Organização da Aula
Exposição da sociologia de Marx;
Exposição da sociologia de Durkheim;
Exposição da sociologia de Weber.
Sociologia de Marx
Apesar de não ter sido sociólogo, há
premissas de uma sociologia na obra
de Marx, as quais estão presentes na
teoria da exploração, nas teorias das
classes sociais e do Estado, apenas
esboçadas; e também na crítica da
ideologia, da alienação e na teoria do
conhecimento elaboradas por este
clássico.
Teoria da Exploração
A manufatura e a grande indústria foram o laboratório da sociologia de
Marx e Engels, fundadores do marxismo. A teoria da mais-valia é a base da
sociologia marxista e remete à exploração do trabalho. Com categorias
como: mercadoria, valor de uso, valor de troca, trabalho abstrato, trabalho
concreto, capital constante, capital variável, trabalhador livre, força de
trabalho, salário, reprodução simples e reprodução ampliada da relação de
produção capitalista. É necessário reiterar objetividade destes conceitos, os
quais remetem a um processo histórico concreto que, na Europa, ocorreu
com a crise do modo de produção feudal.
Teoria da Exploração
O modo de produção capitalista separa o trabalhador dos meios de
produção e dá origem à mais-valia ou à relação social de trabalho não pago.
A força de trabalho é a única mercadoria capaz de produzir valor em
mundo de mercadorias, no qual ocorre a generalização da relação de
produção capitalista para as diversas formações sociais do planeta,
unificando-as em uma mesma totalidade.
Contradição
Marx aborda a contradição entre forças produtivas e relações sociais de
produção, combinação que dá origem ao modo de produção. Contra a ideia
de determinação simples das relações de produção pelas forças produtivas, da
superestrutura pela infraestrutura, uma interpretação economicista da
sociologia de Marx, para o próprio sociólogo, a determinação não é
exclusivamente econômica, de mão única, mas recíproca em uma unidade
contraditória que abrange os termos e engloba outras determinações como o
político, o jurídico e o ideológico.
Indústria Moderna
Marx possui relevância das ideias de Marx sobre o trabalho na produção e na
indústria moderna. Embora as técnicas tenham evoluído, as relações de
produção capitalistas permaneceram. Isso é evidenciado na análise crítica do
Taylorismo, que associa a divisão do trabalho à exploração capitalista, já que a
produção é social, mas a apropriação dos resultados do trabalho é privada.
Marx também salienta a importância do trabalho como mediação entre o
homem e a natureza, destacando sua alienação no capitalismo.
Sociologia política
Marx também possui grande contribuição para a sociologia política. O conflito
entre capital e trabalho é fundamental na teoria de Marx e vai além da polarização
entre burguesia e proletariado. Ele também discute o papel do Estado na
reprodução da ordem capitalista, destacando a possibilidade de transformação do
Estado em uma ferramenta de opressão contra a burguesia sob a ditadura
democrática do proletariado.
Teoria do conhecimento
Para Marx, o conhecimento científico é centrado na categoria da práxis, que visa a
transformação radical. Além disso, ele discute uma ideologia como um obstáculo ao
conhecimento da verdade e à alienação, que ocorre no consumo e na criação de
novas necessidades que suavizam as relações de classe e exploração.
O materialismo dialético propõe um modo de conhecer atento ao movimento, à
contradição, à mudança, à apropriação do real que o reproduz como concreto
pensado.
Sociologia de Durkheim
Durkheim foi um pensador socialista e
nem todo positivista, sendo necessário
desmentir rótulos simplistas.
Durkheim desenvolve uma abordagem
inovadora para o estudo dos fatos
sociais, sua teoria da socialização e sua
reflexão sobre a relação entre teoria e
prática social. Também contribui para a
sociologia do conhecimento.
Deus e a religião
Atualmente, nas sociedades contemporâneas os indivíduos se relacionam com a figura
de Deus no dia-a-dia e de diversas maneiras, e esta se configura como uma grande
força coletiva.
