Aula relacionada a disciplina de assistência de enfermagem na gravidez, parto e puerpério.
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Language: pt
Added: Oct 01, 2021
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História da obstetrícia Maternidade Alojamento conjunto Centro obstétrico Banco de leite Instrutora: Renata Nobre
A HISTÓRIA DA OBSTETRÍCIA A obstetrícia é o ramo da medicina que estuda a reprodução na mulher . Investiga a gestação , o parto e o puerpério nos seus aspectos fisiológicos e patológicos . O obstetra é o médico ou enfermeiro especialista que cuida do desenvolvimento do feto, além de prestar assistência à mulher nos períodos da gravidez e pós-parto (puerpério ). O termo "obstetrícia" vem da palavra latina " obstetrix " , que é derivada do verbo " obstare " (ficar ao lado). Para alguns, seria relativo à "mulher assistindo à parturiente" ou "mulher que presta auxílio".
A HISTÓRIA DA OBSTETRÍCIA Segundo ZIEGEL (1985), a prática da enfermagem obstétrica, da mesma maneira que qualquer outra profissão, é substancialmente influenciada por numerosos fatores dentro da própria profissão e na sociedade em geral, fato este evidenciado no decorrer da história da obstetrícia . A obstetrícia, enquanto conjunto de práticas tocológicas , teve sua origem no conhecimento acumulado pelas parteiras, sendo a participação destas predominantemente feminina. Desconhece-se registros na literatura feitos pelas parteiras em relação aos primórdios da sua prática . Um dos paradigmas que existiam na assistência ao parto era que a parturição se devia a um processo natural, fazendo com que, por muito tempo, a prática médico-cirúrgica permanecesse latente, bem como a participação masculina no parto (OSAVA & TANAKA, 1997)
A HISTÓRIA DA OBSTETRÍCIA O nascimento da obstetrícia sob tutela cirúrgica direcionou um saber mais voltado para a técnica, como a sutura e a drenagem, deixando de lado as particularidades da gestação e do parto. O fórcipe obstétrico foi o evento influenciador na aceitação da obstetrícia como uma área técnica e científica, onde foi incorporado o conceito de que o parto era perigoso e a presença de um médico era imprescindível, inaugurando o estopim da disputa profissional entre médicos e parteiras. No imaginário do homem comum, instalava-se a noção de que é possível "comandar o nascimento" (OSAVA &MAMEDE, 1995). No Brasil, o declínio da prática da parteira no final do século XIX ocorreu quando se instalou o paradigma médico de que a atenção ao parto é estritamente intervencionista, cirúrgico. A partir daí, a profissional de enfermagem passou por várias designações – parteira, obstetriz , enfermeira obstetra – que reflete a inconstância que a profissão passou durante os últimos anos (OSAVA & TANAKA, 1997) .
A HISTÓRIA DA OBSTETRÍCIA Segundo ZIEGEL (1985), a Enfermagem Perinatal em substituição a Enfermagem Obstétrica representa o termo mais recente e é atualmente empregado pela American Nurse’s Association para designar uma área especializada de enfermagem materno-infantil. Esta área de enfermagem se concentra no diagnóstico e no tratamento das respostas, tanto fisiológicas como psicossociais, de todas as famílias à procriação: desde o planejamento da gravidez até os três primeiros meses após o nascimento da criança . A clareza a respeito do que a Enfermagem Perinatal seleciona e que ela exclui, como valorizar mais o humano ou o tecnológico, o peso do intuitivo e do racional nas decisões, significa reconhecer os paradigmas que orientam a profissão, ajudando a compreender que tipo de desfecho a enfermagem obstétrica vem seguindo enquanto profissão.
CONHECENDO A MATERNIDADE Uma maternidade é especializada em cuidar de mulheres durante a gravidez e o parto. Também presta assistência a recém-nascidos e pode atuar como um centro de treinamento clínico em obstetrícia e obstetrícia .
