PEIXES BRUNA DANILLO EDUARDO FERNANDO GISELE LUCAS
Os peixes representam a maior classe em número de espécies conhecidas entre os vertebrados. Acredita-se que os peixes tenham surgido por volta de 45 milhões de anos atrás. Mas como eles se distribuem pelo planeta? Os peixes ocupam as águas salgadas dos mares e oceanos e as águas doces dos rios , lagos e açudes . Nesse grupo, existem cerca de 24 mil espécies, das quais mais da metade vive em água salgada. O tamanho médio dos peixes pode variar de um centímetro a até cerca de 18 metros. Provavelmente , foram os primeiros vertebrados a surgir na Terra, e eram pequenos, sem mandíbula, tinham coluna vertebral cartilaginosa e uma carapaça revestindo seus corpos. Na evolução, houve uma série de adaptações que representaram aos peixes melhores condições de sobrevivência em seu habitat - não ter couraça pesada, ser nadadores velozes, ter mandíbulas e poder morder . Antes limitados à filtração de partículas nutritivas suspensas na água ou depositadas no fundo e sendo presas de alguns tipos de invertebrados, os peixes tornaram-se também eficientes predadores. Desde que surgiram, já ocupavam com sucesso os ambientes aquáticos salgado e doce, e continuam assim até hoje.
CARACTERÍSTICAS QUE FAVORECEM A VIDA NA ÁGUA Os peixes apresentam várias características que favorecem o desempenho de suas atividades no ambiente em que vivem. Entre elas, destacam-se: Corpo com formato, em geral, hidrodinâmico, isto é, achatado lateralmente e alongado , o que favorece seu deslocamento na água; Presença de nadadeiras , estruturas de locomoção que, quanto à localização, podem ser peitorais, ventrais, dorsais, caudais e anais; Corpo geralmente recoberto por escamas lisas , cuja organização diminui o atrito com a água enquanto o animal se desloca; além disso , a pele é dotada de glândulas produtoras de muco , o que também contribui para diminuir o atrito com a água; Musculatura do tronco segmentada , o que permite a realização de movimentos ondulatórios.
ANATOMIA – PEIXE COMUM (ÓSSEO) A B C D E F G H I L M N O P Q R S T U V LEGENDA A - Nadadeira dorsal; B - Raios da nadadeira ; C - Linha Lateral; D - Rim; E - Bexiga; F - Aparelho de Weber; G - Ouvido interno; H - Cérebro; I - Narinas; L - Olhos; M - Guelra N - Coração; O - Estômago; P - Vesícula Biliar; Q - Baço; R - Órgãos sexuais internos; S - Nadadeira ventral; T - Coluna; U - Nadadeira anal; V - Nadadeira caudal.
ANATOMIA – TUBARÃO ( PEIXE CARTILAGINOSO )
RESPIRAÇÃO E CIRCULAÇÃO DE SANGUE A maioria dos peixes respira por meio de brânquias , também conhecidas como guelras. A água entra continuamente pela boca do peixe, banha as brânquias e sai pelas aberturas existentes de cada lado da cabeça. Nas brânquias, onde existem muitos vasos sanguíneos, o gás oxigênio dissolvido na água passa para o sangue. Ao mesmo tempo, o gás carbônico que se forma no organismo do animal e que está no sangue passa para a água, sendo eliminado do corpo. O coração dos peixes tem duas cavidades um átrio e um ventrículo - e por ele circula apenas sangue não-oxigenado. Depois de passar pelo coração, o sangue não oxigenado vai para uma artéria e dai para as brânquias, onde recebe gás oxigênio. A seguir, esse sangue, agora oxigenado, é distribuído para todos os órgãos do corpo do animal.
ALIMENTAÇÃO E DIGESTÃO Alguns peixes são herbívoros , alimentando-se principalmente de algas. Outros são carnívoros , e alimentam-se de outros peixes e de animais diversos, como moluscos e crustáceos. Nas zonas abissais - os grandes abismos oceânicos, destituídos de luz -, onde os seres fotossintetizantes não sobrevivem, há muitos peixes detritívoros , que se alimentam de restos orgânicos oriundos da superfície iluminada, e também peixes carnívoros. O sistema digestório dos peixes é constituído de boca, faringe, esôfago, estômago e intestino, além de glândulas anexas, como o fígado e o pâncreas.
