a musculatura abdominal esteja tensionada e contraída, mas o enfoque de
força não deve se voltar para o abdome, e sim para os membros inferiores.
Desse modo, é possível sentir na pele que algumas musculaturas devem
manter certa tensão durante os movimentos enquanto outras ganham atenção
principal, realmente fazendo força, uma vez que estão expostas a um esforço
mais signifi cativo (SILER, 2008).
É importante destacar que, embora os aparelhos às vezes possam ser um
dificultador, também podem auxiliar o movimento. Quando o Pilates é rea-
lizado no solo, o único auxílio são os próprios músculos, o que pode exigir
mais do praticante, principalmente dos iniciantes. Tradicionalmente, o Pilates
solo não usa equipamentos, mas vertentes mais contemporâneas utilizam
equipamentos como bolas e faixas elásticas nesse trabalho.
Pilates com aparelhos
Nessa submodalidade, são utilizados aparelhos como o Reformer e o
Cadillac (que estudaremos adiante), ampliando bastante tanto o leque de
movimentos quanto suas intensidades, uma vez que os aparelhos, conforme
explicado anteriormente, podem facilitar (deixar mais leve) ou difi cultar
(deixar mais pesada) a execução dos movimentos. Isso se deve às molas,
que geram tensão e podem atuar a favor ou contra o movimento. Como
a tensão de uma mola aumenta em proporção direta com sua distensão
linear, em um exercício cuja fase concêntrica ocorre no momento de maior
extensão da mola, a tensão aumentará ao longo do movimento, exigindo
que a musculatura faça mais força. Já se fase concêntrica do movimento
ocorrer quando a mola volta à sua forma original, isso facilitará o movi-
mento, uma vez que o movimento natural dela é fi car encurtada. Isso torna
o sistema de cargas dos aparelhos do Pilates muito inconstante, podendo ser
usadas combinações de diferentes molas, cada qual com tensões específi cas
(PANELLI; MARCO, 2016).
Vale ressaltar que ambos estilos — solo e com aparelhos — são validados
e reconhecidos como pertencentes do método Pilates, não sendo possível
dizer que um é melhor do que o outro, uma vez que ambos podem e devem
ser utilizados dentro da mesma aula, mesclando estímulos e tornando a aula
mais dinâmica e desafiadora.
3Pilates: fundamentos da prática