CONHECENDO A MATERNIDADE Uma maternidade é especializada em cuidar de mulheres durante a gravidez e o parto. Também presta assistência a recém-nascidos e pode atuar como um centro de treinamento clínico em obstetrícia e obstetrícia . A maternidade é estruturada para favorecer o vínculo entre mãe e bebê, sendo composta por: Apartamentos modernos e confortáveis com sistema de alojamento conjunto, que permite a permanência do bebê com a mãe em tempo integral, desde o nascimento na sala de parto até o momento da alta hospitalar. A Maternidade funciona com a sistemática de “Alojamento Conjunto”, em que o bebê fica, desde o nascimento até a alta, junto com a mãe. Na unidade existe o atendimento dos profissionais, que oferecem orientações e auxiliam as mães quanto à amamentação . Na maternidade, o alojamento conjunto é o sistema hospitalar que permite que os dois fiquem juntos, por tempo integral, até a alta. Além de favorecer o estreitamento do vínculo mãe/filho, o alojamento conjunto possibilita que os pais observem o recém-nascido durante todo o tempo.
ALOJAMENTO CONJUNTO Mãe e recém-nascido são colocados lado a lado no pós-parto, a mulher é estimulada à amamentar e a cuidar de sua criança logo que possível; ◦ Segundo o Ministério da Saúde, Alojamento Conjunto é o sistema hospitalar em que o recém-nascido sadio, assim que nasce, permanece com a mãe em um mesmo ambiente até a alta hospitalar, 24 horas por dia. Esse sistema possibilita a prestação dos cuidados assistenciais necessários, como a orientação à mãe sobre a saúde do binômio mãe-filho (Almeida, 2000). mãe/bebê .
ALOJAMENTO CONJUNTO OBJETIVOS ◦ Desenvolvimento emocional humano que surge no âmbito das relações interpessoais; ◦ Favorece a aproximação entre mãe e bebê, nos primeiros dias de vida; ◦ Construção do cuidado materno; ◦ Aumentar os índices de Aleitamento Materno; ◦ Estabelecer vínculo afetivo entre mãe e filho; ◦ Permitir aprendizado materno sobre como cuidar do RN; ◦ Reduzir o índice de infecção hospitalar cruzada;
ALOJAMENTO CONJUNTO OBJETIVOS ◦ Estimular a participação do pai no cuidado com RN; ◦ Possibilitar o acompanhamento da amamentação sem rigidez de horário visando esclarecer às dúvidas da mãe e incentivá-la nos momentos de insegurança; ◦ Orientar e incentivar a mãe (ou pais) na observação de seu filho, visando esclarecer dúvidas; ◦ Reduzir a ansiedade da mãe (ou pais) frente a experiência vivenciadas ; ◦ Renovação dos profissionais da saúde no seu contexto de atuação, pois, dentro de um novo e mais amplo conceito de saúde materno-infantil, o ato de curar e cuidar não é atividade exclusivamente dos profissionais da saúde, mas inclui a co-participação daquele que é tratado e curado.
ALOJAMENTO CONJUNTO VANTAGENS ◦ estimular e motivar o aleitamento materno, de acordo com as necessidades da criança, tornando a amamentação mais fisiológica e natural. A amamentação precoce provoca a contração do útero e de seus vasos, atuando como profilaxia das hemorragias pós-parto; ◦ favorecer a precocidade, intensidade, assiduidade do aleitamento materno, e sua manutenção por tempo mais prolongado; ◦ fortalecer os laços afetivos entre mãe e filho, através do relacionamento precoce; ◦ permitir a observação constante do recém-nato pela mãe, o que a faz conhecer melhor seu filho e possibilitar a comunicação imediata de qualquer anormalidade;
ALOJAMENTO CONJUNTO VANTAGENS ◦ oferecer condições à enfermagem de promover o treinamento materno, através de demonstrações práticas dos cuidados indispensáveis ao recém- nascido e à puérpera; ◦ manter intercâmbio biopsicossocial entre a mãe, a criança e os demais membros da família; ◦ diminuir o risco de infecção hospitalar; ◦ facilitar o encontro da mãe com o pediatra por ocasião das visitas médicas para o exame do recém-nascido, possibilitando troca de informações entre ambos; ◦ desativar o berçário para recém-nascidos normais, cuja área poderá ser utilizada de acordo com outras necessidades do hospital.
