Igreja nÂo possui
um mÈtodo prÒprio, nem um mÈtodo Ùnico, mas sim, ¿ luz
da pedagogia de Deus, discerne os mÈtodos do tempo,
assume com liberdade de espÌrito 'tudo o que È verdadeiro,
nobre, justo, puro, amÀvel, honroso, virtuoso ou que de
qualquer modo mereÆa louvor' (Fl 4,8), em sÌntese, todos
os elementos que nÂo estÂo em contraste com o
Evangelho, e os coloca a serviÆo deste. AdmirÀvel
confirmaÆÂo disso encontra-se na histÒria da Igreja, onde
tantos carismas de serviÆo da Palavra geraram variados
percursos metodolÒgicos. Desta forma, 'a variedade dos
mÈtodos È um sinal de vida e uma riqueza', e, ao mesmo
tempo, uma demonstraÆÂo de respeito pelos destinatÀrios.
Tal variedade È exigida pela "idade e pelo desenvolvimento
intelectual dos cristÂos, pelo seu grau de maturidade
eclesial e espiritual e por muitas outras circunstÁncias
pessoais ' ".
Catechese Tradendae:
"58. A originalidade inconfundÌvel da identidade
cristÂ, tem como corolÀrio e condiÆÂo uma pedagogia nÂo
menos original da fÈ. Dentre as inÙmeras e prestigiosas
ciÉncias do homem, nas quais se verifica em nossos dias
imenso progresso, a pedagogia È certamente uma das mais
importantes. AlÈm disso as conquistas de outras ciÉncias
ÿ biologia, psicologia, sociologia ÿ fornecem-lhe
elementos preciosos. Acontece ainda que tanto a ciÉncia
da educaÆÂo como a arte de ensinar sÂo objeto de
contÌnuas investigaÆÔes para conseguir delas melhor
adaptaÆÂo ou maior eficÀcia, com resultados tambÈm
diversos. Ora sucede que hÀ tambÈm uma pedagogia da fÈ;
e nunca serÀ demais tudo o que se disser sobre o que essa
pedagogia pode contribuir para a catequese. ¨ normal que
se adaptem ¿ educaÆÂo da fÈ as tÈcnicas aperfeiÆoadas e
comprovadas da educaÆÂo em geral. No entanto, importa
ter em conta em cada momento a originalidade prÒpria da
fÈ. Na pedagogia da fÈ, nÂo se trata simplesmente de
transmitir um saber humano, por mais elevado que se
considere; trata-se de comunicar na sua integridade a
RevelaÆÂo de Deus. Ora ao longo de toda a histÒria
sagrada, sobretudo no Evangelho, o prÒprio Deus serviu-se
de uma pedagogia que deve continuar a ser modelo para a
pedagogia da fÈ. Nenhuma tÈcnica serÀ vÀlida na
catequese senÂo na medida em que for posta ao serviÆo da
fÈ a transmitir e a educar; caso contrÀrio, nÂo terÀ valor.
59. Para esta (a catequese), de fato, È um dever
imperioso, encontrar a linguagem adaptada ¿s crianÆas,
aos jovens do nosso tempo em geral e a muitas outras
categorias de pessoas... os grandes progressos da ciÉncia
da linguagem sÒ podem ser postos ao serviÆo da catequese,
a fim de que esta esteja em condiÆÔes de Šdizerš e
Šcomunicarš verdadeiramente ¿s crianÆas, aos
adolescentes, aos jovens e aos adultos de hoje todo o
conteÙdo doutrinal de sempre, sem deformaÆÔes."
(Quanto ¿ adaptaÆÂo do conteÙdo:
"DGC 204. A catequese, ao mesmo tempo em que
deve evitar toda e qualquer manipulaÆÂo de uma cultura,
tambÈm nÂo pode limitar-se simplesmente ¿ justaposiÆÂo
do Evangelho a esta, 'de maneira decorativa', mas sim
deverÀ propÓ-lo 'de maneira vital, em profundidade' e isto
atÈ ¿s suas raÌzes, ¿ cultura e ¿s culturas do homem.
Isso determina um processo dinÁmico, feito de
diversos momentos que interagem entre si: esforÆar-se por
escutar, na cultura das pessoas, o eco (pressagio,
invocaÆÂo, sinal...) da Palavra de Deus; discernir aquilo
que È autÉntico valor evangÈlico ou, pelo menos, È
aberto ao Evangelho daquilo que nÂo o È; purificar o que
estÀ sob o sinal do pecado (paixÔes, estruturas do mal...)
ou da fragilidade humana; penetrar nas pessoas,
estimulando uma atitude de radical conversÂo a Deus,
de diÀlogo com os demais e de paciente
amadurecimento interno".
Quanto aos critÈrios de avaliaÆÂo:
"DGC 205. Em fase de avaliaÆÂo, tanto mais
necessÀria quando se apresenta um caso de tentativa
inicial e/ou de experimentaÆÂo, dever-se-À observar com
muito cuidado se no processo catequÈtico se tenham
infiltrado elementos de sincretismo. Em tal caso, as
tentativas de inculturaÆÂo seriam perigosas e errÓneas, e
deveriam ser corrigidas.
Em termos positivos, È correta aquela catequese que
nÂo apenas provoca uma assimilaÆÂo intelectual do
conteÙdo da fÈ, mas tambÈm toca o coraÆÂo e transforma
a conduta. Deste modo, a catequese gera uma vida
dinÁmica e unificada da fÈ, preenche o abismo entre
aquilo que se crÉ e aquilo que se vive, entre a
mensagem crist e o conteÙdo cultural, estimula
frutos de santidade".
(Quanto ¿ inculturaÆÂo:
"208. A inculturaÆÂo da fÈ, sob certos aspectos, È
obra da linguagem. Isto faz com que a catequese respeite
e valorize a linguagem prÒpria da mensagem, antes de
mais nada, a linguagem bÌblica, mas tambÈm a linguagem
histÒrico-tradicional da Igreja (SÌmbolo, liturgia) e a
chamada linguagem doutrinal (fÒrmulas dogmÀticas); alÈm
disso, È necessÀrio que a catequese entre em comunicaÆÂo
com formas e termos prÒprios da cultura da pessoa ¿ qual
se dirige; enfim, È preciso que a catequese estimule novas
expressÔes do Evangelho na cultura na qual este foi
implantado.
No processo de inculturaÆÂo do Evangelho, a
catequese nÂo deve ter receio de usar fÒrmulas
tradicionais e termos tÈcnicos da fÈ, mas oferecer o
significado dos mesmos e mostrar o seu relevo existencial;
e, por outro lado, È dever da catequese "encontrar uma
linguagem adaptada ¿s crianÆas, aos jovens do nosso
tempo em geral e ainda a muitas outras categorias de

27
pessoas: linguagem para os estudantes, para os
intelectuais e para os homens da ciÉncia; linguagem para
os analfabetos e para as pessoas de cultura elementar;
linguagem para os excepcionais, etc' ".
Temos nestes pontos uma sÌntese de pontos
norteadores para a constituiÆÂo do material de apoio ¿
evangelizaÆÂo, a partir dos quais faz-se necessÀrio:
(oraÆÂo e discernimento
(pesquisa e o aprofundamento;
(estudo sistemÀtico, orientado e perma-nente;
(formaÆÂo de equipes multiprofissionais;
(comunhÂo fraterna entre os evangeliza-dores e
entre este grupo e a comunidade.
Estes sÂo elementos fundamentais na construÆÂo
de aÆÔes, cujos efeitos serÂo proporcionalmente
profundos e duradouros, o quanto forem constituÌdos
sob o testemunho de Cristo, a orientaÆÂo do EspÌrito e
na autoridade do Pai. Estamos nos colocando
disponÌveis para a missÂo por Deus proposta, da qual
nÂo somos autores, mas respondendo a um chamado
de amor para uma missÂo de amor.
"Eu plantei; Apolo regou; mas era Deus quem fazia crescer.
Assim, pois, aquele que planta nada È; aquele que rega
nada È; mas importa tÂo somente Deus, que dÀ o
crescimento" (1 Cor 3,6-7)
"O Reino de Deus È como um homem que lanÆou a
semente na terra: ele dorme e acorda, de noite e de dia,
mas a semente germina e cresce, sem que ele saiba como.
A terra, por si mesma produz fruto: primeiro a erva, depois
a espiga e, por fim, a espiga cheia de grÂos. Quando o fruto
estÀ no ponto, imediatamente se lhe lanÆa a foice, porque
a colheita chegou" (Mc 4,26-29)

28

29
Estudando vÀrios autores especializados no
desenvolvimento humano, sob aspectos que englobam a
afetividade, corporeidade, inteligÉncia e espiritualidade,
pudemos chegar ¿ presente sÌntese, a qual tem somente
a finalidade de promover um estudo inicial, fundamentar
algumas as aÆÔes e despertar a consciÉncia do
evangelizador atravÈs da compreensÂo do mundo da
crianÆa, das suas capacidades e seus limites.
O ponto principal estÀ em proporcionarmos as
condiÆÔes ideais para o seu crescimento em todas as
dimensÔes, pois todas sÂo dom de Deus, atravÈs de
algumas informaÆÔes Ùteis ¿ compreensÂo das vivÉncias
e estruturaÆÂo da evangelizaÆÂo da crianÆa.
O DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL E
ESPIRITUAL DA CRIAN¦A
CapÌtulo III
Hyde FlÀvia Lobato Marinho e Myles Alexander de Almeida Elias
Fase e
Idade
ExperiÉncia de Deus OraÆÂo Como Evangelizar
0 a 2
anos
A experiÉncia da confianÆa abrange a
relaÆÂo com quem cuida da crianÆa.
¨ a base para abrir-se ao encontro,
nas prÒximas fases, com o outro e
com Deus.
ExperiÉncias ligadas ao confiar, ao
sair de si e encontrar-se com o
outro, perdÂo a mÂe, pai ou quem
cuida e Deus, abandonar-se em Deus.
Utilizar os cantos suaves e alegres,
tocar, massagear, oferecer cores e
texturas, usar a luz e a Àgua.
2 a 7
anos
A experiÉncia principal È o sair de si
e ir ao encontro com o outro, ao
partilhar a vida, os afetos e os
pertences. O outro È visto como
separado. Desenvolve a capacidade
de simbolizar e de dar significado ¿s
experiÉncias pessoais. A partir da
confianÆa da fase anterior, ainda que
influenciado externamente, inicia um
relacionamento com Deus que È
base para a adesÂo pessoal futura.
Orar pelas Àreas de autocontrole e
auto-conceito. PerdÂo de si e do
outro. Propiciar assistÉncia para a
saÌda de comportamentos de inveja,
rivalidade, fechamento e
inseguranÆa, ajudando a crianÆa a
lidar com o medo e a culpa.
FamÌlia ou bonecos separados,
estÒrias, bÌblia infantil, mÙsicas,
massinha, pequenas oraÆÔes,
oraÆÔes espontÁneas, jogos, È
importante ritualizar os encontros.
Treino de vÀrias capacidades,
valorizar o uso da palavra, a
linguagem desenvolve-se ¿ medida
que vai encontrando o nome das
coisas, pessoas, sentimentos e
valores do evangelho.
7 a 11
anos
Identifica-se com uma tradiÆÂo
mediante histÒrias passadas por este,
e que contenham um sentido
prÒprio ao seu grupo de pertenÆa.
Orar pelo desejo de aprender e
pelos seus obstÀculos. Para preservar
ou curar das experiÉncias que levam
a alienar-se para atender ao desejo
dos demais, em agradar a fim de nÂo
perder a estima.
EstÒrias, histÒrias bÌblicas,
aprofundar no uso da bÌblia infantil,
mÌmicas, teatro, jogos, desafios.
Iniciar o ensino das virtudes cristÂs.
12 a 15
anos
Busca uma definiÆÂo de quem È. As
escolhas sofrem grande influÉncia do
grupo que pertence.
Focar o valor do grupo e da
comunidade, a auto-aceitaÆÂo, a
identidade pessoal e cristÂ, as
decepÆÔes, fracassos e abandonos, a
sexualidade e afetividade.
Estudo diÀrio da Palavra, cursos de
formaÆÂo, diÀlogo, apoio,
acompanhamento e incentivo,
pessoal e grupal em direÆÂo a
elaboraÆÂo de iniciativas e atividades
pastorais e comunitÀrias.
De modo geral, para todas as fases È preciso o
amor nas atitudes, a paciÉncia para acompanhar o
desenvolvimento do conhecimento, a aceitaÆÂo da
crianÆa e a compreensÂo de sua posiÆÂo frente a vocÉ,
aos demais, a si mesma e a Deus.
Os sentimentos de medo e culpa podem ser os
grandes inibidores conforme deformaÆÔes ¿s quais
estÂo sujeitos em relaÆÔes afetivas patogÉnicas. A
relaÆÂo com o evangelizador deve, portanto, ater-se
principalmente para a acolhida e acompanhamento
constante, profundo, compre-ensivo e autÉntico. O
nÌvel de autenticidade do amor vivido com a crianÆa È
um fator primordial, È o testemunho, È o ato concreto
que deve ser sustentado pela relaÆÂo do evangelizador
na presenÆa de Deus. Amar a Deus sobre todas as
coisas e ao prÒximo como a nÒs mesmos È impossÌvel
se nÂo dissermos sim ¿ iniciativa de Deus.
Lembre-se que cada vida È uma obra do amor de
Deus cujo alicerce È a verdade. E a verdade muitas
vezes nÂo traz ¿ tona a essÉncia do amor de Deus,
porque o amor do evangelizador ao prÒprio Deus, È
insuficiente para o anÙncio. O caminho da verdade È o
amor.
A crianÆa precisa do amor e da verdade que Deus
ensina a vocÉ. Este È o recurso fundamental para que

30
nÂo as impeÆamos de chegar a Ele.
O quadro abaixo tece uma comparaÆÂo
sintetizada que engloba vÀrias faces do desenvolvimento
humano, sobre os quais o MinistÈrio de CrianÆas busca
aplicar aÆÔes visando a cura, a libertaÆÂo, a formaÆÂo da
consciÉncia crist tanto para a prÒpria crianÆa como
tambÈm para os evangelizadores, pais e educadores
cristÂos. Enfocamos aspectos da dinÁmica interior,
emocionais e espirituais, calcados no Catecismo da
Igreja CatÒlica þ CIC, que sÂo devidamente
comentados no capÌtulo: #O Desenvolvimento
Emocional e da FÈ na InfÁncia$. Vamos ao quadro:
DEUS MUNDO
GRA¦A
SER
PECADO
N¢O SER
Presente: vim de Deus e quero voltar a Ele
Criatividade
Divinizar
Humanizar
EquilÌbrio DinÁmico
Ausente: nÂo sei de onde vim nem para onde irei
RepetiÆÂo
Robotizar
Animalizar
Adoecimento
EXPERI©NCIAS
VivÉncias Impulsionadoras
Amor
Culpa - Humildade
Cura
LibertaÆÂo
Envolvimento
VivÉncias Contra-impulsionadoras
Medo
Culpa þ Soberba
Trauma
OpressÂo
Apatia
POSI¦¢O NA VIDA
Sujeito Objeto
AutÉntica
Real
Libertadora
SecundÀria
Deformada
Opressora
NECESSIDADES
AvanÆadas
ExploraÆÂo
AmpliaÆÂo
BÀsicas
ManutenÆÂo
RestriÆÂo
RELACIONAMENTO
Eu-Outro-Deus
Desprendimento
Liberdade
CompreensÂo
Dar
Eu
Rigidez
Posse
CondenaÆÂo
Receber
EFEITOS
Intimidade
AproximaÆÂo
Abertura
PrevenÆÂo
Resgate
Isolamento
Afastamento
Fechamento
RecuperaÆÂo
CronificaÆÂo
Os valores desenvolvidos sÂo devida-mente
comentados no mÒdulo: #OrientaÆÔes para o Estudo
das Virtudes e VÌcios do MinistÈrio para CrianÆa$, no
qual fazemos a diferenciaÆÂo dos programas de cultura
de paz, virtudes nas escolas e outras formas de
apresentaÆÂo bastante disseminados na atualidade, e
para o qual requer a formaÆÂo doutrinÀria do
evangelizador.

