Aula da disciplina de semiologia e semiotécnica II.
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Language: pt
Added: Apr 22, 2012
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Slide Content
Assistência de Enfermagem ao
Paciente em Fase Terminal
Prof. Rodrigo abreu
A morte é a incapacidade de manter a
homeostasia pela perda das funções e
integridade celular, podendo ocasionar
necrose ou morte sistêmica.
• Necrose é a morte celular ocorrida em
uma organismo vivo, havendo a reconstituição
pelo próprio.
• Morte sistêmica ocorre da morte celular
em cadeia, onde há a disfunção sistêmica
básica do organismo.
Fases que Precedem a morte
A reação psíquica determinada pela experiência
com a morte, vivida pelo indivíduo ou familiares,
foi descrita por Elisabeth Kubler-Ross como tendo
cinco estágios sequênciais:
1.Negação
2.Raiva
3.Barganha
4.Depressão
5.Aceitação
NEGAÇÃO
São mecanismos de defesa temporários
diante da morte. A intensidade e duração
desses mecanismos de defesa dependem de
como a própria pessoa que sofre e as outras
pessoas ao seu redor são capazes de lidar com
essa dor.
Negação é a não aceitação da realidade.
Em geral, a Negação e o Isolamento não
persistem por muito tempo.
RAIVA
Surge devido à impossibilidade de manter a Negação e
o Isolamento. Os relacionamentos se tornam
problemáticos e todo o ambiente é hostilizado.
Junto com a raiva, também surgem sentimentos de
revolta, inveja e ressentimento.
Transformar a dor psíquica em agressão é, mais ou
menos, o que acontece em crianças com depressão. É
importante, nesse estágio, haver compreensão dos
demais sobre a angústia transformada em raiva na
pessoa que sente interrompidas suas atividades de
vida pela doença ou pela morte.
BARGANHA
Acontece após a pessoa ter deixado de lado a Negação e o
Isolamento, “percebendo” que a raiva também não resolveu.
A maioria dessas barganhas é feita com Deus e, normalmente,
mantidas em segredo.
A pessoa se envolve com a religiosidade e implora que Deus
aceite sua “oferta” em troca da vida, como por exemplo, sua
promessa de uma vida dedicada à igreja, aos pobres, à
caridade, ou promessas como deixar de beber, fumar. Na
realidade, a barganha é uma tentativa de adiamento.
Nessa fase o paciente se mantém sereno, reflexivo e dócil
(não se pode barganhar com Deus, ao mesmo tempo em que
se hostiliza pessoas).
DEPRESSÃO
Aparece quando o paciente toma consciência de sua
debilidade física, quando já não consegue negar suas
condições de doente, quando as perspectivas da morte
são claramente sentidas. Evidentemente, trata-se de
uma atitude evolutiva; negar não adiantou, agredir e se
revoltar também não, fazer barganhas não resolveu.
Surge então um sentimento de grande perda.
•Aqui a depressão assume um quadro clínico mais típico
e característico; desânimo, desinteresse, apatia,
tristeza, choro, etc.
ACEITAÇÃO
Nesse estágio o paciente já não experimenta o
desespero e nem nega sua realidade. Esse é
um momento de repouso e serenidade antes
da morte.
Assim ocorrendo, o processo até a morte pôde
ser experimentado em clima de serenidade
por parte do paciente e, pelo lado dos que
ficam, de conforto, compreensão e
colaboração para com o paciente.
Orientações para ajudar os Pacientes
a enfrentar a Morte
•Aceite o comportamento dos pacientes não
importando qual seja;
•Oportunize aos pacientes momentos para a
expressão livre de seus sentimentos;
•Trabalhe para compreender os sentimentos
dos pacientes;
•Use afirmações de ampla abertura, como
"Deve ser difícil para você", e "Gostaria de
conversar a respeito?"
Alterações fisiológicas pós morte
As alterações pós morte são observadas em
um indivíduo que houve interrupção da vida,
ocasionando morte celular sistêmica, afetando
diversos órgãos e tecidos vitais.
- Parada das funções cárdio-respiratórias.
- Arreflexia ou Ausência de reflexos (Morte cerebral)
- Inconsciência
- Livor mortis ou Hipostase cadavérica
- Algor mortis ou Frialdade cadavérica
(interrupção da termoregulação – metabolismo
cassado)
- Rigor mortis ou Rigidez cadavérica (Contração
muscular pela falta de ADP e ATP)
- Coagulação do Sangue
- Deslocamento, Torção ou Ruptura de Vísceras
(lise celular)
- Prolapso Retal Cadavérico e Relaxamento
esfincteriano
- Perda do brilho da córnea
- Midríase ou Pupilas dilatadas
CUIDADOS PÓS-MORTE
•Envolvem a limpeza e o preparo do corpo de
modo que o mesmo seja entregue a família o
mais integro possível.
•São realizados procedimentos que retardam
ou disfarçam as alterações ocorridas com o
corpo no pós morte.
Preparo do Corpo
•Puxe as cortinas em torno do leito;
•Calçar luvas;
•Coloque o corpo em decúbito dorsal, com os braços estendidos dos
lados ou dobrados sobre o abdômen;
•Remova todo o equipamento médico, tais como cateter
intravenoso, cateter urinário, curativos, sondas, etc;
•Abaixe as pálpebras;
•Eleve discretamente a altura da cabeça;
•Reponha ou mantenha as dentaduras na boca;
•Higienizar o corpo;
•Realizar tamponamento de cavidades e orifícios (narinas, boca,
traqueostomias, anus e vagina (S/N);
•Fechar ostomias;
•Aplique um ou mais forros higiênicos descartáveis entre as pernas e
sob as nádegas;
•Prenda uma etiqueta de identificação no tornozelo, no pulso ou
fronte (conforme rotina do serviço);
•Envolva o corpo em uma mortalha ou outro tipo de cobertura para
o corpo, e cubra-o com um lençol;
•Fixe um etiqueta de identificação na parte externa do corpo
envolvido;
•Organize a área próxima à cama e descarte o equipamento sujo;
•Retire as luvas e lave as mãos;
•Saia do quarto e feche a porta, ou transporte o corpos ao
necrotério, área na qual o corpo do indivíduo falecido é mantido
temporariamente ou é examinado;
•Faca um inventario dos pertences e envie-os à administração, onde
serão entregues à família;
•Notifique o pessoal da manutenção após a remoção do corpo do
quarto.
•Organizar prontuário e exames do paciente;
•Realizar evolução no Prontuário.
EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM
•Mencionar intercorrências e procedimentos
realizados pela equipe;
•Informar Hora da morte;
•Informar realização de exames que indicam que o
paciente está morto;
•Cuidados com o corpo;
•Horário em que o corpo foi encaminhado ao
necrotério.
•Informar emissão de Declaração de óbito ou
encaminhamento para SVO / IML.