Proposta do berçário educação infantil

47,814 views 30 slides Feb 11, 2016
Slide 1
Slide 1 of 30
Slide 1
1
Slide 2
2
Slide 3
3
Slide 4
4
Slide 5
5
Slide 6
6
Slide 7
7
Slide 8
8
Slide 9
9
Slide 10
10
Slide 11
11
Slide 12
12
Slide 13
13
Slide 14
14
Slide 15
15
Slide 16
16
Slide 17
17
Slide 18
18
Slide 19
19
Slide 20
20
Slide 21
21
Slide 22
22
Slide 23
23
Slide 24
24
Slide 25
25
Slide 26
26
Slide 27
27
Slide 28
28
Slide 29
29
Slide 30
30

About This Presentation

Secretaria Municipal de Educação de Marília - SP


Slide Content

 
PREFEITURA MUNICIPAL DE MARÍLIA 
SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO 
Av. Santo Antonio, 2.377 - CEP 17.506-040 - Bairro Somenzari 
Fone (14) 3402-6300 – Marília/SP 
e-mail: [email protected] 
 
 
  
 PROPOSTA CURRICULAR PARA A 
EDUCAÇÃO INFANTIL
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
   
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BERÇÁRIO   
 
 “Educar é crescer. E crescer é viver.  
Educação é, assim, vida no sentido mais autêntico da palavra". 
( Anísio Teixeira ) 
 
 
MARÍLIA/2011 

  1 
 
PROPOSTA CURRICULAR PARA A EDUCAÇÃO 
INFANTIL  
 
BERÇÁRIO 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
  A  proposta  curricular  para  Berçário  visa  nortear  o  trabalho  pedagógico  no 
aprimoramento da atuação de educadores, a fim de qualificar ainda mais o atendimento às 
crianças  de  0  a  2  anos,  articulando  cuidados  e  educação.  Resultou  da  participação  em 
estudos, assessorias e reflexões sobre a prática, em que se discutiram saberes, interesses, 
motivações,  necessidades,  experiências  e  opiniões  e  se  constituíram  em  momentos  de 
formação, a partir da observação, do registro e do aprofundamento teórico. 
  Ao buscar um referencial articulado com as práticas educativas adequadas à faixa 
etária,  tornou-se  necessário,  discutir  os  aspectos que  melhor  contribuem  para  o 
estabelecimento de relação entre saberes e competências, objetivando a construção de uma 
proposta curricular específica. 
  Acreditamos na sistematização de nossas ações como um processo de reflexão e 
documentação do caminho percorrido e do que ainda vislumbramos alcançar. 
  A  organização  do  documento  apresenta  expectativas,  conteúdos  e  orientações 
didáticas sem a pretensão de ser um trabalho acabado. Esta proposta tem como foco o 
estágio de desenvolvimento “sensório-motor” e almeja ser referência para discussões entre 
os profissionais da área, de forma a contribuir para o planejamento, a concretização e a 
avaliação de práticas educativas que considerem as diferenças e o ritmo de cada criança, 
contribuindo favoravelmente para o desenvolvimento de sua identidade e a autonomia. 
 
Marília, fevereiro de 2011. 
 
 
          Prof. Mário Bulgareli 
  Prefeito Municipal 
 
 
         Prof. Joaquim Bento Feijão                        Profª Rosani Puía de Souza Pereira 
          Diretor de Gestão Escolar                          Secretária Municipal da Educação 
 
 
 
 

  2 
 
           SUMÁRIO 
 
 
 
 
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA______________________________________ 03, 04, 05, 06 e 07  
 
 
EIXOS CURRICULARES  
  
MOVIMENTO_____________________________________________________________ 08 e 09 
 
 
MÚSICA _________________________________________________________________10 e 11 
 
 
ARTES VISUAIS___________________________________________________________12 e 13 
 
 
LINGUAGEM ORAL E ESCRITA___________________________________________14, 15 e 16 
 
 
NATUREZA E SOCIEDADE______________________________________________  16, 17 e 18 
 
 
MATEMÁTICA ____________________________________________________________19 e 20 
 
 
                IDENTIDADE E AUTONOMIA__________________________________________ 20, 21, 22 e 23 
 
 
MODALIDADES ORGANIZATIVAS____________________________________________24 e 25 
 
 
AVALIAÇÃO______________________________________________________________26 e 27 
 
 
BIBLIOGRAFIA ______________________________________________________________  28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

  3 
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
 
  O construtivismo piagetiano baseia-se na teoria de que o sujeito é o construtor de seu 
próprio desenvolvimento e conhecimento, interagindo com o mundo dos objetos, das idéias e 
das pessoas. 
   “A lógica da criança em especial não advém da experiência dos objetos, mas sim das 
ações exercidas sobre os objetos.”(PIAGET, 1976, pg 37). A atividade da criança torna-se, 
assim, fundamental na construção do conhecimento e da sua própria inteligência; a criança 
“entrega-se  a  uma  experiência  física  e  abstrai  a  sua  descoberta  dos  próprios  objetos...” 
(PIAGET, 1977,pg 43). 
O período sensório-motor constitui uma maneira de conhecer restrita ao que estiver 
presente num momento  -  conhecer por meio dos sentidos e da ação física. Sendo uma 
forma  de  inteligência  prática,  o  conhecimento  sensório-motor  permite  que  os  bebês  se 
adaptem ao seu ambiente imediato. Na falta de um sistema simbólico, o bebê sensório-motor 
fica preso no aqui e agora; como ainda não forma palavras e imagens que representem 
objetos e eventos reais, ele pode apenas entender no plano sensorial e motor. Isso pode ser 
particularmente verdadeiro durante o primeiro ano de vida. 
  Durante o segundo ano, e certamente até o fim dele, a criança começa a construir o 
sistema  simbólico,  apresentando  a  capacidade  de  representar  objetos  e  eventos 
mentalmente na sua ausência. Isso inclui o uso de palavras e frases simples para falar de 
coisas  não  percebidas  (principalmente  desejos  e  necessidades),  imagens  de  objetos 
ausentes (considerando o fato de que os objetos que desaparecem estão atrás de algo) e 
movimentos abreviados (como o uso das mãos para transmitir idéias). 
  Logo que nascem, os únicos meios pelos quais os bebês experimentam o mundo são 
as ações reflexivas, tais como, agarrar, chupar e engolir, bem como vários movimentos dos 
olhos  como  piscar,  focar  e  acompanhar.  Esses  atos  reflexos  constituem  o  seu  meio  de 
sobrevivência e formam a base para o primeiro desenvolvimento mental.  
Porém,  como  simples  ações  reflexivas  levam  à  realização  complexa  que  é  o 
conhecimento humano? 

  4 
  Ao  refletir  sobre  essa  questão,  Jacob  (2002)  exemplifica  de  uma  maneira  clara 
indagando.  “Como  um  bebê  constrói  conhecimento  mais  complexo  sobre  um  chocalho, 
quando as únicas ferramentas de conhecimento à sua disposição são umas poucas ações 
reflexivas rígidas?” 
  De acordo com Jacob (2002): 
 
(...) “primeiro os bebês constroem o conhecimento agindo sobre o objeto estão tentando 
conhecê-lo. Conhecer o chocalho é conhecer o seu peso, manuseá-lo, que barulho faz, que 
gosto  tem,  que  cheiro  tem.  Conhecer  um  chocalho  é  agarrá-lo,  sacudi-lo,  cheirá-lo, 
abocanhá-lo,etc. Segundo, as crianças ampliam seu conhecimento relacionando o que estão 
tentando saber com o que sabem. Se um bebê já sabe como apertar e saborear objetos, um 
novo  objeto  é  conhecido  exatamente  sendo  agarrado, apalpado  e  abocanhado.  Para 
apropriar-se desse conhecimento, a criança precisa usá-lo, para dominá-lo e torná-lo seu. 
Praticar  o  que  foi  aprendido  recentemente  é  a  maneira  da  criança  atribuir  alguma 
permanência ao conhecimento recém-adquirido”. 
 
