Sabe porque que a aula de hoje tem 50 minutos de duração?
Porque foi feito um estudo na década de 20 e constatado que é o tempo
máximo de duração da concentração de uma criança; veja, na década de 20!
Fizeram este mesmo estudo hoje, e sabe qual é o tempo máximo de
concentração de uma criança de hoje? Seis minutos!
Vivemos a era da IMPACIÊNCIA
Vivemos dominados pelo controle remoto. No cotidiano, vivemos ensinando as
crianças a não querer demorar nada.
As crianças não gostam da escola?
Gostam sim, elas adoram vir para a escola. Elas não gostam é das nossas
aulas! Se puderem elas até fogem! Mesmo que seja mentalmente!
Existem lugares que têm portas para as pessoas não entrarem: teatro, cinema.
Existem lugares que têm portas para as pessoas não saírem: escolas,
presídios.
Um estudo feito com crianças de 02 a 07 anos, constatou que já assistiram a
cerca de 5000 horas de TV na vida. Em cinco anos de vida, já viu cerca de
5000 horas de TV, ou seja, já viu cenas que aterrorizam, mortes, sexo, lutas,
guerras, jogo do Corinthians, ou seja, todo tipo de porcaria...
Mas elas adoram vir para a escola. Antes de bater o sinal, os pátios estão
lotados delas conversando animadas, reunidas. No final, ninguém quer ir
embora, se pudessem ficavam todas na frente, conversando, felizes...
O problema é que forçamos um jovem que hoje somente se concentra por
cerca de 06 minutos a sair de casa cedo, deixar o seu sofá macio para sentar-
se em uma cadeira de pau; ver um adulto escrevendo com uma pedra em outro
pedaço de pedra; ouvir que o berílio faz parte da família dos alcalino-terrosos, o
que é um predicativo do objeto; quais são os nomes dos rios da margem
esquerda do rio Amazonas, qual é a trajetória de uma bala de canhão, e
obrigamos a ler Amor de Perdição de Camilo Castello Branco; ou seja,
informações extremamente importantes para a vida nos dias de hoje!
Uma casa a 35 anos atrás:
Sala:
Mesa com cadeiras: as pessoas jantavam juntas, conversavam, brigavam,
conviviam.
Uma cristaleira: onde a mãe guardava os presentes de casamento para usar
em um dia especial que nunca chegou, e que depois foram dados aos netos,
bisnetos, ...
Famílias católicas tinham um “altarzinho” com Nossa Senhora...
As poltronas, pasmem: eram umas de frente para as outras, os seres humanos
gostavam de se olhar. Outro humano era sempre bem vindo. Quando vinha um
vizinho, todos se reuniam para ouvir as novidades.