Durkheim demonstrou ao longo da sua obra como as representações feitas pelos
indivíduos são sempre representações sociais frutos do seu próprio processo social, e
de sua cooperação histórica. Não diferentemente, a figura de Deus se reproduz como
criação humana, é reflexo da força social sobre os indivíduos.
A religião é uma força social que reproduz no indivíduo sentimento de
pertencimento e elevação, fortalecendo sua própria subjetividade e espírito. As
representações de Deus e do sagrado (como também do profano) se apresentam
em todos os campos da vida social e fazem parte da cotidianidade dos indivíduos.
A religião e o conhecimento
Durkheim afirma que ao analisar a religião mais simples conceberia a gênese das
categorias de entendimento, ou em outras palavras, a origem do pensamento
científico. Essa proposição se postula na hipótese de que a religião forneceu à
sociedade o modelo sobre o qual o pensamento científico se desenvolveu, ou mais
precisamente, foi através da religião totêmica que os indivíduos começaram a
organizar seus sistemas de representação e criar as hipóteses que explicam o mundo e
a sociedade.
O totemismo
No totemismo, religião mais simples, objetos inanimados e coisas banais como
animais e vegetais acabaram adquirindo outra essência e significado, passando a
representar para os indivíduos a força do sagrado, isto é, dos deuses. Estes deuses,
que receberam a terminologia de tótens, serviam para designar e diferenciar os clãs
- formados por indivíduos unidos por parentesco -, na forma de classificação e
hierarquia. Dessa forma, os nativos totêmicos que tiveram a necessidade de
coordenar e sistematizar, acabaram por reproduzir as primeiras classificações sociais.
Teoria do conhecimento
Durkheim rompe com o pensamento de Kant, pois para este último as classificações
mentais, ou formas elementares do pensamento, são dadas anteriormente da
própria matéria indivíduo, isto é, são dadas a priori. Para Durkheim as categorias
do pensamento não são anteriores à matéria mas ao contrário, são produzidas e
desenvolvidas pelos indivíduos em seu processo de vida social.
Divisão do Trabalho Social
O laço social é, antes de tudo moral (regras que presidem as relações dos homens
formando um sociedade). A divisão do trabalho tem um caráter moral, pois ela pede
que os indivíduos se sujeitem a certas exigências (contratos explícitos) para tomar
parte da vida na sociedade moderna.
Divisão social ultrapassa o caráter econômico e adquire um caráter moral, por
meio do qual os homens participam da vida social e forjam sua personalidade.
Tipos de solidariedade
Solidariedade mecânica: corresponde a um tipo de sociedade em que os indivíduos
são semelhantes, a medida que todos compartilham de uma mesma maneira e
intensidade da consciência coletiva. “o conjunto das crenças e dos sentimentos
comuns à média dos membros de uma mesma sociedade” (DST: 17)
Repousa sobre a semelhança; desconhece a diferenciação.
Solidariedade orgânica: corresponde a diferenciação de tarefas e dos indivíduos que
as executam; a existência de subgrupos especializados no interior do grupo social
abre espaço à individualização, ao surgimento de indivíduos entendidos como
fonte autônoma de pensamento e ação.
Fato Social
Exemplo: alimentação, amamentação, LÍNGUA.
Fato social: PRODUTO DA VIDA COLETIVA
Externo – fora das consciências individuais
Coercitivo- força imperativa
Geral – coletivo
Regular – normal (diferença fato NORMAL E PATOLÓGICO)
“É fato social toda maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o
individuo uma coerção exterior; ou ainda, toda maneira de fazer que é geral na
extensão de uma sociedade dada e, ao mesmo tempo, possui uma existência própria,
independente de suas manifestações individuais.”
Fato Social
Para Durkheim, o social é um objeto especifico, não redutível a qualquer
psicologia individual e é um objeto de variações infinitas.
“A causa determinante de um fato social deve ser procurada entre os fatos sociais
antecedentes, não nas consciências individuais. “um fato social só pode ser explicado
por outro fato social” (R: 143)
Sociologia de Weber
Weber apresenta a ideia do "método
científico consistente na construção de
tipos". Isso significa que, para entender o
comportamento humano, os sociólogos
criam tipos ideais ou modelos de ações
racionais.