31
O perdÂo È uma mÀxima no processo de amar.
Implica uma incondicionalidade pois se dÀ na certeza
concreta da alteridade do outro. Ele È completamente
ele mesmo, nÂo se apresenta sob qualquer forma
condicionada ¿ minha expectativa Qualquer condiÆÂo
diferente desta descreve uma relaÆÂo alienante num
determinado grau. NÂo promove o emergir da
realidade interior.
A distÁncia entre eu e o outro È proporcional ¿
que temos de Deus. Ÿ medida que nos aproximamos
d!Ele, nos aproximamos do outro e de nÒs mesmos. A
verdade È o caminho, Jesus È O Caminho. Em Jesus
assumimos a atitude mais ousada e radical de encontro
conosco prÒprios, com o irmÂo e com Deus, que fora
d!Ele jamais poderÌamos experienciar.
A caminho de Jesus, pouco a pouco, vamos sendo
restaurados ¿ semelhanÆa de Deus.
Hoje temos crianÆas feridas jÀ no ventre materno,
sofrendo toda sorte de agressÔes e negaÆÔes do direito
¿ vida em diversos sentidos. A restauraÆÂo da
intimidade consigo envolve ao mesmo tempo a
intimidade com o outro e com Deus.
Podemos constatar que a maioria das dificuldades
de relacionamento humano e espiritual sÂo geradas na
infÁncia. Na mesma infÁncia tÂo negada desde o poder
pÙblico atÈ a cada um de nÒs.
NÂo È fÀcil acolher a crianÆa como ela È. ¨ mais
fÀcil calÀ-la, inibi-la, modificÀ-la, moldÀ-la ¿s nossas
conveniÉncias. Fazemos isso a cada momento que
negamos ao nosso irmÂo a sua expressÂo autÉntica, a
expressÂo da sua realidade interior, sem o qual o amor
nÂo pode entrar e Deus nÂo È convidado a ser O
Senhor.
A cura da relaÆÂo do homem consigo, com seu
semelhante e com Deus È o que possibilita a integraÆÂo
Ùltima com O Criador e com o semelhante. ¨ estar na
condiÆÂo descrita por S. Paulo #E aÌ o veremos face a
face como Ele È$. O veremos e nos veremos em toda
dimensÂo de sua obra mais amada.
A cura interior implica a cura da prisÂo para a
eclosÂo da liberdade, da vontade e da fÈ.
A fÈ È a dimensÂo espiritual da confianÆa
emocional, curar È restaurar a confianÆa e a fÈ,
reconstruir um alicerce, restabelecer o elo entre o
homem, o seu irmÂo e Deus Pai Criador.
#O outro È um irmÂo por meio do qual Deus nos fala. Por
meio do qual Deus nos ajuda e nos consola, Deus nos ama
e nos salva. O outro, qualquer outro, È um irmÂo a ser
amado. Ele estÀ a caminho conosco para a casa do Pai. O
outro È Jesus.$
Michel Quoist
Se em Deus hÀ amor, nÂo hÀ espaÆo para o medo
e a culpa na nossa relaÆÂo com ele. O medo na sua
funÆÂo de proteger-nos do perigo, como resistirÀ numa
relaÆÂo aberta, exposta, clara, compreensiva,
acolhedora e real? NÂo hÀ como resistir, nÂo hÀ
condiÆÂo favorÀvel para o seu sustento. Tampouco a
culpa. Se passa a existir quando o outro nÂo
compreende o que sinto ou expresso e rebate
violentamente contra a minha percepÆÂo da relaÆÂo,
contra a percepÆÂo a respeito da verdade que nÂo pode
ser dita, e me leva ¿ condiÆÂo de manter uma relaÆÂo
fraca, desvanecida, vencida, oculta na morte. NÂo hÀ
como, nÂo hÀ condiÆÂo no amor liberdade-verdade para
o seu sustento.
Mas por que sinto medo e nÂo percebo ser
merecedor de seu amor e presenÆa em minha vida?
O medo e a culpa. A todas as experiÉncias que os
confinam e imprimem seu carÀter ¿ relaÆÂo, Deus
desfere seu amor e autoridade ¿ medida que abraÆamos
a fÈ. Se o tememos e entÂo agimos nos escondendo, ou
se nos achamos nÂo merecedores de estar em sua
presenÆa e agimos como indignos, apontamos para
onde estÀ a nossa prisÂo.
Estaremos com ele na nossa cura, no encontro
profundo. A nossa cura nos liberta para estarmos com
Ele e Ele nos cura para estarmos livres conosco
mesmos e com nosso irmÂo.
Curar a vida, ser livre, estar na verdade. Eis a
essÉncia do amor, da relaÆÂo, do encontro, da
comunhÂo com Deus.
¨ necessÀrio que compreendamos que quando
curados, desbloqueamos:
a via para relacionar verdadeiramente com sua
comunidade
a via para escutar verdadeiramente ao outro
a via para escutar verdadeiramente a nÒs mesmos
...ou seja:
a via para escutar verdadeiramente a Deus.
ExperiÉncias negativas, traumatizantes interferem
nas relaÆÔes e na escuta autÉntica. Nossos atuais
relacionamentos podem nos remeter a vivÉncias
A CURA INTERIOR DA CRIAN¦A
CapÌtulo IV
Hyde FlÀvia Lobato Marinho e Myles Alexander de Almeida Elias

32
dolorosas, mal resolvidas, nÂo curadas que limitam ou
deformam nossa compreensÂo.
Os prÒprios pais, devido a uma inÙmera sÈrie de
vivÉncias ativadas na experiÉncia da mater/paternidade,
podem ser influenciados por tais, e quando a forma de
lidar com as emoÆÔes È precÀria, dÀ-se lugar a diversos
mecanismos sintomÀticos que manifestam em si
conteÙdos inconscientes.
O que nÂo sai pela cura interior e comunhÂo
fraterna, sai pelo sintoma. A crianÆa em
desenvolvimento precisa ser assistida de forma madura
e comprometida para que consiga suportar, crescer
com as dificuldades e amadurecer. Como na maioria das
vezes carecemos de quem suporte o deserto conosco,
provamos o amargor do abandono que sÒ o amor do
Pai pode curar.
A crianÆa sem estar de posse de sua autonomia
emocional e espiritual, estarÀ sujeita, por forÆa de
diversos mecanismos inconscientes, a estar conduzindo
seus relacionamentos conforme esta realidade interna.
E este È o fator que conduz determinadas disfunÆÔes ¿s
geraÆÔes seguintes.

33
Catechesi Tradendae 29: #De tudo isto se deduz a
importÁncia duma catequese que inclua as exigÉncias
morais e pessoais requeridas pelo Evangelho, e as atitudes
cristÂs frente ¿ vida e frente ao mundo, sejam elas herÒicas
ou as mais simples: nÒs costumamos chamar-lhes virtudes
cristÂs ou virtudes evangÈlicas. DaÌ tambÈm o cuidado a ter
na catequese em nÂo omitir, nem deixar de esclarecer
como convÈm, num constante esforÆo de educaÆÂo da fÈ,
realidades como a aÆÂo do homem para a sua libertaÆÂo
integral (Evangelli Nuntiandi, nn. 30-38: AAS 68 (1976),
pp. 25-30), o empenho na busca de uma sociedade mais
solidÀria e fraterna e o compromisso na luta pela justiÆa e
pela construÆÂo da paz$.
Abordar o tema das Virtudes bem como dos
VÌcios Capitais, foi algo que nasceu ¿ medida que fomos
percebendo o quanto uma evangelizaÆÂo
profundamente comprometida com a construÆÂo de
laÆos da crianÆa com Deus, com o Outro e com a
Comunidade, impele ao desenvolvimento das virtudes,
bem como, o oposto frente ¿s mÀs condiÆÔes ¿s quais
muitas estÂo sujeitas.
CompreendÉ-las auxilia no sentido de ampliar a
consciÉncia de sua origem na qual estÂo raÌzes de
promoÆÂo ou deterioraÆÂo da dimensÂo humana e
espiritual.
O MinistÈrio para CrianÆa vÉ na abordagem e
compreensÂo desse tema, uma importante ferramenta
no direcionamento da aÆÂo evangelizadora,
comprometida com o desenvolvimento integral da
crianÆa.
#Ora as obras da carne sÂo manifestas: fornicaÆÂo,
impureza, libertinagem, idolatria, feitiÆaria, Òdio, rixas,
ciÙmes, ira, discussÔes, discÒrdia, divisÔes, invejas,
bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas (...). Mas o
fruto do EspÌrito È amor, alegria, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fidelidade, mansidÂo, autodomÌnio$.
(Gl 5, 19-23)
Quem cumpre os seus deveres, em primeiro lugar,
para com Deus, depois para com o prÒximo, por amor
a Deus, realiza #o mandamento novo$, o mandamento
do amor. A essÉncia da santidade consiste na caridade.
Deus, sabedoria perfeitÌssima, dÀ ao homem a
possibilidade de ser santo:
#Entrai pela porta estreita, porque largo e espaÆoso È o
caminho que conduz ¿ perdiÆÂo. E muitos os que entram
por ele. Estreita, porÈm È a porta e apertado o caminho
que conduz ¿ vida. E poucos sÂo os que o encontram$ (Mt
7,13-14)
A santidade È um fim a alcanÆar e exige uma
constante e dÙplice disposiÆÂo: a luta contra o mal -
evitar os vÌcios, e a prÀtica do bem - realizar as
virtudes.
Sobre a Santidade Crist o Catecismo nos
apresenta que:
CIC 2014 þ O progresso espiritual tende ¿ uniÂo sempre
mais Ìntima com Cristo.
CIC 2015 þ NÂo existe santidade sem renÙncia e sem
combate espiritual.
E nos dÀ o caminho da perfeiÆÂo:
CIC 1803 - #A virtude È uma disposiÆÂo habitual e firme
para fazer o bem. Permite ¿ pessoa nÂo sÒ praticar atos
bons, mas dar o melhor de si. Com todas as suas forÆas
sensÌveis e espirituais, a pessoa virtuosa tende ao bem,
persegue-o e escolhe-o na prÀtica$.
CIC 1804 - #As virtudes humanas sÂo atitudes firmes,
disposiÆÔes estÀveis, perfeiÆÔes habituais da inteligÉncia e
da vontade que regulam nossos atos, ordenando nossas
paixÔes e guiando-nos segundo a razÂo e a fÈ. Pessoa
virtuosa È aquela que livremente pratica o bem$.
CIC 1810 - #As virtudes humanas adquiridas pela
educaÆÂo, por atos deliberados e por uma perseveranÆa
sempre retomada com esforÆo, sÂo purificadas e elevadas
pela graÆa divina$;
Podemos chamar de TripÈ da Santidade as trÉs
virtudes das quais vamos tratar em mais ¿ frente:
Humildade
ObediÉncia
Docilidade
Sendo a santidade a uniÂo perfeita com Cristo, o
vÌcio È exatamente a direÆÂo oposta. Constitui-se como
um apego desordenado ¿s criaturas, que nos afasta de
Deus podendo chegar ¿ separaÆÂo total d!Ele. Tem
origem na trÌplice concupiscÉncia:
–Soberba: da qual nascem o orgulho, a inveja e
a ira;
–Carne:da qual nascem a luxÙria e a preguiÆa;
–Olhos: da qual nascem a avareza e o apego
desordenado ¿s coisas.
Aqui convocamos os formadores, evangeliza-
dores, catequistas, integrantes de pastorais e
principalmente os pais para essa caminhada de
santidade. A direÆÂo espiritual È de suma importÁncia.
Praticada com sinceridade, docilidade e perseveranÆa È
um caminho para dominar os vÌcios e praticar as
AS VIRTUDES E O DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL
DA CRIAN¦A
CapÌtulo V
Myles Alexander de Almeida Elias