ALOJAMENTO CONJUNTO POPULAÇÃO A SER ATENDIDA ◦ 1. Mães - na ausência de patologia que impossibilite ou contraindique o contato com o recém-nascido . ◦ 2. Recém-Nascidos - com boa vitalidade, capacidade de sucção e controle térmico, a critério de elemento da equipe de saúde. ◦ Considera-se com boa vitalidade os recém- nascidos com mais de 2 quilos, mais de 35 semanas de gestação e índice de APGAR maior que 6 no 5° minuto. ◦ Em caso de cesariana, o filho será levado para perto da puérpera entre 2 a 6 horas após o parto, respeitando as condições maternas.
ALOJAMENTO CONJUNTO RECURSOS PARA A IMPLANTAÇÃO 1 . Recursos Humanos: ◦ Recomenda-se uma equipe multiprofissional treinada, constituída por: ◦ a) Enfermagem: 1 enfermeiro para 30 binômios; 1 auxiliar para 8 binômios; ◦ b) Médicos: 1 obstetra para 20 mães; 1 pediatra para 20 crianças. ◦ c) Outros Profissionais: assistente social; psicólogo; nutricionista.
ALOJAMENTO CONJUNTO RECURSOS FÍSICOS ◦ Os quartos e/ou enfermarias devem obedecer a certo padrão, com tamanho adequado para acomodar a dupla mãe- filho, sendo a área convencionalmente estabelecida de 5m2 para cada conjunto leito materno/berço ; ◦ De acordo com as disponibilidade locais, poderá haver modificação dessa metragem no sentido de dar prioridade ao alojamento conjunto; ◦ O berço deve ficar com separação mínima de 2 m do outro berço; ◦ Objetivando melhor funcionamento, o número de duplas mãe-filho por enfermaria deverá ser de no máximo 6; ◦ As acomodações sanitárias serão estabelecidas de acordo com as normas de construção hospitalar do Ministério da Saúde.
ALOJAMENTO CONJUNTO Normas Gerais ◦ 1. A adoção do "Alojamento Conjunto" não representa a extinção do berçário, pois este será necessário para prestar assistência aos recém-nascidos que apresentem riscos na sua adaptação à vida extrauterina, aos que tenham condições patológicas e àqueles cujas mães não lhes possam prestar cuidados. ◦ 2. O "Alojamento Conjunto" não é um método de assistência utilizado para economizar pessoal de enfermagem, pois tem um alto conteúdo educativo que deve ser considerado prioritário .
ALOJAMENTO CONJUNTO Normas Gerais ◦ 3. O exame clínico do recém-nascido deve ser feito em seu próprio berço ou no leito materno. Procedimentos mais complexos, como por exemplo colheita de sangue, deverão ser realizados fora do alojamento conjunto. ◦ 4. Os cuidados higiênicos com o recém-nascido devem ser feitos no alojamento conjunto. ◦ 5. A pesagem do recém-nascido deve ser diária. ◦ 6. As visitas serão diárias e a presença do pai deve ser estimulada, e facilitada inclusive com o alargamento do horário.
ALOJAMENTO CONJUNTO O PAPEL DA ENFERMAGEM ◦ a) preparar a gestante no pré-natal para o sistema de "Alojamento Conjunto"; ◦ b) estimular o contato precoce mãe- filho na sala de parto, ajudando as mães a iniciar o aleitamento na primeira hora após o nascimento; ◦ c) encorajar o aleitamento sob livre demanda; ◦ d) não dar ao recém-nascido nenhum outro alimento ou bebida, além do leite materno, a não ser que seja indicado pelo médico;
ALOJAMENTO CONJUNTO O PAPEL DA ENFERMAGEM ◦ e) não dar bicos artificiais ou chupetas às crianças amamentadas ao seio; ◦ f) proibir que as mães amamentem outros recém-nascidos que não os seus (amamentação cruzada); ◦ g) orientar a participação gradual da mãe no atendimento ao recém-nascido; ◦ h) realizar visita diária às puérperas, esclarecendo, orientando, e dando segurança à mãe quanto ao seu estado e ao de seu filho;
ALOJAMENTO CONJUNTO O PAPEL DA ENFERMAGEM ◦ i) ministrar às mães palestras e aulas abordando conceitos de higiene, controle de saúde e nutrição; ◦ j) participar do treinamento em serviço, como condição básica para garantir a qualidade da assistência; ◦ l) identificar e enfatizar os recursos disponíveis na comunidade para atendimento continuado das mães e da criança, referindo-as ou agendando-as para acompanhamento no serviço de saúde ainda nos primeiros 15 dias. ◦ m) as altas não deverão ser dadas antes de 48 horas, considerando o alto teor educativo inerente ao sistema de "Alojamento Conjunto“.
