Como a escola pode utilizar este tempo dos professores para apoiá-los no processo de qualificação da
prática pedagógica?
As denominadas horas-atividade dos professores devem ser desenvolvidas na escola e servir para a
realização de planejamento, para o desenvolvimento de itinerários formativos na própria escola, para
elaboração de atividades didáticas, sempre de acordo com as necessidades definidas no Projeto Político
Pedagógico (PPP) ou de acordo com as orientações do núcleo gestor da escola, visando sempre o
aperfeiçoamento da prática pedagógica do professor.
Estas horas-atividade podem ser momentos individuais ou acompanhadas pelos profissionais que atuam no
suporte pedagógico à sala de aula, como coordenadores escolares, professores coordenadores de área (PCA),
professores coordenadores dos laboratórios de informática e de ciências, regente do centro de multimeios,
diretor de turma. Afinal de contas, este suporte foi constituído na rede estadual para apoiar os docentes no
melhoramento das condições didáticas para o melhor aproveitamento das atividades escolares.
Impreterivelmente, o suporte pedagógico à sala de aula deve assumir o desafio de qualificar o trabalho
docente, potencializando o uso pedagógico dos recursos disponíveis na escola para enriquecer o
planejamento, a preparação de atividades suplementares ao livro didático, bem como os instrumentos
avaliativos, além de promover a tão almejada integração curricular.
Espera-se que as horas-atividade dos professores sejam bem aproveitadas para termos, enfim, uma condição
plena para desenvolver a formação contínua do professor, no exercício da função, na própria escola. Sem
dúvida, pesquisadores dos processos de formação de professores indicam a escola como principal locus da
formação em exercício. As razões para isso são relativamente claras a medida que no ambiente de trabalho, o
contexto é partida, inevitável, das reflexões e estudo de teorias. De todo modo, é importante também levar
em consideração as ponderações de Fusari, quando faz a seguinte reflexão:
Se exageros houve nas propostas de formação contínua fora da escola, precisamos
agora tomar o cuidado de não correr o risco contrário, pois, dependendo dos
objetivos, o ideal é que a formação contínua ocorra num processo articulado fora
e dentro da escola. Por outro lado, a prática da formação contínua no cotidiano
da escola apresenta muitos pontos positivos, mas, por outro, a saída dos
educadores para outros locais formadores também pode ser bastante
enriquecedora. (FUSARI, 2007, p. 19)
Este tempo extraclasse do professor, pode ser usado para permitir a saída do professor da escola, sem
prejuízo ao aluno, com o objetivo de participar de encontros formativos em locais indicados pelas
coordenadorias regionais. Como medida administrativa orientamos, que as escolas concentrem os tempos
dos professores destinados a horas-atividade por área para que os professores possam, primeiro se encontrar
na própria escola com tempo para estudarem juntos com seus pares que lecionam disciplinas afins; e
segundo, para permitir a organização das formações externas sem provocar prejuízo a rotina de aulas
programadas pela escola. Como exemplo do que sugerimos anteriormente, podemos citar o seguinte: na
terça-feira, os professores da área de linguagens e códigos ficam com o tempo extraclasse convergidos; na
quarta-feira, a convergência desse tempo pode ocorrer para os docentes da área de ciências da natureza e
assim por diante. Para efeito de organização regional, é prudente que cada CREDE e SEFOR estabeleça essa
convergência com o objetivo de viabilizar a realização de formações envolvendo professores de diferentes
escolas, de acordo com o plano de formação de professores.
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