motivos: seus criadores foram mestres, e são poucos em número. No entanto
existem mais do que um de cada qual deles.
Por este raciocínio, tu és o tesouro mais valioso na face da terra, pois
tu sabes quem te criou, e existe apenas um de ti.
Nunca em todos os setenta bilhões de seres humanos que caminharam
neste planeta, desde o início dos tempos, houve alguém exatamente igual a ti.
Nunca, até o fim dos tempos, haverá outro tal como és. Tu não
demonstraste conhecimento ou apreciação por tua singularidade.
No entanto, tu és a coisa mais rara do mundo.
De teu pai, em seu momento de amor supremo, fluíram inúmeras
sementes de amor, mais de quatrocentos milhões em número. Todas elas, ao
nadarem dentro de tua mãe, perderam o ânimo e morreram. Todas, menos
uma! E essa eras tu.
Tu, sozinho, perseveraste dentro do calor amoroso do corpo de tua
mãe, procurando a tua outra metade, uma célula isolada de tua mãe, tão
pequena que mais de dois milhões seriam necessárias para preencher a casca
de uma ervilha. Mesmo assim, a despeito de imensas improbabilidades, naquele
oceano vasto de escuridão e desastre, tu perseveraste, descobriste esta célula
infinitesimal, juntaste-te a ela e começaram uma vida nova. A tua vida.
Tu chegaste, trazendo contigo, como faz toda criança, a mensagem de
que eu ainda não estava desanimado do homem. Duas células, unidas agora
em milagre. Duas células, cada qual contendo vinte e três cromossomos, e,
dentro de cada cromossomo, centenas de genes que governaria cada
característica a seu respeito, desde a cor dos teus olhos ao encanto de teus
modos e à dimensão de teu cérebro.
Com todas as combinações à minha ordem, iniciando-se com aquele
espermatozóide isolado de seu pai, um de quatrocentos bilhões, passando pelas
centenas de genes em cada um dos cromossomos de tua mãe e pai, eu poderia
ter criado trezentos bilhões de seres humanos, cada qual diferente do outro.
Mas, a quem eu criei?
A ti! Um, único. O mais raro dos raros. Um tesouro sem preço, dotado
de qualidades mentais, de fala e movimento, aparência e atos, como nenhum
outro já existiu, existe ou existirá.
Por que te avaliaste em tostões, quando vales todo o tesouro de um
rei?
Por que ouviste aqueles que te diminuíam... e, muito pior, por que
acreditaste neles?
Escuta. Não escondas mais tua raridade na escuridão. Traze-a à luz.
Mostra ao mundo. Esforça-te para não caminhar como teu irmão caminha, nem
falar como teu líder fala, nem trabalhar como trabalha o medíocre. Jamais faças
como outro. Nunca imites. Pois não sabes se irás imitar o mal, e aquele que
imita o mal sempre vai além do limite estabelecido, enquanto aquele que imita
o que é bom, sempre fica aquém disso. Não imites ninguém. Sê tu próprio.
Mostra tua raridade ao mundo e eles te acumularão de ouro. Esta, portanto, é a
segunda lei.
Proclama tua raridade.
E, agora, recebeste duas leis.
Conta tuas bênçãos! Proclama tua raridade!