34
virtudes.
CIC 1811 - #NÂo È fÀcil ao homem ferido pelo pecado
manter o equilÌbrio moral$ (CIC 1811).
Aqueles a quem o Senhor os chamou a cuidar
dependem de sua entrega e trabalho, do seu morrer
para si para que Deus realize por eles a sua vontade.
CIC 2222 - Os pais devem considerar seus filhos como
filhos de Deus e respeitÀ-los como pessoas humanas.
CIC 2225 - ...A experiÉncia da vida em famÌlia pode
alimentar as disposiÆÔes afetivas que por toda a vida
constituirÂo autÉnticos preÁmbulos e apoios de uma fÈ viva.
As virtudes sÂo disposiÆÔes da alma a serem
alcanÆadas por todos nÒs, para atendermos ao chamado
do Pai para sermos santos e levarmos nossos irmÂos ¿
santidade, que, em sÌntese, busca principalmente:
(A maior glÒria de Deus;
(A edificaÆÂo do prÒximo; e
(O bem da prÒpria alma.
Enfim, o que desejamos È a direÆÂo pela qual o
MinistÈrio de CrianÆa possa trilhar em sua missÂo,
atento ¿ convocaÆÂo do Senhor e a da sua Igreja:
#Ensina ¿ crianÆa o caminho que ela deve seguir; mesmo
quando envelhecer, dele nÂo se hÀ de afastar$ (Pv 22, 6)
CIC 1825 þ Cristo morreu por nosso amor quando Èramos
ainda #inimigos$ (Rm 5,10). O Senhor exige que amemos
como ele, mesmo os nossos inimigos (Mt 5,44), que nos
tornemos o prÒximo do mais afastado (Lc 10, 27-37), que
amemos como ele as crianÆas e os pobres.
A consciÉncia cristÂ È construÌda na existÉncia do
homem, nÂo È algo pronto mas formado a cada verdade
erguida na experiÉncia de Deus. Se ¿s vezes nÂo
imaginamos a crianÆa iniciada em um caminho de fÈ,
devemos refletir que ela jÀ È a criatura com a qual Deus
quis, desde o sempre, compartilhar da natureza do seu
Filho.
O ventre que gera o homem, na mais profunda
concepÆÂo de sua existÉncia, È o prÒprio Deus.
¨ apoiando na verdade que #O homem capaz de
Deus$ (DV 2), que vamos refletir sobre a infÁncia
enquanto fase do desenvolvimento humano e a infÁncia
espiritual, como o prelÙdio, a base de crescimento do
homem sob os cuidados de Deus, cuja intimidade
conduz ¿ plenitude da existÉncia do homem.
O Catecismo da Igreja CatÒlica, no tÌtulo #A
FormaÆÂo da ConsciÉncia$, nos traz o seguinte:
CIC 1784 #A educaÆÂo da consciÉncia È uma tarefa de
toda a vida. Desde os primeiros anos alerta a crianÆa para
o conhecimento e a prÀtica da lei interior reconhecida pela
consciÉncia moral. Uma educaÆÂo prudente ensina a
virtude, preserva ou cura do medo, do egoÌsmo e do
orgulho, dos sentimentos de culpabilidade e dos
movimentos de complacÉncia, nascidos da fraqueza e
das faltas humanas. A educaÆÂo da consciÉncia garante a
liberdade e gera paz no coraÆÂo$.
Evangelizar È educar para uma consciÉncia plena
de si, do outro e de Deus.
Para tal È fundamental que evangelizadores, pais e
comunidade tenham claro o que ocorre na crianÆa a
nÌvel de sentimentos, reaÆÔes, atitudes, raciocÌnio, para,
sob a aÆÂo do EspÌrito Santo, planejar e desenvolver os
recursos de uma evangelizaÆÂo em sintonia com a
condiÆÂo daqueles a quem se anuncia o Reino.
OrientaÆÔes para o Estudo das Virtudes e
VÌcios do MinistÈrio para CrianÆa
As Virtudes CristÂs sÂo conhecidas por todos os
evangelizados. PorÈm muitos nunca se aprofundaram
no conhecimento de sua essÉncia, bem como dos vÌcios
ou pecados capitais. Conhecer como ambos se fazem
presentes na vida, È um fator que auxilia ¿ formaÆÂo da
consciÉncia cristÂ. A consciÉncia crist estÀ longe de ser
somente este conhecimento, porÈm ele pode ser de
grande valia na missÂo de evangelizar.
Na evangelizaÆÂo temos o dever de nos
formarmos para um grande desafio: permitir, criar
condiÆÔes, sermos disponÌveis ¿ aÆÂo de Deus para o
seu encontro profundo com o homem.
O evangelizador nÂo pode ser mais que um servo
que, pela consciÉncia que a vida È dom de Deus, se
dispÔe com todas as suas forÆas para que Ele seja
louvado, amado e adorado. E o servo somente pode
fazer isso quando tambÈm possui a consciÉncia de que
È um filho muito amado, tÂo amado pelo Pai como O
Filho, Jesus Cristo.
O grande encontro do Pai com o homem, ocorre
mediante a iniciativa Divina, nÂo È mÈrito do
evangelizador. Este È um primeiro ponto de nossa
caminhada nessa missÂo. O servo deve considerar-se
nÂo mais que uma ferramenta que Deus escolhe
quando lhe aprouver. Mas se Ele escolhe a vocÉ, se Ele
o coloca nesta missÂo, lute por tornar-se totalmente
servo de corpo, mente e alma, e essa luta È
basicamente entre fazer o que queremos, ou estarmos
disponÌveis para fazer o que Deus quer.
O evangelizador nÂo È autor da iniciativa de Deus,
nÂo È o caminho, nÂo È a verdade e nÂo È a vida mas
Jesus sim. NÂo podemos formar ou evangelizar se Deus
nÂo o quiser, nÂo podemos escolher, por nÒs prÒprios,
o caminho pelo qual as crianÆas deverÂo seguir.
Podemos ver com essa reflexÂo inicial o quanto
nos falta de humildade, docilidade e obediÉncia.
Humildade para nos recolhermos perante a majestade
de Deus, docilidade perante O Sumo Bem e SapiÉncia
Infinita e obediÉncia ¿ sua autoridade e eterno amor.
A humildade È fruto na vida do cristÂo que tem
vida de oraÆÂo. Somente vive em oraÆÂo, aquele que
reconhece que nÂo È nada sem Deus. A oraÆÂo È
caracterÌstica do filho e servo, e somente por ela se
estreita a intimidade com Deus.

35
O homem foi criado À imagem e semelhanÆa de
Deus, que no seu infinito amor lhe dÀ a liberdade e a
vontade. E estas sÂo corrompidas pelo pecado, que se
manifesta de forma tÂo aberradora nos vÌcios, cuja
palavra È muito propÌcia porque indica onde
recorrentemente caÌmos, dos pecados mais ou menos
freqÛentes, nÂo nos isentando de nenhum. Com certeza
se carregamos o pecado, se somos pecadores,
manifestamos em nÒs todas as fraquezas da misÈria
humana.
Olhe para si, para sua vida. Somos desprezÌveis,
mas somos criaturas de Deus, e È nessa contriÆÂo que
precisamos recorrer a Ele.
Como o Filho PrÒdigo, precisamos considerar a
misÈria que vivemos e nos atirarmos aos pÈs de Deus.
NÂo È necessÀrio somente considerar a misÈria, mas
atirar-se, e nÂo basta atirar-se por terra, mas aos pÈs de
Deus, entregando a Ele a autoridade de colocar-nos de
pÈ quando e como lhe aprouver.
Os vÌcios sÂo como manifestaÆÔes de uma dupla
referÉncia do homem frente a Deus: negaÆÂo da filiaÆÂo
de Deus e negaÆÂo da autoridade de Deus.
A evangelizaÆÂo deve intervir sobre esta dupla
negaÆÂo que se descrevem sob dois tÌtulos que
parcialmente ou totalmente carregamos em nossa testa:
NÂo Sou Filho de Deus e NÂo Sou Servo de Deus. Estes
precisam mudar para: Sou Pecador Valei-me Pai e Sou
Pecador Valei-me Senhor.
As dimensÔes da evangelizaÆÂo, a saber:
querigma e catequese, devem atuar na vida do
evangelizando no que este mais precisa: amar e
conhecer a Deus.
Conhecer os vÌcios e as virtudes È Ùtil, ¿ medida
que buscamos sermos filhos e servos. Se buscamos
pouco, pouco serÀ, e se buscamos muito somente
ajudarÀ se o fizermos em oraÆÂo. EntÂo busque meu
irmÂo na presenÆa de Deus. Ele farÀ a obra na sua vida
mediante o seu SIM.
O MinistÈrio para CrianÆa, quer formar a
consciÉncia de que para o evangelizador, evangelizar È
exercer a filiaÆÂo e o serviÆo e para o evangelizado È
experimentar ser filho e servo.
Queremos crianÆas santas? Talvez nem tanto ainda
o quanto deverÌamos, mas Deus quer e muito e È a essa
missÂo que nos chama. CrianÆas que reconheÆam que
suas vidas sÂo dom de Deus que vimos todos d!Ele e a
Ele retornaremos e assim sintam a necessidade da vida
de oraÆÂo e de darem o devido louvor, pois sÒ assim
reconhecerÂo a sua autoridade. Autoritarismo È
imposiÆÂo, reconhecer a autoridade de Deus È
conseqÛÉncia do reconhecimento do seu infinito amor.
O evangelizador de crianÆa precisa ser uma
autoridade do amor de Deus, perante a qual as crianÆas
se vejam tal como Deus as vÉ.
A evangelizaÆÂo deve ser, portanto, exercÌcio de
santidade e de santificaÆÂo.
Para tal È fÀcil compreender que a pessoa do
evangelizador precisa estar tambÈm nesse processo de
constante de crescimento da consciÉncia de que È filho
e servo.
A comunidade È para o evangelizador, como È
para o evangelizado. O evangelizador por sua vez nÂo
deve caminhar sozinho. Pois todos precisamos de uma
orientaÆÂo espiritual, de caminhar na nossa cura
interior, de nos formarmos como membros da Igreja
conhecendo-a, e tudo isso exige disponibilidade e
esforÆo.
O MinistÈrio para CrianÆa quer assistir os
evangelizadores e as crianÆas como um todo. Somos
uma comunidade com um chamado que se insere nas
demais. Esperamos que este estudo È mais um
momento para promover a nossa unidade.
Com esse pensamento abordamos as virtudes e
os pecados capitais, a fim de que a partir do
conhecimento destas dimensÔes possamos, pouco a
pouco, irmos nos formando, formando pais,
aprimorando nossa aÆÂo evangelizadora, tomando
consciÉncia de como as relaÆÔes vÂo criando, tanto
espaÆo para as virtudes como tambÈm para os vÌcios jÀ
a partir da infÁncia, dependendo da sua qualidade da sua
fundaÆÂo.
SÂo apresentadas algumas virtudes, implÌcitas ¿s
Virtudes Teologais e Cardeais, ¿s quais faremos uma
associaÆÂo como as seguintes:
A Virtude da ReligiÂo, o Fervor e a
PurificaÆÂo da Alma, relacionam-se com as trÉs
Virtudes Teologais: FÈ, EsperanÆa e Caridade;
A Humildade e as duas filhas þ ObediÉncia e
Docilidade þ relacionam-se com a JustiÆa e
PrudÉncia;
A Docilidade tem ainda implÌcita, a DireÆÂo
Espiritual;
As virtudes da PenitÉncia, Castidade,
Virgindade e Pobreza com a TemperanÆa e
Fortaleza;
Enfim as virtudes constituem todas juntas o
fundamento indispensÀvel no caminho da santificaÆÂo.
JÀ os vÌcios seguiremos com as suas respectivas
associaÆÔes:
A Soberba È o mais grave dos pecados porque
impede ao homem sua submissÂo ao supremo domÌnio
de Deus. ¨ a raiz dos outros vÌcios e suas faces sÂo: a
presunÆÂo, a ambiÆÂo, a vanglÒria e desta derivam
ainda a jactÁncia, a ostentaÆÂo e a hicrisia;
Em seguida a Avareza e as derivaÆÔes idolatria e
retenÆÂo;
A LuxÙria e as derivaÆÔes adultÈrio, bestialidade,
fornicaÆÂo, estupro, incesto, masturbaÆÂo, meretrÌcio,
onanismo, sodomia, homossexualidade, rapto e
seduÆÂo;
A Ira e as derivaÆÔes: ImpaciÉncia e Mau Humor,

36
irritaÆÂo, violÉncia, furor e Òdio;
A Gula e a Inveja com suas derivaÆÔes
maledicÉncia e ¿ calÙnia;
A PreguiÆa e o torpor na vida espiritual
denominado pelo termo acÈdia.
O que as virtudes visam fortalecer os vÌcios visam
enfraquecer. O quadro no final deste capÌtulo posiciona
os vÌcios e defronte as virtudes que os combatem. O
Senhor precisa que caminhemos na virtude e
evangelizemos sobre este caminho. Esta evangelizaÆÂo
nÂo poderÀ ser mero ensino, terÀ que ser vivida,
experienciada na vida pessoal e comunitÀria. Como
aspecto da evangelizaÆÂo, deverÀ focar o homem em si,
em sua convivÉncia fraterna, e na sua relaÆÂo Ìntima
frente a Deus.
Os vÌcios sÂo descaminhos, disfunÆÔes prÒprias da
humanidade pecadora. Alguns sÂo mais destacados em
determinada pessoa do que em outra, mas sÂo todos
presentes na estrutura do homem em funÆÂo do
pecado. Como e o quanto vÂo progredir sÂo motivos
para nossas reflexÔes e intervenÆÔes neste ministÈrio,
pois a crianÆa È extremamente sujeita a essas
influÉncias. Precisamos ter claro que o homem È
pecador, eu sou pecador, nÒs somos pecadores, mas O
Cristo veio ser O Caminho, A Verdade e a Vida.
Devemos ter a certeza de que Ele veio nos resgatar do
mal, do pecado e conduzirmos nossas vidas e as das
crianÆas em sua direÆÂo. Voltemos novamente ao
versÌculo de ProvÈrbios:
#Ensina ¿ crianÆa o caminho que ela deve seguir; mesmo
quando envelhecer, dele nÂo se hÀ de afastar$ (Pv 22, 6)
O evangelizador precisa necessariamente ter a
consciÉncia de uma trÌplice relaÆÂo que envolve o
evangelizando. Ao mesmo tempo este se relaciona
consigo prÒprio, com o irmÂo e com Deus. Se for
desprezada a relaÆÂo com o Senhor, a evangelizaÆÂo se
reduz a uma mera aÆÂo humana, e pior, perfeitamente
alinhada com os princÌpios eminentes da Nova Era.
Este movimento, contrÀrio ¿ fÈ cristÂ, visa
primordialmente o erguimento das capacidades
humanas como suficientes para a realizaÆÂo das mais
profundas aspiraÆÔes do ser humano. Descarta
completamente a existÉncia de Deus. Faz uma releitura
de todos os valores evangÈlicos tentando extrair valores
considerados universais e prÒprios do homem, o que
nega a origem e o fim do homem em Deus.
Estes princÌpios anti-evangÈlicos estÂo
proliferando e se diluindo sutilmente por toda a nossa
volta. Nas escolas no ensino religioso È cada vez mais
tolhida a expressÂo religiosa ao invÈs do fomento do
diÀlogo ecumÉnico e inter-religioso, os programas
contra a violÉncia cada vez mais se dissociam da
expressÂo cristÂ. Poderemos ver daqui a algum tempo
na escola de nossos filhos, o que jÀ ocorre na FranÆa: o
impedimento da expressÂo dos sÌmbolos religiosos, ou
a ascensÂo de um espiritualismo nÂo-religioso, a face da
Nova Era.
Leitura recomendada, para uma compreensÂo
adequada, È o documento do Vaticano #Jesus Cristo,
Portador da  gua Viva$, que o Professor Felipe Aquino,
no seu livro #A Nova Era$ (Editora ClÈofas), tece vÀrios
comentÀrios e nos auxilia na tomada de consciÉncia
desse movimento.
Virtudes CristÂs
Virtudes implÌcitas nas
Virtudes CristÂs
VÌcios Capitais

