Nascimento da filosofia

Filazambuja 14,172 views 37 slides Oct 18, 2013
Slide 1
Slide 1 of 37
Slide 1
1
Slide 2
2
Slide 3
3
Slide 4
4
Slide 5
5
Slide 6
6
Slide 7
7
Slide 8
8
Slide 9
9
Slide 10
10
Slide 11
11
Slide 12
12
Slide 13
13
Slide 14
14
Slide 15
15
Slide 16
16
Slide 17
17
Slide 18
18
Slide 19
19
Slide 20
20
Slide 21
21
Slide 22
22
Slide 23
23
Slide 24
24
Slide 25
25
Slide 26
26
Slide 27
27
Slide 28
28
Slide 29
29
Slide 30
30
Slide 31
31
Slide 32
32
Slide 33
33
Slide 34
34
Slide 35
35
Slide 36
36
Slide 37
37

About This Presentation

No description available for this slideshow.


Slide Content

Reflexões
Filosofia 10º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
O nascimento da filosofia

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
A grande aventura de René Magritte (1930) (pormenor)
O nascimento da filosofia
Quem foram os primeiros
filósofos?
Quais foram os seus
contributos para uma atitude
e questionamento
filosóficos?
Módulo Inicial – Iniciação à
atividade filosófica

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
O nascimento da Filosofia
Qual a origem histórica da filosofia?
Quem foram os primeiros filósofos?
De que modo pensamento filosófico se diferencia do
pensamento mítico anterior?
O que caracteriza a atividade filosófica dos primeiros
filósofos?
De que forma os primeiros filósofos encarnam a atitude
filosófica que caracteriza hoje a filosofia?

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
Martin Heidegger diz que “a filosofia fala grego”.
Porquê? Porque a filosofia nasceu na Grécia Clássica,
aproximadamente nos começos do século VI a. C..
O nascimento da filosofia consistiu na passagem
progressiva do mito à razão . A emergência do
pensamento racional inaugurou um estilo de pensar e
uma atitude perante a realidade que perduraram no
Ocidente, e são ainda hoje uma das matrizes que dão
forma ao nosso modo de pensar.

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
O nascimento da filosofia
Do mito ao pensamento racional

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
O mito é uma história tradicional, aceite como
verdadeira, que incorpora as crenças tradicionais
relativamente à criação do universo, aos deuses, aos
homens, à vida e à morte.
Aos deuses e às divindades míticas são atribuídos
sentimentos, emoções e ambições humanas, como a
imortalidade e a omnipotência.
O pensamento mítico assenta na explicação
sobrenatural do mundo como forma de dar resposta aos
problemas e às questões que o universo coloca. Por isso
constitui-se também como uma atitude intelectual.

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
“Mas Zeus acrescenta ou diminui o valor dos
homens, conforme lhe apraz, pois ele é o
mais poderoso de todos”
(Homero, Ilíada)
Tal como todas as culturas antigas, também a
cultura grega assentava no mito, transmitido e
ensinado pelos poetas educadores do povo.
Homero e Hesíodo, os representantes máximos
da poesia grega, registaram por escrito os mitos
da antiga Grécia.
Homero (Ilíada) e Hesíodo (Teogonia), são os
últimos representantes do pensamento mítico.
H
o
m
e
r
o
H
e
s
í
o
d
o

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
O começo do Mundo
Primeiro que tudo houve o Caos, e depois a Terra de peito
ingente, suporte inabalável de tudo quanto existe, e Eros, o mais
belo entre os deuses imortais, que amolece os membros e, no
peito de todos os homens e deuses, domina o espírito e a
vontade esclarecida.
Do caos nasceram o Erébo e a negra Noite e da noite, por sua
vez, o Éter e o Dia.
(…) Gerou ainda as altas montanhas, morada aprazível
das deusas Ninfas, que habitam os montes cercados de vales.
Hesíodo, Teogonia, 116-130

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
O mito das cinco idades
De ouro foi a primeira raça de homens dotados de voz, que os imortais
criaram, eles, que são habitantes do Olimpo. Eram como deuses, com
espírito despreocupado, vivendo à margem de penas e de misérias (…)
A segunda raça a vir, a de prata, bem pior que a anterior, fizeram-na os
deuses que habitam o Olimpo. Não era igual à de ouro, nem de corpo
nem de espírito.
(…) Depois que a terra encobriu esta raça, Zeus Crónida modelou ainda
uma quarta sobre a terra fecunda, mais justa e melhor, raça divina de
heróis, chamados de semi-deuses, a geração anterior à nossa na terra
sem limites.
(…) Quem dera que eu não vivesse no meio dos homens da quinta
raça, que morresse antes, ou vivesse depois! Agora é a raça de ferro.
Hesíodo, Trabalho e os Dias, 109-201

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
O primeiro nascimento da filosofia
O período cosmológico e
os filósofos pré-socráticos

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
A emergência da filosofia no espaço da cultura grega é um
acontecimento difícil de datar com precisão absoluta.
Nos alvores do século VI a. C., em consonância com
profundas alterações de carácter social e cultural, as
inteligências mais despertas, espalhadas pelas inúmeras
colónias gregas, sentiram a necessidade de substituir as
explicações míticas por outro tipo de explicações, de carácter
racional.
O nascimento da filosofia costuma interpretar-se como um
processo de progressiva libertação da consciência racional
relativamente às explicações mitológicas.