  Por fim, as crianças apropriam-se do conhecimento usando-o. Uma vez que tenham 
agido  sobre  algo  e  correlacionado  com  seu  conhecimento  prévio,  precisam  usá-lo  para 
dominá-lo e torná-lo seu. Praticar o que foi aprendido recentemente é a maneira da criança 
atribuir alguma permanência ao conhecimento recém adquirido. Os bebês desenvolvem seu 
potencial intelectual total por intermédio da exploração e da brincadeira, com grande margem 
de escolha daquilo que possam se interessar, e numa atmosfera de amor, encorajamento e 
apoio incondicionais. 
 
 
O LÚDICO E O PAPEL DO EDUCADOR NA ATIVIDADE LÚDICA
 
 
 
Nessa perspectiva o BRINCAR se torna fundamental para o desenvolvimento dos 
bebês e necessário na escola. Pensar o brincar é pensar a construção de um sujeito humano 
que vai organizar sua relação com os objetos através da relação com o outro. A interação 
entre adulto e bebê é fundamental, pois dá origem a uma relação especial e única, para toda 
a  vida,  como  o  primeiro  e  mais  forte  objeto  das  futuras  construções  e  relações.  Se 

  5 
pensarmos no período entre 0 e 24 meses (sensório-motor) o brincar é fundamental, pois o 
jogo será a própria atividade da criança pequena. 
   Bondioli e Mantovani (1998) nos ajudam a refletir sobre a atuação do educador e as 
peculiaridades  dos  relacionamentos  com  bebês  e  crianças  pequenas.  Elucidam  sobre  o 
envolvimento  da  criança  pequena  em  rituais  comunicativos,  tais  como  oferta  de  objetos, 
imitação, vocalização frente a frente, sincronismo de gestos. O educador é convocado a 
estabelecer mediações na relação da criança com o mundo, possibilitando o vínculo positivo 
dela  com  o  processo  de  exploração  do  que  a  cerca.  Dialogando  com  as  crianças, 
respondendo seus sinais, evocando suas respostas, tocando-as e sendo tocado, o adulto 
facilita a apropriação por parte das crianças do funcionamento social. 
Sabemos que os bebês aprendem através do papel da exploração e do BRINCAR, 
para tanto, é necessário considerar aspectos importantes que podem garantir a qualidade 
das brincadeiras e dos atos adaptados à situação instaurada: 
 
A organização do material, que pode seguir os seguintes critérios:
 
• Disposição lógica do mobiliário lúdico; 
• Escolha de brinquedos adequados ao nível de desenvolvimento e interesse da 
criança; 
• Diversificação dos objetos e dos papéis sugeridos pelo material disponível; 
• Presença de um material completo para os roteiros planejados; 
• Organização  de  “cantinhos”,  possibilitando  a  autonomia  das  crianças,  que 
podem circular pela sala e escolher em que canto brincar e com quem; 
• Intencionalidades educativas na disposição dos materiais, que não devem ser 
escolhas casuais e sim fazer parte da intervenção das educadoras. 
 
 
As interações que se estabelecem nesse contexto:
 
 
De  acordo  com  as  autoras,  algumas  competências  auxiliam  na  educação  e 
desenvolvimento dos bebês: 
 
• Responder aos primeiros sinais infantis (choro, vocalizações, mímicas faciais) 
e atribuir a estes um significado, inserindo-os no diálogo a dois; no jogo; 

  6 
 
• Observar  a  interação  das  crianças  que  conduz  a  variações  do  próprio 
comportamento em relação aos adultos e aos objetos; 
 
• Criar situações de prazer e ter habilidade ao dirigir a atenção da criança sobre 
elementos do mundo externo, estimulando comportamentos de exploração e 
manipulação de objetos; 
 
• Introduzir ritmos e regularidades nas atividades compartilhadas (rotina), para 
torná-las  compreensíveis  e  previsíveis  para  a  criança  permitindo  sua 
participação ativa; 
 
• Introduzir propostas novas estimulando a resolução de problemas; 
 
• Demonstrar atenção por todas as manifestações do comportamento infantil, 
confirmando-as,  estendendo-as,  recuperando-as,  dando-lhes  significado  e 
organização; 
 
• Ter atenção na progressão evolutiva da criança com quem brinca, para saber 
reconhecer  não  somente  as  atividades  lúdicas  imediatamente  satisfatórias 
para a criança, mas perceber quando a criança está pronta para um salto de 
qualidade, intervindo com “propostas novas ou mais complexas”; 
 
• Ser um companheiro dócil, capaz de adaptar-se aos papéis e às situações 
propostas pelas crianças, e um aliado capaz de inventar novas brincadeiras; 
 
• Ampliar  as  possibilidades  de  brincadeiras  em  ambientes  diferentes,  com  a 
interação entre crianças de diferentes faixas etárias. 
 
A escolha de brinquedos pensando em:
 
 
• Interesse: o brinquedo que convida a brincar, que desafia seu pensamento. 
 
• Adequação: Deve atender a etapa de desenvolvimento em   que  a  criança  se  encontra e 
suas necessidades emocionais, sócio-culturais, físicas e intelectuais. 
 
• Apelo à imaginação: Deve estimular a criatividade e não limitá-la. 

  7 
 
• Versatilidade:  O    brinquedo   pode  ser    usado  de   diferentes   formas,    explorando   a 
inventividade. 
 
• Composição: As crianças gostam de saber como o brinquedo é por dentro. 
 
• Cores e formas: O colorido, texturas e formas diferentes a estimulam sensorialmente. 
 
• Tamanho:  Deve  ser compatível  com sua motricidade, (quanto menor  a  criança, maiores 
serão as peças do brinquedo). 
 
• Durabilidade:  Brinquedos   muito   frágeis  causam   frustração  não  somente  por  que  se 
quebram, mas  também  porque  não dão   à criança tempo  suficiente para estabelecer  uma 
relação com eles. 
 
• Segurança: este é um dos mais importantes itens  na  escolha  de  um brinquedo. Deve ser 
feito de tinta atóxica, sem pontas e arestas, nem peças que possam se soltar. 
 
   A brincadeira é  uma linguagem  natural  da  criança, é importante que esteja presente 
na escola para que o  aluno possa  se colocar e se expressar através de  atividades   lúdicas, 
considerando como lúdico, brincadeiras,  jogos,  artes, música,  expressão corporal,  ou seja, 
atividades que mantenham a espontaneidade das crianças.
 Esse brincar, ora  inventado,  ora 
transmitido de geração em geração, permite que  eles conheçam o mundo e passem  a  fazer 
parte dele. 
 
     
          BERÇÁRIO        FOCO          SENSÓRIO 
                                                             MOTOR                                   
 
 
                                            
   
 
 
   
 
 
 
 
 

  8 
PROPOSTA CURRICULAR PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL:  
BERÇÁRIO 
 
EIXOS CURRICULARES
 
 
 
 
 
A) Expectativas de Aprendizagem:
 
 
Os alunos, ao final do berçário, deverão ser capazes de: 
 
• Explorar possibilidades de gestos e ritmos corporais; 
 
• Explorar movimentos por reflexo e por intenção; 
 
• Desenvolver suas capacidades expressivas; 
 
• Coordenar as diferentes habilidades motoras arrastando-se, engatinhando, correndo, 
andando; 
 
• Conhecer e entender segmentos de seu corpo; 
 
• Desenvolver e integrar os sentidos; 
 
• Desenvolver a independência para se locomover; 
 
• Vivenciar diferentes experiências motoras e posturais; 
 
• Favorecer habilidades motoras e expressivas por meio do brincar. 
 