Os peixes têm vários órgãos dos sentidos: Bolsa olfatória - São formadas por células localizadas nas narinas e associadas à percepção de cheiros das substâncias dissolvidas na água. O sentido do olfato dos peixes é geralmente muito aguçado. O tubarão, por exemplo, pode "farejar" sangue fresco a dezenas de metros de distância . Olhos - Permitem formar imagens nítidas a curta distância. A distâncias maiores, percebem apenas objetos em movimento na superfície da água. Alguns peixes têm percepção das cores e outros não. Os tubarões e as raias (também conhecidas como arraias), por exemplo, não distinguem cores. Os olhos são geralmente grandes e não possuem pálpebras nem glândulas lacrimais. Linha lateral - É formada por uma fileira de poros situada de cada lado do corpo, com ramificações na cabeça. Os poros comunicam-se com um canal localizado sob as escamas, no qual existem células sensoriais. Por meio das células sensoriais, o peixe percebe as diferenças de pressão da água, que aumenta gradativamente com a profundidade. Percebe também correntes e vibrações na água, detectando a presença de uma presa, de um predador ou os movimentos de outros peixes que estão nadando ao seu lado, o que é muito importante para as viagens em cardumes. Percebe, ainda, a direção dos movimentos da água, o que facilita sua locomoção na escuridão ou em águas turvas. OS SENTIDOS
A TEMPERATURA CORPORAL Os peixes são animais pecilotérmicos . Isso significa que a temperatura do seu corpo varia de acordo com a do ambiente. A temperatura do corpo dos peixes em geral mantém-se mais ou menos próxima à temperatura ambiental. CLASSIFICAÇÃO Existem duas classes de peixes: a classe dos condrictes (do grego khondros : 'cartilagem'; e ichthyes : 'peixe'), ou peixes cartilaginosos, e a classe dos osteíctes (do grego osteon : 'osso'), ou peixes ósseos. Os peixes ósseos são os mais abundantes em número de espécies conhecidas, representando cerca de 95% do total dessas espécies. Existem várias diferenças entre os peixes cartilaginosos e os ósseos.
OS PEIXES CARTILAGINOSOS Os peixes cartilaginosos, como o tubarão e a raia, vivem principalmente em água salgada. Mas algumas espécies de raia vivem em água doce. Entre as características dos peixes cartilaginosos, podemos considerar: Esqueleto cartilaginoso e relativamente leve; P resença de cinco pares de fendas branquiais e um orifício chamado espiráculo , por onde entra a água e banha as brânquias; Boca localizada ventralmente e intestino terminando em uma espécie de bolsa chamada cloaca - nela, convergem os dutos finais do sistema digestório, urinário e genital.
OS PEIXES ÓSSEOS Os peixes ósseos são abundantes tanto em água salgada (tainhas, robalos, cavalos-marinhos, pescadas, etc.) como em água doce (lambaris, dourados, pintados, pacus, acarás-bandeiras, etc.). Vamos considerar algumas características dos peixes ósseos: esqueleto predominantemente ósseo ; presença de quatro pares de fendas branquiais e ausência de espiráculo , brânquias protegidas por uma estrutura denominada opérculo ; boca localizada na região anterior e intestino terminado no ânus, não há cloaca; presença, em muitas espécies, de uma vesícula armazenadora de gases chamada bexiga natatória ou vesícula gasosa.
REPRODUÇÃO DOS PEIXES A maioria dos peixes ósseos apresenta fecundação externa: a fêmea e o macho liberam seus gametas na água. Após a fecundação do óvulo por um espermatozoide, forma-se o zigoto. Em muitas espécies de peixes ósseos, o desenvolvimento é indireto, com larvas chamadas alevinos. Nos peixes cartilaginosos, a fecundação é geralmente interna: o macho introduz seus espermatozoides no corpo da fêmea, onde os óvulos são fecundados. O desenvolvimento é direto: os ovos dão origem a filhotes que já nascem com o aspecto geral de um adulto, apenas menores. O peixe Paulistinha na fase larval (acima) e na fase adulta (ao lado); espécie é muito usada em pesquisa biomédica