Psicopatologia Delirio 2

WashingtonMCosta 17,614 views 20 slides May 26, 2009
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Slide Content

PSICOPATOLOGIAPSICOPATOLOGIA
Pensamento II DelírioPensamento II Delírio
Grupo: Cristina Freitas ferreira, Grazielle Teodoro,
Isa Alves, Liliane Leite
Elaboração de Slides – Washington M. Costa – [email protected]

De acordo com Karl Jaspers (1987),
idéias delirantes( ou delírios) são
juízos patologicamente falsos, que
possuem as seguintes características
externas:
 acompanham-se de uma convicção extraordinária
não são susceptíveis à influência
e possuem um conteúdo impossível.
Definição Clássica de Delírio

O delírio como um juízo falso
O delírio constitui uma alteração
relacionada à formação de juízos.
Através dos juízos, discernimos a
verdade do erro. Através do juízo
de realidade, distinguimos o que
é real do que é fruto de nossa
imaginação.
Todavia, nem todos os juízos falsos são patológicos. O
erro que também constitui um juízo falso,distingue-se do
delírio por originar-se na ignorância, no julgamento
apressado ou em premissas falsas, e por ser passível de
correção pelos dados da realidade.

Outras Características do Delírio

Todo delírio é de certa forma auto-referente, no
sentido de que o seu conteúdo está direta ou
indiretamente relacionado ao enfermo. O delírio se
transforma no eixo em torno do qual passa a girar a vida
do indivíduo.
Em função de sua convicção extraordinária, o
delirante não sente a necessidade de comprovar
objetivamente a veracidade de seu juízo e pode não
achar importante convencer as outras pessoas de que
está certo.

Delírio Primário
O delírio primário é a idéia delirante autêntica. Ele
é autóctone, isto é, não deriva de nenhuma outra
manifestação psíquica patológica. É incompreensível:
não pode ser seguido psicológicamente até a sua
origem, é algo de “último e derradeiro”(Jaspers). Está
relacionado a uma profunda transformação da
personalidade, sendo a expressão de um processo: o
surgimento de algo novo, duradouro e irreversível na
vida mental.
K. Jaspers inclui sob a denominação de vivências
delirantes primárias as percepções delirantes, as
representações delirantes e as cognições delirantes.

A Percepção Delirante: consiste na atribuição de um
significado novo, anormal, a uma percepção normal de um
objeto real.
Na Representação Delirante: um significado anormal é
dado a uma recordação normal.
A Cognição Delirante: consiste em uma convicção
patológica intuitiva, uma certeza súbita, uma revelação
imediata, que prescinde por completo de conexões
significativas com quaisquer dados perceptivos ou
representativos.

O delírio secundá-
rio também é chamado
idéia deliróide. Ele se
origina de forma
compreensível psicoló-
gicamente de outras
manifestações psíqui-
cas patológicas, tais
como alterações do
humor, da sensoperce-
pção e da consciência.
Delírio Secundário

Idéia Sobrevalorada
Na definição de Nobre de Melo (1981), a idéia sobrevalorada
(ou supervalorizada, ou prevalente ou sobrevalente) é uma idéia
errônea por superestimação afetiva. O erro decorre do fato de a
idéia estar relacionada a uma carga afetiva muito intensa, que
influencia o julgamento da realidade, tornando-o pouco racional.
Essa idéia ganha preponderância em relação às demais e orienta
unilateralmente a conduta do indivíduo.

A idéia sobrevalorada pode ocorrer em pessoas normais. Por
Exemplo: convicções apaixonadas em relação a questões
científicas, filosóficas, políticas e religiosas.

Classificação?
Delírios Sistematizados/ Delírios Não-Sistematizados
Nos delírios sistematizados, há uma maior coerência interna
entre as idéias, uma maior organização e Consistência. Encontra-
se uma rede de argumentações lógicas e compreensíveis. O
delirante com idéias de perseguição é capaz de dizer quem o
persegue, como e por quê. Por exemplo, o indivíduo afirma que os
familiares querem matá-lo e colocando veneno em sua comida,
para ficarem com o seu dinheiro. Esse tipo é característico do
transtorno delirante.
Os delírios não-sistematizados são fragmentários, caóticos,
desarticulados e sem concatenação. Por exemplo, o indivíduo
afirma que querem matá-lo, mas não é capaz de dizer como
descobriu isso, nem consegue dar qualquer informação sobre os
autores, meios e motivos do crime. Os delírios desse tipo são
característicos da esquizofrenia.

O Tema do Delírio
O conteúdo ou tema do delírio está relacionado ao
contexto sociocultural do paciente: hoje em dia, “Napoleões”
são raros; na Idade Média, ninguém dizia que a televisão
controlava seus pensamentos. Como temas dos delírios,
encontramos todos os problemas que preocupam o ser
humano. Um determinado delírio pode ser classificado ao
mesmo tempo em várias categorias, visto que estas são
mutuamente excludentes: acreditar ser Deus constitui um
delírio tanto de grandeza como místico, por exemplo.
O delírio de perseguição é o mais
comum, o doente acredita que o estão
vigiando, querem prejudicá-lo ou mesmo
matá-lo.