 
B) Conteúdos
 
 
•   Reconhecimento de movimentos expressivos; 
 
• Reconhecimento progressivo de segmentos e elementos do próprio corpo; 
 
• Conhecimento de suas próprias capacidades expressivas; 
 
• Identificação das expressões dos outros, ampliando sua comunicação; 
 
• Exploração de diferentes posturas corporais e habilidades motoras, 
(velocidade, força, flexibilidade de movimento, percepção espacial e equilíbrio); 
 
• Desenvolvimento de ações como agarrar, pegar, raspar, apertar, morder, chacoalhar, 
bater; 
 
• Exploração de diferentes posturas como sentar, rolar, deitar, ficar de bruços; 
 
• Manipulação de materiais diversos aperfeiçoando habilidades de encaixar, empilhar, 
abrir, fechar, preender, lançar; 
 MOVIMENTO 

  9 
• Desenvolvimento progressivo da capacidade de andar com desenvoltura e deslocar-
se no ambiente;      
 
• Participação de brincadeiras e jogos envolvendo capacidades físicas, expressão de 
emoções, afetos e sentimentos. 
 
 
 
 
 
 
A Um bebê empurrando uma bola, sacudindo um chocalho, puxando um móbile está 
descobrindo propriedades físicas desses objetos, como eles interagem entre si e 
com ele. O aspecto central dessas interações implica em construir conhecimentos 
de  como  interagir  com  esse  objeto:  ao  manipulá-lo  ativamente,  ele  descobre  as 
regularidades no ambiente e os efeitos de suas ações sobre ele; 
 
A Principalmente  no  período  que  antecede  a  fala,  conhecer  as  capacidades 
expressivas de si e do outro é fundamental para a expressão de sentimentos e o 
desenvolvimento da comunicação dos bebês; 
 
A Organizar  o  ambiente  com  materiais  como  cilindros, bolas,  túneis,  móbiles 
possibilitam  a  descoberta  e  exploração  de  movimentos  como  arrastar,  chutar, 
abaixar, ficar em pé, etc.; 
 
A Modificar  posições  dos  bebês  quando  sentados  ou  deitados,  observá-los  para 
descobrir posições mais ou menos confortáveis, propiciam experiências posturais e 
corporais variadas; 
 
A Brincadeiras ritmadas, de mímica e a imitação possibilitam a percepção rítmica, a 
identificação  de  segmentos  do  corpo.  Momentos  de  acalento,  do  colo,  do  sono, 
alimentação, banho, são importantes tanto para o desenvolvimento, quanto para a 
criação de vínculos afetivos, fundamentais nesta faixa etária;  
 
A Conhecer jogos, brinquedos e brincadeiras  apropriados à idade e ao estágio de 
desenvolvimento  do  bebê  é  condição  importante  no  auxílio  ao  desenvolvimento 
harmonioso da motricidade; 
 
A São  consideradas  como  experiências  prioritárias  para  a  aprendizagem  do 
movimento realizada pelos bebês: uso de gestos e ritmos corporais diversos para 
expressar-se;  deslocamentos  no  espaço  sem  ajuda.  Para  que  isso  ocorra  é 
necessário  que  sejam  oferecidas  condições  para  que as  crianças  explorem  suas 
capacidades expressivas, aceitando com confiança desafios corporais; 
 
A Valorizar  seu  empenho  e  suas  conquistas,  em  função de  seu  progresso,  é 
fundamental; 
 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 

  10 
 
 
A) Expectativas de Aprendizagem: 
 
Os alunos, ao final do berçário, deverão ser capazes de: 
 
• Discriminar diferentes fontes sonoras e produções musicais; 
 
• Ouvir e cantar diversas músicas; 
 
• Conhecer e valorizar as possibilidades rítmicas e expressivas do próprio corpo; 
 
• Brincar com a música; 
 
• Apreciar diferentes obras musicais; 
 
• Construir um repertório que lhes permitam se comunicar por meio dos sons; 
 
• Explorar possibilidades vocais; 
 
• Interagir com objetos e brinquedos sonoros estabelecendo um exercício sensorial e 
motor com estes materiais; 
 
• Participar em brincadeiras e rodas cantadas favorecendo a imitação, criação vocal, e 
gesto corporal. 
 
 
B) Conteúdos
 
 
FAZER MUSICAL 
• Exploração de  movimentos corporais através da música; 
 
• Exploração de possibilidades vocais, (balbucio); 
 
• Exploração de gestos sonoros, (bater palmas, pés, pernas); 
 
• Exploração e interação de diferentes materiais para reprodução, imitação e criação de 
sons; 
 
APRECIAÇÃO MUSICAL 
• Participação em situações que integrem diferentes músicas e canções; 
 
• Integração  da  música  em  diferentes  atividades  que  envolvam  brincadeiras,  jogos, 
ritmos corporais e rodas cantadas; 
 
• Escuta de diferentes obras musicais; 
 
• Participação em brincadeiras e rodas cantadas. 
 
 
 
 
 
MÚSICA 

  11 
 
 
 
A  Dos primeiros meses ao segundo ano de vida, os bebês ampliam os  modos de 
expressão  musical  pelas    conquistas  vocais    e  corporais.  Articulam    um  maior 
número de sons, reproduzem letras simples, onomatopéias, etc., exploram gestos , 
sons, especialmente  depois de conquistas de movimentos, como , marchar, andar, 
pular, etc. Nesta fase,  conferem              importância e equivalência a quantidade 
de fonte sonora, interessam-se por modos de ação e produção dos sons; 
 
A O trabalho com a música deve reunir toda e qualquer fonte sonora: brinquedos, 
objetos do cotidiano e instrumentos musicais de boa qualidade.  É preciso lembrar 
que a voz é o primeiro instrumento e o corpo humano é fonte de produção sonora;  
 
A A  escuta  musical  deve  estar  integrada  de  maneira  intencional  às  atividades 
cotidianas dos bebês e das crianças pequenas;  
 
A A expressão musical nesta fase é caracterizada pela ênfase nos aspectos intuitivo e 
afetivo  e  pela  exploração  sensório-motora  dos  materiais  sonoros.  As  crianças 
integram  a  música  às  demais  brincadeiras  e  jogos:  cantam  enquanto  brincam, 
acompanham com sons os movimentos de seus carrinhos, dançam e dramatizam  
situações  sonoras  diversas,  conferindo  “personalidade”  e  significados  simbólicos 
aos objetos sonoros ou instrumentos musicais e à sua produção musical.O brincar 
permeia  a relação que se estabelece com os materiais: mais do que sons, podem 
representar personagens, como animais,carros, máquinas, super-heróis, etc.;  
 
A As canções de ninar tradicionais, os brinquedos cantados e rítmicos, as rodas e 
cirandas, os jogos com movimentos, as brincadeiras com palmas e gestos sonoros 
corporais, assim como outras produções do acervo cultural infantil, podem estar e 
devem se constituir em conteúdos de trabalho. Isso pode favorecer a interação e 
resposta dos bebês, seja por meio da imitação e criação vocal, do gesto corporal, ou 
da exploração sensório-motora de materiais sonoros, como objetos do cotidiano, 
brinquedos  sonoros,  instrumentos  musicais  de  percussão  como  chocalho,  guizo, 
blocos, sinos, tambores, etc.; 
 
A O espaço no qual ocorrerão as atividades de música deve ser dotado de mobiliário 
que  possa  ser  disposto  e  reorganizado  em  função  das  atividades  a  serem 
desenvolvidas; 
 
A O  espaço  também  deve  ser  preparado  de  modo  a  estimular  o  interesse  e  a 
participação das crianças, contando com alguns estímulos sonoros; 
 
 
 
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 

  12 
 
 
 
A) Expectativas de Aprendizagem: 
 
Os alunos, ao final do berçário, deverão ser capazes de: 
 
• Explorar características, propriedades e possibilidades em manuseio de objetos;  
 
• Expressar-se livremente por meio de diferentes suportes e ferramentas gráficas; 
 
• Expressar-se e comunicar-se por meio de diferentes materiais plásticos; 
 
• Expressar-se através de diferentes ritmos e movimentos; 
 
• Interessar-se por suas produções e as do grupo; 
 
• Cuidar do espaço físico organizando materiais; 
 
• Observar, apreciar e identificar imagens diversas; 
 
• Observar e apreciar obras de arte; 
 
 
B) Conteúdos
 
 
FAZER ARTÍSTICO  
• Exploração  e  manipulação  de  diversos  materiais  para  reconhecimento  de  formas, 
tamanho, textura, peso, consistência;  
 
• Expressão através da pintura, colagem, escultura e outros; 
 
• Exploração  e  reconhecimento  de  movimentos  corporais  desenvolvendo  todos  os 
segmentos de coordenação; 
 
• Expressão através da dança e movimentos gestuais; 
 
 
APRECIAÇÃO EM ARTES VISUAIS 
 
• Leitura de imagens diversas; 
 
• Apreciação de obras de artes diversas; 
 
• Cuidado com o próprio corpo e de seus colegas em atividades integradas ao eixo; 
 
• Socialização  de suas  produções, dos  amigos e do  grupo, manifestando interesse, 
apreciação e cuidado. 
 
