4. Estrutura À semelhança do conto, a estrutura da novela caracteriza-se por
ser plástica, concreta, horizontal. Por certo, os dados da observação formam o
substrato, mas sofrem o caldeamento da fantasia mais liberta: a verdade
imaginativa sobrepõe-se à observada, de modo que o esforço criador do novelista
se concentra na multiplicação de episódios, sem preocupar-se com a sua
plausibilidade. A imaginação tudo justifica, porque inventa as próprias leis por que
se auto-rege.
5. Linguagem No tocante à linguagem, a novela caracteriza-se pelo emprego
de metáforas diretas, despojadas, que levam imediatamente ao ponto colimado pelo
narrador. Desprezados os subentendidos, as segundas intenções, o mistério, quando
se ergue, patenteia-se claramente ao leitor. O diálogo, malgrado o alargamento da
perspectiva horizontal, prevalece entre os recursos expressivos.
6. Personagens No tocante às personagens, a novela exibe o seguinte quadro:
em razão do número de células encadeadas , as personagens centrais tornam-se
numerosa. Aumenta, ainda, o índice de personagens coadjuvantes, pelas mesmas
razões. De onde algumas delas funcionam apenas como espaço humano ou social:
aparecem, atuam um breve momento e desaparecem para nunca mais. Gera-se,
assim, um círculo vicioso, na medida em que o recrudescimento da população no
interior da novela decorre da multiplicação de células dramáticas, e por sua vez
estas se desenvolvem a partir de personagens que aguardam a sua hora de entrar
em cena. No geral, trata-se de personagens estereotipadas, seja qual for a função
desempenhada.