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Language: pt
Added: Aug 15, 2014
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Murilo Mendes
Biografia Murilo Mendes (1901-1975) nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais, onde fez os estudos secundários. Foi bancário, inspetor de ensino e funcionário da Justiça, antes de se mudar para Europa, em 1953. Ali trabalhou como professor de literatura brasileira, lecionando em vários países, como: Bélgica, Holanda, Itália, Espanha e Portugal, nos quais conheceu artistas de quase todo o mundo. N ão gostava de pertencer a grupos fechados, e por isso era um franco atirador, que seguia apenas uma lógica interna, e experimentava com as diversas tendências .
Visto no Brasil como escritor difícil. O estranhamento que sua poesia provoca deve-se à linguagem fragmentada, às imagens insólitas, à visão messiânica do mundo e à simbologia própria. Considerado por alguns como o principal representante da poesia surrealista no Brasil, Murilo Mendes é autor de uma obra que está longe de poder receber uma classificação taxativa . Ela é o resultado das múltiplas experiências pelas quais o autor passou: o cristianismo, o surrealismo, a poesia social, o neobarroquismo e o experimentalismo linguístico.
Principais Características de suas obras Murilo Mendes iniciou-se na literatura escrevendo nas revistas modernistas Terra Roxa , Outras Terras e Antropofagia . Sua obra de estreia foi Poemas, publicada em 1930 : a dilaceração do eu em conflito, a presença constante de metáforas e símbolos, a inclinação para o surrealismo e os contrastes entre abstrato e concreto, lucidez e delírio, realidade e mito. Em 1930, Murilo escreveu a obra Bumba-meu poeta, publicada em 1959 : tomou contato com o marxismo, que demonstra solidariedade para com a base operaria.
Em 1932, publicou História do Brasil: uma obra de fundo nacionalista, que retrata nossa história sob um ponto de vista ufanista-irônico. Logo depois foi publicada a obra Visionário : em que se observa muitas sugestões surrealistas, em meio a uma acentuada atmosfera onírica . Tempo e Eternidade (1935) marca a conversão de Murilo Mendes ao catolicismo. Nesse livro, os elementos humorísticos diminuem e os valores visuais do texto são acentuados. Foi escrito em colaboração com o poeta Jorge de Lima . Cria, assim, um conceito particular de religiosidade, unido à arte e a um senso prático da vida, erotismo, democracia e socialismo. Tem como exemplo este poema:
Filiação Eu sou da raça do Eterno . Fui criado no princípio E desdobrado em muitas gerações Através do espaço e do tempo. Sinto -me acima das bandeiras , Tropeçando em cabeças de chefes . Caminho no mar, na terra e no ar. Eu sou da raça do Eterno , Do amor que unirá todos os homens : Vinde a mim , órfãos da poesia , Choremos sobre o mundo mutilado .
Em 1954, foi publicada a obra Contemplação de Ouro Preto , em que Murilo Mendes alterou sua linguagem e suas preocupações, reportando-se às velhas cidades mineiras e sua atmosfera. Em suas ultimas obras Siciliana, Tempo Espanhol, Convergência são frequentes os neologismos, a exploração dos sinais gráficos e do espaço da página, a construção assintática, a oposição fonético-semântica e outros procedimentos de pesquisa linguística. Por exemplo: Astronave Astroneve Astronive Astronovo Astronuvem Astronável
O bras de Murilo Mendes Poemas, 1930 História do Brasil, 1932 Tempo e Eternidade, 1935 (em colaboração com Jorge de Lima ) A Poesia em Pânico, 1938 O Visionário, 1941 As Metamorfoses, 1944 O Discípulo de Emaús , prosa, 1944 Mundo Enigma, 1945 Poesia Liberdade, 1947 Janela do Caos, 1948 Contemplação de Ouro Preto, 1954 Poesias , 1959 Tempo Espanhol, 1959 Poliedro , 1962 Idade do Serrote, memórias, 1968 Convergência , 1972 Retrato Relâmpago, 1973 Ipotesi , 1977 A Invenção do Finito, 2002, póstuma Janelas Verdes, 2003, póstuma
Obra principal: A poesia em Pânico Poema Espiritual Eu me sinto um fragmento de Deus Como sou um resto de raiz Um pouco de água dos mares O braço desgarrado de uma constelação. A matéria pensa por ordem de Deus, Transforma-se e evolui por ordem de Deus. A matéria variada e bela É uma das formas visíveis do invisível. Cristo, dos filhos do homem és o perfeito. Na Igreja há pernas, seios, ventres e cabelos Em toda a parte, até nos altares. Há grandes forças de matéria na terra no mar e no ar Que se entrelaçam e se casam reproduzindo Mil versões dos pensamentos divinos. A matéria é forte e absoluta, sem ela não há poesia.