 
 
 
 
 
ARTES VISUAIS 

  13 
 
 
 
A Nos primeiros anos de vida a criança, ocasionalmente, mantém ritmos regulares e 
produz seus primeiros traços gráficos, considerados muito mais como movimentos do 
que como representações. Muito antes de saber  representar graficamente o mundo 
visual, a criança já o reconhece e identifica nele qualidades e funções. Mais tarde, 
quando controlar o gesto e passar a coordená-lo, começa a registrar formas gráficas e 
plásticas mais elaboradas; 
 
A Todas  as  atividades  artísticas  devem  ser  contempladas  pelo  professor,  a  fim  de 
diversificar a ação das crianças nas experimentações de materiais, do espaço e do 
próprio corpo; 
 
A As atividades em artes plásticas que envolvem os mais diferentes tipos de materiais 
indicam  às  crianças  as  possibilidades  de  transformação,  de  re-utilização  e  de 
construção  de  novos  elementos,  formas,  texturas,  etc.  A  relação  que  a  criança 
pequena  estabelece  com  os  diferentes  materiais  se  dá,  no  início,  por  meio  da 
exploração sensorial e da sua utilização em diversas brincadeiras; 
 
A Atividades de manuseio de materiais devem ser bem planejadas e delimitadas no 
tempo, pois o interesse das crianças desta faixa etária é de curta duração, e o prazer 
da atividade advém exatamente da ação exploratória; 
 
A O  trabalho  com  estruturas  tridimensionais  podem  ser  desenvolvidos  por  meio  da 
colagem, montagem e justaposição de sucatas, previamente selecionadas. É preciso 
oferecer sucatas que possam ser empilhadas, encaixadas, justapostas,etc.; 
 
A Quando  se  trata  de  atividades  de  desenho  ou  pintura,  o  professor  deve  oferecer 
suportes variados e diferentes tamanhos para serem utilizados individualmente ou em 
pequenos grupos, favorecendo um trabalho de exploração da dimensão espacial, tão 
necessária as crianças desta faixa etária;    
 
A Ao trabalhar com a leitura de imagens, é importante elaborar perguntas que instiguem 
a observação, a descoberta e o interesse das crianças; 
 
 
A A organização do tempo deve respeitar as possibilidades das crianças relativas ao 
ritmo e interesse pelo trabalho, ao tempo de concentração bem como ao prazer na 
realização das atividades. 
  
 
 
 
 
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 

  14 
 
 
A) Expectativas de Aprendizagem: 
 
Os alunos, ao final do berçário, deverão ser capazes de: 
 
• Expressar-se em situações que envolvam a comunicação oral comunicando o que 
sentem, desejam ou necessitam; 
 
• Utilizar a fala de forma cada vez mais competente em diferentes contextos; 
 
• Ampliar seu vocabulário; 
 
• Perceber aspectos sonoros da fala como rimas e ritmos; 
 
• Participar de situações em que se faz necessário o uso da leitura; 
 
• Interessar-se pela leitura de histórias; 
 
• Escolher livros para ler; 
 
• Participar de situações em que se faz necessário o uso da escrita; 
 
• Manusear materiais gráficos; 
 
• Demonstrar interesse e curiosidade pela linguagem escrita; 
 
• Identificar seu nome, de seus colegas, de imagens e objetos (pseudoleitura). 
 
 
B) Conteúdos
 
 
• Relato de experiências; 
 
• Comunicação por meio de gestos, sinais e linguagem corporal por meio de músicas, 
parlendas, trava-línguas, etc.; 
 
• Participação em situações em que se faz necessário o uso da leitura; 
 
• Participação de diálogo com adulto e crianças em situações cotidianas;  
 
• Participação em brincadeiras e faz de contas; 
 
• Manuseio de diferentes tipos de textos: livros, revistas, gibis, etc.; 
 
• Participação em situações cotidianas nas quais se faz necessário o uso da escrita; 
 
• Observação e manuseio de materiais escritos, (lápis, papel, jornal, gibi, revista); 
 
• Participação de produção de textos coletivos; 
 
• Utilização de rabiscos, garatujas como representação gráfica; 
 
• Identificação de seu nome, de seus colegas, de imagens e objetos.  
 
 
 
 
LINGUAGEM ORAL E ESCRITA 

  15 
 
 
A O  choro  é  o  primeiro  som  que  a  criança  expressa.  Ele  usualmente  provoca  uma 
reação nas pessoas que a cerca, as quais respondem a ele conforme a interpretação 
que lhe dão; 
 
A Deve-se estabelecer um diálogo imaginário com os bebês, falando com ele, como se 
estivesse  respondendo  e  participando  ativamente  da conversa.  Nesse  diálogo,  a 
criança vai sendo constituída como falante. Pouco a pouco, imitando e sendo imitada 
pelo adulto, ela vai assumindo um papel mais ativo no diálogo. Começa a falar por si. 
Inicialmente, apenas palavras a que se referem a uma ação ou situação inteira; 
 
A Nessa etapa, o educador tem um papel fundamental, dá significado aos sons das 
crianças,  organiza  oportunidades  para  elas  expressarem  seus  desejos,  suas 
necessidades,  e  suas  idéias  sobre  o  funcionamento  das  coisas  e  também  das 
relações pessoais. Para isso, é importante que exista uma relação afetiva entre o 
educador  e  o  aluno.  Ele  deve  estar  sempre  atento  ao  jeito  de  cada  criança  se 
expressar e buscar compreender o mundo dela; 
 
A A aprendizagem da fala se dá por meio das interações que a criança estabelece 
desde que nasce. As diversas situações cotidianas nas quais os adultos falam com a 
criança ou perto dela, configuram uma situação rica que permite conhecer e apropriar-
se do  universo discursivo e  dos diversos contextos nos quais a linguagem  oral  é 
produzida; 
 
A É importante que o professor converse com os bebês e crianças, ajudando-os a se 
expressarem,  apresentando-lhes  diversas  formas  de  comunicar  o  que  desejam, 
sentem e necessitam; 
 
A O canto, a música e a escuta de histórias também propiciam o desenvolvimento da 
oralidade; 
 
A A leitura pelo professor de textos escritos, em voz alta, em situações que permitem a 
atenção e escuta das crianças fornecem a elas um repertório rico em oralidade e em 
sua relação com a escrita; 
 
A Ouvir atentamente o que a criança diz para ter certeza de que entendeu o que ela 
falou, podendo checar com ela, por meio de perguntas ou repetições, ajudará na 
construção conjunta das falas, tornando-as mais completas e complexas; 
 
A O professor tem importante papel de “evocador” de lembranças. Objetos e figuras 
podem ser desencadeadores das lembranças das crianças e seu uso pode ajudar a 
enriquecer a narrativa delas; 
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 

  16 
A Uma parceria com os adultos, baseada na criação de um clima de confiança, respeito 
e afeto, é fundamental para o desenvolvimento das crianças que experimentam o 
prazer e a necessidade de se comunicar; 
 
