Formaç ã o d e p a lavras No poema ao lado, o poeta usa duas palavras q u e nã o e xi s t e m n o dicionári o : virt u r r eal e espolho. No contexto do poema, há uma fusão d e qu a t r o pal a v r a s : virt u al, r eal, es pe lh o e olho. O eu-lírico encontra-se diante do espelho e questiona-se sobre o que é real e o que é virtual, dando a entender que talvez o espelho seja ele próprio, seja seu olho que espelha a imagem real. A fusão dessas palavras gera outras duas palavras. Esse processo recebe o nome de NEOLOGISMO e será estudado também nesta aula. Olho no espelho Espelh o no olho Busco o vi r turreal Nu m espolho Luis Brandão
Processo s d e formaç ã o d e p alavras Os processos mais comuns de formação de palavras são a derivação a composição, a abreviação vocabular, a sigla, o hibridismo, a onomatopeia, o neologismo, o estrangeirismo e as palavras-valise.
Palavr a primitiv a e palavr a derivada Entende-se por palavra primitiva aquela que dá origem a outras palavras, mas que ela própria não vem de nenhuma outra na língua. Ex.: Claro Esclarecer, clarificar, clareza, claridade, clarão.
Palavr a primitiv a e palavr a derivada Já a palavra derivada é aquela que foi originada a partir da palavra primitiva. E x. : F el i z i n f el i z , f el i zme n t e, f el i cidade, infelizmente, felizaço.
Derivação Derivação é o nome que se dá ao processo que tem como característica o acréscimo de afixos a um radical. Esses afixos trazem consigo características semânticas que complementam ou modificam o sentido do radical. Os tipos de derivação estudados em português são: prefixal, sufixal, prefixal e sufixal, parassintética, regressiva e imprópria.
Derivação
Deriva ç ão po r prefixação Ocorre quando ao radical é adicionado um prefixo. Vale lembrar que o prefixo é uma palavra que só existe quando colocada junto ao radical. Assim: Pseudo intelectual, supra ssumo, in oxidável, inter estelar, poli clínica, entre outras, são palavras que tem prefixos os quais modificam o sentido do radical.
Deriva ç ão po r sufixaç ã o Semelhante à prefixação, a sufixação ocorre também com o acréscimo de uma “palavra” (a qual sozinha não significa) ao radical. Desse modo: Anarqu ismo , esquizofrên ico , oligo pólio , fact oide , entre outras, são palavras que usam desse recurso para modificar o radical.
Deriva ç ão para s sintéti c a Entende-se por derivação parassintética aquela em que se coloca simultaneamente o prefixo e o sufixo junto ao radical, de modo que se se colocar somente um deles, a palavra não exista. Ex.: En louqu ecer , en raivec ido , a manh ecer , des pedaç ar
Derivação por prefixação e sufixação Di f e r e nt e m e nt e parassintética, d o qu e o c or r e na aqui é possí v el que a palavra exista sem um dos afixos. Ex. : i n f eli z me n t e , des lea l dad e , re abasteci mento , in dispensá vel .
Esse tipo de derivação acontece quando a palavra primitiva perde sua parte final e uma palavra surge dela. Ex.: pneu (de pneumático), zoo (de zoológico), janta (de jantar), barraco (de barracão), motora (de motorista), portuga (de português). É válido destacar que muitos substantivos são formados a partir de seus verbos correspondentes, ocorrendo o mesmo processo de derivação. Nesses casos, chamam-se de deverbiais os substantivos formados por derivação regressiva de seus verbos. E x s.: usa r – us o ; v ol t ar – v ol t a ; c u s t ar – c u st o ; beij a r – beijo ; demo r ar – demora. Deriva ç ão regressiva
Deriva ç ão imprópria Nesse tipo de derivação, usa-se uma palavra pertencente a uma classe gramatical para empregá-la como outra. Ex.: Ela tinha um olhar cândido (verbo – substantivo) Não quero ouvir um pio (onomatopeia – substantivo) Ao discursar, fale mais claro (adjetivo – advérbio) Quando ela chu t o u a c ade i r a, f o i um a i- ai-ai só (interjeição – substantivo).
Composição P o r ju s t aposi ç ã o : o s t e r mos qu e c om p õe m a pal a v r a mantêm-se com todas as letras. Ex.: para-raios, guarda-chuva, beija-flor, olho-de-sogra P o r agluti n a ç ã o : o s t erm o s pe r de m al g uma(s ) l e t r as no processo ou modificam-se foneticamente. Ex.: Pern(i)longo, boquiaberto, planalto, pontiagudo.
Hibridismo Ocorre quando a composição se dá com termos que têm origem em línguas diferentes. televisão Ex.: soci o log i a ( la t i m+g r e g o ), au t om ó v el ( g r e g o + l a t i m ), (grego+latim). Onomatopeia É uma aproximação com sons de animais, objetos ou coisas. Ex.: ti-ti-ti, toc-toc, au-au, pow, cof-cof, bang, miau etc.
Siglagem É o processo de derivação em que se usa as iniciais de um extenso nome com o intuito de torná-lo mais conciso. Ex.: PSOL, CIA, FBI, CPF, LGBT+, CNPq etc. Ela s p o de m se r sig n if i ca ti v as, e, por t a nt o , nã o se r em f o r madas apenas por suas iniciais. Ex.: CA D A (Cas a d e A po i o ao Doe n t e d e AI D S ) ; A MA ( A s si s t ênc i a Médica Ambulatorial). P o de m t a m b ém t er de r i v a ç õe s a part i r de l as, co m o o c or r e c om peemedebista, petista, cutista.
Neolo g ismo Entende-se o neologismo como sendo uma palavra que não está registrada no VOLP (Vocabulário Oficial da Língua Portuguesa), e que portanto pode ser considerado tanto um equívoco linguístico como uma licença poética. Ex.: “Há o hipotrélico” – G. Rosa. O termo junta o prefixo hipo- , o qual significa pouco e junta com – trélico , palavra formada a partir de trela , que significa conversa. O sufixo – ico indica adjetivo, qualificação. Assim, hipotrélico é o mesmo que “de pouca conversa”.
Estrangeirismo O c or r e semp r e qu e u m a pa l a v r a d e l í ngu a e s t r an g e i r a pass a a integrar o vocabulário do português. Ex.: Espagu e t e, abaju r , de l e t a r , s h o w , a ç ougu e , las a n h a, e s t r e sse, garçom, baunilha, cantina, bife. Palavras-valise Combinação de duas palavras, sendo ao menos uma delas reduzida, formando um novo vocábulo que una os significados anteriores Ex.: c ho c o t on e (cho c ol at e + p a n e t on e), man i f e s t o c hes (manifestantes + fantoches), crossfat (crossfit + fat)