EsperanÆa
Humildade
ObediÉncia
Docilidade
Soberba
VALORES DESENVOLVIDOS
Caridade Pobreza Avareza
PrudÉncia TemperanÆa Ira
JustiÆa PenitÉncia Gula
Castidade
Virgindade
Virtude da ReligiÂo
Fervor
LuxÙria
Inveja
Fortaleza
TemperanÆa PurificaÆÂo da Alma PreguiÆa

37
A evangelizaÆÂo desenrola-se num processo. Pode
se dizer processo porque requer um cuidado, requer
caminhar com o outro. E podemos dizer ainda que este
caminhar se faz em uma direÆÂo, tem um objetivo. O
objetivo da evangelizaÆÂo È construir com o outro a
consciÉncia de Deus.
Os modelos mais modernos de educaÆÂo partem
do princÌpio de que nÂo se forma a consciÉncia sem que
a pessoa que recebe a informaÆÂo participe do
processo. Ela precisa ser ativa, e o educador o
mediador desta participaÆÂo. NÂo basta falar para o
outro, È preciso construir com ele o conhecimento. ¨
daÌ que ele toma posse, conquista o saber, adquire
consciÉncia.
O brincar È uma atividade que deve ser levada a
sÈrio. O brincar estÀ para a crianÆa assim como a fala
estÀ para o adulto. O brincar È meio eficaz para a
estruturaÆÂo do conhecimento, da afetividade e da
espiritualidade do ser humano. Todas estas dimensÔes
sÂo existentes na crianÆa, o que deve nos levar ¿
consciÉncia de que a infÁncia nÂo È uma lacuna no
processo de desenvolvimento.
Neste capÌtulo tentaremos fazer uma sÌntese que
nos permita compreender as necessidades das crianÆas,
os desafios que encontra para um desenvolvimento
pleno e alguns cuidados que nos auxiliem a desenvolver
meios eficazes para evangelizÀ-las.
A crianÆa busca saber quem ela È. Desde a infÁncia
o homem busca a verdade acerca de si prÒprio, e traz
consigo as seguintes questÔes:
-O que È este mundo com tudo o que hÀ
nele?
-Quem È vocÉ? (dirigindo-se aos pais, parentes,
educadores, evangelizadores).
-Sou como vocÉ me vÉ?
-Quem sou eu?
A crianÆa utiliza recursos internos e externos para
se desenvolver em todos os aspectos. E ¿ medida que
vai se desenvolvendo aprimora cada vez mais tais
recursos. O brincar È um meio onde a crianÆa
experimenta e aprimora tais recursos.
Brincar È uma necessidade para a crianÆa. ¨
impressionante como precisa brincar. Como È levado a
sÈrio. Como a crianÆa se dedica tanto a ele. Mas, por
quÉ È assim? O que hÀ por trÀs do brincar?
Brincar È a principal via de conhecimento do
mundo. Olhar objetos, tocar, manusear, levar ¿ boca,
jogar, rasgar, empilhar, quebrar, encaixar, fantasiar,
transformar, dentre outras coisas, sÂo aÆÔes pelas quais
a crianÆa vai construindo a sua consciÉncia do que È o
mundo que a cerca.
Brincar tambÈm È uma via de conhecimento do
outro. Some tudo dito acima e pense o que acontece
quando o outro interage, quando ela descobre vocÉ!
Seja vocÉ a mÂe, o pai, educador, babÀ, evangelizador,
nesse momento a consciÉncia do outro comeÆa a ser
construÌda. E a qualidade dessa relaÆÂo È fundamental.
A interaÆÂo com o seu semelhante, seja crianÆa ou
adulto insere e afirma a condiÆÂo humana de sermos
criados para nos relacionarmos.
PorÈm o brincar tambÈm È a principal via de
autoconhecimento. Quando olha, sorri, chora, toca,
aperta, chupa, lambe estÀ fazendo o reconhecimento
desse outro, seja pessoa ou objeto, que estÀ ¿ sua
frente e tambÈm de si mesma. Experimenta as
sensaÆÔes fÌsicas, desenvolve seus sentidos de tato,
paladar, visÂo, audiÆÂo e olfato. Experimenta as
emoÆÔes, sente medo, raiva e amor. Quando
compreendida e atendida em suas necessidades sente-
se satisfeita, cuidada, amada. E È importante ressaltar
que cuidar nÂo È fazer tudo por ela, mas fazer com ela.
Desde a sua concepÆÂo estÀ caminhando rumo ao
crescimento e independÉncia. Gradativamente vai
desenvolver-se, saindo de uma total dependÉncia
durante a gestaÆÂo e a fase de bebÉ, para a aquisiÆÂo da
linguagem, da comunicaÆÂo, do colo ao arrastar,
engatinhar, andar, correr.
As condiÆÔes que lhes devem ser oferecidas
requerem sabedoria. Como disse, elas precisam
desenvolver, adquirir suas habilidades, entÂo nÂo
podemos fazer por elas pois isto debilita o
desenvolvimento de suas capacidades, tampouco deixÀ-
las que faÆam por si mesmas sem que tenham qualquer
recurso para tal, o que impede, bloqueia e nÂo a
permite sair do lugar.
A crianÆa precisa do amor. E este È expresso por
aqueles que se dispÔem a caminhar ao seu lado, por
onde ela vÀ. Por aqueles que buscam ser capazes de ser
um reflexo nÌtido da semelhanÆa com Deus, e que nÂo
temem acolhÉ-la, ouvi-la, compreendÉ-la, pelo que
quer que ela faÆa, fale ou pense. E que em seguida nÂo
vÂo economizar esforÆos para que ela encontre a
verdade que ultrapassa a sua vivÉncia.
¨ importante que agora compreendamos que o
brincar nÂo È um passatempo, mas È a atividade que
BRINCANDO, FORMANDO E EVANGELIZANDO AS
CRIAN¦AS
CapÌtulo VI
Myles Alexander de Almeida Elias

38
constrÒi nos espaÆos disponÌveis, a relaÆÂo da crianÆa
com tudo em si e ¿ sua volta.
E cada um de nÒs devemos ser os promotores
entÂo compreender que quando a crianÆa nasce ela nÂo
tem consciÉncia do mundo, do outro e dela prÒpria,
mas È capaz de descobrir se houver que lhe apresente.
O outro sempre se farÀ necessÀrio.
Mas aqui precisamos ir muito alÈm.
Conhecer o mundo o outro e a si È suficiente? O
que pode entÂo afirmar o valor real da vida se nÂo hÀ
quem me responda e satisfaÆa toda minha necessidade
de ser e estar inteiro, firme e inteiramente consciente
frente ¿ vida?
Entra a Ùltima e definitiva questÂo:

Quem È Deus?
Esta questÂo nÂo È a Ùltima numa seqÛÉncia, mas È
a mais profunda. Se insere desde o ventre, desde a
concepÆÂo. Pode atÈ ser inconsciente, mas jamais deixa
de ser infinitamente presente. Envolve toda nossa
necessidade de compreensÂo a respeito do verdadeiro
sentido da vida.
Muito alÈm que o mundo, o outro e eu podemos
oferecer, estÀ Deus. Muito mais nÂo porque somos
infinitamente mais limitados que Ele, Deus nÂo utiliza
desse tipo de critÈrio humano. Somos tudo para Ele.
Tudo foi criado por sua vontade para que realizÀssemos
seu Reino aqui. EstÀ alÈm, porque onde Ele estÀ, estÀ
toda a sua criaÆÂo em plena essÉncia.
O mundo perfeito È aquele em que eu e meu
irmÂo estamos em comunhÂo com Deus e formamos
uma unidade. O pecado È a oposiÆÂo ¿ essa unidade. Ela
È o desejo de Deus pela qual È capaz de dar O Filho
para nos remir, libertar e retomarmos o caminho atÈ Ele.
Como disse antes, esta questÂo È implÌcita, È
presente a cada passo e descoberta. Conhecer o mundo
È bom, ao outro maravilhoso, a mim È um Éxtase, a
Deus È a graÆa, È tudo.
Compreenda entÂo que o brincar serve a esse
propÒsito Ùltimo. NÂo o limite a um passatempo, como
o faz grande parte dos programas, estÒrias e brinquedos
criados para a crianÆa pela indÙstria do consumo, a qual
deturpa, fere e anestesia. NÂo faÆa isso porque Deus
nÂo faz isso. D!Ele sÒ a cura, o crescimento, a
consciÉncia. O brincar deve ser entÂo o momento em
que a crianÆa desenvolve suas condiÆÔes para lidar com
seus conflitos e desafios, descobre sua verdade, a
verdade do outro e a verdade de Deus.
O brincar È a atividade exploratÒria por
excelÉncia da crianÆa em sua busca pela verdade, pela
qual amplia o conhecimento e busca situar-se frente a
seus conflitos. Brincar, portanto, deve ser uma atividade
que leva a crianÆa a um lugar seguro para expressar suas
vivÉncias. E nÂo hÀ lugar mais seguro que aquele onde
Deus se faz presente.
Deus sempre estÀ conosco. E faz uso, quando lhe
aprova, de alguÈm que se disponha a caminhar conosco
nas dificuldades. AlguÈm que seja reflexo de sua divina
compreensÂo para estabelecer uma relaÆÂo de
confianÆa. ConfianÆa È a seguranÆa que permite
explorar. E a exploraÆÂo, daqueles que o Senhor nos
confia, deve fundar o conhecimento dele prÒprio, do
seu irmÂo, do mundo e de Deus.
E o caminho, a verdade e a vida estÂo em Jesus.
Segui-lo È o primeiro passo para podermos apresentÀ-lo
¿s crianÆas e a cada prÒximo que Ele colocar em nosso
caminho. O evangelizador fiel È aquele que È capaz de
despojar-se para ouvir e realizar a vontade do Pai. SÒ
assim vai se transformando e tornando reflexo de
Deus em seu infinito amor.
O amor È o ambiente onde as crianÆas encontram
Deus, que se expressa nos cuidados, e tendo o brincar
como um valioso instrumento.
O brincar È uma atividade prazerosa e cheia de
sentido. Prazer e sentido que dizem de um encontro
profundo com a essÉncia da vida. Que nos dÀ alegria e
vai edificando nossa felicidade, como fruto da certeza
de uma vida desejada, esperada e amada desde sempre
por Deus.
Vamos concluir este mÒdulo tendo claro que a
essÉncia do nosso trabalho de evangelizaÆÂo estÀ em
mediar o encontro da crianÆa com Deus, para o qual
precisamos ser servos humildes, dÒceis, obedientes,
despojados e disponÌveis para Ele realizar a sua vontade.
A crianÆa È capaz de estabelecer um
relacionamento Ìntimo com Deus, isto ocorre pela
iniciativa divina, nÂo pelos mÈritos de quem a
evangeliza, mas da qual participam os que foram
chamados pelo Senhor a essa obra.

#O brincar È um caminho pelo qual, com amor, a crianÆa
pode ser conduzida ¿ presenÆa de Deus$.
Myles A. A. Elias

39
Modelo de Projeto de EstruturaÆÂo do MinistÈrio para
CrianÆas na Comunidade
ApÉndice 1
Hyde FlÀvia Lobato Marinho Dias e Myles Alexander de Almeida Elias
- AP©NDICES -
ApresentaÆÂo
Vimos por esta apresentar o trabalho
desenvolvido pelo MinistÈrio para CrianÆa da
RenovaÆÂo CarismÀtica CatÒlica, cujo chamado È
#resgatar a descendÉncia eleita$. As atividades
desenvolvidas nos Ùltimos anos sÂo profundamente
integradas as propostas do DNC. #A evangelizaÆÂo È uma
realidade rica, complexa e dinÁmica, que compreende
momentos essenciais e diferentes entre si (cf CT18 e 20;
DGC 63): o primeiro momento È o anuncio de Jesus Cristo
(querigma); a catequese È o segundo, dando-lhe
continuidade$ (DNC33). O anÙncio querigmÀtico da
Palavra de Deus ganha centralidade, cada vez maior, e
investimentos significativos, sobretudo na sÒlida
formaÆÂo da fÈ e na sua vivÉncia, por meio de uma
linguagem, direta, simples e eficaz$.
Esta apresentaÆÂo faz-se para nos colocarmos ¿
disposiÆÂo para esclarecimentos e apoio ¿s atividades e
¿ formaÆÂo e intercÁmbio em vossa parÒquia, com
aqueles que sÂo chamados ¿ evangelizar os pequeninos
de Deus.

