mundo. De modo semelhante é difícil para alguns cristãos modernos
apreenderem a idéia de que as profecias referentes ao nosso tempo devem ser
entendidas no seu sentido global. Porém o estreito exclusivismo judeu devia
ser deixado para trás no primeiro século, e toda forma de nacionalismo estrito
deve ser abandonado agora, se desejarmos compreender as profecias
referentes aos últimos dias.
Não há nada de estranho ou inconsistente se a Bíblia usa chifres para
representarem reinos nos dias de Alexandre, ou se ela se vale do mesmo
símbolo para indicar as principais ideologias com que foram fundados os
Estados Unidos. O Grande Conflito (pág. 441) explica: "Estes princípios são o
segredo de seu poder e prosperidade". O dicionário define chifre, como usado
na Bíblia como símbolo de força, orgulho ou glória. Nesta era moderna de
princípios universais abstratos quer bons, quer maus, é muito apropriado que a
liberdade de pensamento e de consciência, a liberdade de ordenarmos nossa
vida conforme nossa vontade, sejam escolhidos pela Inspiração divina para
caracterizarem o poder gigantesco que surgia da terra no Ocidente, no
momento exato quando a besta semelhante ao leopardo estava sendo levada
em cativeiro e recebia a ferida mortal, no fim do século dezoito.
Por que então, é esta criatura com aparência dócil e inofensiva estigmatizada
como "o falso profeta"? E por que é em cada verso fornecida uma descrição
pormenorizada dos enganos engenhosos com que ele entorpece a última
geração da humanidade, a mais esclarecida? O símbolo representa no sentido
mais lato nossa civilização ocidental como um todo, e a América como seu
protótipo. Em resumo, a razão e que, enquanto Deus está restringindo a tirania
e perseguição neste período do fim do tempo, concedendo à Sua igreja a
liberdade para pregar o evangelho do reino vindouro, o maligno por outro lado
emprega este falso profeta para fazer uso dessas duas liberdades no ensino de
visões de progresso mundial e de um contínuo desenvolvimento humano,
acenando com o pensamento de que em breve as guerras estarão superadas
bem como todas as aflições e males da vida através da sabedoria e
planejamento humanos. Este é um evangelho falso; são promessas que
apenas Deus pode fazer, e tudo e contrário ao que Ele predisse na Bíblia. Com
efeito, tal se assemelha ao que os falsos discípulos da antiguidade fizeram,
quando tentaram pela força constituir a Jesus como seu rei (João 6:15); e este
tipo de rei que eles queriam. Todos os planos utópicos e messiânicos para o
futuro do mundo, através de organizações humanas, são destinados a absoluto
fracasso, e são em realidade um desafio aos planos de Deus. "Toda planta que
meu Pai Celestial não plantou, será arrancada". (Mat. 15:13).
Um pouco antes de sair do mundo, Jesus declarou: "Meu reino não é deste
mundo". (João 18:36). De acordo com esta afirmação, toda tentativa de
estabelecimento de um reino religioso utópico aqui neste mundo, ou de
estabelecer paz universal na terra enquanto o Rei mesmo está ausente, é
necessariamente uma imitação, uma contrafação – quer dizer, um reino títere
do diabo, patrocinado pelo diabo e está de acordo com os interesses da sua
obra. Todos os governos religiosos do passado, com exceção da teocracia do
antigo Israel, têm sido contrafações, meras imitações do reino de Cristo, e não
ficará bem para aqueles que se empenham a favor de uma falsa teocracia
como esta, quando o verdadeiro Rei retornar para tomar posse de sua
propriedade adquirida, alienada e nas mãos de seu inveterado inimigo por tanto
tempo.