Os Lusíadas - Canto V - O Gigante Adamastor

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Slide Content

1ª A - 2009

Os Lusíadas
Camões
Canto V
O Gigante Adamastor

Resumo da Obra

Análise da Obra:
A estrutura narrativa:
1.Abertura (estrofes 37-38)
Porém já cinco sois eram passados
Que dali nos partíramos, cortando
Os mares nunca de outrem navegados,
Prosperamente os ventos assoprando,
Quando uma noite, estando descuidados
Na cortadora proa vigiando,
Uma nuvem, que os ares escurece,
Sobre nossas cabeças aparece

Tão temerosa vinha e carregada,
Que pôs nos corações um grande
medo.
Bramindo o negro mar de longe brada,
Como se desse em vão nalgum
rochedo.
Ó Potestade, disse, sublimada
Que ameaço divino ou que segredo
Este clima e este mar nos apresenta
Que mor cousa parece que tormenta

2. Presença do Gigante Adamastor
(estrofes 39-59):
A) Descrição do gigante (estrofe 39)
Não acabava, quando uma figura
Se nos mostra no ar, robusta e válida,
De disforme e grandíssima estatura,
O rosto carregado, a barba esquálida,
Os olhos encovados e a postura
Medonha e má e a cor terrena e pálida,
Cheios de terra e crespos os cabelos,
A boca negra, os dentes amarelos.

B) Falas do gigante (dois sentidos)
1. (estrofe 44)
Aqui espero tomar, se não me engano,
De quem me descobriu suma vingança;
E não se acabara só nisto o dano
De vossa pertinace confiança:
Antes em vossas naus vereis cada ano,
Se é verdade o que meu juízo alcança,
Naufrágios, perdições de toda a sorte,
Que o menor mal de todos seja a morte.

2. (estrofe 52)
Amores da alta esposa de Peleu
Me fizeram tomar tamanha empresa
Todas as Deusas desprezei do Céu
Só por amar das águas a princesa;
Um dia a vi, coas filhas de Nereu,
Sair nua na praia e logo presa
A vontade senti de tal maneira,
Que ainda não sinto cousa que mais queira.

C) A interferencia de Vasco da Gama
entre a fala do gigante (estrofe 49)
Mas ia por diante o monstro horrendo
Dizendo nossos fados, quando, alçado,
Lhe disse eu : - Quem és tu? Que esse estupendo
Corpo certo me tem maravilhado!
A boca e os olhos negros retorcendo
E dando um espantoso e grande brado,
Me respondeu, com voz pesada e amara,
Como quem da pergunta lhe passara:

3. Desfecho: desaparecimento do
gigante e surgimento do
promontório (estrofes 60-61)
Assim contava; e, cum medondo choro
Súbito d’ante os olhos se apartou
Desfez-se a nuvem negra e cum sonoro
Bramido muito longe o mar soou
Eu, levantando a mão ao santo coro
Dos Anjos, que tão longe nos guiou,
A Deus pedi que removesse os duros
Casos que Adamastor contou futuros

Já Flegon e Piróis vinham tirando,
Cos outros dois, o carro radiante,
Quando a terra alta se nos foi mostrando
Em que foi convertido o grão Gigante.
Ao longo desta costa, começando
Já de cortar as ondas do Levante,
Por ela abaixo um pouco navegamos,
Onde segunda vez terra tomamos

A essência narrativa do Gigante
Adamastor (estrofe 37)
A Baía de Santa Helena
Porém já cinco sóis eram passados
Que dali nos partiríamos, cortando
Os mares nunca de outrem navegados,
Prosperamente os ventos assoprando,
Quando uma noite, estando descuidados
Na cortadora proa vigiando,
Uma nuvem, que os ares escurece,
Sobre nossas cabeças aparece

A tempestade no Cabo da Boa Esperança
(estrofe 38)
Tão temerosa vinha carregada,
Que pôs nos corações um grande medo.
Bramindo o negro mar de longe brada,
Como se desse em vão nalgum rochedo.
-Ó Potestade, disse, sublimada,
Que ameaço divino ou que segredo
Este clima e este mar nos apresenta,
Que mor cousa parece que tormenta?

Colosso de Rodes (estrofe 40)
Tão grande era de membros, que bem posso
Certificar-te que este era o segundo
De Rodes estranhíssimo Colosso,
Que um dos sete milagres foi do mundo.
Cum tom de voz nos fala horrendo e grosso,
Que pareceu sair do mar profundo.
Arrepiam-se as carnes e o cabelo
A mi e a todos, só de ouvi-lo e vê-lo.

