POWER POINT de apresentação sobre Saramago

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About This Presentation

Resumo de apresentação sobre Saramago


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bh Letras da A XIV UAST SEMANA DE APRESENTA

PERCUSSO DE COMUNICAÇÃO

BIOGRAFIA José de Sousa Saramago nasceu em Azinhaga, aldeia Golegã , no dia 16 de novembro de 1922. Único escritor de língua portuguesa com um Nobel de Literatura. Devido as dificuldades econômicas, Saramago não frequentou a universidade. Formou-se em escola técnica e seu primeiro emprego foi como serralheiro mecânico. Fascinado pelos livros, visitava, à noite, a Biblioteca Municipal Central/Palácio Galveias .

O preconceito de Eugênio de Andrade: “O espalhafato lusíada confesso que me incomodou. Mais do que um bocadinho. Que diabo, toda a intelectualidade adulta sabe que as decisões de um júri são apenas as decisões de homens falíveis. (...) São homens e, como homens, são sujeitos a lobbies, interesses, limites de conhecimento, preconceitos e ocasionais lapsos de juízo crítico. (...) errare humanum est, mas errar à escala a que os júris do Nobel têm errado é digno de mais que algum espanto”.

BIOGRAFIA Aos 25 anos publica o primeiro romance, Terra do Pecado (1947) e, dois anos mais tarde, Claraboia . Após 30 anos, regressa a escrita de romance com O manual de pintura e caligrafia (1977) e, em 1980 com a publicação Levantado do Chão , alcança o reconhecimento como autor. Em 1998 ganha o Nobel de literatura e, em 29 de Junho de 2007, cria a fundação José Saramago para a defesa e difusão da Declaração Universal dos Direitos Humanos e dos problemas do meio ambiente.

A escrita saramaguiana

A escrita saramaguiana

A crônica Saramaguiana

A crônica Saramaguiana Intertextualidade Atemporalidade Individualidade/ Confronto Narrativa Pobreza/ Desumanização Descrição

O ROMANCE SaramaguianO

INAUGURADO POR SCOTT Em Portugal: Romantismo de Garret e Herculano Brasil: Paulo Setúbal, José de Alencar, A – traçam grandes painéis históricos, abarcando determinada época e acontecimentos; B – Procedimentos típicos da escrita da História: temporalidade cronológica dos acontecimentos; C – Valem-se de personagens fictícias para a análise que dos acontecimentos históricos; D – As personalidades históricas são citadas ou integram o pano de fundo das narrativas; E – Os dados e detalhes históricos são utilizados com o intuito de conferir veracidade à narrativa, tornando-a incontestável; F – Narrador presentificado e, em geral, em 3ª pessoa: simulação de distanciamento e imparcialidade. MARCAS DO ROMANCE HISTÓRICO

MARCAS DO NOVO ROMANCE HISTÓRIC A – consciência da impossibilidade de determinar a verdade histórica; B – concepção de que a História é imprevisível, opondo-se a um caráter cíclico; C – consciente distorção da história por meio de omissões, exageros e anacronismos, ruptura da linearidade; D – utilização de personagens históricos como protagonistas das narrativas; E – caráter metaficcional do narrador sobre seu processo de criação; F – natureza intertextual, à medida que o romance é construído como um mosaico de citações; G – paródico em relação a outros textos que tenham abordado ou não os mesmos fatos - CARNAVAL.

O ROMANCE SARAMAGUIAno

OPOSIÇÕES CASAL REAL X CASAL FICCIONAL PROCRIAÇÃO X PROCRIAÇÃO RELIGIÃO X MAGIA REALIDADE X UTOPIA CONVENTO X PASSAROLA

O ROMANCE SARAMAGUIAno

O ROMANCE SARAMAGUIAno O sol mostra-se num dos cantos superiores do retângulo, o que se encontra à esquerda de quem olha, representando, o astro-rei, uma cabeça de homem doente jorram raios de aguda luz e sinuosas labaredas, tal uma rosa-dos-ventos indecisa sobre a direção dos lugares para onde quer apontar, e essa cabeça tem um rosto que chora, crispado de uma dor que não remite, lançando pela boca aberta um grito que não podemos ouvir, pois nenhuma destas coisas é real, o que temos diante de nós é papel e tinta, mais nada. (Saramago, 1991, p. 7 ) Por baixo do sol vemos um homem nu atado a um tronco de árvore, cingidos os rins por um pano que lhe cobre as partes a que chamamos pudentas ou vergonhosas, e os pés tem-nos assentes no que resta de um ramo lateral cortado, porém, por maior firmeza, para que não resvalem desse suporte natural, dois pregos os mantêm, cravados fundo Pela expressão da cara, que é de inspirado sofrimento, e pela direção do olhar, erguido para o alto, deve de ser o Bom Ladrão . O cabelo, todo aos caracóis, é outro indício que não engana, sabendo-se que anjos e arcanjos assim o usam, e o criminoso arrependido, pelas mostras, já está no caminho de acender ao mundo das celestiais criaturas (Saramago, 1991, p. 7 )

