Basha, filha de um médico egípcio e de uma bela mulher
americana com ascendência polonesa, tinha nascido no
Hospital Copta, no Cairo. Como muitas crianças que são
criadas em lares que misturam culturas e religiões, Basha às
vezes se sentia quase esquizofrênica. Por um lado seu pai
esperava que ela seguisse as tradições de sua terra natal, a fé
muçulmana. E, por outro, sua mãe, Sônia, exigia que ela
falasse inglês fluentemente, adotasse o catolicismo e os
costumes americanos, especialmente em relação ao crescente
movimento feminista.
Com seu tom de pele moreno claro, traços delicados e olhos
felinos, azuis claro, ela era estonteante, com o temperamento
de uma pantera. Sua voz profunda e rouca formava imagens
em tom de âmbar e uma fumaça que ene voavam os
pensamentos dos homens como se fosse um pequeno
fantasma sedutor. Mas se alguém atravessava seu caminho,
mentia para ela, ela grunhia, e os olhos demonstravam todo o
seu ódio. O gato do inferno aparecia e agia sem misericórdia.
Basha murmurava mal-humorada e mexia no lençol com os
pés delicados e bronzeados, enquanto dormia. A imagem de
seu irmão caçula, Hamal, e de sua irmã gêmea, Laylah,
surgiram em sua mente. E, então, aconteceu. Como nuvens
encobrindo a lua, visões obscuras invadiram seu sono. Uma
sombra negra se colocou sobre o rosto do pequeno Hamal.
Jack era alto, distinto, bonito. A mãe de Basha o tinha
conhecido na igreja. Ele era o tipo de homem que faz com
que a mulher se sinta bem, um bom ouvinte. Mas isso não
fazia parte de seu trabalho? Confortar, consolar um coração
angustiado? Não era isso que um padre deveria fazer? A