Slides sobre projetos de intervenção em saúde, processo de planejamento.
Size: 38 MB
Language: pt
Added: Sep 19, 2025
Slides: 12 pages
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Objetivo da Aula & Retomada Objetivo da Aula Noções básicas do planejamento em saúde no SUS. Relacionar a teoria do Planejamento Estratégico Situacional (PES) com a prática no PAR. Iniciar reflexões para planejamento da intervenção junto ao dispositivo. O que aprendemos até aqui (síntese dos PRIs ) – Reflexões da aula anterior Muitas vezes faltou planejamento e preparo teórico . Houve dificuldade em lidar com imprevistos e com temas delicados. Houve limites na relação universidade ↔ comunidade . Também tivemos aspectos positivos : vínculo com escola e território, metodologias participativas, escuta e diálogo. Esses aprendizados revelam nossa “situação-problema” atual: precisamos planejar melhor para que a intervenção seja consistente.
Planejamento Normativo x Estratégico Planejamento Normativo Linear, técnico, feito de fora para dentro. Pouca ou nenhuma participação da comunidade. Realidade vista como estática. Risco: planos que não dialogam com o território. Planejamento Estratégico (PES) Contínuo, flexível, construído com os atores sociais. Reconhece conflitos, interesses e limitações. Realidade é dinâmica, exige negociação. Foco: planejar com a comunidade , não apenas para ela. No SUS, o que orienta é o Planejamento Estratégico Situacional → o que vamos usar para pensar nossa intervenção.
Planejamento Estratégico Situacional (PES) “O PES utiliza as articulações entre o presente e o futuro e entre o necessário e o possível. Planejar é um processo contínuo e, ainda que existam momentos distintos do planejamento, não há separação rígida entre as etapas , que se interpenetram. Nesse método de planejamento, o diagnóstico, a execução e a avaliação são indissociáveis .” (Ferreira, Da Silva e Miyashiro, 2017, p.44) O PES parte de uma análise situacional que considera como conceitos estruturantes: Ator social: Quem declara o problema e se dispõe a enfrentá-lo Situação: O contexto onde os atores se situam. Problema: Discrepância entre a situação real e a ideal.
Como o SUS organiza o planejamento: a lógica do PlanejaSUS O planejamento no SUS não é uma invenção burocrática , é uma forma de dar coerência e continuidade às ações de saúde. Ele é cíclico : planeja → executa → avalia → replaneja . Ele é participativo e ascendente : começa no município, vai para o estado, chega na União. Tudo isso garante coerência e continuidade : em vez de cada gestor inventar algo a cada ano, existe um ciclo de documentos que amarra a gestão da saúde em todos os níveis. Exemplo: Se a UBS percebe aumento de casos de dengue, isso vai para o Plano Municipal de Saúde , se desdobra em ações anuais no PAS (como mutirões de limpeza e campanhas educativas), e depois aparece no Relatório de Gestão , que avalia se deu certo.
Como o SUS organiza o planejamento: Quais são os instrumentos O PlanejaSUS se expressa em três peças principais : Plano de Saúde (4 anos) : visão de futuro, prioridades maiores. Programação Anual de Saúde (PAS) : detalha o que vai ser feito naquele ano. Relatório de Gestão : mostra o que foi feito, avalia resultados, aponta correções. Essas peças estão ligadas ao orçamento público (PPA, LDO, LOA). Mas, no fim, tudo precisa fazer sentido no território : na UBS, na escola, na comunidade. Exemplo : Se a comunidade escolar aponta problemas de ansiedade nos adolescentes, isso pode aparecer como prioridade no Plano Municipal de Saúde , se transformar em atividade no PAS (como rodas de conversa em escolas) e depois ser registrado no Relatório de Gestão como resultado alcançado.
Como as demandas das comunidades chegam aos planos do SU O PlanejaSUS é pensado para ser ascendente e participativo . Isso significa que as necessidades do território não ficam invisíveis, elas podem — e devem — chegar aos documentos oficiais. O planejamento do SUS é ascendente e participativo Começa no território : UBS, escolas, associações de bairro, grupos comunitários. As necessidades são sistematizadas pelas equipes de saúde e levadas a espaços formais de participação : Conselhos de Saúde (municipal, estadual, nacional). Conferências de Saúde (definem diretrizes e prioridades). A partir daí, entram nos instrumentos do PlanejaSUS : Plano de Saúde (4 anos); Programação Anual de Saúde (PAS) ; Relatório de Gestão . Exemplo : Escola aponta ansiedade dos adolescentes → equipe de saúde registra → Conselho Municipal discute → entra no PAS como ação em saúde mental → aparece depois no Relatório de Gestão .
O PES: os 4 momentos Planejamento Estratégico Situacional (PES) O SUS adota o PES porque a realidade é complexa, conflitiva e dinâmica . Não são “etapas fixas”, mas momentos que se retroalimentam . Os 4 momentos: Explicativo → entender a situação-problema. Ex : aumento da ansiedade nos adolescentes → por quê? excesso de telas, pressões familiares, falta de espaços de lazer? Normativo → definir objetivos. Ex : promover ações educativas sobre bem-estar e uso de telas. Estratégico → analisar viabilidade. Ex : direção apoia? temos transporte/material? quem mais pode se envolver? Tático-operacional → colocar em prática, monitorar, avaliar. Ex : organizar roda de conversa, registrar participação, avaliar impacto.
Ferramentas práticas do PES Ferramentas que ajudam a planejar: Brainstorming – levantar ideias sem censura. Ex : cada grupo lista tudo o que observou como desafio na escola. Matriz GUT – escolher prioridades (Gravidade, Urgência, Tendência). Ex : é mais urgente falar de ansiedade ou de bullying ? O que tem maior impacto? Matriz 5W2H – organizar o plano de ação. O quê? → Roda de conversa sobre telas. Quem? → Grupo X da turma. Quando? → próxima visita. Onde? → sala da escola. Como? → dinâmica com cartazes. Por quê? → apoiar saúde mental dos alunos. Quanto custa? → cartolina, canetas.
Orientações para o Brainstorming O que é Brainstorming? Técnica simples para levantar ideias, sem censura e sem julgamento. Serve para mapear possibilidades e percepções antes de organizar prioridades. Como vamos : Listar todas as ideias que surgirem sobre a escola, respondendo: O que já sabemos sobre os problemas e demandas da escola? Que ideias iniciais podemos levar como proposição? Que perguntas precisamos fazer à direção na visita? Regra do jogo: Ninguém critica ou corta a ideia do colega. Vale escrever tudo que surgir. Depois a gente organiza em conjunto.