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
A escola de Mileto
A escola de Mileto (ou jónica) é representada por Tales,
Anaximandro e Anaxímenes (séculos VI e V a. C). São
considerados os primeiros filósofos.
Procuram o primeiro princípio de todas as coisas, a
origem do universo, aquilo de que o mundo é feito, a arquê:
a matéria primordial e o elemento permanente, estrutural
que tudo explica para lá da mudança e do movimento.

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
“A água é o princípio de todas as
coisas”

Para Tales a água é o princípio
(arché) de todas as coisas.
Porquê?
Porque a água é vida e princípio de
vida, é a substância de que provêm
todas as coisas e a ela retornam.
Tales de Mileto

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
“O ilimitado é a origem dos seres”

Para Anaximandro o primeiro princípio
deve estar para além de toda a
realidade, recusando-se a reconhecê-lo
num elemento observável. Denomina-o
por ápeiron – enorme massa, infinita,
indeterminada e inacabada.
Anaximenes defende que o princípio
de tudo é o ar, elemento invisível,
imponderável e infinito.
Anaximandro

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
“Tudo é número”

O pitagorismo foi uma escola de
sábios e filósofos que acreditava que
os princípios matemáticos explicavam
o universo.
O número é o modelo originário das
coisas e tudo é constituído por
proporções matemáticas.
Esta concepção matemática do
universo influenciou o pensamento
moderno.
Pitágoras de Samos

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
“A ordem do mundo foi sempre, é e
será fogo eternamente vivo”

O problema do movimento e da
transformação constitui uma das
preocupações dos primeiros filósofos
gregos.
Heráclito considera que tudo está em
movimento, tudo flui e tudo advém, nada
permanece.
O fogo é o símbolo da natureza porque é
a expressão de que tudo nasce da luta e
tudo está em constante devir. Heráclito de Éfeso

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
“Porque pensar é o mesmo que
existir”

Parménides tem opinião contrária a
Heráclito. Para ele, o movimento é
impossível e toda a realidade consiste
numa substância única e imóvel – o
ser. Para Parménides mudar significa
transformar-se no que não é.
O movimento é, assim, uma ilusão dos
sentidos e o conhecimento apenas se
pode alcançar por via racional.
Parménides de Élea

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
“Na realidade o que existe são átomos e
vácuo”

Os atomistas são precursores da ciência
moderna. O atomismo representa uma tentativa
prematura, ainda que coerente, para explicar os
fenómenos físicos por causas puramente
mecânicas.
Os fundadores deste movimento são Leucipo e
Demócrito. O seu sistema pode sintetizar-se da
seguinte maneira: a realidade é composta por
átomos indivisíveis que se movem no vazio.
D
e
m
ó
c
r
it
o

d
e

A
b
d
e
r
a
L
e
u
c
ip
o

d
e

M
ile
t
o

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
A importância dos filósofos pré-socráticos
Procuraram as explicações na própria realidade e não nos deuses
– nova visão da realidade: crítica ao mito.
Os filósofos pré-socráticos formularam problemas e forneceram
respostas que ninguém antes havia encontrado – interpelação
da natureza e formulação de propostas diversificadas de
explicação; caráter inovador e plural do questionamento
filosófico; afastamento de visões dogmática.
Substituíram as explicações míticas por explicações racionais e
assumiram uma posição crítica e polémica sobre as diferentes
opiniões – procura racional do conhecimento; surgimento
duma nova atitude intelectual.

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
A importância dos filósofos pré-socráticos
Forjaram conceitos e elaboraram uma linguagem específica
que traduzia com rigor o que pensavam da realidade –
nascimento de uma atividade conceptual.
Adotaram novas atitudes de reflexão: rigor, objetividade,
procura da verdade com espírito crítico e autónomo.
Abriram caminho ao pensamento abstrato e distinguiram
claramente a opinião, ilusória e falsa muitas vezes, do
pensamento racional, que nos permite aproximar da verdade
– surgimento da distinção entre o conhecimento racional
(razão) e o conhecimento sensível (sentidos).

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
O segundo nascimento da filosofia
O período antropológico
Os sofistas, Sócrates, Platão e Aristóteles

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
O período antropológico da filosofia grega compreende
os sofistas, Sócrates, Platão e Aristóteles.
Corresponde a uma deslocação clara dos problemas
cosmológicos para os problemas políticos e, através
destes, para os problemas antropológicos, éticos e
educativos. O homem torna-se o centro de toda a
problemática filosófica – «mudança antropológica».
Esta transformação da filosofia decorre das próprias
mudanças sociais e políticas das cidades gregas, em
particular da cidade estado de Atenas.