Para Weber toda interpretação, assim
como toda ciência em geral, busca
alcançar um nível de "evidência", ou seja,
uma compreensão sólida e clara.
Tipo Ideal
Portanto, Weber sugere que, ao construir o tipo ideal de ação racional, a sociologia
pode entender melhor as ações reais das pessoas, mesmo quando são afetadas por
emoções e irracionalidades. A comparação com o tipo ideal ajuda a identificar as
influências que desviam das ações do caminho racional esperado, permitindo uma
análise mais precisa do comportamento humano na sociedade.
ParaWeber, essa construção de um tipo ideal serve como ponto de referência. Em
outras palavras, é como criar um padrão de ação completamente racional, o que
facilita a compreensão das ações reais das pessoas. Quando se observam ações
reais que são influenciadas por fatores irracionais, como emoções ou erros, essas
influências são consideradas "desvios" do desenvolvimento esperado da ação
racional.
Ação Social
“A ação social como toda ação, pode ser: 1) racional com relação a fins:
determinada por expectativas no comportamento tanto de objetos do mundo exterior
como de outros homens, e utilizando essas expectativas como “condições” ou “meios”
para alcançar a realização dos fins racionalmente ponderados e perseguidos; 2)
racional com relação a valores: determinada por uma crença consciente em um valor
– ético, estético, religioso ou de qualquer outra forma como seja interpretado –
próprio e absoluto de uma determinada conduta, sem relação alguma com o
resultado, ou seja puramente em méritos deste valor; 3) afetiva, especialmente,
emotiva, determinada por afetos e estados sentimentais atuais; 4) tradicional:
determinada por um costume arraigado”. Max Weber, Economia e sociedade.
Ação Social
são ações que contém uma gama de elementos psicofísicos que comprometem
a compreensão e a intepretação das “conexões de sentido”;
são ações que não podem ser evidenciadas cientificamente pois se manifestam
através de “conexões de sentimentos”, o que gera impossibilidade da
determinação científica do “grau de evidência”.
A ação passional e emotiva e a ação tradicional contém elementos que dificultam
extremamente a compreensão, interpretação e explicação da ação efetuada por um
sujeito ou por diversos sujeitos:
Sociologia de Weber
A sociologia é uma ciência autônoma, empírica, que tem como questões
fundamentais a compreensão do agir social (a ação que está "referida, segundo o
sentido subjetivamente intencional de quem age, ao comportamento dos outros”),
do sentido e do significado das conexões e regularidades nas esferas sociais, do curso
da ação social nas esferas sociais (economia, política, cultura) e das consequências
sociais.
Relação Social
Weber compreende por relação social uma forma de interação humana, uma
forma de conduta que envolve uma pluralidade de sujeitos que se
orientamreciprocamente. A relação social é um importe conceito sociológico que
possibilita compreender a probabilidadedo agir social possuir regularidade.
Os tipos de dominação
Carismática: é um poder que surge devido ao extraordinário valor do sacro,
do heróico, de uma pessoa exemplar no curso das crises econômicas, das
guerras, dos fluxos migratórios, das pestes, que abalam ou rompem o sendo
de validade das certezas cotidianas, logo, trata-se de um poder personalista e é
mantido pelos ordenamentos criados pelo líder carismático.
Tradicional: é um poder que se apóia na crença cotidiana na dimensão sacra
das tradições, dos costumes, do valor que existe “desde sempre”, na
sacralidade da tradição, e na legitimidade daqueles que representam,
encarnam, a autoridade.
Os tipos puros de dominação:
Os tipos de dominação
Racional-burocrática: é um poder legítimo baseado na crença na legalidade
dos ordenamentos e de seus estatutos, do direito de comando daqueles que
são eleitos ou indicados para exercer o poder. Na dominação racional a
burocracia moderna representa um processo de redução do impacto das
emoções na ação social: as regras impessoais, objetivas, gerais, possuem uma
maior racionalidade econômica, jurídica e política nas relações sociais.