Processo psicológico básico: Atenção/concentração.
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Processo psicológico básico: Atenção/concentração.
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PROCESSOS PSICOLÓGICOS BÁSICOS I ATENÇÃO Profª Msc . Giedra Marinho
A atenção é uma função crucial que permite a interação eficaz do indivíduo com seu meio ambiente, além de subsidiar a organização dos processos mentais. Com a atenção nós podemos selecionar qual estímulo será analisado em detalhes e qual será levado em consideração para guiar nosso comportamento. Compreendendo os Mecanismos Atencionais (Ricardo Franco de Lima) Rev. Ciências e Cognição, 2005 (vol 6)
ATENÇÃO A atenção tem papel primordial em nosso cotidiano. Nossas atividades mentais ocorrem no contexto de ambientes repletos de estímulos, relevantes ou não, que se sucedem de modo ininterrupto. Os estímulos que nos cercam (olfatórios, visuais, auditivos, etc) devem ser selecionados de acordo com os objetivos pretendidos, conscientes ou não. Uma das características da atenção é a dependência do interesse e da necessidade em relação à tarefa em questão . Há queixas frequentes em relação à atenção, como “ele só presta atenção no que tem interesse”.
Segundo Nahas e Xavier (2005), a atenção corresponde a um conjunto de processos que levam à seleção ou a priorização no processamento de certas categorias de informação, isto é, atenção“ é o termo que refere-se aos mecanismos pelos quais se dá a seleção” Podemos atender tanto ao ambiente externo (objetos, locais) quanto ao interno (pensamentos, memória). Mas a maioria da literatura se refere, na maioria das vezes, ao ambiente externo. Um exemplo que podemos utilizar é um ambiente barulhento, onde podemos encontrar uma grande quantidade de estímulos sensoriais. Uma pessoa é capaz de selecionar um pequeno subconjunto de estímulos para processamento preferencial, pelo direcionamento da atenção para estes estímulos. (ex. pag. seguinte)
D e fini ç ã o : O que se entende por atenção compreende aspectos cognitivos diferentes que podem exigir tarefas específicas para sua avaliação. Pode ser considerada por alguns autores como função executiva, mas há muitas dificuldades e controvérsias em sua definição. Isso acontece por causa do impasse que as teorias psicológicas trazem em relação à atuação e a função da atenção.
Estévez –González et all (1997, apud Nahas e Xavier, 2004) defenderam que “ a complexidade conceitual, neuroanatômica e neurofuncional da atenção faz com que ela não possa ser reduzida a uma simples definição, nem estar ligada a uma única estrutura anatômica ou explorada com um único teste” . Também destacaram o aspecto seletivo da atenção: “O indivíduo é bombardeado durante a vigília por sinais sensoriais provenientes do exterior e do interior do organismo; a quantidade de informação aferente [que conduz um impulso a um centro nervoso] excede a capacidade de nosso sistema para processá-la em paralelo, de modo que se faz necessário um mecanismo neuronal que regule e focalize o organismo, selecionando e organizando a percepção e permitindo que um estímulo possa dar lugar a um ‘impacto’, ou seja, que possa desenvolver um processo neural eletroquímico. Esse mecanismo neuronal é a atenção...”
De todas as funções cognitivas a atenção é a que provavelmente mais frequentemente se torna comprometida quando se consideram lesões cerebrais como um todo, independente de sua localização. Os conceitos de atenção geralmente confunde-se com conceitos de consciência, motivação, interesse e afeto. Vários são os aspectos da atenção que devem ser investigados, por exemplo, em uma avaliação neuropsicológica (Lezak, 1995 apud Araújo, 2004): Amplitude Sustentação S el e ti v id a de Alternância de Conceitos Tempo de reação Rastreamento
Muitos autores definem a atenção a partir de sua classificação. Neste sentido, a maioria concorda que existe três formas básicas de atenção: Vigilância ou atenção sustentada Atenção Dividida (ao mesmo tempo, para dois ou mais estímulos diferentes) Atenção Seletiva Há ainda quem fale sobre a atenção alternada como sinônimo da dividida e há os que defendem que ela é uma outra característica da atenção
A m p li t u d e : É a avaliação da quantidade máxima de elementos que o examinando é capaz de armazenar com uma única apresentação desses elementos. Um teste muito utilizado para essa investigação é o spam de dígitos, onde o examinador diz sequências gradativamente maiores de dígitos, sem a possibilidade de repetição, até que o examinando não consiga repetir corretamente duas sequências do mesmo tamanho. Rastream ento : Capacidade de apreender um determinado estímulo e transformá-lo, emitindo conteúdo diferente daquele apreendido. Ex. repetir na ordem inversa uma sequência de dígitos dada pelo examinador. Ele precisa percorrer mentalmente toda a sequência para poder transformá-la. Daí o nome “tracking” (rastreamento).