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale

A democracia ateniense é instaurada
com Péricles no século V a. C., e
assenta na igualdade dos cidadãos
perante a lei.
Péricles foi a personalidade política
mais marcante do século V a. C. e a
ele se deve um grande
desenvolvimento da economia, das
letras e das artes – enquadramento
cultural favorável ao desenvolvimento
da filosofia.
Péricles

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
O esplendor de cidades como Atenas, o sistema político
democrático (o primeiro da História, ainda que muito diferente do
atual), proporcionaram o terreno propício para o desenvolvimento de
novas correntes de pensamento.
A cidade, a organização política, as leis e os cidadãos, são os
principais motivos de reflexão.
Pártenon, Atenas

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
A arte grega é uma elaboração intelectual em que predomina o equilíbrio e a harmonia, a busca
da perfeição e o amor à beleza. O homem está no centro da criação artística dos gregos.

Discóbolo, escultura
Comédia, teatro
Ânfora, cerâmica

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
Górgias de Leontinos
A democracia favorece o espírito crítico e
as qualidades oratórias.
Os sofistas tornam-se mestres do saber,
profissionais da educação pagos, que
ensinavam a arte da retórica, a arte de bem
falar e bem persuadir, condição essencial
da carreira política.
Desenvolveram estudos sobre a
linguagem, as técnicas de discurso e a
educação.
“A palavra é um poderoso tirano, capaz de
realizar as obras mais divinas, apesar de ser
o mais pequeno e invisível dos corpos”

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
“O homem é a medida de todas as
coisas”

Se “o homem é a medida de todas as
coisas”, então, as leis, as regras, a
cultura, tudo deve ser definido pelo
conjunto de pessoas, e aquilo que vale
em determinado lugar não deve valer,
necessariamente, noutro. Os sofistas
foram, assim, os primeiros a
defender que o conhecimento é
relativo e que não há verdades
universais e absolutas.
Protágoras de Abdera (à direita).
Salvator Rosa, 1663-1664

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
“Só sei que nada sei”

Apelidado de “o moscardo”, Sócrates
usou o diálogo como forma de busca
dos conceitos universais que
fundamentavam o conhecimento
verdadeiro.
Centrado nos problemas da cidade e
do homem, Sócrates procurar definir
conceitos universais, como o Bem ou a
Justiça. Só neste plano de
universalidade se poderia encontrar o
verdadeiro saber, ultrapassando o
relativismo sofista.
Sócrates

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
“Aos filósofos compete dedicarem-se
à filosofia e governarem a cidade”

Discípulo de Sócrates, Platão viveu no
período de decadência moral e política da
democracia ateniense.
Defendeu a existência de verdades
absolutas e universais, alcançáveis través
da razão.
Defendeu que apenas os filósofos
poderiam governar a cidade e torná-la
justa.
Foi autor de uma vasta obra filosófica, a
maioria sob a forma de diálogo.
Platão

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
Platão fundou a Academia, a primeira escola de Filosofia.
A Filosofia passou, então, da ágora para um espaço específico.

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
“O homem é um animal político”

Discípulo de Platão, Aristóteles é
considerado um dos maiores
pensadores de todos os tempos.
Escreveu sobre ética, política, física,
metafísica, lógica, psicologia, poesia,
retórica, zoologia, biologia, história
natural e outras áreas do conhecimento
humano.
Aos quarenta e nove anos fundou a sua
própria escola, o Liceu.
Aristóteles

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
Aristóteles e Platão são os
principais fundadores do
pensamento ocidental.
Rafael, A Escola de Atenas, séc. XVI (pormenor)

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
O contributo dos filósofos gregos
A filosofia grega equacionou e respondeu de forma decisiva para
o destino da filosofia ocidental aos problemas que se punham e
ainda se põem em três domínios fundamentais:
1.no domínio da natureza;
2.no domínio do conhecimento;
3.no domínio do homem enquanto cidadão e ser prático que age
com outros homens – abordagem globalizante: Ciência,
Técnica, Ética e Moral.
Os filósofos gregos enunciaram os problemas filosóficos
fundamentais que ocuparam a filosofia e a ciência até aos nossos
dias – caráter intemporal de muitas questões filosóficas.

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
O contributo dos filósofos gregos
Os filósofos gregos legaram um vocabulário, a terminologia
e as categorias fundamentais com que trabalha o
pensamento filosófico e o pensamento ocidental –
construção de ferramentas que permitem a
fundamentação racional de posições e teorias.
A filosofia grega legou ainda um vasto leque de teorias e
conceções que viriam a ser sucessivamente retomadas e
reelaboradas pelos pensadores subsequentes – legado
duma razão como uma razão crítica, filosófica; a ousadia
ancestral de se ser capaz de ‘pensar por si’.

Reflexões
Filosofia 10.º ano
Isabel Bernardo
Catarina Vale
Bibliografia
-Abbagnano, N. (1985).História da Filosofia, Vol. I.. Lisboa: Editorial Presença.
-Brun, J. (1968). Os pré-socráticos. Lisboa: Edições 70.
-Copleston, F. (1994). Historia de la filosofia 1: Grecia e Roma. Barcelona: Editorial Ariel.
-Pereira, M. H. da R. (1982). Helade. Coimbra: Instituto de Estudos Clássicos, pp. 82-258.
Tags