O ROMANCE SARAMAGUIAno Um homem de barba comprida, vestido de ricas, folgadas e abundantes roupas, que, tend o embora levantada a cabeça, não é para céu que olha. [...] ora, este José de Arimateia é aquele bondoso e abastado homem que ofereceu os préstimos de um túmulo seu para nele ser depositado o corpo principal, mas a generosidade não lhe servirá de muito na hora das santificações, sequer das beatificações, pois não tem, a envolver-lhe a cabeça, mais do que o turbante com que sai à rua todos os dias (Saramago, 1991, p. 8 ) Ao contrário desta mulher que aqui vai vemos em plano próximo, de cabelo soltos sobre o dorso curvo e dobrado, mas toucada com a glória suprema duma auréola, no seu caso recortada como um bordado doméstico. [...] De certeza que a mulher ajoelhada se chama Maria, que a mencionada Madalena é este precisamente, porquanto só uma pessoa como ela, de dissoluto passado, teria ousado apresentar-se, na hora trágica, com um decote tão aberto, e um corpete de tal maneira justo que lhe faz subir e alterar a redondez dos seios, razão por que, inevitavelmente, está atraindo e retendo a mirada sôfrega dos homens que passam, com grava dano das almas, assim arrastadas à perdição pelo infame corpo. (Saramago, 1991, p. 8 )

O ROMANCE SARAMAGUIAno Reclinada sobre o seu lado esquerdo, apoia o antebraço na coxa de uma outra mulher, também ajoelhada, também Maria de seu nome, e afinal, apesar de não lhe podemos ver nem fantasiar o decote, talvez verdadeira Madalena. Ta l como a primeira desta trindade de mulheres, mostra os longos cabelos soltos, caídos pelas costas, mas estes têm todo o ar de serem louros, se não foi pura causalidade a diferença do traço, mais leve neste caso e deixando espaços vazios no sentido das madeixas, o que, obviamente, serviu ao gravador para aclarar o tom geral da cabeleira representada. (Saramago, 1991, p. 10 ) Maria quarta, de pé, meio levantadas as mãos, em piedosa demonstração, mas de olhar vago, fazendo companhia, nesta lado da gravura, a um homem novo, pouco mais que adolescente, que de modo amaneirado a perna esquerda flecte, assim, pelo joelho, enquanto a mão direita, aberta, exibe, numa atitude afectada e teatral, o grupo de mulheres a quem coube representar, no chão, a acção dramática. Tal como José, também esconde com o corpo o pé desta outra árvore. (Saramago, 1991, p. 10 )

O ROMANCE SARAMAGUIAno Lá em cima, no lugar dos ninhos, levanta ao ar um segundo homem nu, atado e pregado como o primeiro, mas este é de cabelos lisos, deixa pender a cabeça para olhar, se ainda pode, o chão, e a sua cara, magra e esquálida, dá pena, ao contrário do ladrão do outro lado, que mesmo no transe final, de sofrimento agónico, ainda tem valor para mostrar-nos. [...] Magro, de cabelos lisos, de cabeça caída para a terra que o há-de comer, duas vezes condenado, à morte e ao inferno, este mísero despojo só pode ser o Mau Ladrão. (Saramago, 1991, p. 11 ) Por cima dele, também chorando e clamando como o sol que em frente está, vemos a lua em figura de mulher, com uma incongruente argola a enfeitar-lhe a orelha, licença que nenhum artista ou poeta se terá permitido antes e é duvidoso que se tenha permitido depois. (Saramago, 1991, p. 11 )

CONSIDERAÇÕES N enhuma destas coisas é real, o que temos diante de nós é papel e tinta, mais nada. (Saramago, 1991, p. 7 )

REFÊRENCIAS CLÜVER, Claus. Quotation , Enargeia , and the Functions of Ekphrasis . In: ROBILLARD, Valerie; JONGENEEL, Els (Ed.). Pictures into Words: Theoretical and Descriptive Approaches to Ekphrasis . Amsterdam: VU University Press, 1998. p. 35-52. HEFFERNAN, James A. W. Museum of Words: the Poetics of Ekphrasis from Homer to Ashbery . Chicago: University of Chicago Press, 1993. LESSING, G. E. Laocoonte ou sobre as fronteiras da pintura e da poesia: com esclarecimentos ocasionais sobre diferentes pontos da história da arte antiga . Introdução, tradução e notas Márcio Seligmann-Silva. São Paulo: Iluminuras, 1998. SARAMAGO, José. Ensaio sobre a cegueira . São Paulo: Companhia das Letras, 1995. ________________. O evangelho segundo jesus cristo. São Paulo: Companhia das Letras, 1991. RODOLPHO, Melina. Écfrase e evidência nas letras latinas: doutrina e práxis. São Paulo: Humanitas, 2012. (Letras Clássicas). VIEIRA, Miriam. Dimensões da écfrase (manuscrito): a presença da pintura e da arquitetura em romances de artistas . Belo Horizonte: UFMG, 2016.