A O acesso, por meio da leitura pelo professor, a diversos tipos de materiais escritos, é 
importante, pois, possibilita às crianças o contato com práticas mediadas pela escrita. 
Comunicar práticas de leitura permite colocar as crianças no papel de “leitoras”; 
 
A Poesias, parlendas, trava-línguas, memorizados e repetidos, possibilitam às crianças 
atentarem  aos  aspectos  sonoros  da  linguagem,  como  ritmos  e  rimas,  além  das 
questões culturais e afetivas envolvidas; 
 
A Para favorecer a leitura algumas condições devem ser consideradas como, dispor um 
acervo em sala, organizar momentos de leitura, possibilitar às crianças a escolha de 
leituras  e  o  contato  com  diversos  gêneros  literários,  possibilitar  o  empréstimo  de 
livros; 
 
A Crianças  aprendem  a  escrever  produzindo  oralmente  textos  com  destino  escrito. 
Nessas situações o professor é o escriba. A criança também aprende a escrever, 
fazendo da forma como sabe, escrevendo de próprio punho. Em ambos os casos, é 
necessário ter acesso à diversidade de textos escritos, testemunhar a utilização que 
se faz da escrita em diferentes circunstâncias, considerando as condições nas quais é 
produzida: para que, para quem, onde e como; 
 
A O trabalho com textos, produzidos oralmente pela criança, deve se constituir em uma 
prática cotidiana onde, escrever tem sentido, trabalhando o uso social da escrita. 
 
 
 
 
 
 
A) Expectativas de Aprendizagem

 
Os alunos, ao final do berçário, deverão ser capazes de: 
 
• Explorar o ambiente estabelecendo relações pessoais; 
 
• Manifestar interesse e curiosidade pelo mundo que a cerca; 
 
• Perceber a existência de objetos, seres, formas, cores, sons e odores; 
 
• Movimentar-se no espaço e manipular objetos; 
 
• Expressar e comunicar seus desejos e emoções; 
 
• Interagir com adultos e crianças de diferentes idades; 
 
• Reconhecer objetos do ambiente, seu uso e função; 
 
• Interagir com pessoas as quais vive estabelecendo vínculos afetivos; 
NATUREZA E SOCIEDADE 

  17 
 
• Identificar membros da família e outras pessoas com as quais convive; 
 
• Estabelecer contato com pequenos animais e plantas; 
 
• Ampliar o conhecimento de sua cultura, sua comunidade e outros; 
 
• Desenvolver  noções  relacionadas  às  propriedades  dos  diferentes  objetos  e  suas 
possibilidades de transformação; 
 
• Observar e explorar o meio em que vivem,  a natureza ao redor; 
 
• Desenvolver hábitos de organização para preservação do meio ambiente; 
 
• Valorizar a natureza e seus elementos; 
 
• Conhecer fenômenos da natureza; 
 
 
B) Conteúdos
 
 
A Construção de hipóteses e explicações individuais para diferentes acontecimentos; 
 
A Comunicação ao outro sobre seus sentimentos, desejos e conhecimentos; 
 
A Percepção  de  processos  de  transformação,  como  nas  experiências  com  plantas, 
animais ou materiais; 
 
A Comunicação sobre o meio que observam e vivem.  
 
 
ORGANIZAÇÃO DOS GRUPOS E SEU MODO DE SER, VIVER E TRABALHAR 
 
A Participação em atividades que envolvam histórias, brincadeiras, jogos e canções que 
digam respeito às tradições culturais de sua comunidade e de outras; 
 
OS LUGARES E SUAS PAISAGENS 
 
A Percepção dos elementos que compõem a paisagem do lugar onde vive; 
 
OBJETOS E PROCESSOS DE TRANSFORMAÇÃO 
 
A Exploração de diferentes objetos, de suas propriedades e de relações simples de 
causa e efeito; 
 
SERES VIVOS 
 
A Contato com pequenos animais e plantas; 
A Conhecimento do próprio corpo por meio do uso e exploração de suas habilidades 
físicas, motoras e perceptivas;  
 
FENÔMENOS DA NATUREZA 
 
A Observação direta e/ou indireta da natureza e sua relação com o homem. 
 

  18 
 
 
A Quanto menores forem as crianças, mais suas representações e noções sobre o 
mundo  estão  associadas  aos  objetos  concretos  da  realidade  conhecida, 
observada, sentida e vivenciada; 
 
A O crescente domínio e uso da linguagem, assim como a capacidade de interação, 
possibilitam,  que  seu  contato  com  o  mundo  se  amplie,  sendo,  cada  vez  mais 
mediador a representações e os significados construídos culturalmente; 
 
A Cuidar de plantas, participar de seu processo de preparação e plantio, propiciam 
às  crianças  acompanhar  suas  transformações  e  participar  dos  cuidados  que 
exigem; 
 
A O contato com pequenos animais, pode ser proporcionado por meio de atividades 
que envolvam a observação, a troca de idéias, o cuidado e a criação com a ajuda 
do adulto; 
 
A O brincar de faz-de-conta favorece o trabalho dentro do eixo, pois possibilita que 
as crianças reflitam sobre o mundo. Ao brincar, as crianças podem reconstruir 
elementos do mundo que as cerca com novos significados, tecer novas relações, 
desvincular-se  dos  significados  imediatamente  perceptíveis  e  materiais  para 
atribuir-lhes  novas  significações,  imprimir-lhes  suas  idéias  e  os  conhecimentos 
que têm sobre si mesmo, sobre as outras pessoas, sobre o mundo adulto, sobre 
os lugares distantes e/ou conhecidos; 
 
A Brincadeiras,  músicas,  histórias,  jogos  e  danças  tradicionais  favorecem  a 
ampliação e a valorização da cultura de seu grupo e de outros; 
 
A A  observação  e  a  exploração  do  meio  constituem-se  duas  das  principais 
possibilidades de aprendizagem das crianças desta faixa etária. É dessa forma 
que poderão, gradualmente, construir as primeiras noções a respeito das pessoas, 
do seu grupo social e das relações humanas; 
 
A Para desenvolver noções relacionadas às propriedades dos diferentes objetos e 
suas  possibilidades  de  transformação,  é  necessário que  as  crianças  possam, 
desde pequenas, brincar com eles, explorá-los e utilizá-los de diversas formas. O 
professor pode colocar diversos materiais e objetos que produzam sons, como, 
chocalhos  de  vários  tipos,  tambores,  sinos, etc.;  brinquedos,  livros,  almofadas; 
materiais  que  permitam  construção,  que  possam  ser  justapostos,  empilhados. 
Atividades como, receitas culinárias, massas caseiras, tintas e outras misturas, 
são atividades que permitem observar e lidar com transformações decorrentes de 
misturas; 
 
A Ações pertinentes ao cotidiano oferecem condições para que as crianças possam 
construir uma percepção integrada do próprio corpo. A aprendizagem dos nomes 
de  partes  do  corpo  e  de  algumas  funções  também  deve  ser  feita  de  forma 
contextualizada, por meio de situações reais e cotidianas. 
 