O MinistÈrio para CrianÆa na Comunidade
IntroduÆÂo
O MinistÈrio para CrianÆa È uma frente de aÆÔes
da RenovaÆÂo CarismÀtica voltada para evangelizaÆÂo e
formaÆÂo de crianÆas e quem a evangeliza. NÂo È uma
pastoral, mas sim um movimento que busca apoiar as
pastorais e demais aÆÔes de evangelizaÆÂo de crianÆas.
Seu chamado È de ir onde houver uma crianÆa e criar
condiÆÔes de sua inserÆÂo na realidade do Reino.
Considerando a amplitude da evangelizaÆÂo em
suas dimensÔes querigmÀtica e catequÈtica, o
MinistÈrio para CrianÆa vem trabalhando para o que
hoje nos convoca o DGC, buscando principalmente a
unidade e a comunhÂo com todos os chamados por
Cristo a acolher o irmÂo na infÁncia.
Na ConstituiÆÂo DogmÀtica Dei Verbum, o Santo
Papa nos diz: #O homem È capaz de Deus$ (DV 3), a
crianÆa estÀ tambÈm aÌ inserida. Precisamos formar
muito ainda a consciÉncia a seu respeito.
¨ vital apresentarmos que o MinistÈrio de CrianÆa,
nÂo concebe a crianÆa sem uma famÌlia, sem pais, sem
comunidade, e a partir disso busca acolher tudo o que
cerca a crianÆa, sendo, portanto, vital aos movimentos
de famÌlia e casais, ¿ catequese, ¿s pastorais de crianÆa e
batismo, ¿ infÁncia missionÀria, ¿s equipes de liturgia e
aos trabalhos comunitÀrios onde houver uma crianÆa,
dirigindo-se a sensibilizar, conscientizar e capacitar as
aÆÔes dirigidas ¿s crianÆas na comunidade.
A evangelizaÆÂo È de responsabilidade de todo
cristÂo ao qual o Senhor coloca uma crianÆa no seu
caminho. Para tal sentimos o chamado de aliar:
(o anÙncio querigmÀtico
(a formaÆÂo da consciÉncia cristÂ
(a linguagem e condiÆÂo de assimilaÆÂo da
crianÆa e
(recursos simples vivenciais
A preparaÆÂo de todo o pÙblico que envolve a
crianÆa necessariamente passa por uma formaÆÂo mais
ampla. A proposta È uma formaÆÂo integral, que leve a
uma conscientizaÆÂo que contemple aspectos como: o
papel da mater/paternidade, a influÉncia da auto-
imagem e auto-conceito, as necessidades emocionais da
crianÆa, o desenvolvimento da fÈ na infÁncia, meios
eficientes de comunicaÆÂo, o crescimento nas virtudes
cristÂs, os limites e regras no convÌvio, a participaÆÂo na
vida comunitÀria e da Igreja, dentre outros.
O MinistÈrio para CrianÆa enquadra suas aÆÔes ¿s
DNC. Podemos definir que a principal meta È criar as
condiÆÔes para que a crianÆa possa ter um encontro
pessoal com Jesus. Ele È O Caminho, A Verdade e A
Vida. Devemos pois formar uma unidade, pois pais,
catequistas, agentes de pastorais e todo cristÂo,
precisamos assumir a postura de servos, dÒceis,
humildes e obedientes para que Deus realize por nÒs a
sua obra.
#Foram-lhes, entÂo, apresentadas algumas criancinhas
para que pudesse as mÂos sobre elas e orasse por elas. Os
discÌpulos, porÈm as afastavam. Disse-lhes Jesus: #Deixai
vir a mim estas criancinhas e nÂo as impeÆais, porque o
Reino dos cÈus È para aqueles que se assemelham.$ E,
depois de impor-lhes as mÂos, continuou seu caminho$.
(Mt 19, 13-15)
¨ nesta vivÉncia que nossas crianÆas precisam
mergulhar e ao mesmo chamado dos discÌpulos
precisamos atender: nÂo as impedir. As crianÆas sÂo
missÂo de Deus para nÒs. Recuar, recusar ou sermos

40
ineficientes, mal formados ou informados sÂo
impedimentos. Ser servo de oraÆÂo, comunhÂo e
dirigido pelo Senhor Jesus.

Desenvolvimento
Os mÈtodos sÂo os mais familiares ¿ condiÆÂo da
crianÆa. Principalmente via o brincar e a atividade lÙdica,
insere-se o conteÙdo do anÙncio da salvaÆÂo pelos
temas querigmÀticos, a saber:
–Amor de Deus
–Pecado
–SalvaÆÂo
–FÈ e ConversÂo
–EspÌrito Santo
–Comunidade
Para apresentar esse conteÙdo querigmÀtico,
utilizamos os seguintes recursos:
–Fantoches
–Cores
–Gestos
–MÙsicas e canto
–Teatro
–EstÒrias infantis
–Brincadeiras de roda
–Brinquedos de material reciclado fabricados pela
prÒpria crianÆa
O objetivo È aproveitar a receptividade disponÌvel
que houver na crianÆa e lanÆar as sementes para sua
evangelizaÆÂo. Deus tem sido fiel em todos os passos e
testemunhado seu amor e seu chamado a este
ministÈrio, pelos frutos que temos colhido.
Na transcriÆÂo do trecho da Dei Verbum estÀ
implÌcito que a crianÆa È capaz de Deus. Assim foi com
SÂo JoÂo Batista ainda no Ùtero, como Samuel e os
Pastorinhos de FÀtima. ¨ no coraÆÂo de crianÆa que a
Palavra de Deus È acolhida e pode crescer. Nosso
ministÈrio reconhece que o coraÆÂo de crianÆa È
tambÈm o coraÆÂo da crianÆa.
Isto implica que o coraÆÂo do adulto precisa ser
renovado e o da crianÆa preservado, encorajado,
acolhido, curado, fortalecido. A extensÂo do presente
trabalho, portanto, pode se aplicar aos seguintes
movimentos paroquiais:
–Catequese
–Obras sociais
–Conselho Paroquial
–Equipe de Liturgia
–Grupos de OraÆÂo
–InfÁncia MissionÀria
–Grupos de Casais
–Pastoral do Menor
–Pastoral do Batismo
–Pastoral da FamÌlia
AtravÈs de atividades como:
–Grupos de OraÆÂo com crianÆas
–Missa com Liturgia Infantil
–Retiros para CrianÆas
–OraÆÂo para Cura e LibertaÆÂo com CrianÆa
–EvangelizaÆÂo da CrianÆa nos Meios de
ComunicaÆÂo
–MÙsica, Corais, Teatro
–Eventos com crianÆas þ pontos fundamentais de
sua organizaÆÂo.
O MinistÈrio para CrianÆa em nÌvel nacional tem
buscado agregar todas as atividades identificadas como
essenciais ao atendimento integral ¿ crianÆa. Para tal
enumeramos algumas iniciativas e os atuais responsÀveis
no seu desenvolvimento que estÂo dentre muitas que o
EspÌrito Santo tem suscitado:
–FormaÆÂo de Servos do MinistÈrio para CrianÆas
–FormaÆÂo para Pais
–Estudos BÌblicos
–Retiros para servos
–Evangelizando com Fantoches
–Evangelizando com HistÒrias em Quadrinhos
–Evangelizando com Brinquedos de Material
Reciclado
–Evangelizar por meio da AnimaÆÂo de Festas
Infantis
–Virtudes CristÂs e EstÒrias Infantis
–Material de apoio ¿ evangelizaÆÂo de crianÆas na
famÌlia e na catequese: conteÙdo focalizado nos
temas do querigma, utilizando brinquedos de
material reciclado, estÒrias infantis, mÙsicas e
brincadeiras de roda, considerando-os meios
simples e acessÌveis ¿ qualquer realidade.
Para sucesso das iniciativas, o MinistÈrio de
CrianÆa, busca na formaÆÂo permanente o caminho
valioso e imprescindÌvel. A formaÆÂo da consciÉncia da
crianÆa e a respeito dela, voltada para pais e
evangelizadores, compreendidos todos agentes de
pastorais, catequistas e religiosos. Inicialmente citamos
alguns mÒdulos fundamentais:
–Diretrizes Gerais do MinistÈrio para CrianÆas
–Documentos da Igreja
–Afetividade e Sexualidade da CrianÆa
–Alfabetizar Evangelizando em Creches
–Desenvolvimento Emocional e Espiritual na
InfÁncia A linguagem do querigma para a crianÆa
–O brincar como meio de evangelizaÆÂo e
conscientizaÆÂo
–A formaÆÂo da consciÉncia e comunhÂo cristÂ
–As virtudes e os elementos da santidade cristÂ
aplicados ¿ infÁncia
–O desenvolvimento emocional e espiritual na
infÁncia
–O papel dos pais e evangelizadores na formaÆÂo
emocional e espiritual das crianÆas
Esta È uma apresentaÆÂo inicial de nosso trabalho.
Esperamos que possa suscitar o desejo de conhecÉ-lo e
de caminharmos juntos. A obra de Deus precisa de
nossa comunhÂo fraterna, partilha e trabalho, e a isso
nos colocamos ¿ disposiÆÂo.
Estejam na paz do Menininho Jesus!

41
A EstruturaÆÂo de um Grupo de OraÆÂo para CrianÆas
ApÉndice 2
Hyde FlÀvia Lobato Marinho Dias
A coordenaÆÂo do MinistÈrio para CrianÆa do
GOC deverÀ estar em unidade com a coordenaÆÂo
diocesana, estadual e nacional facilitando assim a
orientaÆÂo, formaÆÂo e realizaÆÂo de projetos.
O GOC lugar privilegiado para partilhar da Palavra
de Deus, partilhar a histÒria de cada um, esclarecer
dÙvidas e enganos, regras e compromissos com os
valores do Evangelho, ensinar formas de oraÆÂo, ensinar
o estudo da Palavra e onde os dons carismÀticos serÂo
praticados com naturalidade, ordem e simplicidade.
Nosso carisma È o batismo do EspÌrito Santo.
#Necessitamos de um novo Pentecostes!
Necessitamos sair ao encontro das pessoas (crianÆas), das
famÌlias, das comunidades e dos povos para lhes
comunicar e compartilhar o dom do encontro com Cristo,
que tem preenchido nossas vidas de #sentido$, de verdade
e de amor de alegria e esperanÆa$
O GOC diferencia do grupo de oraÆÂo para
adultos nÂo sÒ na linguagem, no louvor, nas atividades,
nas oraÆÔes, como tambÈm na metodologia. A crianÆa
nÂo È ouvinte ela È participante, aprende o que
experimenta. Sua linguagem È o brincar, por isto
materiais concretos como fantoches, brinquedos, jogos
devem fazer parte do dia a dia da evangelizaÆÂo.
A missÂo do MinistÈrio para CrianÆa nÂo È cuidar
da crianÆa, mas a evangeliza-la e evangelizar crianÆa È
ouvi-la em suas necessidades. #O evangelizador precisa
conhecer e ouvir cada crianÆa para descobrir o melhor
modo de cumprir sua missÂo$ (DNC198)
Diante deste desafio e atentos as faixas etÀrias da
crianÆa o ideal seria criar trÉs espaÆos de evangelizaÆÂo:
1™ EspaÆo: Apoio aos Pais - para crianÆas
de 0 a 3 anos
Os pais de crianÆas de 0 a 3 anos precisam de um
espaÆo seguro e adequado para seus filhos. No local do
grupo de oraÆÂo adulto serÂo reservadas cadeiras para
os pais participarem do GO ao lado de um cercadinho
(chiqueirinho) para os bebÉs com fraldÀrio, colchonete
(se a crianÆa dormir), tapete e almofadas no chÂo (para
a crianÆa engatinhar, assentar, brincar) e vÀrios
brinquedos pedagÒgicos de montar (todos silenciosos).
Os evangelizadores poderÂo ensinar oraÆÔes com
gestos, contar histÒrias bÌblicas, brincar de roda, dar
desenho e pintura enquanto os pais trocam fraldas,
alimentam e carregam seus filhos quando houver
necessidade.
2™ EspaÆo: EvangelizaÆÂo - para crianÆas
de 4 a 10 anos
Local seguro, amplo, limpo, com filtro de Àgua e
banheiros exclusivos. Neste espaÆo as crianÆas serÂo
evangelizadas atravÈs de dinÁmicas, jogos, cantigas de
roda, oficina de brinquedos feitos com material
reciclado. A evangelizaÆÂo, o SeminÀrio de Vida no
EspÌrito, as ExperiÉncias de OraÆÂo, Tarde de Louvor,
Retiros serÂo ministrados com linguagem prÒpria para
crianÆa conforme material de apoio do ministÈrio.
3™ EspaÆo: EvangelizaÆÂo de Adolescentes
- para crianÆas de 10 a 14 anos
O momento de louvor pode atÈ acontecer junto
com o grupo de crianÆas de 4 a 10 anos, mas a
evangelizaÆÂo serÀ bem diferente. Nesta idade alÈm de
partilhar a Palavra de Deus, os adolescentes formarÂo
equipes de pregadores, intercessores, teatro, mÙsica,
animaÆÂo, cura e libertaÆÂo. As equipes orientadas e
acompanhadas pelos servos do ministÈrio servirÂo nas
tardes de louvor, retiros e seminÀrios das outras
crianÆas como tambÈm nos trabalhos missionÀrios.

SugestÔes para Grupo de OraÆÂo para
CrianÆa - GOC
PreparaÆÂo
ReÙna sua equipe para orar, discernir e preparar o
encontro.
Acolhida
Conforme o tema do encontro acolher as crianÆas
usando fantasias de personagens bÌblicos, personagens
infantis (palhaÆo, bonecos) ou utilizando fantoches,
brinquedos, textos bÌblicos para comunicar amor e
seguranÆa.
Dezena do terÆo
Para a crianÆa aprender os mistÈrios do rosÀrio
sugerimos em cada encontro contemplar um mistÈrio
diferente variando sempre a forma de apresentÀ-los:
cantar cada mistÈrio (CD Padre JoÂozinho); descrever a
foto de cada mistÈrio; ler na BÌblia cada mistÈrio;
dramatizar os mistÈrios; contar a histÒria de cada
mistÈrio; fazer perguntas sobre cada mistÈrio; fazer
mÌmica do mistÈrio para o grupo descobrir qual È, etc.