O delírio de prejuízo seria uma forma atenuada
de delírio persecutório: o indivíduo pensa que as
outras pessoas são hostis em relação a ele,
zombam dele ou o menosprezam.
O delírio de reivindicação (ou querelante), seria
um subtipo de delírio persecutório. O indivíduo
se julga vítima de terríveis injustiças ou
discriminações, e, em função disso, envolve-se
em disputas legais e querelas.
O delírio de influência seria outro subtipo de
delírio persecutório. O paciente acredita que
alguém ou alguma força externa controla
(literalmente) sua mente ou seu corpo.

No delírio erotomaníaco o indivíduo crê
ser amado, a distância, por uma outra
pessoa. Essa outra pessoa é tipicamente
mais velha e possui uma situação
socioeconômica mais elevada que a do
paciente.
No delírio de grandeza, o doente
acredita ser muito rico e poderoso, ou
possuir habilidades e talentos especiais.
Tal conteúdo de delírio é típico da mania
– primária ou secundária -, mas pode
ocorrer também em outros quadros
psicóticos, como a esquizofrenia. DOM QUIXOTEDOM QUIXOTE

No delírio de ciúmes, o indivíduo acredita que
seu cônjuge ou amante está sendo infiel a ele.
Esse quadro está especialmente associado ao
alcoolismo crônico e ao transtorno delirante,
sendo mais comum no sexo masculino. Muitas
vezes o conteúdo do delírio é verdadeiro.
O delírio de ruína é comum na depressão. Para
o paciente, sua vida está repleta de desgraças,
sofrimento, fracassos e perdas: tornou-se
financeiramente miserável, seus familiares o
abandonaram, etc.
No delírio somático (ou hipocondríaco), o
paciente acredita estar sofrendo de uma doença
muito grave ou incurável, como AIDS, câncer,
tumor cerebral, etc.

No delírio de negação, o paciente afirma
que já morreu; seus órgãos apodreceram,
pararam de funcionar ou não existem
mais; que o coração não está batendo; ou
que o mundo acabou.
O delírio místico envolve temas
religiosos, espíritos etc. O indivíduo diz
que é Jesus Cristo, que pode fazer
milagres, que Deus lhe deu uma missão,
ou que vai fundar uma nova religião.
INRI CRISTO

O delírio fantástico envolve temas
extraordinários, ou de extrema
grandiosidade. Por exemplo uma
paciente que afirma ter parido todas as
pessoas que existem no mundo.
No delírio de identificação as
síndromes de Capgras e de Fregoli
são os principais exemplos. Na
síndrome de Capgras, o paciente julga
que uma pessoa familiar foi substituída
por uma sósia. Este é fisicamente
idêntico à primeira, mas
psicológicamente distinto.

O exame do delírio
Os delírios, constituindo uma alteração do conteúdo do
pensamento, são, por conseguinte, detectados no discurso do
paciente. Todavia, com freqüência o paciente irá dissimular sua
atividade delirante ou não terá interesse ou possibilidade ( nos
casos de estupor, por exemplo) de verbalizá-la. Nessa situação,
torna-se fundamental a avaliação da atitude (desconfiança,
medo, arrogância, etc.).

O Delírio nos Principais Transtornos Mentais

Esquizofrenia: Na esquizofrenia, tipicamente o delírio é
bizarro, tem um conteúdo impossível e é pouco sistematizado.
Pode ser primário (quando intuitivo) ou secundário (à atividade
alucinatória).
Transtorno Delirante: O transtorno delirante (a antiga
paranóia) tem muitas vezes como a única alteração o delírio.
Este tipicamente tem conteúdo possível, é pouco bizarro, bem
sistematizado, interpretativo, auto – referente e monotemático.

O Delírio nos Principais Transtornos Mentais

Parafrenia: O delírio típico da parafrenia tinha um caráter
fantástico e tornava-se encapsulado, ou seja, atingia apenas
algumas poucas áreas da vida do indivíduo, o que permitia que
ele se comportasse de maneira normal em quase todas as
atividades do seu dia-a-dia.
Transtornos do humor: Na maioria dos casos de
depressão, não há sintomas psicóticos. Todavia, nas depressões
psicóticas, os temas delirantes mais comuns são ruína, culpa,
hipocondria e negação. Na mania psicótica, os delírios são
tipicamente de grandeza.

O Delírio nos Principais Transtornos Mentais
Psicoses “Orgânicas”: Quadros como delirium, demência,
epilepsia (especialmente do lobo frontal), neurossífilis cerebral,
intoxicação por cocaína ou anfetamina, entre outros, podem
cursar com intensa atividade delirante.
Psicoses Epilépticas: Os estados crepusculares da
epilepsia do lobo temporal podem cursar com sintomas de
primeira ordem. São especialmente comuns os delírios místicos,
que serviriam como uma auto-explicação para as alterações de
consciência e outras experiências não usuais.
Transtorno Delirante Induzido: Um indivíduo altamente
sugestionável, que tem uma relação muito próxima com um
doente psicótico, incorpora uma crença delirante deste. O
primeiro tende a abandonar o delírio quando a dupla se separa.

BIBLIOGRÁFIA:
CHENIAUX, Elie. Manual de Psicopatologia. Editora
Guanabara Koogan, 2002.