 
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 

  19 
 
 
 
A) Expectativas de Aprendizagem

 
Os alunos, ao final do berçário, deverão ser capazes de: 
 
• Situar-se e localizar se espacialmente; 
 
• Recitar, ao seu modo, a seqüência numérica em situações cotidianas; 
 
• Participar de situações de seriação; 
 
• Participar de situações de classificação; 
 
• Participar de situações de escrita numérica; 
 
• Construir gradativamente conceitos matemáticos dentro de diferentes contextos; 
 
 
B) Conteúdos
 
 
• Identificação de pontos de referência para situar-se e deslocar-se no espaço;   
 
• Utilização da contagem oral em jogos, brincadeiras e músicas; 
 
• Participação  em  contagens  de  rotina,  comunicação  de  quantidades,  utilizando  a 
linguagem oral; 
 
• Manipulação e exploração de objetos e brinquedos construindo
 noções básicas de 
forma, tamanho, textura, peso, grandeza, consistência, etc.; 
 
• Estabelecimento de comparações, semelhanças e diferenças; 
 
• Reconhecimento de características de objetos, agrupando-os de acordo com suas 
características; 
• Registro e leitura de números nos diferentes contextos em que se apresentam; 
 
• Resolução de situações problemas utilizando jogos, brincadeiras e materiais diversos; 
 
• Familiarização com elementos espaciais e numéricos; 
 
• Aproximação com a seqüência numérica oral por meio de cantigas, rimas, contagens 
de rotina; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MATEMÁTICA 

  20 
 
 
   
 
• O trabalho neste eixo deve partir de práticas para propor situações-problemas em que 
a  criança  possa  ampliar,  aprofundar  e  construir  novos  sentidos  para  seus 
conhecimentos; 
 
• Situações  cotidianas  oferecem  oportunidades  privilegiadas  para  o  trabalho  com  a 
especificidade das idéias matemáticas como, recitar sequência numérica, comparar 
quantidades entre notações numéricas, localizar-se espacialmente; 
• Modificações  no  espaço,  a  construção  de  diferentes circuitos  de  obstáculos  com 
cadeiras,  mesas,  pneus  onde  as  crianças  possam  engatinhar  ou  andar-  subindo, 
descendo, passando por dentro, por baixo, por cima, permitem a construção gradativa 
de conceitos, dentro de um contexto significativo, ampliando experiências; 
 
• Brincadeiras de construir torres, pistas de carrinhos, cidades com blocos de madeira 
ou encaixe, possibilitam representar o espaço em diferentes dimensões; 
 
• Os  conhecimentos  numéricos  das  crianças  decorrem  do  contato  e  da  utilização 
desses  conhecimentos  em  problemas  cotidianos.  O  faz-de-conta  das  crianças 
enriquece  essas  situações,  organizando-se  espaços  próprios  com  objetos  e 
brinquedos que contenham números, como telefone, máquina de calcular, relógio, 
etc., contribui para este processo; 
 
• A  contagem  deve  ser  realizada  de  forma  diversificada  pelas  crianças,  com  um 
significado que se modifica conforme o contexto e a compreensão que desenvolvem 
sobre o número. Ao contar os objetos as crianças aprendem a distinguir o que já 
contaram do que ainda não contaram e a não contar duas (ou mais vezes) o mesmo 
objeto; 
 
• A comparação de comprimentos, pesos e capacidades, a marcação de tempo e a 
noção  de  temperatura  são  experimentadas  desde  cedo pelas  crianças  pequenas, 
permitindo-lhes pensar, num primeiro momento, essencialmente sobre características 
opostas das grandezas e objetos, como grande/pequeno, comprido/curto, longe/perto, 
muito/pouco, quente/frio, etc.. 
 
 
 
 
 
 
A) Expectativas de Aprendizagem

 
Os alunos, ao final do berçário, deverão ser capazes de: 
 
• Brincar, estabelecendo relação afetiva com o outro;  
 
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 
IDENTIDADE E AUTONOMIA 

  21 
• Ampliar suas relações sociais e interações; 
 
• Ampliar sua comunicação e expressão; 
 
• Desenvolver a sociabilidade entendendo e aceitando regras de convívio social; 
 
• Desenvolver a capacidade de atenção, imitação, memorização e imaginação; 
 
• Participar de jogos e brincadeiras; 
 
• Interessar-se progressivamente pelo cuidado com o próprio corpo; 
 
• Relacionar-se  progressivamente  com  mais  crianças,  com  seus  professores  e  com 
demais profissionais da instituição; 
 
• Demonstrar suas necessidades e interesse; 
 
• Participação em jogos e brincadeiras; 
 
• Apropriar-se da imagem corporal, adquirindo consciência dos limites do próprio corpo; 
 
• Identificar-se por meio da imagem; 
 
• Reconhecer e cuidar de seus pertences; 
 
 
B) Conteúdos
 
 
• Participação e interesse em situações que envolvam a relação com o outro; 
 
• Utilização da imitação (faz-de-conta) e a linguagem para comunicar-se e expressar-
se; 
 
• Comunicação e expressão de seus desejos, desagrados, necessidades, preferências 
e vontades em brincadeiras e nas atividades cotidianas; 
 
• Imitação de ações e situações vivenciadas, compreendendo acontecimentos; 
 
• Reprodução de gestos, expressões faciais e sons produzidos pelas pessoas com as 
quais convive e de animais; 
 
• Interesse por jogos e brincadeiras e pela exploração de diferentes brinquedos;  
 
• Realização de ações simples relacionadas à saúde e higiene; 
 
• Identificação progressiva de algumas singularidades próprias e das pessoas com as 
quais convive no seu cotidiano em situações de interação; 
 
• Realização de pequenas ações cotidianas ao seu alcance para que adquira maior 
independência;  
 
• Exploração de objetos e materiais diversos; 
 
• Contato físico com outras crianças e adultos; 
 
• Reconhecimento progressivo do próprio corpo; 
 
• Reconhecimento das diferentes sensações e ritmos que produz; 
 

  22 
• Participação em jogos e brincadeiras; 
 
• Identificação de si e relação com o nome através da imagem; 
 
• Reconhecimento de seus pertences; 
 
 
 
 
 
 
 
A O  estabelecimento  de  um  clima  de  segurança,  confiança,  afetividade,  incentivo, 
elogios e limites colocados de forma sincera, clara e afetiva dão o tom de qualidade 
da interação entre adultos e crianças. O professor, consciente de que o vínculo é para 
a  criança,  fonte  contínua  de  significações,  reconhece  e  valoriza  a  relação 
interpessoal; 
 
A Entre o bebê e as pessoas que interagem e brincam com ele se estabelece uma forte 
relação  afetiva  envolvendo  sentimentos  complexos  e contraditórios  como  amor, 
carinho,  encantamento,  frustração,  raiva,  culpa,  etc..  Essas  pessoas  não  apenas 
cuidam da criança, mas também medeiam seus contatos com o mundo, atuando com 
ela, organizando e interpretando para ela esse mundo; 
 
 
A À medida que expandem seu campo de ação, as crianças orientam-se para outras 
pessoas. Embora bem pequenas, elas também demonstram forte motivação para a 
interação  com  outras  crianças.  A  orientação  para  o outro,  além  de  lhes  garantir 
acesso a um grande conjunto de informações, evidencia uma característica básica do 
ser humano que é a capacidade de estabelecer vínculos; 
 
A Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e 
autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de 
gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira, faz com que 
ela  desenvolva  sua  imaginação,  atenção,  a  imitação,  a  memória,  a  socialização. 
Brincar  é,  assim,  um  espaço  no  qual  se  pode  observar  a  coordenação  das 
experiências prévias das crianças e aquilo que os objetos manipulados sugerem ou 
provocam no momento presente; 
 
A A  oposição  é  um  recurso  fundamental  no  processo  de construção  do  sujeito.  A 
observação das interações infantis sugere que são diversos os temas de oposição, os 
quais tendem a mudar com a idade. Embora seja de difícil administração por parte do 
adulto, é bom ter em vista que esses momentos desempenham um papel importante 
na diferenciação do eu; 
 
A Ao mesmo tempo que enriquece as possibilidades de comunicação e expressão, a 
linguagem representa um potente veículo de socialização; 
 
A É  na  interação  social  que  as  crianças  são  inseridas  na  linguagem,  partilhando 
significados e sendo significadas pelo outro; 
 
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 

  23 
  Demarcar  o  espaço  individual  no  coletivo  é  imprescindível  para  que  as  crianças 
tenham noção de que sua inserção no grupo não anula sua individualidade; 
 
  É  importante  que  os  adultos  refiram-se  a  cada  criança  pelo  nome,  (e  não  por 
apelidos), bem como, assegurem-se que conheçam os nomes de todos. Para isso, 
várias atividades podem ser planejadas, com destaque para brincadeiras e cantigas 
em que se podem inserir os nomes dos bebês, propiciando ditos e repetidos num 
contexto lúdico e afetivo; 
 