3 .Sustentação: Capacidade de um sujeito se manter numa mesma tarefa por um período de tempo prolongado. Tarefas para avaliar a sustentação precisam ser prolongadas, geralmente por mais de 5 minutos. 4.Seletividade Capacidade de ignorar estímulos distratores e só responder ao estímulo-alvo ou a seleção de parte dos estímulos disponíveis para processamento enquanto se mantém os demais como desprezados
5.Alternância de conceitos: Capacidade de alternar conceitos sucessivamente, sob pressão de tempo Teste de trilhas
6.Tem po de reação: É o tempo que o examinando leva desde a percepção do estímulo até emitir uma resposta motora ao estímulo. A velocidade de processamento está diretamente relacionada com a atenção. Permite avaliar portadores de TDAH. Para avaliação podem ser utilizados testes ou situações de avaliação.
D É F I C I T S A T EN T I V OS E M A N I F E S T A Ç Ã O EM D I F E R EN T E S Q U A D R O S C L Í N I C OS Estados confusionais agudos Alterações do estado mental em que o déficit na ativação tônica é a principal característica. Exs.:TCE’s, Epilepsia, etc Déficit atentivo crônico, com início precoce Comprometimento da vigilância, associada a déficits na memória operacional, sem outras alterações neuropsicológicas importantes.EX.:TDAH Déficit Atentivo associado a lesões secundariamente adquiridas Comprometimento pode ser em todos os aspectos da atenção, na ausência de estado confusional, com outras alterações neuropsicológicas. Ex.:AVC Déficit Atentivo permanente como parte do quadro sindrômico de enfermidade crônica Comprometimento de todos os níveis de atenção. Ex.:Esquizofrenia Déficit Atentivo “funcional” Déficits temporários secundários a cansaço, alterações do sono, pouca motivação ou interesse, uso de substâncias psicoativas, etc
Muir (1996, apud Nahas e Xavier, 2006), Nahas e Xavier (2004) sugerem 3 formas básicas de atenção: Vigilância ou atenção sustentada Atenção Dividida Atenção Seletiva
1 . VIGIL Â NCI A O U A T EN Ç Ã O S U S T E N T A D A : Permite a atenção por tempo prolongado resistindo à fadiga e a outros fatores de distratibilidade. Estado de prontidão para detectar e responder a certas alterações específicas na situação de estímulos. AS tarefas utilizadas para investigar a atenção sustentada geralmente requerem que a atenção seja direcionada para uma fonte de informações, por prolongados períodos de tempo. Se há piora no desempenho ao longo do tempo, há indicação de perda ou instabilidade da concentração, que é um aspecto da atenção. Coull (1998, apud Nahas e Xavier, 2006) sugere que atenção sustentada e vigilância ou alerta são diferentes, apesar de frequentemente serem consideradas sinônimas. Vigilância seria um processamento de longa duração (da ordem de minutos a horas) e a atenção sustentada duraria segundos a minutos.
2. ATENÇÃO DIVIDIDA Refere-se à capacidade de responder concomitantemente a duas ou mais fontes de estimulação, o que pode tanto envolver aspectos temporais quanto temporais. OS testes geralmente investigam o desempenho do sujeito quando colocado para responder a tarefas duplas. Espera-se que haja prejuízo nessas situações, pois haveria divisão dos recursos de processamento (que seriam limitados) para o desempenho das duas tarefas. No entanto, a natureza da divisão não está clara, isto é, não se sabe se ela envolve uma separação dos recursos de processamento de modo que cada um dos subcomponentes resultantes continuem a processar os elementos críticos de cada tarefa em paralelo ou alternativamente, se essa divisão ocorre no tempo. Em caso de alternância, os recursos atencionais seriam destinados ao processamento ora de uma tarefa, ora de outra, alternando-se entre ambas as tarefas.
