BURITI (Mauritia flexuosa)
Ocorrência: Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Tocantins
até São Paulo e Mato Grosso do Sul
Outros nomes: coqueiro buriti, miriti, boriti, moriti, muriti,
caradá guaçu carandaí guaçu, palmeira dos brejos, buritizeiro
Características: espécie de porte elegante com estipe ereto,
solitário, de até 35 m de altura, com 30 a 50 cm de diâmetro.
Folhas grandes, dispostas em leque, em número de 20 a 30, com
3 a 5 m de comprimento por 2 a 3 m de largura. Flores em longos
cachos de até 3 m de comprimento, de coloração amarelada.
Fruto elipsóide-oblongo ou, ocasionalmente, globoso-oblongo,
castanho-avermelhado, de superfície revestida por escamas
córneas brilhantes, com 3,7 a 5,3 cm de comprimento e 3 a 5,2
cm de diâmetro. Polpa marcadamente amarela. Semente oval dura
e amêndoa comestível.
Habitat: solos alagados, igapós, beira de rios e igarapés e
veredas dos cerrados, onde formam grandes concentrações.
Propagação: sementes
Utilidade: da polpa prepara-se doces, raspas de buriti, paçoca. A
polpa também pode ser congelada e conservada por mais de ano,
sendo utilizada praticamente da mesma forma que a polpa fresca.
Com ela produzem-se, hoje em dia, diferentes tipos de sorvetes,
cremes, geléias, licores e vitaminas de sabores exóticos e alta
concentração de vitamina C, invenções e descobertas modernas.
Da polpa também se extrai um óleo de cor vermelho-sangüínea
utilizado contra queimaduras, de efeito aliviador e cicatrizante.
Esse mesmo óleo é comestível, apresentando altos teores de
vitamina A. Também comestível e, dizem, saboroso, é o palmito
extraído do broto terminal da planta. Com as folhas crescidas - ou
"palhas", como diz o homem regional -, com suas fibras e com
seus brotos, pode-se fazer de tudo: a caroça de vedar chuva, o
tapiti de espremer massa de mandioca, o paneiro de empaiolar
farinha, uma gradação de balaios, esteiras, mantas, redes de
dormir, cordas, abanos e chiconãs de carregar galinha. O estipe
fornece, por incisão, um líquido adocicado e agradável com o
qual se mata a sede. Fermentado, esse mesmo líquido se
transforma em uma bebida conhecida por "vinho de buriti". A
farinha de buriti, produzida a partir da parte interna do estipe da
palmeira. O fruto é muito apreciado pela fauna integrando a dieta
de mamíferos como a cutia, a capivara e a anta, e de aves como
a arara. Da madeira produz-se tradicionais caixinhas de delicada marcenaria que embalam os tradicionais doces
vendidos nas feiras regionais. Moderadamente pesada e dura, também é empregada em construções rurais e
ranchos rústicos. O tronco rachado ao meio é muito utilizado na construção de calhas para bicas d'água. A
palmeira pode ser utilizada em paisagismo.
Florescimento: dezembro a abril
Frutificação: dezembro a julho