1. Bartolomeu Dias (estrofe 44)
Aqui espero tomar, senão me engano,
De quem me descobriu suma vingança;
E não se acabará só nisto o dano
De vossa pertinace confiança:
Antes em vossas naus vereis cada ano,
Se é verdade o que meu juízo alcança,
Naufrágios, perdições de toda a sorte,
Que o menor mal de todos seja a morte.
As previsões do gigante acontecem

2. D. Francisco de Almeida (estrofe 45)
E do primeiro ilustre, que a ventura
Com fama alta fizer tocar os céus,
Serei eterna e nova sepultura,
Por juízos incógnitos de Deus;
Aqui porá da turca armada dura
Os soberbos e prósperos troféus;
Comigo de seus danos o ameaça
A destruída Quíloa Mombaça

3. Manuel de Sousa de Sepúlveda
(estrofes 46 – 47)
Outro também virá, de honrada fama,
Liberal, cavaleiro, enamorado,
E consigo trará a fermosa dama
Que Amor por grão mercê lhe terá dado;
Triste ventura e negro fado os chama
Neste terreno meu, que duro e irado,
Os deixará dum cru naufrágio vivos,
Pera verem trabalhos excessivos.

Verão morrer com fome os filhos caros,
Em tanto amor gerados e nascidos;
Verão os Cafres, ásperos e avaros,
Tirar è linda dama seus vestidos;
Os cristalinos membros e preclaros
À calma, ao frio, ao ar verão despidos,
Depois de ter pisada longamente
Cos delicados pés a areia ardente;

O sentido alegórico do gigante
Os perigos do mar
Períodos heróicos da expansão européia
Significação erótica

Consagração de coragem do povo
português
Incomodar o gigante
Camões e o amor do gigante
O simbolismo amoroso

A fusão dos Gêneros
Celebração heróica e decepções amorosa
Curiosidades
Porque o nome era Cabo das Tormentas?

Até hoje os navios naufragam no Cabo da
Boa Esperança?
Porque hoje o nome mudou para cabo da
Boa Esperança?

Resumo Escrito

Cinco dias depois de terem deixado a ilha de Santa Helena os lusos
viajavam por mares virgens, com o vento de feição, mas certa noite,
uma nuvem escura surgiu sobre a armada e eles encheram-se de
medo.
De repente, uma figura medonha apareceu: era um ser disforme, um
gigante, tinha um ar carrancudo, a barba suja e maltrata, os cabelos
ásperos/crespos e cheios de terra, a boca escura e os dentes
amarelos. Camões ( através do narrador que é agora Vasco da Gama)
compara-o a uma das sete maravilhas do mundo: o Colosso de Rodes
(ver Sete maravilhas do Mundo). O Gigante dirige-se aos marinheiros
num tom de voz “grave e horrendo”, provocando-lhes grande temor:
“Ó povo audacioso que não descansa, como ousas navegar estes
mares, que nunca foram cortados por qualquer outro navio? Viestes
descobrir os segredos marítimos? Pois desde já vos digo que os que
tentaram antes de vós pagaram com a vida. E vós, pela ousadia,
também sereis castigados. Naufragarão, os vossos barcos e
enfrentareis males de toda a espécie, o sofrimento será tal, que será
preferível a morte. O primeiro ilustre que passar aqui ficará sepultado.
Outros hão-de ver os filhos morrer de fome e eles próprios morrerão
também.”

Então, Vasco da Gama, corajosamente, interpela o Gigante perguntando-
lhe: Quem és tu? E ele começa a relatar a sua história:
“Eu sou o que vós chamais Cabo das Tormentas. Ptolomeu, Plínio,
Pompónio, e Estrabo não me conheceram, mas jamais ousariam
desafiar-me. Fui outrora um dos gigantes que guerrearam contra Júpiter,
chamava-me Adamastor. Apaixonei-me pela “Princesa das Águas” -
Tétis; um amor impossível, devido ao meu aspecto assustador.
Amedrontei Dóris, mãe dela, que me deu esperanças e combinou um
encontro. Cego de amor abandonei a guerra e uma noite, Tétis, vem,
toda nua, ao meu encontro. Corri, abracei-a e cobri-a de beijos, mas era
apenas uma ilusão, um engano, e de repente dei por mim abraçado a um
monte, e eu próprio transformado em monte e rocha, e, sendo eu tão
grande, formou-se este Cabo. E também os deuses me castigaram, pois
estou rodeado de água, o que significa que Tétis anda sempre à minha
volta.”
Terminado o discurso Adamastor afastou-se, chorando .
Vasco da Gama agradece a Deus por terem chegado até ali e roga-lhe
que não permita que se concretizem as profecias do gigante.
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