PINTORES REALISTAS
Gustave Courbet
Jean-Desiré Gustave Courbet nasceu em Ornans, França, no dia 10 de
junho de 1819. De uma abastada família de proprietários rurais, interessa-
se desde cedo pelo desenho e pela política. Em 1840, muda-se para Paris,
onde opta por não frequentar a tradicional Academia de Arte, preferindo
cursos livres como os da Académie Suisse.
A partir de 1844, Gustave Courbet passa a utilizar em suas obras uma espátula de aço, com a qual empasta
generosamente a tinta sobre a tela. Gustave Courbet pinta de modo instintivo, com grande destreza. Gradativamente,
vai abandonando o romantismo de suas primeira telas, e passa a se interessar pelo mundo concreto e visível. Pinta
personagens de sua própria época, bem como motivos políticos e sociais. Gustave Courbet torna-se um dos principais
nomes do movimento realista.
Em 1855, na Exposição Universal de Paris, diversos quadros de Gustave Courbet são recusados pela
organização do evento, dentre eles “Enterro em Ornans” e “O Atelier”. Gustave Courbet então manda construir uma
pequena casa próxima à Exposição, onde inaugura o “Pavilhão do Realismo“. Com 41 quadros, a mostra é financiada
pelo próprio artista.
Nos anos seguintes, graças a amigos influentes, como o marchand Bruyas, Gustave Courbet desfruta de uma
vida tranquila e financeiramente estável. Pinta principalmente paisagens e nus femininos. Em 1871, no entanto,
Gustave Courbet envolve-se nos episódios da Comuna de Paris (governo revolucionário operário e socialista que
comandou Paris por cerca de 40 dias).
Com a derrota da Comuna, o pintor, que durante o episódio atuou como presidente da Comissão dos Artistas,
é responsabilizado pela destruição de um monumento histórico, a coluna napoleônica da Praça Vendôme. Condenado
a pagar as despesas astronômicas de restauração do monumento, Gustave Courbet busca asilo político na Suíça. Morre
neste país, em La Tour de Pailz, de cirrose hepática, no dia 31 de dezembro de 1877.
Durante a vida, Gustave Courbet foi estigmatizado como um pintor grosseiro e vulgar. Suas obras eram tão
polêmicas que, na segunda metade do século XIX, alguns cafés aristocráticos de Paris exibiam cartazes pedindo aos
clientes que não discutissem Gustave Courbet. Conta-se que, em um Salão de Outono, Napoleão III chicoteou um dos
quadros do artista, irritado com a vulgaridade da pintura.
O que indignava o público e os críticos da época era a adesão de
Gustave Courbet a uma nova tendência artística, o realismo. Ao
invés de pintar graciosas mulheres nuas, bailarinas árabes,
escravas romanas ou ninfas gregas, em poses lânguidas e
passivas, Gustave Courbet retratava mulheres de seu próprio
tempo, figuras popularescas recendendo a suor. A beleza, para
Gustave Courbet, estava no mundo visível.
Apesar de provocar repulsa em um público acostumado às
pinturas neoclássicas e românticas, Gustave Courbet vendia bem.
Possuía amigos influentes, dentre eles o marchand Bruyas, seu
principal mecenas. As críticas inflamadas a sua obra, ao invés de
incomodar ou ofender, lisonjeavam o artista. Gustave Courbet
via-se como o arauto de uma nova estética.
Woman with white stockings, 1861