42
Rezar o Pai Nosso e a Ave Maria com gestos;
Dar tarefas como: Cada Ave Maria colocar uma
rosa na imagem de Nossa Senhora, ou dar uma
martelada na cabeÆa da serpente, ou formar um cÌrculo
em volta de Maria, etc.
Louvor
Cantar duas ou trÉs mÙsicas de louvor (mÙsicas
infantis pequenas, animadas com gestos) e finalizar com
uma mÙsica de interiorizaÆÂo. Entre as mÙsicas fazer
pequenos comentÀrios ou dinÁmicas relacionadas ao
tema do dia.
OraÆÂo de efusÂo
Sugerimos as oraÆÔes:
–de louvor a Deus pelo que Ele È e por Sua obra
(lembre-se louvar È elogiar);
–de perdÂo escrita ou desenhada ou a partir de
um versÌculo bÌblico;
–atravÈs de brinquedos, jogos;
–de cura interior atravÈs de brinquedos;
desenhos, histÒrias;
–contemplativa, atravÈs de fotos do Menino
Jesus, de Maria, da natureza;
PregaÆÂo e Ensino
Sugerimos usar nas pregaÆÔes e ensino:
–fantoches
–teatro, danÆa e artes em geral
–brinquedos, jogos, dinÁmicas
–histÒrias
–cartazes e outros.
Partilha e FixaÆÂo
As crianÆas separadas em pequenos grupos por
idade ou por interesse desenvolverÂo o tema com
atividades adequadas a cada faixa etÀria.
Para a partilha sugerimos:
A crianÆa lÉ o texto do dia na BÌblia e dialoga:
–o que entendeu;
–o que mais gostou - mensagem;
–como aplicar esta mensagem em sua vida;
–retirar do texto promessa, ordem e princÌpio
eterno;
–experiÉncias;
–como levar a mensagem para os familiares,
colegas e amigos.
Para fixaÆÂo do tema sugerimos:
–oficina de brinquedos e material de
evangelizaÆÂo em que a crianÆa serÀ instruÌda
como evangelizar sua famÌlia, seus colegas e
amigos;
–oficina de arte;
–oficina de pregaÆÂo, intercessÂo, mÙsica etc
–tarefas para viver a semana. (quem levar o
anjinho para casa serÀ o intercessor da semana,
ou estudo bÌblico, ou prÀtica de uma virtude)
Final
Testemunho e aniversariantes da semana.
Sugerimos orientar em trÉs partes o testemunho para
ficar mais clara a compreensÂo: como eu era antes de
Cristo;como Jesus interveio, o fato em si; e como eu
fiquei depois de Cristo.
O dom da vida deve ser celebrado com muita
alegria, gratidÂo e simplicidade.
AtenÆÂo: Nossa experiÉncia com "lembran-
cinhas" e festas com bebida e comida nos levam a
sugerir que se evite esta prÀtica por provocar disputas,
despesas e muitas vezes por sugerir #suborno$ ou
"comprar" a crianÆa. A motivaÆÂo para a crianÆa ir ao
Grupo de OraÆÂo deve ser sempre a de "Queremos ver
Jesus". Por este mesmo motivo sugerimos o uso
moderado de enfeites nÂo cristÂos como bexiga (bola
de soprar), decoraÆÂo muito colorida por tambÈm
agitar a crianÆa. Estas prÀticas sÂo pedagÒgicas para
realÆar momentos especiais, mas sempre em carÀter
comunitÀrio. (Isto em nada impede as aÆÔes sociais da
comunidade em atender as crianÆas carentes).
ApresentaÆÂo das Atividades Desenvolvidas
A crianÆa tem necessidade de elogio e aprovaÆÂo
da comunidade para se sentir incerida. Por isto È muito
importante tornar visÌveis seus progressos e seus
trabalhos atravÈs de apresentaÆÔes nos pequenos
grupos de partilha, ou para todas as crianÆas do louvor;
ou para os convidados (padre, pais, professores), ou
para o grupo de oraÆÂo de adultos. Se possÌvel uma vez
por mÉs promover uma destas apresentaÆÔes.
OraÆÂo final
OraÆÂo de agradecimento atravÈs de gestos e
palavras; OraÆÂo de intercessÂo por pessoas e pela
missÂo; OraÆÂo de petiÆÂo com imposiÆÂo de mÂos; e
OraÆÂo rezada como Pai Nosso, Anjo da Guarda, Salve
Rainha, etc.
"O perfeito Louvor vos È dado pela boca dos mais
pequeninos" (Sl 8)

43
A OraÆÂo com a CrianÆa
ApÉndice 3
Hyde FlÀvia Lobato Marinho Dias
No princÌpio Deus criou o homem ¿ sua imagem e
semelhanÆa e Deus "viu que era bom". Criado por amor
e para o amor, o pecado atrapalha o Plano de Deus
deixando marcas para impedir a vida em plenitude e
provocar o rompimento do homem consigo mesmo,
com o outro e com Deus.
A cura interior atua na alma retirando estas
marcas e restaura a obra prima de Deus e como era no
princÌpio (imagem e semelhanÆa de Deus) voltamos a
ser agora e para sempre. AmÈm!
A crianÆa precisa do mesmo amor dedicado a
qualquer irmÂo, porÈm a atitude deve ser diferenciada
¿quela que damos ao adulto. Na Cura Interior para
CrianÆa deve-se levar em conta as fases de
desenvolvimento da crianÆa, os estÀgios da fÈ, a
linguagem da crianÆa, enfim, o servo deve estar atento a
tudo que possa facilitar a comunicaÆÂo libertadora da
aÆÂo de Deus.
Na crianÆa:
–A fÈ È genuÌna como um "barro mole" facilmente
moldado;
–A confianÆa È plena e estÀ aberta ao bem e ao
mal que fazem a ela;
–A imaginaÆÂo e a realidade se confundem. A
crianÆa "entra em cena" como se fizesse parte
da histÒria ou como se a histÒria fosse real;
–Os brinquedos, os jogos, os fantoches tÉm vida
prÒpria;
–A memÒria tanto a intrauterina, a inconsciente e
a consciente podem aflorar com mais facilidade,
sem respeito humano;
–A vontade livre de preconceitos, e conceitos
culturais ou familiares torna a crianÆa mais
determinada e pronta para uma vida nova.
Devemos pedir porÆÂo dobrada dos dons do
EspÌrito Santo, principalmente o dom respeito, da
fidelidade ¿ Palavra de Deus e do discernimento.
Erros graves devem e podem ser evitados:
–A crianÆa È sujeito e nÂo objeto na oraÆÂo. O
diÀlogo deve ser permanente gerando
confiabilidade;
–Evitar "brincar de Deus", isto È, negar o ser
criado por Deus e tentar moldar uma nova
criatura;
–Sugestionar a crianÆa. IdÈias, sentimentos,
emoÆÔes devem ser trazidos ¿ tona e nÂo
incutidos;
–Amor, medo, raiva, culpa sÂo sentimentos que
devemos ajudar a crianÆa a nomeÀ-los e
distingui-los para seu auto-conhecimento e nÂo
evitÀ-los ou negÀ-los;
–Deus respeita o livre arbÌtrio. ForÆar, coagir a
crianÆa impede a cura e libertaÆÂo;
–Como protagonista a crianÆa deve ser ouvida, e
no diÀlogo deixar Jesus fazer a obra;
–A cada um È dado o direto de escrever sua
prÒpria histÒria e no tempo que for necessÀrio.
O local de oraÆÂo deve ser bem aconchegante.
Fazer #cabaninha$ com almofadas, fotos de anjo da
guarda, mÙsica calma faz a crianÆa sentir abertura para
oraÆÂo. SÒ entÂo pedir o EspÌrito Santo e relaxar.
Algumas sugestÔes de oraÆÔes:
Com massinha þfazer um boneco com massinha e
depois fechar os olhos e se imaginar sendo criado por
Deus.
Contemplativa þ mostrar uma foto de Jesus, Maria e
JosÈ e perguntar:
O que vocÉ vÉ? O que vocÉ sente? Depois levar a
crianÆa a se imaginar na foto.
Desenhada þ em oraÆÂo pedir a crianÆa para imaginar
uma casa. Pedir para ela descrever como È a casa e
depois desenha-la. Assim que a crianÆa terminar o
desenho, pedir que volte a imaginar Jesus olhando para
casa, entrando nela e depois reformando a casa. Pedir
que desenhe tudo que foi mudado.
Com Brinquedo þ Deixar a crianÆa escolher o
brinquedo e perguntar: VocÉ gosta do brinquedo? Por
que?
Ele gosta de vocÉ? Por que? O que o brinquedo precisa
para ser feliz? (a crianÆa transfere para o brinquedo
todos seus sentimentos). Jesus precisa cura-la de que?
TÙnel þ Fazer um tÙnel com tecido ou enfileirando
cadeiras. Colocar o CoraÆÂo de Jesus na porta para
crianÆa bater e pedir para passar deixando tudo que
estiver atrapalhando do lado de fora.

44

45
SugestÔes para a PregaÆÂo QuerigmÀtica Adaptada ¿
Linguagem da CrianÆa
ApÉndice 4
Hyde FlÀvia Lobato Marinho Dias
1 - Amor de Deus: Deus ama vocÉ!
(Deus È luz e o amor de Deus È como o sol.
(Como a luz acaba com a escuridÂo, o amor de
Deus acaba com as trevas do coraÆÂo. As trevas
do medo, da tristeza, da falta de amor.
(Como o sol nunca deixa de brilhar, o amor de
Deus È eterno, nunca acaba.
(A luz do sol entra por pequenos furos na janela,
como o amor de Deus entra e faz morada no
coraÆÂo, mesmo se vocÉ abrir sÒ um pouquinho.
(O sol nasce para todos. Deus ama a todos porque
È amor.
(Sem o sol nÂo hÀ vida. No amor de Deus tudo foi
criado e tudo que respira louva o Senhor!
(Sem o sol nÂo hÀ calor. O calor do amor de Deus
faz amar o irmÂo.
(Nada fica escondido quando a luz chega. Deus
criou vocÉ e antes de vocÉ nascer Ele sabia seu
nome.
(Quando vocÉ ficou pronto Deus Pai disse: "¨s
Meu!". E carimbou a letra "M" na palma da sua
mÂo. "M" de MEU!
(Vou contar um segredo: existe algo que Deus Todo
Poderoso nÂo consegue fazer. Sabe o que? Deixar
de amar vocÉ! H¨s precioso aos meus olhos.
Eu te aprecio e te amo. Eu te chamo pelo
nome. ¨s meuI (Is 43,1-7)
(Deus Paizinho criou vocÉ para morar no cÈu, por
isto faz vir atÈ vocÉ Seu Reino de felicidade.

2 - O Pecado: Algo que impede vocÉ de
sentir o amor de Deus.
(O pecado È como um guarda-chuva. O amor de
Deus cai...cai...cai como chuva, e o pecado nÂo
deixa vocÉ sentir nada!
(O pecado cega os olhos, È como andar de olhos
fechados. CaÌmos, machucamos e machucamos os
outros.
(O pecado È como uma picada de uma cobra e seu
veneno impede de amar. Precisamos de um
remÈdio que cure e previna.
(JÀ viu alguÈm dizer que fez um esforÆo para pecar?
Faz parte! JÀ nascemos "pecadinho".
Jesus ensinou que podÌamos enfrentar a dor, a
traiÆÂo, perseguiÆÂo e atÈ tribunais. Mas um alerta
ele fez: "Foge da tentaÆÂo!".
(A tentaÆÂo, maior que a resistÉncia humana, È
como uma virose que passa de pessoa em pessoa
desde a desobediÉncia de AdÂo.
( Precisamos de alguÈm obediente.
(O pecado È como uma sombra. Para acabar com a
sombra sÒ temos duas saÌdas: Ou ficar no escuro
total ou ficar bem debaixo da luz como o sol do
meio dia.
(Como ninguÈm nasceu para viver no escuro,
precisamos de uma luz.
(Vou contar o estrago que faz o pecado no homem.
Nos olhos È como uma lente que deforma a
imagem eu sÒ vejo o mal em cada um! Precisamos de
um mÈdico!
Nos ouvidos a voz do pecado È como mÙsica
barulhenta. Sem perceber todos comeÆam a danÆar.
Precisamos ser salvos!
O pensamento fica como CD arranhado
revivendo e maquinando tudo que È mal. Precisamos de
alguÈm livre para nos libertar!
O coraÆÂo fica algemado quer fazer o bem, mas
pratica o mal que nÂo quer. Precisamos de alguÈm sem
pecado!
(Se pecar fosse como assentar num formigueiro
ninguÈm pecava. Mas pecar dÀ uma falsa sensaÆÂo
de prazer que provoca um vazio.
(Parece levar vantagem, mas o salÀrio do pecado È
a morte. Precisamos de alguÈm que venÆa a
morte.
(Os cÈus sÂo os cÈus do Senhor, mas a terra, deu-a
aos filhos de AdÂo (Salmo 115,16). Se a terra foi
dada aos homens, para resgatar a terra precisa ser
um homem!
(O pecado rouba o maior tesouro de Deus: Eu e
vocÉ! Criados a imagem do amor ¿ semelhanÆa de
Deus, precisamos de vida nova!

3 - A salvaÆÂo: Jesus tira o pecado do
mundo! Ele È o caminho, a verdade e a
vida!
(Como uma ambulÁncia Jesus vem salvar! Como
um mÈdico Jesus vem curar! Como um remÈdio
Jesus vem trazer o amor e o perdÂo!
(Jesus tem o poder de vencer o pecado, vence o
mal, vence a morte!
Vou contar como isto aconteceu:
Jesus encarna entÂo Deus e o homem se tornam
uma sÒ criatura. Nada pode mais nos separar do amor
de Deus.

46
(Antes da encarnaÆÂo de Jesus era MoisÈs, Isaias...
Depois da encarnaÆÂo podemos ser santos! Santos
inocentes, SÂo JoÂo Batista, eu e vocÉ e todos os santos!
(Jesus morre. Como um resgate ele pagou o preÆo
de nossa liberdade. Mas como um policial leva um
criminoso atÈ sua cela, o criminoso fica preso e o
policial nÂo. Jesus morre, mas nÂo fica morto. Ele
vence a morte! Isto quer dizer que em Jesus posso
nÂo mais pecar, estou livre para amar!
(Jesus ressuscita. Ressuscita, sobe aos cÈus e estÀ
assentado ¿ direita de Deus Pai.
Pense bem: Jesus È a cabeÆa e nÒs somos o seu
corpo.
Se a cabeÆa estÀ no trono de Deus e tem o mundo
sob os seus pÈs o corpo tambÈm estÀ!
Em Jesus temos vida nova! Vida de ressuscitado!
Vida de Filho de Deus!
(Vou contar o conserto que a salvaÆÂo faz no
homem. Os olhos passam a ver sÒ o bem em cada
um.
(A salvaÆÂo È como um cotonete que limpa seus
ouvidos para ouvir a voz do Pastor.
(O sangue de Jesus derramado na cruz È:
melhor que sabonete que lava porque tira todo o
mal e nÂo deixa manchas.
melhor que shampoo que limpa e dÀ brilho
porque impede o mal de voltar.
melhor que plÀstica porque refaz a imagem e
semelhanÆa de Deus.
(Jesus era Filho ¹nico de Deus, porque era o Ùnico
sem pecado.
Mas quando ressuscita se torna o primogÉnito.
PrimogÉnito È o filho mais velho de todos os
irmÂos.
E se irmÂo de Jesus herdeiros de Deus.
Com direito ao cÈu.
(Jesus È Luz que acaba com as trevas.
Jesus È a Porta por onde se passa e encontra
"pastagem".
Jesus È o pÂo vivo que desceu do cÈu e sacia nossa
fome.
Jesus È o Bom Pastor que conduz suas ovelhas.
Jesus È a fonte de Àgua cristalina que jorra para a
vida eterna.

