Poesia 2ª fase modernista

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A Poesia da segunda fase modernista


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MODERNISMO 2ª FASE POESIA PROFESSORA LUCIENE GOMES

Os ombros suportam o mundo Carlos Drummond de Andrade Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus. Tempo de absoluta depuração. Tempo em que não se diz mais: meu amor. Porque o amor resultou inútil. E os olhos não choram. E as mãos tecem apenas o rude trabalho. E o coração está seco. Pouco importa que venha a velhice, que é a velhice? Teus ombros suportam o mundo As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios provam apenas que a vida prossegue e nem todos se libertaram ainda. Alguns, achando bárbaro o espetáculo prefeririam (os delicados) morrer. Chegou um tempo em que não adianta morrer.

ANOS 30 - 40

Segunda geração modernista 1930/1945 Principais autores: Na poesia: Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes , Cecília Meireles , Murilo Mendes , Jorge Lima . Na prosa: Jorge Amado , José Lins do Rego e Graciliano Ramos , Rachel de Queirós

POESIA - Características Período de intensa criatividade; Incorporou as conquistas da geração de 22; O verso livre, a liberdade temática, introdução do coloquial e do irônico; Abandono do espírito demolidor; Poesia lírica – preocupação com a forma; Universalismo; Religiosidade; Espiritualismo; Temas sociais.

Características de Carlos Drummond de Andrade (1893-1953) Multiplicidade de temas: Infância – Itabira; O cotidiano; Influência da 1ª fase: paródia, a auto-ironia (O Guauche ), autoconhecimento(Poema de sete faces);

Poeta social: Preocupação com a realidade e com o homem de seu tempo; “Mãos Dadas”, “E agora, José?” Guerra; “Visão 1944” Metafísica: o ser humano e sua essência. “Claro Enigma”, “Sentimentos do Mundo” “No Meio do Caminho ” Metalinguagem; “Procura da Poesia” Amor (reflexão sobre o sentimento); “O Mundo é Grande”, “Quadrilha”

Poema de 7 faces Quando nasci, um anjo torto desses que vivem na sombra disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida As casas espiam os homens que correm atrás de mulheres. A tarde talvez fosse azul, não houvesse tantos desejos. O bonde passa cheio de pernas: pernas brancas pretas amarelas. Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração. Porém meus olhos não perguntam nada.

O homem atrás do bigode é sério, simples e forte. Quase não conversa. Tem poucos, raros amigos o homem atrás dos óculos e do bigode . Meu Deus, por que me abandonaste se sabias que eu não era Deus se sabias que eu era fraco. Mundo mundo vasto mundo, se eu me chamasse Raimundo seria uma rima, não seria uma solução. Mundo mundo vasto mundo, mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizer mas essa lua mas esse conhaque botam a gente comovido como o diabo.

Quadrilha João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para o Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história.

Procura da Poesia Não faças versos sobre acontecimentos. Não há criação nem morte perante a poesia. Diante dela, a vida é um sol estático, não aquece nem ilumina. As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam. Não faças poesia com o corpo, esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.

Características – Cecília Meireles(1901-1964) Poesia intimista; Neosimbolista (musicalidade, misticismo, sensações abstratas) – “Retrato” Solidão, morte – “Aqui está minha vida” Poesia tradicional; Universalismo(a solidão, o tempo, a efemeridade da vida) – “Motivo” Poesia Histórica - “Romanceiro da Inconfidência”

Motivo Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa. Não sou alegre nem sou triste: sou poeta. Irmão das coisas fugidias, não sinto gozo nem tormento. Atravesso noites e dias no vento. Se desmorono ou se edifico, se permaneço ou me desfaço, — não sei, não sei. Não sei se fico ou passo. Sei que canto. E a canção é tudo. Tem sangue eterno a asa ritmada. E um dia sei que estarei mudo: — mais nada.

De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma E das mãos espalmadas fez-se o espanto. De repente da calma fez-se o vento Que dos olhos desfez a última chama E da paixão fez-se o pressentimento E do momento imóvel fez-se o drama. De repente, não mais que de repente Fez-se de triste o que se fez amante E de sozinho o que se fez contente. Fez-se do amigo próximo o distante Fez-se da vida uma aventura errante De repente, não mais que de repente.

Características – Vinícius de Moraes (1913-1980) Reflexão sobre o sentido de estar no mundo; Versos com estrutura sintática mais elaborada; Foco no contexto político; Renovação da linguagem – poemas de forma livre e de forma fixa.

1ª FASE Neosimbolista : poesia mística(culpa, pecado, alma) “O Caminho para a Distância”(1932) “Tom e Exêgese ” (1935) “Novos Poemas” (1938)

2ª FASE Sensualidade – “Soneto de Devoção” Celebração da mulher – “Receita de mulher” Aspecto social - “Rosa de Hiroshima” Participação na Bossa Nova – “Garota de Ipanema” Resgate da forma clássica – o soneto - preocupação com os aspectos sonoros - “Soneto de Fidelidade” “Soneto de Separação” Poesia engajada – “Operário em construção”

Soneto de fidelidade De tudo, ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento E assim quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama  Mas que seja infinito enquanto dure

O poeta diante de Deus Senhor Jesus, o século está pobre. Onde é que vou buscar poesia? Devo despir-me de todos os mantos, os belos mantos que o mundo me deu. Devo despir o manto da poesia. Devo despir o manto mais puro. Senhor Jesus, o século está doente, o século está rico, o século está gordo. Devo despir-me do que é belo, devo despir-me da poesia, devo despir-me do manto mais puro que o tempo me deu , que a vida me dá . (...)
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