Seus cânticos são súplicas para que leve Iku , a morte, para longe e quem
permite que a vida seja mantida.É a força da Natureza que o homem mais
teme, pois ninguém quer morrer! Ela é a Senhora da passagem desta vida para
outras, comandando o portal mágico, a passagem das dimensões.
Em terras da África, Nanã é chamada de Iniê e seus assentamentos, objetos
sagrados, são salpicados de vermelho. Nanã é lama, é terra com contato com
a água.Nanã também é o pântano, o lodo, sua principal morada e regência.
Ela é a chuva, a tempestade, a garoa.O banho de chuva, por isso, é uma
espécie de lavagem do corpo, homenagem que se faz à Nanã, lavando-se no
seu elemento. A chuva é a parte da vida, que vai irrigar a terra, Se ela cai
demais, é porque a força da Natureza, Nanã, está insatisfeita.
Considerada a Iabá Orixá feminina mais velha, foi anexada pelos iorubanos
nos rituais tal a sua importância. Nanã é a possibilidade de se conhecer a
morte para se ter vida.É agradar a morte, para viver em paz.
Nanã é a mãe, boa, querida, carinhosa, compreensível, sensível, bondosa, mas
que, irada, não reconhece ninguém.Entre os símbolos de Nanã está o ibiri, que
é feito com palitos do dendezeiro que representa a multidão de Eguns, que
são seus filhos na terra dos homens, e Nanã o carrega como mimasse uma
criança.Os búzios que simbolizam morte por estarem vazios e fecundidade
porque lembram os órgãos genitais femininos, também pertencem a Nanã.
Contudo, o símbolo que melhor sintetiza o caráter de Nanã é o grão, pois ela
domina também a agricultura e todo o grão tem que morrer para germinar.
Nanã é a morte que reside no âmago da vida, que possibilita o renascimento.
Nanã não roda na cabeça de homem.Seus adeptos dançam com a dignidade
que convém a uma senhora idosa e respeitável.Seus movimentos lembram um
andar lento e penoso, apoiado num bastão imaginário. Em certos momentos,
viram para o centro da roda e colocam seus punhos fechados, um sobre o
outro, parecendo segurar um bastão. Em determinada atribuição cuida dos
mortos enquanto seus corpos se decompõem no lodo, se preparando para
formarem novos seres.Protege contra feitiços e perigos de morte.
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