  Desde pequenos os bebês já manifestam suas preferências e são, também, capazes 
de escolher. Para isso dependem diretamente da mediação do adulto que interpreta 
suas  expressões  faciais  ou  choro  como  indícios  de  preferência  por  uma  ou  outra 
situação. Ao buscar compreender o significado desse tipo de manifestação e atendê-
la, quando possível, o adulto está dando, de uma forma indireta, possibilidade de 
escolha à criança cuja relação com o mundo ele medeia; 
 
  Nessa  faixa  etária,  o  faz-de-conta  utiliza-se  principalmente  da  imitação  para 
acontecer. O professor pode propiciar situações para que as crianças imitem ações 
que  representam  diferentes  pessoas,  personagens  ou animais,  reproduzindo 
ambiente; 
 
  O desenvolvimento da capacidade de se relacionar depende, entre outras coisas, de 
oportunidades de interação com crianças de mesma idade ou de idades diferentes em 
situações diversas. O professor deve promover atividades individuais ou em grupo, 
respeitando as diferenças, estimulando a troca entre as crianças; 
 
  Para as crianças que ainda não andam sozinhas, colchões ou almofadas espalhadas 
pelo  chão  ajudam  as  interações,  pois,  as  crianças  se  enxergam  mais  facilmente, 
arrastam-se em direção ao parceiro, emitem balbucios ou sorrisos; 
 
  A disposição de objetos atraentes ao alcance das crianças auxilia o estabelecimento 
de interações, uma vez que servem como suporte e estímulo para o encadeamento 
de ações; 
 
  O espelho é um importante instrumento para a construção da identidade. Por meio 
das brincadeiras que faz em frente a ele, a criança começa a reconhecer sua imagem 
e as características físicas que integram a sua pessoa; 
 
  Junto  aos  bebês,  a  intervenção  educativa  deve  satisfazer  suas  necessidades  de 
higiene, alimentação e descanso. À medida em que vão crescendo, o professor pode 
incentivá-los  a  participar  ativamente  dessas  atividades  de  atendimento  das 
necessidades.  O  professor  favorece  a  independência quando  estimula  a  criança, 
exigindo dela com afeto e convicção daquilo que ela tem condição de fazer; 
 
  Com relação à alimentação, o adulto pode propiciar experiências que possibilitem a 
aquisição de novas competências em relação ao ato de alimentar-se; 
 
  No momento em que é incluído na rotina, o banho, precisa ser planejado, preparado e 
realizado  como  um  procedimento  que  tanto  promove  o bem-estar  quanto  um 
momento no qual a criança experimenta sensações, entra em contato com a água e 
com objetos, interage com o adulto e com outras crianças; 
 

  24 
A É necessário organizar o tempo de espera para o banho, oferecendo materiais, jogos, 
e brincadeiras em um espaço planejado; 
 
A Um ambiente tranquilo e seguro, com pessoas e objetos conhecidos, particularmente 
aqueles  que  tem  um  significado  especial  para  a  criança,  (paninho,  chupeta,etc.). 
Embalos e canções de ninar acalmam e induzem ao sono. Geralmente as crianças 
chegam às instituições muito apegadas a estes objetos e, com o novo ambiente a 
tendência é que esse  apego se reforce devido ao sentimento de insegurança, ao 
estabelecer vínculos afetivos com as pessoas com as quais convive, gradativamente 
vão se desligando dos mesmos. 
 
 
 
ATIVIDADES PERMANENTES 
As definições e especificidades de cada uma das modalidades organizativas são bem 
claras. As atividades permanentes (também chamadas de atividades habituais) devem ser 
realizadas regularmente. Normalmente, não estão ligadas a um projeto e, por isso, têm certa 
autonomia. As atividades servem para familiarizar os bebês com determinados conteúdos e 
construir hábitos. Por exemplo: a leitura diária em voz alta faz com que aprendam mais sobre 
a  linguagem  e  desenvolvam  comportamentos  leitores. Ao  planejar  esse  tipo  de  tarefa,  é 
essencial saber o que se quer alcançar, que materiais usar e quanto tempo tudo vai durar. 
Vale sempre contar para as crianças que a atividade em questão será recorrente ao longo do 
semestre  ou  mesmo  do  ano  todo.  No  trabalho  com  o  berçário,  além  da  leitura  diária, 
podemos citar as seguintes atividades permanentes: rodas de conversa, hora da história, 
escuta de músicas, o brincar.  
SEQUÊNCIA DIDÁTICA 
Já  a  sequência  didática  é  um  conjunto  de  propostas com  ordem  crescente  de 
dificuldade.  Cada  passo  permite  que  o  próximo  seja realizado.  Os  objetivos  são  focar 
conteúdos mais específicos, com começo, meio e fim (por exemplo: acolhimento dos bebês). 
Em sua organização, é preciso prever esse tempo e como distribuir as sequências em meio 
às atividades permanentes e aos projetos. É comum confundir essa modalidade com o que é 
MODALIDADES ORGANIZATIVAS 

  25 
feito no dia a dia. A questão é: há continuidade? Se a resposta for não, você está usando 
uma coleção de atividades com a cara de sequência. 
PROJETO DIDÁTICO 
Por fim, temos o projeto didático, modalidade que muitas vezes se confunde com os 
projetos institucionais (que envolvem a escola toda). Suas principais características são a 
existência de um produto final e objetivos mais abrangentes. Os erros mais comuns em sua 
execução são certo descaso pelo processo de aprendizagem, com um excessivo cuidado em 
relação à chamada culminância.  
ROTINA ESCOLAR 
 
A rotina escolar é a realização do planejamento. É através dela que se põe em prática 
o previsto. A rotina orienta a ação da criança, assegurada a ela o dia-a-dia, possibilitando 
que  perceba  e  se  situe  na  relação  tempo-espaço,  permitindo  modificações,  sem 
necessariamente cair na mesmice, no repetir sempre o mesmo. Para o educador a rotina 
escolar é uma seqüência de atividades que orienta suas ações e dos bebês, organizando o 
tempo, favorecendo a previsão de situações que possam vir a acontecer. As atividades de 
rotina  são  aquelas  que  devem  ser  realizadas  diariamente,  oportunizando  aos  bebês  o 
desenvolvimento  e  a  manutenção  de  hábitos  indispensáveis  caracterizando-se  como 
facilitadora da aprendizagem.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

  26 
 
 
ROTINA SEMANAL – BERÇÁRIOS 
 
 
I - ATIVIDADES PERMANENTES DIÁRIAS 
 
• RECEPÇÃO E ACOLHIDA;   
• RODA DE CONVERSA; 
• HORA DA HISTÓRIA, (Leitura feita pelo professor); 
• ESCUTA DE MÚSICAS; 
• BRINCAR/ MOVIMENTO; 
• BANHO, SONO, HIGIENE, REFEIÇÕES, CUIDADO E ORGANIZA ÇÃO DO ESPAÇO; 
• 
AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES DIÁRIAS IMPLEMENTADAS.  
 