4 - FÈ e ConversÂo: Creia em Jesus e
mude de vida!
(Jesus jÀ salvou vocÉ. Mas vocÉ È um salvo? Para ser
um salvo precisa de duas coisas: Crer e ser
batizado.
(Batizado fomos ao nascer, mas como sei se tenho a
fÈ? A fÈ que salva È acreditar em uma pessoa: Jesus.
Portanto buscar felicidade fora de Jesus quer dizer
que nÂo tenho a fÈ que salva.
(Como sei se eu creio em Jesus?
Quem crer em Jesus vai:
amar como Jesus amou, pensar como Jesus
pensou; sonhar como Jesus sonhou, viver como Jesus
viveu; sentir o que Jesus sentia, sorrir como Jesus sorria.
(Olhe para o espelho e faÆa o "Teste do Salvo":
O seu sorriso È como o de Jesus?
O que tem pensado, sonhado?
Como tem vivido?
O que tem sentido por Deus, por vocÉ e pelo
irmÂo?
(A fÈ ou se transforma em atitudes ou nunca foi fÈ.
¨ a fÈ que nos leva a renunciar a nÒs mesmos para
seguir Jesus.
(FÈ È o fundamento da esperanÆa È uma certeza
daquilo que nÂo se vÉ. Estar vendo dispensa a fÈ.
¨ a fÈ que nos faz ter esperanÆa.
(Converter È mudar de direÆÂo. Um carro quando
quer fazer uma conversÂo basta mudar de
caminho. Mas a conversÂo do homem È em trÉs
nÌveis: caminho, verdade e vida.
(Antes de Jesus eu andava como menino de rua
sem rumo. Ser irmÂo de Jesus È andar pelo
caminho do amor.
(Antes de Jesus eu sabia o que era certo pelo que
sentia ou "achava". Depois de Jesus eu sigo a
verdade do Evangelho da Paz.
(Antes de Jesus nem pensava no bem comum.
Depois de Jesus entendi que vida que nÂo È para
servir nÂo serve para viver.
"FaÆa o "Teste da ConversÂo"
Ser um convertido È tornar-se um instrumento
como um violÂo nas mÂos de Deus.
Pergunte-se: Estou afinado com a orquestra do
cÈu?
Depois cante a "OraÆÂo de SÂo Francisco" e vai se
avaliando:
"Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver Òdio que eu leve o amor.
Onde houver erro que eu leve a verdade.
Onde houver ofensa que eu leve o perdÂo..."

5 - EspÌrito Santo: Deixai-vos conduzir
pelo EspÌrito Santo de Deus!
(EspÌrito Santo È uma pessoa, a terceira pessoa da
SantÌssima Trindade. Mesmo tendo se manifestado
sob a forma de pomba e lÌngua de fogo, o Pai, o
Filho e o EspÌrito Santo sÂo trÉs pessoas e um sÒ
Deus.
(Este EspÌrito Santo È o mesmo que pairava sobre
as Àguas e tudo foi criado;

47
que agia no Primeiro Testamento em pessoas
especiais;
que fecundou Maria;
que ressuscitou Jesus dos mortos;
que conduz cada santo ¿ santidade.
(Como um presente recebemos o EspÌrito Santo no
Batismo.
Se AdÂo podia conversar com Deus, o batismo
nos faz templos, habitaÆÂo. "NÂo sabeis que sois templo
do EspÌrito e que o EspÌrito Santo habita em vÒs?"
(Temos o EspÌrito Santo, mas o EspÌrito Santo nos
tem? Como posso usar ou deixar guardado um
presente? Cuidado para "nÂo entristecer o EspÌrito
Santo de Deus" (EfÈsios 4,30).
(Ele tem uma difÌcil missÂo para cumprir.
Transformar nosso coraÆÂo de pedra que nÂo
sabe amar nem perdoar...
...em um coraÆÂo de carne que se deixa
conduzir pelo EspÌrito e consegue dar fruto de amor,
alegria, paz, fidelidade, bondade, mansidÂo, castidade e
paciÉncia ao se relacionar com Deus, consigo e com o
irmÂo
(¨ o EspÌrito Santo que prepara toda a Igreja como
uma noiva - pura, santa e imaculada - para a vinda
de Jesus, o noivo. Ser noiva È ter Jesus como
Senhor e "sÒ pelo EspÌrito se diz: Jesus Cristo È o
Senhor".
(¨ o EspÌrito que nos faz um com o Pai e o Filho e
um com os irmÂos.
(VocÉ quer estar cheio do EspÌrito Santo lembre-se:
Assim como a corsa suspira pela Àgua È preciso ter
sede do EspÌrito de Deus.
Para se beber Àgua È preciso que o copo esteja
limpo, se ele estiver de boca para baixo È preciso virar e
quanto menor o copo mais depressa se transborda.
(A sombra de Pedro curava (Atos 5,15). O lenÆo de
Paulo curava (Atos 19,12). E vocÉ o que tem feito
com o EspÌrito Santo que habita em vocÉ?
(A aÆÂo do EspÌrito È para ser percebida em vocÉ,
como foi em Maria. Prometido pelo Pai, o EspÌrito
Santo capacita com seus dons para toda boa obra.

6 - Comunidade: Viva em Comunidade!
(Somos imagem e semelhanÆa de Deus que È Pai,
Filho e EspÌrito Santo. Sendo comum-unidade em
Jesus refletimos esta comunidade Una e Trina.
Comum-com-Jesus È ser um com o irmÂo e
unidade com Jesus È fazer a vontade do Pai.
(Como uma televisÂo mostra a imagem do
verdadeiro nos refletimos a imagem de Deus.
Deus È amor e ¿ sua semelhanÆa somos
amorzinho. E o amor È criativo, È comunicativo, È
acolhimento, È alegria, È doaÆÂo.
(Como um corpo tem vÀrios membros Deus fez o
homem diferente um do outro. Cada um tem seu
valor, mas sÂo incompletos para precisarem de
Deus e dos irmÂos. Ser incompleto estava nos
Planos de Deus, o pecado nÂo.
(Como um quebra-cabeÆa somos complementares
homem e mulher a imagem de Deus. Sei quem
sou quando me relaciono, por isto Deus nos quis
comunidade de amor para nossa santificaÆÂo.
(Uma comunidade È como uma mesa de quatro
pÈs:
Se faltar um dos pÈs a mesa cai, assim uma
comunidade crist precisa:
-perseverar na doutrina dos ApÒstolos (estudar e
seguir a doutrina);
- ser assÌduo ¿ comunhÂo fraterna (celebrar a fÈ),
- ser assÌduo na fraÆÂo do pÂo (partilhar);
- ser assÌduo na oraÆÂo.
("Vejam como se amam!" Comentavam sobre os
ApÒstolos e dirÂo dos que usarem a Armadura do
CristÂo. Assim como o soldado de trÁnsito faz
parar atÈ carretas grandes se estiver de uniforme,
mas sem uniforme È atropelado, assim o soldado
de Cristo tem a armadura do cristÂo para vencer
o mal.
O capacete da salvaÆÂo, a couraÆa da justiÆa, o
cinto da verdade, a bota da prontidÂo para anunciar o
Evangelho da paz.
O escudo da fÈ e a espada do EspÌrito para apagar
os dardos inflamados do inimigo, afinal nossa luta nÂo È
contra pessoas, mas contra o mal.
(Como Davi matou o gigante Golias usando cinco
pedrinhas. NÒs temos o jejum, a oraÆÂo a
Eucaristia, a confissÂo e a Palavra de Deus. Armas
poderosas contra o gigante da mentira, da
preguiÆa, da fofoca, do rancor...
(Conduzidos pelo EspÌrito Santo, somos a Igreja de

48

49
ApÉndice 5
A CrianÆa e a Palavra de Deus
Hyde FlÀvia Lobato Marinho Dias
A CrianÆa na BÌblia
Caminhando na Palavra de Deus encontraremos
textos que mostram a crianÆa. SÂo episÒdios cheios de
liÆÂo para todos nÒs. Verifique como as crianÆas
aparecem, o que fazem e como Deus e/ou os homens
as tratam; Verifique o perÌodo da histÒria bÌblica em que
o fato aconteceu. FaÆa uma ficha para cada crianÆa,
responda:
Qual È a passagem BÌblica?
Qual o nome da crianÆa?
Como vocÉ vÉ a situaÆÂo da crianÆa neste texto?
Qual a missÂo de cada crianÆa?
Qual foi a atitude dos adultos diante da(s) crianÆa(s)?
E como Deus agiu em relaÆÂo ¿(s) crianÆa(s) neste caso?

20 Passagens BÌblicas
Deus ouve o grito da crianÆa que chora. Isaac
desmamado brinca Gn 21,8-12;
Deus defende a vida da crianÆa, AbraÂo leva o filho
para sacrificar (JavÈ providenciarÀ) Gn 22,1-19;
As parteiras salvam crianÆas hebrÈias.
exclusÂo/proteÆÂo Ex1,15-22;
VocaÆÂo de Samuel - CrianÆa escolhida por Deus
ISm 3,1-11;
O profeta Elias È instrumento em favor da vida. O
filho da viÙva ressuscita IRs 17,17-24;
O profeta Eliseu ressuscita a crianÆa 2Rs 4, 32-37;
CrianÆas ocultada nÂo È sacrificada 2Rs 6, 24-30;
SacrifÌcio de crianÆas no mundo da escravidÂo. Ne
5, 1-6;
No Reino messiÁnico, vida para as crianÆas Is 65, 19-
25;
Ternura de Deus Pai com uma crianÆa. Os 11,1-4;
CrianÆas alegram as praÆas das cidades. Zc 8, 40-42;
ViolÉncia de Herodes contra as crianÆas. Mt 2,13-
18;
Jesus ressuscita uma menina "Talita Cumi" Mc 5,21-
24 ; 35-43 e Lc 8, 40-42;
Jesus liberta uma crianÆa. Mc 9, 20-27.42;
As crianÆas e o Reino. Mc 10,13-16;
CrianÆa abre mÂo de sua merenda. Jo 6,3-11;
CrianÆa, prioridade no Reino. Mt 18,1-5;
Cura de uma crianÆa ao longe. Mc 7,24-30;
Jesus tambÈm foi crianÆa. Lc 2,39-40;
Luta do dragÂo contra a crianÆa. Ap 12,1-6;
Estudo BÌblico para CrianÆa
A Escritura sustentÀculo da fÈ. "Tu, porÈm,
permanece firme naquilo que aprendeste e creste.
Sabes de quem aprendeste. E desde a infÁncia conheces
as sagradas Escrituras e sabes que elas tÉm o condÂo de
te proporcionar a sabedoria que conduz ¿ salvaÆÂo, pela
fÈ em Jesus Cristo. Toda a Escritura È inspirada por
Deus, e Ùtil para ensinar, para repreender, para corrigir
e para formar na justiÆa. Por ela o homem de Deus se
torna perfeito, capacitado para toda boa obra" (II Tim
3,14-17).
O evangelizador de crianÆa que conseguir levar a
crianÆa ao amor a Eucaristia e a Palavra de Deus
cumpriu sua missÂo. A Palavra de Deus È algo que
desde a infÁncia deverÀ fazer parte da vida da crianÆa. A
Eucaristia centro de nossa fÈ crist pressupÔe a vivÉncia
de todos os outros sacramentos.
A palavra de Deus manteve e mantÈm a unidade
da igreja com seus ensinamentos. A religiÂo cristÂ
manterÀ viva a fÈ se proclamar esta palavra e a
vivenciar. A fÈ vem da pregaÆÂo e a formaÆÂo de
pregadores infantis È urgente. NinguÈm melhor do que
crianÆas para evangelizar crianÆas. A exemplo de Jesus
que aos doze anos fazia doutores da lei espantarem
com sua sabedoria a crianÆa do dia de hoje deverÀ ser
levada a encontrar na palavra de Deus a fonte desta
sabedoria.
O estudo da BÌblia deve ser orientado por um
adulto. Ajudar a crianÆa na tarefa de escolher o local e
horÀrio ideal como tambÈm da seqÛÉncia e dosagem
das leituras a serem feitas. Criar situaÆÔes em que todas
as dÙvidas possam ser esclarecidas tanto quanto ao
tempo, linguagem ou interpretaÆÂo.
Para o estudo da Palavra de Deus sugerimos:
1™ Leitura BÌblica segundo a Lectio Divina que
consiste na leitura da Palavra de Deus, meditaÆÂo,
momento de oraÆÂo e contemplaÆÂo seguida de
proposta de aÆÂo.
2™ O DiÀrio Espiritual. O DiÀrio Espiritual pode
ser desenhado ou escrito. Consiste em anotar
diariamente o texto lido, a data e apÒs a leitura da
Palavra de Deus selecionar (a cada etapa ir orientando o
que a crianÆa deve selecionar como sugerimos a seguir):
a) A mensagem. Em toda leitura algo destaca no
coraÆÂo da crianÆa, esta È a mensagem.
b) Uma ordem. Retirar do texto lido uma ordem dada
por Deus. Ex: "Orai" ou "Perdoai", etc. A crianÆa de sete
anos acima consegue fazer esta tarefa.
c) Uma promessa. Deus quis contar com o homem.
Quando promete algo ele condiciona o cumprimento ¿

50
aÆÂo do homem. Ex: "Quem perdoar serÀ perdoado". A
crianÆa acima de nove anos È capaz de fazer esta tarefa.
d) Um princÌpio eterno. Deus È eterno e Sua Palavra
nÂo passarÀ. PrincÌpios eternos sÂo verdades. Ex: "Deus
È luz" ou "Quem nega o Filho È o anti Cristo". Para
certificar se aquela verdade È um princÌpio eterno,
perguntamos em trÉs tempos assim: Deus era luz? Deus
È luz? Deus serÀ luz? Se a resposta for sim, encontramos
um princÌpio eterno. SÒ apÒs dez anos a crianÆa
percebe o princÌpio eterno.
e) AplicaÆÂo. Como aplicar em minha vida. Conformar
nossa vida com a verdade do Evangelho È tarefa diÀria.
A crianÆa poderÀ desenhar ou escrever uma oraÆÂo,
uma meditaÆÂo, uma proposta de vida e aÆÂo mantendo
assim um diÀlogo constante de amor. Em todas as
idades È possÌvel esta atividade.
f) Tarefas especÌficas segundo o tempo litÙrgico, ou
festas religiosas, ou mÉs temÀtico como mÉs da BÌblia,
de Maria, etc.
O estudo deve ser gradativo e introduzido
conforme a crianÆa vai respondendo as motivaÆÔes para
o cumprimento de cada tarefa. Uma crianÆa que
comeÆa seu estudo da Palavra de Deus aos sete anos,
com certeza aos doze terÀ terminado a primeira leitura
completa de toda a escritura e serÀ sua testemunha a
exemplo de Jesus "NÂo o tendo encontrado, voltaram a
JerusalÈm ¿ sua procura. Foi no fim de trÉs dias que o
encontraram no Templo, sentado em meio aos mestres,
ouvindo-os e interrogando-os. Todos os que o ouviam
se extasiava com a inteligÉncia das suas respostas" (Lc
2,45-48).
"Conhecereis a verdade e a verdade vos libertarÀ" (Jo 8,32)

51
ApÉndice 6
CelebraÆÂo Durante a Gravidez
Hyde FlÀvia Lobato Marinho Dias
Rito Inicial
Canto:
Dirigente: Em nome do Pai, do Filho e do EspÌrito Santo.
Todos: AmÈm!
Pais: Minha alma engrandece o Senhor e meu espÌrito
exulta em Deus meu Salvador (o casal faz o sinal da cruz
tambÈm na testa um do outro e os dois na barriga da
mamÂe)
Todos: Estamos diante de Deus que È Pai e nos faz gerar
a vida
Homens: O Senhor fez em mim maravilhas, Santo È o
seu nome.
Todos: Estamos diante de Deus Filho que se encarnou.
CrianÆas: O Senhor fez em mim maravilhas, Santo È o
seu nome.
Todos: Estamos na presenÆa de Deus EspÌrito Santo,
que tece no seio materno a nova vida.
Mulheres: O Senhor fez em mim maravilhas, Santo È
seu nome.
Pais: Deus olhou para a humildade de seus servos,
doravante as geraÆÔes nos chamarÂo de Bem-
Aventurados.
Todos: O Todo Poderoso fez grandes coisas em nosso
favor. Seu nome È Santo!
Dirigente: Estamos reunidos para celebrar a vida.
Todos: Deus È vida.

