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O CAMINHO PARA O COGITO CARTESIANO
LÍDIA CUNHA¹
Faculdade de Filosofia
Universidade Federal de Goiás
Goiânia, GO
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Não é suficiente ter o espírito bom, o essencial é bem aplicá-lo.
René Descartes
Resumo: O objetivo deste trabalho é analisar o processo metodológico
percorrido pelo filósofo René Descartes para chegar ao cogito, primeira
certeza, expressa na sua famosa frase Penso, logo existo. Será estudado
principalmente o papel da dúvida metódica na constituição do cogito. Para isso,
serão analisadas a primeira e parte da segunda meditação de sua obra
Meditações metafísicas (1641).
Palavras chave: cogito; dúvida metódica; meditações; Descartes
1.Introdução
René Descartes foi um grande filósofo francês que viveu na primeira metade do
século XVII. Ele trouxe grandes contribuições para a Física, Matemática e,
especialmente para a Filosofia, sendo considerado o pai da filosofia moderna.
Proveniente de uma família burguesa, ele estudou nos melhores colégios da
França, estudou Direito e, como não tinha necessidade de trabalhar, pôde
dedicar sua vida inteiramente aos estudos. Escreveu diversos livros
importantes como O discurso do método, Regras para direção do espírito,
Tratado das paixões da alma, Princípios de Filosofia e Meditações metafísicas,
do qual analisaremos a primeira e a segunda meditação. Por Metafísica,
conforme exposto na introdução das Meditações, entenda-se a pesquisa dos
primeiros princípios do conhecimento. Descartes parte do princípio de que uma
vez estabelecidos os fundamentos, todo o resto deve daí decorrer, a Física e
as ciências da vida, bastando continuar a raciocinar por ordem. A intenção de