O serviço de saúde responsável pelo Alojameno Conjunto deverá dispor dos seguintes equipamentos, materiais e medicamentos para atendimento à mulher e ao recém-nascido: I - berço de material de fácil limpeza, desinfecção e que permita a visualização lateral;
B erço de material de fácil limpeza, desinfecção e que permita a visualização lateral;
B andeja individualizada com termômetro, material de higiene e curativo umbilical;
E stetoscópio clínico e esfigmomanômetro ;
R égua antropométrica e fita métrica inelástica de plástico;
A parelho de fototerapia, um para cada 10 berços;
O ftalmoscópio ;
O toscópio
A spirador com manômetro e oxigênio
Glicosímetro
A nalgésicos , anti-inflamatórios, antibióticos, anti-hipertensivos e outras medicações de uso comum no puerpério e no período neonatal;
M aterial de emergência para reanimação, um para cada posto de enfermagem, composto por desfibrilador, carro ou maleta contendo medicamentos, ressuscitador manual com reservatório, máscaras, laringoscópio completo, tubos endotraqueais, conectores, cânulas de Guedel e fio guia estéril, apropriados para adultos e recém nascidos . O carro ou maleta de emergência pode ser único para atendimento materno e ao recém-nascido.
SALA DE PRÉ- PARTO Para ter um parto mais tranquilo, a gestante precisa esclarecer todas as dúvidas. É importante saber exatamente o que acontece durante todo o tempo em que ela ficará internada no hospital.
PRÉ- PARTO Na sala de pré - parto as gestantes fazem exame de sangue, cardiotocografia , entre outros. É um local onde que ela tem acompanhamento obstétrico e toma algumas medicações. Ela também recebe a visita do anestesista, que fará uma avaliação pré - anestésica. O procedimento de anestesia só é feito na própria sala de parto.
PRÉ- PARTO Mais ou menos 15 dias antes do parto a gestante entra em um período denominado de Pré - parto. As contrações ( cólicas) podem ficar mais intensas, dificultando até o sono da futura mamãe. Podem ocorrer a “descida da barriga” ou “queda do ventre”, geralmente nas mulheres que nunca tiveram filhos.
PRÉ-PARTO: COMO SÃO OS SINTOMAS E FASES ATÉ O PARTO Cólicas e dores na virilha Perda de peso (cerca de um quilo) ou nenhum ganho Picos e baixas de energia Redução dos movimentos fetais Muco vaginal em maior quantidade e mais espesso Expulsão do tampão mucoso Muco com sangue ou rosado: o trabalho de parto já começou! Contração uterina cada vez mais frequente e forte Diarreia
ATENDIMENTO A GESTANTE E HUMANIZAÇÃO DO PARTO
Ministério da Saúde. Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno. Normas básicas para alojamento conjunto. Brasília, 1993. FONSECA, Luciana Mara Monti ; SCOCHI, Carmen Gracinda Silvan and MELLO, Débora Falleiros de. Educação em saúde de puérperas em alojamento conjunto neonatal: aquisição de conhecimento mediado pelo uso de um jogo educativo. Rev. Latino-Am. Enfermagem [online]. 2002, vol.10, n.2, pp. 166-171. ISSN 1518-8345. Alojamento conjunto como espaço de cuidado materno e profissional. REBEN. Brasília, 2009. REFERÊNCIAS