3 . ATENÇÃO SELETIVA É a capacidade de direcionar a atenção para uma determinada porção do ambiente, enquanto os demais estímulos à sua volta são ignorados. Gray (1982, apud Nahas e Xavier 2005), propôs que a atenção seletiva permite selecionar fontes específicas de informação para checar previsões geradas a partir da memória sobre regularidades passadas do ambiente, sendo, portanto, altamente adaptativa. Tarefas em relação a esse tipo de atenção geralmente avaliam a resistência a algumas formas de distração, requerendo, portanto, a focalização dos recursos de processamento em um número restrito de canais sensoriais.
Coutinho, Matos e Abreu (2010), sugerem 5 aspectos da atenção: 1.Alertness (ou nível de alerta) 2.Seletividade Alternância Divisão 5 .S u s t e n t a ç ã o
1. ALERTNESS É o nível de alerta ou ativação . Foi descrita em termos de 2 mecanismos relativamente distintos. O tônico refere-se a um mecanismo sob controle interno, amplamente fisiológico. Regula a responsividade global à estimulação ambiental, incluindo o ciclo sono-vigília, o nível de vigilância e o potencial para “focalizar”.Corresponde à intensidade em que o indivíduo está acordado, alerta, pronto para emitir uma resposta. A ativação fásica refere-se à modificações momentâneas na responsividade, frequentemente sob controle do meio. Ela “dirige” a atenção para qualquer ponto dos campos interno ou externo. Os demais parâmetros dependem da integridade desses dois mecanismos.
2 . S E L E TIVI D A D E Parâmetro que geralmente é associado à atenção. Ou seja, é a seleção de parte dos estímulos disponíveis para processamento, enquanto se mantém os demais “suspensos”. A importância da seletividade é a necessidade de não se processar tudo aquilo que nos é apresentado nos campos visual ou auditivo, havendo, portanto, necessidade de direcionar o foco para estímulos relevantes. Além dos inúmeros distratores externos, temos ainda a grande quantidade de traços de memória e todos os pensamentos ininterruptamente gerados (distratores internos). Dessa forma, a atenção seletiva refere-se à capacidade de focalizar um estímulo específico em detrimento de distratores.
3 . A L T E R N Â N CI A Capacidade de alternar entre um estímulo ou conjunto de estímulos e outro, ou entre um tipo de tarefa e outra, sucessivamente. 4 . D IVI SÃ O É a capacidade de focar em dois estímulos distintos simultaneamente. A atenção dividida é contestada por alguns autores que sugerem que esta seja apenas uma rápida modificação do foco atencional (atenção alternada), ao passo que outros sugerem que de fato existe a possibilidade de que o foco atencional possa realmente ser dividido entre dois estímulos, conforme demonstrado em estudos recentes de Silva e Ribeiro do Valle (2008).
5 . S U S T E N T A Ç Ã O Corresponde à capacidade de manter o foco atentivo em uma determinada atividade por um tempo mais prolongado com o mesmo padrão de consistência;este aspecto engloba tanto a quantidade de tempo na qual o indivíduo conseguirá manter o foco, como também a consistência de resposta durante este intervalo. Alguns autores consideram-na sinônimo de atenção concentrada .
Bibliografia dessa aula: Ribeiro do Valle, Luiza Helena.;Capovilla, Fernando Cesar. Temas Multidisciplinares de neuropsicologia e aprendizagem. São Paulo: Tecmedd, 2004 Mello, CB;Miranda, MC;Muszkat, M. Neuropsicologia do desenvolvimento:conceitos e abordagens. São Paulo, Memnon, 2005 Andrade, V;Santos, FH;Bueno, OFA. Neuropsicologia Hoje. São Paulo: Artes Médicas, 2004 Malloy-D iniz, Leandro F. Avaliação neuropsicológica. Porto Alegre: Artmed, 2010