Ato Penitencial
Dirigente: NÒs cristÂos geramos filhos para povoarem o
cÈu, por isto clamamos pela misericÒrdia de Deus que
perdura de geraÆÂo em geraÆÂo. A resposta serÀ: "Pai,
perdoai as nossas ofensas e livrai-nos de todo o mal".
AvÒs: Pelas marcas de desamores deixados pelos nossos
antepassados;
Pais: (dizer o nome da crianÆa), vocÉ foi gerada no
Amor de Deus que È perfeito e que nunca te abandona.
Nosso amor È imperfeito e podemos falhar;
IrmÂos ou parentes: Jesus crescia em graÆa e sabedoria
diante de Deus e dos homens. (nome) tambÈm crescerÀ
e eu quero colaborar, mas quando nÂo conseguir;
Amigos: Deus Pai escolheu um pai justo e uma mÂe
santa, para Jesus. Quando faltar o "Sim" ¿ justiÆa e ¿
santidade;
Todos: que Deus Todo Poderoso perdoe os nossos
pecados e nos conduza a vida eterna. AmÈm!

GlÒria
Dirigente: ¨ nosso dever dar glÒrias, pois o Senhor agiu
com a forÆa de seu braÆo e dispersou os homens de
coraÆÂo orgulhosos; DepÓs poderosos de seus tronos e
a humildes exaltou.
Todos: Pela vida de (nome) nÒs damos glÒria ao Pai;
Pais: Por nos ter escolhido para gerar a vida deste teu
filho(a), nÒs damos glÒria ao Filho;
IrmÂos e familiares: Por nos ter escolhido para
caminharmos juntos com (dizer o nome) rumo ao cÈu,
nÒs damos glÒria ao EspÌrito Santo;
Amigos: Porque a (nome) È sinal de que Deus ainda
confia nos homens, nÒs damos glÒria ¿ Trindade de
Amor;
Todos: GlÒrias ao Pai, ao Filho e ao EspÌrito Santo.
AmÈm!

Evangelho
Dirigente: Deus estÀ no meio de nÒs e quer nos falar.
Vamos escutar o Evangelho de Jesus Cristo segundo sÂo
Lucas (Lc 1,26-33)
Todos: GlÒria a vos Senhor
Leitor: No sexto mÉs, o anjo Gabriel foi enviado por
Deus a uma cidade da GalilÈia, chamada NazarÈ, a uma
virgem desposada com um varÂo chamado JosÈ, da casa
de Davi; e o nome da virgem era Maria. Entrando onde
ela estava, disse-lhe: "Alegra-te, cheia de graÆa, o
Senhor estÀ contigo! "Ela ficou intrigada com essa
palavra e pÓs-se a pensar qual seria o significado da
saudaÆÂo. O Anjo, porÈm, acrescentou: "NÂo temas,
Maria! Encontraste graÆa junto de Deus. Eis que
conceberÀs e darÀs ¿ luz um filho, e tu o chamarÀs com
o nome de Jesus. Ele serÀ grande, e serÀ chamado Filho
do AltÌssimo, e o Senhor Deus lhe darÀ o trono de Davi,
seu pai; ele reinarÀ na casa de JacÒ para sempre e o seu
reinado nÂo serÀ fim". Palavra da SalvaÆÂo!
Todos: GlÒria a vos Senhor!
Partilha da palavra

Creio
Dirigente: Professar nossa fÈ È concordar com a Palavra
de Deus e compromisso de vivÉ-la.
Todos: Creio em Deus Pai...

Preces
Pais: TambÈm ouvimos a voz do Anjo que anuncia.

52
Daremos ¿ luz a um(a) filho(a) com o nome de (nome)
e ele(a) serÀ (dizer uma profecia (Ex: Gabriela serÀ luz,
alegria e prosperidade para nossa casa). Em seguida
todos os presentes tambÈm profetizam).

ConsagraÆÂo
(se possÌvel aspergir  gua Benta)
Canto: Deixa a Luz do CÈu Entrar
Pai: O Senhor, lembrado de sua misericÒrdia, cumulou
de bens a famÌlia (dizer o sobrenome da famÌlia) e nossa
descendÉncia para sempre.
MÂe: Leitura do Livro de Jeremias (Jr 1,5). "Diz o
Senhor: Antes mesmo de te formar no ventre materno,
eu te conheci; antes que saÌsses do seio, eu te
consagrei".
Partilhar esta palavra.
Pai: (nome), como È a argila na mÂo do oleiro, assim
sereis vos nas mÂos do Senhor (Jr 18,6).(fazendo uma
cruz na testa da crianÆa com Àgua benta)
MÂe: (nome), deixe a luz do cÈu entrar, acolha o amor
de Deus e o nosso amor no seu coraÆÂo.(tambÈm faz a
cruz)
Todos: Pai Nosso...

BenÆÂo Final
Pais: Senhor, a meu(minha) filho(a) (nome) dai um
coraÆÂo Ìntegro para que guarde teus mandamentos,
teus preceitos e leis, que (nome) os ponha todos em
prÀtica e trabalhe na construÆÂo de Seu Reino que
tambÈm È nosso.(I Cr 29, 19)
Todos: Que desÆa sobre nÒs a benÆÂo de Deus Todo
Poderoso, Pai, Filho e EspÌrito Santo. AmÈm!
Dirigente: Bendigamos ao Senhor!
Todos: Demos graÆas a Deus!

53
ApÉndice 7
CelebraÆÂo Preparando para o Parto
Hyde FlÀvia Lobato Marinho Dias
Rito Inicial
Canto: Salmo 8
Dirigente: Em nome do Pai do Filho e do EspÌrito Santo.
Todos: AmÈm!
Dirigente: O anjo anunciou ¿ Maria
Todos: E ela concebeu do EspÌrito Santo. Ave-Maria
cheia de graÆa...
Dirigente: Eis aqui a serva do Senhor.
Todos: FaÆa-se em mim segundo a sua palavra. Ave-
Maria cheia de graÆa..
Dirigente: E o verbo se fez carne.
Todos: E habitou no meio de nÒs. Ave-Maria...
Dirigente: Este È o canto da VitÒria de MoisÈs apÒs
passar pelo mar vermelho: "Eu cantarei a Deus, porque
se vestiu de GlÒria; ele lanÆou ao mar o cavalo e o
cavaleiro. Deus È a minha forÆa e meu canto, a ele devo
a salvaÆÂo. Ele È meu Deus e o glorifico, o Deus do meu
pai e o exalto, Deus È um guerreiro, Deus È o seu
nome".
Todos: Queremos todos cantar tambÈm a vitÒria de
(dizer o nome da crianÆa) que estÀ para chegar.
Dirigente: Ao nascer, MoisÈs tambÈm passou pelas
Àguas do Rio. Foi salvo porque estava em uma cestinha
de papiro, revestida de betume e piche, preparada por
sua mÂe. (Ex 2,3)
Pais: Estamos aqui reunidos para tambÈm prepararmos
a cestinha de (dizer o nome da crianÆa). Por nove meses
pudemos carregÀ-lo(a) conosco. Agora estÀ chegando a
hora de partilharmos com todos este presente de Deus.
Todos: Que alegria poder ajudar a tranÆar uma cesta de
amor, revestida de oraÆÂo e benÆÂo para (nome) vencer
com seguranÆa esta passagem para uma vida nova.

Ato Penitencial
Dirigente: Deus criou homem e mulher ¿ sua imagem e
semelhanÆa e nunca mais disse "FaÆa-se", Ele preferiu
contar com cada um de nÒs na construÆÂo do Reino.
Pais: Deus Pai escolheu para Jesus um pai justo e uma
santa mÂe. Para Deus todos os filhos sÂo como Jesus e
espera que todos pais digam "Sim" como JosÈ e Maria;
por isto nÒs contamos com sua misericÒrdia, Senhor!
Todos: Senhor Tende piedade de nÒs!
FamÌlia: Deus È comunidade -Pai, Filho e EspÌrito Santo
e nos quer unidos no amor, por isto nÒs contamos com
sua misericÒrdia, Senhor!
Todos: Cristo Tende Piedade de nÒs!
Amigos: Cada vida que nasce È sinal que Deus ainda
confia aos homens a construÆÂo de um mundo melhor,
por isto nÒs contamos com sua misericÒrdia, Senhor!
Todos: Senhor, tende piedade de nÒs!

GlÒria
Dirigente: Deus, todo poderoso, compadece de nÒs e
nos dÀ a sua paz, por isto, como aconteceu no
nascimento de Jesus "de repente juntou-se ao anjo uma
multidÂo do exÈrcito celeste a louvar a Deus dizendo:
"GlÒria a Deus no mais alto dos cÈus e paz na terra aos
homens que ele ama!" (Lc 2,13-14)" nÒs hoje nos
unimos ao coro dos anjos e santos para cantar:
MÙsica: Jesus Cristo È o Senhor
Dirigente: Vamos ouvir a palavra do Senhor! ¨ de amor
que ele quer nos falar!
Leitor 1 : O Deus da paz vos conceda santidade
perfeita; e que o vosso ser inteiro, o espÌrito, a alma e o
corpo sejam guardados de modo irrepreensÌvel para o
dia da Vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Quem vos
chamou È fiel, È ele que vai agir. ( I Ts 5,23-24). Palavras
do Senhor.
Todos: Demos graÆas a Deus!
Dirigente: No salmo de resposta queremos dizer com
(nome)
Todos: O Senhor È meu pastor e nada me faltarÀ!
Leitor 2: O Senhor È meu pastor, nada me falta./ Em
verdes pastagens me faz repousar/Para as Àguas
tranqÛilas me conduz e restaura minhas forÆas / ele me
guia por caminhos justos, por causa do seu nome.
Ainda que eu caminhe por um vale tenebroso,/ nenhum
mal temerei, pois estÀs junto a mim;
Teu bastÂo e teu cajado me deixam tranqÛilo/. Todos:
Diante de mim preparas uma mesa ¿ frente dos meus
opressores; / unges minha cabeÆa com Òleo, e minha
taÆa transborda./Sim, felicidade e amor me seguirÂo
todos os dias da minha vida;
Minha morada È a casa do Senhor por dias sem fim.
Todos:
Leitor 3: Evangelho de Jesus Cristo segundo SÂo Lucas
(Lc 1,39- 45)
Todos: GlÒria a vÒs, Senhor!
Leitor 3: Naqueles dias, Maria pÓs-se a caminho para a
regiÂo montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma
cidade de JudÀ. Entrou na casa de Zacarias e saudou
Isabel. Ora, quando Isabel ouviu a saudaÆÂo de Maria, a
crianÆa lhe estremeceu no ventre e Isabel ficou repleta
do EspÌrito Santo. Com um grande grito, exclamou:
"Bendita Ès tu entre as mulheres e bendito È o fruto do

54
vosso ventre! Donde me vem que a mÂe do meu
Senhor me visite? Pois quando a tua saudaÆÂo chegou
aos meus ouvidos, a crianÆa estremeceu de alegria em
meu ventre. "Feliz aquela que creu, pois o que lhe foi
dito da parte do Senhor serÀ cumprido. Palavra da
SalvaÆÂo!
Todos: GlÒria a vÒs, Senhor!
Partilha da Palavra de Deus.

Credo
Preces
Todos: Queremos que (nome) tambÈm estremeÆa de
alegria diante da presenÆa de Jesus e Maria. (rezar) Ave-
Maria e Pai Nosso

Oferta
Pais: (Nome), È grande a nossa alegria porque entre
todos os casais do mundo, nÒs fomos os escolhidos por
Deus para gerar vocÉ. Tudo faremos para ajudÀ-lo(a) a
andar sempre em direÆÂo ao cÈu. GostarÌamos de nÂo
falhar, mas somos limitados. Por isto queremos dizer
"fique tranqÛilo(a) temos um amigÂo que nunca falha,
que jamais nos abandona e nos ama com amor eterno:
Jesus. Conte tambÈm com a proteÆÂo de Maria que o(a)
acolherÀ com seu Manto no dia do nascimento e por
toda vida. Que o Senhor possa fazer de cada uma de
nÒs instrumentos de amor.
Canto: OraÆÂo de sÂo Francisco

BenÆÂo Final
Todos: Felizes todos os que temem o Senhor e andam
em seus caminhos!
Do trabalho de tuas mÂos comerÀs tranqÛilos e felizes:/
sua esposa serÀ vinha fecunda, no recesso do teu lar;/
Teus filhos rebentos de oliveira, ao redor de tua mesa./
Assim vai ser abenÆoado o homem que teme o Senhor/
Que o Senhor te abenÆoe de SiÂo e verÀs a
prosperidade de JerusalÈm todos os dias de tua vida; / e
verÀs os filhos de teus filhos. Paz sobre Israel! (Sl 127)
Dirigente: Que desÆa sobre nÒs a benÆÂo de Deus todo
poderoso, Pai, Filho e EspÌrito Santo.
Todos: AmÈm!

55
Tags