3- Discipulado não é um curso.
Em algumas igrejas há uma ideia de que se tem pouco a passar ou ensinar, por isso o discipulado as
vezes se torna apenas uma apostila momentânea. Sendo assim em algum sentido o momento chamado
curso de discipulado, não representa a própria ideia de discipulado, por ser ele mesmo, diário continuo e
necessário para preencher o nosso tempo. Discipulado não é um processo para se chegar há um outro
estágio, ele é o ponto.
Precisamos entender que nunca nesta terra chegaremos à maturidade plena ou nível que me tire do
discipulado, que me faça chegar a ser outra coisa. Sempre haverá a necessidade de mais maturidade e
crescimento no discipulado, para que eu possa considerar que avancei e preciso continuar avançando.
4- Começar é preciso, mas como?
Vejamos a pergunta de Pedro e a resposta de Jesus: Mc 10:28-30.
Jesus deixa claro que haveria outros irmãos, outras casas, outros lugares, outra vida, outros
interesses. Jesus não os chamara para largar muito e ficar sem nada. A vida não seria a partir dali, enfadonha,
chata, não seria Vida sem Vida. Seria VIDA ABUNDANTE. VIDA com muita VIDA.
Vida substitutiva de Jesus era superior ao estilo de vida-morte que eles levavam sem Ele. Isso envolve
um desejo de aventura, um desejo de explorar terras distantes do meu convívio, falar em outras línguas,
conhecer gente, ser conhecido, gerar vida. É VIDA COM ABUNDÂNCIA DE VIDA.
Pedro e os outros discípulos, agora, tomam conta de pessoas, as ensinam, ouvem seus testemunhos,
veem seus crescimentos e progresso. A vida nesta nova realidade e nova comunidade, traz sentido a tudo e
os coloca em uma verdadeira aventura. Que contraste com a simplicidade rotineira de um pescador, de um
coletor de impostos.
Quando não estimulamos o discipulado em nossa membresia, estamos negando a aventura que está
no Cristianismo.
5- Discipulado é cuidado.
Pense em tudo que um novo convertido passa. Ele recebe uma carga de informações sobre, precisar
de orar, ter que evitar o pecado, ler a bíblia, jejuar e recebe informação sobre todo o universo cristão. Mas
de que maneira ele fará isso ? Como reagirá às respostas disto ? Como vencerá e falhará e como consertará
as coisas? É muita informação para ser resumida em um curso, tudo isso vai além, precisa ser dado na vida.
É necessário que ele nos veja e que nós os vejamos.
O Discipulado visa a gentileza e a misericórdia do discipulador em ajudar com maturidade um
caminho já percorrido por ele, tal como um pai faz com o filho. Porque deixa-lo sofrer se já passamos por
aquele caminho. Ao mesmo tempo sabemos quando deixa-lo sofrer em algo que não o matará, o tornará
maduro e mais forte.
Ou seja, é ensina-lo e acompanha-lo.
6- Discipulado não é opção é condição.
A igreja acostumou a ouvir as desculpas dos membros e acabou entendendo suas reclamações
quanto ao tempo que eles têm, ao despreparo, ao fato de acharem que não tem chamado específico, que
têm dificuldades etc.
Engraçado que as ordens de Jesus não vêm com cláusulas de exceção. Lucas 9:57 a 62;
A igreja não pode fazer um discipulado reverso, ensinando atalhos e permitindo desculpas. É
necessário que os discípulos aprendam a seriedade do que está em jogo, Lc 14:26 a 35..
Não podemos ensiná-las ouvir sua carne, precisamos ensiná-las ouvir o Espirito e rejeitar o grito da carne,
mesmo sabendo que a carne grita muito alto.