II- ATIVIDADES  SEMANAIS 
 
Segunda-feira  Terça-feira  Quarta-feira  Quinta-feira   Sexta-feira 
 
ARTES 
VISUAIS 
 
 
LINGUAGEM 
ORAL E 
ESCRITA 
 
 
ARTES 
VISUAIS 
 
LINGUAGEM 
ORAL E ESCRITA 
 
ARTES 
VISUAIS 
 
 
MOVIMENTO 
 
 
NATUREZA E 
SOCIEDADE 
 
MOVIMENTO 
 
 
 
NATUREZA E 
SOCIEDADE 
 
 
MATEMÁTICA 
   
IDENTIDADE E 
AUTONOMIA 
 
MÚSICA 
 
 
MATEMÁTICA 
 
   IDENTIDADE E 
  AUTONOMIA 
 
MÚSICA 
 
   
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

  27 
 
 
 
 
  No  processo  de  construção  do  conhecimento,  as  crianças  utilizam  diferentes 
linguagens e exercem a capacidade que possuem de ter idéias e hipóteses originais sobre 
aquilo que buscam desvendar. Nessa perspectiva, as crianças constroem o conhecimento a 
partir das interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem. 
O conhecimento não se constitui cópia da realidade, mas é fruto de um intenso trabalho de 
criação, significação e “re-significação”. Deste modo, é de fundamental importância que o 
educador acompanhe o processo de ensino e aprendizagem dos alunos. Para isto, deve 
realizar  um  diagnóstico  dos  saberes  e  utilizar-se  de  indicadores  para  avaliar  o  processo 
contínuo de aprendizagem dos alunos, registrando seus avanços, através de observação 
diária em suas atividades e brincadeiras. 
O  planejamento  da  ação  educativa  é  realizado  a  partir  das  necessidades  de 
atendimento  a  cada  uma  das  crianças,  articulando-se  da  mesma  forma  os  componentes 
curriculares. O trabalho do educador será o de permanecer atento a cada um e ao grupo 
como um todo, no sentido de acolher os bebês, em termos afetivos, proporcionando-lhes 
aprendizagem,  cuidados  e  atenção  num  espaço  rico  de  materiais  e  possibilidades  de 
exploração.    Através  de  uma  exploração  ativa  dos  objetos  do  mundo  físico,  no  estágio 
sensório-motor,  os  bebês  desenvolvem  noções  de  objetos,  de  espaço,  de  tempo,  de 
causalidade,  que  constituem  estruturas  primárias  e secundárias  na  construção  de  sua 
inteligência. A partir dessa experiência, mediada pelos adultos e outras crianças com os 
quais convivem, constroem significados e desenvolvem sua linguagem. As  relações afetivas 
que vivem nesse período serão também determinantes para o seu desenvolvimento moral.
  
  Daí serem indissociáveis reflexões sobre propostas pedagógicas e avaliação, porque 
uma ação avaliativa mediadora só poderá acontecer a partir da compreensão do professor 
de todas essas possibilidades inerentes ao desenvolvimento de uma simples atividade com  
os  bebês.  A  compreensão  das  áreas  a  serem  trabalhadas  e  das  expectativas  a  serem 
alcançadas, através das atividades e projetos, amplia o olhar do educador sobre a ação da 
criança  e  fundamenta  os  desafios  a  lhe  serem  feitos,  sob  a  forma  de  novas  perguntas, 
materiais, situações de aprendizagem. O espaço pedagógico é dessa forma, um espaço 
AVALIAÇÃO 

  28 
construído reflexivamente pelo professor, por suas premissas teóricas e na relação com as 
crianças.   
  A ação avaliativa implica em projetar o futuro a partir do cotidiano, em delinear a 
continuidade da ação pedagógica, respeitando o bebê em seu desenvolvimento, em sua 
espontaneidade  na  descoberta  de  mundo  e  oferecendo-lhe  um  ambiente  de  afeto  e 
segurança para suas tentativas.       
    A  OBSERVAÇÃO constitui no principal instrumento do educador no apoio a 
sua prática. Por meio dela o professor pode registrar os processos de aprendizagens da 
criança, a qualidade das interações estabelecidas com outras crianças e com os adultos e 
acompanhar os processos de desenvolvimento obtendo informações sobre as experiências 
das crianças na instituição. O registro das observações realizadas é fundamental no exame 
de melhores caminhos para orientar as aprendizagens das crianças. Auxilia ainda na partilha 
com os pais do olhar a cerca de seus filhos. Conforme as observações vão sendo feitas e 
registradas é possível avaliar o trabalho realizado e refletir sobre o andamento do mesmo.  
       Os RELATÓRIOS DIÁRIOS devem ser uma prática que tem por finalidade contribuir 
para  o  professor  reorganizar  o  seu  saber  didático, reunindo  dados  e  reflexões  sobre  os 
bebês e sobre as ações educativas desenvolvidas, diariamente, que lhe ajudem a repensar e 
replanejar sua ação docente. Através da prática de relatórios diários e/ou gerais, o professor 
tem a oportunidade de tomar consciência de onde partiu, o que construiu na sua trajetória em 
termos de processos didáticos, podendo então fazer e refazer caminhos a partir de uma 
atitude  investigativa  frente  à  sua  ação  pedagógica. No “Diário  de  Bordo”  o  professor 
constrói uma narrativa e uma reflexão do trabalho em sala de aula. 
         O  PORTFÓLIO  é  um  procedimento  de  avaliação  que  permite  aos 
alunos participar da formulação dos objetivos de sua aprendizagem. Ele pode ser realizado 
de várias possibilidades; uma delas é a sua construção pelo aluno ou então coletivamente. 
Nesse  caso,  o  portfólio  é  uma  coleção  de  suas  produções,  as  quais  apresentam  as 
evidências de sua aprendizagem que possam acompanhar o progresso individualmente ou 
coletivamente. 
Marília, fevereiro de 2011. 
 
Equipe Pedagógica de Educação Básica 

  29 
 
 
ABRAMOWICZ, Anete- Educação Infantil: Creches: Atividades para crianças de 0a 6 anos/ 
Anete Abramowicz, Gisela Wajskop.- 2ª Ed.- São Paulo: Moderna,1999. 
 
ARCE, Alessandra - Ensinando aos pequenos de 0 a 3 anos/ Alessandra Arce, Lígia N. 
Martins e organizadores.-Campinas, SP.Ed. Alínea,2009. 
 
BONDIOLI, Anna. Manual de Educação Infantil: de 0 a 3 anos/ ma abordagem reflexiva/ 
Anna Bondioli e Susanna Mantovani; trad. Rosana Severino Di Leone e Alba Olmi – 9ª Ed.- 
Porto Alegre 
 
BRASIL.Ministério  da  educação  e  do  Desporto.Secretaria  de  Educação  Fundamental. 
Referencial  Curricular  Nacional  para  a  Educação  Infantil/  Ministério  da  Educação  e  do 
Desporto.Volume  1:  Introdução;  Volume  2:  Formação  Pessoal  e  Social  e  Volume  3: 
conhecimento de Mundo.Brasília:MEC/SEF, 1998. 
 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa, 30ª Ed. 
São Paulo: Paz e Terra, 2004. 
 
GODOI, Elisandra Girardelli. Avaliação na Educação Infantil: um encontro com a realidade-
Porto Alegre: Mediação, 2004. 
 
HOFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação na Pré-Escola: Um olhar sensível e reflexivo 
sobre a criança. Porto Alegre: Mediação, 2000. 
 
JACOB, S.H.,-Estimulando a mente do bebê/S.H. Jacob; trad. Norberto de Paula Lima.- 6ª 
Ed.- São Paulo: Madras, 2007. 
 
KLECHEVSKY,  Mara  -  Avaliação  em  Educação  Infantil/ Mara  Klechevsky;  trad.  Maria 
Adriana Veríssimo Veroneze.- Porto Alegre: Artmed, 2001. 
 
SHORES,  Elizabeth  F.  Manual  de  Portfólio:  um  guia  passo  a  passo  para  professores/ 
Elizabeth F. Shores e Cathy Grace; trad. Ronaldo Cataldo Costa. – Porto Alegre: Artmed, 
2001. 
 
UNICEF-  Trocando  em  Miúdos  as  Diretrizes  Curriculares  Nacionais  para  a  Educação 
Infantil.-  Texto:  Ana  Maria  Galvão  Castro  e  Teresa Cristina  Lemos  Marinho.Realização 
CECIP 
 
VILLAS  BOAS,  Benigna  Maria  de  Freitas.  Portfólio,  Avaliação  e  Trabalho  Pedagógico/ 
Benigna Maria de Freitas Villas Boas. – Campinas, SP: Papirus, 2004.-(Coleção Magistério: 
Formação e Trabalho Pedagógico). 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS